SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 3
COEFICIENTES DE FINANCIAMENTO


Na epígrafe anterior, ao falarmos da autonomia financeira, examinámos o modo como se financia a
empresa, nesta consideraremos a forma como se distribuem os fundos entre as diversas massas de
bens de activo.


Por outras palavras, na epígrafe anterior considerou-se como se financiava a empresa, em que
proporção utilizava os meios próprios e os alheios, nesta vamos examinar que massas de bens de
activo se financiam com cada um destes meios próprios e alheios.


Com esta finalidade examinamos os seguintes coeficientes:
a) Coeficiente de financiamento do activo fixo.
b) Coeficiente de financiamento do activo circulante.


Coeficiente de Financiamento do Activo Fixo
A sua expressão matemática é:




Ou, que é o mesmo,




Evidentemente, este ratio indica quantos meticais de capitais permanentes contribuíram para o
financiamento de 100,00MT de activo fixo.


O mesmo rácio pode apresentar os seguintes valores:
1. Inferior à 100: indica que os capitais permanentes (próprios e alheios a 1.p.) são insuficientes
para cobrir o valor do activo fixo, pelo que parte deste teve de ser financiado por meios a curto
prazo;


2. Igual a 100: indica que todo o activo fixo é, exclusivamente, financiado mediante capitais
permanentes;


3. Superior a 100: demonstra que os capitais permanentes são superiores ao activo fixo, pelo que
parte do activo circulante foi financiado por aqueles.


Com todas as reservas a que se fez alusão anteriormente ao tratar de rácios, pode-se afirmar que o
valor deste deve ser superior a 100, posto que no caso contrário, nos encontraríamos na perigosa
situação de estarmos a financiar activos fixos com capitais a curto prazo.


Mais difícil é determinar o valor que sobre esta quantidade deve ter.


Coeficiente de Financiamento do Activo Circulante – Matematicamente, tem a expressão:




Este rácio indica quantos meticais de exigível a curto prazo contribuíram para financiar 100,00 MT
de activo circulante.


Os seus valores ser:
1. Inferior a 100: indica que o exigível a curto prazo não é suficiente para cobrir o activo circulante,
pelo que parte dele teve de ser financiado mediante capitais permanentes;


2. Igual a 100: quer dizer que o activo circulante foi financiado exclusivamente pelo exigível a curto
prazo;


3. Superior a 100: demonstra que o exigível a curto prazo, por ser superior ao activo circulante,
financiou, além deste, parte do activo fixo da empresa.


Como é fácil compreender, este está intimamente relacionado com o anterior. O valor deste ratio
deve ser inferior a 100, pois, no caso contrário, estaria a financiar-se parte do activo fixo mediante
capitais a curto prazo.
Aplicação Prática




               Represente gráfica de um dos casos         C.F.A.C


C.FA.C >100              C.FA.C =100                C.FA.C <100


 AC           PC             CA          PC              AC          PC




 AF           C.P            AF          C.P             AF          C.P




C.FA.F >100               C.FA.F =100                  C.FA.F <100


 AC           PC             CA          PC              AC          PC




 AF           C.P            AF          C.P             AF          C.P

Mais conteúdo relacionado

Mais de Martinho Doce

Correcção de Exame de Análise de Balanços 2009
Correcção de Exame de Análise de Balanços 2009Correcção de Exame de Análise de Balanços 2009
Correcção de Exame de Análise de Balanços 2009Martinho Doce
 
Solvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoSolvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoMartinho Doce
 
Solvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoSolvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoMartinho Doce
 
Solvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoSolvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoMartinho Doce
 
Solvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoSolvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoMartinho Doce
 
Solvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoSolvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoMartinho Doce
 
Solvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoSolvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoMartinho Doce
 
Solvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoSolvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoMartinho Doce
 
Solvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoSolvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoMartinho Doce
 
Solvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoSolvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoMartinho Doce
 
Solvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoSolvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoMartinho Doce
 
Solvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoSolvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoMartinho Doce
 
Solvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoSolvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoMartinho Doce
 
Introdução à Análise de Balanços
Introdução à Análise de BalançosIntrodução à Análise de Balanços
Introdução à Análise de BalançosMartinho Doce
 
Balanço de Fontes e Aplicações de Fundos
Balanço de Fontes e Aplicações de FundosBalanço de Fontes e Aplicações de Fundos
Balanço de Fontes e Aplicações de FundosMartinho Doce
 
Balanço de Fontes e Aplicações de Fundos
Balanço de Fontes e Aplicações de FundosBalanço de Fontes e Aplicações de Fundos
Balanço de Fontes e Aplicações de FundosMartinho Doce
 
Exame da Liquidez e Solvibilidade
Exame da Liquidez e SolvibilidadeExame da Liquidez e Solvibilidade
Exame da Liquidez e SolvibilidadeMartinho Doce
 
Quadros de Liquidabilidades
Quadros de LiquidabilidadesQuadros de Liquidabilidades
Quadros de LiquidabilidadesMartinho Doce
 

