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INTRODUÇ.ÃO 一(1)

                                       OBJETIVO 四(4)

                                 JUSTIFICATIVA 五(5)

                                     HISTÓRICO 九(9)
               A vinda dos japoneses para o Brasil 九(9)
         Breve história do município de Suzano. 十三(13)
             A Imigração Japonesa em Suzano. 十五(15)

                     ANÁLISE DO ENTORNO 十九(19)
A Imagem da Cidade: uma análise sobre Suzano. 十九(19)
                     O Município de Suzano 二十七(27)
                          Análise do Terreno 二十九(29)
          Legislação, uso e ocupação do solo 三十五(35)

                ARQUITETURA JAPONESA 四十二(42)

                               Arata Isozaki 四十四(44)
                                Tadao Ando 四十四(44)
                                    Toyo Ito 四十五(45)
1



               ENTENDENDO O JAPÃO 四十八(48)

              História e Cultura do Japão. 四十八(48)
           JAPOP, a cultura pop japonesa 五十一(50)
                   Datas comemorativas 五十五(55)

       PROGRAMA DE NECESSIDADES 五十七(57)

             REFERÊNCIAS DE PROJETO 七十(70)
  Biblioteca Alceu Amoroso Lima, São Paulo. 七十(70)
     Centro Cultural Vergueiro, São Paulo. 七十二(72)
             Midiateca de Sendai, Japão. 七十五(75)
                  Parabola House, Japão 七十六(76)
                     Knot House, Japão. 七十七(77)

PROJETO: CENTRO CULTURAL JAPONÊS 七十九(79)

       REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 八十六(86)




                                                一
1




INTRODUÇÃO

       No Brasil a influência dos japoneses é muito grande devido à imigração que se
iniciou no século passado, sendo que em 2008 comemoraram-se os 100 anos dessa relação
Brasil-Japão. No país surgiram grandes colônias japonesas que contribuíram para
organização de associações agrícolas, esportivas e culturais que no inicio eram voltados
para os próprios imigrantes como uma forma de integração e entretenimento, mas com o
tempo tornaram-se meios de difundir essa cultura e tradição para os brasileiros.
       Suzano é uma cidade que recebeu seus primeiros imigrantes japoneses em 1921
(fazendo 90 anos da imigração japonesa na cidade neste ano de 2011) e foi considerado
município independente em 1948, ou seja, a influência japonesa está presente desde sua
formação. Na sociedade, na política e na economia a presença de descendentes japoneses
na cidade é marcante, além da forte presença, culturalmente, através de eventos e festas
tradicionais que ocorrem anualmente (a festa mais tradicional da cidade que ocorre todo
mês de julho é a Festa da Cerejeira, organizada por entidades ligadas à tradição japonesa e
recebe apoio da prefeitura municipal).
       Na arquitetura, o Japão é reconhecido mundialmente pelos seus templos religiosos,
palacetes imperiais e as antigas casas tradicionais japonesas que tinham em comum o uso
da madeira e outros elementos naturais como a pedra.
       No mundo contemporâneo, alguns arquitetos japoneses com referência internacional
(por exemplo, citando apenas alguns nomes, Kenzo Tange, Arata Isozaki, Tadao Ando)




                                                                                        一
2




sofreram influências do modernismo de Le Corbusier. Atualmente a expressividade da
arquitetura japonesa concentra-se em alguns arquitetos que se destacam em suas
particularidades (alguns citados no decorrer deste trabalho), porém sem possuir
características em comum para unificar-se e se estabelecer com um movimento
arquitetônico no país. O grande atrativo dessa arquitetura é o contraste entre o tradicional e
o contemporâneo, fato que ocorre não somente na arquitetura, mas também na sociedade
japonesa. No Japão há a mistura entre templos antigos e prédios modernos e de alta
tecnologia, e o mesmo é visto na sociedade, no qual os japoneses lidam com suas raízes
tradicionais de uma cultura antiga e milenar com novas tendências contemporâneas sem
gerar conflitos.
          Para este trabalho, o Japão é o objeto de estudo tanto nas questões culturais
(tradicional e contemporânea) como arquitetônicas. No mundo atual, o Japão se difundiu na
sociedade ocidental através tanto de sua cultura pop1 como a mais tradicional, exemplificado
pelos desenhos, brinquedos, filmes, arte, culinária, costumes, entre outros, presente em
nosso cotidiano.
          No período do Xogunato2 (1185-1868), no Japão, no qual vivia um período similar ao
feudalismo na Europa, o país viveu um grande enriquecimento cultural (grandes obras de



1
    JAPOP: cultura de massa, popular japonesa. Melhor explicado na pág. 42 (四十二)

2
 Xogunato: termo em português que se refere ao regime feudal comandado por figuras militares existente no
Japão do Período de 1192-1868. A palavra deriva-se do termo japonês [将軍] xogum que significa “comandante
do exército”.




                                                                                                        二
3




artes surgiram neste período) no Xogunato Tokugawa (1603-1868), devida ao isolamento e
falta de contato com o mundo exterior, houve um grande crescimento e enriquecimento
cultural próprio, sem interferências externas. Apenas após a Revolução Meiji (Era Meiji
1868-1912), com a abertura dos portos, o mundo ocidental voltou-se para o Japão, tomando
conhecimento dessa cultura nova e tão diferente da ocidental.
       Além disso, destaca-se a importância dos brinquedos produzidos no Japão para o
seu reconhecimento no mundo ocidental, através das exportações. Como o governo japonês
dava grande importância à educação primária havia uma grande preocupação em
confeccionar brinquedos atrativos para esse público. Mas somente após a Segunda Guerra
Mundial, esses produtos chegaram massivamente às crianças no ocidente, criando-se
ícones da cultura pop japonesa, como por exemplo, Godzilla, Hello Kitty, a marca Nintendo,
além dos aparelhos eletrônicos e tecnológicos.
       Hoje em dia o mundo é cercado pela animação e cinema japoneses (como o Estúdio
Ghibli, de Hayao Miyazaki e Akira Kurosawa, um grande expoente do cinema japonês que
influenciou diversos cineastas ocidentais) e através dessas mídias foram capazes de
transmitir ainda um pouco dessa cultura tradicional e antiga e, ao mesmo tempo, se misturar
a cultura pop e atual do Japão.
       O enfoque deste trabalho é criar um Centro Cultural Japonês na cidade de Suzano,
devido às influências dos imigrantes japoneses no município, que busque relacionar o
tradicionalismo japonês com essa cultura de massa cada vez mais popular no mundo
ocidental, através de atividades que abrangem seu programa, além de se expressar na
própria arquitetura da edificação.




                                                                                        三
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                                                                              OBJETIVO

       O objetivo deste Trabalho Final de Graduação é difundir a cultura japonesa e estreitar
as relações entre os descendentes, do qual compõe 10% da população (de crianças a
adultos) da cidade de Suzano. Com atividades culturais que divulguem a cultura tradicional e
milenar do Japão, como a Cerimônia do Chá e o Shodô (arte da caligrafia), e espaços como
uma gibiteca e midiateca para divulgar o Japão contemporâneo e sua cultural atual. A
intenção é desenvolver um projeto de Centro Cultural para agregar esses espaços e juntar
os valores antigos e atuais e demonstrar um pedaço de uma cultura tão rica que vive em
meio a contrastes que é o Japão.
       Além disso, busca-se entender a cultura, tanto tradicional como contemporânea,
assim como a arquitetura japonesa atual com a finalidade de adaptar-se a realidade
brasileira e criar um projeto que una seu programa à edificação.




                                                                                          四
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                                                                                         JUSTIFICATIVA

         A cidade de Suzano, no Estado de São Paulo, é composta por
três grandes regiões: Boa Vista, ao norte; Centro e Palmeiras, ao sul
(fig.1). Ao norte, a região de Boa Vista é uma área adensada, composta
principalmente por conjuntos habitacionais populares, pequenos lotes e
população de baixa renda. A região Sul é uma APM – Área de Proteção
de Manancial, predominantemente rural, composta por pequenos
bairros e propriedades entre sítios e chácaras. Em ambas as regiões já
existem atividades culturais em desenvolvimento, como peças teatrais,
                                                                                             Fig.1 – Divisão de Suzano.
concertos, eventuais oficinas de artesanato, aulas de desenho e                              Fonte: Prefeitura.

pintura. (fig. 2 a 4)
         Já na região do Centro, apesar de ser mais desenvolvida e estruturada, existe uma
carência de um equipamento que ofereça melhores condições de lazer e cultura para a
população de Suzano como um todo, pois, devido a sua localização, a região central é o
ponto de convergência de todo o fluxo de trabalho, serviço e comércio em geral. (fig.5)




 Fig. 2 - Centro Cultural 1: Centro   Fig. 3 - Centro Cultural 2: Centro   Fig. 4 - Centro Cultural 3: Centro
 Cultural Boa Vista.                  Cultural Colorado.                   Cultural Palmeiras.



                                                                                                                  五
6




                     Centro Cultural 1 1
                                                                Ginásio



Região Central                                               Biblioteca
1
                         Centro Cultural 2




                                                       Teatro




                 Centro Cultural 3               Equipamentos de Saúde

                                                 Educação

                                                 Cultura/ Esporte

                                      Fig.5 – Recorte da Região Central: Atividades culturais e equipamentos
                                      públicos em Suzano. Assinalado terreno escolhido.




                                                                                                           六
7




         Nesta região, de acordo com o levantamento executado, existe um teatro, uma
biblioteca, um ginásio poliesportivo e um galpão no qual são oferecidas oficinas de teatro e
realizadas algumas apresentações, sendo estes, todos os equipamentos pertencentes ao
município (fig.6 a 8).




 Fig.6– Ginásio Paulo Portela.        Fig.7– Biblioteca Municipal.   Fig.8 – Teatro Municipal.
 Fonte: site prefeitura.              Fonte: site prefeitura.        Fonte: site prefeitura.

 – Centro Cultural Boa Vista.
         A proposta deste
 Fonte: site prefeitura.         trabalho é criar um Centro Cultural que manifeste e divulgue a
cultura japonesa de acesso a todos. Por isso, foi escolhida a região central da cidade, pois
além de possuir a facilidade do transporte público (fig.9), é uma área de fácil circulação tanto
para veículos como pedestres e não possui nenhuma atividade relacionada à cultura
japonesa de grande relevância.




                                                                                                 七
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Fig.9 – Linhas de ônibus. A região 8, centro, é a área mais atendida pelo transporte coletivo.
Fonte: site prefeitura.




                                                                                                 八
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                                                                          HISTÓRICO


                                             A vinda dos japoneses para o Brasil

       Para descrever e entender o movimento migratório dos japoneses para o Brasil é
necessário primeiramente entender a situação e os motivos que os levaram a deixar seu
país de origem e enfrentar uma longa viagem e um futuro incerto num país totalmente
desconhecido para eles.
              Por mais de dois séculos o Japão viveu isolado do restante do mundo. Nesta
época o país vivia num sistema feudal denominado Xogunato, sob o comando do xogum
(senhor feudal) Tokugawa. Devido ao isolamento sua economia estava estagnada, então em
1854, com o governo fragilizado, os americanos, a base da força e superioridade bélica,
facilmente abriram os portos japoneses e ali estabeleceram a primeira embaixada no país. A
partir deste momento culminou-se uma crise interna com revoltas e batalhas a fim de
restaurar o poder do imperador e modernizar o Japão. (SAKURAI, 2007)
Em 1868 dava-se início a Era Meiji (1868-1912), revolucionando o país, trazendo
modernidade e novas estruturas políticas, enriquecendo a burguesia emergente adotando o
método econômico ocidental. Porém, essa riqueza foi para poucos, pois a maior
preocupação do país na época era se fortalecer no setor bélico para poder competir com a
situação ao qual o resto do mundo se encontrava, deixando questões sociais em segundo
plano. Nesse período ainda havia um número maior da população vivendo nos campos, mas



                                                                                       九
10




com os altos impostos, sem a ajuda do governo, muitos migraram para a cidade em busca
de emprego e melhores condições de vida. No entanto, apesar disso, o Japão que é apenas
um arquipélago, logo se viu super povoado, então o governo japonês encontrou como
alternativa o incentivo a emigração para outros países. Em 1883 houve oficialmente a
primeira emigração para a Austrália, logo em seguida, ganhando força, houve movimentos
emigratórios para o Canadá, Estados Unidos e Peru. (SAKURAI, 2007)
       Já no Brasil, em 1888 por pressões externas foi abolida a escravidão, porém a
economia do país se baseava na cafeicultura e no trabalho escravo. Com a abolição da
escravatura, o Brasil viu-se obrigado a suprir essa falta de mão-de-obra. No início houve a
imigração de europeus, mas devido às condições subumanas alguns países europeus
impediram por anos a vinda de seus conterrâneos para o país. (SAKURAI, 2007)
       Enfim, em 1895, Brasil e Japão assinaram um tratado no qual passaram a
desenvolver relações diplomáticas e a negociar a vinda de imigrantes japoneses ao país.
Somente em 1908, o navio Kasato Maru trouxe os 781 primeiros imigrantes japoneses ao
Brasil que foram alocados em fazendas de café no interior de São Paulo. Em 1924 os EUA
criaram leis que impediam a entrada de japoneses, assim como no Canadá criou-se
restrições dificultando a imigração, tornando o Brasil um país favorável e de fácil acesso
para a vinda dos japoneses. Em 1932 o Consulado Geral do Japão, em São Paulo, divulgou
que 132.689 japoneses já haviam imigrado, e que mais 25 mil já tinham autorização para




                                                                                        十
11




entrar no país no ano seguinte. Na década de 1930, o Brasil já abrigava a maior população
de japoneses fora do Japão3.

1868        1883/88 1895             1908        1921 1932 1945                                2008/11



Modernização                       Primeiros    Primeiros      Bombas atômicas em          100 anos da
do Japão                           imigrantes   imigrantes     Hiroshima e Nagasaki. Fim
           Primeira                                                                        imigração japonesa
                                   japoneses    japoneses em   da Segunda Guerra           no Brasil
           emigração
                                   no Brasil    Suzano         Mundial
           japonesa
                                                                                               90 anos da
                                                   Mais de 130 mil
               Abolição da                                                                     imigração japonesa
                                                   imigrantes
               escravidão no                                                                   em Suzano
                                                   japoneses no Brasil
               Brasil

                  Tratado entre
                  Brasil e Japão



           Com o intuito de apenas juntar dinheiro no Brasil para depois voltar ao seu país de
origem, os imigrantes japoneses valorizavam suas tradições e davam grande importância
em repassá-las aos seus filhos, assim como a educação, pois não queriam que esses
passassem dificuldades ao retornarem.
           Ao perceberem que estavam sendo explorados na lavoura muitos japoneses
abandonaram as fazendas e foram trabalhar em seus ofícios de origem como autônomos.




3
    Informação retirada em: http://www.imigracaojaponesa.com.br/




                                                                                                                十一
12




Muitos imigrantes tinham profissão como carpinteiro, comerciante, ferreiro antes de vir para
o Brasil.
           Tendo em vista o fracasso do trabalho nas fazendas de café, empresas de emigração
japonesas resolvem investir em terras brasileiras. Elas passam a comprar terras no interior
do país para constituir suas colônias, chamadas de shokuminchi. Este sistema deu origem a
várias colônias no Brasil, como nos municípios paulistas de Aliança, Bastos, Iguape,
Registro, Suzano, e as cidades de Assaí no Paraná e de Tomé-Açú no Pará, que
começaram como colônias de pequenos produtores rurais japoneses.
           Nessas colônias os imigrantes rapidamente se organizaram a formar uma
comunidade semelhante às existentes no Japão. Criou-se o kyokai4 ou kaikan5, organização
semelhante a uma associação em salões que serviam para atividades ligadas à
comunidade. A educação também era uma grande preocupação, assim logo surgiu também
o nihongakko6, escola voltada para o ensino em japonês.
           Atualmente é comum encontrar, em cidades com forte ligação com a imigração
japonesa, o bunkyo – associação voltada à cultura japonesa. Curiosamente, a palavra
bunkyo vem da união de duas palavras de origem japonesa – bunka que significa cultura e da
abreviação de kyokai que significa associação – bun(-ka)kyo(-kai)



4
    Kyokai – palavra japonesa que significa “Associação”.
5
    Kaikan – palavra japonesa que significa “Salão”.
6
    Nihongakko - palavra japonesa que significa “Escola”.




                                                                                       十二
13




                                           Breve história do município de Suzano.

