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intervenções
humanitárias
construtiv
Histórico de
intervenções
ONU
Pequeno histórico
das intervenções
Carta da onu• Fim da II Guerra mundial: fracasso da Liga
das Nações e criação da ONU.
• Intervenções humanitárias são
institucionalizadas com a Carta da ONU.
• Criação de regras para regular o
comportamento dos Estados, especialmente
no que diz respeito ao uso da força.
• CSNU formado por países membros das
Nações Unidas: responsável por decidir
sobre qualquer medida a ser tomada
quando à ameaças de paz, rupturas de paz e
atos de agressão.
• Membros das Nações Unidas
devem ceder forças armadas
quando solicitado pelo CSNU.
• O CSNU será sempre assistido
por uma Comissão de Estado
Maior, que será responsável
pela direção estratégica das
forças armadas postas a
onu
• Comunidade de segurança pluralista
forte.
• como outras organizações
internacionais, é lugar de formação de
interesses e identidades.
• Reificação: onu ganha existência
autônoma da trama intersubjetiva de
interesses e identidades dos estados que
lhe originaram. mas a instituição é
continuamente interpretada pelos
diversos agentes conforme suas
identidades e interesses, bem como a
trama intersubjetiva vigente.
Intervenien
tes
X
intervindo
RUANDA
mapa
Breve histórico
Out1993 – criação da UNAMIR pelo CSNU
6 Abr1994 – Início do genocídio
7abr – 10 membros da UNAMIR mortos
12Abr – evacuação das tropas belgas da
UNAMIR
21abr – CSNU pede a retirada da maior
parte dos soldados da unamir
dada a periculosidade da situação
17mai - CSNU autoriza reforço
das tropas (só atinge o país
meses depois de cessar o genocídio)
O conflito
antecedentes
• Século XV: Hutus e Tutsis
• Final do Século XIX: Ruanda torna-se colônia
alemã
• Após I Guerra Mundial: Torna-se colônia
belga
• Independência em 1962 cai a Monarquia Tutsi
• Grégoire Kayibanda (Hutu) Assume o Poder
por aclamação
• Lideres Tutsis fogem para Burundi (Sul de
Ruanda e Norte da Tanzânia)
• Relatório das Nações Unidas
acredita que houve apenas uma
substituição de regimes opressivos.
• Mais de 10 mil Tutsis foram
mortos em Dez1963 e Jan1964
numa tentativa de retomar o
poder
• Início dos anos 1970: Elite Tutsi
antecedentes
• 1973 : Golpe de Estado e o Hutu Juvénal
Habyarimana assume o poder
• Número de mortes diminui, porém a Etnia
Tutsi ainda não tem espaço politico.
• Queda nas exportações e pressões
estrangeiras para uma real democracia
geram uma forte crise entre os Hutus.
• Out1990: Frente Patriótica de Ruanda
(RPF), formada por uma ala dos hutus e
Tutsis, invadem Ruanda por Uganda, com o
objetivo de acabar com a tirania de
Habyarimana.
• out1993, UNAMIR é criada para
auxiliar o acordo de paz.
• 1994: Juvénal Habyarimana é
assassinado .
• 4ago1993, em Arusha, na Tanzânia é
assinado um acordo de Paz.
Identidade
Objetivo: monitorar de forma imparcial o
cumprimento do cessar-fogo entre as
partes beligerantes e auxiliar no processo
de transição política
Limitações:
1. CSNU autoriza 2,5 mil homens (contra 5,5
mil estimados pelo comandante
2. Mediação entre as partes, sem
possibilidade de interposição e
uso da força para garantir a paz
Atores políticos
internacionais julgaram guerra
civil e genocídio como
Unamir (out1993-
Mar1996)
1. Deveres normativos do CSNU em casos de
violação dos direitos humanos dentro de
fronteiras nacionais
2. Relevância da cultura da imparcialidade
3. Reordenação das Ri no pós-1990 foi
acompanhada pela modificação da
postura da CSNU em relação aos direitos
elementares
4. tensão entre princípios de
Soberania X Paz e
Segurança Internacional X Missão
universalizante dos
direitos humanos
Deveres e
conduta
Atuação da
Discurso oficial: "A situação em Ruanda foi
reconhecida como uma crise humanitária grave
que produziu um contingente vasto de pessoas
refugiadas e desabrigadas e levou milhares de
civis à morte. Resultado de uma guerra
civil, relatou-se que os massacres incluíram a
prática de alguns atos de genocídio, crime
tipificado e punível sob a égide do direito
internacional.“
1. Conhecimento do CSNU sobre a violência é
incerto
2. Jornalistas afirmar que csnu sabia
de:
– circulação de deathlists
– aquisição de armamentos
– Exército ruandês recebeu
treinamento no exterior
SÍRIA
• Início das hostilidades: Mar2011.
