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A História do Ferro no Brasil:

entre as Fábricas de Ferro e a Mineração

            Prof. Dr. Friedrich E. Renger
          Instituto de Geociências / UFMG
ANTECEDENTES
1532 primeira forja na Ibirapuera, SP (Bartolomeu Gonçalves)
1559 Matias Nogueira monta uma tenda de ferreiro no Colégio de São
       Paulo
1589 Afonso Sardinha, pai e filho, descobrem o minério magnético no
       Morro de Araçoiaba (Sorocaba, SP)
1590 os Sardinha montam a primeira Fábrica de Ferro do Brasil no
       Morro de Araçoiaba (funciona até 1616)
1682 Restabelecimento da fundição de Araçoiaba
1702 Artur de Sá e Menezes identifica camadas de ferro em Minas
1763 Arsenal da Marinha no Rio de Janeiro com oficinas de fundição
1769/72 Pareceres sobre uma forja em N.S. do Paraopeba
1780 Memória do Governador de MG, D. Rodrigo José de Menezes
1785 D. Maria proíbe as fábricas na colônia
1795 D. João Príncipe Regente libera a instalação de fábricas
Memória de D. Rodrigo de Menezes (1780)
Fundições de “fundo de quintal”




IEB, Coleção Lamego   Felicíssimo jr. 1969
D. Rodrigo de Souza Coutinho, Conde de Linhares


Ministro da Marinha e Ultramar (1796 – 1803)



           A pedido de José Bonifácio d’Andrada e
           Silva manda buscar especialistas em
           fundição na Alemanha para reanimar
           fábricas de ferro em Portugal (Foz d’Alge
           em Figueiró dos Vinhos) a fim de enfrentar
           o perigo de uma invasão francesa.


           Em 1803 chegam Eschwege, Varnhagen,
           Feldner e outros em Portugal.
D. João transfere a corte de Lisboa para Rio de Janeiro
                                             (1807/08)



                                 Entre os companheiros
                                 de viagem o Conde de
                                 Linhares, agora Ministro
                                 dos negócios Estrangeiros
                                 e da Guerra (1807/12)
As primeiras Fábricas de Ferro no Brasil
1589 Morro de Araçoiaba Afonso Sardinha

1808 Real Fábrica de Ferro de São João de Ipanema
Hedberg / Varnhagen (até 1895)

1810 Real Fábrica de Ferro de Morro de Pilar
Intendente Câmara (até 1830)

1811 Fábrica Patriótica W.L. von Eschwege (até 1822)

1827 Fábrica Jean Monlevade



           Brasil




  Localização das primeiras Fábricas de Ferro no Brasil
Histórico da Fábrica de Ferro de Ipanema


1803 Martim Francisco Ribeiro de Andrada visita as minas de ferro de
       Sorocaba
1809 Frederico Varnhagen chega ao Brasil e elabora um projeto para
       a Fábrica de Ferro de Sorocaba
1810 Criação do “Estabelecimento Montanístico de Extração de Ferro
       das Minas de Sorocaba” sob direção do sueco Carl Gustav
       Hedberg (até 1814)
1815 Varnhagen assume a direção da Real Fábrica de São João de
       Ipanema (até 1821)
1818 Varnhagen consegue ferro gusa
1895 encerram-se as operações da Fábrica de Ipanema, tendo produ-
       zida cerca de 10.000 t de ferro.
Vista de Ipanema em 1827
                            (J. Debret)




Cruzeiro de ferro fundido
(1818)
Mapa da Província de São Paulo
         Eschwege 1833
Friedrich Ludwig Wilhelm
von Varnhagen


                           Os Altos-Fornos de 1818
Eschwege 1833
Fábrica de Ipanema em 1870, Foto de Marc Ferrez
Novo Alto-Forno de 1885 que   Portal comemorativo da
nunca entrou em operação      Fábrica de armas brancas
Moinho de minério




Placa comemorativa da American Society for Metals
Vista do alto do Morro de Araçoiababa
José Viera Couto (1752 – 1827)



 Memória sobre a capitania das Minas Gerais,
  seu território, clima e produções metálicas
                           1799




“O ferro, este metal tão necessário a todas as artes, a
todos os ofícios ... mais precioso ao homem do que o ouro
e a prata, que a Previdência derramou sobre nós com uma
prodigalidade espantosa ...”
BIF’s em Minas Gerais

         Mesoproterozóico
         Rapitan: Porteirinha – Rio Pardo de Minas
         (ca. 1 Ga)


         Paleoproterozóico
         Lake Superior: Fm Cauê, (2,4 –2,5 Ga)
         Morro do Pilar, Serro, Itapanhoacanga (1,8?)

