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Migração de Software Livre nas Universidades 1

                      Eugênia Cândida Oliveira de Moura2, Mauro Tapajós Santos3




Resumo
      O Software livre é uma opção adotada cada vez mais por instituições e empresas. Isso
se deve ao fato de que o Software livre apresenta inúmeras vantagens na sua adoção. Tais
vantagens não se limitam somente à redução de custos, mas variam desde custos a utilização
de equipamentos antes obsoletos até vantagens operacionais e independência de fornecedor.
O presente artigo apresenta uma análise sobre o processo de migração adotado em algumas
universidades brasileiras. Essa análise tem como foco principal, avaliar o processo adotado
pelas universidades, além de destacar as dificuldades e vantagens alcançadas com a
migração, visando extrair argumentos para incentivar a implantação de Software livre na
Universidade Católica de Brasília, em áreas onde ele poderia ser uma alternativa.
Palavras-chave: Processo de Migração para Software Livre.

1. Introdução

        O uso de Software Livre no Brasil cresceu tanto no Governo quanto nas instituições de
ensino, visto que este atende a vários requisitos e necessidades das organizações. O Software
Livre tornou-se uma alternativa viável comparado ao software proprietário, com várias
vantagens na sua adoção como, por exemplo, a redução de custos, eliminação de problemas
no controle de licenças, flexibilidade na configuração do ambiente, além de permitir a
reutilização de equipamentos antes obsoletos com o uso de software proprietário. Uma análise
maior destas vantagens pode justificar a adoção de Software Livre em alguns casos. As
universidades possuem um ambiente propício para o uso de Software Livre por serem grandes
desenvolvedoras e disseminadoras do uso desta tecnologia.
        A migração para Software Livre não é um processo simples quando se trata de
empresas e instituições grandes. A mudança de cultura em um ambiente pode ser traumática e
gerar impactos desagradáveis. Porém, existem relatos de sucesso de organizações que
implantaram software livre. Contudo, para se alcançar o sucesso, é necessário um
planejamento do processo de migração. Esse processo de migração envolve inúmeras etapas e
responsabilidades e estas são importantes para evitar transtornos ou que o processo de
migração tome um escopo inviável. Segundo o Guia Livre [3], a migração envolve um
planejamento minucioso e uma metodologia deve ser adotada para tal.
        Na seção 2, serão apresentadas aspectos importantes, vantagens, dificuldades e
metodologias adotadas por algumas universidades no processo de migração de software
proprietário para software livre. Estas universidades foram analisadas com intuito de entender
o processo adotado na migração e levantar parâmetros para fundamentar migrações na
Universidade Católica de Brasília - UCB. Argumentos para a implantação de software livre na
UCB serão apresentados na seção 3. Na seção 4, a conclusão será apresentada.


1
  Trabalho desenvolvido como projeto de pesquisa Cesmic da Universidade Católica de Brasília em abril/2007;
2
  Aluna do curso de Bacharelado em Ciências da Computação, eugeniacandida@gmail.com;
3
  Professor Orientador, tapajos@abordo.com.br;
2. Referencial Teórico

      A metodologia adotada por cada universidade varia de acordo com as necessidades e
tamanho do campus no qual o processo de migração foi executado.

2.1. UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais

         A UFMG adotou um processo de migração parcial executado no campus da Pampulha.
Tal campus dispunha de 900 computadores utilizados por 1200 usuários e 5 servidores com
Netware 6 e Windows, além do ambiente de rede local conectando os 14 prédios do campus.
As estações de trabalho utilizava o sistema operacional Windows e poucos softwares livres, a
maioria era licenciados. A metodologia adotada pela UFMG foi basicamente definir um piloto
e treinar um grupo de pessoas para implantá-lo. A migração foi feita de forma parcial e para
tal, servidores SAMBA foram configurados, permitindo que estações de trabalho Windows se
comuniquem com novos servidores GNU/Linux.
         Esse projeto piloto foi implantado em algumas unidades acadêmicas da UFMG, visto
que a migração era parcial. Nas estações de trabalho, o sistema operacional escolhido para
substituir o Windows foi o Conectiva Linux, pelo simples fato de ser em português. O GFTP,
um cliente FTP, foi utilizado para transferência de arquivos e como interface gráfica optaram
pelo KDE, além de outros pacotes como OpenOffice, Mozilla Firefox, etc. A metodologia
adotada pela UFMG foi simples: treinar uma equipe e implantar um projeto piloto em
algumas unidades acadêmicas. Os critérios para escolha como, sistema operacional, interface
gráfica além dos demais pacotes livres, foram baseados nos conhecimentos da equipe técnica
responsável pelo projeto piloto.