• Seca em mar2011.
• grupo de adolescentes em Daraa são
presos e torturados.
• Iniciam-se as manifestações em Daraa
,Damasco e Aleppo, centros econômicos e
da elite síria.
O conflito
• queda de Assad não significa a
pacificação síria. Pois tornou-se
um conflito sectário entre a
maioria sunita e os
alauítas, curdos, drusos e
• Oposição é heterogênea e
também composta por
• tentativas frustradas do governo
de sufocar as manifestações.
• 1963: o Baath, partido que defendia um
socialismo pan-árabe, tomou o poder
por meio de um golpe de estado.
• A organização se separa em
1966, dividindo-se em uma facção síria e
outra iraquiana. Na Síria, se estabelece
em 1971 o major-general do Exército
Hafez al-Assad.
antecedentes
• Bashar al-Assad tornou-se
presidente em 2000, depois da
morte de seu pai Hafez, que
governava desde 1971.
• O alauíta hafez al-Assad inicia
um processo de modernização
do Estado sírio, repelido
pelos muçulmanos
antecedentes
• a Síria tornou-se uma ditadura de
partido único e a reforma eleitoral só
ocorreu em 2012.
• movimentos de grande porte como a
Irmandade Muçulmana passam a se
insurgir, de tempos em tempos, contra o
status quo:
• Até 1979: levantes esporádicos e, a
partir dali, em insurgência organizada.
• Fev1982: massacre de
Hama, desarticulação da Irmandade
e outros grupos salafistas até o
início das manifestações de 2011 .
• Os alauítas representam 10% da população
e estão concentrados no noroeste sírio.
Rigorosamente, são muçulmanos xiitas.
• A Síria é um país sectário: cerca de 60% é
muçulmano sunita, mas há cristãos, drusos
e alauítas. O governo sírio sempre se
colocou como árabe.
Identidade
étnica
Espada de Ali, símbolo Alauíta
• Hama e Homs abrigam as
maiores comunidades sunitas
do país e resistiram mais
contra o regime dos Assad.
China:
• Comércio bilateral: aprox. US$ 2,2 bilhões
(FMI, 2009), maioria importação
• Beijing também opera em sistema de joint
venture com a estatal síria de
Petróleo, Al-Furat, a maior do país, e a
Royal Dutch Shell
• Comércio de armamentos
externos -
aliados
externos -
aliados
Rússia:
• importações: cerca de US$ 1,1 bilhão
(2010)
• the moscow times estima investimentos
de US$ 19 bi em 2010
• acordo bilateral de venda de armas
• obras de gasodutos e plantas de de gás
no país, operados majoritariamente
pela russa Stroitransgas
• base de Tartus, na Síria, a última
base russa fora de seu
território e único posto no
Mediterrâneo
• já havia deposto
Ben Ali na Tunísia e
Mubarak no
Egito, enquanto os
iemenitas tentavam
derrubar Ali
Abdullah Saleh e os
líbios, Muammar
Kadafi.
Primavera
árabe
• EUA pressionam o regime ditatorial
de Bashar al-Assad e armam a
oposição
• Oposição também é apoiada e
financiada por Qatar e Arábia
Saudita, governos sultanísticos
bancados em boa parte pelos EUA.
• A Liga Árabe suspendeu o governo
Assad e cedeu o assento sírio a seus
opositores.
