1) O documento discute o período entre as guerras mundiais, marcado por crises econômicas, e o surgimento do fascismo na Itália sob Mussolini e do nazismo na Alemanha sob Hitler.
2) A Grande Depressão de 1929 teve início com o crash da Bolsa de Valores de Nova York e levou a uma crise econômica global com alto desemprego.
3) Roosevelt lançou o New Deal nos EUA para tentar estimular a economia por meio de obras públicas e programas sociais, mas a recupera
Período entre guerras, crise de 1929 e regimes totalitários
1. Aula 60 (apostila 6)e aulas 67 e 68
Período entre guerras e a grande depressão –
Fascismo na Itália e Nazismo na Alemanha
2. PERÍODO ENTRE GUERRAS
O entre guerras, período compreendido entre o término
da Primeira Guerra Mundial (1918) e o início da Segunda
Guerra Mundial, foi marcado por crises econômicas,
políticas e sociais em vários países.
3. Crise de 1929
Quando o primeiro conflito mundial terminou, os EUA era
uma nação poderosa, a mais rica do mundo. Assim,
em 1918, novamente a presença americana era flagrante.
Empréstimos e mais empréstimos foram contratados pelos
europeus visando à reconstrução dos países destruídos. Esses
fatores condicionaram aos EUA uma prosperidade sem
precedentes. Um período de grande abundância gerou uma
idêntica euforia social. Os empresários americanos nadavam
em capitais.
4. Crise de 1929
Exportava também o "modelo de homens de negócios",
o Self-made-mam. Aquele empreendedor, que, saindo das
camadas humildes da população, competentemente
prosperou. Toda essa riqueza gerou, nos EUA, um novo
ideal de vida ou um novo estilo de vida americano,
o "american way of life". Estilo de vida baseado na febre
de consumo de produtos industrializados. Mas essa
abundância era ilusória, pelo menos para a maioria do
povo norte-americano.
5. Crise de 1929
Uma prosperidade vulnerável... Para alimentar o sonho
americano, milhares de pessoas especulavam na bolsa de valores,
as empresas supervalorizavam os seus papéis. Na medida em que a
Europa se recuperava dependia cada vez menos das importações
americanas. Os capitalistas pagavam salários baixos e o número de
miseráveis aumentava cada vez mais. No entanto, em 1929,
conheceram uma profunda crise, com a queda da bolsa de valores
de Nova York, que gerou, por sua vez, uma gravíssima crise
interna, provocando alto índice de desemprego e acabando por
afetar vários países.
6. A Crise de 1929
A superprodução provocada pelo subconsumo, a queda geral dos
preços e a especulação geraram uma crise sem precedentes: a
queda da bolsa de valores. Em setembro de 1929, o valor das
ações começou a oscilar; de repente subia, logo em seguida caía.
No mês seguinte, só houve queda, e os investidores queriam
livrar-se das ações vendendo-as rapidamente. No dia 24 de
outubro, conhecido como a “quinta-feira negra”, houve pânico na
Bolsa. Cerca de 13 milhões de ações foram negociadas a qualquer
preço, em um único pregão. De uma hora para outra, milhares de
investidores viram-se na miséria.
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8. Crise de 1929
A crise desenvolveu-se numa reação em cadeia. O crash
financeiro acentuou a crise industrial, desaparecendo
qualquer possibilidade de recuperação. Foi necessário reduzir
a produção e abaixamento de salários dos que continuavam
trabalhando. Por volta de 1933, mais de 14 milhões de
norte-americanos estavam desempregados.
10. Crise de 1929
A crise atingiu outros países
A crise de 1929 acabou afetando vários países do mundo. Na Europa, muitas
nações dependiam do crédito norte-americano e, quando este foi suspenso,
sofreram forte abalo. Houve fechamento de bancos, falências, desvalorização da
moeda e desemprego. No início da década de 30, o número de pessoas
desempregadas no mundo estava em torno de 40 milhões. Os países
desesperados para se safarem, tomaram medidas várias. Alguns como
Alemanha e Itália tiveram que adotar regimes autoritários para
conseguirem implementar medidas impopulares. A confusão
provocada pela crise criou, na Europa, o clima responsável pela eclosão da
Segunda Guerra Mundial. O Brasil também foi afetado pela crise de 1929. O
café, principal produto de exportação, tinha nos Estados Unidos o seu maior
comprador. Com a crise, os norte-americanos reduziram as compras e os
estoques de café aumentaram, provocando a queda do preço e transformações
políticas, sociais e econômicas no Brasil.