         Arqueano
         Algoma: SG Rio das Velhas (2,7-2,8 Ga),
         Guanhães, Itamarandiba (Serra Negra)
Manuel Ferreira da Câmara de Bethencourt e Sá
                          Desembargador e Intendente dos Diamantes




Morro do Pilar em 1898
Real Fábrica de Ferro de Morro do Pilar

1808 O Intendente Câmara recebe autorização para a instalação da
       Real Fábrica de Ferro em Morro do Pilar, com subsídios de
       caixa da Intendência dos Diamantes. A Fábrica funcionava
       até 1830, criando muitos “filhotes” na região de Conceição
       (família Utsch).

A Real Fábrica de Ferro deve a Real Extração dos Diamantes:
31/12/1812
Mantimentos: 16 broacas de sal                          72.000
Fazendas Geraes: ditos                               1.949.329

Caixa: pela assistencia feita a mesma no de-
curso desde 4 de fev. de 1810 a 23 de mayo
deste ano                                           17.719.442
31/12/1814
Fazendas Geraes: generos deste semestre                   16.002
                                               total: 20.598.172

(Livro da Razão e Balanço Geral da Real Extracção dos Diamantes)
Mapa do Rio Doce (Silva Pontes, 1800)




          Cachoeira Escura
Fábrica Patriótica em Congonhas
1810 – Wilhelm Ludwig von Eschwege chega ao Brasil, faz uma primeira
       viagem de pesquisa para a Ilha Grande (minério de ferro)
1811 – agosto: chega em Vila Rica
       - setembro pede autorização régia para a “Fabrica Patriótica”
       (sócios: a família Monteiro de Barros e o Governador de MG)
1812 – 17 de dezembro: consegue a primeira lupa de ferro em Congonhas
       com o mestre fundidor João Schönewolf
1822 – A Fábrica encerra suas atividades
Memorias Economicas da Academia de Sciencias de Lisboa, 1812
Fábrica de Timbopeba



A meia légua de Antônio Pereira construí a expensas minhas uma
pequena fábrica de ferro em um vale coberto de prados, na base
do íngreme morro rochoso de Timbopeba, formado do
itacolumito com o oligisto e a mica ferruginosa, dos quais
aparecem embaixo desse morro pedaços enormes. A força
suficiente das quedas de um límpido córrego nunca seco,
formosos bosques nos arredores, a vizinhança de Vila Rica e de
outras localidades em que há grande consumo de ferro, fizeram
deste romântico vale um lugar próprio para um estabelecimento
desse gênero, que entretanto tive de vender depois, não me
tendo sido possível ter permanência sempre ali nem fácil, em
minha ausência, manter uma boa administração.

(Eschwege 1832)
Rochus Schüch (1840):
Memória sobre algumas
Experiências e empenhos
mineralógicos e metalúrgicos
Devo q’ pagarei ao Illmo. Snr. Guilherme Barão d’ Eschwege a
quantia de setecentos mil rs. por a cessão q’ me fez da Fabrica de
Ferro de Timbopeba cuja quantia não poderá exigir se não depois
de passados quatro annos contados da assinatura d’ este credito,
obrigando-me de pagar os juros da Lei dos setecentos mil rs. pagos
por trimestres, e obrigando-me com os meus bens de satisfazer a
divida depois dos quatro annos passados com a clausula de pagar
somte. a quantia de quinhentos mil reis se a fabrica não fizer os
progressos desejados.
Pela clareza passo isto com a minha assinatura


Rio de Janeiro em 1o de Julho de 1821            Roque Schüch
Nestes dias, visitei a fábrica de ferro do Sr. Prof. Rochus Schüch
em Timbopeba, próxima ao Arraial de Antônio Pereira, a 2
léguas e meia da Cidade de Ouro Preto e 2 léguas da Cidade de
Mariana, a nordeste da primeira e ao norte da segunda.
Este estabelecimento ou fábrica tem uma bela localização em
um amplo vale, que se tornou conhecido e famoso há vários
anos por seu ouro e ferro.