2.2. UFG – Universidade Federal do Goiás/CAJ

        Já existia software livre no campus de Jataí, como o navegador Mozilla e o pacote
OpenOffice, no entanto eram softwares livres instalados nos departamentos de computação e
laboratórios de informática da instituição. Após a migração, não só os departamentos de
computação passaram a utilizá-los mas também outros departamentos. Essa universidade
optou por uma migração gradual e aleatória, migrando por departamentos. No campus de Jataí
foi realizado um estudo do ambiente e definido uma equipe responsável por tal migração.
Segundo Ferreira [2], não foram utilizados critérios para escolha das distribuições. A
utilização dos pacotes e distribuições foram determinadas pelos discentes e docentes da
universidade. Para tal, uma entrevista foi realizada envolvendo todos os docentes e discentes.
Contudo, a equipe também fez escolha de acordo com o ambiente, como o uso do SAMBA
para interconectar estações Windows com os servidores GNU/Linux, visto que o ambiente
iria continuar com software proprietário. Além da opção pelos sistemas gerenciadores de
bancos de dados MySQL e Postgres.
        A falta de política, relacionada com regras, normas e responsabilidades para realizar o
processo de migração foi uma das dificuldades apresentadas durante a implantação, além da
ausência de treinamento. A UFG não dispunha de uma equipe técnica treinada para realizar tal
migração.
        A principal vantagem foi o aproveitamento de hardwares que apresentavam
performance inviáveis com uso de software proprietário. A customização de hardwares, a
robustez no Kernel Linux e facilidade de gerenciamento foram características destacadas
como vantagem na adoção do Software Livre naquela instituição [2].

2.3. UCS – Universidade de Caxias do Sul
A UCS desenvolveu um projeto piloto de migração para Software Livre para ser
implantado com o objetivo de avaliar o nível de conhecimento da equipe técnica, treiná-la e
validar a arquitetura planejada para realizar a migração. A migração aconteceu de forma
gradual, procurando minimizar problemas decorrentes do mau planejamento. O campus da
UCS dispunha de cerca de 1800 computadores, todos com Windows e 40 servidores, sendo
que mais de 30 eram baseado no sistema operacional Netware. A migração envolveu um
estudo do ambiente e equipamentos utilizados no campus, com o estudo planejou-se uma
arquitetura para a migração da plataforma atual para uma nova, substituindo o software
proprietário. A substituição das ferramentas como OpenOffice, Mozilla, Gimp, ocorreu em
primeiro plano, visto que a migração completa traria uma mudança de cultura considerável.
        Uma das vantagens apresentadas pela UCS com a adoção de software livre é o
aumento da vida útil dos equipamentos, aumento da flexibilidade de configuração do
ambiente, além da redução dos problemas encontrados com licenças. Com o uso de software
livre em quase toda a universidade, esta utilizou-se de tecnologias livres como Zope e Plone
para desenvolver uma aplicação workflow para uso interno da própria UCS. Um dos motivos
para o desenvolvimento da aplicação utilizando tecnologias livres foi o alto custo de
aplicações workflow disponiveis no mercado [6].

2.4. Unicamp – Universidade Estadual de Campinas

       A Unicamp, assim como as demais universidades analisadas, optou por realizar uma
migração gradual. Um dos principais objetivos da Unicamp com relação a migração para
Software Livre foi a busca por estabilidade nas plataformas, visto que existiam problemas
relacionados com travamento de servidores e degradação da rede ocasionada por servidores
Windows. A Unicamp vem contribuindo consideravelmente no desenvolvimento de
softwares livres após a migração no campus. A distribuição GNU/Linux Librix, o Rau-Tu, um
sistema de perguntas e respostas, o Nou-Rau, sistema de armazenamento e indexação de
conteúdos digitais, assim como o GeCon, um gerenciador de conteúdo para publicação Web,
dentre outros, fazem parte da lista de softwares livres desenvolvidos pela Unicamp. É
destaque a competência desta universidade no desenvolvimento e uso de Software Livre.
       As principais vantagens destacadas pela adoção de Software Livre na Unicamp foi a
redução de custos e independência relacionada à software.

