SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 16
Baixar para ler offline
Rádio e Internet: Linguagem e meio X comunicação




       Web Rádios


       A internet é um meio de comunicação de massa, uma mídia ou apenas um suporte?
Esse foi um dos temas do trabalho apresentado por Fábio Henrique Pereira e Francilaine
Munhoz de Moraes da Universidade de Brasília durante o XXVI Congresso Anual em Ciência
da Comunicação no Núcleo de Jornalismo em Belo Horizonte em 2003. (disponível em:
http://www.portal-rp.com.br/bibliotecavirtual/comunicacaovirtual/0221.pdf)
       Assim como o jornalismo foi considerado e era produzido de forma literária, o rádio
alardeado como a “oitava arte” e a televisão como a “visão do futuro”, a internet já perpetrou
diversas discussões a respeito, seja como meio, suporte ou mídia.
       Que definição devemos atribuir a essa rede que não é massiva, sem mensagem
homogênea e completamente distinta em seu formato de produção dos meios tradicionais
sejam eles impressos ou eletrônicos? Ainda não existe uma nomenclatura específica para
designar ou mesmo padronizar as emissoras de rádio presentes na rede. Uma classificação
seria fundamental para provocar conceitos e definições a respeito, uma vez que ainda não se
sabe ao certo se o internauta prioriza seu gosto pessoal na escolha de músicas ou informação
falada. Emissora on-line, “Rádio Web”, “Vib Radio”, “Radio Vip”, “Internet-only”,
“WebRadios”, “NetRadios” ou “Rádios Virtuais”, o que fazer com tantos nomes e suas
respectivas funções?
       On-line significa – em linha – ou seja, conectado. O computador está em linha pelo
modem, dispositivo decodificador de pulsos em bits por segundo, hoje LAN, mais um
instrumento para conexão em banda larga, sendo que a palavra online sem hífem será adjetivo
e com hífem como substantivo. (Webopedia. Disponível em <www.webopedia.com> , apud
SOUZA, L.M.T.de, As categorias do rádio na internet. São Paulo, Idade Mídia, 2002.p.18.)
       Como a internet promove a convergência das mídias, é possível disponibilizar
arquivos de som em programações de áudio e assim falarmos em rádio online. Ora, emissoras
que apenas oferecem serviços em home-pages na internet, são offlines, mesmo que tenham
alguns recursos em áudio, como vinhetas, trilhas ou músicas, pois não se qualificam como
emissoras presentes, de comunicação freqüente e periódica ao vivo.
       Para as emissoras online, podemos dividir em duas categorias distintas: As que
produzem uma programação especial para a rede e as que inserem sua programação regular,
pois são emissoras homologadas pelo Governo Federal. As emissoras offline portanto,
existem no meio éter (AR), e ocupam seu espaço virtual ativo tendo como suporte o Dial
(espelho que é colocado à frente do aparelho de rádio receptor, para identificação das
emissoras segundo código estipulado em hertz), e mantém seus sites mesmo que sem veicular
áudio,com a finalidade de garantir uma presença inicial na rede e divulgar o nome da
emissora, sua proposta e, claro, oferecer serviços para os internautas.
       Mas, as rádios online, em sua maioria, não diferem muito da programação já
estereotipada das emissoras comuns de AM ou FM, sendo que estas incorporam com mais
propriedade o que recolhem da internet (o meio passa a ser um suporte), fazendo uma
transposição apenas do sinal para a web e aquelas ainda não conseguiram criar um novo
formato para a apresentação de músicas, informações e entretenimento (NEGROMONTE,
2000.). Poderíamos aqui pensar numa terceira categoria de emissora, que além de existir no
éter, produziria uma programação especial para a internet, colocando ali toda sua experiência
na intenção de agregar mais um público distinto, a emissora Hibrida. Essa transposição de
tecnologia aliada aos recursos de arquivamento de informações, está criando uma modificação
no conceito de instantaneidade do rádio.


       Convencional X On-line: linguagem


       Como a informação e programas ficam armazenados em arquivos disponibilizados na
rede, o internauta pode acessá-los de acordo com sua necessidade e conveniência. Se a
comunicação implica em relacionamento, ação e reação e, se toda comunicação tem
elementos de persuasão (CITELLI,1984.), poderemos deduzir que o caminho pelo qual se
consegue comunicar é o da linguagem. Depende da linguagem a qualidade dos
relacionamentos e da comunicação, principalmente em se tratando de rádio na internet, a
adequação da linguagem impede a geração de ruído (a distorção e falta de compreensão). A
língua é uma atividade estruturada a partir de símbolos, signos, códigos, que garantem um
sistema organizado de comunicação.
       Como na internet há uma confluência de mídias, observa-se uma maior complexidade
de se conduzir a comunicação, pois o internauta não se contenta apenas com o som ou com a
imagem, mas o conjunto de todas as funções possíveis e as diversas combinações entre elas. A
partir daí, não se tem apenas um código regido pela linguagem oral como nas emissoras
convencionais, temos uma multilinguagem que se multiplica em varias direções criando
sistemas simbológicos que obrigam o seu usuário a conhecê-los, decodifica-los e por fim
manipula-los de acordo com as novas necessidades da comunicação (Semiótica). Mas a
linguagem humana é natural, nasce com o meio em que o ser humano freqüenta e por isso se
desenvolve de acordo com os signos que ele tem acesso para gerar informação e
comunicação.
       O poder da argumentação surge pelo discurso que é treinado durante o percurso desse
aprendizado, uma vez que escutar é um fenômeno anterior à fala e exige decodificação
semântica e semiótica, para haver reciprocidade de comunicação. O próximo estágio após o
inicio da comunicação é o da interação, reagindo ao que foi pronunciado e decodificado pela
troca de signos pertinentes ao convívio, a troca de informação pelo compartilhamento gera a
participação mútua de interesses. “Estar juntos é mais importante do que as diferenças e os
pontos de vista”. (BABIN,1989.)
       O rádio desde a sua invenção até os dias de hoje, faz uso constante da linguagem oral
que é mais simples e próxima de todos os seres humanos pois é parte da natureza, proveniente
do meio em que convive. Originada da troca de informações e decodificada pelos mesmos
signos, a oralidade passa a ser o componente analógico da comunicação, possibilitando a
racionalização do pensamento e a troca de informações necessária para a melhor adaptação
dos interlocutores à comunicação da realidade em que vivem. Mais complexa e ao mesmo
tempo intuitiva, a linguagem desenvolvida pelos símbolos deseja descrever a capacidade da
oralidade inata e codifica os sons, imagens, por meio de textos e letras que expressam os
pensamentos.
       Os símbolos não procuram explicação, mas entram exatamente no lugar onde o
homem de forma racional, cria referenciais de decodificação envolvendo seu conhecimento
como um todo e gerando a imagem que envolve os sentidos de modo direto, sem porém ser
necessário o uso de todos os sentidos para sua cognição. Na linguagem escrita o
conhecimento de códigos exatos, obtido pela alfabetização gera a decodificação da
comunicação mais culta e tradicional do homem, pois está ligada historicamente às situações
sociais e descrição da trajetória humana.
       As novas tecnologias de comunicação, associadas ao constante desafio humano de ser
cada vez mais completo em sua expressão, aperfeiçoaram as primitivas formas de
relacionamento criando uma complexa rede de meios comunicacionais, a começar pela junção
de Áudio e Vídeo, proporcionando uma nova linguagem desenvolvida primeiramente no
cinema e posteriormente na televisão.
       E por fim a linguagem virtual que é universal e desterritorializada, consegue a
abrangência pois engloba todas as mídias criadas a serviço do homem. O exercício de
criatividade e imaginação ficou obrigado então a perpassar pelos multimeios, repensando o
papel da publicidade, da linguagem e da apresentação no contexto da comunicação digital. A
cultura digital passou a ser explorada pelos diversos meios de comunicação na intenção de
uma inclusão na mãe de todas as mídias: a Internet.


       A mensagem


       Há uma preocupação com a perda de privilégios e monopólio de criação por todos os
meios afetados pelo surgimento da internet, mas ao mesmo tempo uma corrida para a criação
de estratégias persuasivas para enfocar no novo elemento a sedução do consumidor, que é um
consumidor familiarizado com as mídias. A ampliação das formas de distribuição da
mensagem na internet, rompe com a linearidade da estrutura já conhecida e experimentada no
decorrer das ultimas décadas nos meios de comunicação, por causa da mobilidade entre as
mídias propiciada pela linguagem digital ou virtual. Informação e entretenimento tendem a se
fundir num único bloco onde som, imagem e texto irão compor uma só mensagem rica em
signos e códigos, completa e complexa em sua concepção.
       Haverá com essa mudança uma constante interferência nos estilos de vida e
entretenimento por meio da mensagem ? Pode ser que sim, uma vez que não podemos
desprezar qualquer tipo de linguagem, pois toda comunicação sugere interação em seu
conteúdo e não existe linguagem melhor ou pior, mas adequada para cada situação, já que o
objetivo final é o relacionamento ou a comunicação que também sugere persuasão.
       A tendência das emissoras de rádio na internet criar suas próprias mídias para instituir
um padrão cultural em seu ouvinte internauta, parece ser uma hipótese razoável já que vai
precisar intuir nesse usuário o hábito de, em pelo menos alguns minutos por dia, ouvir sua
programação ou fazer um download de seus arquivos de entrevistas e serviços. Piérre Lévy
(1996, p. 17-18) define a virtualização como “uma mutação de identidade, um deslocamento
do centro de gravidade ontológico do objeto considerado”.
       Ora, boa parte das emissoras com programação sonora na internet, não gera a
programação ao vivo para esse público específico mas, disponibiliza arquivos, muitas vezes
gravados de emissoras locais com assuntos de relevância regional ou mesmo nacional. Assim,
percebe-se que o que ocorre é apenas uma mudança de suporte como discute em sua
dissertação Lígia Maria Trigo-de-Souza, As categorias do rádio na Internet.