11. NEW DEAL: a reação norteamericana
Em 1932, 0 povo norte-americano elegeu Franklin Delano Roosevelt
para presidente dos Estados Unidos. Roosevelt propôs uma novidade:
o abandono do velho liberalismo econômico. Para salvar o capitalismo
em crise, era preciso botar o Estado intervindo fortemente na economia.
Foi isso que Roosevelt fez. Seu plano econômico chamava-se New Deal
(Novo Acordo ou Novo Tratamento) e acabou sendo imitado por
quase todos os países do mundo.
Em primeiro lugar, o governo tentou planejar um pouco a economia.
Ou seja, em vez de deixar o mercado aquele caos absoluto, o Estado
passou a vigiar de perto, disciplinar os empresários, corrigindo os
investimentos arriscados, fiscalizando as loucuras especulativas nas bolsas
de valores.
13. Doutrina Keynesiana
John Maynard Keynes, o principal teórico responsável pela revisão dos princípios do
liberalismo clássico
14. Doutrina Keynesiana
o keynesianismo defende a necessidade do Estado em buscar formas para se
conter o desequilíbrio da economia. Entre outras medidas, os governos
deveriam aplicar grandes remessas de capital na realização de investimentos que
aquecessem a economia de modo geral. Paralelamente, era de fundamental
importância que o governo também concedesse linhas de crédito ao baixo
custo, garantido a realização de investimentos do setor privado.
Promovendo tais medidas de incentivo, os níveis de emprego aumentariam e
consequentemente garantiriam que o mercado consumidor desse sustentação
real a toda essa aplicação de recursos. Dessa maneira, o pensamento proposto
por Keynes transformava radicalmente o papel do Estado frente à economia,
colocando em total descrédito as velhas perspectivas do “laissez faire” liberal.
15. New Deal
Outra medida fundamental foi a criação de um vasto programa de obras
públicas. O governo norte-americano criou empresas estatais e também
contratou empresas privadas para fazerem estradas, praças, barragens, canais de
irrigação, escolas públicas, etc. Ao fazer a obra pública o governo também
oportunizou emprego para milhões de trabalhadores.
O New Deal criou leis sociais que protegiam os trabalhadores e os
desempregados. No começo esse ponto foi rejeitado pelos empresários.
Sem entender direito, eles chegaram ao absurdo de acusar Roosevelt de
comunista. Na verdade, era um homem que via longe. Percebeu que para salvar
o capitalismo da crise era necessário assegurar um mínimo de consumo por
parte dos trabalhadores. O sistema não poderia continuar funcionando se os
operários não pudessem colher alguns benefícios do crescimento econômico.
16. Crise de 1929
Outras medidas pareceram irracionais. Por exemplo, o
governo comprava estoques de cereais e mandava queimar. Ou
então pagava aos agricultores para que não produzissem. Que
loucura! Milhões de pessoas passando fome e o governo
destruindo comida! Bem, não era tão irracional assim. O New
Deal apenas seguia a lógica capitalista, ou seja, era preciso acabar
com a superprodução de qualquer jeito.
O New Deal deu certo? Nos primeiros anos, só um pouco. Depois
a coisa foi melhorando devagarzinho. No final, a economia dos
EUA só voltou a se recuperar mesmo a partir da Segunda Guerra
Mundial (1939-1945).
18. Crise de 1929
Se você parar para pensar, pode concluir uma coisa
tenebrosa: foi a guerra que resolveu de vez o problema da
crise capitalista de 29? Foi. A guerra fez os governos
encomendarem quantidades gigantescas de aço, máquinas,
peças, mobilizando toda a indústria. Além disso, a guerra
resolveu o problema do desemprego de modo arrepiante:
milhões de desempregados morreram nos campos de batalha.
Que coisa, não? Será que no mundo atual ainda corremos o
risco de outra guerra mundial para salvar a economia
capitalista da crise?
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20. O fascismo na Itália
Símbolo fascista: o feixe significava a união e a obediência; a machadinha, a repressão
21. Aula 67 –Fascismo e nazismo na Europa
Surgimento de vários movimentos nazifascistas em
diversos países:
Itália (fascismo).
Alemanha ( nacional-socialismo - nazismo).
