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A LINGUAGEM DOS MEIOS NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM


Autores: Elizabeth Moraes Gonçalves (Coordenação), Cristiane de Sousa Jageneski, Lana
Cristina Nascimento Santos, Luciana Fischer, Solange Maria de Vasconcelos
Universidade Metodista de São Paulo – UMESP




                                                                   INTRODUÇÃO
       A escola apresenta-se na sociedade contemporânea com o objetivo claro de ensinar
o indivíduo a ler e a escrever. A palavra escrita sempre significou status, pois é através dela
que se exerce o poder. Porém, a escola demorou um bom tempo para perceber que a
comunicação na sociedade passou a se disseminar através de diferentes meios e códigos e,
que, portanto, o aluno estava em contato muito mais constante com estes meios do que com
aqueles privilegiados pela escola.
       Todos reconhecemos que a linguagem que mais consumimos atualmente é aquela
veiculada pelos meios de comunicação de massa. O rádio, a TV, o jornal, a revista entre
outros meios de comunicação podem contribuir significativamente para o processo ensino-
aprendizagem, uma vez que estimulam uma reflexão, além de crítica, participativa. No
entanto, os materiais destes meios pouco têm sido utilizados na escola:
       Os diários de campo dos pesquisadores são eloqüentes. Raras foram as aulas observadas
       onde se fez algum tipo de articulação entre tópicos das matérias desenvolvidas e as
       sugestões derivadas da linguagem institucionalmente não escolares, poucas as propostas
       que visavam a aproveitar ou ampliar alguma atividade a partir da convivência dos alunos
       com a música, o filme, a novela, etc. Nenhum questionamento sobre os modos como os
       telejornais operam com as notícias, nada acerca da estrutura narrativa das novelas, dos
       apelos dos outdoors, das campanhas publicitárias, dos espetáculos musicais, dos filmes de
       sucesso, do videogame. A escola parece respeitar apenas o seu próprio ritual. A aula corre
       soberana a despeito do fato de o mundo das crianças estar em cada vez mais marcado pelos
       meios de massa e suas múltiplas variações. (Citelli, 1997)

       A evolução tecnológica da sociedade moderna, principalmente aplicada aos meios
de comunicação de massa, tem determinado uma nova maneira de o homem se relacionar
com o mundo e, conseqüentemente, de adquirir informações e conhecimentos. Desta forma,
a escola deve se modernizar no sentido de incorporar ao seu contexto os textos da mídia,
facilitando e agilizando o processo ensino-aprendizagem.
       Observa-se atualmente que a escola ou tem utilizado o material didático
convencional, em forma de apostila ou livro texto, ou, para denotar um caráter de
modernidade tecnológica, tem estruturado os seus cursos em cd-room. Tanto uma forma
quanto a outra apresenta deficiências, pois o aluno é motivado a desenvolver apenas uma
forma de raciocínio. Ao considerarmos que cada meio possui características distintas de
linguagens e está diretamente relacionado à forma de desenvolvimento do pensamento
humano, o equilíbrio do uso destas diferentes linguagens em sala de aula é que poderia
propiciar um melhor aproveitamento do potencial cognitivo.
       O desenvolvimento equilibrado do indivíduo requer um contato balanceado com os
vários meios. Crescendo expostas a uma diversidade de meios de comunicação, as crianças
podem não concluir sua educação com tanta prática em leitura, como antigamente. Mas,
adquirem um conjunto de habilidades mais diversificado do que era possível quando a
escrita era o meio de comunicação de massa dominante. (Greenfield, 1988 : 18)