                       Em relação à incorporação de recursos não-sonoros, nota-se uma primeira
                       modificação. No entanto, deve-se ressaltar que eles são acessórios e que a
                       mensagem sonora continua podendo ser entendida isoladamente, sem necessidade de
                       complementação por outros estímulos, como os visuais, por exemplo, que, neste
                       caso, são complementares, mas não essenciais à compreensão da mensagem. Essa
                       utilização de estímulos outros que não os sonoros não é, além disso, exclusividade
                       do rádio/Internet. Como exemplo, temos a tecnologia DAB 8 (sigla de Digital Audio
                       Broadcasting, ou difusão de áudio digital), ainda em desenvolvimento, que permite
                       que aparelhos de carro ou portáteis específicos recebam som de qualidade de CD.
                       Isso porque o sinal, hoje transmitido de forma analógica, passa a ser digital,
                       comprimindo a banda usada para a transmissão. Com isso, além do áudio, pode
                       exibir num visor informações de texto, como num pager. (...) a princípio, qualquer
                       tipo de informação pode ser transmitida via DAB, desde que esteja em formato
                       digital e não ultrapasse a capacidade máxima de circulação de dados. Imagens
                       congeladas acompanhando programas de rádio, informações de tráfego digitalizadas,
                       edições online de jornais e até vídeo podem ser transmitidos utilizando o sistema
                       Digital Audio Broadcasting. (Moreira, 1999, p. 180; grifos da autora). E mesmo com
                       essas novas possibilidades, continua sendo rádio... Portanto, analogamente, quando
                       falamos da agregação de imagens e textos nas emissoras online, não podemos deixar
                       de classificá-las ainda como rádio, já que a mensagem radiofônica permanece inteira
                       em si mesma e pode ser recebida e compreendida independentemente dos outros
                       recursos oferecidos que são apenas complementares e não parte da mensagem.



         Para este trabalho foram pesquisadas algumas emissoras que disponibilizaram suas
programações em arquivos para a audição em tempo real sem comerciais ou interferências na
apresentação. O acesso é fácil e qualquer programa de audio abre os arquivos com boa
qualidade sonora, o que serve de motivação para a audição. Pode-se portanto, agendar seu
programa favorito e ouvi-lo na hora mais conveniente. Ao mesmo tempo, se houver alguma
dúvida sobre o que foi pronunciado, basta voltar a programação e checar qualquer detalhe
quantas vezes quiser. Há que se repensar com essa nova modalidade a instantaneidade do
rádio.
         O ouvinte quer mesmo receber o sinal e o fato no mesmo momento em que ele está
acontecendo ou tanto faz, pois depois pode ouvi-lo, lê-lo, vê-lo em arquivos armazenados em
seu computador ?
         Assim como não é possível ter tempo para ouvir tudo o que aconteceu em 24h no
momento de lazer, também não existe espaço físico grande o suficiente para as emissoras
disponibilizarem todos os fatos do dia em arquivos para seus ciberouvintes. Então, mais uma
vez aqui, a informação, programas, fotos, fatos, ficam sob a triagem de editores e
programadores que exercerão a atividade da escolha de matérias, segundo critérios próprios
ou de cada emissora virtual para ser disponibilizado, de acordo com o que possa ser de maior
interesse do internauta, ou menos perecível durante o tempo de exposição. Tudo isso acontece
simultaneamente, com a intenção de adequar a audição o máximo possível às necessidades do
ouvinte.
       Existe uma diferença entre as NetRadios e as Rádios online, já que aquelas não
existem fora do universo virtual. Sua linguagem é mais solta e menos coloquial que estas,
uma vez que não se preocupam em manter a audiência mas, em produzir uma programação
mais seletiva de acordo com seu ciberouvinte. Nas NetRadios, há uma semelhança nos
recursos oferecidos no que diz respeito à tecnologia, uma vez que o suporte Internet, oferece
recursos iguais a todas, porém diferem nos assuntos e na apresentação deles ao seu público,
assim como as formas criativas de junta-los por categorias e disponibiliza-los por assunto.
       Há NetRadios que possuem periodicidade com programação definida, porém menor
que das emissoras homologadas. Programas atualizados de forma semanal ou mensal e alguns
desenvolvidos a partir de vínculos com projetos comunitários, grupos ou universidades. O
grande número de arquivos que ficam disponibilizados das edições anteriores, catalogados por
data, assunto e tempo de duração facilita a escolha.
       As rádios online por sua vez, mantém programação diária com várias opções de
canais, divididos em ritmos musicais com arquivos para a composição pelo ciberouvinte de
sua programação, caso queira só ouvir músicas. Além desses arquivos, disponibilizam
também matérias jornalísticas com entrevistas que priorizam assuntos musicais como bandas,
cantores, fofocas e enquétes.
       Com nuances de interatividade, há uma provocação constante do ciberouvinte para
interagir com a programação. Essa expressão por vezes é pronunciada pelo locutor ou vinheta
(forma oral), as vezes aparece em forma de gifs que atravessam literalmente a home page, ou
ainda em forma de ruído para despertar a atenção para uma nova atração. Algumas são apenas
grandes vitrolões, que só existem para fazer som ambiente de acordo com a programação do
internauta, outras oferecem arquivos sem fim de cantores e cantoras, musicais, orquestras,
enfim o que o internauta quiser programar, tudo muito bem arquivado e ao alcance dos olhos.


                        Isso não quer dizer que o internauta “faz rádio”, estando mais próximo de uma
                        Audição coletiva virtual de uma seqüência musical. Algo como reunir os amigos
                        Para ouvir música... Devem ser excluídos também sites que oferecem a
                        possibilidade de passear por discos e gravações, fazendo a audição de trechos ou
                        faixas. O que se assemelha à virtualização de uma loja de discos em que o
                        consumidor, antes de adquirir o produto, pode levá-lo até um CD player e ouvi-lo
                        para conferir o conteúdo. Em todos esses casos, não podemos considerar que são
                        emissoras de rádio (NetRadios), já que não reúnem as demais características do
                        meio e da linguagem radiofônicos (fala, efeitos, sons e silêncios). O nome “rádio”,
                        portanto, tem função apenas chamativa, sendo inadequadamente utilizado.
No entanto, quando esses recursos são utilizados como adicionais para reforçar as
                       ferramentas de interatividade do site e há uma programação radiofônica criada
                       especificamente para a Internet, então voltamos a falar de NetRadios.
                       Por último, temos os portais de rádio virtuais, unindo a disponibilidade de vários
                       canais de rádio a programas, especiais e outros produtos radiofônicos. São uma
                       espécie de supersites. São eles também que, em geral, oferecem a possibilidade do
                       internauta criar sua própria emissora e disponibilizá-la para os demais.
                       (SOUZA, 2001)


       Ação e Reação


       Se o rádio sempre obteve altos índices de integração com seu publico e os ouvintes
interferem de modo positivo na programação por meio de cartas, telegramas, telefonemas,
promoções, etc., é claro que uma rádio virtual tenha em sua constituição uma parte forte de
migração das idéias que surgiram nas emissoras constituídas na realidade social. Há que se
pensar a partir disso que os ouvintes passam a ser usuários, que também pelo meio virtual
interagem na programação da mesma, seja ela ao vivo ou não.
       Assim, o e-mail, chats e outras ferramentas disponíveis vão manifestar o grau de
interesse despertado no ciberouvinte que não usará apenas os serviços de áudio dessa rádio,
mas os videoclipes, fotos, textos, a própria programação e ainda os links sugeridos pelo
programador, com hipertextos complementares sobre os mais diversos assuntos abordados
durante a semana pela equipe que ali se manifesta. (ZARUR, 2002:2)
       Uma rádio na internet extrapola seus vínculos naturais e expande seu sinal para todos
os lugares do mundo. Sem ondas mas, viajando com a velocidade da luz deixa seu som
cravado nos mais diferentes estágios da compreensão humana.
       A linguagem é a mais coloquial possível, até mesmo para que não entende passa a ser
interessante as formas de comunicação oral. Não há espaço para equívocos e nem mesmo mal
entendidos sobre os motivos que levam alguém a “linkar” suas idéias em uma rádio virtual: a
mensagem é a parcela mais importante. Não podemos separar o rádio meio de transmissão
com seus sistemas de ondas, transmissores e antenas, algo que sempre fascinou a humanidade
pela simplicidade complexa dessa relação, de seu contudo como a programação e mensagem.
(MEDITSCH, 2001:5)
       A tecnologia será apenas um suporte sempre, seja no meio físico ou no virtual ou
ainda em qualquer outro que venha a surgir (rádio em celulares e aparelhos digitais), pois
haverá sempre a necessidade da elaboração da mensagem a ser veiculada tendo ai um
resultado maravilhoso da combinação de elementos que corroboram para a compreensão do
novo que a todo o momento cobra o seu lugar na trajetória da humanidade.
Os elementos que compõem essa transposição de tecnologia e cultura, não podem
perder sua identidade. O que é som, trilha, efeito, ruído, silêncio e voz humana, serão
transportados para uma única unidade, saindo assim do meio acústico para o meio luz,
coordenado pelo tempo necessário para se decompor e recompor de acordo com a intensidade
da decodificação que não é mais um simples depreender de signos no ambiente semântico ou
semiótico, mas de informática e energia para compor um todo. (ALBANO DA SILVA,
1999:17)
        A mesma diferenciação de conceitos é feita por MEDITSCH (2001) quanto à Internet.
        A rede pode ser um canal de transmissão, enquanto rede física, levando de um
extremo a outro dados, vídeos, áudios e textos em vários formatos, e representar nova forma
de expressão, levando-se em conta os materiais disponíveis nos sites e portais e suas
interfaces, que viabilizam aos usuários a leitura e a reestruturação de conteúdos por caminhos
infindáveis.( JUNIOR, 2003)