2.6. UEG – Universidade Estadual do Goiás

        A UEG adotou a implantação parcial, por setores, partindo pelos envolvidos com
informática. A migração envolveu apenas 21 máquinas na unidade de Santa Helena. O
processo de migração foi devidamente planejado. A metodologia para o planejamento da
migração envolvia basicamente o levantamento de requisitos. Ou seja, identificar a estrutura
física e lógica do ambiente, identificar público alvo, avaliar o impacto da migração além de
destacar as vantagens na utilização de software livre. Tal metodologia é semelhante a
recomendada pelo Guia Livre, anteriormente citado. A UEG, fez uma pesquisa completa
sobre os conhecimentos dos discentes e docentes desta unidade, com intuito de avaliar o que
exatamente poderia ser migrado sem gerar problema. O foco da UEG era migrar para
software livre sem afetar ou afetar de forma mínima os discentes e docentes do campus. A
pesquisa realizada ajudou a escolha das distribuições e pacotes, como o JDK, o JUDE e o
MYSQL. A distribuição Conectiva Linux foi utilizada por ser uma distribuição brasileira e de
grande familiaridade para os alunos.

3. Resultados
       Com a análise das universidades que passaram ou ainda estão em processo de
migração para software livre, podemos visualizar uma série de aspectos ao se optar por tal
tecnologia. Contudo, temos como principal resultado, o sucesso na migração quando esta é
bem planejada. A migração de uma plataforma proprietária para uma aberta é sem dúvidas
bem complexa e trabalhosa. Cada universidade adotou por uma metodologia que melhor
encaixa no seu ambiente visando obter o máximo de sucesso na migração.
        A Universidade Católica de Brasília já possui alguma experiência em software livre. A
UCB tem, assim como a Unicamp, desenvolvido software livre. No entanto, nem todos os
departamentos desta universidade passaram por uma real avaliação devidamente suportada.
Processos de migração na UCB poderiam ser viáveis, dada a experiência existente com
softwares livres. A universidade possui profissionais qualificados para realizar um
planejamento eficaz, e um forte centro de competência em TI, uma das grandes justificativas
para se considerar a alternativa.

4. Conclusão

        Com a análise feita, nota-se a importância com relação à realização de um
planejamento adequado para se obter sucesso no processo de migração. Consideração feita
também pelo Guia Livre. Um processo de migração bem planejado envolve uma série de
atividades nas quais irão minimizar o impacto gerado com essa mudança de cultura na
instituição.
        As universidades analisadas, por apresentar limitações, adotaram o processo de
migração parcial, visto que este envolve um impacto menor na mudança, tanto para usuários
como para o operacional envolvido. As limitações apresentadas variam desde a falta de uma
equipe técnica treinada até a ausência de uma política de migração.
        Se pode dizer que os processos, em maior ou menos grau, tiveram resultado mais
positivo que negativo. O maior ônus é a adaptação e mudança de culturas necessária da parte
de todos os envolvidos: usuários, administração de TI e rede, e gestão.


5. Referências

   [1] CONCEIÇÃO, Paulo. Estudo de Caso de Migração para Software Livre do
   Laboratório da UEG. Lavras, 2005.
   [2] FERREIRA, Viviane. Aplicação de Software Livre nas Instituições de Ensino Federal
   da Cidade de Jataí. Lavras, 2005.
   [3] Guia Livre: Referência de Migração para Software Livre no Governo Federal.
   [4] MORAIS Fernando, PEREIRA Emerson, ANDALÉCIO Aleixina. Software livre para
   uso administrativo: a opção do centro de computação da UFMG.
   [5] Anais do Oitavo Fórum Internacional de Software Livre, 2007
   [6] RIBEIRO Alexandre, STROGULSKI Heitor. Projeto de Migração da Plataforma de
   Software Proprietário para Software Aberto na UCS. FISL, 2001.
   [7] Anais do Sétimo Fórum Internacional de Software Livre, 2006
   [8] UEG. Disponível em: http://bazar.ginux.ufla.br/index.php/MonosARL/search/titles?
   searchPage=2. Acessado em: 16 Abr. 2007
   [9] UniCamp. Disponível em: http://woodstock.unicamp.br:9673/SoftwareLivre.
   Acessado em: 16 Abr. 2007.