Barão de Langsdorff, Diário, agosto de 1824
A noroeste de Antônio Pereira, o Sr. von Eschwege construiu uma pequena
fábrica de ferro, administrada por um mestre fundidor alemão. Essa
fábrica usa o itabirito que aqui forma depósitos consideráveis dentro e
sobrepostos ao quartzito branco e do qual encontram-se blocos grandes
aqui e acolá na superfície. Às vezes é coberto por camadas de óxidos de
ferro vermelho. A rocha é muito rica, com 60 a 80 % [o máximo de teor
de ferro é de 70 %!], e poder-se-ia abastecer de ferro todo Minas Gerais a
partir daqui. Como muitos fazendeiros produzem seu próprio consumo de
ferro e também existem vários fornos pequenos nos mais diversos lugares
da província e atualmente uma boa parcela do ferro é importada do Rio de
Janeiro, a produção diária se restringe a uma ou duas arrobas, que são
imediatamente transformados em machados, foices, facas, ferraduras e
pregos. A arroba de ferro bruto é vendida aqui e nos arredores por 1.800
réis. Nosso amigo von Eschwege lamentou diversas vezes sobre as
dificuldades que se contrapõem nesse país a qualquer fábrica e citou como
principal causa a aversão da população mais pobre de se fixar em um
certo ofício.

Spix & Martius (1823) Viagem ao Brasil 1817-20, v. 1, p. 401/2 (ed. alemão)
Jean Antoine Félix Dissandes de Monlevade (1791 – 1872)

Engenheiro e empresário francês, chegou 1817 ao Brasil
Joaquim Cândido da Costa Sena




Viagem de estudos metallurgicos no centro da Provincia de Minas
                               (1881)
  Enumera mais de 20 fábricas de ferro nos municípios de São Miguel
    (hoje Piracicaba), Itabira, Morro do Pilar e Conceição do M.D.;
 estima em 120 as fábricas ao longo da Serra do Espinhaço (incl. QF),
   muitas delas de ex-funcionários da Real Fábrica de Morro do Pilar
Número de fábricas de ferro operantes no
                           Brasil durante o século XIX



                                                  125
                                                           120
                                       110

                              97

                     84




                                                                  55



           30




          1821      1853     1855      1864      1873     1881   1893

                                       anos




Fonte: Graça 2006
Pioneiros esquecidos


Jean Albert Gerspacher, pai (1839 – 1889)

Jean Joseph Gerspacher. filho (1865 – 1940)

Augusto Barbosa da Silva (1860 – 1939)
A chegada da estrada de ferro deu um
forte impulso a indústria siderúrgica da
região do Quadrilátero Ferrífero




 Fonte: Antônio Nahas junior: Rio Acima,
 Fragmentos da história de Minas (2010)
Usina Esperança (Itabirito)




Fundada em 1888 pelo suíço
Jean Albert Gerspacher e sócios
Fonte do minério para a Usina
                                   Esperança (Usina Queiroz jr.)



                                   1938: Início da lavra
                                   no Pico de Itabirito pela
                                   Cia. de Mineração Novalimense




Pico de Itabirito (Calvert 1915)
A mineração começou com a Estrada de Ferro



1890 – Criação de Estrada de Ferro Vitória e Minas para estabelecer
       uma ligação entre Vitória e Diamantina (1. trecho 1904)
1908 – Fundação do Brazilian Hematite Syndicate (London)
1910 – Congresso Internacional de Geologia em Estocolmo
1911 – O BH Syndicate é reorganizada como Itabira Iron Ore Co.
       (controlador: Percival Farquhar)
1913(antes de) Criação da Brazilian Iron & Steel Co. (capital americano)
1913 – Criação da Deutsch-Luxemburgische Bergwerks- und Hütten
       gesellschaft (Ferro e Carvão – Ferteco)
1934 – Criação da Cia de Mineração Novalimense (subsidiária da
       St. John del Rey Mining Co. Ltd.)
1937 – Constituição do Estado Novo impede estrangeiros a exploração
       de jazidas minerais
Orville A. Derby (1850 – 1915)