Conclusão


        Uma emissora na Internet pode contar, além da realização de entrevistas e debates na
informação, até o aprofundamento dos dados, com links dedicados que permitam a leitura de
textos, a visualização de vídeos e de fotos sobre qualquer assunto. A atenção exigida facilita
a realização de atividades paralelas, como, por exemplo, escrever um texto no computador ou
navegar pela rede ouvindo uma web radio. Mas, nem todo serviço de áudio na Internet deve
ou pode ser considerado rádio.
        Conforme a conceitualização de FAUS BELAU (1981:166), “o produto radiofônico é
resultado de uma intencionalidade auditiva, que implica uma complementariedade de
processos criadores, e de suas elaborações através de trabalhos técnicos”. Sendo assim as
emissoras online apesar de terem um serviço bem estruturado de áudio para a Internet, já que
os usuários interagem com um sistema informatizado, definindo em um banco de dados o que
querem ouvir, sem a participação direta de um profissional na produção de uma grade de
programação, não podemos afirmar com certeza de que sejam uma rádio.
        A pluralidade de canais de áudio não deve ser confundida com o novo formato de
rádio transmitido pela web, que, por sua vez, mantém as características estéticas e técnicas do
meio.
Segundo MEDITSCH (1999), esse tipo de serviço é, na verdade, fonográfico, não se
caracterizando como radiofônico por não ser emitido em tempo real. A transmissão da
programação de emissoras de sinal aberto através da Internet, como na “Radio Click”, é na
realidade o uso de mais um canal de distribuição de áudio (de transmissão) para essas rádios,
podendo ter no site um suporte multimídia agregado para suplementar as mensagens
radiofônicas ali veiculadas; ou seja, o produto sonoro radiofônico de FAUS BELAU está
presente no processo de confecção dessas rádios, a partir dos estúdios onde são realizados os
programas, não descaracterizando os elementos que definem o meio radiofônico, mas
agregando outros. (JUNIOR, 2003)
       Não há, porém, uma diferenciação da linguagem entre as emissões para a rádio aberta
e de Internet. Os canais de áudio que se assemelham ao da “Usina do Som” que encontramos
no portal do Sistema Globo, “Radio UOL”, “Parem os tamborins”, entre outras, também não
podem ser apresentados como produtos radiofônicos pelas razões já apresentadas.
       Na “Radio Rio Vermelho”, programa exclusivamente de Internet, há uma
comunicação ao vivo com o ciberouvinte e uma preocupação em manter a estética de uma
programação de rádio, seguindo os mesmos padrões de produção de uma emissora
convencional.
       A forma de produção e transmissão totalmente digitalizada, o que possibilita a redução
dos custos e maior agilidade na concepção da programação. Há produtos radiofônicos como
em qualquer outra emissora aberta, mas a transmissão é feita via rede e o site proporciona aos
usuários outros recursos que não somente o áudio. O mesmo acontece com programas que
disponibilizam para o ciberouvinte por meio de uma web can (câmera de vídeo), o que
acontece no estúdio na hora da transmissão. Seus personagens, locutores, entrevistados,
programadores, criando assim mais uma atração durante a transmissão, unindo áudio e
imagem simultaneamente, ampliando ainda mais a perspectiva de MCLEISH (1986:15), para
quem “o rádio leva o mundo para aqueles que não sabem ler ou não podem ver”.
       As novas tecnologias estão proporcionando tendências, como a tentativa de
retransmissão das programações de web radios através de rádios convencionais na
substituição aos canais de satélites das grandes redes de radiodifusão, barateando os custos.
Imagine uma emissora convencional espalhando seu sinal num processo inverso decodificado
pela internet e fazendo uso dela para atingir novos segmentos de mercado, sendo
retransmitidas em qualquer lugar do mundo. Isso ainda não é possível dada a instabilidade do
meio e a sobrecarga do sistema de transmissão de dados sobre a malha de telefonia, o que
deverá ser resolvido em breve, talvez já na criação da Internet 2.
Portanto, ainda é simplista afirmar que a linguagem humana expressada no meio de
comunicação rádio, será abolida por causa das novas tecnologias agregadas à internet. O rádio
como qualquer canal de comunicação está evoluindo e o inverso pode também acontecer,
como já é de conhecimento o advento das rádios digitais.
          Não haverá diferença na linguagem produzida nas emissoras convencionais e nas
virtuais, pois ambas expressões da cultura humana apresentam o mesmo mundo. Haverá sim
uma adequação constante de cada meio para o melhor desempenho de suas atividades nessa
tarefa.
          Pelas dimensões continentais do Brasil, não podemos ainda afirmar com segurança
que a linguagem já está globalizada, pois as diferenças regionais com a produção de seus
respectivos léxicos devem ser mantidas, não por segregação cultural, mas principalmente pela
riqueza de expressões que elevam o potencial de seu usuário na adaptação e na qualidade de
vida local.
          Os multimeios oferecidos pela convergência midiática da internet, tendem a provocar
um encontro nacional em onipresença para todos que nela procurarem com interesse constante
as características da língua nacional, que já deixou de ser apenas a língua colonizada pelos
portugueses, para ser uma mistura homogênea dos diversos Brasis que se espalham pela rede
e pelas rádios convencionais.
          As mensagens, individuais ou coletivas estarão reforçando a identidade nacional e aos
poucos quebrando as barreiras que impedem os deficientes auditivos, visuais e mentais de
participarem também da integração do meio, uma vez que o suporte virtual promove a
interação em todos os sentidos e não apenas em um ou dois.
          O baixo custo para a produção de e manutenção de uma emissora de radio na internet,
possibilita priorizar outras coisas como a criatividade, não há legislação que regulamente sua
implantação, nem normatização, o que possibilita criar vários canais de acordo com os
assuntos e programações que se queira transmitir, sejam eventos nacionais, mundiais ou
simplesmente locais. Pode-se trocar conteúdos entre as emissoras, ou ainda disponibilizar
debates feitos por emissoras convencionais, disponibilizando tudo em arquivos de audio. Com
a ferramenta de multimídia da internet, uma emissora de rádio pode aprofundar informações,
criando hiperlinks, ou mesmo checar qualquer informação antes de ser gravada, falada,
mostrada em seu site, criando assim fóruns temáticos para discussões.
          O som terá maior qualidade que os transmitidos em ondas curtas, e com raras
exceções, uma vez que o buffer deve ter no mínimo 15 bits/seg, o que não será atingido
rapidamente por modens telefônicos, somente os de banda larga.
As rádios convencionais a partir da implantação dos transmissores digitais, poderão
disponibilizar no display do receptor de rádio outras informações além das sonoras, criando
assim maior prestação de serviços aos radiouvintes.
        As possibilidades são infinitas e ultrapassam as barreiras impostas sob quaisquer
circunstancias, se pensarmos que tudo está em constante evolução. Tecnologia e linguagem
associadas ao poder da mensagem determinarão um caminho único para o desenvolvimento
do rádio na internet


6. Bibliografia

ARCO VERDE, José Carlos. Manguetronic: o primeiro programa de rádio na internet na

América Latina. Entrevista realizada por Álvaro Bufarah Junior. São Paulo, novembro de

2000.

BABIN, Pierre, A Era da Comunicação. São Paulo, Edições Paulinas.1989.

BARBEIRO, Herodoto; LIMA, Paulo Rodolfo de. Manual de Radiojornalismo. Rio de

Janeiro: Campus, 2001.

CAUDURO, Flávio Vinícius. “O digital na comunicação”. In: LEVACOV, Marília.

CASTELLS, M. “Internet e sociedade em rede”.In.: MORAES, D. (org.). Por uma outra
comunicação.

RJ: Record, 2003. p. 255-287

BARTHES, Roland – Elementos de Semiologia. São Paulo, Cultrix.1971.

CITELLI, A., Linguagem e persuasão. São Paulo: Ática, 1984.

DEL BIANCO, N.R. O som da notícia nas teias da rede. XXIV Congresso Brasileiro

da Comunicação (INTERCOM), Campo Grande (MS), set. 2001. CD-Rom.

Tendências na Comunicação. Porto Alegre: L&PM, 1998.

DERTOUZOS, M.L. O que será – como o novo mundo da informação transformará

nossas vidas. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

ERCILIA, Maria. A Internet. São Paulo: Publifolha, 2000.
____________. Rádio Uirapuru de Itapipoca. Fortaleza: Caderno Ilustrada da

Folha de São Paulo, 20 de agosto de 1996, seção NETVOX. Disponível em:

http://www.uol.com.br/mundodigital/colunas/netvox/vox2008.htm



FAUS BELAU, Angel. La radio, introduccion a um médio desconocido. Madri: Latina, 1981.

FERRARETTO, Luiz Artur. “O novo rádio pós-fordista”. In: LEVACOV, Marília.

Tendências na Comunicação. Porto Alegre: L&PM, 1998.

_____________. Rádio: o veículo, a história e a técnica. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 2000.

FOUCAULT, Michel – As palavras e as coisas. São Paulo, Livraria Editora Martins
Fontes.1987.

FREITAS, Hélio. Nem tudo é notícia: o Grupo Folha na Internet. São Paulo. Dissertação.

Pós-Graduação em Comunicação Social. Universidade Metodista de São Paulo, 1999.

Disponível em: http://www.umesp.com.br/unesco/helio/

JUNIOR, A. B., Rádio na internet: convergência de possibilidades. Trabalho apresentado no
Núcleo de Mídia Sonora, XXVI Congresso Anual em Ciência da Comunicação, Belo

Horizonte/MG, 02 a 06 de setembro de 2003. Disponível em

< http//www.intercom.locaweb.com.br/pesquisa/classificados.shtml >

LÉVY, P. O que é o virtual? São Paulo: Editora 34, 1996. 160p.

LOBO, Antonio. RadioClick: o portal do sistema Globo de rádio. Entrevista realizada por

Álvaro Bufarah Junior. São Paulo, outubro de 2001.

MARTIN, Chuck. O Futuro da Internet. Tradução: Ruth Gabriela Bahar. São Paulo: Makron

Books, 1999.

MCLEISH, Robert. Tecnicas de creacion y realizacion en radio. Madri: IORTV, 1986.

MCLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação como extensão do homem. Tradução:

Décio Pignatari. São Paulo: Cultrix, 1964.

MEDITSCH, Eduardo. “A nova Era do rádio: o discurso do radiojornalismo enquanto produto
intelectual eletrônico”. Santa Catarina. Universidade Federal de Santa Catarina. Biblioteca
online de Ciências da Comunicação, 1997. Disponível em:

http://www.bocc.ubi.pt/pag/_texto.php3?html2=meditsch-eduardo-discurso

radiojornalismo.html

_________________. A Rádio na era da informação. Coimbra: Minerva Editora, 1999.

_________________. “O ensino do radiojornalismo em tempos de Internet”. In: XXIV

Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação Intercom. Comunicação ao Núcleo de

Mídia Sonora, 2001. Disponível em: http://www.intercom.org.br/papers/xxivci/

np06/NP6MEDITSCH.pdf

_____________(org.). Rádio e pânico: a guerra dos mundos, 60 anos depois. Florianópolis:

Insular, 1998.