Fatores
• Síria era polo de refugiados na região:
cristãos caldeus iraquianos.
• Refugiados sírios (mai2013): 1,5 milhão, 5
mil/dia, observados pelo ACNUR.
• Missão de Supervisão das Nações Unidas na
Síria (resolução de abr2012) de eficácia
praticamente nula e encerrada em agosto
do mesmo ano.
Questão síria e
onu
Refugiados estão em Jordânia, líbano, iraque, tur
• Síria era polo de refugiados na região: cristãos
caldeus iraquianos.
• Refugiados sírios (mai2013): 1,5 milhão, 5
mil/dia, observados pelo ACNUR.
• Missão de Supervisão das Nações Unidas na Síria
(resolução de abr2012) de eficácia praticamente
nula e encerrada em agosto do mesmo ano.
Questão síria e
onu
• Início de 2012: Alta Comissária da ONU para os
Direitos Humanos, Navy Pillay, pediu ao CSNU
enviar relatórios para o TPI, em Haia, que
imputaria Bashar al-Assad por crimes contra
a humanidade.
• O secretário-geral Ban Ki-moon faz
apelos constantes para a mediação
externa na guerra civil.• Bloqueio russo e chinês a
resoluções que contenham sanções
ou que prevejam intervenção na
síria.
• importância do Estado para a
construção da paz, com
articulação multilateral
opções
Teoria construtivista:
• Emmanuel adler: embasamento
epistemológico
• Mariana carpanezzi, luís miguel da vinha
E Alexander wendt:
teoria aplicada
5 Is do construtivismo:
• Identidades
• Interesses
• Interpretação
• Intersubjetividade
• instituições
In medias res: ars
poetica, de horácio (65-
8 a.c.)
Orientação ao
problemaNão vamos falar
sobre
responsabilidade
de (ao)
proteger, nem
faremos
introduções
Teoria e
conceitosConstrutivismo é a perspectiva segundo a
qual o modo pelo qual o mundo material
forma a, e é formado pela, ação e
interação humana depende de
interpretações normativas e epistêmicas
dinâmicas do mundo material. (adler,
p.205)
Intervenção humanitária: quando um
estado ou grupo de estados emprega
força militar no território de outro
país, a fim de proteger cidadãos de
atrocidades, como guerra
civil, fome ou genocídio. (Human
Rights Education Associates
– HREA)
Comunidades epistêmicas:
grupo que compartilha e
valida valores e
ideias, interpretações e
Comunidade de segurança (Adler, p. 234):
grupo de pessoas que se tornaram
integradas, assumindo-se que seus membros
não lutarão entre si, resolvendo suas
disputas de outro modo". (apud Deutsch et
al. 1957:5-6)
Amalgamada: "fusão formal de duas ou
mais unidades previamente independentes
em uma unidade única maior".
pluralista: mantém a independência
legal de governos
separados, valores nucleares
compatíveis, derivados de
instituições comuns, responsabilidades
mútuas, senso de
Teoria e
conceitos
Teoria e
conceitosComunidade de segurança
pela profundidade da confiança, natureza e
grau de institucionalização de sua
governança, anarquia formal ou não (apud
Adler e Barnett, 1996)
Frouxas: região transnacional de estados
soberanos com expectativas confiáveis de
mudança pacífica (Wendt: construtivismo
centrado no Estado). Ex.: Concerto Europeu.
Fortes: sistema pós-soberanos, com
instituições supra, trans e
nacionais comuns, exemplificando a
emergência de novos
Evolução
cognitiva
Wendt (p. 424): “o objetivo do método de
pesquisa deve ser a avaliação da relação
causal entre a prática e a interação (...) e as
estruturas cognitivas ao nível dos estados
individualmente dos sistemas de estados, que
constituem identidades e interesses (...) – ou
seja, a relação entre o que os atores fazem e o
que eles são“.
Abordagem Mediativa: descritiva (não
prescritiva), agentes e linguagem são
mediadores do fato. Instabilidade semântica e
multiplicidade interpretativa.
