1. “a escrita deve ter significado para as
crianças, deve ser
incorporada a uma tarefa necessária e
relevante para a vida”.
(Vygotsky 1989)
2. Alfabetização
Para Tfouni (1995), há duas formas segundo
as quais se entende a alfabetização:
como um processo de aquisição individual de
habilidades requeridas para a leitura e
escrita;
como um processo de representação de
objetos diversos, de naturezas diferentes.
3. Letramento
Para Soares (2003), letramento é:
•o resultado da ação de ensinar e aprender as
práticas sociais de leitura e escrita;
•o estado ou condição que adquire um grupo social
ou um indivíduo como conseqüência de ter-se
apropriado da escrita e de suas práticas sociais.
Observação importante: ter-se apropriado da
escrita é diferente de ter aprendido a ler e a
escrever: aprender a ler e escrever significa
adquirir uma tecnologia, a de codificar em língua
escrita e de decodificar a língua escrita; apropriar-
se da escrita é tornar a escrita "própria", ou seja,
é assumi-la como sua "propriedade" .
4. Como isto acontece na prática?
O sucesso na alfabetização exige a transformação da
escola em “ambiente alfabetizador”, rico em estímulos que
provoquem atos de leitura e escrita, permitam
compreender o funcionamento da língua escrita
possibilitem a apropriação de seu uso social e forneçam
elementos que desafiam o sujeito a pensar
sobre a língua escrita.
5. Diagnosticar quanto as crianças já sabem antes de
iniciar o processo de alfabetização é um preceito
básico do livro Psicogênese da Língua Escrita, que
Emília Ferreiro escreveu com Ana Teberosky em
1979. A obra, um marco na área, mostra que as
crianças não chegam à escola vazias, sem saber
nada sobre a língua.
6. A língua escrita é um sistema de relações, com dois
processos: ler e escrever.
Na aprendizagem destes processos, a criança
percorre longo caminho, passando por estágios
evolutivos de elaboração, descritos por Ferreiro e
Teberosky (1991).
1. Nível pré-silábico: a criança não estabelece relações entre
a escrita e a pronúncia. Nesta fase ela expressa sua escrita
através de desenhos, rabiscos e letras usadas aleatoriamente,
sem repetição e com o critério de no mínimo três.
7.
8. Sugestões de atividades:
• iniciar pelos nomes das crianças escritos em crachás, listados no quadro ou
em cartazes;
• identificar o próprio nome e depois o de cada colega, percebendo que
nomes maiores podem pertencer às crianças menores e vice-versa;
• classificar os nomes pelo som inicial ou por outros critérios;
• organizar os nomes em ordem alfabética, ou em “galerias” ilustradas com
retratos ou desenhos;
• criar jogos com os nomes (“lá vai a barquinha”, dominó, memória, boliche,
bingo);
• fazer contagem das letras e confronto dos nomes; confeccionar gráficos de
colunas com os nomes seriados em ordem de tamanho (número de letras).
• Fazer estas mesmas atividades utilizando palavras do universo dos alunos:
rótulos de produtos conhecidos ou recortes de revistas (propagandas,
títulos, palavras conhecidas).
9. 2. Nível silábico: a criança descobre a lógica da escrita, percebendo
a correspondência entre a representação escrita das palavras e
as propriedades sonoras das letras, usando, ao escrever, uma
letra para cada emissão sonora.
BOLT - BORBOLETA
CMA - CAMINHÃO
ELFT - ELEFANTE
11. Sugestões de atividades:
• fazer listas e ditados variados (de estudantes ausentes/
presentes, livros de histórias, ingredientes para uma receita,
nomes de animais, questões para um projeto);
• usar jogos e brincadeiras (forca, cruzadinhas, caça-palavras);
• organizar supermercados e feiras; fazer “dicionário” ilustrado
com as palavras aprendidas, diário da turma, relatórios de
atividades ou projetos com ilustrações e legendas;
• propor atividades em dupla (um dita e outro escreve), para
reescrita de notícias, histórias, pesquisas, canções, parlendas e
trava-línguas.
12. 3 - Nível alfabético:
• caracteriza-se pela correspondência entre fonemas e grafemas,
quando a criança compreende a organização e o funcionamento da
escrita e percebe que cada emissão sonora (sílaba) pode ser
representada, na escrita, por uma ou mais letras.
• A base alfabética da escrita se constrói a partir do conflito
criado pela impossibilidade de ler silabicamente a escrita padrão
(sobram letras) e de ler a escrita silábica (faltam letras).
• Neste nível, a criança, embora já alfabetizada, escreve ainda
foneticamente (como se pronuncia), registrando os sons da fala,
sem considerar as normas ortográficas da escrita padrão e da
segmentação das palavras na frase.