MOREIRA, S.V. O rádio chega ao século XXI: evolução das tecnologias e das leis nos EUA

e no Brasil. 1999. 219f. Tese (doutorado). Universidade de São Paulo (USP), São Paulo.

MOREIRA, Sonia Virgínia. Rádio@Internet. In: BIANCO, Nélia R. Del e MOREIRA, Sonia

Virgínia (orgs). Rádio no Brasil: Tendências e Perspectivas. Rio de Janeiro: EdUERJ;

Brasília, DF: UnB, 1999. p 205.

NEGROMONTE, M. É dois crique! – o bom e velho rádio renasce na ótima e

novíssima Web. Revista da Web, São Paulo, ano 1/nº 9, p. 40-50, 2000.

SILVA, Júlia Lúcia de Oliveira Albano da. Rádio: oralidade mediatizada: o Spot e os
elementos da linguagem radiofônica São Paulo: Annablume, 1999. 108p.

SOUZA, L.M.T.de., As categorias do rádio na internet. Texto de apresentação do 1º

Encontro Internacional de Projetos Experimentais de Internet-Radio, Berlin, 1998. Disponível
em < http://www.fiam.br/comunicacao/projetos/inovacoes/idademidia/pdfs/art_017-
026_im2.pdf>

ZARUR, Carlos de Cerqueira Leite.O futuro do rádio com a Internet. Entrevista realizada por

Álvaro Bufarah Junior. São Paulo, novembro de 2000.
ERIBERTO DE JESUS CARVALHO




RÁDIO E INTERNET: LINGUAGEM E MEIO X COMUNICAÇÃO




                       Texto apresentado ao Curso de Mestrado
                       em Lingüística Aplicada da Universidade
                       de Taubaté – UNITAU à disciplina de
                       Mídia Digital e Linguagem: a Internet como
                       convergência de uma nova mídia, Prof. Dr.
                       Robson Bastos da Silva.
TAUBATÉ / SP
                      2005
          ERIBERTO DE JESUS CARVALHO




RÁDIO E INTERNET: LINGUAGEM E MEIO X COMUNICAÇÃO
TAUBATÉ / SP
   2005

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Revistas na web - uma análise dos casos Bravo!, Carta Capital, Época, e Piauí
Revistas na web - uma análise dos casos Bravo!, Carta Capital, Época, e PiauíRevistas na web - uma análise dos casos Bravo!, Carta Capital, Época, e Piauí
Revistas na web - uma análise dos casos Bravo!, Carta Capital, Época, e PiauíTarcízio Silva
 
Narrativa transmídia e a educação panorama e perspectivas
Narrativa transmídia e a educação   panorama e perspectivasNarrativa transmídia e a educação   panorama e perspectivas
Narrativa transmídia e a educação panorama e perspectivasJoão Massarolo
 
Possibilidades de leituras a partir das infovias dos ciberespaços redes 2011
Possibilidades de leituras a partir das infovias dos ciberespaços   redes 2011Possibilidades de leituras a partir das infovias dos ciberespaços   redes 2011
Possibilidades de leituras a partir das infovias dos ciberespaços redes 2011Valeria de Oliveira
 
Glossário de Comunicação
Glossário de ComunicaçãoGlossário de Comunicação
Glossário de Comunicaçãocomunicar10b
 
TV e Mídias Digitais
TV e Mídias DigitaisTV e Mídias Digitais
TV e Mídias DigitaisDaniel Hora
 
Uma modalidade de comunicação mediada por computador e suas várias interFACES
Uma modalidade de comunicação mediada por computador e suas várias interFACESUma modalidade de comunicação mediada por computador e suas várias interFACES
Uma modalidade de comunicação mediada por computador e suas várias interFACESTelEduc
 
Interfaces Convergentes - da Bauhaus ao design multimidia
Interfaces Convergentes - da Bauhaus ao design multimidiaInterfaces Convergentes - da Bauhaus ao design multimidia
Interfaces Convergentes - da Bauhaus ao design multimidiamfiorelli
 
Educação a Distância: das mídias de massa às mídias de função pós-massiva
Educação a Distância: das mídias de massa às mídias de função pós-massivaEducação a Distância: das mídias de massa às mídias de função pós-massiva
Educação a Distância: das mídias de massa às mídias de função pós-massivaJosé Erigleidson da Silva
 
EaD: das mídias de função massiva às mídias de função pós-massiva
EaD: das mídias de função massiva às mídias de função pós-massivaEaD: das mídias de função massiva às mídias de função pós-massiva
EaD: das mídias de função massiva às mídias de função pós-massivaJosé Erigleidson da Silva
 
Introdução à interatividade
Introdução à interatividadeIntrodução à interatividade
Introdução à interatividadeLeonardo Pereira
 
Hipertexto e generos digitais[1]. novas formas de construção de sentido
Hipertexto e generos digitais[1]. novas formas de construção de sentidoHipertexto e generos digitais[1]. novas formas de construção de sentido
Hipertexto e generos digitais[1]. novas formas de construção de sentidoAmorim Albert
 
Caxias cast Otacilio Vaz
Caxias cast   Otacilio VazCaxias cast   Otacilio Vaz
Caxias cast Otacilio VazTataVaz TataVaz
 

Mais procurados (15)

Revistas na web - uma análise dos casos Bravo!, Carta Capital, Época, e Piauí
Revistas na web - uma análise dos casos Bravo!, Carta Capital, Época, e PiauíRevistas na web - uma análise dos casos Bravo!, Carta Capital, Época, e Piauí
Revistas na web - uma análise dos casos Bravo!, Carta Capital, Época, e Piauí
 
Narrativa transmídia e a educação panorama e perspectivas
Narrativa transmídia e a educação   panorama e perspectivasNarrativa transmídia e a educação   panorama e perspectivas
Narrativa transmídia e a educação panorama e perspectivas
 
Possibilidades de leituras a partir das infovias dos ciberespaços redes 2011
Possibilidades de leituras a partir das infovias dos ciberespaços   redes 2011Possibilidades de leituras a partir das infovias dos ciberespaços   redes 2011
Possibilidades de leituras a partir das infovias dos ciberespaços redes 2011
 
Glossário de Comunicação
Glossário de ComunicaçãoGlossário de Comunicação
Glossário de Comunicação
 
TV e Mídias Digitais
TV e Mídias DigitaisTV e Mídias Digitais
TV e Mídias Digitais
 
Uma modalidade de comunicação mediada por computador e suas várias interFACES
Uma modalidade de comunicação mediada por computador e suas várias interFACESUma modalidade de comunicação mediada por computador e suas várias interFACES
Uma modalidade de comunicação mediada por computador e suas várias interFACES
 
Meiosde comunicação
Meiosde comunicaçãoMeiosde comunicação
Meiosde comunicação
 
Interfaces Convergentes - da Bauhaus ao design multimidia
Interfaces Convergentes - da Bauhaus ao design multimidiaInterfaces Convergentes - da Bauhaus ao design multimidia
Interfaces Convergentes - da Bauhaus ao design multimidia
 
ApresentaçãO Livro Ppp
ApresentaçãO Livro PppApresentaçãO Livro Ppp
ApresentaçãO Livro Ppp
 
Educação a Distância: das mídias de massa às mídias de função pós-massiva
Educação a Distância: das mídias de massa às mídias de função pós-massivaEducação a Distância: das mídias de massa às mídias de função pós-massiva
Educação a Distância: das mídias de massa às mídias de função pós-massiva
 
EaD: das mídias de função massiva às mídias de função pós-massiva
EaD: das mídias de função massiva às mídias de função pós-massivaEaD: das mídias de função massiva às mídias de função pós-massiva
EaD: das mídias de função massiva às mídias de função pós-massiva
 
Introdução à interatividade
Introdução à interatividadeIntrodução à interatividade
Introdução à interatividade
 
Hipertexto e generos digitais[1]. novas formas de construção de sentido
Hipertexto e generos digitais[1]. novas formas de construção de sentidoHipertexto e generos digitais[1]. novas formas de construção de sentido
Hipertexto e generos digitais[1]. novas formas de construção de sentido
 
Glossario Da Comunicação
Glossario Da ComunicaçãoGlossario Da Comunicação
Glossario Da Comunicação
 
Caxias cast Otacilio Vaz
Caxias cast   Otacilio VazCaxias cast   Otacilio Vaz
Caxias cast Otacilio Vaz
 

Destaque

Chris Castiglione's Presentation at Emerging Communication Conference & Award...
Chris Castiglione's Presentation at Emerging Communication Conference & Award...Chris Castiglione's Presentation at Emerging Communication Conference & Award...
Chris Castiglione's Presentation at Emerging Communication Conference & Award...eCommConf
 
Revue de presse kylia semaine 28
Revue de presse kylia   semaine 28Revue de presse kylia   semaine 28
Revue de presse kylia semaine 28KYLIA France
 
Hrc battle of the bands fomulaire d'inscription francais
Hrc battle of the bands fomulaire d'inscription francaisHrc battle of the bands fomulaire d'inscription francais
Hrc battle of the bands fomulaire d'inscription francaisHrc Paris
 
Systematic review how to - lent 2013
Systematic review   how to - lent 2013Systematic review   how to - lent 2013
Systematic review how to - lent 2013Isla Kuhn
 
Les 10 lieux à voir de Grenoble Ecole de Management
Les 10 lieux à voir de Grenoble Ecole de ManagementLes 10 lieux à voir de Grenoble Ecole de Management
Les 10 lieux à voir de Grenoble Ecole de ManagementJean-François Fiorina
 
Presentación ¿Cómo se distribuirán los fondos entre estudiantes?
Presentación ¿Cómo se distribuirán los fondos entre estudiantes?Presentación ¿Cómo se distribuirán los fondos entre estudiantes?
Presentación ¿Cómo se distribuirán los fondos entre estudiantes?José Rodríguez, MBA
 
Module N°4 : gérer l'information
Module N°4 : gérer l'informationModule N°4 : gérer l'information
Module N°4 : gérer l'informationudotsi33
 

Destaque (7)

Chris Castiglione's Presentation at Emerging Communication Conference & Award...
Chris Castiglione's Presentation at Emerging Communication Conference & Award...Chris Castiglione's Presentation at Emerging Communication Conference & Award...
Chris Castiglione's Presentation at Emerging Communication Conference & Award...
 