Portugal (Salazarismo).
Espanha (Franquismo).
Brasil (Getulismo em 1937).
Fatores:
Agravamento dos problemas sociais.
Crescimento das esquerdas.
Pendências decorrentes da Guerra.
22. Aula 67 – CARACTERÍSTICAS
DO NAZI-
FASCISMO:
è Totalitarismo: nada deve vir acima do Estado, que tem o controle absoluto sobre tudo.
è Nacionalismo: exaltação de tudo quanto era próprio da nação.
è Militarismo: princípio de fortalecer seus exércitos para a defesa e executar uma política
imperialista.
è Corporativismo: os sindicatos deveriam desaparecer dando lugar as corporações, organismos
que reuniam patrões e empregados, cuja função era administrar a economia sob o controle do
Estado.
è Antiliberalismo: ausência de liberdade sindical, econômica e de imprensa.
è Propaganda controlada: o Estado controla a propaganda com a finalidade de fortalecer o
sentimento de patriotismo, culto ao chefe e a disciplina.
è Culto da personalidade: exaltação ao chefe e suas realizações.
è Expansionismo: a conquista de novas terras pelos alemães era justificada pela necessidade do
espaço vital para que a raça ariana pudesse se multiplicar. (Direito de aumentar território).
è Racismo: consideravam a raça ariana a única pura e, por isso, a única capaz de colaborar para o
aperfeiçoamento do gênero humano.
è Unipartidarismo: só era admitida a existência de um partido político.
23. O Fascismo na Itália
A Itália lutou na Primeira Guerra ao lado da Inglaterra e da França, mas
perdeu muito mais do que ganhou. Terminado o conflito, viveu uma
crise violenta. Os operários, estimulados pelos comunistas, chegaram a
fazer greves com ocupação e controle das fábricas (1919). O país esteve
a um passo da revolução socialista.
Nesses anos de agudas lutas de classes, surgiu o Partido Fascista liderado
por Mussolini. No começo, reunia bandos de ex-soldados, neuróticos
de guerra, desempregados, vagabundos e policiais. Recebiam dinheiro
dos empresários para perseguir os sindicalistas e socialistas. Com o
tempo, os fascistas foram constituindo um partido político com ideias e
projetos próprios. Entretanto, nunca abandonaram a prática de agredir
fisicamente os adversários.
24. O Fascismo na Itália
Em 1922, milhares de militantes fascistas vestidos de camisas negras
executaram a Marcha sobre Roma (1922). Eles ocuparam as ruas da
capital exigindo que o rei nomeasse Mussolini primeiro-ministro.
Pressionado pela burguesia, que apoiava os fascistas, o monarca cedeu.
Instalado no poder, Mussolini realizou eleições marcadas pela fraude.
Um deputado, que denunciou a farsa eleitoral, foi assassinado. Diante da
confusão, com bandos paramilitares fascistas executando inimigos
políticos impunemente, Mussolini mandou fechar todos os outros
partidos e prendeu seus opositores. Estava implantada a ditadura.
Somente o partido fascista estava autorizado a existir na Itália.
Perceba uma coisa importante: a ditadura fascista italiana estava
implantada antes da crise de 1929.
25. O Fascismo na Itália
Naquela época a Igreja Católica era bastante hostil aos
comunistas. Os bispos diziam que as desigualdades sociais
tinham sido determinadas por Deus e que, portanto o
socialismo seria um tipo de heresia. Alguns padres aderiram
ao fascismo por acreditar que essa era a melhor maneira de
enfrentar os comunistas. Habilidosamente, Mussolini fez um
acordo com a Igreja, o Tratado de Latrão. A partir dele
surgiu o Estado do Vaticano, onde mora o papa e que fica
num bairro de Roma. Em troca, papa reconheceu o Estado
italiano.
26. Aula 68 – o Nazismo na Alemanha
Dois significados importantes para o sentido de rotação da suástica. Sentido anti-horário
benigno, sorte. Sentido horário maligno, azar.
A palavra suástica, que no sânscrito significa “boa sorte”, também conhecida como cruz
gamada é um símbolo místico, um amuleto encontrado em muitas culturas, tanto nos
tempos antigos quanto nos atuais. São conhecidas as suásticas dos índios Hopi, dos
Astecas, dos Celtas, dos Budistas, dos Gregos, dos Hindus, das culturas pré-cristãs, das
tribos nativas norte-americanas, do período neolítico, com pequenas variações entre umas
e outras.