         De acordo com pesquisas históricas, o Município de Suzano se constituiu a partir do
jesuíta Francisco Baruel em sua missão de catequizar os índios da região. Os primeiros
povoados surgiram ao sul, hoje a região de Palmeiras. Entre 1874 e 1875 chegou à região a
Estrada de Ferro São Paulo – Rio, atraindo mais pessoas ao local. Já em 1879, Antônio
Marques Figueira, feitor da Estrada de Ferro, ali se estabeleceu (AZEVEDO, 2004).
         Em nome de Antônio Marques Figueira e seu irmão, em 1890 foi elabora a primeira
planta da cidade pelo Conde Romariz, tendo seu primeiro nome de Vila da Concórdia,
posteriormente Vila da Piedade. Então em 1891 a Estrada de Ferro Central do Brasil
também chegou à região, levando aos irmãos Figueira construírem em 1897 a primeira igreja
da Vila, que passou a ser conhecida por Vila de São Sebastião do Guaió, pois foi na data de
São Sebastião realizada sua primeira missa (AZEVEDO, 2004).
         Com a nova administração da Estrada de Ferro Central do Brasil, administrada por
Joaquim Augusto Suzano Brandão, foi construída uma estação na Vila, que a partir de 1908
passou a ser chamada oficialmente de Suzano. Com seu crescimento, sua denominação de
vila passou a distrito de Mogi das Cruzes em 1919. Apenas em 1949 ocorreu sua
emancipação, assim Suzano tornou-se município independente, comemorado no dia 02 de
abril.




                                                                                       十三
14




Fig.10 – Estação Ferroviária de Suzano em 1930.   Fig.11 – Av. Marques Figueira, 1947.
Fonte: Prefeitura de Suzano.                      Fonte: Prefeitura de Suzano.




Fig.12 – Festa na Praça João Pessoa, 1940.        Fig.13 – Igreja Matriz
Fonte: Prefeitura de Suzano.                      Fonte: Prefeitura de Suzano.




                                                                                         十四
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                                               A Imigração Japonesa em Suzano.

       Em 1908, o navio Kasato Maru desembarcava no porto de Santos, litoral de São
Paulo, com os primeiros imigrantes japoneses. Estes japoneses foram convencidos a
trabalhar na lavoura por Ryo Mizuno, que com promessas de riquezas, conseguiriam juntar
dinheiro e voltar ao Japão.
       Em março de 1921 chegou a Suzano a família Haguihara, a primeira de imigrantes
japoneses, trazidas pelo navio Wakasa Maru. Logo em seguida chegaram as famílias
Nishioka, Miyasato, Oshima entre outros. Hoje o município conta, de acordo com o IBGE,
com cerca de 10% da população descendente de japoneses.
       As primeiras famílias que se estabeleceram em Suzano iniciaram o cultivo de
morangos, pêssego e chá, este último considerado artigo de luxo na época. Em 1931 as
famílias Koda e Harada fundaram a Associação Rural do Fukuhaku e o Grupo Escolar do
Bairro e em 1934 fundou a Cooperativa Agrícola Mista de Suzano. Em 1946, Hatsuo
Ishibashi introduziu o cultivo de flores na cidade que anos mais tarde até os dias de hoje é
conhecida como Cidade das Flores.
       Katsutoshi Naito que chegou a Suzano em 1932 foi o responsável pela vinda de
Tokuzo Terazaki do Pará o qual se instalou na Vila Urupês e construiu a academia de judô
Terazaki e sua residência onde seus familiares residem até os dias atuais. O Centro de
Instrução de Judô começou a ser construído no ano de 1937 e concluído em 1952. A




                                                                                       十五
16




academia é uma réplica do primeiro templo de judô do Japão, o Kodokan7. Muito espaçoso,
chama a atenção principalmente pela foto de seu fundador, que pode ser vista ao fundo do
amplo tatame. Muitas peças da decoração vieram do Japão que ainda resistem ao tempo.
           Considerado um ponto turístico e um marco da tradição japonesa na cidade,
localizado no Bairro da Casa Branca, na Estrada dos Fernandes está o templo budista
Daigozan Jomyoji (fig.14). Sua construção foi iniciada em 1967 e só foi concluído em 1980,
feito em madeira, sem pregos, apenas encaixes, pelo carpinteiro Natu Reijiro trazido
especialmente do Japão para a construção do templo. Seu interior foi decorado com peças
vindas diretamente do Japão e conta com o Fudo-Myo8, Buda com cerca de 3 metros de
altura, o maior da Améria Latina, talhado num único tronco de madeira. (AZEVEDO, 1994)




                                                                             Fig.14 – Daigozan Jomyouji.
                                                                             Fonte: Prefeitura de Suzano.




7
    Primeira escola de judô, fundada no Japão, por Jigoro Kano, em 1882.

8
 Deus protetor dos Guerreiros Ninjas e Samurais do antigo Japão. Fudo-Myo representa o maior de todos os
oponentes, a própria pessoa. Para conseguir dominar e superar as barreiras e adversários é necessário
conhecer-se a si próprio e vencer suas frustrações.




                                                                                                            十六
17




           “Surpreendeu-me a integração entre as duas culturas, brasileira e japonesa, pois os
devotos desse Templo vão duas vezes por ano a Aparecida do Norte pedir benção na antiga
igreja, à Padroeira do Brasil”.(AZEVEDO, 1994, p.50).
           Outro templo conhecido na cidade é o Shingonshu Kongoji construído em 1955, sob
a responsabilidade de Meisho Oda e com o apoio de outras pessoas que desejavam ter um
templo de Shingonshu9 em Suzano. Inicialmente era apenas uma simples capela que aos
poucos foi se ampliando.
           Com uma representatividade significativa no município, com o passar dos anos
naturalmente foi surgindo grupos e associações culturais ligadas às tradições japonesas na
cidade. Dentre elas, as mais tradicionais e conhecidas são a Associação do Fukuhaku,
Academia Terazaki (fig.15), Associação Cultural Suzanense – Bunkyo (fig.16) e a Associação
Cultural Esportiva Agrícola de Suzano - ACEAS Nikkey. Há organização de eventos típicos,
como a Festa da Cerejeira; Undo-Kai10, jogos de beisebol, gateball, tênis de mesa, kendô e o
judô, além do ensino da língua japonesa e outras tradições, como o taiko11, por exemplo.
           A influência dos imigrantes japoneses não está presente apenas nas atividades
culturais e sociais do município, mas também em sua economia. Suzano faz parte do
chamado Cinturão Verde da região metropolitana de São Paulo, cuja produção foca-se no


9
    O Shingonshu Kouyasan é uma das seitas budistas criada no começo do século IX por Koubou Daishi Kukai.

10
  Evento informal composto de gincanas prioritariamente direcionadas às crianças, que podem brincar e interagir
com outras crianças, com suas próprias famílias e com a comunidade.

11
     Tambor japonês.




                                                                                                         十七
18




hortifrutigranjeiro. De acordo com dados do município há cerca de 540 produtores rurais,
sendo metade deles de origem japonesa. Além da produção rural, há grande influência
japonesa nas indústrias de Suzano com algumas filiais diretamente ligadas às empresas
japonesas no Japão, trazidas por Pedro Miyahira, prefeito de Suzano na década de 1970.




 Fig.15 – Academia de Judô Terazaki.          Fig.16 – Torii: portal de entrada do Bunkyo.
 Fonte: Prefeitura de Suzano.                 Fonte: Prefeitura de Suzano.




                                                                                             十八
19




                                                                           ANÁLISE DO ENTORNO


                                    A Imagem da Cidade: uma análise sobre Suzano.


                                         BUNKYO –                       Centro – área de
                                         associação                     análise
                                         cultural
                                         japonesa

                                                                        entorno

                                                                  academia de judô




                                                                 terreno




                   templo budista



                                          ACEAS – associação agrícola
                                          e esportiva de suzano




Fig.17 – Recorte de Suzano.




                                                                                           十九
20




     terminal de ônibus
        estação de trem

         praça da igreja

                 bunkyo




                                              praça do
                                              expedicionário




   terreno                                       prefeitura
                                                 praça




             via principal
             via secundária



Fig.18 – Recorte de Suzano. Região central.




                                                               二十
21




       Kevin Lynch em seu livro “A imagem da cidade” faz um estudo com base em três
cidades norte-americanas (Boston, Jersey City e Los Angeles) no qual trabalha a questão da
percepção e imagem que as pessoas têm da cidade e partir disso como elas se localizam
nesse meio. O autor identificou cinco elementos capazes de estruturar a imagem da cidade,
estas classificadas em: vias, limites, bairros, pontos nodais e marcos.
       As vias se resumem às ruas, alamedas, canais, ferrovias, ou seja, linhas de
circulação. Limites são elementos lineares formados por duas áreas distintas originando
uma quebra na continuidade, como rios, linhas férreas, uma construção. Os bairros, de
acordo com Lynch, são entendidos como áreas em que se percebe uma homogeneidade em
relação a outros espaços, diferentemente do termo comumente conhecido no Brasil mais
próximo ao termo distrito, ligado a idéia de uma divisão administrativa. Em relação ao ponto
nodal é entendida como um ponto de confluência de vias, pedestre, circulação tendo a
natureza tanto de conexões como de concentrações. Já o marco se configura como uma
tipologia de referência: um edifício marcante, uma torre alta, uma montanha, um sinal que se
destaca da paisagem e possam ser visto de longe, de vários pontos e ângulos da cidade,
resumindo-se a um elemento marcante. Com base nisto, o intuito neste ponto do trabalho é
fazer uma análise da cidade de Suzano com base nessas informações expostas e descritas
por Kevin Lynch em seu livro.




                                                                                     二十一
22




            1
        2




    3




                LEGENDA

                1-   Terminal de ônibus

                2-   Estação Ferroviária

                3-   Praça da Igreja Matriz

                4-   Praça dos
                     Expedicionários

                5-   Paço Municipal
4
                     Linha Férrea

                     r. Francisco Glicério

                     r. Benjamin Constant




                 Fig.19 – Área
                 central de Suzano.




    5


                                              二十二
23




                                                                            paço municipal

                                                           terreno



                                                                            praça




 Fig.20 – Principais vias do entorno do terreno escolhido para o projeto.

         O município de Suzano é marcado por vias bem distintas, começando pela linha
férrea que corta a cidade de leste a oeste e a divide em duas grandes áreas, configurando-
se também uma barreira ou um limite. Ainda neste mesmo local encontra-se um Terminal de




                                                                                             二十三
24




Ônibus (fig.21) próximo à área de embarque e desembarque da Estação Ferroviária (fig.22)
conformando-se um ponto nodal onde há uma convergência de pessoas fazendo uso desses
meios de transporte, assim como de conexão com o restante da cidade. Os acessos
principais que delimitam a região central da cidade (av. Armando Sales de Oliveira e av.
Marques Figueira) também se interligam a rua paralela à ferrovia, demonstrando confluência
nessa região.
           Os bairros do município já não se configuram conforme o bairro descrito por Lynch eu
seu livro. Essa característica pode ser encontrada na área comercial que se estabelecem
nas ruas Francisco Glicério e Benjamin Constant, ambas paralelas, formando o centro da
cidade. Outras áreas não possuem uma configuração mais homogênea ou uma tipologia
mais unificada. (fig.23)
           Em relação aos marcos na cidade, um bem característico é a Praça da Igreja Matriz
(fig.25). A praça, além de ocupar um quarteirão inteiro, possui uma edificação bem
marcante, com seus arcos e torre do relógio. E não apenas um marco, mas este espaço se
caracteriza também como um ponto nodal, onde se torna um ponto de concentração de
pessoas.
           Outro marco importante é a Praça dos Expedicionários (fig.24), no qual a estátua de
um soldado12, em homenagem aos soldados de Suzano que integraram o grupo que foi para
a Segunda Guerra Mundial, consolida-se como um monumento relevante e marcante para a




12
     Estátua inaugurada na praça em 15 de novembro de 1964.




                                                                                        二十四
25




praça. A imagem da estátua caracteriza a praça e se destaca em relação a outras existentes
na cidade, criando uma imagem única para este espaço.
        O Paço Municipal (fig.26) e seu entorno caracteriza-se por ser uma área privilegiada.
O edifício municipal, só por si, possui uma tipologia significativa para a imagem da cidade,
como uma construção diferente e única em relação às outras edificações públicas
municipais existentes, com traços da arquitetura modernista. A praça existente ao lado da
prefeitura forma um ponto nodal, devido a sua localização e eventos sempre presentes no
local, formando mais um ponto de convergência, ainda mais facilitado pelas vias de acesso
(rua Baruel e av. Paulo Portela) e pontos de ônibus que cercam o entorno.




 Fig.21 – Terminal de ônibus. Fonte: site skycrapercity.   Fig.22 – Estação Ferroviária. Fonte: site skycrapercity.




                                                                                                                 二十五
26




   Fig.23 – rua Franciso Glicério. Fonte: site skycrapercity.   Fig.24 – Praça dos Expedicionários. Fonte: site skycrapercity.




Fig.25 – Igreja Matriz. Fonte: site skycrapercity.                Fig.26 – Paço Municipal. Fonte: site skycrapercity.




                                                                                                                        二十六
27




                                                            O Município de Suzano




                         Fig.27 – RMSP.                           Fig.28 – Região do Alto Tietê.




       Suzano faz parte da Região Metropolitana de São Paulo e também pertence à
Região do Alto Tietê cujos municípios estão localizados no entorno da nascente do Rio
Tietê. Seus municípios limítrofes são Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Santo André, Rio
Grande da Serra, Ribeirão Pires, Ferraz de Vasconcelos e Poá. E localiza-se a 34 km de
São Paulo, capital. (fig. 27 e 28)
       O município dispõe da Estação Suzano da linha 11 da CPTM além do Terminal de
Ônibus Vereador Diniz José dos Santos Faria, conhecido como Terminal Norte. Além disso,
é servida por serviços de ônibus intermunicipais e metropolitanos de cidades como Arujá,
Ferraz de Vasconcelos, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Ribeirão Pires,
Santa Isabel e São Paulo. Suas principais rodovias são: Rodovia Índio Tibiriçá, Rodovia
Ayrton Senna e Rodovia Henrique Eroles.(fig.29)




                                                                                        二十七
28




                                Fig.30 – Principais vias de acesso da área de intervenção.
                                Fonte: Prefeitura de Suzano.




Fig.29 – Principais vias de acesso.
Fonte: Prefeitura de Suzano.




                                                                                 二十八
29




       De acordo com o Censo de 2010 há uma população de mais de 262 mil habitantes,
sendo 10% descendentes de japoneses.
       Conhecida como “Cidade das Flores”, no município há uma grande produção nessa
área além da produção de hortifrutigranjeiro.
       Na área educacional, além das escolas municipais e estaduais há em Suzano o
SESI, uma ETEC, uma faculdade particular e o Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia que atualmente oferece cursos técnicos, mas futuramente abrirá vagas para o
ensino superior.



                                                                     Análise do Terreno


       A área em estudo para a implantação deste projeto arquitetônico está situada na
região Central de Suzano devido à infraestrutura, facilidade em transporte e locomoção e
principalmente devido à dinâmica de circulação dos bairros para o centro. (fig.31)
       Este local se diferencia pelos equipamentos existentes
no entorno. A área de intervenção é a conjunção de um terreno
abandonado e um estacionamento que se localiza na rua Baruel,
uma das principais vias de Suzano. Em frente a esta área
localiza-se o Paço Municipal, um edifício marcante ao lado de
uma praça recentemente construída.
                                                                      Fig.31




                                                                                     二十九
30




       Seu entorno é caracterizado por edifícios institucionais, comerciais e de serviços,
além dos tipos habitacionais e de alguns de uso misto com comércio e habitação. Em um
raio de 300 metros, a partir do terreno de intervenção deste trabalho, abrange uma
quantidade considerável de instituições de ensino, entre municipais, estaduais e
particulares, desde o ensino fundamental até o ensino superior.


       ÁREA: 4795,35m²
       LARGURA FRONTAL: 48,82m
       MEDIDAS: 48,82m x 106,64m x 49,85m x 91,52m (sentido horário)




                                                                            Fig.32 – Terreno
                                                                            escolhido em
                                                                            frente ao Paço
                                                                            Municipal.




                                                                                         三十
31




       O entorno da área do terreno é bem movimentada. Há várias escolas ao redor por
isso há uma grande circulação de pessoas. A av. Paulo Portela e a Rua Baruel são rotas de
ônibus, com pontos de parada próxima ao local.
       Além disso, há outras atividades, como serviços e comércio, que reforça esse
movimento no local. A praça em frente ao terreno valoriza o entorno e é bem aproveitada
pelo público.
       Os gabaritos das construções ao redor são predominantemente baixos, com algumas
exceções, como o edifício comercial ao lado do terreno, o próprio edifício da prefeitura e o
supermercado ao fundo do terreno.
       O terreno não sofre com sombreamento dos edifícios do entorno, porém o contrário
pode acontecer, caso a proposta deste Centro Cultural exceda muito em sua altura, assim
causando sombra no edifício comercial ao lado. Além disso, o terreno não é muito
acidentado, com curvas de nível de 1 em 1 metro.




