2. É a orientação que o escritor tem de
estruturas nominais e verbais que ele utiliza
para descrever sua ação no texto.
O escritor pode desenvolver várias
sequências textuais:
NARRAR, DESCREVER, EXPLICAR, ARGUMENTA
R E PRESCREVER são as mais comuns.
3. 1. O Abutre – Franz Kafka
Era um abutre que me dava grandes bicadas nos pés. Tinha já
dilacerado sapatos e meias e penetrava-me a carne. De vez em
quando, inquieto, esvoaçava à minha volta e depois regressava à
faina. Passava por ali um senhor que observou a cena por
momentos e me perguntou depois como eu podia suportar o
abutre. — É que estou sem defesa – respondi. — Ele veio e
atacou-me. Claro que tentei lutar, estrangulá-lo mesmo, mas é
muito forte, um bicho destes! Ia até saltar-me à cara, por isso
preferi sacrificar os pés. Como vê, estão quase despedaçados. —
Mas deixar-se torturar dessa maneira! – disse o senhor. — Basta
um tiro e pronto! — Acha que sim? – disse eu. — Quer o senhor
disparar o tiro? — Certamente – disse o senhor. — É só ir a casa
buscar a espingarda. Consegue aguentar meia hora? — Não sei
lhe dizer – respondi. Mas sentindo uma dor
pavorosa, acrescentei: — De qualquer modo, vá, peço-lhe. —
Bem – disse o senhor. — Vou o mais depressa possível. O abutre
escutara tranquilamente a conversa, fitando-nos
alternadamente. Vi então que ele percebera tudo. Elevou-se com
um bater de asas e depois, empinando-se para tomar
impulso, como um lançador de dardo, enfiou-me o bico pela
boca até ao mais profundo do meu ser. Ao cair senti, com que
alívio, que o abutre se engolfava impiedosamente nos abismos
infinitos do meu sangue.
4. 2. Uma Aventura de Natal – Charles Dickens
O frio tornava-se intenso. Na rua
principal, sobre a qual desembocava a
viela, alguns operários, que reparavam o
encanamento do gás, haviam acendido uma
fogueira, em torno da qual se haviam
aglomerado homens e mulheres, todos
andrajosos, que aqueciam as mãos e olhavam
o fogo com ar maravilhado. O bebedouro
público, vendo-se abandonado, resolveu
congelar-se. Os luminosos dos
magazines, onde as bagas e as folhas de
azevinho estavam sob o calor das lâmpadas
nas vitrinas, imprimiam rubros reflexos nos
rostos pálidos dos transeuntes.
5. 3. Impacto Ambiental - Wikipedia
Impacto ambiental é a alteração no meio ambiente
ou em algum de seus componentes por
determinada ação ou atividade humana. Estas
alterações precisam ser quantificadas pois
apresentam variações relativas, podendo ser
positivas ou negativas, grandes ou pequenas.
O objetivo de se estudar os impactos ambientais
é, principalmente, o de avaliar as conseqüências
de algumas ações, para que possa haver a
prevenção da qualidade de determinado
ambiente que poderá sofrer a execução de certos
projetos ou ações, ou logo após a implementação
dos mesmos.
6. 4. Receita de Pavê de Bis –
tudogostoso.uol.com.br
Misture o leite condensado, o leite, a
maisena, as gemas e leve ao fogo, mexendo
sempre, até engrossar. Reserve . Forre o
fundo de uma forma refratária grande com
metade do creme, faça uma camada com o
chocolate picado e complete com o restante
do creme. Bata as claras em neve e
acrescente o açúcar, aos poucos, batendo
sempre, até obter um suspiro firme. Junte o
creme de leite e mexa bem. Coloque essa
mistura por cima do creme e leve à geladeira
até a hora de servir.
7. 5. O xis do problema – Tony Belloto
(http://veja.abril.com.br/blog/cenas-urbanas/)
No domingo passado, assistindo ao programa Esquenta, da Regina Casé, vi um ator defender o uso da palavra
―pobrema‖ como correto, afirmando que o fato de certas palavras serem faladas de uma determinada maneira –
ainda que incorreta – por grande parte da população, confere a elas o satus de genuínas e aceitáveis como uma
forma não ―errada‖, mas ―diferente‖ de se falar. Sua argumentação era supostamente apoiada por um livro que
ele brandia com determinação, livro este, se não me engano, publicado ou adotado pelo Ministério da Educação
em algumas escolas.
Discordo peremptoriamente (e aqui uso um termo ―difícil‖de propósito) da
afirmação. Sei que o ator teve a melhor das intenções, assim como os
roteiristas do programa, ao defender um uso popular e dinâmico da língua
portuguesa, em contraponto ao elitismo paralisante, digamos assim, e
erudição afetada de certos gramáticos, linguistas e filólogos. Mas aí é que
está o xis do problema. Não podemos relativizar as coisas a esse ponto. Do
alto de minhas convicções de roqueiro escritor, muitas vezes erradamente
confundido com uma espécie de ―Professor Pasquale com brinco na orelha e
guitarra Fender tatuada no braço‖, afirmo que todo o nosso esforço deve ser
feito no sentido de ensinar aqueles que falam ―pobrema‖ a falarem
―problema‖, sob o risco de fazermos secar a exuberante fonte de nossa
identidade (e resistência) cultural, e mais, de avariarmos a escadaria que nos
conduz ao conhecimento e, por consequência, à liberdade: nossa língua.
É claro que, como organismo vivo, a língua se transforma e incorpora gírias, estrangeirismos e até eventualmente
erros. Mas esses processos demandam mais que opiniões pessoais, doutrinação e confusão política, além de
uma perceptível preguiça de encarar os degraus do estudo, aqueles que nos alçam às torres do saber. É preciso
combater a ideia de que falar direito é um esforço inútil. Não vale também, como fez alguém no programa, usar
o ―Samba do Arnesto‖ do Adoniran Barbosa, como um exemplo de que falar ―errado‖ é ―certo‖. Há uma distância
imensurável entre o uso consciente e criativo da língua e o uso ignorante (sem nenhum preconceito contra
pessoas que falam errado) da mesma.
(...)
8. As sequências mais comuns são EXPLICAR E
ARGUMENTAR, mas não impede de haver
sequências do NARRAR ou DESCREVER.
O NARRAR, EXPLICAR E DESCREVER são mais
presentes no primeiro momento do artigo de
opinião.
As sequências de EXPLICAR e ARGUMENTAR
usam muitos operadores argumentativos.