We get thus for that portion of the   only district which has hitherto been
Investigated the following result:
                  Quarry ore          2000   Mt
                  Rubble ore          2000   Mt
                  Canga ore           1710   Mt
                  Total               5710   Mt
Mapa do Quadrilátero Ferrífero
de Luis Felipe Gonzaga de Campos (ca. 1922)
1939 – Criação da SAMITRI, em 1952 comprada pela Belgo-Mineira
1940 – a EFVM chega em Itabira e leva o primeiro trem de minério
        a Vitória
1940 – Criação da Cia. Brasileira de Mineração e Siderurgia
        (tem direito de acesso às minas da Itabira Iron Ore Co.)
1941 – Criação da Cia. Siderúrgica Nacional (CSN)
1942 – (1/06) Getúlio Vargas cria a Cia. Vale do Rio Doce
1942 – Criação da ICOMI (Augusto Trajano Antunes de Azevedo)
1944 – Criação da ACESITA (Amyntas Jaques de Moraes, Percival
        Farquhar e Athos Lemos de Rache; Timóteo)
1960 – Hannah assume a St. John del Rey, que é divida em Cia. de
        Mineração Novalimense (ferro) e Mineração Morro Velho (ouro)
1962 – Inauguração da Usiminas (Usina Intendente Câmara, Ipatinga)
1965 – Criação da MBR (fusão da ICOMI, Mitsui, Novalimense-Hannah)
1967 – Geólogos da Cia. Meridional descobrem a jazida de Carajás
1969 – A CVRD se associa a Meridional (US Steel) em Carajás
1979/86 - Eliezer Batista desenvolve o Projeto Carajás
1974 – CVRD e ACESITA formam a ITAVALE para pesquisa conjunta
        do Distrito de Itabira
1986 – Criação da Açominas (Ouro Branco / Congonhas)
1997 – Privatização da CVRD (desde 2008 VALE S/A)
A polêmica da concessão da Itabira Iron Ore Co. entre
 Percival Farquhar e Arthur Bernardes


                                     Percival Farquahr foi o maior empresário
                                     de serviços públicos da historia nacional.
                                     Em negócios de hoje, ele seria o
                                     controlador ou grande acionista da Light,
                                     da Eletropaulo, Embratel, Telefônica e
                                     Telemar. Isso e mais a Vale do Rio Doce, a
                                     Acesita, os metrôs do Rio e de São Paulo,
                                     dez ferrovias e um porto. Suas PPPs
                                     contribuíram para a explosão da revolta
                                     sertaneja do Contestado (3.000 mortos) e
        Percival Farquhar            mortandade da Madeira-Mamoré. (...)
         (1864 – 1953)
                                     Vivia como um príncipe, seco, distante e
                                     abstêmio. Os personagens da privataria de
                                     hoje caberiam no bolso do colete de sua
                                     casaca. Estudá-lo ajuda a expor tanto os
                                     embustes nacionalistas como a macaquice
                                     das "ekipekonômicas" diante dos
                                     magnatas mundiais (...)

                                     Farquhar: o Último Titã: um Empreendedor
                                     Americano na América Latina de Charles Gauld
Farquhar, Charlton e Grosse (1935)
Eliezer Batista da Silva
                   o engenheiro do Brasil

Presidente da Vale 1961 a 1964 e 1979 a 1886
Pico do Cauê
Mineração em Itabira

                               Conceição
Pico do Cauê (1943)
Mineração em Itabira
Pico de Itabirito




Foto: Gonzaga Campos 1922




                            Vista do Pico e cava 2007
Serra da Piedade
Produção de minério de ferro e aço (em mil toneladas)




                  Minério
           País             Aço (2011)
                  (2010)
 1   China        900.000     683.265    4   Índia           260.000   72.200