Mais de Martinho Doce (20)

Técnicas de vendas
Técnicas de vendasTécnicas de vendas
Técnicas de vendas
 
Correcção de Exame de Análise de Balanços 2009
Correcção de Exame de Análise de Balanços 2009Correcção de Exame de Análise de Balanços 2009
Correcção de Exame de Análise de Balanços 2009
 
Solvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoSolvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo Prazo
 
Solvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoSolvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo Prazo
 
Solvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoSolvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo Prazo
 
Solvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoSolvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo Prazo
 
Solvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoSolvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo Prazo
 
Solvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoSolvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo Prazo
 
Solvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoSolvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo Prazo
 
Solvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoSolvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo Prazo
 
Solvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoSolvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo Prazo
 
Solvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoSolvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo Prazo
 
Solvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoSolvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo Prazo
 
Solvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo PrazoSolvibilidade Total e Longo Prazo
Solvibilidade Total e Longo Prazo
 
Introdução à Análise de Balanços
Introdução à Análise de BalançosIntrodução à Análise de Balanços
Introdução à Análise de Balanços
 
Balanço de Fontes e Aplicações de Fundos
Balanço de Fontes e Aplicações de FundosBalanço de Fontes e Aplicações de Fundos
Balanço de Fontes e Aplicações de Fundos
 
Balanço de Fontes e Aplicações de Fundos
Balanço de Fontes e Aplicações de FundosBalanço de Fontes e Aplicações de Fundos
Balanço de Fontes e Aplicações de Fundos
 
Exame da Liquidez e Solvibilidade
Exame da Liquidez e SolvibilidadeExame da Liquidez e Solvibilidade
Exame da Liquidez e Solvibilidade
 
Quadros de Liquidabilidades
Quadros de LiquidabilidadesQuadros de Liquidabilidades
Quadros de Liquidabilidades
 
Overtrading
OvertradingOvertrading
Overtrading
 

Coeficientes de Financiamento

  • 1. COEFICIENTES DE FINANCIAMENTO Na epígrafe anterior, ao falarmos da autonomia financeira, examinámos o modo como se financia a empresa, nesta consideraremos a forma como se distribuem os fundos entre as diversas massas de bens de activo. Por outras palavras, na epígrafe anterior considerou-se como se financiava a empresa, em que proporção utilizava os meios próprios e os alheios, nesta vamos examinar que massas de bens de activo se financiam com cada um destes meios próprios e alheios. Com esta finalidade examinamos os seguintes coeficientes: a) Coeficiente de financiamento do activo fixo. b) Coeficiente de financiamento do activo circulante. Coeficiente de Financiamento do Activo Fixo A sua expressão matemática é: Ou, que é o mesmo, Evidentemente, este ratio indica quantos meticais de capitais permanentes contribuíram para o financiamento de 100,00MT de activo fixo. O mesmo rácio pode apresentar os seguintes valores: 1. Inferior à 100: indica que os capitais permanentes (próprios e alheios a 1.p.) são insuficientes para cobrir o valor do activo fixo, pelo que parte deste teve de ser financiado por meios a curto prazo; 2. Igual a 100: indica que todo o activo fixo é, exclusivamente, financiado mediante capitais
  • 2. permanentes; 3. Superior a 100: demonstra que os capitais permanentes são superiores ao activo fixo, pelo que parte do activo circulante foi financiado por aqueles. Com todas as reservas a que se fez alusão anteriormente ao tratar de rácios, pode-se afirmar que o valor deste deve ser superior a 100, posto que no caso contrário, nos encontraríamos na perigosa situação de estarmos a financiar activos fixos com capitais a curto prazo. Mais difícil é determinar o valor que sobre esta quantidade deve ter. Coeficiente de Financiamento do Activo Circulante – Matematicamente, tem a expressão: Este rácio indica quantos meticais de exigível a curto prazo contribuíram para financiar 100,00 MT de activo circulante. Os seus valores ser: 1. Inferior a 100: indica que o exigível a curto prazo não é suficiente para cobrir o activo circulante, pelo que parte dele teve de ser financiado mediante capitais permanentes; 2. Igual a 100: quer dizer que o activo circulante foi financiado exclusivamente pelo exigível a curto prazo; 3. Superior a 100: demonstra que o exigível a curto prazo, por ser superior ao activo circulante, financiou, além deste, parte do activo fixo da empresa. Como é fácil compreender, este está intimamente relacionado com o anterior. O valor deste ratio deve ser inferior a 100, pois, no caso contrário, estaria a financiar-se parte do activo fixo mediante capitais a curto prazo.
  • 3. Aplicação Prática Represente gráfica de um dos casos C.F.A.C C.FA.C >100 C.FA.C =100 C.FA.C <100 AC PC CA PC AC PC AF C.P AF C.P AF C.P C.FA.F >100 C.FA.F =100 C.FA.F <100 AC PC CA PC AC PC AF C.P AF C.P AF C.P