                              terreno           1
                                                        2
                                        4
                                                    3       8

                                            5       6           7



                                                                              Fig.33 – Terreno
                                                                              escolhido .




                                                                                      三十一
32




                                           1                                            2
Fig.33                                         Fig.34


         1- Praça da prefeitura                         2-Calçada do paço municipal.
         3-Vista da praça para o terreno                4- Prédio da prefeitura




                                           3                                            4
Fig.35                                         Fig.36




                                                                                       三十二
33




                                 5                                                    6
Fig.37                                 Fig.38



         5-Praça da prefeitura           6-Esquina r. Baruel com av. Paulo Portela
         7-Praça da prefeitura           8-Av. Paulo Portela




                                 7                                                    8
Fig.39                               Fig.40




                                                                                     三十三
34




Fig.41 – Panorâmica: praça




                                                    Fig.42 – Panorâmica: terreno.




     Fig.43 – Panorâmica: terreno e eixo da praça
                                                                             三十四
35




Rua Benjamin Constant
                                                8     5

Rua Francisco Glicério
                                                                          6          7

                                                9                         6


                                                                          4

                                         terreno
                                                                                            9

Rua Baruel
                               praça                      1




                                            2
                               Av.
                               Paulo
                               Portela      3



                                                                                                Av. Antônio
                                                                                                Marques
                                                                                                Figueira




LEGENDA

1. Prefeitura Municipal                             2. Fórum Municipal              3. Posto Saúde Municipal
4. Secretarias do Município                         5. Escola de Ensino Fundamental 6. Escola de Ensino Médio
7. Escola de Ensino Superior Particular             8. Teatro Municipal             9. Rede de Supermercado
       Circulação pessoa                                     Circulação veículos             Ponto de ônibus


Fig.45 – análise do entorno.



                                                                                                          三十五
36




Fig.46 – Análise do Entorno. Maquete do entorno, curvas de nível, gabarito.



                                             oeste




                                                       leste




 Fig.47 – Análise do Entorno. Insolação.




                                                                              三十六
37




                                                  Legislação, uso e ocupação do solo

          De acordo com a Lei Complementar 025-96 / Lei de Zoneamento do Município de
Suzano, a área em estudo pertence a Z1 – Zona Central de Alta Densidade Demográfica. Na
Seção IV – Do uso institucional:


          Art. 47. Para fins de Uso e Ocupação do Solo, os estabelecimentos institucionais
("E") classificam-se como espaços, estabelecimentos ou instalações destinadas à educação,
saúde, lazer, cultura, assistência social, culto religioso ou Administração Pública, que
tenham espaço direto, funcional ou espacial, com o Uso Residencial.


          A. TAXA DE OCUPAÇÃO: nunca superior a 50% (cinqüenta por cento) da área do
imóvel;
          B. RECUOS MÍNIMOS:
          1. DE FRENTE: 5,00 m (cinco metros);
          2. LATERAIS, DE AMBOS OS LADOS: 3,00 m (três metros);
          3. FUNDOS: 3,00 m (três metros);


          E da seção II – altura máxima e dos recuos obrigatórios:
          Art. 73. As edificações deverão obedecer a recuos laterais e de fundos, da
edificação, iguais a H/10 + l, 50m, onde "H" é a distância vertical entre o piso do primeiro
pavimento e o teto da última laje, excluído o ático;




                                                                                     三十七
38




       Art. 74. Toda edificação deverá obedecer a recuo mínimo de frente de 5,00 m (cinco
metros)
       Art. 75. Nas "Z-l", as edificações com a altura máxima, de 10,00m (dez metros),
excluídos os telhados - cuja única finalidade seda a de cobertura -, poderão encostar nas
duas divisas laterais e na de fundos, obedecidas as demais normas vigentes de insolação,
ventilação, taxa de ocupação e índice de aproveitamento.(Alterado pela Lei Complementar
028/97).
       A figura 48 mostra a aplicação da legislação de acordo com a altura máxima de dez
metros. Nesse caso não há a obrigatoriedade de recuos laterais e de fundo, apenas o recuo
frontal mínimo de cinco metros. Essa configuração ocupa todo o terreno não possibilitando
um respiro entre as construções vizinhas.




           Fig.48 – Aplicação da legislação. Altura máxima = 10m.




                                                                                  三十八
39




       Na figura 49 é possível ver a aplicação da legislação de acordo com a altura máxima
de quinze metros. Já nesse caso há a obrigatoriedade de recuos laterais       e de fundo
mínimos de três metros. O recuo frontal continua com cinco metros, o mínimo exigido. Os
recuos laterais já criam uma brecha entre os edifícios vizinhos criando uma sensação menos
aprisionada ao terreno.




        Fig.49 – Aplicação da legislação. Altura máxima = 15m.




       A figura 50 mostra a aplicação da legislação de acordo com a altura máxima de vinte
e cinco metros. Nesse caso há a obrigatoriedade de recuos laterais e de fundo de quatro
metros e recuo frontal mínimo de cinco metros. A partir dessa altura já começa a se tornar




                                                                                   三十九
40




desfavorável ao entorno além de causar grande sombreamento ao edifício comercial ao
lado.




         Fig.50 – Aplicação da legislação. Altura máxima = 25m.




        Na figura 51 observa-se a aplicação da legislação de acordo com a altura máxima de
trinta e cinco metros. Nesse caso há a obrigatoriedade de recuos laterais e de fundo
mínimos de cincos metros. O recuo frontal continua com cinco metros, igual a todos os
outros casos, que é o mínimo exigido por lei. Essa altura excede em muitos metros em
relação ao entorno e apesar de permitido pela lei esta configuração é a menos favorável de
todas, podendo causar alguns problemas em relação a sombreamento.




                                                                                     四十
41




Fig.51 – Aplicação da legislação. Altura máxima = 35m.




                                                         四十一
42




                                                      ARQUITETURA JAPONESA

      O Japão se situa na zona temperada do globo terrestre, mas devido as correntes de
ar e marítimas, seu clima, considerado moderado, possui as estações do ano bem
marcadas, nevando no inverno em algumas regiões e em outras com o verão bem quente e
úmido. Essas questões do clima somadas à abundância de recursos naturais, como as
florestas, resultaram no uso da madeira como um material predominante na arquitetura
japonesa.
      Até antes da Segunda Guerra Mundial a arquitetura japonesa permeava entre as
experiências tradicionais e a imitação de modelos europeus, de formas distintas. Somente
com o advento do movimento moderno, principalmente com influencias de Le Corbusier, no
pós-guerra, surge uma nova geração de arquitetos, rompendo com esse dualismo
(BENEVOLO, 2007). Porém suas tradições de alguma forma ainda se mantêm presente,
como na busca por materiais naturais, simbolismos ou as formas simples, criando uma
conexão entre tradição e modernidade, como uma arquitetura singular.
      A primeira geração de arquitetos desse pós-guerra é formada por Arata Isozaki,
Fuhimiko Maki, Kazuo Shinohara e Kisho Kurokawa que marcaram uma época,           até a
década de 1980, com suas obras. A segunda geração formada por Tadao Ando, Toyo Ito,
Itsuko Hasegawa, Kijo Rokkaku e Kiko Mozuna surgiram algum tempo depois, mas com o
passar do tempo, ambas as gerações começaram a trabalhar lado a lado.




                                                                                 四十二
43




       Essa arquitetura é caracterizada por quatro princípios que marcaram seu
pensamento e estilo. Primeiro é a geometria, marcada pelos módulos, como a grelha e
formas simples, como quadrados e círculos. O segundo princípio é o requinte estilístico,
detalhes refinados e minuciosos, como o desenho de uma fachada, por exemplo. O
simbolismo, outro princípio, tem como proposta traduzir nas construções elementos
complexos como o processo da consciência humana ou fenômenos naturais, este último
como exemplo, pode ser visto em edifícios que se compõem em estudo com o vento ou a
luz. Por fim, o último princípio, o expressionismo tem com intuito expressar emoções, criando
um ambiente alegre, por exemplo, através de elementos arquitetônicos e percepções
espaciais. (MEYHÖFER, 1994).


       “É importante que se reconheça o estudo de novos conceitos, como forma de ampliar
a percepção de seu próprio mundo. Esta tem sido justamente a postura dos japoneses
durante séculos: aprender a cultura e a técnica de outros povos sem perderem suas próprias
tradições no processo.” (MASSAD, Fredy; GUERRERO YESTE, Alicia.)


       Apesar dessas características em comum ainda há grandes resquícios do
modernismo entre os arquitetos japoneses. O uso do concreto e as formas simples estão
muito presentes nas paisagens japonesas, mas sempre com características particulares,
mesclando o uso de materiais tradicionais como a madeira. Internacionalmente, a sua
arquitetura é reconhecida por alguns arquitetos que se destacam em suas particularidades,
porém sem manter um movimento ou corrente arquitetônica japonesa como foi no
modernismo para o mundo.



                                                                                      四十三
44




                                                                                 Arata Isozaki

       Arata Isozaki trabalha formas geométricas predominantes. É uma característica bem
significativa em suas edificações. Representante do movimento do metabolismo cuja
arquitetura prega uma “violência formal, geometria elementar ostentosa e proposta estrutural
rigorosa", ou seja, expressionismo formal. Isozaki tinha a preocupação teórica quanto à
criação de mega-estruturas, mas ao longo dos anos tem apresentado uma síntese de todos
os seus experimentos e estudos na arquitetura.




        Fig.52 – Museu de Arte de Kitakyushu.             Fig.53 – Centro de Conferência Internacional
        Arq. Arata Isozaki.                               Arq. Arata Isozaki.


                                                                                  Tadao Ando

       A arquitetura de Tadao Ando é reconhecida pelas formas geométricas e o elemento
de grelha, conceitualmente retirada da idéia dos tatames (aparenta-se a colchonetes de
dimensões definidas 180x90x5cm), cuja quantidade tradicionalmente delimitava o espaço de



                                                                                              四十四
45




cada cômodo dentro de uma residência. Em sua arquitetura, Ando usa blocos de concreto
de 180 por 90 centímetros, seguindo eixos nessas dimensões. Tem grandes influências de
Le Corbusier e do modernismo.




         Fig.54 – Igreja da Luz.                         Fig.55 – Casa Azuma.
         Arq. Tadao Ando                                 Arq. Tadao Ando.



                                                                                 Toyo Ito

       Toyo Ito é um arquiteto que trabalha bastante com os simbolismos em sua
arquitetura. Elementos da natureza, como a árvore, o vento, o sol, são itens bem elaborados
e trabalhados em suas construções.
       “Integrado no fluxo de uma metrópole que vive no limite do presente, Toyo Ito
desenvolve na atualidade – ajudado pela tecnologia – uma arquitetura inteligente e sensível,



                                                                                     四十五
46




que faz patente a transição para uma realidade feita de muitos conceitos novos e a
consciência de haver estado ocupando este lugar durante muitos milhões de anos e que
poderia considerar-se essencialmente (por sua essência) japonesa”. (MASSAD, Fredy;
GUERRERO YESTE, Alicia).




             Fig.56 – Edifício Mikimoto Ginza                 Fig. 57– Edifício Tod’s Omotesando.
             Arq. Toyo Ito.                                   Arq. Toyo Ito.



       Estes três arquitetos citados acima possuem trabalhos de grande expressividade
mundial, no entanto suas principais características são bem distintas.
       Para este trabalho a intenção não é buscar elementos característicos que definem a
arquitetura japonesa e aplicá-los em projeto, não há o intuito de recriar as técnicas dos
templos antigos e das tradicionais casas de madeira. O objetivo é entender a arquitetura, no
caso deste trabalho, devido a influencias, a arquitetura japonesa na contemporaneidade,




                                                                                              四十六
47




para usá-la como referência projetual e de solução arquitetônica levando em consideração
essa aplicação baseada numa sociedade com base cultural diferenciada.
       As principais características evidenciadas nas escolhas destes três arquitetos estão
na expressividade e simplicidade da forma, simbolismo e o uso da iluminação como partidos
de projeto. Destaca-se também o uso do concreto. Estas e outras características estão
evidenciadas nas escolhas das referências de projetos.




                                                                                    四十七
48




                                                             ENTENDENDO O JAPÃO


                                                          História e Cultura do Japão.

       A história do Japão se divide em períodos em que cada um contribuiu de forma
significativa para a formação artística e cultural do país. Abaixo estão listado os períodos
históricos do Japão mais importantes.


             Período pré-budista – referente ao período paleolítico : caça, pesca e
              instrumentos de pedra lascada, posteriormente polida. Peças de cerâmica de
              barro, desenho em relevo através de cordas.
             Período Asuka (552-710) – chegada do budismo e transformações sociais e
              políticas. Influência da cultura budista.
             Período Nara (710-794) – construção de diversos templos budistas,
              crescimento cultural e artístico e escrita chinesa adaptada para o japonês
              (ideogramas – kanjis)
             Período Heian (794-1185) – sistema de escrita japonês (hiragana e katakana).
              Surgimento da figura dos samurais na sociedade. Auge da corte imperial
              japonesa e marcada pela poesia e literatura.
             Período Kamakura – início do Xogunato (1192-1333) – os samurais se
              consagram no poder – regime militar – feudalismo.



                                                                                     四十八
49




               Período Muromachi (1338-1573) – evolução econômica e cultural: arquitetura,
                pintura, poesia, canções, cerimônia do chá, ikebana, teatro. Chegada do
                cristianismo.
               Período Momoyama (1574- 1603) – unificação.
               Período Edo – Xogunato Tokugawa (1603 a 1868) – divisão de classes
                (samurais, camponeses, artesãos e comerciantes), fechamento dos portos,
                enriquecimento cultural (ukiyo-e, gueixas, kabuki, bunraku, poesia, literatura).
               Período Meiji (1868-1912) – abertura dos portos, revolução industrial,
                expansão militar.


       Nesses períodos que surgiram as tradições e costumes milenares japoneses. Houve
um grande enriquecimento cultural no Período Edo devido à falta de contado do país com
outras culturas, voltando-se apenas para a própria cultura em formação e produção.




      Fig.58 – A Grande Onda de Kanagawa.            Fig.59 – Shodô: uso do pincel e tinta preta, modo
      Ukiyo-e (xilogravura)                          correto de segurá-lo e escrever a caligrafia japonesa.


                                                                                                      四十九
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Fig.60 – Ikebana são os arranjos   Fig.61 – Cerimônia do Chá envolve a preparação, o modo
florais.                           de servir e até o ambiente.




                                                                                            五十
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                                                      JAPOP, a cultura pop japonesa

       A cultura pop pode ser entendida como uma cultura de massa. Mas foi através da
pop art, de Roy Lichtenstein e Andy Warhol, por exemplo, que este termo tornou-se mais
conhecido, uma vez que esses artistas fizeram uso de imagens populares à mídia e meio de
comunicação, como Marlyn Monroe ou as famosas latas de sopa Campbell’s para criar suas
obras. Assim, “a cultura pop é um poderoso reflexo da sociedade na qual vivemos e não se
restringe somente ao aspecto estético, mas desempenha um papel importante atingindo da
mesma maneira todas as pessoas em um sentido cultural mais amplo” (LUYTEN, 2000, p.
7).
       Após a Segunda Guerra Mundial, o Japão em reconstrução e aberto para o mundo,
sua cultura tornou-se motivo de curiosidade e fascínio ao exterior. As imagens tradicionais
de sua cultura como a conduta e ética dos samurais, suas espadas (as katanas), kimonos,
gueixas, templos evocavam uma beleza e curiosidade sobre o oriental.
       Porém com essa abertura do Japão para o mundo ocidentalizado as trocas e
influências entre culturas começaram a surgir. Dentro do próprio país suas antigas pinturas
foram sendo substituídas por personagens caricatos de olhos grandes e cabelos espetados
e seus filmes sobre samurais, mostrando uma imagem tradicional do país, foram sendo
substituídos por filmes e seriados de monstros gigantes destruindo Tóquio. Esses novos
produtos se popularizaram no Japão, chegando ao mundo ocidental.
       No Brasil, na década de 1980 começou a entrada dessa cultura no país. Filmes do
Godzilla, super-heróis batalhando com monstros gigantes, desenhos animados com



                                                                                    五十一
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personagens caricatos, mas ainda de certa forma, mostrando características peculiares do
Japão, como nomes japoneses, o hábito de comer com hashi, uniformes escolares
semelhantes a roupas de marinheiro.
       Hoje, muito dos curiosos ou apreciadores da cultura japonesa, buscam mais
conhecimentos sobre sua história e cultura mais tradicional após assistir um filme, uma
animação ou mesmo após ter lido algum mangá, as histórias em quadrinhos japoneses. E
nessa busca entram mais em contato com a cultura pop, como as novelas (doramas), moda
(visual kei, cosplay, moda urbana), música (j-music).
       Explicando brevemente um pouco dessa manifestação cultural, a cultura pop
japonesa atinge diversas mídias e camadas:


       Animê: série de desenho animado em capítulos. Geralmente são adaptações
animadas dos mangás após fazerem sucesso.