Revue de presse kylia semaine 28
Revue de presse kylia   semaine 28Revue de presse kylia   semaine 28
Revue de presse kylia semaine 28
 
Hrc battle of the bands fomulaire d'inscription francais
Hrc battle of the bands fomulaire d'inscription francaisHrc battle of the bands fomulaire d'inscription francais
Hrc battle of the bands fomulaire d'inscription francais
 
Systematic review how to - lent 2013
Systematic review   how to - lent 2013Systematic review   how to - lent 2013
Systematic review how to - lent 2013
 
Les 10 lieux à voir de Grenoble Ecole de Management
Les 10 lieux à voir de Grenoble Ecole de ManagementLes 10 lieux à voir de Grenoble Ecole de Management
Les 10 lieux à voir de Grenoble Ecole de Management
 
Presentación ¿Cómo se distribuirán los fondos entre estudiantes?
Presentación ¿Cómo se distribuirán los fondos entre estudiantes?Presentación ¿Cómo se distribuirán los fondos entre estudiantes?
Presentación ¿Cómo se distribuirán los fondos entre estudiantes?
 
Module N°4 : gérer l'information
Module N°4 : gérer l'informationModule N°4 : gérer l'information
Module N°4 : gérer l'information
 

Semelhante a Artigo09

Internet na Escola e Inclusão
Internet na Escola e InclusãoInternet na Escola e Inclusão
Internet na Escola e Inclusãorichard_romancini
 
CLC5.Caderno n.º 1.Meios de Comunicação.pdf
CLC5.Caderno n.º 1.Meios de Comunicação.pdfCLC5.Caderno n.º 1.Meios de Comunicação.pdf
CLC5.Caderno n.º 1.Meios de Comunicação.pdfManuela Isidro
 
Expandindo o conceito_de_letramento_(2)(1)
Expandindo o conceito_de_letramento_(2)(1)Expandindo o conceito_de_letramento_(2)(1)
Expandindo o conceito_de_letramento_(2)(1)marcos augusto
 
Expandindo o conceito_de_letramento_(2)
Expandindo o conceito_de_letramento_(2)Expandindo o conceito_de_letramento_(2)
Expandindo o conceito_de_letramento_(2)marcos augusto
 
Hipertexto 2012 - Slides da Conferência de Lúcia Santaella (PUC-SP)
Hipertexto 2012 - Slides da Conferência de Lúcia Santaella (PUC-SP)Hipertexto 2012 - Slides da Conferência de Lúcia Santaella (PUC-SP)
Hipertexto 2012 - Slides da Conferência de Lúcia Santaella (PUC-SP)Simpósio Hipertexto
 
Mídias e tecnologias.pptx
Mídias e tecnologias.pptxMídias e tecnologias.pptx
Mídias e tecnologias.pptxeron7
 
A (re) evolução da cultura moderna por meio do ciberespaço: um recurso para...
A (re) evolução da cultura moderna por meio do ciberespaço:   um recurso para...A (re) evolução da cultura moderna por meio do ciberespaço:   um recurso para...
A (re) evolução da cultura moderna por meio do ciberespaço: um recurso para...Elaine Teixeira
 
Steven johnson cultura da interface
Steven johnson   cultura da interfaceSteven johnson   cultura da interface
Steven johnson cultura da interfacehelenardesa
 
Artigo - O rádio que nos espera
Artigo - O rádio que nos esperaArtigo - O rádio que nos espera
Artigo - O rádio que nos esperaAndreza Salgueiro
 

Semelhante a Artigo09 (20)

Internet na Escola e Inclusão
Internet na Escola e InclusãoInternet na Escola e Inclusão
Internet na Escola e Inclusão
 
CLC5.Caderno n.º 1.Meios de Comunicação.pdf
CLC5.Caderno n.º 1.Meios de Comunicação.pdfCLC5.Caderno n.º 1.Meios de Comunicação.pdf
CLC5.Caderno n.º 1.Meios de Comunicação.pdf
 
Expandindo o conceito_de_letramento_(2)(1)
Expandindo o conceito_de_letramento_(2)(1)Expandindo o conceito_de_letramento_(2)(1)
Expandindo o conceito_de_letramento_(2)(1)
 
Expandindo o conceito_de_letramento_(2)
Expandindo o conceito_de_letramento_(2)Expandindo o conceito_de_letramento_(2)
Expandindo o conceito_de_letramento_(2)
 
Resenha mídias digitais
Resenha  mídias digitaisResenha  mídias digitais
Resenha mídias digitais
 
Hipertexto 2012 - Slides da Conferência de Lúcia Santaella (PUC-SP)
Hipertexto 2012 - Slides da Conferência de Lúcia Santaella (PUC-SP)Hipertexto 2012 - Slides da Conferência de Lúcia Santaella (PUC-SP)
Hipertexto 2012 - Slides da Conferência de Lúcia Santaella (PUC-SP)
 
Mídias na educação
Mídias na educaçãoMídias na educação
Mídias na educação
 
Mídias e tecnologias.pptx
Mídias e tecnologias.pptxMídias e tecnologias.pptx
Mídias e tecnologias.pptx
 
Prova cibercultura 1 anab
Prova cibercultura 1 anabProva cibercultura 1 anab
Prova cibercultura 1 anab
 
Profuncionario mod.10
Profuncionario mod.10Profuncionario mod.10
Profuncionario mod.10
 
Trapezio_baixa_impressao
Trapezio_baixa_impressaoTrapezio_baixa_impressao
Trapezio_baixa_impressao
 
A (re) evolução da cultura moderna por meio do ciberespaço: um recurso para...
A (re) evolução da cultura moderna por meio do ciberespaço:   um recurso para...A (re) evolução da cultura moderna por meio do ciberespaço:   um recurso para...
A (re) evolução da cultura moderna por meio do ciberespaço: um recurso para...
 
Redação digital
Redação digitalRedação digital
Redação digital
 
Santaella
SantaellaSantaella
Santaella
 
Macro
 Macro Macro
Macro
 
Convergencia
ConvergenciaConvergencia
Convergencia
 
Steven johnson cultura da interface
Steven johnson   cultura da interfaceSteven johnson   cultura da interface
Steven johnson cultura da interface
 
Artigo - O rádio que nos espera
Artigo - O rádio que nos esperaArtigo - O rádio que nos espera
Artigo - O rádio que nos espera
 
0000015310.pdf
0000015310.pdf0000015310.pdf
0000015310.pdf
 
Web rádio ABED
Web rádio ABEDWeb rádio ABED
Web rádio ABED
 

Mais de Mônica Menslin

Mais de Mônica Menslin (10)

Preparando sua apresentacao
Preparando sua apresentacaoPreparando sua apresentacao
Preparando sua apresentacao
 
Criando Apresentação
Criando Apresentação Criando Apresentação
Criando Apresentação
 
Passo a passo
Passo a passoPasso a passo
Passo a passo
 
Tutorial do voki
Tutorial do voki Tutorial do voki
Tutorial do voki
 
Proinfodata
ProinfodataProinfodata
Proinfodata
 
De Gutenerg Ao Linux
De Gutenerg Ao LinuxDe Gutenerg Ao Linux
De Gutenerg Ao Linux
 
teste
testeteste
teste
 
A Gente Se Acostuma
A Gente Se AcostumaA Gente Se Acostuma
A Gente Se Acostuma
 
Projeto Ana Paula
Projeto Ana PaulaProjeto Ana Paula
Projeto Ana Paula
 
Aula Pesquisa PóS2
Aula Pesquisa PóS2Aula Pesquisa PóS2
Aula Pesquisa PóS2
 

Último

HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...Martin M Flynn
 
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxSlide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxconcelhovdragons
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfHenrique Pontes
 
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNASQUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNASEdinardo Aguiar
 
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdfMapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdfangelicass1
 
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdfPLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdfProfGleide
 
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdfPPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdfAnaGonalves804156
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOMarcosViniciusLemesL
 
19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros
19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros
19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileirosMary Alvarenga
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfGuia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfEyshilaKelly1
 
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdfHABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdfdio7ff
 
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSOVALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSOBiatrizGomes1
 
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptxSlides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfCurrículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfIedaGoethe
 
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasMesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasRicardo Diniz campos
 
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfO guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfErasmo Portavoz
 
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdfSlides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdfpaulafernandes540558
 

Último (20)

HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
 
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxSlide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
 
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNASQUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
 
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdfMapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
 
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdfPLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
 
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdfPPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
 
19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros
19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros
19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
 
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfGuia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
 
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdfHABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
 
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSOVALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
 
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptxSlides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
 
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfCurrículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
 
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasMesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
 
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfO guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
 
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdfSlides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
 

