DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
INTERCULTURALIDADE NO ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS
1. INTERCULTURALIDADE NO ENSINO
DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS
HELIANDRO ROSA
MAURO R. TONIOLO SILVA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
FACULDADE DE LETRAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS E LINGUÍSTICA
2. SUMÁRIO
Texto 1: Do pós-nacional ao intercultural.
Lopes
Texto 2: Multiculturalism.
Mishra
Texto 3: Critical multiculturalism and second
language education.
Kubota
5. Introdução
• Relatos dos viajantes sobre as novas
culturas.
• Grandes Navegações e Colonização no
século XV.
• Imperialismo ou Neocolonialismo no
século XIX.
6. • Relações baseadas na subordinação.
• Fundação da antropologia.
• Estudo das sociedades não-ocidentais.
• Conceito de “pós-colonialidade”.
7. Pós-colonialidades: o desafio das
novas modernidades
• Momento de desilusão.
• Independência política não garante a
independência econômica.
• A necessidade de investimentos mais
sociais do que econômicos.
8. “(...) a queda do colonialismo em
Moçambique e, na África em geral, como
forma de governo e como lógica de
dominação política, cultural e racial, deixou
lugar a uma certa impressão de liberdade.
Resta esclarecer, apesar de tudo, que tipo de
libertação se produziu realmente nas pegadas
da descolonização e que direção essa
libertação poderia tomar hoje em dia.” (p.
104).
10. Mundo pós-colonial
Fim da dialética colonial
(não está mais dividido em dois, mas mostra-se
mais em termos de diferenças, de misturas, de
hibridismo e de ambivalência)
11. Nova forma não-dialética de controle
Apresenta-se, à primeira vista, como integradora
e, em seguida, impõe lógicas de diferenciação
e de controle em seu espaço liso e aberto
Pessimismo pós-colonial
12. • Papel da Cultura:
“Durante a dominação colonial em
Moçambique, a cultura assumiu a dimensão
essencial para permitir a sua sobrevivência.
Mas além de um ato de sobrevivência, foi um
fenômeno de afirmação da dignidade do
escravo, do colonizado, cuja historia lhe era
negada pelo sistema colonial.” (p. 107).
13. Durante a reunião da Frelimo, realizada quatro
meses antes da Independência, foi retomada a
questão da cultura, “mas numa perspectiva
em que a unidade nacional era entendida
como implicando culturalmente a unificação
de hábitos, costumes e tradições: ‘Para a
formação da verdadeira personalidade do
nosso povo é necessário criar condições que
unifiquem os hábitos, costumes e tradições,
dando-lhes uma dimensão revolucionária’”. (p.
107).
14. Já no IV Congresso da Frelimo realizado em
1983 (oito anos s a independência), podia-se
ler no Relatório que a proposta era promover
“a valorização de todas as manifestações
culturais do povo moçambicano, dando-lhes
um conteúdo revolucionário e difundindo-as
no plano nacional e internacional, para a
projeção da personalidade moçambicana.” (p.
107-108).
15. • Problemática da diversidade cultural.
• Multiplicidade de enclaves étnicos.
• Diversidade linguística.
16. A busca de reconciliação entre a
antropologia e a história
A única forma de impedir que a antropologia
definhe e a história soçobre na historicidade.
“A oposição que alguns procuram estabelecer
entre a história e a antropologia não alimenta
hoje mais do que uma retórica vazia.” (p. 112)
17. • A antropologia e a história estão,
entretanto,
“numa relação de proximidade que remete à
natureza de seu objeto: o espaço enquanto
matéria da Antropologia, é um espaço
histórico; o tempo como matéria-prima da
História é um tempo localizado e, nesse
sentido, antropológico”. (p. 112).
18. Cultura(s) e globalização
• Conceitos de cultura:
“A ‘cultura’ remete a um ponto de partida
construído por valores fundamentais de uma
sociedade e sua interiorização pelos sujeitos que
a compõem; mas pode-se também referi-la no
sentido clássico, que privilegia as obras mais
‘elevadas’ do espírito; aliás, as duas noções
comunicam entre si sem problemas, se se admite,
como o faz a tradição romântica, que a arte e a
literatura são, em parte, expressões do gênio
‘nacional’ ou popular.” (p. 115).