       Assim, a experiência do ensino de comunicação, tanto no nível técnico quanto no
universitário, relacionando teoria e prática, através do uso constante da linguagem dos
meios e das suas mensagens, tem servido de modelo para a escola convencional que se
propõe a formar o cidadão crítico e consciente e não apenas culto e informado.
POSTURA EDUCACIONAL
        Qual é o papel da escola contemporânea? A escola ainda tem que ser um mundo
fechado de conteúdos programáticos pré-determinados? Acreditamos que o papel da escola
não seja apenas o de formar bons alunos, aptos a passar no vestibular, a tirar as melhores
notas. Outra função da escola é a de formar cidadãos preparados para o mundo globalizado
em que estamos vivendo, cidadãos que tenham uma visão crítica, de forma a entender,
opinar e interagir na sociedade na qual estão inseridos. Segundo Capra (1981), “o mundo
nos dias de hoje está globalmente interligado, no qual os fenômenos biológicos ,
psicológicos e ambientais são todos interdependentes, sendo assim é necessário um novo
paradigma, uma mudança fundamental, uma transferência da concepção mecanicista para
uma visão holística da realidade”.
        A escola precisa estar atenta ao fato de que as mudanças no mundo acontecem
rapidamente e, por isso, torna-se importante tentar diminuir a distância que a separa da vida
‘real’ o que muitas vezes a faz parecer com algo obsoleto, fora de contexto e sem vínculos
      ,
com o cotidiano. Cabe ao professor adotar uma nova postura diante dos conteúdos
programáticos a serem cumpridos para alterar esta situação, não sendo mais o cerne do
conhecimento em sala de aula, mas inteirando-se com o aluno, proporcionando trocas de
experiências e incentivando a criatividade.
       Educar é preparar para a liberdade. As pessoas são livres porque podem escolher. E só
       podem escolher quando conhecem alternativas. Sem informação não há alternativa e,
       portanto, sem alternativa não há liberdade. O bom educador deve estimular a diversidade,
       torcendo para que seus alunos tenham suas próprias idéias. E, mais do que isso, tenham a
       coragem de defendê-las, devidamente fundamentadas, em qualquer situação. E, sobretudo,
       tenham a coragem e a segurança de se admitirem errados e mudarem de opinião.
       (Dimenstein, 1998 : 07)

       O material dos meios de comunicação de massa em sala de aula pode ser um recurso
favorável para um melhor aproveitamento do processo ensino-aprendizagem, pois reflete
um modelo alternativo que complementa o convencional.
       Toda a extensa gama de materiais e equipamentos audiovisuais pode e deve ser
mobilizada para facilitar e assegurar a apropriação de conhecimento s e habilidades; a
imersão do aprendiz numa atmosfera gratificante, desafiadora e produtiva, em que aprender
passa a ser sinônimo de prazer, aventura e descoberta; e a transformação..., que engendra
aplicações ou transferências do que foi aprendido, soluções inovadoras, criações pessoais,
pensamento crítico, flexibilidade, versatilidade. (Pfromm Neto 1997 : 73)




       A MÍDIA IMPRESSA
JORNAL
       O jornal é um meio de comunicação de massa, que tem por objetivo a difusão de
acontecimentos, idéias e informações gerais na forma de notícias. Segundo Barbosa de
Souza (1996, p.17), “a função do jornal é, basicamente, informar, servir à sociedade,
quando reúne, escreve e divulga notícias”. Ao trabalhar com o signo lingüístico como
principal elemento do seu código, o jornal aproxima-se do texto priorizado pela escola,
porém, apresenta-se com características mais dinâmicas e modernas que podem contribuir
para a complementação do processo ensino-aprendizagem. A sociedade tem percebido esta
realidade, prova disso é a existência de um programa modelo, criado pela Associação
Nacional de Jornais – ANJ, que conta com a afiliação de 37 empresas jornalísticas situadas
em todo o território nacional, as quais distribuem gratuitamente suas edições nas unidades
escolares.
       Levar o jornal para a sala de aula, para as mãos dos estudantes, tem o compromisso
fundamental de contribuir com a escola no cumprimento de sua função básica – a de
produtora ativa do conhecimento. A informação é matéria-prima no trabalho escolar.
Porém, exige-se da escola mais do que simplesmente distribuir conteúdos ao longo das
séries. Refletir e analisar criticamente a realidade que os jornais imprimem, diariamente,
em suas páginas é o maior desafio e tarefa das mais relevantes que os professores devem
assumir. (Aidar, 1998 : 08)