     Austrália    420.000                5   Rússia          100.000   68.743

     União                               6   Coréia do Sul             68.471
                              177.400
     Européia                            7   Alemanha                  44.288
 2   Japão                    107.595    8   Ucrânia                   35.332
 3   USA                       86.247    9   Brasil          372.000   35.162
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A História do Ferro no Brasil: das primeiras fábricas à mineração

  • 1.
  • 2. A História do Ferro no Brasil: entre as Fábricas de Ferro e a Mineração Prof. Dr. Friedrich E. Renger Instituto de Geociências / UFMG
  • 3. ANTECEDENTES 1532 primeira forja na Ibirapuera, SP (Bartolomeu Gonçalves) 1559 Matias Nogueira monta uma tenda de ferreiro no Colégio de São Paulo 1589 Afonso Sardinha, pai e filho, descobrem o minério magnético no Morro de Araçoiaba (Sorocaba, SP) 1590 os Sardinha montam a primeira Fábrica de Ferro do Brasil no Morro de Araçoiaba (funciona até 1616) 1682 Restabelecimento da fundição de Araçoiaba 1702 Artur de Sá e Menezes identifica camadas de ferro em Minas 1763 Arsenal da Marinha no Rio de Janeiro com oficinas de fundição 1769/72 Pareceres sobre uma forja em N.S. do Paraopeba 1780 Memória do Governador de MG, D. Rodrigo José de Menezes 1785 D. Maria proíbe as fábricas na colônia 1795 D. João Príncipe Regente libera a instalação de fábricas
  • 4. Memória de D. Rodrigo de Menezes (1780)
  • 5. Fundições de “fundo de quintal” IEB, Coleção Lamego Felicíssimo jr. 1969
  • 6. D. Rodrigo de Souza Coutinho, Conde de Linhares Ministro da Marinha e Ultramar (1796 – 1803) A pedido de José Bonifácio d’Andrada e Silva manda buscar especialistas em fundição na Alemanha para reanimar fábricas de ferro em Portugal (Foz d’Alge em Figueiró dos Vinhos) a fim de enfrentar o perigo de uma invasão francesa. Em 1803 chegam Eschwege, Varnhagen, Feldner e outros em Portugal.
  • 7. D. João transfere a corte de Lisboa para Rio de Janeiro (1807/08) Entre os companheiros de viagem o Conde de Linhares, agora Ministro dos negócios Estrangeiros e da Guerra (1807/12)
  • 8. As primeiras Fábricas de Ferro no Brasil 1589 Morro de Araçoiaba Afonso Sardinha 1808 Real Fábrica de Ferro de São João de Ipanema Hedberg / Varnhagen (até 1895) 1810 Real Fábrica de Ferro de Morro de Pilar Intendente Câmara (até 1830) 1811 Fábrica Patriótica W.L. von Eschwege (até 1822) 1827 Fábrica Jean Monlevade Brasil Localização das primeiras Fábricas de Ferro no Brasil
  • 9. Histórico da Fábrica de Ferro de Ipanema 1803 Martim Francisco Ribeiro de Andrada visita as minas de ferro de Sorocaba 1809 Frederico Varnhagen chega ao Brasil e elabora um projeto para a Fábrica de Ferro de Sorocaba 1810 Criação do “Estabelecimento Montanístico de Extração de Ferro das Minas de Sorocaba” sob direção do sueco Carl Gustav Hedberg (até 1814) 1815 Varnhagen assume a direção da Real Fábrica de São João de Ipanema (até 1821) 1818 Varnhagen consegue ferro gusa 1895 encerram-se as operações da Fábrica de Ipanema, tendo produ- zida cerca de 10.000 t de ferro.
  • 10. Vista de Ipanema em 1827 (J. Debret) Cruzeiro de ferro fundido (1818)
  • 11. Mapa da Província de São Paulo Eschwege 1833
  • 12. Friedrich Ludwig Wilhelm von Varnhagen Os Altos-Fornos de 1818
  • 14. Fábrica de Ipanema em 1870, Foto de Marc Ferrez
  • 15. Novo Alto-Forno de 1885 que Portal comemorativo da nunca entrou em operação Fábrica de armas brancas