Progresso:
• não apenas o que os teóricos
dizem, mas também, e
principalmente, o que os atores
políticos fazem
• ocorre na redefinição das
identidades e dos interesses
dos próprios atores
Alexander
wendtO fato de os universos das políticas de poder
serem socialmente construídos não garante
que eles sejam maleáveis. (…) por meio da
prática, os agentes produzem e reproduzem
continuamente identidades e
interesses, continuamente escolhem agora as
preferências que terão depois”. (p.411)
a abordagem dos problemas e estratégias de
pesquisa deve ser orientado ao
problema mais do que ao método (...). (p 423)
o objetivo do método de pesquisa
deve ser avaliar a relação causal
entre prática e interação (...) e as
estruturas cognitivas ao nível de
cada estado e dos
sistemas de estados, que
debates
• Estados guiam sua política doméstica de
modo consistente com a comunidade de
segurança? Adler afirma que sim, mas as
intervenções mostram que nem tanto
(mas as razões racionalistas tampouco
se sustentam.
• Debate com o realismo ocorre mais em
nível epistemológico do que de análise:
Ciência política X ciência social
gênese ocidental das abordagens
tradicionais enxergam as ex-
colônias como incapazes de lidar com
os próprios problemas.
INTERVIR OU
NãO?
bibliografiaADLER, Emmanuel. “O Construtivismo no Estudo das
Relações Internacionais”. Lua Nova, São Paulo, N.
47, 1999. p. 201-246.
CARPANEZzI, Mariana Bertol. "É preciso palavras para
construir o silêncio: o genocídio de Ruanda no discurso
oficial do Conselho de Segurança das Nações Unidas".
Dissertação de mestrado. Universidade de
Brasília, 2008.
Fonseca, danilo ferreira da. “As Concepções
Etnocêntricas do Genocídio de Ruanda: a Negação do
Sujeito Histórico Ruandês”, Sankofa, ano IV, n.
7, julho/2011.
VINHA, Luís Miguel da. “John Gerald Ruggie e
a institucionalização da paz liberal”.
Revista Cabo dos Trabalhos [online]. n. 3,
Universidade de Coimbra, 2009.Wendt. Alexander. “Anarchy is what
States Make of it: The Social
Construction of Power Politics”.
International organization. V. 46, n.
2, 1992. p. 391-425.
George, terry. Hotel ruanda. Reino unido, estados
unidos, itália e áfrica do sul, 2004.
Agradecemos à patrícia barbiero
pela edição das imagens

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Histórico de intervenções humanitárias

  • 4. Carta da onu• Fim da II Guerra mundial: fracasso da Liga das Nações e criação da ONU. • Intervenções humanitárias são institucionalizadas com a Carta da ONU. • Criação de regras para regular o comportamento dos Estados, especialmente no que diz respeito ao uso da força. • CSNU formado por países membros das Nações Unidas: responsável por decidir sobre qualquer medida a ser tomada quando à ameaças de paz, rupturas de paz e atos de agressão. • Membros das Nações Unidas devem ceder forças armadas quando solicitado pelo CSNU. • O CSNU será sempre assistido por uma Comissão de Estado Maior, que será responsável pela direção estratégica das forças armadas postas a
  • 5. onu • Comunidade de segurança pluralista forte. • como outras organizações internacionais, é lugar de formação de interesses e identidades. • Reificação: onu ganha existência autônoma da trama intersubjetiva de interesses e identidades dos estados que lhe originaram. mas a instituição é continuamente interpretada pelos diversos agentes conforme suas identidades e interesses, bem como a trama intersubjetiva vigente. Intervenien tes X intervindo
  • 8. Breve histórico Out1993 – criação da UNAMIR pelo CSNU 6 Abr1994 – Início do genocídio 7abr – 10 membros da UNAMIR mortos 12Abr – evacuação das tropas belgas da UNAMIR 21abr – CSNU pede a retirada da maior parte dos soldados da unamir dada a periculosidade da situação 17mai - CSNU autoriza reforço das tropas (só atinge o país meses depois de cessar o genocídio) O conflito