19. Globalização
Fim quase total do sentimento de estranheza
que envolvia as populações “exóticas”
A alteridade e a diversidade cultural passam a
fazer parte do nosso cotidiano
20. Transnacionalismo
Não é só uma característica do capitalismo
contemporâneo, ele condiciona igualmente as
relações de poder e os referentes culturais
21. A diversidade cultural tornou-se
hoje uma questão política
espinhosa
• Dois grandes problemas:
–Como defender a igualdade sem
desqualificar o referente da diferença
cultural;
–Os problemas gerados pelo
enfraquecimento do Estado-Nação
provocado pela globalização.
23. O multiculturalismo: reforço ou
atenuação da diferença?
O multiculturalismo “tem sua origem numa série
de fatos e fatores ocorridos nas últimas
décadas do século XX e que deram lugar, por
sua vez, a demandas e reivindicações
educativas” (p. 125):
• Reivindicações políticas dos anos 60.
24. • Fenômeno migratório e a problemática
do chamado Terceiro Mundo.
• Interdependência Mundial.
• Auge do fator étnico.
25. • O modelo multiculturalista
“sustenta que é válido que os diferentes
grupos existentes numa sociedade não
queiram se desfazer de suas culturas; a
pluralidade de vozes que compõem um país
deve ser ouvida para que sua cultura seja
entendida de modo não estereotipado e para
que se faça da diversidade uma forma de
ampliar o conhecimento da espécie humana,
uma do ponto de vista biológico, mas
ricamente diversificada do ponto de vista
cultural”. (p. 126).
26. • As duas faces do multiculturalismo:
–positivo quando permite à sociedade
refletir sua diversidade em todos os níveis e
propicia a igualdade de oportunidades para
todos os grupos que a compõem;
27. – perigoso quando instrumentaliza as minorias
como conhecimento de uma única cultura e
um único código de tradições, tornando esses
grupos despreparados para competir com os
grupos dominantes da sociedade, que detêm
o conhecimento central exigido para a
sobrevivência.
29. Relativismo cultural
“Nega a suposição de universalismos e parte do
pressuposto de que toda crença só tem
significação e validade no interior de seu
próprio contexto”
30. Em busca do “outro”
• No mundo atual, no qual as distâncias
estão cada vez menores:
“O ‘outro’ já não é mais algo a ser procurado
em lugares exóticos, nas partes distantes do
mundo, por aventureiros, autores de livros de
viagem e turistas; esse ‘outro’ trabalha e vive
ao nosso lado nas regiões metropolitanas.” (p.
130).
31. Para uma compreensão das
diferenças
• Existem três pontos conceituais
importantes sobre a diferença:
1. Qualquer discussão concreta da diferença
também implica similaridade.
32. 2. A diferença é um termo relativo, dependendo
do quadro de referência de cada um.
3. Agrupar membros de um grupo mais vasto
em subgrupos de diferença é a mesma coisa,
em termos conceituais, que identificar
similaridades entre os membros de cada
grupo.
33. • Diferença e Similaridade em constante
relação:
Diferença Similaridade
34. Sobre a (in)tolerância perante o
diferente
• O preconceito é resultado não apenas da
falta de informação, mas também de
formação.
• O componente cultural é muito
importante. Historicamente, agrupamo-
nos pelas semelhanças e não pelas
diferenças.
35. • Fanatismo em contraposição à
tolerância.
• Tolerância e relação de desigualdade:
tolerar alguém é um ato de poder; ser
tolerado é uma situação da própria
fraqueza.
• Racismo na África.
36. Referentes universais e
democracia
“A disposição e a capacidade de deliberar
acerca das nossas diferenças respeitáveis
também fazem parte do ideal político
democrático. As sociedades e as comunidades
multiculturais que representam a liberdade e
a igualdade de todos basearam-se no respeito
mútuo às diferenças intelectuais, políticas e
culturais que sejam razoáveis.” (p. 151).