  • 16. Moinho de minério Placa comemorativa da American Society for Metals
  • 17. Vista do alto do Morro de Araçoiababa
  • 18.
  • 19.
  • 20. José Viera Couto (1752 – 1827) Memória sobre a capitania das Minas Gerais, seu território, clima e produções metálicas 1799 “O ferro, este metal tão necessário a todas as artes, a todos os ofícios ... mais precioso ao homem do que o ouro e a prata, que a Previdência derramou sobre nós com uma prodigalidade espantosa ...”
  • 21. BIF’s em Minas Gerais Mesoproterozóico Rapitan: Porteirinha – Rio Pardo de Minas (ca. 1 Ga) Paleoproterozóico Lake Superior: Fm Cauê, (2,4 –2,5 Ga) Morro do Pilar, Serro, Itapanhoacanga (1,8?) Arqueano Algoma: SG Rio das Velhas (2,7-2,8 Ga), Guanhães, Itamarandiba (Serra Negra)
  • 22.
  • 23.
  • 24. Manuel Ferreira da Câmara de Bethencourt e Sá Desembargador e Intendente dos Diamantes Morro do Pilar em 1898
  • 25. Real Fábrica de Ferro de Morro do Pilar 1808 O Intendente Câmara recebe autorização para a instalação da Real Fábrica de Ferro em Morro do Pilar, com subsídios de caixa da Intendência dos Diamantes. A Fábrica funcionava até 1830, criando muitos “filhotes” na região de Conceição (família Utsch). A Real Fábrica de Ferro deve a Real Extração dos Diamantes: 31/12/1812 Mantimentos: 16 broacas de sal 72.000 Fazendas Geraes: ditos 1.949.329 Caixa: pela assistencia feita a mesma no de- curso desde 4 de fev. de 1810 a 23 de mayo deste ano 17.719.442 31/12/1814 Fazendas Geraes: generos deste semestre 16.002 total: 20.598.172 (Livro da Razão e Balanço Geral da Real Extracção dos Diamantes)
  • 26. Mapa do Rio Doce (Silva Pontes, 1800) Cachoeira Escura
  • 27. Fábrica Patriótica em Congonhas 1810 – Wilhelm Ludwig von Eschwege chega ao Brasil, faz uma primeira viagem de pesquisa para a Ilha Grande (minério de ferro) 1811 – agosto: chega em Vila Rica - setembro pede autorização régia para a “Fabrica Patriótica” (sócios: a família Monteiro de Barros e o Governador de MG) 1812 – 17 de dezembro: consegue a primeira lupa de ferro em Congonhas com o mestre fundidor João Schönewolf 1822 – A Fábrica encerra suas atividades
  • 28.
  • 29.
  • 30.
  • 31. Memorias Economicas da Academia de Sciencias de Lisboa, 1812
  • 32. Fábrica de Timbopeba A meia légua de Antônio Pereira construí a expensas minhas uma pequena fábrica de ferro em um vale coberto de prados, na base do íngreme morro rochoso de Timbopeba, formado do itacolumito com o oligisto e a mica ferruginosa, dos quais aparecem embaixo desse morro pedaços enormes. A força suficiente das quedas de um límpido córrego nunca seco, formosos bosques nos arredores, a vizinhança de Vila Rica e de outras localidades em que há grande consumo de ferro, fizeram deste romântico vale um lugar próprio para um estabelecimento desse gênero, que entretanto tive de vender depois, não me tendo sido possível ter permanência sempre ali nem fácil, em minha ausência, manter uma boa administração. (Eschwege 1832)
  • 33.
  • 34.
  • 35. Rochus Schüch (1840): Memória sobre algumas Experiências e empenhos mineralógicos e metalúrgicos
  • 36. Devo q’ pagarei ao Illmo. Snr. Guilherme Barão d’ Eschwege a quantia de setecentos mil rs. por a cessão q’ me fez da Fabrica de Ferro de Timbopeba cuja quantia não poderá exigir se não depois de passados quatro annos contados da assinatura d’ este credito, obrigando-me de pagar os juros da Lei dos setecentos mil rs. pagos por trimestres, e obrigando-me com os meus bens de satisfazer a divida depois dos quatro annos passados com a clausula de pagar somte. a quantia de quinhentos mil reis se a fabrica não fizer os progressos desejados. Pela clareza passo isto com a minha assinatura Rio de Janeiro em 1o de Julho de 1821 Roque Schüch