Artigo09

  • 1. Rádio e Internet: Linguagem e meio X comunicação Web Rádios A internet é um meio de comunicação de massa, uma mídia ou apenas um suporte? Esse foi um dos temas do trabalho apresentado por Fábio Henrique Pereira e Francilaine Munhoz de Moraes da Universidade de Brasília durante o XXVI Congresso Anual em Ciência da Comunicação no Núcleo de Jornalismo em Belo Horizonte em 2003. (disponível em: http://www.portal-rp.com.br/bibliotecavirtual/comunicacaovirtual/0221.pdf) Assim como o jornalismo foi considerado e era produzido de forma literária, o rádio alardeado como a “oitava arte” e a televisão como a “visão do futuro”, a internet já perpetrou diversas discussões a respeito, seja como meio, suporte ou mídia. Que definição devemos atribuir a essa rede que não é massiva, sem mensagem homogênea e completamente distinta em seu formato de produção dos meios tradicionais sejam eles impressos ou eletrônicos? Ainda não existe uma nomenclatura específica para designar ou mesmo padronizar as emissoras de rádio presentes na rede. Uma classificação seria fundamental para provocar conceitos e definições a respeito, uma vez que ainda não se sabe ao certo se o internauta prioriza seu gosto pessoal na escolha de músicas ou informação falada. Emissora on-line, “Rádio Web”, “Vib Radio”, “Radio Vip”, “Internet-only”, “WebRadios”, “NetRadios” ou “Rádios Virtuais”, o que fazer com tantos nomes e suas respectivas funções? On-line significa – em linha – ou seja, conectado. O computador está em linha pelo modem, dispositivo decodificador de pulsos em bits por segundo, hoje LAN, mais um instrumento para conexão em banda larga, sendo que a palavra online sem hífem será adjetivo e com hífem como substantivo. (Webopedia. Disponível em <www.webopedia.com> , apud SOUZA, L.M.T.de, As categorias do rádio na internet. São Paulo, Idade Mídia, 2002.p.18.) Como a internet promove a convergência das mídias, é possível disponibilizar arquivos de som em programações de áudio e assim falarmos em rádio online. Ora, emissoras que apenas oferecem serviços em home-pages na internet, são offlines, mesmo que tenham
  • 2. alguns recursos em áudio, como vinhetas, trilhas ou músicas, pois não se qualificam como emissoras presentes, de comunicação freqüente e periódica ao vivo. Para as emissoras online, podemos dividir em duas categorias distintas: As que produzem uma programação especial para a rede e as que inserem sua programação regular, pois são emissoras homologadas pelo Governo Federal. As emissoras offline portanto, existem no meio éter (AR), e ocupam seu espaço virtual ativo tendo como suporte o Dial (espelho que é colocado à frente do aparelho de rádio receptor, para identificação das emissoras segundo código estipulado em hertz), e mantém seus sites mesmo que sem veicular áudio,com a finalidade de garantir uma presença inicial na rede e divulgar o nome da emissora, sua proposta e, claro, oferecer serviços para os internautas. Mas, as rádios online, em sua maioria, não diferem muito da programação já estereotipada das emissoras comuns de AM ou FM, sendo que estas incorporam com mais propriedade o que recolhem da internet (o meio passa a ser um suporte), fazendo uma transposição apenas do sinal para a web e aquelas ainda não conseguiram criar um novo formato para a apresentação de músicas, informações e entretenimento (NEGROMONTE, 2000.). Poderíamos aqui pensar numa terceira categoria de emissora, que além de existir no éter, produziria uma programação especial para a internet, colocando ali toda sua experiência na intenção de agregar mais um público distinto, a emissora Hibrida. Essa transposição de tecnologia aliada aos recursos de arquivamento de informações, está criando uma modificação no conceito de instantaneidade do rádio. Convencional X On-line: linguagem Como a informação e programas ficam armazenados em arquivos disponibilizados na rede, o internauta pode acessá-los de acordo com sua necessidade e conveniência. Se a comunicação implica em relacionamento, ação e reação e, se toda comunicação tem elementos de persuasão (CITELLI,1984.), poderemos deduzir que o caminho pelo qual se consegue comunicar é o da linguagem. Depende da linguagem a qualidade dos relacionamentos e da comunicação, principalmente em se tratando de rádio na internet, a adequação da linguagem impede a geração de ruído (a distorção e falta de compreensão). A língua é uma atividade estruturada a partir de símbolos, signos, códigos, que garantem um sistema organizado de comunicação. Como na internet há uma confluência de mídias, observa-se uma maior complexidade de se conduzir a comunicação, pois o internauta não se contenta apenas com o som ou com a
  • 3. imagem, mas o conjunto de todas as funções possíveis e as diversas combinações entre elas. A partir daí, não se tem apenas um código regido pela linguagem oral como nas emissoras convencionais, temos uma multilinguagem que se multiplica em varias direções criando sistemas simbológicos que obrigam o seu usuário a conhecê-los, decodifica-los e por fim manipula-los de acordo com as novas necessidades da comunicação (Semiótica). Mas a linguagem humana é natural, nasce com o meio em que o ser humano freqüenta e por isso se desenvolve de acordo com os signos que ele tem acesso para gerar informação e comunicação. O poder da argumentação surge pelo discurso que é treinado durante o percurso desse aprendizado, uma vez que escutar é um fenômeno anterior à fala e exige decodificação semântica e semiótica, para haver reciprocidade de comunicação. O próximo estágio após o inicio da comunicação é o da interação, reagindo ao que foi pronunciado e decodificado pela troca de signos pertinentes ao convívio, a troca de informação pelo compartilhamento gera a participação mútua de interesses. “Estar juntos é mais importante do que as diferenças e os pontos de vista”. (BABIN,1989.) O rádio desde a sua invenção até os dias de hoje, faz uso constante da linguagem oral que é mais simples e próxima de todos os seres humanos pois é parte da natureza, proveniente do meio em que convive. Originada da troca de informações e decodificada pelos mesmos signos, a oralidade passa a ser o componente analógico da comunicação, possibilitando a racionalização do pensamento e a troca de informações necessária para a melhor adaptação dos interlocutores à comunicação da realidade em que vivem. Mais complexa e ao mesmo tempo intuitiva, a linguagem desenvolvida pelos símbolos deseja descrever a capacidade da oralidade inata e codifica os sons, imagens, por meio de textos e letras que expressam os pensamentos. Os símbolos não procuram explicação, mas entram exatamente no lugar onde o homem de forma racional, cria referenciais de decodificação envolvendo seu conhecimento como um todo e gerando a imagem que envolve os sentidos de modo direto, sem porém ser necessário o uso de todos os sentidos para sua cognição. Na linguagem escrita o conhecimento de códigos exatos, obtido pela alfabetização gera a decodificação da comunicação mais culta e tradicional do homem, pois está ligada historicamente às situações sociais e descrição da trajetória humana. As novas tecnologias de comunicação, associadas ao constante desafio humano de ser cada vez mais completo em sua expressão, aperfeiçoaram as primitivas formas de relacionamento criando uma complexa rede de meios comunicacionais, a começar pela junção
  • 4. de Áudio e Vídeo, proporcionando uma nova linguagem desenvolvida primeiramente no cinema e posteriormente na televisão. E por fim a linguagem virtual que é universal e desterritorializada, consegue a abrangência pois engloba todas as mídias criadas a serviço do homem. O exercício de criatividade e imaginação ficou obrigado então a perpassar pelos multimeios, repensando o papel da publicidade, da linguagem e da apresentação no contexto da comunicação digital. A cultura digital passou a ser explorada pelos diversos meios de comunicação na intenção de uma inclusão na mãe de todas as mídias: a Internet. A mensagem Há uma preocupação com a perda de privilégios e monopólio de criação por todos os meios afetados pelo surgimento da internet, mas ao mesmo tempo uma corrida para a criação de estratégias persuasivas para enfocar no novo elemento a sedução do consumidor, que é um consumidor familiarizado com as mídias. A ampliação das formas de distribuição da mensagem na internet, rompe com a linearidade da estrutura já conhecida e experimentada no decorrer das ultimas décadas nos meios de comunicação, por causa da mobilidade entre as mídias propiciada pela linguagem digital ou virtual. Informação e entretenimento tendem a se fundir num único bloco onde som, imagem e texto irão compor uma só mensagem rica em signos e códigos, completa e complexa em sua concepção. Haverá com essa mudança uma constante interferência nos estilos de vida e entretenimento por meio da mensagem ? Pode ser que sim, uma vez que não podemos desprezar qualquer tipo de linguagem, pois toda comunicação sugere interação em seu conteúdo e não existe linguagem melhor ou pior, mas adequada para cada situação, já que o objetivo final é o relacionamento ou a comunicação que também sugere persuasão. A tendência das emissoras de rádio na internet criar suas próprias mídias para instituir um padrão cultural em seu ouvinte internauta, parece ser uma hipótese razoável já que vai precisar intuir nesse usuário o hábito de, em pelo menos alguns minutos por dia, ouvir sua programação ou fazer um download de seus arquivos de entrevistas e serviços. Piérre Lévy (1996, p. 17-18) define a virtualização como “uma mutação de identidade, um deslocamento do centro de gravidade ontológico do objeto considerado”. Ora, boa parte das emissoras com programação sonora na internet, não gera a programação ao vivo para esse público específico mas, disponibiliza arquivos, muitas vezes gravados de emissoras locais com assuntos de relevância regional ou mesmo nacional. Assim,