37. “O objetivo de uma cultura democrática é o
respeito – não a repressão – das identidades
étnicas, assim como favorecer as diferentes
tradições culturais para que desenvolvam
plenamente seu potencial de expressão dos
ideais democráticos de liberdade e igualdade,
o que pode conduzir muitas vezes a grandes
transformações culturais”. (p. 152).
38. Sobre o significado do
intercultural
• “Parte de um conceito de cultura mais
dinâmico, que permite o intercâmbio e o
diálogo entre os grupos culturais e seu
mútuo enriquecimento.” (p. 155).
39. • “Não considera nenhuma cultura
superior a outra e com o direito de
domina-la, mas tampouco compartilha
com os relativismos que todas as culturas
tem igual valor.” (p. 155).
40. • “Tem como objetivo compreender a expressão
de uma cultura por meio dos homens, seus
comportamentos e seus hábitos.” (p. 155).
• “Trata-se, com efeito, de desenvolver modos
de apropriação para uma melhor leitura das
culturas, partindo do princípio que essas
últimas sejam sempre entidades dinâmicas,
inscritas no seu tempo e no espaço”. (p. 155).
42. Mishra aborda o multiculturalismo a partir
do estudo da migração no Canadá. Isso é
pertinente, pois este foi um dos primeiros países
que se declar multicultural.
Apesar de nos Estados Unidos também ter
recebido uma grande massa de imigrantes,
impera a concepção do “meltingpot”, ou seja,
culturas que foram jogadas num pote e se
misturaram.
Segundo o autor, o Canadá vê as culturas
de forma diferente.
43. “Visibleminority” = minoria visível.
Em razão de mudanças legais, na década de
1960 o Canadá recebeu uma grande corrente
migratória, composta por grupos étnicos e
populacionais que não se sentem incluídos na
maioria (falantes de inglês ou francês, que não
sejam brancos, ou católicos/protestantes).
Com tantos imigrantes de tantas etnias, os
jornais, programações de tv, revistas promovem
o surgimento de elementos culturais em várias
línguas, a fim de atender a esse público.
44. Desta situação criam-se outras, por
exemplo: Surgem questões relacionadas à
lealdade e ao patriotismo.
- Como abandonar uma nação e fazer parte de
outra?
- Quem são essas minorias visíveis?
Questionamentos através do poema My
thirteenth year in Canada
45. Ato Multicultural no Canadá:
- Estabelece como tratar com os imigrantes;
- Maiores direitos como cidadão;
- Promove a liberdade e propõe aos cidadãos
dividirem suas heranças culturais.
Assim, o Canadá seria um país bilíngue onde
todos pode e devem preservar suas culturas.
Jogada para que as culturas francesas e inglesas
não bipolarizassem a cultura do Canadá?
Promover a unidade do país para que dentro de
uma multiplicidade todos os cidadãos saibam
como conduzir seus atos.
46. Perspectiva de Bissondath:
a igualdade proposta por franceses e ingleses não
atinge a todos imigrantes. Este se sente e é
exposto em muitas situações.
Crítica de Mishra:
Bissondath tem perspectiva de colônia, pois veio
de uma educação que pensava em rechaçar o
colonizador e muitas de suas experiências não
são compartilhadas pelas gerações posteriores.
47. MULTICULTURALISMO DE BOUTIQUE e MULTICULTURALISMO FORTE
Para a primeira, a tolerância não conduz a uma redefinição dos próprios valores
através dos quais as outras culturas são percebidas;
Para a segunda, é preciso ter um profundo respeito a todas as culturas e a seus
valores. Cada um tem direito a construir sua própria identidade e alimentar a
percepção do que é racional e humano.
Deve-se preservar toda a cultura sobre a premissa máxima da liberdade?
Mas e as atitudes extremas de algumas culturas (mutilação genital)?
Intervenção do Estado em alguns casos (Bissondath).
MULTICULTURALISMO e TRANSUBSTANCIAÇÃO
A lógica do multiculturalismo admite a transubstanciação do indivíduo de forma étnica
e como cidadão. e a considera normal (Zizek).