       A notícia, principal elemento de um jornal, caracteriza-se por ser a primeira
divulgação de um acontecimento, um fato, o qual torna-se público através do trabalho
jornalístico que pretende contribuir para a construção de uma visão de mundo. A linguagem
utilizada na elaboração da notícia tende a ser facilitadora para a compreensão do leitor a
que se dirige, porém, a interferência de fatores como a emotividade e valores pessoais do
repórter estão sempre presentes, além da influencia exercida pela ideologia que move a
empresa jornalística.
       Pelo fato do jornal apresentar textos no formato de colunas, variação no aspecto
gráfico, diversidade de assuntos e periodicidade diária, sua utilização em sala de aula pode
proporcionar um desenvolvimento cognitivo, estimulando habilidades criativas e
motivando um raciocínio crítico por parte dos alunos. A inter-relação professor/aluno
também torna-se relevante no processo ensino-aprendizagem, à medida que esta atividade
proporciona uma aproximação do professor, enquanto coordenador de um trabalho que
motiva uma maior interação entre os alunos, viabilizando um comportamento participativo
na descoberta das informações.
       O jornal é um instrumento que pode ser utilizado em inúmeras atividades e em
várias disciplinas. Assim, sugere-se como proposta de trabalho uma atividade em que se
reúna uma mesma notícia de diversos jornais e que se realize uma leitura crítica,
procurando identificar o contexto da página, como por exemplo relação com outras
matérias, quantidade e tipo de publicidade veiculada e ângulos da fotografia.
Posteriormente, pode-se desenvolver uma comparação do conteúdo apresentado. Outra
proposta, é que o professor solicite aos alunos a confecção de uma matéria jornalística,
com tema livre, que possibilitará a realização de entrevistas, redação de textos e fotografias.
Com isso, o grupo poderá elaborar um jornal experimental.
A REVISTA
        O meio de comunicação revista surgiu no Brasil no final do século XIX, decorrente
dos almanaques e da imprensa jornalística e procurava incorporar literatura, notícias,
humor, recreação e críticas sociais. Muito diferente do modelo que temos hoje,
principalmente devido à deficiência do parque gráfico nacional, a revista como meio de
comunicação de massa, ganhou força nos anos de 1950 e 1960, com as revistas Cruzeiro e
Manchete.
        Uma das grandes vantagens da revista é a sua periodicidade, ou seja, por não ser
diária como o jornal pode permanecer com o leitor por um período maior. A revista permite
também segmentar o público que se quer atingir, conforme seu preço de capa, circulação
(período e regiões) e tema principal (editorial), podendo ser comprada em bancas e
similares ou ser adquirida pelo sistema de assinatura. Esta segmentação pode influenciar o
público leitor, conforme o perfil da revista no que se refere ao assunto abordado, por
exemplo, em relação às revistas femininas, Dimbleby e Burton (1991 : 165) observam:
“influenciam e provocam o gasto de milhões todos os anos em roupas, maquiagem e
música popular”.
        A linguagem utilizada hoje pelo meio revista visa aproximar o leitor do seu
conteúdo e, dependendo do público a que se dirige, pode ser genérica ou se aprofundar
mais em determinado assunto, usando uma linguagem mais técnica. A diagramação atual
das revistas, em muitos casos, se assemelha a uma tela de computador e a presença da
imagem é obrigatória para ajudar na transmissão da informação.
        A proposta de trabalho em sala de aula com o meio revista pode ser aplicada a
diferentes disciplinas, analisando-se desde o conteúdo da própria revista, os anúncios
diversos, um anúncio específico e a comparação entre revistas para diferentes públicos.
        Explorando-se o meio revista, podem se analisar as características gerais do veículo
como: a que público se dirige; qual a quantidade de anúncios presentes na revista; formato
e conteúdo. Sugere-se aplicação às disciplinas: português (composição da mensagem do
meio), matemática (proporção texto/imagem,reportagens /anúncios), geografia
(características do consumidor/público-alvo), educação artística (diagramação das revistas).
        Quanto ao produto, pode-se efetuar uma pesquisa sobre o produto, desde o seu
lançamento (inspiração e motivos) até o crescimento/desenvolvimento junto ao mercado
consumidor; quais suas principais características (modelos e razões desta diversificação) e
como se anunciou o produto desde o seu lançamento (breve histórico sobre as campanhas
de propaganda desenvolvidas). Sugere-se aplicação às disciplinas: história (pesquisa),
geografia (características dos tipos de mercado conforme a época e a relação com o
consumidor), português (linguagem da qual o produto se apropria), educação artística
(estudo de embalagens, cores, formas).
       Quanto aos anúncios, pode-se analisar a composição da mensagem: signos que
compõem a mensagem (imagem + textos lingüísticos); relacionamento texto/imagem;
consumismo x valores ou conceitos; referencial do conhecimento do público e, relação
com o conteúdo de matérias da revista. Sugere-se aplicação às disciplinas: português
(linguagem dos anúncios e sua relação com as matérias da revista , argumentação dos
anúncios, a linguagem publicitária), educação artística (logotipos, cores, formas,
diagramação, características de anúncios publicitários), biologia,       física e   química
(anúncios que façam referências às ciências).
        A proposta de traçar um paralelo educativo (alimentar as dinâmicas didáticas de
forma complementar e simultânea) com o meio revista, visa possibilitar o desenvolvimento
do interesse e da atenção do aluno para o conteúdo programático convencional. Estas
análises podem ser aplicadas a vários tipos de revistas (segmentadas ou não) e também a
vários tipos de anúncios, como por exemplo, anúncios sociais (de instituições em geral),
varejo, etc.