       Mangá: histórias em quadrinhos. Diferentemente das HQ’s americanas (Marvel, DC
Comics, do Homem Aranha, Batman, Superman, etc) os mangás possuem histórias em um
ciclo fechado. A leitura do mangá é muito popular no Japão, atingindo tanto crianças como
adultos.


       Vídeo Game: produção de consoles e criação de jogos, como enredo, jogabilidade,
história. Grande expoente nesta área está a Nintendo, que incialmente em 1889 produzia
apenas cartas de baralho, e criou o personagem-ícone Mario, do jogo de vídeo game.




                                                                                     五十二
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       Seriados live-action: gravação com atores, divididos em tokusatsu (seriados de super
heróis) e doramas (novelas japonesas, muitas vezes adaptados dos animês e mangás). Eles
se assemelham na cultura americana pelos seriados e as novelas dos brasileiros.


       Filmes: Akira Kurosawa, grande expoente da cinematografia japonesa, inspirou
diversos diretores no ocidente. Os filmes do gênero de terror japonês também ganharam
grande destaque no mundo ocidental. As animações japonesas de longa-metragem
ganharam grande espaço nos cinemas na parte ocidental do mundo, com destaque para o
Oscar de Melhor Animação em 2002, para Sen to Chihiro (A viagem de Chihiro).


       Cosplay: do inglês “costume play” baseia-se no fato de se fantasiar e atuar como um
personagem. Apesar de ter surgido nos EUA, ganhou grande expressão no Japão com os
animês e mangás.


       Moda Urbana: como grande expoente, o bairro de Harajuku em Tóquio concentra
diversas pessoas exibindo sua moda. Há muitos jovens estilistas mostrando seu trabalho.
Este ato de se expor na rua com suas roupas faz parte da cultura de cosplay no Japão.




                                                                                    五十三
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Fig.62 – Imagens representativas da cultura popular e atual do Japão. Envolvem seriados, novelas, filmes, música,
desenhos e até o modo de se vestir.




                                                                                                                    五十四
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                                                                   Datas comemorativas

       Algumas datas comemorativas no Japão vêm de uma longa tradição e costume que
continuam até os dias atuais. Estas datas fazem parte da cultura japonesa, presente no
cotidiano e marcado por eventos escolares, festivais, entre outras manifestações.


       Dia 1 de Janeiro: Dia de Ano Novo - O mais importante feriado nacional do Japão. Há
costumes como comer manju, o bolinhos japoneses feito a base de arroz, as crianças
receberem dinheiro dos pais.


       Dia 3 de Fevereiro: Festival de jogar favas de feijões (Setsubun) - Tradição para
espantar maus espíritos.


       Dia 3 de Março: Dia das Meninas (Hina Matsuri) – há a tradição de confeccionar
bonecos representando a corte imperial. Nas escolas as crianças costumam fazer
dobraduras, artesanatos desses bonecos para celebrar a data.


       Dia 5 de Maio: Dia das Crianças (Kodomono-hi) - Festival dos meninos – há a
tradição de pendurar nas casas bandeiras em forma de carpas.


       Dia 7 de Julho: Festival das Estrelas (Tanabata Matsuri) – tradicionalmente nesta data
as pessoas escrevem seus desejos em um papel e amarram em galhos de bambu.




                                                                                      五十五
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       Entre dias 13-16 de Agosto: Festival Bon - Uma importante tradição em honra aos
ancestrais. Há festividades com a dança bon-odori e fogos de artifícios.


       Dia 15 de Setembro: Dia de respeito pelos idosos (Keirou-no-hi) – o Japão é
conhecido pela longevidade de sua população.


       Segunda segunda-feira do mês de Outubro: Dia dos Esportes (Taiiku-no-hi) –
festividades esportivas são realizadas. Em escolas os alunos são incumbidos de
organizarem esses festivais e realizam-se atividades esportivas e competições entre turmas.


       Dia 3 de Novembro: Dia da Cultura (Bunka-no-hi)


       Dia 15 de Novembro: Shichi-go-san - Neste dia as pessoas vão aos templos para
desejarem crescimento saudável para meninas de sete anos, meninos de 5 anos e meninas
de 3 anos (shichi, go, san - 7, 5, 3).




                                                                                    五十六
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Fig.63 – Carpas para o Festival   Fig.64 – Confecção de bonecas                         Fig.65 – Espantar os maus
dos Meninos.                      para o Dia das Meninas.                               espíritos no Setsubun.




Fig.66 – Dança do Bon-Odori.                        Fig.67 – Atividades esportivas em escolas no Dia do Esporte.




                                                                                                              五十七
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                                                   PROGRAMA DE NECESSIDADES


       O programa do Centro Cultural abrangerá atividades que contemplem tanto os
aspectos tradicionais como os contemporâneos da cultura japonesa. Devido a sua proposta
de implantação, na região central da cidade de Suzano, local de grande movimentação de
veículos e pessoas em razão do comércio e serviços ali presentes, a intenção será focada
nos trabalhadores locais, estudantes e usuários que eventualmente se deslocam para o
centro em busca das atividades e serviços oferecidos. Além disso, prevê-se a abrangência
para usuários mais distantes devido à facilidade de acesso e deslocamento, como a grande
oferta de transporte público na área de entorno.
       Com base nisto, a intenção é promover atividades que preservem a história, tradição
e a cultura japonesa na cidade, cuja importância se vê muito relevante devido sua relação
próxima com os imigrantes japoneses.
       O Centro Cultural se divide basicamente em duas grandes áreas, a primeira voltada
para a parte expositiva e de preservação da memória, com exposições e oficinas
relacionadas a atividades culturais mais tradicionais e outra se concentra nas atividades e
oficinas mais dinâmicas e modernas. A idéia principal é trabalhar de forma integrada essas
duas grandes áreas de forma a uma complementar a outra com o intuito de evitar espaços
ociosos, principalmente na área de exposição.
       Abaixo se segue o programa do Centro Cultural e cada espaço com sua descrição e
funcionalidade.




                                                                                    五十八
59




       Espaço da Memória


       Imigração Japonesa em Suzano: Espaço para exposição permanente sobre a
imigração japonesa no município. Resgatar a memória do passado e manter viva para as
novas gerações sua descendência além de mostrar a importância desse povo, sua cultura e
influências na cidade. Exposição de fotos e objetos de época. Reprodução de algumas
situações em que os imigrantes viviam e as atividades que desenvolviam. Montagem de
painéis interativos como textos bilíngües informativos sobre a história e dados curiosos e
relatos, além de reprodução em áudio, também bilíngüe, e projeções visuais. Trabalhar com
a dualidade de uma exposição mais tradicional, com objetos expositivos e uma exposição
mais interativa e tecnológica.
       Cultura Tradicional Japonesa: Exposição permanente representando um pedaço da
rica cultura japonesa. As tradições antigas, costumes, peças tradicionais, objetos de época.
Espaço mais expositivo e painéis informativos descrevendo a história e cultura do Japão,
podendo seguir uma linha cronológica expondo objetos significativos e representativos de
cada época.
       O Japão Hoje: Exposição permanente sobre a cultura do Japão atual. A cultura pop e
tecnológica que se espalha pelo mundo. Mangás, animês, vídeos games, música, moda.
Espaço de grande interatividade e tecnologia com projeções áudios-visuais.
       Espaço Multiuso: Espaço reservado para atividades e eventos esporádicos
relacionados à cultura japonesa. Espaço reservado também para lembrar os costumes e
celebrar datas comemorativas e importantes no Japão, como o ano novo, o dia das crianças
e o dia da cultura.



                                                                                     五十九
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                            Espaço da Memória
                                         Área
 Ambiente      Atividade Desenvolvida              Descrição do Ambiente
                                      circulação
                   Exposição sobre a                espaço para exposição,
 Exposição
                Imigração Japonesa em              quadros, pedestal, mesas
Permanente                                  25%
                 Suzano. História, fatos,             com vidro, com boa
     I
                     fotos, relatos.                     iluminação
                  Exposição sobre a
                 cultural tradicional do            espaço para exposição,
 Exposição
                   Japão. Tradição,                quadros, pedestal, mesas
Permanente                                  25%
                costumes, materiais e                 com vidro, com boa
     II
               peças que representem a                   iluminação
                         época.

                Exposição sobre o Japão             espaço para exposição,
 Exposição
               atual. Cultura pop. Peças,          quadros, pedestal, mesas
Permanente                                  25%
               imagens que representem                com vidro, com boa
    III
                  o Japão atualmente.                    iluminação

                Exposição temporária
               (hamani, ano novo, hina
 Espaço             matsuri, datas                 espaço versátil e aberto
                                            25%
 Multi-uso     comemorativas no Japão               com boa iluminação.
                  viram exposição),
                       eventos.
               Espaço para materias de
Área Técnica                                25%
                exposição em desuso.

 Depósito       depósito para uso geral     25%

                                                        Bem arejado e
                   Atendimento de
 Sanitários                                 25%     organizado, adaptado a
               necessidades fisiológicas
                                                          deficientes




                                                                              六十
61




       Atividades Culturais


       Telecentro: Acesso a microcomputadores, Internet e outras tecnologias digitais que
permitem coletar informações, criar, aprender e comunicar-se com outras pessoas, enquanto
desenvolvem habilidades digitais essenciais hoje em dia. Através da informática e mídias
tecnológicas é possível entrar em contato com a cultural de uma forma diferente e inovadora,
além de se tornar um atrativo para outros públicos.
       História do Japão: aula sobre a história do Japão. Origem, períodos, a sociedade em
castas (imperador, nobreza, samurais, comerciantes e camponeses). Espaço de sala de
aula com interatividade com o restante do edifício do centro cultural, principalmente a área
de exposição. Alunos dessa oficina poderiam criar acervo e material para as exposições
temporárias e celebrar os costumes e datas comemorativas.
       História da Cultura Tradicional: aula sobre o Japão voltado para a sua cultura
acompanhado sua história. Atividades culturais e artísticas desenvolvidas em cada período.
Espaço de sala de aula com interatividade com o restante do edifício do centro cultural,
principalmente a área de exposição. Alunos dessa oficina poderiam criar acervo e material
para as exposições temporárias.
       Língua Japonesa: Salas de aulas voltadas para o ensino da língua japonesa. Estudo
gramatical com interação com o acervo de mangás e o ensino oral e de conversação
relacionado com o acervo audivisual. Alunos dessa oficina poderiam criar acervo e material
para as exposições temporárias.




                                                                                     六十一
62




       Kanji (shodo): Ensino da técnica do shodo, escrita do ideograma japonês com pincel
e tinta preta, considerada uma técnica de arte.
       Desenho: Ensino do desenho japonês e dos mangás, a história em quadrinhos.
Espaços de ateliês.
       Arte em papel: Ensino de técnicas de trabalho com o papel. Origami, a dobradura e o
kirigami, conhecido como origami arquitetônico. Além de outras técnicas que envolvam o
papel. Espaços de ateliês.
       Furoshiko: Ensino da técnica que trabalha com tecidos para criação de embalagens,
embrulhos, bolsas, etc. Espaços de ateliês.
       Ikebana: Aulas em que ensinam a arte do ikebana – arranjos florais. Conceitos e
filosofias. Espaços de ateliês.
       Cerimônia do chá: Aula demonstrativa da milenar e tradicional cerimônia do chá.
Modo adequado de preparar o chá, servir, e se comportar durante a cerimônia. Recriar o
ambiente. Área visível para visitantes assistirem o momento em que é realizada a oficina.
       Midiateca:     Espaço      audivisual.   Músicas,   documentários,   filmes,   animações
relacionadas à cultura japonesa.
       Gibiteca: Acervo de histórias em quadrinhos diversificados e mangás.




                                                                                         六十二
63




                                        Atividades Culturais

                       Atividade           Equipamentos/        nº       Área        Descrição do
   Ambiente
                      Desenvolvida            Móveis          usuário circulação      Ambiente

                          Acesso a                                                     Espaço com
                   microcomputadores e                                               mesas e cadeira
                     Internet e permiter                                                  para
                                           mesas, cadeiras,
                          coleta de                                                   computadores.
   Telecentro                               computadores,       20       25%
                   informações, criação,                                            Mesas e cadeiras
                                              tomadas
                      aprendizagem e                                                   para uso de
                     comunicação com                                               notebooks próprios
                       outras pessoas.                                             - acesso a internet.

                                                                                     Estantes com
                   Leitura e empréstico
                                                                                      revistas em
                     de histórias em     estatantes com
                                                                                      quadrinhos,
                   quadrinhos em geral.     caixas de
    Gibiteca                                                    30       25%       espaço para leitura
                    Acervo especial de  plástico, bancos,
                                                                                     com mesas e
                   mangás. Espaços de mesas e cadeiras
                                                                                     cadeiras.Bem
                          leitura
                                                                                       iluminado


                                                                                    Lugar silencioso.
                                                                                   Remeter a tradição
                     Espaço exclusivo        tatami, pufe,
     Área de                                                                         japonesa de tirar
                      para leitura ou        mesa baixa,        15
Leitura/Descanso                                                                   os sapatos sobre o
                        descanso.              sapateira
                                                                                    tatami. Agradável
                                                                                       e confortável.

                                                                                      Equipamento
                   Acervo visual sobre a     equipamento
                                                                                    audiovisual, com
                     cultura japonesa.         técnico de
                                                                                    bancos, mesas,
                      Filmes, animês,         audiovisual
   Videoteca                                                    15       25%         cadeiras. Área
                      documentários.         (computador,
                                                                                     para consulta.
                   Espaço para assistir    fone de ouvido),
                                                                                    Acústica. (acerto
                    o acervo no local.           bancos
                                                                                         digital)




                                                                                                   六十三
64




                    Acervo de áudio.
                                                                           Equipamento
                   Música tradicional        equipamento
                                                                         audiovisual, com
                  até música pop atual         técnico de
                                                                         bancos, mesas,
                   do Japão. Espaço           audiovisual
   Audioteca                                                  15   25%    cadeiras. Área
                     para escutar o          (computador,
                                                                          para consulta.
                    acervo no local.       fone de ouvido),
                                                                         Acústica. (acerto
                      Espaço para                bancos
                                                                              digital)
                       karaokê.

                  Aula sobre a história                                  Sala de aula com
                     geral do Japão.                                     mesas e cadeiras.
                                           mesa, cadeira,
História do Japão   Origem, períodos                          20   25%   Conforto térmico e
                                           armário, lousa
                  (Origem, feudalismo,                                     acustico. Boa
                  Xogunato, Era Meiji)                                      iluminação

                      Aula sobre as
                                                                         Sala de aula com
                  tradições culturais do
   História da                                                           mesas e cadeiras.
                     Japão. Gueixa,        mesa, cadeira,
    Cultural                                                  20   25%   Conforto térmico e
                        Samurais,          armário, lousa
   Tradicional                                                             acustico. Boa
                       Pensamento
                                                                            iluminação
                   japones, honra, etc.
                    Aulas de ensino à
                                                                         Sala de aula com
                    lingua japonesa.
                                                                         mesas e cadeiras.
                      Alfabetização a      mesa, cadeira,
Língua Japonesa                                               20   25%   Conforto térmico e
                          leitura e        armário, lousa
                                                                           acustico. Boa
                     interpretação de
                                                                            iluminação
                           textos
                     Aula e ensino da
                    técnica do shodo.                                    Sala de aula com
                        Escrita dos                                      mesas e cadeiras.
                                           mesa, cadeira,
  Kanji (shodo)        ideogramas                             15   25%   Conforto térmico e
                                           armário, lousa
                        japoneses                                          acustico. Boa
                    considerado uma                                         iluminação
                     técnica de arte.