  • 9. antecedentes • Século XV: Hutus e Tutsis • Final do Século XIX: Ruanda torna-se colônia alemã • Após I Guerra Mundial: Torna-se colônia belga • Independência em 1962 cai a Monarquia Tutsi • Grégoire Kayibanda (Hutu) Assume o Poder por aclamação • Lideres Tutsis fogem para Burundi (Sul de Ruanda e Norte da Tanzânia) • Relatório das Nações Unidas acredita que houve apenas uma substituição de regimes opressivos. • Mais de 10 mil Tutsis foram mortos em Dez1963 e Jan1964 numa tentativa de retomar o poder • Início dos anos 1970: Elite Tutsi
  • 10. antecedentes • 1973 : Golpe de Estado e o Hutu Juvénal Habyarimana assume o poder • Número de mortes diminui, porém a Etnia Tutsi ainda não tem espaço politico. • Queda nas exportações e pressões estrangeiras para uma real democracia geram uma forte crise entre os Hutus. • Out1990: Frente Patriótica de Ruanda (RPF), formada por uma ala dos hutus e Tutsis, invadem Ruanda por Uganda, com o objetivo de acabar com a tirania de Habyarimana. • out1993, UNAMIR é criada para auxiliar o acordo de paz. • 1994: Juvénal Habyarimana é assassinado . • 4ago1993, em Arusha, na Tanzânia é assinado um acordo de Paz.
  • 12. Objetivo: monitorar de forma imparcial o cumprimento do cessar-fogo entre as partes beligerantes e auxiliar no processo de transição política Limitações: 1. CSNU autoriza 2,5 mil homens (contra 5,5 mil estimados pelo comandante 2. Mediação entre as partes, sem possibilidade de interposição e uso da força para garantir a paz Atores políticos internacionais julgaram guerra civil e genocídio como Unamir (out1993- Mar1996)
  • 13. 1. Deveres normativos do CSNU em casos de violação dos direitos humanos dentro de fronteiras nacionais 2. Relevância da cultura da imparcialidade 3. Reordenação das Ri no pós-1990 foi acompanhada pela modificação da postura da CSNU em relação aos direitos elementares 4. tensão entre princípios de Soberania X Paz e Segurança Internacional X Missão universalizante dos direitos humanos Deveres e conduta
  • 15. Discurso oficial: "A situação em Ruanda foi reconhecida como uma crise humanitária grave que produziu um contingente vasto de pessoas refugiadas e desabrigadas e levou milhares de civis à morte. Resultado de uma guerra civil, relatou-se que os massacres incluíram a prática de alguns atos de genocídio, crime tipificado e punível sob a égide do direito internacional.“ 1. Conhecimento do CSNU sobre a violência é incerto 2. Jornalistas afirmar que csnu sabia de: – circulação de deathlists – aquisição de armamentos – Exército ruandês recebeu treinamento no exterior
  • 17.
  • 18. • Início das hostilidades: Mar2011. • Seca em mar2011. • grupo de adolescentes em Daraa são presos e torturados. • Iniciam-se as manifestações em Daraa ,Damasco e Aleppo, centros econômicos e da elite síria. O conflito • queda de Assad não significa a pacificação síria. Pois tornou-se um conflito sectário entre a maioria sunita e os alauítas, curdos, drusos e • Oposição é heterogênea e também composta por • tentativas frustradas do governo de sufocar as manifestações.
  • 19. • 1963: o Baath, partido que defendia um socialismo pan-árabe, tomou o poder por meio de um golpe de estado. • A organização se separa em 1966, dividindo-se em uma facção síria e outra iraquiana. Na Síria, se estabelece em 1971 o major-general do Exército Hafez al-Assad. antecedentes • Bashar al-Assad tornou-se presidente em 2000, depois da morte de seu pai Hafez, que governava desde 1971. • O alauíta hafez al-Assad inicia um processo de modernização do Estado sírio, repelido pelos muçulmanos
  • 20. antecedentes • a Síria tornou-se uma ditadura de partido único e a reforma eleitoral só ocorreu em 2012. • movimentos de grande porte como a Irmandade Muçulmana passam a se insurgir, de tempos em tempos, contra o status quo: • Até 1979: levantes esporádicos e, a partir dali, em insurgência organizada. • Fev1982: massacre de Hama, desarticulação da Irmandade e outros grupos salafistas até o início das manifestações de 2011 .