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Migração para Software Livre nas Universidades

  • 1. Migração de Software Livre nas Universidades 1 Eugênia Cândida Oliveira de Moura2, Mauro Tapajós Santos3 Resumo O Software livre é uma opção adotada cada vez mais por instituições e empresas. Isso se deve ao fato de que o Software livre apresenta inúmeras vantagens na sua adoção. Tais vantagens não se limitam somente à redução de custos, mas variam desde custos a utilização de equipamentos antes obsoletos até vantagens operacionais e independência de fornecedor. O presente artigo apresenta uma análise sobre o processo de migração adotado em algumas universidades brasileiras. Essa análise tem como foco principal, avaliar o processo adotado pelas universidades, além de destacar as dificuldades e vantagens alcançadas com a migração, visando extrair argumentos para incentivar a implantação de Software livre na Universidade Católica de Brasília, em áreas onde ele poderia ser uma alternativa. Palavras-chave: Processo de Migração para Software Livre. 1. Introdução O uso de Software Livre no Brasil cresceu tanto no Governo quanto nas instituições de ensino, visto que este atende a vários requisitos e necessidades das organizações. O Software Livre tornou-se uma alternativa viável comparado ao software proprietário, com várias vantagens na sua adoção como, por exemplo, a redução de custos, eliminação de problemas no controle de licenças, flexibilidade na configuração do ambiente, além de permitir a reutilização de equipamentos antes obsoletos com o uso de software proprietário. Uma análise maior destas vantagens pode justificar a adoção de Software Livre em alguns casos. As universidades possuem um ambiente propício para o uso de Software Livre por serem grandes desenvolvedoras e disseminadoras do uso desta tecnologia. A migração para Software Livre não é um processo simples quando se trata de empresas e instituições grandes. A mudança de cultura em um ambiente pode ser traumática e gerar impactos desagradáveis. Porém, existem relatos de sucesso de organizações que implantaram software livre. Contudo, para se alcançar o sucesso, é necessário um planejamento do processo de migração. Esse processo de migração envolve inúmeras etapas e responsabilidades e estas são importantes para evitar transtornos ou que o processo de migração tome um escopo inviável. Segundo o Guia Livre [3], a migração envolve um planejamento minucioso e uma metodologia deve ser adotada para tal. Na seção 2, serão apresentadas aspectos importantes, vantagens, dificuldades e metodologias adotadas por algumas universidades no processo de migração de software proprietário para software livre. Estas universidades foram analisadas com intuito de entender o processo adotado na migração e levantar parâmetros para fundamentar migrações na Universidade Católica de Brasília - UCB. Argumentos para a implantação de software livre na UCB serão apresentados na seção 3. Na seção 4, a conclusão será apresentada. 1 Trabalho desenvolvido como projeto de pesquisa Cesmic da Universidade Católica de Brasília em abril/2007; 2 Aluna do curso de Bacharelado em Ciências da Computação, eugeniacandida@gmail.com; 3 Professor Orientador, tapajos@abordo.com.br;
  • 2. 2. Referencial Teórico A metodologia adotada por cada universidade varia de acordo com as necessidades e tamanho do campus no qual o processo de migração foi executado. 2.1. UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais A UFMG adotou um processo de migração parcial executado no campus da Pampulha. Tal campus dispunha de 900 computadores utilizados por 1200 usuários e 5 servidores com Netware 6 e Windows, além do ambiente de rede local conectando os 14 prédios do campus. As estações de trabalho utilizava o sistema operacional Windows e poucos softwares livres, a maioria era licenciados. A metodologia adotada pela UFMG foi basicamente definir um piloto e treinar um grupo de pessoas para implantá-lo. A migração foi feita de forma parcial e para tal, servidores SAMBA foram configurados, permitindo que estações de trabalho Windows se comuniquem com novos servidores GNU/Linux. Esse projeto piloto foi implantado em algumas unidades acadêmicas da UFMG, visto que a migração era parcial. Nas estações de trabalho, o sistema operacional escolhido para substituir o Windows foi o Conectiva Linux, pelo simples fato de ser em português. O GFTP, um cliente FTP, foi utilizado para transferência de arquivos e como interface gráfica optaram pelo KDE, além de outros pacotes como OpenOffice, Mozilla Firefox, etc. A metodologia adotada pela UFMG foi simples: treinar uma equipe e implantar um projeto piloto em algumas unidades acadêmicas. Os critérios para escolha como, sistema operacional, interface gráfica além dos demais pacotes livres, foram baseados nos conhecimentos da equipe técnica responsável pelo projeto piloto. 