                                                                                       六十四
65




                Aulas de desenho de                                     Sala de aula com
                  mangá. Técnica         mesa, cadeira,                   bancadas tipo
  Desenho
                  tradicionalmente       armário, lousa,    15   25%    estúdio. Conforto
  (mangá)
                    japonesa dos           bancadas                    térmico e acustico.
                      quadrinhos                                         Boa iluminação

                                                                        Sala de aula com
                  Aula de origami,
                                         mesa, cadeira,                   bancadas tipo
                 kirigami, e outras
Arte em Papel                            armário, lousa,    15   25%    estúdio. Conforto
                técnicas japonesas
                                           bancadas                    térmico e acustico.
                     com papel
                                                                         Boa iluminação

                Aula em que ensina                                      Sala de aula com
                a técnica em que se      mesa, cadeira,                   bancadas tipo
  Furoshiki     trabalha com panos       armário, lousa,    10   25%    estúdio. Conforto
                  para criar bolsas,       bancadas                    térmico e acustico.
                  embalagens, etc                                        Boa iluminação

                                                                        Sala de aula com
                                         mesa, cadeira,                   bancadas tipo
                  Aula de arranjos
  Ikebana                                armário, lousa,    10   25%    estúdio. Conforto
                       florais
                                           bancadas                    térmico e acustico.
                                                                         Boa iluminação
                                                                             Ambiente
                                                                         preparado com
                                        móveis e objetos
                Aula demostrativa da                                      tatamis, mesa
Cerimônia do                            necessários para
                milenar e tradicional                       5    25%    baixa de centro e
    Chá                                  a cerimonia do
                 cerimônia do chá                                      louças de chá para
                                               chá
                                                                         demostração da
                                                                            cerimônia
                                                                         Espaço para
                                        Aparelho de som,                   convívio e
                                        vídeo,microfones,              confraternização
  Karaokê       Esapaço para cantar                         5    25%
                                           mesa, sofá,                 entre amigos que
                                            cadeiras.                  queiram cantar e
                                                                          se divertir.




                                                                                      六十五
66




       Outros


       Administração: Área admininstrativa de toda a edificação envolvendo áreas técnicas,
apoio a área de exposição, relações públicas.
       Auditório: Espaço destinado a apresentações, eventos, grupos escolares, palestras,
apoio às oficinas e ao espaço multi-uso. Entrada e saída independente.
       Café: Espaço de alimentação, convivência e descanso entre o público e visitante do
centro cultural.
       Jardim: Área verde reservado ao convívio e descanso. Relação com o café. Trabalhar
com árvores de cerejeira, um símbolo para o Japão.




                                                                                   六十六
67




                                                  Auditório
                    Atividade              Equipamentos/            Nº         Área          Descrição do
 Ambiente
                   Desenvolvida               Móveis             usuários   circulação        Ambiente
                                         Espera- sofás, pufes,
                  Espera antes da
   Foyer                                  bancos, espelhos,        150
                   apresentação
                                            obras de arte



                                                                                          Espaço climatizado
               Auditório destinado a                                                      para a realização de
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 Auditório                                     cadeiras            150        25%
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               aulas, teatro, cinema.                                                        necessitem de
                                                                                          isolamento acústico