  • 21. • Os alauítas representam 10% da população e estão concentrados no noroeste sírio. Rigorosamente, são muçulmanos xiitas. • A Síria é um país sectário: cerca de 60% é muçulmano sunita, mas há cristãos, drusos e alauítas. O governo sírio sempre se colocou como árabe. Identidade étnica Espada de Ali, símbolo Alauíta • Hama e Homs abrigam as maiores comunidades sunitas do país e resistiram mais contra o regime dos Assad.
  • 22. China: • Comércio bilateral: aprox. US$ 2,2 bilhões (FMI, 2009), maioria importação • Beijing também opera em sistema de joint venture com a estatal síria de Petróleo, Al-Furat, a maior do país, e a Royal Dutch Shell • Comércio de armamentos externos - aliados
  • 23. externos - aliados Rússia: • importações: cerca de US$ 1,1 bilhão (2010) • the moscow times estima investimentos de US$ 19 bi em 2010 • acordo bilateral de venda de armas • obras de gasodutos e plantas de de gás no país, operados majoritariamente pela russa Stroitransgas • base de Tartus, na Síria, a última base russa fora de seu território e único posto no Mediterrâneo
  • 24. • já havia deposto Ben Ali na Tunísia e Mubarak no Egito, enquanto os iemenitas tentavam derrubar Ali Abdullah Saleh e os líbios, Muammar Kadafi. Primavera árabe • EUA pressionam o regime ditatorial de Bashar al-Assad e armam a oposição • Oposição também é apoiada e financiada por Qatar e Arábia Saudita, governos sultanísticos bancados em boa parte pelos EUA. • A Liga Árabe suspendeu o governo Assad e cedeu o assento sírio a seus opositores. Fatores
  • 25. • Síria era polo de refugiados na região: cristãos caldeus iraquianos. • Refugiados sírios (mai2013): 1,5 milhão, 5 mil/dia, observados pelo ACNUR. • Missão de Supervisão das Nações Unidas na Síria (resolução de abr2012) de eficácia praticamente nula e encerrada em agosto do mesmo ano. Questão síria e onu Refugiados estão em Jordânia, líbano, iraque, tur
  • 26. • Síria era polo de refugiados na região: cristãos caldeus iraquianos. • Refugiados sírios (mai2013): 1,5 milhão, 5 mil/dia, observados pelo ACNUR. • Missão de Supervisão das Nações Unidas na Síria (resolução de abr2012) de eficácia praticamente nula e encerrada em agosto do mesmo ano. Questão síria e onu • Início de 2012: Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navy Pillay, pediu ao CSNU enviar relatórios para o TPI, em Haia, que imputaria Bashar al-Assad por crimes contra a humanidade. • O secretário-geral Ban Ki-moon faz apelos constantes para a mediação externa na guerra civil.• Bloqueio russo e chinês a resoluções que contenham sanções ou que prevejam intervenção na síria. • importância do Estado para a construção da paz, com articulação multilateral
  • 27. opções Teoria construtivista: • Emmanuel adler: embasamento epistemológico • Mariana carpanezzi, luís miguel da vinha E Alexander wendt: teoria aplicada 5 Is do construtivismo: • Identidades • Interesses • Interpretação • Intersubjetividade • instituições In medias res: ars poetica, de horácio (65- 8 a.c.) Orientação ao problemaNão vamos falar sobre responsabilidade de (ao) proteger, nem faremos introduções
  • 28. Teoria e conceitosConstrutivismo é a perspectiva segundo a qual o modo pelo qual o mundo material forma a, e é formado pela, ação e interação humana depende de interpretações normativas e epistêmicas dinâmicas do mundo material. (adler, p.205) Intervenção humanitária: quando um estado ou grupo de estados emprega força militar no território de outro país, a fim de proteger cidadãos de atrocidades, como guerra civil, fome ou genocídio. (Human Rights Education Associates – HREA) Comunidades epistêmicas: grupo que compartilha e valida valores e ideias, interpretações e
