2. O termo gênero é comumente referido a Aristóteles e a seus estudos de retórica. A arte retórica – arte de persuadir, desenvolveu-se no sentido de capacitar escritores e oradores a produzirem diferentes gêneros textuais, de acordo com diferentes propósitos e audiências particulares. Desde Aristóteles, o conceito de gênero era relacionado à área dos gêneros está presa a “convenções de forma e conteúdo”(Freedman e Medway)
3. Três gêneros literários eram conhecidos: o lírico, o épico e o dramático, cada um deles admite algum tipo de subclassificação em gêneros menores: o soneto, a ode, a epópeia e a tragédia. Nessa concepção o gênero caracteriza-se como : Primariamente literário; Definido por regularidades textuais de forma e conteúdo; Fixo e imutável; Classificável em categorias e subcategorias ordenadas e mutuamente exclusivas.
4. Os atuais estudos de gênero acrescenta a idéia de que as regularidades apontam para um contexto mais amplo, social e cultural, em a linguagem é utilizada. A similaridade nos aspectos textuais é o reflexo de uma ação social desenvolvida em ‘situações retóricas recorrentes’ (Miller) A noção de gênero nos estudos contemporâneos
5. A reconstituição dos gêneros textuais reporta-se aos estudos do pensador russo Mikhail Bakhtin – “o problema dos gêneros do discurso” (2000) tornou-se ponto de partida para toda reflexão posterior sobre a questão. O conceito de discurso relaciona-se com a premissa de que todo enuciado constitui a “unidade real da comunicação verbal”(Bakhitin) de modo que “qualquer enunciado considerado isoladamente é, claro, individual, mas cada esfera de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados” Concepção bakhitiniana
6. Os gêneros são determinados historicamente. As intenções comunicativas, como parte das condições de produção dos discursos, geram usos sociais que determinam os gêneros, os quais dão forma ao texto. Classificam –se os gêneros do discurso em primário e secundário: Os gêneros primários(ou simples) tais como o diálogo cotidiano e a carta pessoal, se constituíram em circunstâncias de uma comunicação verbal espontânea. os gêneros do discurso secundários, mais complexos, desenvolvem-se a partir dos primários, os quais absorvem e transmutam”, resultando em construtos como o romance, o drama, o discurso científico, o discurso ideológico. Há gêneros mais “padronizados e estereotipados” e gêneros “mais maleáveis, mais plásticos e mais criativos”
7. Premissa comum acerca da primazia do social e do contexto na compreensão dos gêneros textuais A revelação da complexidade das relações entre texto e contexto A adoção de um conceito dinâmico de gênero – os gêneros são vistos como respostas típicas aos contextos sociais, e se tais contextos são fluidos e dinâmicos. A vertente norte-americana de estudos de gênero
8. Perspectiva sócio-histórica e dialógica(Bakthin); Perspectiva comunicativa; Perspectiva sistêmico funcional (Halliday): análise da relação texto e contexto, estrutura esquemática do texto em estágios, relação situacional e cultural e gênero como realização do registro.
9. Perspectiva sociorretórica de caráter etnográfico voltada para o ensino de segunda língua(Swales, Bhatia). Basicamente analisam e identificam estágios na estrutura do gênero. Persiste um caráter prescritivo nessa posição teórica. Há também preocupação com o aspecto socioinstitucional dos gêneros. Maior preocupação com a escrita do que com a oralidade.
10. Perspectiva interacionista e sociodiscursiva de caráter psicolinguístico e atenção didática voltada para língua materna. Com atenção psicológica estão preocupados em particular com o ensino dos gêneros na língua materna. Preocupação maior como o ensino fundamental e tanto com a oralidade como a escrita.