1. “ Carlos gracejou. O maestro jurava o segredo pela alma melodiosa de Mozart, e pelas fugas de Bach? Pois bem, a ideia era vir a Sintra, respirar o ar de Sintra, passar o dia em Sintra... Mas, pelo amor de Deus, que o não revelasse a ninguém! E acrescentou, rindo: - Deixa-te levar, que não te hás-de arrepender... Não, Cruges não se arrependia. Até achava delicioso o passeio, gostara sempre muito de Sintra... Todavia não se lembrava bem, tinha apenas uma vaga ideia de grandes rochas e de nascentes de águas vivas... E terminou por confessar que desde os nove anos não voltara a Sintra. O que! o maestro não conhecia Sintra?... Então era necessário ficarem lá, fazer as peregrinações clássicas, subir à Pena, ir beber água à Fonte dos Amores, barquejar na várzea...” Capítulo VIII, in Os Maias
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4. Palácio da Vila… Constituído por vários corpos edificados ao longo de sucessivas épocas, é um dos mais importantes exemplares portugueses de arquitectura realenga e por isso classificado de Monumento Nacional. Este palácio tem origem provável num primitivo paço dos walis mouros. Traça actual proveniente de duas etapas de obras: a primeira, no reinado de D. João I (séc. XV); a segunda, no reinado de D. Manuel I (séc. XVI). Possui o maior conjunto de azulejos mudéjares do país. É dominado por duas grandes chaminés geminadas que coroam a cozinha e constituem o "ex-libris" de Sintra.
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7. Apreciamos a paisagem e sentimo-nos envolvidos por esse ambiente quase mágico. Reparamos no Castelo dos Mouros, lá ao longe: «de vez em quando aparecia um bocado de serra, com a sua muralha de ameias correndo sobre as penedias.» Apesar de ser um caminho difícil, continuamos o percurso até ao Castelo dos Mouros.
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9. Descemos novamente até à vila, onde poderemos passar por uma estalagem que se chama Lawrence, situada na encosta da serra, um pouco afastada do centro da vila, no caminho para Colares. Conhecemos um dos famosos hotéis citados pelas personagens queirosianas, já que foi aqui que Maria Eduarda estaria hopsedada. O percurso do hotel Lawrence a Seteais era, para a burguesia do século XIX, uma espécie de Passeio Público de Sintra. Associadas ao local (Seteais), existem várias lendas, uma das quais ligada à sonoridade do nome: Seteais / sete ais.