  • 37. Nestes dias, visitei a fábrica de ferro do Sr. Prof. Rochus Schüch em Timbopeba, próxima ao Arraial de Antônio Pereira, a 2 léguas e meia da Cidade de Ouro Preto e 2 léguas da Cidade de Mariana, a nordeste da primeira e ao norte da segunda. Este estabelecimento ou fábrica tem uma bela localização em um amplo vale, que se tornou conhecido e famoso há vários anos por seu ouro e ferro. Barão de Langsdorff, Diário, agosto de 1824
  • 38. A noroeste de Antônio Pereira, o Sr. von Eschwege construiu uma pequena fábrica de ferro, administrada por um mestre fundidor alemão. Essa fábrica usa o itabirito que aqui forma depósitos consideráveis dentro e sobrepostos ao quartzito branco e do qual encontram-se blocos grandes aqui e acolá na superfície. Às vezes é coberto por camadas de óxidos de ferro vermelho. A rocha é muito rica, com 60 a 80 % [o máximo de teor de ferro é de 70 %!], e poder-se-ia abastecer de ferro todo Minas Gerais a partir daqui. Como muitos fazendeiros produzem seu próprio consumo de ferro e também existem vários fornos pequenos nos mais diversos lugares da província e atualmente uma boa parcela do ferro é importada do Rio de Janeiro, a produção diária se restringe a uma ou duas arrobas, que são imediatamente transformados em machados, foices, facas, ferraduras e pregos. A arroba de ferro bruto é vendida aqui e nos arredores por 1.800 réis. Nosso amigo von Eschwege lamentou diversas vezes sobre as dificuldades que se contrapõem nesse país a qualquer fábrica e citou como principal causa a aversão da população mais pobre de se fixar em um certo ofício. Spix & Martius (1823) Viagem ao Brasil 1817-20, v. 1, p. 401/2 (ed. alemão)
  • 39. Jean Antoine Félix Dissandes de Monlevade (1791 – 1872) Engenheiro e empresário francês, chegou 1817 ao Brasil
  • 40. Joaquim Cândido da Costa Sena Viagem de estudos metallurgicos no centro da Provincia de Minas (1881) Enumera mais de 20 fábricas de ferro nos municípios de São Miguel (hoje Piracicaba), Itabira, Morro do Pilar e Conceição do M.D.; estima em 120 as fábricas ao longo da Serra do Espinhaço (incl. QF), muitas delas de ex-funcionários da Real Fábrica de Morro do Pilar
  • 41. Número de fábricas de ferro operantes no Brasil durante o século XIX 125 120 110 97 84 55 30 1821 1853 1855 1864 1873 1881 1893 anos Fonte: Graça 2006
  • 42. Pioneiros esquecidos Jean Albert Gerspacher, pai (1839 – 1889) Jean Joseph Gerspacher. filho (1865 – 1940) Augusto Barbosa da Silva (1860 – 1939)
  • 43. A chegada da estrada de ferro deu um forte impulso a indústria siderúrgica da região do Quadrilátero Ferrífero Fonte: Antônio Nahas junior: Rio Acima, Fragmentos da história de Minas (2010)
  • 44. Usina Esperança (Itabirito) Fundada em 1888 pelo suíço Jean Albert Gerspacher e sócios
  • 45. Fonte do minério para a Usina Esperança (Usina Queiroz jr.) 1938: Início da lavra no Pico de Itabirito pela Cia. de Mineração Novalimense Pico de Itabirito (Calvert 1915)