                  Cabine - Área                                                          Essa área é destinada
                  destinada para                                                          para colocação de
               câmeras, traduções e                                                      câmeras e áudio para
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                   Dimmer - Área
                                                                                           dimmerização dos
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                         luz
                                                                                                auditório
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 Sala de Ar
                e manutenção do ar            maquinário            x         25%        locação e manutenção
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                   condicionado                                                            de ar condicionado
                  Atendimento de                                                             Bem arejado e
                                            lavatório/ vaso
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                                               sanitário
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  • 1. INTRODUÇ.ÃO 一(1) OBJETIVO 四(4) JUSTIFICATIVA 五(5) HISTÓRICO 九(9) A vinda dos japoneses para o Brasil 九(9) Breve história do município de Suzano. 十三(13) A Imigração Japonesa em Suzano. 十五(15) ANÁLISE DO ENTORNO 十九(19) A Imagem da Cidade: uma análise sobre Suzano. 十九(19) O Município de Suzano 二十七(27) Análise do Terreno 二十九(29) Legislação, uso e ocupação do solo 三十五(35) ARQUITETURA JAPONESA 四十二(42) Arata Isozaki 四十四(44) Tadao Ando 四十四(44) Toyo Ito 四十五(45)
  • 2. 1 ENTENDENDO O JAPÃO 四十八(48) História e Cultura do Japão. 四十八(48) JAPOP, a cultura pop japonesa 五十一(50) Datas comemorativas 五十五(55) PROGRAMA DE NECESSIDADES 五十七(57) REFERÊNCIAS DE PROJETO 七十(70) Biblioteca Alceu Amoroso Lima, São Paulo. 七十(70) Centro Cultural Vergueiro, São Paulo. 七十二(72) Midiateca de Sendai, Japão. 七十五(75) Parabola House, Japão 七十六(76) Knot House, Japão. 七十七(77) PROJETO: CENTRO CULTURAL JAPONÊS 七十九(79) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 八十六(86) 一
  • 3.
  • 4. 1 INTRODUÇÃO No Brasil a influência dos japoneses é muito grande devido à imigração que se iniciou no século passado, sendo que em 2008 comemoraram-se os 100 anos dessa relação Brasil-Japão. No país surgiram grandes colônias japonesas que contribuíram para organização de associações agrícolas, esportivas e culturais que no inicio eram voltados para os próprios imigrantes como uma forma de integração e entretenimento, mas com o tempo tornaram-se meios de difundir essa cultura e tradição para os brasileiros. Suzano é uma cidade que recebeu seus primeiros imigrantes japoneses em 1921 (fazendo 90 anos da imigração japonesa na cidade neste ano de 2011) e foi considerado município independente em 1948, ou seja, a influência japonesa está presente desde sua formação. Na sociedade, na política e na economia a presença de descendentes japoneses na cidade é marcante, além da forte presença, culturalmente, através de eventos e festas tradicionais que ocorrem anualmente (a festa mais tradicional da cidade que ocorre todo mês de julho é a Festa da Cerejeira, organizada por entidades ligadas à tradição japonesa e recebe apoio da prefeitura municipal). Na arquitetura, o Japão é reconhecido mundialmente pelos seus templos religiosos, palacetes imperiais e as antigas casas tradicionais japonesas que tinham em comum o uso da madeira e outros elementos naturais como a pedra. No mundo contemporâneo, alguns arquitetos japoneses com referência internacional (por exemplo, citando apenas alguns nomes, Kenzo Tange, Arata Isozaki, Tadao Ando) 一
  • 5. 2 sofreram influências do modernismo de Le Corbusier. Atualmente a expressividade da arquitetura japonesa concentra-se em alguns arquitetos que se destacam em suas particularidades (alguns citados no decorrer deste trabalho), porém sem possuir características em comum para unificar-se e se estabelecer com um movimento arquitetônico no país. O grande atrativo dessa arquitetura é o contraste entre o tradicional e o contemporâneo, fato que ocorre não somente na arquitetura, mas também na sociedade japonesa. No Japão há a mistura entre templos antigos e prédios modernos e de alta tecnologia, e o mesmo é visto na sociedade, no qual os japoneses lidam com suas raízes tradicionais de uma cultura antiga e milenar com novas tendências contemporâneas sem gerar conflitos. Para este trabalho, o Japão é o objeto de estudo tanto nas questões culturais (tradicional e contemporânea) como arquitetônicas. No mundo atual, o Japão se difundiu na sociedade ocidental através tanto de sua cultura pop1 como a mais tradicional, exemplificado pelos desenhos, brinquedos, filmes, arte, culinária, costumes, entre outros, presente em nosso cotidiano. No período do Xogunato2 (1185-1868), no Japão, no qual vivia um período similar ao feudalismo na Europa, o país viveu um grande enriquecimento cultural (grandes obras de 1 JAPOP: cultura de massa, popular japonesa. Melhor explicado na pág. 42 (四十二) 2 Xogunato: termo em português que se refere ao regime feudal comandado por figuras militares existente no Japão do Período de 1192-1868. A palavra deriva-se do termo japonês [将軍] xogum que significa “comandante do exército”. 二
  • 6. 3 artes surgiram neste período) no Xogunato Tokugawa (1603-1868), devida ao isolamento e falta de contato com o mundo exterior, houve um grande crescimento e enriquecimento cultural próprio, sem interferências externas. Apenas após a Revolução Meiji (Era Meiji 1868-1912), com a abertura dos portos, o mundo ocidental voltou-se para o Japão, tomando conhecimento dessa cultura nova e tão diferente da ocidental. Além disso, destaca-se a importância dos brinquedos produzidos no Japão para o seu reconhecimento no mundo ocidental, através das exportações. Como o governo japonês dava grande importância à educação primária havia uma grande preocupação em confeccionar brinquedos atrativos para esse público. Mas somente após a Segunda Guerra Mundial, esses produtos chegaram massivamente às crianças no ocidente, criando-se ícones da cultura pop japonesa, como por exemplo, Godzilla, Hello Kitty, a marca Nintendo, além dos aparelhos eletrônicos e tecnológicos. Hoje em dia o mundo é cercado pela animação e cinema japoneses (como o Estúdio Ghibli, de Hayao Miyazaki e Akira Kurosawa, um grande expoente do cinema japonês que influenciou diversos cineastas ocidentais) e através dessas mídias foram capazes de transmitir ainda um pouco dessa cultura tradicional e antiga e, ao mesmo tempo, se misturar a cultura pop e atual do Japão. O enfoque deste trabalho é criar um Centro Cultural Japonês na cidade de Suzano, devido às influências dos imigrantes japoneses no município, que busque relacionar o tradicionalismo japonês com essa cultura de massa cada vez mais popular no mundo ocidental, através de atividades que abrangem seu programa, além de se expressar na própria arquitetura da edificação. 三
  • 7. 4 OBJETIVO O objetivo deste Trabalho Final de Graduação é difundir a cultura japonesa e estreitar as relações entre os descendentes, do qual compõe 10% da população (de crianças a adultos) da cidade de Suzano. Com atividades culturais que divulguem a cultura tradicional e milenar do Japão, como a Cerimônia do Chá e o Shodô (arte da caligrafia), e espaços como uma gibiteca e midiateca para divulgar o Japão contemporâneo e sua cultural atual. A intenção é desenvolver um projeto de Centro Cultural para agregar esses espaços e juntar os valores antigos e atuais e demonstrar um pedaço de uma cultura tão rica que vive em meio a contrastes que é o Japão. Além disso, busca-se entender a cultura, tanto tradicional como contemporânea, assim como a arquitetura japonesa atual com a finalidade de adaptar-se a realidade brasileira e criar um projeto que una seu programa à edificação. 四
  • 8. 5 JUSTIFICATIVA A cidade de Suzano, no Estado de São Paulo, é composta por três grandes regiões: Boa Vista, ao norte; Centro e Palmeiras, ao sul (fig.1). Ao norte, a região de Boa Vista é uma área adensada, composta principalmente por conjuntos habitacionais populares, pequenos lotes e população de baixa renda. A região Sul é uma APM – Área de Proteção de Manancial, predominantemente rural, composta por pequenos bairros e propriedades entre sítios e chácaras. Em ambas as regiões já existem atividades culturais em desenvolvimento, como peças teatrais, Fig.1 – Divisão de Suzano. concertos, eventuais oficinas de artesanato, aulas de desenho e Fonte: Prefeitura. pintura. (fig. 2 a 4) Já na região do Centro, apesar de ser mais desenvolvida e estruturada, existe uma carência de um equipamento que ofereça melhores condições de lazer e cultura para a população de Suzano como um todo, pois, devido a sua localização, a região central é o ponto de convergência de todo o fluxo de trabalho, serviço e comércio em geral. (fig.5) Fig. 2 - Centro Cultural 1: Centro Fig. 3 - Centro Cultural 2: Centro Fig. 4 - Centro Cultural 3: Centro Cultural Boa Vista. Cultural Colorado. Cultural Palmeiras. 五
  • 9. 6 Centro Cultural 1 1 Ginásio Região Central Biblioteca 1 Centro Cultural 2 Teatro Centro Cultural 3 Equipamentos de Saúde Educação Cultura/ Esporte Fig.5 – Recorte da Região Central: Atividades culturais e equipamentos públicos em Suzano. Assinalado terreno escolhido. 六
  • 10. 7 Nesta região, de acordo com o levantamento executado, existe um teatro, uma biblioteca, um ginásio poliesportivo e um galpão no qual são oferecidas oficinas de teatro e realizadas algumas apresentações, sendo estes, todos os equipamentos pertencentes ao município (fig.6 a 8). Fig.6– Ginásio Paulo Portela. Fig.7– Biblioteca Municipal. Fig.8 – Teatro Municipal. Fonte: site prefeitura. Fonte: site prefeitura. Fonte: site prefeitura. – Centro Cultural Boa Vista. A proposta deste Fonte: site prefeitura. trabalho é criar um Centro Cultural que manifeste e divulgue a cultura japonesa de acesso a todos. Por isso, foi escolhida a região central da cidade, pois além de possuir a facilidade do transporte público (fig.9), é uma área de fácil circulação tanto para veículos como pedestres e não possui nenhuma atividade relacionada à cultura japonesa de grande relevância. 七
  • 11. 8 Fig.9 – Linhas de ônibus. A região 8, centro, é a área mais atendida pelo transporte coletivo. Fonte: site prefeitura. 八
  • 12. 9 HISTÓRICO A vinda dos japoneses para o Brasil Para descrever e entender o movimento migratório dos japoneses para o Brasil é necessário primeiramente entender a situação e os motivos que os levaram a deixar seu país de origem e enfrentar uma longa viagem e um futuro incerto num país totalmente desconhecido para eles. Por mais de dois séculos o Japão viveu isolado do restante do mundo. Nesta época o país vivia num sistema feudal denominado Xogunato, sob o comando do xogum (senhor feudal) Tokugawa. Devido ao isolamento sua economia estava estagnada, então em 1854, com o governo fragilizado, os americanos, a base da força e superioridade bélica, facilmente abriram os portos japoneses e ali estabeleceram a primeira embaixada no país. A partir deste momento culminou-se uma crise interna com revoltas e batalhas a fim de restaurar o poder do imperador e modernizar o Japão. (SAKURAI, 2007) Em 1868 dava-se início a Era Meiji (1868-1912), revolucionando o país, trazendo modernidade e novas estruturas políticas, enriquecendo a burguesia emergente adotando o método econômico ocidental. Porém, essa riqueza foi para poucos, pois a maior preocupação do país na época era se fortalecer no setor bélico para poder competir com a situação ao qual o resto do mundo se encontrava, deixando questões sociais em segundo plano. Nesse período ainda havia um número maior da população vivendo nos campos, mas 九
  • 13. 10 com os altos impostos, sem a ajuda do governo, muitos migraram para a cidade em busca de emprego e melhores condições de vida. No entanto, apesar disso, o Japão que é apenas um arquipélago, logo se viu super povoado, então o governo japonês encontrou como alternativa o incentivo a emigração para outros países. Em 1883 houve oficialmente a primeira emigração para a Austrália, logo em seguida, ganhando força, houve movimentos emigratórios para o Canadá, Estados Unidos e Peru. (SAKURAI, 2007) Já no Brasil, em 1888 por pressões externas foi abolida a escravidão, porém a economia do país se baseava na cafeicultura e no trabalho escravo. Com a abolição da escravatura, o Brasil viu-se obrigado a suprir essa falta de mão-de-obra. No início houve a imigração de europeus, mas devido às condições subumanas alguns países europeus impediram por anos a vinda de seus conterrâneos para o país. (SAKURAI, 2007) Enfim, em 1895, Brasil e Japão assinaram um tratado no qual passaram a desenvolver relações diplomáticas e a negociar a vinda de imigrantes japoneses ao país. Somente em 1908, o navio Kasato Maru trouxe os 781 primeiros imigrantes japoneses ao Brasil que foram alocados em fazendas de café no interior de São Paulo. Em 1924 os EUA criaram leis que impediam a entrada de japoneses, assim como no Canadá criou-se restrições dificultando a imigração, tornando o Brasil um país favorável e de fácil acesso para a vinda dos japoneses. Em 1932 o Consulado Geral do Japão, em São Paulo, divulgou que 132.689 japoneses já haviam imigrado, e que mais 25 mil já tinham autorização para 十
  • 14. 11 entrar no país no ano seguinte. Na década de 1930, o Brasil já abrigava a maior população de japoneses fora do Japão3. 1868 1883/88 1895 1908 1921 1932 1945 2008/11 Modernização Primeiros Primeiros Bombas atômicas em 100 anos da do Japão imigrantes imigrantes Hiroshima e Nagasaki. Fim Primeira imigração japonesa japoneses japoneses em da Segunda Guerra no Brasil emigração no Brasil Suzano Mundial japonesa 90 anos da Mais de 130 mil Abolição da imigração japonesa imigrantes escravidão no em Suzano japoneses no Brasil Brasil Tratado entre Brasil e Japão Com o intuito de apenas juntar dinheiro no Brasil para depois voltar ao seu país de origem, os imigrantes japoneses valorizavam suas tradições e davam grande importância em repassá-las aos seus filhos, assim como a educação, pois não queriam que esses passassem dificuldades ao retornarem. Ao perceberem que estavam sendo explorados na lavoura muitos japoneses abandonaram as fazendas e foram trabalhar em seus ofícios de origem como autônomos. 3 Informação retirada em: http://www.imigracaojaponesa.com.br/ 十一
  • 15. 12 Muitos imigrantes tinham profissão como carpinteiro, comerciante, ferreiro antes de vir para o Brasil. Tendo em vista o fracasso do trabalho nas fazendas de café, empresas de emigração japonesas resolvem investir em terras brasileiras. Elas passam a comprar terras no interior do país para constituir suas colônias, chamadas de shokuminchi. Este sistema deu origem a várias colônias no Brasil, como nos municípios paulistas de Aliança, Bastos, Iguape, Registro, Suzano, e as cidades de Assaí no Paraná e de Tomé-Açú no Pará, que começaram como colônias de pequenos produtores rurais japoneses. Nessas colônias os imigrantes rapidamente se organizaram a formar uma comunidade semelhante às existentes no Japão. Criou-se o kyokai4 ou kaikan5, organização semelhante a uma associação em salões que serviam para atividades ligadas à comunidade. A educação também era uma grande preocupação, assim logo surgiu também o nihongakko6, escola voltada para o ensino em japonês. Atualmente é comum encontrar, em cidades com forte ligação com a imigração japonesa, o bunkyo – associação voltada à cultura japonesa. Curiosamente, a palavra bunkyo vem da união de duas palavras de origem japonesa – bunka que significa cultura e da abreviação de kyokai que significa associação – bun(-ka)kyo(-kai) 4 Kyokai – palavra japonesa que significa “Associação”. 5 Kaikan – palavra japonesa que significa “Salão”. 6 Nihongakko - palavra japonesa que significa “Escola”. 十二
  • 16. 13 Breve história do município de Suzano. De acordo com pesquisas históricas, o Município de Suzano se constituiu a partir do jesuíta Francisco Baruel em sua missão de catequizar os índios da região. Os primeiros povoados surgiram ao sul, hoje a região de Palmeiras. Entre 1874 e 1875 chegou à região a Estrada de Ferro São Paulo – Rio, atraindo mais pessoas ao local. Já em 1879, Antônio Marques Figueira, feitor da Estrada de Ferro, ali se estabeleceu (AZEVEDO, 2004). Em nome de Antônio Marques Figueira e seu irmão, em 1890 foi elabora a primeira planta da cidade pelo Conde Romariz, tendo seu primeiro nome de Vila da Concórdia, posteriormente Vila da Piedade. Então em 1891 a Estrada de Ferro Central do Brasil também chegou à região, levando aos irmãos Figueira construírem em 1897 a primeira igreja da Vila, que passou a ser conhecida por Vila de São Sebastião do Guaió, pois foi na data de São Sebastião realizada sua primeira missa (AZEVEDO, 2004). Com a nova administração da Estrada de Ferro Central do Brasil, administrada por Joaquim Augusto Suzano Brandão, foi construída uma estação na Vila, que a partir de 1908 passou a ser chamada oficialmente de Suzano. Com seu crescimento, sua denominação de vila passou a distrito de Mogi das Cruzes em 1919. Apenas em 1949 ocorreu sua emancipação, assim Suzano tornou-se município independente, comemorado no dia 02 de abril. 十三
  • 17. 14 Fig.10 – Estação Ferroviária de Suzano em 1930. Fig.11 – Av. Marques Figueira, 1947. Fonte: Prefeitura de Suzano. Fonte: Prefeitura de Suzano. Fig.12 – Festa na Praça João Pessoa, 1940. Fig.13 – Igreja Matriz Fonte: Prefeitura de Suzano. Fonte: Prefeitura de Suzano. 十四
  • 18. 15 A Imigração Japonesa em Suzano. Em 1908, o navio Kasato Maru desembarcava no porto de Santos, litoral de São Paulo, com os primeiros imigrantes japoneses. Estes japoneses foram convencidos a trabalhar na lavoura por Ryo Mizuno, que com promessas de riquezas, conseguiriam juntar dinheiro e voltar ao Japão. Em março de 1921 chegou a Suzano a família Haguihara, a primeira de imigrantes japoneses, trazidas pelo navio Wakasa Maru. Logo em seguida chegaram as famílias Nishioka, Miyasato, Oshima entre outros. Hoje o município conta, de acordo com o IBGE, com cerca de 10% da população descendente de japoneses. As primeiras famílias que se estabeleceram em Suzano iniciaram o cultivo de morangos, pêssego e chá, este último considerado artigo de luxo na época. Em 1931 as famílias Koda e Harada fundaram a Associação Rural do Fukuhaku e o Grupo Escolar do Bairro e em 1934 fundou a Cooperativa Agrícola Mista de Suzano. Em 1946, Hatsuo Ishibashi introduziu o cultivo de flores na cidade que anos mais tarde até os dias de hoje é conhecida como Cidade das Flores. Katsutoshi Naito que chegou a Suzano em 1932 foi o responsável pela vinda de Tokuzo Terazaki do Pará o qual se instalou na Vila Urupês e construiu a academia de judô Terazaki e sua residência onde seus familiares residem até os dias atuais. O Centro de Instrução de Judô começou a ser construído no ano de 1937 e concluído em 1952. A 十五
  • 19. 16 academia é uma réplica do primeiro templo de judô do Japão, o Kodokan7. Muito espaçoso, chama a atenção principalmente pela foto de seu fundador, que pode ser vista ao fundo do amplo tatame. Muitas peças da decoração vieram do Japão que ainda resistem ao tempo. Considerado um ponto turístico e um marco da tradição japonesa na cidade, localizado no Bairro da Casa Branca, na Estrada dos Fernandes está o templo budista Daigozan Jomyoji (fig.14). Sua construção foi iniciada em 1967 e só foi concluído em 1980, feito em madeira, sem pregos, apenas encaixes, pelo carpinteiro Natu Reijiro trazido especialmente do Japão para a construção do templo. Seu interior foi decorado com peças vindas diretamente do Japão e conta com o Fudo-Myo8, Buda com cerca de 3 metros de altura, o maior da Améria Latina, talhado num único tronco de madeira. (AZEVEDO, 1994) Fig.14 – Daigozan Jomyouji. Fonte: Prefeitura de Suzano. 7 Primeira escola de judô, fundada no Japão, por Jigoro Kano, em 1882. 8 Deus protetor dos Guerreiros Ninjas e Samurais do antigo Japão. Fudo-Myo representa o maior de todos os oponentes, a própria pessoa. Para conseguir dominar e superar as barreiras e adversários é necessário conhecer-se a si próprio e vencer suas frustrações. 十六
