1) O documento discute a doutrina católica sobre a vida após a morte, incluindo o purgatório e o inferno.
2) Há debates sobre se o purgatório é mencionado explicitamente na Bíblia e se as almas podem ser ajudadas por orações de outros.
3) A Igreja acredita que as boas ações de outros, como orações, podem beneficiar as almas no purgatório e acelerar sua purificação.
2. Os «infernos» designam o estado de todos
aqueles que, justos ou maus, morreram
antes de Cristo. Com a alma unida à sua
Pessoa divina, Jesus alcançou, nos infernos,
os justos que esperavam o seu Redentor
para acederem finalmente à visão de Deus.
(CCCE 125)
3. No Espírito,
ele foi também pregar
aos espíritos na
prisão, aos que
haviam sido
desobedientes
outrora, quando Deus
usava de paciência.
(1Pd 3,19-20a)
4. A Ressurreição de Cristo não foi um regresso
à vida terrena. O Seu corpo ressuscitado é
Aquele que foi crucificado e apresenta os
vestígios da Sua Paixão, mas é doravante
participante da vida divina com as
propriedades dum corpo glorioso.
(CCCE 129)
5. Aparição a
mais de
Testemunho Testemunho Testemunho
Túmulo vazio quinhentos
das mulheres de Pedro dos Doze
irmãos de
uma só vez
6. Envia-nos o Seu Espírito
e tendo-nos preparado um lugar,
dá-nos a esperança de um dia
ir ter com Ele.
(CCCE 132)
7. Este é o que veio pela água e pelo
sangue: Jesus Cristo — não somente
pela água, mas pela água e pelo
sangue —, e o Espírito é que dá
testemunho, porque o Espírito é a
Verdade.
(1Jo 5,6)
9. Tempo da Igreja Tempo da apostasia Abalo dos Astros Parusia Consumação
Recrudescimento das
Queda de Jerusalém Sinal do Filho do Homem Ressurreição dos mortos
perseguições
Conversão das nações Grande Apostasia Lamentação geral Juízo Final
Vinda do Senhor Destruição dos
Conversão de Israel Remoção do Obstáculo
com seus anjos adversários
Recepção dos
Aparição do Anticristo
justos no céu
Entrega do Reino ao Pai
10. O purgatório é o estado dos que morrem na
amizade de Deus, mas, embora seguros da
sua salvação eterna, precisam ainda de
purificação para entrar na alegria de Deus.
(CCCE 210)
11. Alma como
Monismo Ressurreição
materialista
Tanatopsiquismo forma Adormecimento
na morte
do corpo
12. “Segundo a comum ordenação de
Deus, as almas dos que saem do mundo
com pecado mortal atual, imediatamente
depois de sua morte baixam ao inferno”
(Bento XII, Constituição Benedictus Deus)
O Bem-aventurado João Paulo II
(Audiência, 4/8/1999) e Bento XVI
(Encíclica Spe salvi, 46) falam que ao
purgatório vão os que conservam uma
derradeira condição de “abertura para
Deus”.
13. • “Se falar contra o Espírito Santo, não será perdoado, nem neste
mundo, nem no mundo que há de vir” (Mt 12,32b)
① Possibilidade do • “Se não fosse assim, o que pretenderiam aqueles que se fazem
perdão póstumo batizar em favor dos mortos? Se os mortos absolutamente não
Do lugar do purgatório ressuscitam, por que então fazer-se batizar em favor deles?”
nada se encontra (1Cor 15,29)
expressamente dito na
Escritura, nem se podem • Algumas fórmulas de exorcismo se referem a fantasmas
aduzir razões eficazes ② Existência de • Há relatos de exorcistas sobre a aparição de fantasmas que são
almas errantes instruídos sobre seus erros, como quando Jesus “foi também
que o determinem.
pregar aos espíritos na prisão” (1Pd 3,19)
Contudo provavelmente,
segundo o mais • Revelações privadas falam de pessoas no purgatório até o fim
concorde com o ensino do mundo
dos santos Padres e a • Misericordiam tuam fatribus nostris concede defunctis, neque in
revelação feita a muitos, ③ Disputa por potestatem maligni spiritus iradas eos (Liturgia das
essas almas Horas, Vésperas da 4ª-feira da 3ª Semana do Tempo Comum)
o purgatório ocupa um
• O Juízo Final seria mais que mera publicação do juízo particular
duplo lugar.
para essas almas, as quais poderiam realmente experimentar
(Summa theologiæ,
uma “segunda morte” (Ap 20,6), caso não adiram a Deus
Apêndice, solução ao art. 2).
14. Deus é o “amante “Devemos admitir que o “A sorte das crianças “Antes de tudo, peço que
dos seres humanos”. Espírito Santo oferece a não-batizadas não foi se façam súplicas,
(Liturgia bizantina) todos a possibilidade de revelada (…). Mas aquilo orações, intercessões,
associarem-se, de modo que sabemos de Deus, de ação de graças, por todos
conhecido por Deus, e Cristo e da Igreja nos dá os seres humanos.”
este mistério pascal. motivos para esperar na (1Tm 2,1)
(Gaudium et spes, 22) sua salvação.”
(Comissão Teológica
Internacional, A esperança da
salvação para as crianças que
morrem sem batismo, 79)
15. Aqui levantar-se-ia uma nova questão: se o «purgatório» consiste simplesmente em ser
purificados pelo fogo no encontro com o Senhor, Juiz e Salvador, como pode então intervir uma
terceira pessoa ainda que particularmente ligada à outra? Ao fazermos esta pergunta,
deveremos dar-nos conta de que nenhum homem é uma mônada fechada em si mesma. As
nossas vidas estão em profunda comunhão entre si; através de numerosas interações, estão
concatenadas uma com a outra. Ninguém vive só. Ninguém peca sozinho. Ninguém se salva
sozinho. Continuamente entra na minha existência a vida dos outros: naquilo que penso, digo,
faço e realizo. E, vice-versa, a minha vida entra na dos outros: tanto para o mal como para o
bem. Deste modo, a minha intercessão pelo outro não é de forma alguma uma coisa que lhe é
estranha, uma coisa exterior, nem mesmo após a morte. Na trama do ser, o meu
agradecimento a ele, a minha oração por ele pode significar uma pequena etapa da sua
purificação. E, para isso, não é preciso converter o tempo terreno no tempo de Deus: na
comunhão das almas fica superado o simples tempo terreno. Nunca é tarde demais para tocar
o coração do outro, nem é jamais inútil. Assim se esclarece melhor um elemento importante
do conceito cristão de esperança. A nossa esperança é sempre essencialmente também
esperança para os outros; só assim é verdadeiramente esperança também para mim. Como
cristãos, não basta perguntarmo-nos: como posso salvar-me a mim mesmo? Deveremos antes
perguntar-nos: o que posso fazer a fim de que os outros sejam salvos e nasça também para
eles a estrela da esperança? Então terei feito também o máximo pela minha salvação pessoal. (Encíclica Spe salvi, 48)