Seria o multiculturalismo uma forma inversa de racismo?
Zizek afirma que o multiculturalismo é uma neocolonização, pois propõe que as
pessoas se distanciem para não se intrometer na cultura alheia, mas que isso é uma
forma de apreciar ou depreciar a distância a cultura do outro.
As comunidades étnicas não se misturam, apenas reforçam cada vez mais sua própria
cultura dentro de suas comunidades, não produzindo trocas.
48. Segundo APPADURI multiculturalismo é um “espaço duplo
que transforma a relação que o sujeito tem com a lei do
estado-nação onde o nacionalismo é o chão da vida do
cidadão. Assim, forçando-nos a repensar definições antigas
da nação-estado.”
RADHAKRISHNAN tem como tema principal a subjetividade
dupla de povos que sofreram diásporas, suas preocupações
com o lugar do seu corpo no espaço, com o que é local e
com a terra natal. Ele trata da diferença entre o que é
híbrido como um estado de conforto genuíno e o que é
híbrido como um ato de punição de autoprodução.
Radhakrishnan pensa na mentalidade da consciência dupla
onde a pessoa tem que se redefinir através do significado
de sua etnia que é definida em termos de “memória,
trauma e perda...”
49. BHARATI narra o caso de sua irmã Mira, que chegou antes
aos Estados Unidos, é radical e não quer mudar seu
passaporte. Bharati vê isso como apenas uma questão de
papel, pois o passaporte lhe dá maiores direitos na America
e quando decidirem voltar para a India, isso será uma mera
questão de papel.
Mira é uma “expatriada” da Índia enquanto Bharati é uma
Norte-americana imigrante.
De acordo com o autor e com Bisoondath, se pensarmos
em transformação do imigrante em um cidadão de outro
país, passamos a entrar em outra categoria de discussão,
pois o multiculturalismo passa a perder espaço e
significado.
50. Mapping multiculturalism(Mapeando o Multiculturalismo)
Situa o multiculturalismo em um contexto abrangente de
relações de raças e novos confrontos do racismo nos
Estados Unidos.
As questões levantadas no livro dizem respeito a:
- poder e autoridade institucional;
- para quem é o multiculturalismo?;
- quem está inserido nas regras do multiculturalismo?
- quem se beneficia disso?
- o multiculturalismo é anti-racista ou ele esquece o
racismo?
- o multiculturalismo é autonomia cultural ou cultura
comum revista, revisitada?
- o multiculturalismo liga política e cultura ou os separa?
51. Gender, class, and multiculturalism(Gênero, Classe e
Multiculturalismo) - Angela Davis
Trata de programas multiculturais e vê a situação
multicultural como uma forma de preservar e fortificar
relações de poder baseados na classe, gênero e raça.
Os programas multiculturais seriam uma forma de controlar
populações como se fosse uma “prisão”, pois tratando das
classes separadamente, você as controla sem deixá-las
compartilhar.
Metáfora da “salada” ao invés de usar a do “meltingpot”,
pois numa salada cada um tem a sua característica, se
misturam, porém não se interpenetram como um só como
diria a última metáfora.
Seria o multiculturalismo apenas mais uma estratégia
imposta pela força de trabalho para obter maior
produtividade?
52. Lisa Lowe
Multiculturalismo tem dois lados, um em que mostra as
diferenças das minorias étnicas e um segundo lado onde
essas diferenças étnicas e raciais são jogadas fora em atitudes
como um festival de arte que propõe homogeneizar diferentes
culturas em uma agenda multicultural.
Para ela, quem domina a maioria da cultura são os brancos e
mesmo com uma agenda multicultural, fica claro que a cultura
a ser aspirada é a branca. Para ela, essa tentativa de
homogeneização em prol de um multiculturalismo é muito
difícil, pois são apenas momentos para ressaltar as diferenças
sem fazer nenhum tipo de ligação histórica dos imigrantes e
seu contexto com os não-imigrantes. Para Lowe: “Narrativas
de multiculturalismo que não fazem conexões entre formas de
diferenciação histórica de desapossamento de poder ou que
não cria espaço para criticas oposicionais arriscam desnudar
grupos étnicos e raciais de suas especificidades”.