  • 20. 17 “Surpreendeu-me a integração entre as duas culturas, brasileira e japonesa, pois os devotos desse Templo vão duas vezes por ano a Aparecida do Norte pedir benção na antiga igreja, à Padroeira do Brasil”.(AZEVEDO, 1994, p.50). Outro templo conhecido na cidade é o Shingonshu Kongoji construído em 1955, sob a responsabilidade de Meisho Oda e com o apoio de outras pessoas que desejavam ter um templo de Shingonshu9 em Suzano. Inicialmente era apenas uma simples capela que aos poucos foi se ampliando. Com uma representatividade significativa no município, com o passar dos anos naturalmente foi surgindo grupos e associações culturais ligadas às tradições japonesas na cidade. Dentre elas, as mais tradicionais e conhecidas são a Associação do Fukuhaku, Academia Terazaki (fig.15), Associação Cultural Suzanense – Bunkyo (fig.16) e a Associação Cultural Esportiva Agrícola de Suzano - ACEAS Nikkey. Há organização de eventos típicos, como a Festa da Cerejeira; Undo-Kai10, jogos de beisebol, gateball, tênis de mesa, kendô e o judô, além do ensino da língua japonesa e outras tradições, como o taiko11, por exemplo. A influência dos imigrantes japoneses não está presente apenas nas atividades culturais e sociais do município, mas também em sua economia. Suzano faz parte do chamado Cinturão Verde da região metropolitana de São Paulo, cuja produção foca-se no 9 O Shingonshu Kouyasan é uma das seitas budistas criada no começo do século IX por Koubou Daishi Kukai. 10 Evento informal composto de gincanas prioritariamente direcionadas às crianças, que podem brincar e interagir com outras crianças, com suas próprias famílias e com a comunidade. 11 Tambor japonês. 十七
  • 21. 18 hortifrutigranjeiro. De acordo com dados do município há cerca de 540 produtores rurais, sendo metade deles de origem japonesa. Além da produção rural, há grande influência japonesa nas indústrias de Suzano com algumas filiais diretamente ligadas às empresas japonesas no Japão, trazidas por Pedro Miyahira, prefeito de Suzano na década de 1970. Fig.15 – Academia de Judô Terazaki. Fig.16 – Torii: portal de entrada do Bunkyo. Fonte: Prefeitura de Suzano. Fonte: Prefeitura de Suzano. 十八
  • 22. 19 ANÁLISE DO ENTORNO A Imagem da Cidade: uma análise sobre Suzano. BUNKYO – Centro – área de associação análise cultural japonesa entorno academia de judô terreno templo budista ACEAS – associação agrícola e esportiva de suzano Fig.17 – Recorte de Suzano. 十九
  • 23. 20 terminal de ônibus estação de trem praça da igreja bunkyo praça do expedicionário terreno prefeitura praça via principal via secundária Fig.18 – Recorte de Suzano. Região central. 二十
  • 24. 21 Kevin Lynch em seu livro “A imagem da cidade” faz um estudo com base em três cidades norte-americanas (Boston, Jersey City e Los Angeles) no qual trabalha a questão da percepção e imagem que as pessoas têm da cidade e partir disso como elas se localizam nesse meio. O autor identificou cinco elementos capazes de estruturar a imagem da cidade, estas classificadas em: vias, limites, bairros, pontos nodais e marcos. As vias se resumem às ruas, alamedas, canais, ferrovias, ou seja, linhas de circulação. Limites são elementos lineares formados por duas áreas distintas originando uma quebra na continuidade, como rios, linhas férreas, uma construção. Os bairros, de acordo com Lynch, são entendidos como áreas em que se percebe uma homogeneidade em relação a outros espaços, diferentemente do termo comumente conhecido no Brasil mais próximo ao termo distrito, ligado a idéia de uma divisão administrativa. Em relação ao ponto nodal é entendida como um ponto de confluência de vias, pedestre, circulação tendo a natureza tanto de conexões como de concentrações. Já o marco se configura como uma tipologia de referência: um edifício marcante, uma torre alta, uma montanha, um sinal que se destaca da paisagem e possam ser visto de longe, de vários pontos e ângulos da cidade, resumindo-se a um elemento marcante. Com base nisto, o intuito neste ponto do trabalho é fazer uma análise da cidade de Suzano com base nessas informações expostas e descritas por Kevin Lynch em seu livro. 二十一
  • 25. 22 1 2 3 LEGENDA 1- Terminal de ônibus 2- Estação Ferroviária 3- Praça da Igreja Matriz 4- Praça dos Expedicionários 5- Paço Municipal 4 Linha Férrea r. Francisco Glicério r. Benjamin Constant Fig.19 – Área central de Suzano. 5 二十二
  • 26. 23 paço municipal terreno praça Fig.20 – Principais vias do entorno do terreno escolhido para o projeto. O município de Suzano é marcado por vias bem distintas, começando pela linha férrea que corta a cidade de leste a oeste e a divide em duas grandes áreas, configurando- se também uma barreira ou um limite. Ainda neste mesmo local encontra-se um Terminal de 二十三
  • 27. 24 Ônibus (fig.21) próximo à área de embarque e desembarque da Estação Ferroviária (fig.22) conformando-se um ponto nodal onde há uma convergência de pessoas fazendo uso desses meios de transporte, assim como de conexão com o restante da cidade. Os acessos principais que delimitam a região central da cidade (av. Armando Sales de Oliveira e av. Marques Figueira) também se interligam a rua paralela à ferrovia, demonstrando confluência nessa região. Os bairros do município já não se configuram conforme o bairro descrito por Lynch eu seu livro. Essa característica pode ser encontrada na área comercial que se estabelecem nas ruas Francisco Glicério e Benjamin Constant, ambas paralelas, formando o centro da cidade. Outras áreas não possuem uma configuração mais homogênea ou uma tipologia mais unificada. (fig.23) Em relação aos marcos na cidade, um bem característico é a Praça da Igreja Matriz (fig.25). A praça, além de ocupar um quarteirão inteiro, possui uma edificação bem marcante, com seus arcos e torre do relógio. E não apenas um marco, mas este espaço se caracteriza também como um ponto nodal, onde se torna um ponto de concentração de pessoas. Outro marco importante é a Praça dos Expedicionários (fig.24), no qual a estátua de um soldado12, em homenagem aos soldados de Suzano que integraram o grupo que foi para a Segunda Guerra Mundial, consolida-se como um monumento relevante e marcante para a 12 Estátua inaugurada na praça em 15 de novembro de 1964. 二十四
  • 28. 25 praça. A imagem da estátua caracteriza a praça e se destaca em relação a outras existentes na cidade, criando uma imagem única para este espaço. O Paço Municipal (fig.26) e seu entorno caracteriza-se por ser uma área privilegiada. O edifício municipal, só por si, possui uma tipologia significativa para a imagem da cidade, como uma construção diferente e única em relação às outras edificações públicas municipais existentes, com traços da arquitetura modernista. A praça existente ao lado da prefeitura forma um ponto nodal, devido a sua localização e eventos sempre presentes no local, formando mais um ponto de convergência, ainda mais facilitado pelas vias de acesso (rua Baruel e av. Paulo Portela) e pontos de ônibus que cercam o entorno. Fig.21 – Terminal de ônibus. Fonte: site skycrapercity. Fig.22 – Estação Ferroviária. Fonte: site skycrapercity. 二十五
  • 29. 26 Fig.23 – rua Franciso Glicério. Fonte: site skycrapercity. Fig.24 – Praça dos Expedicionários. Fonte: site skycrapercity. Fig.25 – Igreja Matriz. Fonte: site skycrapercity. Fig.26 – Paço Municipal. Fonte: site skycrapercity. 二十六
  • 30. 27 O Município de Suzano Fig.27 – RMSP. Fig.28 – Região do Alto Tietê. Suzano faz parte da Região Metropolitana de São Paulo e também pertence à Região do Alto Tietê cujos municípios estão localizados no entorno da nascente do Rio Tietê. Seus municípios limítrofes são Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Santo André, Rio Grande da Serra, Ribeirão Pires, Ferraz de Vasconcelos e Poá. E localiza-se a 34 km de São Paulo, capital. (fig. 27 e 28) O município dispõe da Estação Suzano da linha 11 da CPTM além do Terminal de Ônibus Vereador Diniz José dos Santos Faria, conhecido como Terminal Norte. Além disso, é servida por serviços de ônibus intermunicipais e metropolitanos de cidades como Arujá, Ferraz de Vasconcelos, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Ribeirão Pires, Santa Isabel e São Paulo. Suas principais rodovias são: Rodovia Índio Tibiriçá, Rodovia Ayrton Senna e Rodovia Henrique Eroles.(fig.29) 二十七
  • 31. 28 Fig.30 – Principais vias de acesso da área de intervenção. Fonte: Prefeitura de Suzano. Fig.29 – Principais vias de acesso. Fonte: Prefeitura de Suzano. 二十八
  • 32. 29 De acordo com o Censo de 2010 há uma população de mais de 262 mil habitantes, sendo 10% descendentes de japoneses. Conhecida como “Cidade das Flores”, no município há uma grande produção nessa área além da produção de hortifrutigranjeiro. Na área educacional, além das escolas municipais e estaduais há em Suzano o SESI, uma ETEC, uma faculdade particular e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia que atualmente oferece cursos técnicos, mas futuramente abrirá vagas para o ensino superior. Análise do Terreno A área em estudo para a implantação deste projeto arquitetônico está situada na região Central de Suzano devido à infraestrutura, facilidade em transporte e locomoção e principalmente devido à dinâmica de circulação dos bairros para o centro. (fig.31) Este local se diferencia pelos equipamentos existentes no entorno. A área de intervenção é a conjunção de um terreno abandonado e um estacionamento que se localiza na rua Baruel, uma das principais vias de Suzano. Em frente a esta área localiza-se o Paço Municipal, um edifício marcante ao lado de uma praça recentemente construída. Fig.31 二十九
  • 33. 30 Seu entorno é caracterizado por edifícios institucionais, comerciais e de serviços, além dos tipos habitacionais e de alguns de uso misto com comércio e habitação. Em um raio de 300 metros, a partir do terreno de intervenção deste trabalho, abrange uma quantidade considerável de instituições de ensino, entre municipais, estaduais e particulares, desde o ensino fundamental até o ensino superior. ÁREA: 4795,35m² LARGURA FRONTAL: 48,82m MEDIDAS: 48,82m x 106,64m x 49,85m x 91,52m (sentido horário) Fig.32 – Terreno escolhido em frente ao Paço Municipal. 三十
  • 34. 31 O entorno da área do terreno é bem movimentada. Há várias escolas ao redor por isso há uma grande circulação de pessoas. A av. Paulo Portela e a Rua Baruel são rotas de ônibus, com pontos de parada próxima ao local. Além disso, há outras atividades, como serviços e comércio, que reforça esse movimento no local. A praça em frente ao terreno valoriza o entorno e é bem aproveitada pelo público. Os gabaritos das construções ao redor são predominantemente baixos, com algumas exceções, como o edifício comercial ao lado do terreno, o próprio edifício da prefeitura e o supermercado ao fundo do terreno. O terreno não sofre com sombreamento dos edifícios do entorno, porém o contrário pode acontecer, caso a proposta deste Centro Cultural exceda muito em sua altura, assim causando sombra no edifício comercial ao lado. Além disso, o terreno não é muito acidentado, com curvas de nível de 1 em 1 metro. terreno 1 2 4 3 8 5 6 7 Fig.33 – Terreno escolhido . 三十一
  • 35. 32 1 2 Fig.33 Fig.34 1- Praça da prefeitura 2-Calçada do paço municipal. 3-Vista da praça para o terreno 4- Prédio da prefeitura 3 4 Fig.35 Fig.36 三十二
  • 36. 33 5 6 Fig.37 Fig.38 5-Praça da prefeitura 6-Esquina r. Baruel com av. Paulo Portela 7-Praça da prefeitura 8-Av. Paulo Portela 7 8 Fig.39 Fig.40 三十三
  • 37. 34 Fig.41 – Panorâmica: praça Fig.42 – Panorâmica: terreno. Fig.43 – Panorâmica: terreno e eixo da praça 三十四
  • 38. 35 Rua Benjamin Constant 8 5 Rua Francisco Glicério 6 7 9 6 4 terreno 9 Rua Baruel praça 1 2 Av. Paulo Portela 3 Av. Antônio Marques Figueira LEGENDA 1. Prefeitura Municipal 2. Fórum Municipal 3. Posto Saúde Municipal 4. Secretarias do Município 5. Escola de Ensino Fundamental 6. Escola de Ensino Médio 7. Escola de Ensino Superior Particular 8. Teatro Municipal 9. Rede de Supermercado Circulação pessoa Circulação veículos Ponto de ônibus Fig.45 – análise do entorno. 三十五
  • 39. 36 Fig.46 – Análise do Entorno. Maquete do entorno, curvas de nível, gabarito. oeste leste Fig.47 – Análise do Entorno. Insolação. 三十六
  • 40. 37 Legislação, uso e ocupação do solo De acordo com a Lei Complementar 025-96 / Lei de Zoneamento do Município de Suzano, a área em estudo pertence a Z1 – Zona Central de Alta Densidade Demográfica. Na Seção IV – Do uso institucional: Art. 47. Para fins de Uso e Ocupação do Solo, os estabelecimentos institucionais ("E") classificam-se como espaços, estabelecimentos ou instalações destinadas à educação, saúde, lazer, cultura, assistência social, culto religioso ou Administração Pública, que tenham espaço direto, funcional ou espacial, com o Uso Residencial. A. TAXA DE OCUPAÇÃO: nunca superior a 50% (cinqüenta por cento) da área do imóvel; B. RECUOS MÍNIMOS: 1. DE FRENTE: 5,00 m (cinco metros); 2. LATERAIS, DE AMBOS OS LADOS: 3,00 m (três metros); 3. FUNDOS: 3,00 m (três metros); E da seção II – altura máxima e dos recuos obrigatórios: Art. 73. As edificações deverão obedecer a recuos laterais e de fundos, da edificação, iguais a H/10 + l, 50m, onde "H" é a distância vertical entre o piso do primeiro pavimento e o teto da última laje, excluído o ático; 三十七
  • 41. 38 Art. 74. Toda edificação deverá obedecer a recuo mínimo de frente de 5,00 m (cinco metros) Art. 75. Nas "Z-l", as edificações com a altura máxima, de 10,00m (dez metros), excluídos os telhados - cuja única finalidade seda a de cobertura -, poderão encostar nas duas divisas laterais e na de fundos, obedecidas as demais normas vigentes de insolação, ventilação, taxa de ocupação e índice de aproveitamento.(Alterado pela Lei Complementar 028/97). A figura 48 mostra a aplicação da legislação de acordo com a altura máxima de dez metros. Nesse caso não há a obrigatoriedade de recuos laterais e de fundo, apenas o recuo frontal mínimo de cinco metros. Essa configuração ocupa todo o terreno não possibilitando um respiro entre as construções vizinhas. Fig.48 – Aplicação da legislação. Altura máxima = 10m. 三十八
  • 42. 39 Na figura 49 é possível ver a aplicação da legislação de acordo com a altura máxima de quinze metros. Já nesse caso há a obrigatoriedade de recuos laterais e de fundo mínimos de três metros. O recuo frontal continua com cinco metros, o mínimo exigido. Os recuos laterais já criam uma brecha entre os edifícios vizinhos criando uma sensação menos aprisionada ao terreno. Fig.49 – Aplicação da legislação. Altura máxima = 15m. A figura 50 mostra a aplicação da legislação de acordo com a altura máxima de vinte e cinco metros. Nesse caso há a obrigatoriedade de recuos laterais e de fundo de quatro metros e recuo frontal mínimo de cinco metros. A partir dessa altura já começa a se tornar 三十九
  • 43. 40 desfavorável ao entorno além de causar grande sombreamento ao edifício comercial ao lado. Fig.50 – Aplicação da legislação. Altura máxima = 25m. Na figura 51 observa-se a aplicação da legislação de acordo com a altura máxima de trinta e cinco metros. Nesse caso há a obrigatoriedade de recuos laterais e de fundo mínimos de cincos metros. O recuo frontal continua com cinco metros, igual a todos os outros casos, que é o mínimo exigido por lei. Essa altura excede em muitos metros em relação ao entorno e apesar de permitido pela lei esta configuração é a menos favorável de todas, podendo causar alguns problemas em relação a sombreamento. 四十
  • 44. 41 Fig.51 – Aplicação da legislação. Altura máxima = 35m. 四十一
  • 45. 42 ARQUITETURA JAPONESA O Japão se situa na zona temperada do globo terrestre, mas devido as correntes de ar e marítimas, seu clima, considerado moderado, possui as estações do ano bem marcadas, nevando no inverno em algumas regiões e em outras com o verão bem quente e úmido. Essas questões do clima somadas à abundância de recursos naturais, como as florestas, resultaram no uso da madeira como um material predominante na arquitetura japonesa. Até antes da Segunda Guerra Mundial a arquitetura japonesa permeava entre as experiências tradicionais e a imitação de modelos europeus, de formas distintas. Somente com o advento do movimento moderno, principalmente com influencias de Le Corbusier, no pós-guerra, surge uma nova geração de arquitetos, rompendo com esse dualismo (BENEVOLO, 2007). Porém suas tradições de alguma forma ainda se mantêm presente, como na busca por materiais naturais, simbolismos ou as formas simples, criando uma conexão entre tradição e modernidade, como uma arquitetura singular. A primeira geração de arquitetos desse pós-guerra é formada por Arata Isozaki, Fuhimiko Maki, Kazuo Shinohara e Kisho Kurokawa que marcaram uma época, até a década de 1980, com suas obras. A segunda geração formada por Tadao Ando, Toyo Ito, Itsuko Hasegawa, Kijo Rokkaku e Kiko Mozuna surgiram algum tempo depois, mas com o passar do tempo, ambas as gerações começaram a trabalhar lado a lado. 四十二
  • 46. 43 Essa arquitetura é caracterizada por quatro princípios que marcaram seu pensamento e estilo. Primeiro é a geometria, marcada pelos módulos, como a grelha e formas simples, como quadrados e círculos. O segundo princípio é o requinte estilístico, detalhes refinados e minuciosos, como o desenho de uma fachada, por exemplo. O simbolismo, outro princípio, tem como proposta traduzir nas construções elementos complexos como o processo da consciência humana ou fenômenos naturais, este último como exemplo, pode ser visto em edifícios que se compõem em estudo com o vento ou a luz. Por fim, o último princípio, o expressionismo tem com intuito expressar emoções, criando um ambiente alegre, por exemplo, através de elementos arquitetônicos e percepções espaciais. (MEYHÖFER, 1994). “É importante que se reconheça o estudo de novos conceitos, como forma de ampliar a percepção de seu próprio mundo. Esta tem sido justamente a postura dos japoneses durante séculos: aprender a cultura e a técnica de outros povos sem perderem suas próprias tradições no processo.” (MASSAD, Fredy; GUERRERO YESTE, Alicia.) Apesar dessas características em comum ainda há grandes resquícios do modernismo entre os arquitetos japoneses. O uso do concreto e as formas simples estão muito presentes nas paisagens japonesas, mas sempre com características particulares, mesclando o uso de materiais tradicionais como a madeira. Internacionalmente, a sua arquitetura é reconhecida por alguns arquitetos que se destacam em suas particularidades, porém sem manter um movimento ou corrente arquitetônica japonesa como foi no modernismo para o mundo. 四十三
  • 47. 44 Arata Isozaki Arata Isozaki trabalha formas geométricas predominantes. É uma característica bem significativa em suas edificações. Representante do movimento do metabolismo cuja arquitetura prega uma “violência formal, geometria elementar ostentosa e proposta estrutural rigorosa", ou seja, expressionismo formal. Isozaki tinha a preocupação teórica quanto à criação de mega-estruturas, mas ao longo dos anos tem apresentado uma síntese de todos os seus experimentos e estudos na arquitetura. Fig.52 – Museu de Arte de Kitakyushu. Fig.53 – Centro de Conferência Internacional Arq. Arata Isozaki. Arq. Arata Isozaki. Tadao Ando A arquitetura de Tadao Ando é reconhecida pelas formas geométricas e o elemento de grelha, conceitualmente retirada da idéia dos tatames (aparenta-se a colchonetes de dimensões definidas 180x90x5cm), cuja quantidade tradicionalmente delimitava o espaço de 四十四
  • 48. 45 cada cômodo dentro de uma residência. Em sua arquitetura, Ando usa blocos de concreto de 180 por 90 centímetros, seguindo eixos nessas dimensões. Tem grandes influências de Le Corbusier e do modernismo. Fig.54 – Igreja da Luz. Fig.55 – Casa Azuma. Arq. Tadao Ando Arq. Tadao Ando. Toyo Ito Toyo Ito é um arquiteto que trabalha bastante com os simbolismos em sua arquitetura. Elementos da natureza, como a árvore, o vento, o sol, são itens bem elaborados e trabalhados em suas construções. “Integrado no fluxo de uma metrópole que vive no limite do presente, Toyo Ito desenvolve na atualidade – ajudado pela tecnologia – uma arquitetura inteligente e sensível, 四十五
  • 49. 46 que faz patente a transição para uma realidade feita de muitos conceitos novos e a consciência de haver estado ocupando este lugar durante muitos milhões de anos e que poderia considerar-se essencialmente (por sua essência) japonesa”. (MASSAD, Fredy; GUERRERO YESTE, Alicia). Fig.56 – Edifício Mikimoto Ginza Fig. 57– Edifício Tod’s Omotesando. Arq. Toyo Ito. Arq. Toyo Ito. Estes três arquitetos citados acima possuem trabalhos de grande expressividade mundial, no entanto suas principais características são bem distintas. Para este trabalho a intenção não é buscar elementos característicos que definem a arquitetura japonesa e aplicá-los em projeto, não há o intuito de recriar as técnicas dos templos antigos e das tradicionais casas de madeira. O objetivo é entender a arquitetura, no caso deste trabalho, devido a influencias, a arquitetura japonesa na contemporaneidade, 四十六