2.2. UFG – Universidade Federal do Goiás/CAJ Já existia software livre no campus de Jataí, como o navegador Mozilla e o pacote OpenOffice, no entanto eram softwares livres instalados nos departamentos de computação e laboratórios de informática da instituição. Após a migração, não só os departamentos de computação passaram a utilizá-los mas também outros departamentos. Essa universidade optou por uma migração gradual e aleatória, migrando por departamentos. No campus de Jataí foi realizado um estudo do ambiente e definido uma equipe responsável por tal migração. Segundo Ferreira [2], não foram utilizados critérios para escolha das distribuições. A utilização dos pacotes e distribuições foram determinadas pelos discentes e docentes da universidade. Para tal, uma entrevista foi realizada envolvendo todos os docentes e discentes. Contudo, a equipe também fez escolha de acordo com o ambiente, como o uso do SAMBA para interconectar estações Windows com os servidores GNU/Linux, visto que o ambiente iria continuar com software proprietário. Além da opção pelos sistemas gerenciadores de bancos de dados MySQL e Postgres. A falta de política, relacionada com regras, normas e responsabilidades para realizar o processo de migração foi uma das dificuldades apresentadas durante a implantação, além da ausência de treinamento. A UFG não dispunha de uma equipe técnica treinada para realizar tal migração. A principal vantagem foi o aproveitamento de hardwares que apresentavam performance inviáveis com uso de software proprietário. A customização de hardwares, a robustez no Kernel Linux e facilidade de gerenciamento foram características destacadas como vantagem na adoção do Software Livre naquela instituição [2]. 2.3. UCS – Universidade de Caxias do Sul
  • 3. A UCS desenvolveu um projeto piloto de migração para Software Livre para ser implantado com o objetivo de avaliar o nível de conhecimento da equipe técnica, treiná-la e validar a arquitetura planejada para realizar a migração. A migração aconteceu de forma gradual, procurando minimizar problemas decorrentes do mau planejamento. O campus da UCS dispunha de cerca de 1800 computadores, todos com Windows e 40 servidores, sendo que mais de 30 eram baseado no sistema operacional Netware. A migração envolveu um estudo do ambiente e equipamentos utilizados no campus, com o estudo planejou-se uma arquitetura para a migração da plataforma atual para uma nova, substituindo o software proprietário. A substituição das ferramentas como OpenOffice, Mozilla, Gimp, ocorreu em primeiro plano, visto que a migração completa traria uma mudança de cultura considerável. Uma das vantagens apresentadas pela UCS com a adoção de software livre é o aumento da vida útil dos equipamentos, aumento da flexibilidade de configuração do ambiente, além da redução dos problemas encontrados com licenças. Com o uso de software livre em quase toda a universidade, esta utilizou-se de tecnologias livres como Zope e Plone para desenvolver uma aplicação workflow para uso interno da própria UCS. Um dos motivos para o desenvolvimento da aplicação utilizando tecnologias livres foi o alto custo de aplicações workflow disponiveis no mercado [6]. 2.4. Unicamp – Universidade Estadual de Campinas A Unicamp, assim como as demais universidades analisadas, optou por realizar uma migração gradual. Um dos principais objetivos da Unicamp com relação a migração para Software Livre foi a busca por estabilidade nas plataformas, visto que existiam problemas relacionados com travamento de servidores e degradação da rede ocasionada por servidores Windows. A Unicamp vem contribuindo consideravelmente no desenvolvimento de softwares livres após a migração no campus. A distribuição GNU/Linux Librix, o Rau-Tu, um sistema de perguntas e respostas, o Nou-Rau, sistema de armazenamento e indexação de conteúdos digitais, assim como o GeCon, um gerenciador de conteúdo para publicação Web, dentre outros, fazem parte da lista de softwares livres desenvolvidos pela Unicamp. É destaque a competência desta universidade no desenvolvimento e uso de Software Livre. As principais vantagens destacadas pela adoção de Software Livre na Unicamp foi a redução de custos e independência relacionada à software. 