  • 5. percebe-se que o que ocorre é apenas uma mudança de suporte como discute em sua dissertação Lígia Maria Trigo-de-Souza, As categorias do rádio na Internet. Em relação à incorporação de recursos não-sonoros, nota-se uma primeira modificação. No entanto, deve-se ressaltar que eles são acessórios e que a mensagem sonora continua podendo ser entendida isoladamente, sem necessidade de complementação por outros estímulos, como os visuais, por exemplo, que, neste caso, são complementares, mas não essenciais à compreensão da mensagem. Essa utilização de estímulos outros que não os sonoros não é, além disso, exclusividade do rádio/Internet. Como exemplo, temos a tecnologia DAB 8 (sigla de Digital Audio Broadcasting, ou difusão de áudio digital), ainda em desenvolvimento, que permite que aparelhos de carro ou portáteis específicos recebam som de qualidade de CD. Isso porque o sinal, hoje transmitido de forma analógica, passa a ser digital, comprimindo a banda usada para a transmissão. Com isso, além do áudio, pode exibir num visor informações de texto, como num pager. (...) a princípio, qualquer tipo de informação pode ser transmitida via DAB, desde que esteja em formato digital e não ultrapasse a capacidade máxima de circulação de dados. Imagens congeladas acompanhando programas de rádio, informações de tráfego digitalizadas, edições online de jornais e até vídeo podem ser transmitidos utilizando o sistema Digital Audio Broadcasting. (Moreira, 1999, p. 180; grifos da autora). E mesmo com essas novas possibilidades, continua sendo rádio... Portanto, analogamente, quando falamos da agregação de imagens e textos nas emissoras online, não podemos deixar de classificá-las ainda como rádio, já que a mensagem radiofônica permanece inteira em si mesma e pode ser recebida e compreendida independentemente dos outros recursos oferecidos que são apenas complementares e não parte da mensagem. Para este trabalho foram pesquisadas algumas emissoras que disponibilizaram suas programações em arquivos para a audição em tempo real sem comerciais ou interferências na apresentação. O acesso é fácil e qualquer programa de audio abre os arquivos com boa qualidade sonora, o que serve de motivação para a audição. Pode-se portanto, agendar seu programa favorito e ouvi-lo na hora mais conveniente. Ao mesmo tempo, se houver alguma dúvida sobre o que foi pronunciado, basta voltar a programação e checar qualquer detalhe quantas vezes quiser. Há que se repensar com essa nova modalidade a instantaneidade do rádio. O ouvinte quer mesmo receber o sinal e o fato no mesmo momento em que ele está acontecendo ou tanto faz, pois depois pode ouvi-lo, lê-lo, vê-lo em arquivos armazenados em seu computador ? Assim como não é possível ter tempo para ouvir tudo o que aconteceu em 24h no momento de lazer, também não existe espaço físico grande o suficiente para as emissoras disponibilizarem todos os fatos do dia em arquivos para seus ciberouvintes. Então, mais uma vez aqui, a informação, programas, fotos, fatos, ficam sob a triagem de editores e programadores que exercerão a atividade da escolha de matérias, segundo critérios próprios ou de cada emissora virtual para ser disponibilizado, de acordo com o que possa ser de maior
  • 6. interesse do internauta, ou menos perecível durante o tempo de exposição. Tudo isso acontece simultaneamente, com a intenção de adequar a audição o máximo possível às necessidades do ouvinte. Existe uma diferença entre as NetRadios e as Rádios online, já que aquelas não existem fora do universo virtual. Sua linguagem é mais solta e menos coloquial que estas, uma vez que não se preocupam em manter a audiência mas, em produzir uma programação mais seletiva de acordo com seu ciberouvinte. Nas NetRadios, há uma semelhança nos recursos oferecidos no que diz respeito à tecnologia, uma vez que o suporte Internet, oferece recursos iguais a todas, porém diferem nos assuntos e na apresentação deles ao seu público, assim como as formas criativas de junta-los por categorias e disponibiliza-los por assunto. Há NetRadios que possuem periodicidade com programação definida, porém menor que das emissoras homologadas. Programas atualizados de forma semanal ou mensal e alguns desenvolvidos a partir de vínculos com projetos comunitários, grupos ou universidades. O grande número de arquivos que ficam disponibilizados das edições anteriores, catalogados por data, assunto e tempo de duração facilita a escolha. As rádios online por sua vez, mantém programação diária com várias opções de canais, divididos em ritmos musicais com arquivos para a composição pelo ciberouvinte de sua programação, caso queira só ouvir músicas. Além desses arquivos, disponibilizam também matérias jornalísticas com entrevistas que priorizam assuntos musicais como bandas, cantores, fofocas e enquétes. Com nuances de interatividade, há uma provocação constante do ciberouvinte para interagir com a programação. Essa expressão por vezes é pronunciada pelo locutor ou vinheta (forma oral), as vezes aparece em forma de gifs que atravessam literalmente a home page, ou ainda em forma de ruído para despertar a atenção para uma nova atração. Algumas são apenas grandes vitrolões, que só existem para fazer som ambiente de acordo com a programação do internauta, outras oferecem arquivos sem fim de cantores e cantoras, musicais, orquestras, enfim o que o internauta quiser programar, tudo muito bem arquivado e ao alcance dos olhos. Isso não quer dizer que o internauta “faz rádio”, estando mais próximo de uma Audição coletiva virtual de uma seqüência musical. Algo como reunir os amigos Para ouvir música... Devem ser excluídos também sites que oferecem a possibilidade de passear por discos e gravações, fazendo a audição de trechos ou faixas. O que se assemelha à virtualização de uma loja de discos em que o consumidor, antes de adquirir o produto, pode levá-lo até um CD player e ouvi-lo para conferir o conteúdo. Em todos esses casos, não podemos considerar que são emissoras de rádio (NetRadios), já que não reúnem as demais características do meio e da linguagem radiofônicos (fala, efeitos, sons e silêncios). O nome “rádio”, portanto, tem função apenas chamativa, sendo inadequadamente utilizado.
  • 7. No entanto, quando esses recursos são utilizados como adicionais para reforçar as ferramentas de interatividade do site e há uma programação radiofônica criada especificamente para a Internet, então voltamos a falar de NetRadios. Por último, temos os portais de rádio virtuais, unindo a disponibilidade de vários canais de rádio a programas, especiais e outros produtos radiofônicos. São uma espécie de supersites. São eles também que, em geral, oferecem a possibilidade do internauta criar sua própria emissora e disponibilizá-la para os demais. (SOUZA, 2001) Ação e Reação Se o rádio sempre obteve altos índices de integração com seu publico e os ouvintes interferem de modo positivo na programação por meio de cartas, telegramas, telefonemas, promoções, etc., é claro que uma rádio virtual tenha em sua constituição uma parte forte de migração das idéias que surgiram nas emissoras constituídas na realidade social. Há que se pensar a partir disso que os ouvintes passam a ser usuários, que também pelo meio virtual interagem na programação da mesma, seja ela ao vivo ou não. Assim, o e-mail, chats e outras ferramentas disponíveis vão manifestar o grau de interesse despertado no ciberouvinte que não usará apenas os serviços de áudio dessa rádio, mas os videoclipes, fotos, textos, a própria programação e ainda os links sugeridos pelo programador, com hipertextos complementares sobre os mais diversos assuntos abordados durante a semana pela equipe que ali se manifesta. (ZARUR, 2002:2) Uma rádio na internet extrapola seus vínculos naturais e expande seu sinal para todos os lugares do mundo. Sem ondas mas, viajando com a velocidade da luz deixa seu som cravado nos mais diferentes estágios da compreensão humana. A linguagem é a mais coloquial possível, até mesmo para que não entende passa a ser interessante as formas de comunicação oral. Não há espaço para equívocos e nem mesmo mal entendidos sobre os motivos que levam alguém a “linkar” suas idéias em uma rádio virtual: a mensagem é a parcela mais importante. Não podemos separar o rádio meio de transmissão com seus sistemas de ondas, transmissores e antenas, algo que sempre fascinou a humanidade pela simplicidade complexa dessa relação, de seu contudo como a programação e mensagem. (MEDITSCH, 2001:5) A tecnologia será apenas um suporte sempre, seja no meio físico ou no virtual ou ainda em qualquer outro que venha a surgir (rádio em celulares e aparelhos digitais), pois haverá sempre a necessidade da elaboração da mensagem a ser veiculada tendo ai um resultado maravilhoso da combinação de elementos que corroboram para a compreensão do novo que a todo o momento cobra o seu lugar na trajetória da humanidade.
  • 8. Os elementos que compõem essa transposição de tecnologia e cultura, não podem perder sua identidade. O que é som, trilha, efeito, ruído, silêncio e voz humana, serão transportados para uma única unidade, saindo assim do meio acústico para o meio luz, coordenado pelo tempo necessário para se decompor e recompor de acordo com a intensidade da decodificação que não é mais um simples depreender de signos no ambiente semântico ou semiótico, mas de informática e energia para compor um todo. (ALBANO DA SILVA, 1999:17) A mesma diferenciação de conceitos é feita por MEDITSCH (2001) quanto à Internet. A rede pode ser um canal de transmissão, enquanto rede física, levando de um extremo a outro dados, vídeos, áudios e textos em vários formatos, e representar nova forma de expressão, levando-se em conta os materiais disponíveis nos sites e portais e suas interfaces, que viabilizam aos usuários a leitura e a reestruturação de conteúdos por caminhos infindáveis.( JUNIOR, 2003) Conclusão Uma emissora na Internet pode contar, além da realização de entrevistas e debates na informação, até o aprofundamento dos dados, com links dedicados que permitam a leitura de textos, a visualização de vídeos e de fotos sobre qualquer assunto. A atenção exigida facilita a realização de atividades paralelas, como, por exemplo, escrever um texto no computador ou navegar pela rede ouvindo uma web radio. Mas, nem todo serviço de áudio na Internet deve ou pode ser considerado rádio. Conforme a conceitualização de FAUS BELAU (1981:166), “o produto radiofônico é resultado de uma intencionalidade auditiva, que implica uma complementariedade de processos criadores, e de suas elaborações através de trabalhos técnicos”. Sendo assim as emissoras online apesar de terem um serviço bem estruturado de áudio para a Internet, já que os usuários interagem com um sistema informatizado, definindo em um banco de dados o que querem ouvir, sem a participação direta de um profissional na produção de uma grade de programação, não podemos afirmar com certeza de que sejam uma rádio. A pluralidade de canais de áudio não deve ser confundida com o novo formato de rádio transmitido pela web, que, por sua vez, mantém as características estéticas e técnicas do meio.