  • 50. 47 para usá-la como referência projetual e de solução arquitetônica levando em consideração essa aplicação baseada numa sociedade com base cultural diferenciada. As principais características evidenciadas nas escolhas destes três arquitetos estão na expressividade e simplicidade da forma, simbolismo e o uso da iluminação como partidos de projeto. Destaca-se também o uso do concreto. Estas e outras características estão evidenciadas nas escolhas das referências de projetos. 四十七
  • 51. 48 ENTENDENDO O JAPÃO História e Cultura do Japão. A história do Japão se divide em períodos em que cada um contribuiu de forma significativa para a formação artística e cultural do país. Abaixo estão listado os períodos históricos do Japão mais importantes.  Período pré-budista – referente ao período paleolítico : caça, pesca e instrumentos de pedra lascada, posteriormente polida. Peças de cerâmica de barro, desenho em relevo através de cordas.  Período Asuka (552-710) – chegada do budismo e transformações sociais e políticas. Influência da cultura budista.  Período Nara (710-794) – construção de diversos templos budistas, crescimento cultural e artístico e escrita chinesa adaptada para o japonês (ideogramas – kanjis)  Período Heian (794-1185) – sistema de escrita japonês (hiragana e katakana). Surgimento da figura dos samurais na sociedade. Auge da corte imperial japonesa e marcada pela poesia e literatura.  Período Kamakura – início do Xogunato (1192-1333) – os samurais se consagram no poder – regime militar – feudalismo. 四十八
  • 52. 49  Período Muromachi (1338-1573) – evolução econômica e cultural: arquitetura, pintura, poesia, canções, cerimônia do chá, ikebana, teatro. Chegada do cristianismo.  Período Momoyama (1574- 1603) – unificação.  Período Edo – Xogunato Tokugawa (1603 a 1868) – divisão de classes (samurais, camponeses, artesãos e comerciantes), fechamento dos portos, enriquecimento cultural (ukiyo-e, gueixas, kabuki, bunraku, poesia, literatura).  Período Meiji (1868-1912) – abertura dos portos, revolução industrial, expansão militar. Nesses períodos que surgiram as tradições e costumes milenares japoneses. Houve um grande enriquecimento cultural no Período Edo devido à falta de contado do país com outras culturas, voltando-se apenas para a própria cultura em formação e produção. Fig.58 – A Grande Onda de Kanagawa. Fig.59 – Shodô: uso do pincel e tinta preta, modo Ukiyo-e (xilogravura) correto de segurá-lo e escrever a caligrafia japonesa. 四十九
  • 53. 50 Fig.60 – Ikebana são os arranjos Fig.61 – Cerimônia do Chá envolve a preparação, o modo florais. de servir e até o ambiente. 五十
  • 54. 51 JAPOP, a cultura pop japonesa A cultura pop pode ser entendida como uma cultura de massa. Mas foi através da pop art, de Roy Lichtenstein e Andy Warhol, por exemplo, que este termo tornou-se mais conhecido, uma vez que esses artistas fizeram uso de imagens populares à mídia e meio de comunicação, como Marlyn Monroe ou as famosas latas de sopa Campbell’s para criar suas obras. Assim, “a cultura pop é um poderoso reflexo da sociedade na qual vivemos e não se restringe somente ao aspecto estético, mas desempenha um papel importante atingindo da mesma maneira todas as pessoas em um sentido cultural mais amplo” (LUYTEN, 2000, p. 7). Após a Segunda Guerra Mundial, o Japão em reconstrução e aberto para o mundo, sua cultura tornou-se motivo de curiosidade e fascínio ao exterior. As imagens tradicionais de sua cultura como a conduta e ética dos samurais, suas espadas (as katanas), kimonos, gueixas, templos evocavam uma beleza e curiosidade sobre o oriental. Porém com essa abertura do Japão para o mundo ocidentalizado as trocas e influências entre culturas começaram a surgir. Dentro do próprio país suas antigas pinturas foram sendo substituídas por personagens caricatos de olhos grandes e cabelos espetados e seus filmes sobre samurais, mostrando uma imagem tradicional do país, foram sendo substituídos por filmes e seriados de monstros gigantes destruindo Tóquio. Esses novos produtos se popularizaram no Japão, chegando ao mundo ocidental. No Brasil, na década de 1980 começou a entrada dessa cultura no país. Filmes do Godzilla, super-heróis batalhando com monstros gigantes, desenhos animados com 五十一
  • 55. 52 personagens caricatos, mas ainda de certa forma, mostrando características peculiares do Japão, como nomes japoneses, o hábito de comer com hashi, uniformes escolares semelhantes a roupas de marinheiro. Hoje, muito dos curiosos ou apreciadores da cultura japonesa, buscam mais conhecimentos sobre sua história e cultura mais tradicional após assistir um filme, uma animação ou mesmo após ter lido algum mangá, as histórias em quadrinhos japoneses. E nessa busca entram mais em contato com a cultura pop, como as novelas (doramas), moda (visual kei, cosplay, moda urbana), música (j-music). Explicando brevemente um pouco dessa manifestação cultural, a cultura pop japonesa atinge diversas mídias e camadas: Animê: série de desenho animado em capítulos. Geralmente são adaptações animadas dos mangás após fazerem sucesso. Mangá: histórias em quadrinhos. Diferentemente das HQ’s americanas (Marvel, DC Comics, do Homem Aranha, Batman, Superman, etc) os mangás possuem histórias em um ciclo fechado. A leitura do mangá é muito popular no Japão, atingindo tanto crianças como adultos. Vídeo Game: produção de consoles e criação de jogos, como enredo, jogabilidade, história. Grande expoente nesta área está a Nintendo, que incialmente em 1889 produzia apenas cartas de baralho, e criou o personagem-ícone Mario, do jogo de vídeo game. 五十二
  • 56. 53 Seriados live-action: gravação com atores, divididos em tokusatsu (seriados de super heróis) e doramas (novelas japonesas, muitas vezes adaptados dos animês e mangás). Eles se assemelham na cultura americana pelos seriados e as novelas dos brasileiros. Filmes: Akira Kurosawa, grande expoente da cinematografia japonesa, inspirou diversos diretores no ocidente. Os filmes do gênero de terror japonês também ganharam grande destaque no mundo ocidental. As animações japonesas de longa-metragem ganharam grande espaço nos cinemas na parte ocidental do mundo, com destaque para o Oscar de Melhor Animação em 2002, para Sen to Chihiro (A viagem de Chihiro). Cosplay: do inglês “costume play” baseia-se no fato de se fantasiar e atuar como um personagem. Apesar de ter surgido nos EUA, ganhou grande expressão no Japão com os animês e mangás. Moda Urbana: como grande expoente, o bairro de Harajuku em Tóquio concentra diversas pessoas exibindo sua moda. Há muitos jovens estilistas mostrando seu trabalho. Este ato de se expor na rua com suas roupas faz parte da cultura de cosplay no Japão. 五十三
  • 57. 54 Fig.62 – Imagens representativas da cultura popular e atual do Japão. Envolvem seriados, novelas, filmes, música, desenhos e até o modo de se vestir. 五十四
  • 58. 55 Datas comemorativas Algumas datas comemorativas no Japão vêm de uma longa tradição e costume que continuam até os dias atuais. Estas datas fazem parte da cultura japonesa, presente no cotidiano e marcado por eventos escolares, festivais, entre outras manifestações. Dia 1 de Janeiro: Dia de Ano Novo - O mais importante feriado nacional do Japão. Há costumes como comer manju, o bolinhos japoneses feito a base de arroz, as crianças receberem dinheiro dos pais. Dia 3 de Fevereiro: Festival de jogar favas de feijões (Setsubun) - Tradição para espantar maus espíritos. Dia 3 de Março: Dia das Meninas (Hina Matsuri) – há a tradição de confeccionar bonecos representando a corte imperial. Nas escolas as crianças costumam fazer dobraduras, artesanatos desses bonecos para celebrar a data. Dia 5 de Maio: Dia das Crianças (Kodomono-hi) - Festival dos meninos – há a tradição de pendurar nas casas bandeiras em forma de carpas. Dia 7 de Julho: Festival das Estrelas (Tanabata Matsuri) – tradicionalmente nesta data as pessoas escrevem seus desejos em um papel e amarram em galhos de bambu. 五十五
  • 59. 56 Entre dias 13-16 de Agosto: Festival Bon - Uma importante tradição em honra aos ancestrais. Há festividades com a dança bon-odori e fogos de artifícios. Dia 15 de Setembro: Dia de respeito pelos idosos (Keirou-no-hi) – o Japão é conhecido pela longevidade de sua população. Segunda segunda-feira do mês de Outubro: Dia dos Esportes (Taiiku-no-hi) – festividades esportivas são realizadas. Em escolas os alunos são incumbidos de organizarem esses festivais e realizam-se atividades esportivas e competições entre turmas. Dia 3 de Novembro: Dia da Cultura (Bunka-no-hi) Dia 15 de Novembro: Shichi-go-san - Neste dia as pessoas vão aos templos para desejarem crescimento saudável para meninas de sete anos, meninos de 5 anos e meninas de 3 anos (shichi, go, san - 7, 5, 3). 五十六
  • 60. 57 Fig.63 – Carpas para o Festival Fig.64 – Confecção de bonecas Fig.65 – Espantar os maus dos Meninos. para o Dia das Meninas. espíritos no Setsubun. Fig.66 – Dança do Bon-Odori. Fig.67 – Atividades esportivas em escolas no Dia do Esporte. 五十七
  • 61. 58 PROGRAMA DE NECESSIDADES O programa do Centro Cultural abrangerá atividades que contemplem tanto os aspectos tradicionais como os contemporâneos da cultura japonesa. Devido a sua proposta de implantação, na região central da cidade de Suzano, local de grande movimentação de veículos e pessoas em razão do comércio e serviços ali presentes, a intenção será focada nos trabalhadores locais, estudantes e usuários que eventualmente se deslocam para o centro em busca das atividades e serviços oferecidos. Além disso, prevê-se a abrangência para usuários mais distantes devido à facilidade de acesso e deslocamento, como a grande oferta de transporte público na área de entorno. Com base nisto, a intenção é promover atividades que preservem a história, tradição e a cultura japonesa na cidade, cuja importância se vê muito relevante devido sua relação próxima com os imigrantes japoneses. O Centro Cultural se divide basicamente em duas grandes áreas, a primeira voltada para a parte expositiva e de preservação da memória, com exposições e oficinas relacionadas a atividades culturais mais tradicionais e outra se concentra nas atividades e oficinas mais dinâmicas e modernas. A idéia principal é trabalhar de forma integrada essas duas grandes áreas de forma a uma complementar a outra com o intuito de evitar espaços ociosos, principalmente na área de exposição. Abaixo se segue o programa do Centro Cultural e cada espaço com sua descrição e funcionalidade. 五十八
  • 62. 59 Espaço da Memória Imigração Japonesa em Suzano: Espaço para exposição permanente sobre a imigração japonesa no município. Resgatar a memória do passado e manter viva para as novas gerações sua descendência além de mostrar a importância desse povo, sua cultura e influências na cidade. Exposição de fotos e objetos de época. Reprodução de algumas situações em que os imigrantes viviam e as atividades que desenvolviam. Montagem de painéis interativos como textos bilíngües informativos sobre a história e dados curiosos e relatos, além de reprodução em áudio, também bilíngüe, e projeções visuais. Trabalhar com a dualidade de uma exposição mais tradicional, com objetos expositivos e uma exposição mais interativa e tecnológica. Cultura Tradicional Japonesa: Exposição permanente representando um pedaço da rica cultura japonesa. As tradições antigas, costumes, peças tradicionais, objetos de época. Espaço mais expositivo e painéis informativos descrevendo a história e cultura do Japão, podendo seguir uma linha cronológica expondo objetos significativos e representativos de cada época. O Japão Hoje: Exposição permanente sobre a cultura do Japão atual. A cultura pop e tecnológica que se espalha pelo mundo. Mangás, animês, vídeos games, música, moda. Espaço de grande interatividade e tecnologia com projeções áudios-visuais. Espaço Multiuso: Espaço reservado para atividades e eventos esporádicos relacionados à cultura japonesa. Espaço reservado também para lembrar os costumes e celebrar datas comemorativas e importantes no Japão, como o ano novo, o dia das crianças e o dia da cultura. 五十九
  • 63. 60 Espaço da Memória Área Ambiente Atividade Desenvolvida Descrição do Ambiente circulação Exposição sobre a espaço para exposição, Exposição Imigração Japonesa em quadros, pedestal, mesas Permanente 25% Suzano. História, fatos, com vidro, com boa I fotos, relatos. iluminação Exposição sobre a cultural tradicional do espaço para exposição, Exposição Japão. Tradição, quadros, pedestal, mesas Permanente 25% costumes, materiais e com vidro, com boa II peças que representem a iluminação época. Exposição sobre o Japão espaço para exposição, Exposição atual. Cultura pop. Peças, quadros, pedestal, mesas Permanente 25% imagens que representem com vidro, com boa III o Japão atualmente. iluminação Exposição temporária (hamani, ano novo, hina Espaço matsuri, datas espaço versátil e aberto 25% Multi-uso comemorativas no Japão com boa iluminação. viram exposição), eventos. Espaço para materias de Área Técnica 25% exposição em desuso. Depósito depósito para uso geral 25% Bem arejado e Atendimento de Sanitários 25% organizado, adaptado a necessidades fisiológicas deficientes 六十
  • 64. 61 Atividades Culturais Telecentro: Acesso a microcomputadores, Internet e outras tecnologias digitais que permitem coletar informações, criar, aprender e comunicar-se com outras pessoas, enquanto desenvolvem habilidades digitais essenciais hoje em dia. Através da informática e mídias tecnológicas é possível entrar em contato com a cultural de uma forma diferente e inovadora, além de se tornar um atrativo para outros públicos. História do Japão: aula sobre a história do Japão. Origem, períodos, a sociedade em castas (imperador, nobreza, samurais, comerciantes e camponeses). Espaço de sala de aula com interatividade com o restante do edifício do centro cultural, principalmente a área de exposição. Alunos dessa oficina poderiam criar acervo e material para as exposições temporárias e celebrar os costumes e datas comemorativas. História da Cultura Tradicional: aula sobre o Japão voltado para a sua cultura acompanhado sua história. Atividades culturais e artísticas desenvolvidas em cada período. Espaço de sala de aula com interatividade com o restante do edifício do centro cultural, principalmente a área de exposição. Alunos dessa oficina poderiam criar acervo e material para as exposições temporárias. Língua Japonesa: Salas de aulas voltadas para o ensino da língua japonesa. Estudo gramatical com interação com o acervo de mangás e o ensino oral e de conversação relacionado com o acervo audivisual. Alunos dessa oficina poderiam criar acervo e material para as exposições temporárias. 六十一
  • 65. 62 Kanji (shodo): Ensino da técnica do shodo, escrita do ideograma japonês com pincel e tinta preta, considerada uma técnica de arte. Desenho: Ensino do desenho japonês e dos mangás, a história em quadrinhos. Espaços de ateliês. Arte em papel: Ensino de técnicas de trabalho com o papel. Origami, a dobradura e o kirigami, conhecido como origami arquitetônico. Além de outras técnicas que envolvam o papel. Espaços de ateliês. Furoshiko: Ensino da técnica que trabalha com tecidos para criação de embalagens, embrulhos, bolsas, etc. Espaços de ateliês. Ikebana: Aulas em que ensinam a arte do ikebana – arranjos florais. Conceitos e filosofias. Espaços de ateliês. Cerimônia do chá: Aula demonstrativa da milenar e tradicional cerimônia do chá. Modo adequado de preparar o chá, servir, e se comportar durante a cerimônia. Recriar o ambiente. Área visível para visitantes assistirem o momento em que é realizada a oficina. Midiateca: Espaço audivisual. Músicas, documentários, filmes, animações relacionadas à cultura japonesa. Gibiteca: Acervo de histórias em quadrinhos diversificados e mangás. 六十二
  • 66. 63 Atividades Culturais Atividade Equipamentos/ nº Área Descrição do Ambiente Desenvolvida Móveis usuário circulação Ambiente Acesso a Espaço com microcomputadores e mesas e cadeira Internet e permiter para mesas, cadeiras, coleta de computadores. Telecentro computadores, 20 25% informações, criação, Mesas e cadeiras tomadas aprendizagem e para uso de comunicação com notebooks próprios outras pessoas. - acesso a internet. Estantes com Leitura e empréstico revistas em de histórias em estatantes com quadrinhos, quadrinhos em geral. caixas de Gibiteca 30 25% espaço para leitura Acervo especial de plástico, bancos, com mesas e mangás. Espaços de mesas e cadeiras cadeiras.Bem leitura iluminado Lugar silencioso. Remeter a tradição Espaço exclusivo tatami, pufe, Área de japonesa de tirar para leitura ou mesa baixa, 15 Leitura/Descanso os sapatos sobre o descanso. sapateira tatami. Agradável e confortável. Equipamento Acervo visual sobre a equipamento audiovisual, com cultura japonesa. técnico de bancos, mesas, Filmes, animês, audiovisual Videoteca 15 25% cadeiras. Área documentários. (computador, para consulta. Espaço para assistir fone de ouvido), Acústica. (acerto o acervo no local. bancos digital) 六十三
  • 67. 64 Acervo de áudio. Equipamento Música tradicional equipamento audiovisual, com até música pop atual técnico de bancos, mesas, do Japão. Espaço audiovisual Audioteca 15 25% cadeiras. Área para escutar o (computador, para consulta. acervo no local. fone de ouvido), Acústica. (acerto Espaço para bancos digital) karaokê. Aula sobre a história Sala de aula com geral do Japão. mesas e cadeiras. mesa, cadeira, História do Japão Origem, períodos 20 25% Conforto térmico e armário, lousa (Origem, feudalismo, acustico. Boa Xogunato, Era Meiji) iluminação Aula sobre as Sala de aula com tradições culturais do História da mesas e cadeiras. Japão. Gueixa, mesa, cadeira, Cultural 20 25% Conforto térmico e Samurais, armário, lousa Tradicional acustico. Boa Pensamento iluminação japones, honra, etc. Aulas de ensino à Sala de aula com lingua japonesa. mesas e cadeiras. Alfabetização a mesa, cadeira, Língua Japonesa 20 25% Conforto térmico e leitura e armário, lousa acustico. Boa interpretação de iluminação textos Aula e ensino da técnica do shodo. Sala de aula com Escrita dos mesas e cadeiras. mesa, cadeira, Kanji (shodo) ideogramas 15 25% Conforto térmico e armário, lousa japoneses acustico. Boa considerado uma iluminação técnica de arte. 六十四
  • 68. 65 Aulas de desenho de Sala de aula com mangá. Técnica mesa, cadeira, bancadas tipo Desenho tradicionalmente armário, lousa, 15 25% estúdio. Conforto (mangá) japonesa dos bancadas térmico e acustico. quadrinhos Boa iluminação Sala de aula com Aula de origami, mesa, cadeira, bancadas tipo kirigami, e outras Arte em Papel armário, lousa, 15 25% estúdio. Conforto técnicas japonesas bancadas térmico e acustico. com papel Boa iluminação Aula em que ensina Sala de aula com a técnica em que se mesa, cadeira, bancadas tipo Furoshiki trabalha com panos armário, lousa, 10 25% estúdio. Conforto para criar bolsas, bancadas térmico e acustico. embalagens, etc Boa iluminação Sala de aula com mesa, cadeira, bancadas tipo Aula de arranjos Ikebana armário, lousa, 10 25% estúdio. Conforto florais bancadas térmico e acustico. Boa iluminação Ambiente preparado com móveis e objetos Aula demostrativa da tatamis, mesa Cerimônia do necessários para milenar e tradicional 5 25% baixa de centro e Chá a cerimonia do cerimônia do chá louças de chá para chá demostração da cerimônia Espaço para Aparelho de som, convívio e vídeo,microfones, confraternização Karaokê Esapaço para cantar 5 25% mesa, sofá, entre amigos que cadeiras. queiram cantar e se divertir. 六十五
  • 69. 66 Outros Administração: Área admininstrativa de toda a edificação envolvendo áreas técnicas, apoio a área de exposição, relações públicas. Auditório: Espaço destinado a apresentações, eventos, grupos escolares, palestras, apoio às oficinas e ao espaço multi-uso. Entrada e saída independente. Café: Espaço de alimentação, convivência e descanso entre o público e visitante do centro cultural. Jardim: Área verde reservado ao convívio e descanso. Relação com o café. Trabalhar com árvores de cerejeira, um símbolo para o Japão. 六十六
  • 70. 67 Auditório Atividade Equipamentos/ Nº Área Descrição do Ambiente Desenvolvida Móveis usuários circulação Ambiente Espera- sofás, pufes, Espera antes da Foyer bancos, espelhos, 150 apresentação obras de arte Espaço climatizado Auditório destinado a para a realização de apresentações, peças teatrais, bandas Auditório cadeiras 150 25% eventos, palestras, e músicos que aulas, teatro, cinema. necessitem de isolamento acústico Cabine - Área Essa área é destinada destinada para para colocação de câmeras, traduções e câmeras e áudio para Sala de som traduções Controle do mesa e cadeira 3 25% Auditório Área destinada a Dimmer - Área dimmerização dos destinada a controle da elementos de luz do luz auditório Local para a instalação Local destinado a Sala de Ar e manutenção do ar maquinário x 25% locação e manutenção condicionado condicionado de ar condicionado Atendimento de Bem arejado e lavatório/ vaso Sanitários necessidades 20 25% organizado, adaptado a sanitário fisiológicas deficientes 六十七