  • 46. A mineração começou com a Estrada de Ferro 1890 – Criação de Estrada de Ferro Vitória e Minas para estabelecer uma ligação entre Vitória e Diamantina (1. trecho 1904) 1908 – Fundação do Brazilian Hematite Syndicate (London) 1910 – Congresso Internacional de Geologia em Estocolmo 1911 – O BH Syndicate é reorganizada como Itabira Iron Ore Co. (controlador: Percival Farquhar) 1913(antes de) Criação da Brazilian Iron & Steel Co. (capital americano) 1913 – Criação da Deutsch-Luxemburgische Bergwerks- und Hütten gesellschaft (Ferro e Carvão – Ferteco) 1934 – Criação da Cia de Mineração Novalimense (subsidiária da St. John del Rey Mining Co. Ltd.) 1937 – Constituição do Estado Novo impede estrangeiros a exploração de jazidas minerais
  • 47. Orville A. Derby (1850 – 1915) We get thus for that portion of the only district which has hitherto been Investigated the following result: Quarry ore 2000 Mt Rubble ore 2000 Mt Canga ore 1710 Mt Total 5710 Mt
  • 48. Mapa do Quadrilátero Ferrífero de Luis Felipe Gonzaga de Campos (ca. 1922)
  • 49. 1939 – Criação da SAMITRI, em 1952 comprada pela Belgo-Mineira 1940 – a EFVM chega em Itabira e leva o primeiro trem de minério a Vitória 1940 – Criação da Cia. Brasileira de Mineração e Siderurgia (tem direito de acesso às minas da Itabira Iron Ore Co.) 1941 – Criação da Cia. Siderúrgica Nacional (CSN) 1942 – (1/06) Getúlio Vargas cria a Cia. Vale do Rio Doce 1942 – Criação da ICOMI (Augusto Trajano Antunes de Azevedo) 1944 – Criação da ACESITA (Amyntas Jaques de Moraes, Percival Farquhar e Athos Lemos de Rache; Timóteo) 1960 – Hannah assume a St. John del Rey, que é divida em Cia. de Mineração Novalimense (ferro) e Mineração Morro Velho (ouro) 1962 – Inauguração da Usiminas (Usina Intendente Câmara, Ipatinga) 1965 – Criação da MBR (fusão da ICOMI, Mitsui, Novalimense-Hannah) 1967 – Geólogos da Cia. Meridional descobrem a jazida de Carajás 1969 – A CVRD se associa a Meridional (US Steel) em Carajás 1979/86 - Eliezer Batista desenvolve o Projeto Carajás 1974 – CVRD e ACESITA formam a ITAVALE para pesquisa conjunta do Distrito de Itabira 1986 – Criação da Açominas (Ouro Branco / Congonhas) 1997 – Privatização da CVRD (desde 2008 VALE S/A)
  • 50. A polêmica da concessão da Itabira Iron Ore Co. entre Percival Farquhar e Arthur Bernardes Percival Farquahr foi o maior empresário de serviços públicos da historia nacional. Em negócios de hoje, ele seria o controlador ou grande acionista da Light, da Eletropaulo, Embratel, Telefônica e Telemar. Isso e mais a Vale do Rio Doce, a Acesita, os metrôs do Rio e de São Paulo, dez ferrovias e um porto. Suas PPPs contribuíram para a explosão da revolta sertaneja do Contestado (3.000 mortos) e Percival Farquhar mortandade da Madeira-Mamoré. (...) (1864 – 1953) Vivia como um príncipe, seco, distante e abstêmio. Os personagens da privataria de hoje caberiam no bolso do colete de sua casaca. Estudá-lo ajuda a expor tanto os embustes nacionalistas como a macaquice das "ekipekonômicas" diante dos magnatas mundiais (...) Farquhar: o Último Titã: um Empreendedor Americano na América Latina de Charles Gauld Farquhar, Charlton e Grosse (1935)
  • 51. Eliezer Batista da Silva o engenheiro do Brasil Presidente da Vale 1961 a 1964 e 1979 a 1886
  • 52.
  • 54. Mineração em Itabira Conceição Pico do Cauê (1943)
  • 56. Pico de Itabirito Foto: Gonzaga Campos 1922 Vista do Pico e cava 2007
  • 58. Produção de minério de ferro e aço (em mil toneladas) Minério País Aço (2011) (2010) 1 China 900.000 683.265 4 Índia 260.000 72.200 Austrália 420.000 5 Rússia 100.000 68.743 União 6 Coréia do Sul 68.471 177.400 Européia 7 Alemanha 44.288 2 Japão 107.595 8 Ucrânia 35.332 3 USA 86.247 9 Brasil 372.000 35.162