  • 9. Segundo MEDITSCH (1999), esse tipo de serviço é, na verdade, fonográfico, não se caracterizando como radiofônico por não ser emitido em tempo real. A transmissão da programação de emissoras de sinal aberto através da Internet, como na “Radio Click”, é na realidade o uso de mais um canal de distribuição de áudio (de transmissão) para essas rádios, podendo ter no site um suporte multimídia agregado para suplementar as mensagens radiofônicas ali veiculadas; ou seja, o produto sonoro radiofônico de FAUS BELAU está presente no processo de confecção dessas rádios, a partir dos estúdios onde são realizados os programas, não descaracterizando os elementos que definem o meio radiofônico, mas agregando outros. (JUNIOR, 2003) Não há, porém, uma diferenciação da linguagem entre as emissões para a rádio aberta e de Internet. Os canais de áudio que se assemelham ao da “Usina do Som” que encontramos no portal do Sistema Globo, “Radio UOL”, “Parem os tamborins”, entre outras, também não podem ser apresentados como produtos radiofônicos pelas razões já apresentadas. Na “Radio Rio Vermelho”, programa exclusivamente de Internet, há uma comunicação ao vivo com o ciberouvinte e uma preocupação em manter a estética de uma programação de rádio, seguindo os mesmos padrões de produção de uma emissora convencional. A forma de produção e transmissão totalmente digitalizada, o que possibilita a redução dos custos e maior agilidade na concepção da programação. Há produtos radiofônicos como em qualquer outra emissora aberta, mas a transmissão é feita via rede e o site proporciona aos usuários outros recursos que não somente o áudio. O mesmo acontece com programas que disponibilizam para o ciberouvinte por meio de uma web can (câmera de vídeo), o que acontece no estúdio na hora da transmissão. Seus personagens, locutores, entrevistados, programadores, criando assim mais uma atração durante a transmissão, unindo áudio e imagem simultaneamente, ampliando ainda mais a perspectiva de MCLEISH (1986:15), para quem “o rádio leva o mundo para aqueles que não sabem ler ou não podem ver”. As novas tecnologias estão proporcionando tendências, como a tentativa de retransmissão das programações de web radios através de rádios convencionais na substituição aos canais de satélites das grandes redes de radiodifusão, barateando os custos. Imagine uma emissora convencional espalhando seu sinal num processo inverso decodificado pela internet e fazendo uso dela para atingir novos segmentos de mercado, sendo retransmitidas em qualquer lugar do mundo. Isso ainda não é possível dada a instabilidade do meio e a sobrecarga do sistema de transmissão de dados sobre a malha de telefonia, o que deverá ser resolvido em breve, talvez já na criação da Internet 2.
  • 10. Portanto, ainda é simplista afirmar que a linguagem humana expressada no meio de comunicação rádio, será abolida por causa das novas tecnologias agregadas à internet. O rádio como qualquer canal de comunicação está evoluindo e o inverso pode também acontecer, como já é de conhecimento o advento das rádios digitais. Não haverá diferença na linguagem produzida nas emissoras convencionais e nas virtuais, pois ambas expressões da cultura humana apresentam o mesmo mundo. Haverá sim uma adequação constante de cada meio para o melhor desempenho de suas atividades nessa tarefa. Pelas dimensões continentais do Brasil, não podemos ainda afirmar com segurança que a linguagem já está globalizada, pois as diferenças regionais com a produção de seus respectivos léxicos devem ser mantidas, não por segregação cultural, mas principalmente pela riqueza de expressões que elevam o potencial de seu usuário na adaptação e na qualidade de vida local. Os multimeios oferecidos pela convergência midiática da internet, tendem a provocar um encontro nacional em onipresença para todos que nela procurarem com interesse constante as características da língua nacional, que já deixou de ser apenas a língua colonizada pelos portugueses, para ser uma mistura homogênea dos diversos Brasis que se espalham pela rede e pelas rádios convencionais. As mensagens, individuais ou coletivas estarão reforçando a identidade nacional e aos poucos quebrando as barreiras que impedem os deficientes auditivos, visuais e mentais de participarem também da integração do meio, uma vez que o suporte virtual promove a interação em todos os sentidos e não apenas em um ou dois. O baixo custo para a produção de e manutenção de uma emissora de radio na internet, possibilita priorizar outras coisas como a criatividade, não há legislação que regulamente sua implantação, nem normatização, o que possibilita criar vários canais de acordo com os assuntos e programações que se queira transmitir, sejam eventos nacionais, mundiais ou simplesmente locais. Pode-se trocar conteúdos entre as emissoras, ou ainda disponibilizar debates feitos por emissoras convencionais, disponibilizando tudo em arquivos de audio. Com a ferramenta de multimídia da internet, uma emissora de rádio pode aprofundar informações, criando hiperlinks, ou mesmo checar qualquer informação antes de ser gravada, falada, mostrada em seu site, criando assim fóruns temáticos para discussões. O som terá maior qualidade que os transmitidos em ondas curtas, e com raras exceções, uma vez que o buffer deve ter no mínimo 15 bits/seg, o que não será atingido rapidamente por modens telefônicos, somente os de banda larga.
  • 11. As rádios convencionais a partir da implantação dos transmissores digitais, poderão disponibilizar no display do receptor de rádio outras informações além das sonoras, criando assim maior prestação de serviços aos radiouvintes. As possibilidades são infinitas e ultrapassam as barreiras impostas sob quaisquer circunstancias, se pensarmos que tudo está em constante evolução. Tecnologia e linguagem associadas ao poder da mensagem determinarão um caminho único para o desenvolvimento do rádio na internet 6. Bibliografia ARCO VERDE, José Carlos. Manguetronic: o primeiro programa de rádio na internet na América Latina. Entrevista realizada por Álvaro Bufarah Junior. São Paulo, novembro de 2000. BABIN, Pierre, A Era da Comunicação. São Paulo, Edições Paulinas.1989. BARBEIRO, Herodoto; LIMA, Paulo Rodolfo de. Manual de Radiojornalismo. Rio de Janeiro: Campus, 2001. CAUDURO, Flávio Vinícius. “O digital na comunicação”. In: LEVACOV, Marília. CASTELLS, M. “Internet e sociedade em rede”.In.: MORAES, D. (org.). Por uma outra comunicação. RJ: Record, 2003. p. 255-287 BARTHES, Roland – Elementos de Semiologia. São Paulo, Cultrix.1971. CITELLI, A., Linguagem e persuasão. São Paulo: Ática, 1984. DEL BIANCO, N.R. O som da notícia nas teias da rede. XXIV Congresso Brasileiro da Comunicação (INTERCOM), Campo Grande (MS), set. 2001. CD-Rom. Tendências na Comunicação. Porto Alegre: L&PM, 1998. DERTOUZOS, M.L. O que será – como o novo mundo da informação transformará nossas vidas. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. ERCILIA, Maria. A Internet. São Paulo: Publifolha, 2000.
  • 12. ____________. Rádio Uirapuru de Itapipoca. Fortaleza: Caderno Ilustrada da Folha de São Paulo, 20 de agosto de 1996, seção NETVOX. Disponível em: http://www.uol.com.br/mundodigital/colunas/netvox/vox2008.htm FAUS BELAU, Angel. La radio, introduccion a um médio desconocido. Madri: Latina, 1981. FERRARETTO, Luiz Artur. “O novo rádio pós-fordista”. In: LEVACOV, Marília. Tendências na Comunicação. Porto Alegre: L&PM, 1998. _____________. Rádio: o veículo, a história e a técnica. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 2000. FOUCAULT, Michel – As palavras e as coisas. São Paulo, Livraria Editora Martins Fontes.1987. FREITAS, Hélio. Nem tudo é notícia: o Grupo Folha na Internet. São Paulo. Dissertação. Pós-Graduação em Comunicação Social. Universidade Metodista de São Paulo, 1999. Disponível em: http://www.umesp.com.br/unesco/helio/ JUNIOR, A. B., Rádio na internet: convergência de possibilidades. Trabalho apresentado no Núcleo de Mídia Sonora, XXVI Congresso Anual em Ciência da Comunicação, Belo Horizonte/MG, 02 a 06 de setembro de 2003. Disponível em < http//www.intercom.locaweb.com.br/pesquisa/classificados.shtml > LÉVY, P. O que é o virtual? São Paulo: Editora 34, 1996. 160p. LOBO, Antonio. RadioClick: o portal do sistema Globo de rádio. Entrevista realizada por Álvaro Bufarah Junior. São Paulo, outubro de 2001. MARTIN, Chuck. O Futuro da Internet. Tradução: Ruth Gabriela Bahar. São Paulo: Makron Books, 1999. MCLEISH, Robert. Tecnicas de creacion y realizacion en radio. Madri: IORTV, 1986. MCLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação como extensão do homem. Tradução: Décio Pignatari. São Paulo: Cultrix, 1964. MEDITSCH, Eduardo. “A nova Era do rádio: o discurso do radiojornalismo enquanto produto
  • 13. intelectual eletrônico”. Santa Catarina. Universidade Federal de Santa Catarina. Biblioteca online de Ciências da Comunicação, 1997. Disponível em: http://www.bocc.ubi.pt/pag/_texto.php3?html2=meditsch-eduardo-discurso radiojornalismo.html _________________. A Rádio na era da informação. Coimbra: Minerva Editora, 1999. _________________. “O ensino do radiojornalismo em tempos de Internet”. In: XXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação Intercom. Comunicação ao Núcleo de Mídia Sonora, 2001. Disponível em: http://www.intercom.org.br/papers/xxivci/ np06/NP6MEDITSCH.pdf _____________(org.). Rádio e pânico: a guerra dos mundos, 60 anos depois. Florianópolis: Insular, 1998. MOREIRA, S.V. O rádio chega ao século XXI: evolução das tecnologias e das leis nos EUA e no Brasil. 1999. 219f. Tese (doutorado). Universidade de São Paulo (USP), São Paulo. MOREIRA, Sonia Virgínia. Rádio@Internet. In: BIANCO, Nélia R. Del e MOREIRA, Sonia Virgínia (orgs). Rádio no Brasil: Tendências e Perspectivas. Rio de Janeiro: EdUERJ; Brasília, DF: UnB, 1999. p 205. NEGROMONTE, M. É dois crique! – o bom e velho rádio renasce na ótima e novíssima Web. Revista da Web, São Paulo, ano 1/nº 9, p. 40-50, 2000. SILVA, Júlia Lúcia de Oliveira Albano da. Rádio: oralidade mediatizada: o Spot e os elementos da linguagem radiofônica São Paulo: Annablume, 1999. 108p. SOUZA, L.M.T.de., As categorias do rádio na internet. Texto de apresentação do 1º Encontro Internacional de Projetos Experimentais de Internet-Radio, Berlin, 1998. Disponível em < http://www.fiam.br/comunicacao/projetos/inovacoes/idademidia/pdfs/art_017- 026_im2.pdf> ZARUR, Carlos de Cerqueira Leite.O futuro do rádio com a Internet. Entrevista realizada por Álvaro Bufarah Junior. São Paulo, novembro de 2000.
  • 14. ERIBERTO DE JESUS CARVALHO RÁDIO E INTERNET: LINGUAGEM E MEIO X COMUNICAÇÃO Texto apresentado ao Curso de Mestrado em Lingüística Aplicada da Universidade de Taubaté – UNITAU à disciplina de Mídia Digital e Linguagem: a Internet como convergência de uma nova mídia, Prof. Dr. Robson Bastos da Silva.
  • 15. TAUBATÉ / SP 2005 ERIBERTO DE JESUS CARVALHO RÁDIO E INTERNET: LINGUAGEM E MEIO X COMUNICAÇÃO