2.6. UEG – Universidade Estadual do Goiás A UEG adotou a implantação parcial, por setores, partindo pelos envolvidos com informática. A migração envolveu apenas 21 máquinas na unidade de Santa Helena. O processo de migração foi devidamente planejado. A metodologia para o planejamento da migração envolvia basicamente o levantamento de requisitos. Ou seja, identificar a estrutura física e lógica do ambiente, identificar público alvo, avaliar o impacto da migração além de destacar as vantagens na utilização de software livre. Tal metodologia é semelhante a recomendada pelo Guia Livre, anteriormente citado. A UEG, fez uma pesquisa completa sobre os conhecimentos dos discentes e docentes desta unidade, com intuito de avaliar o que exatamente poderia ser migrado sem gerar problema. O foco da UEG era migrar para software livre sem afetar ou afetar de forma mínima os discentes e docentes do campus. A pesquisa realizada ajudou a escolha das distribuições e pacotes, como o JDK, o JUDE e o MYSQL. A distribuição Conectiva Linux foi utilizada por ser uma distribuição brasileira e de grande familiaridade para os alunos. 3. Resultados Com a análise das universidades que passaram ou ainda estão em processo de migração para software livre, podemos visualizar uma série de aspectos ao se optar por tal
  • 4. tecnologia. Contudo, temos como principal resultado, o sucesso na migração quando esta é bem planejada. A migração de uma plataforma proprietária para uma aberta é sem dúvidas bem complexa e trabalhosa. Cada universidade adotou por uma metodologia que melhor encaixa no seu ambiente visando obter o máximo de sucesso na migração. A Universidade Católica de Brasília já possui alguma experiência em software livre. A UCB tem, assim como a Unicamp, desenvolvido software livre. No entanto, nem todos os departamentos desta universidade passaram por uma real avaliação devidamente suportada. Processos de migração na UCB poderiam ser viáveis, dada a experiência existente com softwares livres. A universidade possui profissionais qualificados para realizar um planejamento eficaz, e um forte centro de competência em TI, uma das grandes justificativas para se considerar a alternativa. 4. Conclusão Com a análise feita, nota-se a importância com relação à realização de um planejamento adequado para se obter sucesso no processo de migração. Consideração feita também pelo Guia Livre. Um processo de migração bem planejado envolve uma série de atividades nas quais irão minimizar o impacto gerado com essa mudança de cultura na instituição. As universidades analisadas, por apresentar limitações, adotaram o processo de migração parcial, visto que este envolve um impacto menor na mudança, tanto para usuários como para o operacional envolvido. As limitações apresentadas variam desde a falta de uma equipe técnica treinada até a ausência de uma política de migração. Se pode dizer que os processos, em maior ou menos grau, tiveram resultado mais positivo que negativo. O maior ônus é a adaptação e mudança de culturas necessária da parte de todos os envolvidos: usuários, administração de TI e rede, e gestão. 5. Referências [1] CONCEIÇÃO, Paulo. Estudo de Caso de Migração para Software Livre do Laboratório da UEG. Lavras, 2005. [2] FERREIRA, Viviane. Aplicação de Software Livre nas Instituições de Ensino Federal da Cidade de Jataí. Lavras, 2005. [3] Guia Livre: Referência de Migração para Software Livre no Governo Federal. [4] MORAIS Fernando, PEREIRA Emerson, ANDALÉCIO Aleixina. Software livre para uso administrativo: a opção do centro de computação da UFMG. [5] Anais do Oitavo Fórum Internacional de Software Livre, 2007 [6] RIBEIRO Alexandre, STROGULSKI Heitor. Projeto de Migração da Plataforma de Software Proprietário para Software Aberto na UCS. FISL, 2001. [7] Anais do Sétimo Fórum Internacional de Software Livre, 2006 [8] UEG. Disponível em: http://bazar.ginux.ufla.br/index.php/MonosARL/search/titles? searchPage=2. Acessado em: 16 Abr. 2007 [9] UniCamp. Disponível em: http://woodstock.unicamp.br:9673/SoftwareLivre. Acessado em: 16 Abr. 2007.