53. Multiculturalism and the Politics of Identity
(Multiculturalismo e as políticas de identidade) - Jon
W. Scott
Trata de dois temas centrais simpósio:
multiculturalismo e justiça política (justiça aqui no
sentido de fazer as coisas certas e não no termo
judicial).
Para o autor, a justiça política seria o “rótulo” para
cobrir e chamar a atenção para atitudes críticas e
comportamentos de grupos dominantes do poder e
os programas multiculturais seriam a forma de atuar
na sociedade os pensamentos críticos dessas pessoas.
54. Satya P. Mohanty trabalha com as questões morais da
multicultura.Para ele (?), multiculturalismo é uma questão
de justiça, reconhecimento da diferença e sobre o
aparecimento da consciência sobre as partes de
comunidades dominantes.
O multiculturalismo tem que ser baseado em cooperação
social - “humanos, através de culturas e sociedades, são
criaturas capazes de atitudes racionais e por esta razão de
autodeterminação política e cultural”.
Framing Marginality (Caracterizando a marginalidade?) -
Sneja Gunew
imigrantes e suas culturas diásporas rompem com a ideia
antiga de que o nacionalismo é feito apenas por genealogia
e herança.
55. Unspeakable things unspoken (Coisas indizíveis
ainda não ditas) - Toni Morrison
Trata do cânone literário norte americano, em
que não há espaço para autores
afrodescendentes, asiáticos americanos e
nativos americanos dentro do cânone literário.
Para ele, tem-se que desconstruir o pensamento
canônico já existente para então abrir um
espaço multicultural para outros tipos de texto.
56. Além do cânone, a discussão trata de etnia e raça,
aspectos ainda mais sociais e o multiculturalismo vem
como o fator que agrega as diferenças de raça,
identidade, poder, conhecimento, ética e trabalho.
Para Henry A. Giroux, uma pedagogia crítica é
essencial para um processo democrático e para o
entendimento de todos do multiculturalismo. A
principal definição de Giroux é o surgimento de novas
vozes que foram, em geral, excluídas na formação da
identidade nacional.
O multiculturalismo é um desafio de identidade
nacional para o entendimento das diferenças. Sendo
assim, suprime a antiga concepção de identidade
nacional para o melhor entendimento das diferenças
culturais.
57. Kymlicka propõe buscar achar respostas políticas viáveis para
um processo onde as minorias e as maiorias se encontram
em diversos assuntos como a língua, direitos representação
política, imigração, símbolos nacionais, etc.
O multiculturalismo é um assunto ao mesmo tempo de
gerenciamento individual e coletivo.
Kumlicka acredita que deve haver uma diferenciação entre os
povos da primeira nação e as minorias, sendo que os
primeiros são considerados parte de uma multinação, pois
encontraram uma situação que veio de encontro a eles e o
seu governo foi criado por eles. As minorias seriam
considerados poliétnicos, pois passaram a englobar um
governo e uma situação pré-existente. Para este filósofo,
tanto o Canadá quanto os Estados Unidos são poliétnicos e
multinação.
58. O poder emprestado (Borrowed Power) editado
por Bruce Ziff e Pratima V. Rao. Mishra destaca que
trata da apropriação cultural como tema central
das discussões.
60. Introdução
• Os educadores costumam ser sensíveis e
conscientes da importância da educação
multicultural, no entanto, ter abertura de
espírito e atitudes não preconceituosas ao
lidar com as diferenças são fundamentais.
61. Três enfoques do multiculturalismo
• Multiculturalismo conservador
• Multiculturalismo liberal
• Educação multicultural crítica
64. Educação multicultural crítica
Questiona a origem das diferenças, criticando a
exclusão social, a exclusão política, as formas
de privilégio e de hierarquia existentes nas
sociedades contemporâneas
65. Implicações para o ensino e aprendizado de uma
segunda língua
Educadores apóiam e são sensíveis ao multiculturalismo.,
que é complexo e possui concepções paradoxais.
