Este documento discute vários pontos sobre histórias de vida, incluindo se devem se concentrar em temas específicos ou abranger a existência completa de uma pessoa, e se as entrevistas devem ser direcionadas ou não. Também debate os métodos de coleta e tratamento de dados para histórias de vida.
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As histórias de vida pretendem aproximar-se o
mais possível do real e das situações do
quotidiano, deixando de lado as históricas
heróicas, romanceadas.
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Pontos de discordância:
Especialização do tema ou exaustividade?
Será que a história de vida deverá abordar toda a
existência do indivíduo ou apenas concentrar-se num
conteúdo particular?
Será correcto focalizar-se num determinado sector?
Será que não perde a coerência global?
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Pontos de discordância
Directividade da entrevista ou liberdade da palavra?
Deverá o entrevistado exprimir-se sem nenhum
constrangimento ou restrição, sendo o entrevistador
uma mera figura (através de instrumento aberto)?
Ou será que deverá existir um guia de inquérito, de
modo a focalizar e a dirigir a informação?
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Pontos de discordância
Colóquio singular ou discussão de grupo?
Pode perguntar-se se é preferível uma conversa a dois
ou em grupo. Pode acontecer o caso de o entrevistado
se sentir mais confortável em grupo.
Contudo, isto coloca outro problema: deverá
privilegiar-se o interlocutor único ou a lógica de
discussão em grupo?
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Pontos de discordância
Escuta dos dominados ou dos dominantes?
Aqui surge a questão da orientação preferencial para
um certo campo social. Privilegiar quem? Os
marginalizados? Os excluídos? Os dirigentes sociais?
Os políticos? Etc.
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Oralidade e Registo Integral
toda a passagem do oral para o escrito implica
forçosamente um desenquadramento, pois a transcrição
muda radicalmente o enunciado.
a transcrição de um enunciado para texto perde uma
parte do seu sentido, pois o texto está fora do seu
contexto original, logo é traído.
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Para minimizar essa situação devemos
Nunca esquecer que o contexto é um complexo. O
enunciado é tonalizado, gestualizado, dramatizado
e inserido dentro de um sistema sociocultural.
Utilizar tecnologias audiovisuais sofisticadas, pois
assim podemos recolocar o discurso verbalizado no
seu enquadramento e apercebermo-nos de pequenos
pormenores não verbalizados, que nos ajudarão a
retractar mais fielmente o conteúdo oral
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9. Sofia Silva 9
As histórias de vida podem ser
centradas na pessoa ou focalizadas
num acontecimento.
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10. Sofia Silva 10
Psicobiografia (centrada na pessoa):
A pessoa encontra-se no interior de uma trama de
acontecimentos. Aqui interessa a sua significação.
O investigador situa-se ao nível do tratamento
psicológico da informação.
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12. Sofia Silva 12
As histórias de vida cruzadas
É precisamente neste método que a Etnobiografia
funciona plenamente, na medida que permite o
cruzamento de documentos, permitindo redescobrir
testemunhos, assegurando uma comparação sistemática
e metodológica.
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A Recolha do Material
Na recolha de uma história de vida pede-se a um
indivíduo que relate a sua história pessoal.
Por sua vez, a história de vida única privilegia a
singularidade, como reveladora de um certo vivido
social.
A técnica base utilizada na recolha deste tipo de
informação é a entrevista.
Esta técnica tem como fim, aqui, recolher o saber
específico de que o entrevistado é portador.
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A recolha do material
A entrevista deverá ser livre e em profundidade,
deixando lugar para anedotas ou divagações do narrador.
É imprescindível deixar fluir o discurso ao próprio ritmo
do entrevistado.
Privilegia-se também o contacto e a informalidade para
que o narrador não se sinta constrangido e se sinta
confortável.
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A Recolha do Material
Poderá utilizar-se um guia de inquérito (entrevista guiada) quando
existe o fim de explorar uma parte da vida do narrador, focalizando–
se em determinados acontecimentos..
No caso de histórias de vida únicas, a recolha da informação
processa-se através de entrevistas repetidas, de forma a aprofundar
a informação e favorecer o controle.
Por fim e para facilitar a colecta do material não podemos esquecer
os aspectos técnicos, isto é, devemos recorrer a gravadores eficazes e
de qualidade, pois muitos dos problemas que surgem na transcrição
advêm dos fracos equipamentos técnicos.
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Tratamento do material
Para procedermos a uma boa transcrição é imprescindível ter em
consideração determinados aspetos (regras):
A primeira transcrição do texto é sempre fundamental. Deve
ser integral e reproduzir fielmente o discurso.
Escrever o discurso.
Utilizar só um dos lados da folha. Esta deverá conter margens
largas e pelo menos dois centímetros de espaçamento. É
igualmente útil numerar as páginas e arrumá-las em
classificadores/ pastas.
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Tratamento do material
Identificar as gravações e conservá-las.
Fazer um exemplar duplo .
Cada entrevista é datada e a sua duração assinalada.
É muito importante registar todo o conjunto de intervenções
expressivas (os gestos linguísticos e gestos interactivos) e
incorporá-los na transcrição. Aqui exige-se a atenção do
entrevistador para estes comportamentos não verbais.
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