27. ALEMANHA: O NAZISMO
Na Alemanha, o movimento fascista foi chamado de nazista, que é uma abreviatura de
nacional-socialista. Repare numa coisa interessante: o socialismo estava tão popular, que
até os nazistas utilizavam esse nome. Claro que não tinham nada de socialistas, pois
abominavam a igualdade e a democracia.
Quando terminou a Primeira Guerra, em 1918, a Alemanha passou a ter um regime
democrático. Esse período de liberdade política foi chamado de República de
Weimar e durou até 1933, quando os nazistas assumiram o poder. Todos os partidos
políticos importantes tinham deputados no Parlamento, inclusive os comunistas e os
nazistas.
Foi uma época de grandes dificuldades. Derrotada na guerra, a Alemanha teve de pagar
uma imensa dívida para os ingleses e franceses. A crise de 1929 levou milhões de
alemães ao desespero. O desemprego atingiu 44% dos trabalhadores. A crise levou
muitas pessoas a votar nos comunistas e nos socialdemocratas.
28. ALEMANHA: O NAZISMO
O partido nazista, chefiado por Adolf Hitler, também ganhava
muitos votos. Os nazistas acusavam os comunistas, os liberais e
judeus de desgraçar o país. Prometiam acabar com a “desordem” e
restaurar o orgulho de ser alemão. Falavam em combater os
banqueiros muito gananciosos e em proteger a classe média.
Anunciavam que pertenciam à raça ariana, que consideravam
superior às outras e que portanto não poderia curvar-se diante do
mundo. Assim, num país faminto, humilhado pela derrota na
Primeira Guerra e inseguro com a crise, os nazistas ofereciam o
sonho da tranquilidade, do orgulho patriótico e da força. E
quantas pessoas inseguras não acreditam que poderão ser salvas
pelo “herói da pátria” e pelo super-Estado?
29. ALEMANHA: O NAZISMO
Os nazistas tinham técnicas avançadas de propaganda política.
Seguindo as idéias de Goebbels, o mestre da propaganda política
fascista, manipulavam informações (“uma mentira repetida mil
vezes se torna uma verdade”). Exploravam o inconsciente coletivo
alemão e os ressentimentos causados pela derrota na Primeira
Guerra. Falavam em vingança, em “Alemanha acima de tudo”.
Formavam bandos de jovens uniformizados e cheios de músculos,
que ocupavam as ruas perseguindo todos os inimigos: comunistas
e socialdemocratas, judeus, homossexuais.
30. ALEMANHA: O NAZISMO
Depois da crise de 1929, os nazistas elegeram inúmeros
deputados para o parlamento. Num certo momento,
tornaram o seu partido mais votado. Agora, atenção para
algo muito importante: os nazistas jamais conseguiram a
maioria absoluta dos votos do povo alemão. Isso mesmo:
mais da metade dos alemães votava contra os nazistas! Meses
antes de dominar a Alemanha, Hitler foi candidato à
presidência da República e perdeu as eleições para um velho
político tradicional. Como se explica então que os nazistas
tenham chegado ao poder?
31. ALEMANHA: O NAZISMO
Em primeiro lugar, as forças antinazistas estavam divididas. Os
socialdemocratas e os comunistas acusavam-se mutuamente de favorecer
os nazistas. Os liberais não queriam se unir à unir à esquerda para
combater Hitler. Só os nazistas estavam unidos e coesos. Daí sua força.
Daí sua ousadia.
Em segundo lugar, porque os nazistas tomaram o poder com um golpe
de Estado, apoiado pelos megaempresários e pela cúpula das Forças
Armadas. Foi em 1933. O Reichstag (Parlamento) foi incendiado pelos
nazistas, que puseram a culpa nos comunistas. A partir daí, todos os
partidos políticos foram fechados, com exceção do nazista. A Gestapo
(polícia secreta) vigiava e aterrorizava toda a população.
32. ALEMANHA: O NAZISMO
Seguindo as receitas do New Deal dos EUA, o plano de
recuperação econômica do presidente Roosevelt, o Estado
fascista alemão encomendou obras públicas às empresas
privadas. Para recuperar o emprego e ativar a economia,
estimulou a produção de armas. Conseguiu reduzir o
desemprego, mas a guerra seria apenas uma questão de
tempo.