Educadores que se ligam ao multiculturalismo não
podem estar ligados no romanticismo de grupos
marginalizados.
Educadores devem buscar a justiça social , a
transformação e o entendimento crítico das diferenças
que impulsionam o multiculturalismo.
Para quem e qual a razão de se ensinar língua estrangeira
numa perspectiva multiculturalista? Para ela, este é um
projeto de reflexão e ação.
66. Desmistificando essencialismo cultural e
construção da identidade
É importante o olhar sobre o Outro e o Eu, assim pode-
se desconstruir uma imagem sobre as diferenças e
construir outra nova.
Pesquisas mostram que quem cria estigmas são os
professores, através de suas percepções dos imigrantes,
de sua criação do conceito do outro, criando
expectativas de como certos “tipos” de imigrantes
devem se comportar.
67. Desmistificando essencialismo cultural e
construção da identidade
Falando sobre diferenças raciais e como elas existem e
estão presentes no ensino, a autora acredita que uma
forma de melhorar a situação é examinar como as
culturas se diferenciam e como as diferença cultural é
discursivamente construída, tentando entender como
ela influencia através da comunicação entre culturas.
68. Desmistificando essencialismo cultural e
construção da identidade
Falando sobre diferenças raciais e como elas existem e
estão presentes no ensino, a autora acredita que uma
forma de melhorar a situação é examinar como as
culturas se diferenciam e como as diferença cultural é
discursivamente construída, tentando entender como
ela influencia através da comunicação entre culturas.
69. Afirmando a multiplicidade de perspectivas e
formas linguísticas
A língua deve ser usada de forma crítica, mesmo que a
língua esteja sendo ensinada de forma padrão.
Pennycook, fala sobre o critical thinking, uma
abordagem de ensino crítico da língua. Pois consciente
do seu uso, o falante pode ampliar o leque de ações
dentro da sociedade.
Através do entendimento crítico, passa-se a entender
que a norma regula e limita as possibilidades e
marginaliza aqueles que possuem diferentes maneiras
de se expressar.
70. Conexão com estudos de testemunhas
Qual é a situação dos alunos e professores brancos?
Ocorre a supremacia branca onde assuntos sobre a
cultura branca são mais relevantes e quando há um
professor branco ou uma maioria de alunos brancos.
A critica das testemunhas é importante para promover
políticas de identidades para um grupo marginalizado e
oferecer uma educação de segunda língua de maior
qualidade onde se mostra mais complexidades e
desafios.
71. Conexão com estudos de testemunhas
O autor pontua que a crença no mundo do ensino de
línguas estrangeiras é a de existir um professor de cor e
não nativo sofre falta de credibilidade em sua maneira
de falar e é um professor que busca sempre a parte
normativa da língua em contraste com o professor
branco e nativo que é considerado o melhor, possuidor
de um sotaque nativo e mais capaz, criando uma ideia
de maior credibilidade.
72. Transformando o lado de fora da sala de aula
de línguas
Não se pode esperar que apenas os alunos sejam os
transformadores desta realidade, deve-se transformar o
que existe do lado de fora também. Os professores e os
pesquisadores devem buscar essa transformação.
Para o autor, deve-se potencializar os alunos em sala de
aula para ter um aprendizado crítico de sua realidade e
do uso da língua. Saber de suas raízes. Da mesma
maneira, o autor mostra que a visão liberal e
eurocêntrica influencia o comportamento dos
professores.
73. REFERÊNCIAS:
LOPES, J. de S. M. Do pós-nacional ao intercultural.
In: LOPES, J. de S. M. Cultura acústica e letramento
em Moçambique: em busca de fundamentos
antropológicos para uma educação intercultural. São
Paulo: EDUC, 2004. p. 101-156
MISHRA, V. Multiculturalism. Disponível em
http://ywcct.oxfordjournals.org.html.
KUBOTA, R. Critical multiculturalism anda second
language education. In: NORTON, B: TOONHEY, K.
(Eds.). Critical pedagogies and language learning.
New York: Cambridge University Press, 2004. p. 30-
48.