  • 29. Comunidade de segurança (Adler, p. 234): grupo de pessoas que se tornaram integradas, assumindo-se que seus membros não lutarão entre si, resolvendo suas disputas de outro modo". (apud Deutsch et al. 1957:5-6) Amalgamada: "fusão formal de duas ou mais unidades previamente independentes em uma unidade única maior". pluralista: mantém a independência legal de governos separados, valores nucleares compatíveis, derivados de instituições comuns, responsabilidades mútuas, senso de Teoria e conceitos
  • 30. Teoria e conceitosComunidade de segurança pela profundidade da confiança, natureza e grau de institucionalização de sua governança, anarquia formal ou não (apud Adler e Barnett, 1996) Frouxas: região transnacional de estados soberanos com expectativas confiáveis de mudança pacífica (Wendt: construtivismo centrado no Estado). Ex.: Concerto Europeu. Fortes: sistema pós-soberanos, com instituições supra, trans e nacionais comuns, exemplificando a emergência de novos Evolução cognitiva
  • 31. Wendt (p. 424): “o objetivo do método de pesquisa deve ser a avaliação da relação causal entre a prática e a interação (...) e as estruturas cognitivas ao nível dos estados individualmente dos sistemas de estados, que constituem identidades e interesses (...) – ou seja, a relação entre o que os atores fazem e o que eles são“. Abordagem Mediativa: descritiva (não prescritiva), agentes e linguagem são mediadores do fato. Instabilidade semântica e multiplicidade interpretativa. Progresso: • não apenas o que os teóricos dizem, mas também, e principalmente, o que os atores políticos fazem • ocorre na redefinição das identidades e dos interesses dos próprios atores
  • 32. Alexander wendtO fato de os universos das políticas de poder serem socialmente construídos não garante que eles sejam maleáveis. (…) por meio da prática, os agentes produzem e reproduzem continuamente identidades e interesses, continuamente escolhem agora as preferências que terão depois”. (p.411) a abordagem dos problemas e estratégias de pesquisa deve ser orientado ao problema mais do que ao método (...). (p 423) o objetivo do método de pesquisa deve ser avaliar a relação causal entre prática e interação (...) e as estruturas cognitivas ao nível de cada estado e dos sistemas de estados, que
  • 33. debates • Estados guiam sua política doméstica de modo consistente com a comunidade de segurança? Adler afirma que sim, mas as intervenções mostram que nem tanto (mas as razões racionalistas tampouco se sustentam. • Debate com o realismo ocorre mais em nível epistemológico do que de análise: Ciência política X ciência social gênese ocidental das abordagens tradicionais enxergam as ex- colônias como incapazes de lidar com os próprios problemas. INTERVIR OU NãO?
  • 34. bibliografiaADLER, Emmanuel. “O Construtivismo no Estudo das Relações Internacionais”. Lua Nova, São Paulo, N. 47, 1999. p. 201-246. CARPANEZzI, Mariana Bertol. "É preciso palavras para construir o silêncio: o genocídio de Ruanda no discurso oficial do Conselho de Segurança das Nações Unidas". Dissertação de mestrado. Universidade de Brasília, 2008. Fonseca, danilo ferreira da. “As Concepções Etnocêntricas do Genocídio de Ruanda: a Negação do Sujeito Histórico Ruandês”, Sankofa, ano IV, n. 7, julho/2011. VINHA, Luís Miguel da. “John Gerald Ruggie e a institucionalização da paz liberal”. Revista Cabo dos Trabalhos [online]. n. 3, Universidade de Coimbra, 2009.Wendt. Alexander. “Anarchy is what States Make of it: The Social Construction of Power Politics”. International organization. V. 46, n. 2, 1992. p. 391-425. George, terry. Hotel ruanda. Reino unido, estados unidos, itália e áfrica do sul, 2004.
  • 35. Agradecemos à patrícia barbiero pela edição das imagens