       HISTÓRIA EM QUADRINHOS
       A história em quadrinhos caracteriza-se pela inter-relação de uma narrativa textual e
desenhos que correspondem ao contexto de uma determinada história. O grafismo desta
literatura é compreendido concomitantemente a inserção de balões textos, os quais
apresentam uma “fala” ou “pensamento” do personagem. O tamanho e formato das letras
demonstram situações de alegria, tristeza, medo, raiva, as quais podem ser facilmente
captadas pelos leitores. Estes são os classificados gêneros.
       A estrutura lingüística que compõem a História em Quadrinhos é observada através
de dois aspectos: a narração e o diálogo. Na narração se descreve a situação, o tempo, as
ações, enquanto que no diálogo nota-se a comunicação entre os personagens, através de
gritos ou sussurros.
       A tendência da leitura de quadrinhos manifesta-se em diversas faixas etárias, desde
as crianças até os adultos, que se deliciam com inúmeras histórias de aventura e fantasia. A
atenção despertada entre jovens e adultos, deve-se a fácil leitura e compreensão das
histórias, e a representação gráfica que permite um passeio pelas imagens num curto
período de tempo. Tal leitura é dinâmica e estimulante para a criatividade.
       A utilização desta literatura em sala de aula em muito pode enriquecer o processo
ensino-aprendizagem, uma vez que possibilita uma nova maneira de ensinar. Levar a
História em Quadrinhos para a sala de aula pode despertar no aluno um maior interesse e
envolvimento pelas diversas disciplinas do conteúdo programático convencional.
       A escola, ao promover atividades que envolvam os meios de comunicação de
       massa, pode levar o aluno a conhecê-los melhor, analisá-los, desmistificando-os na
       medida em que os processos de produção sejam conhecidos e estabelecendo com
eles uma relação mais crítica e dinâmica. As atividades de criação e produção são
       fundamentais para o aluno vivenciar a complexidade do processo, nem sempre
       percebida na sua fruição. Desta forma, a escola estará promovendo uma “educação
       para a comunicação”, como salienta a publicação da UNICEF (1992). (Citelli, 1997
       : 153)


       Uma sugestão para a utilização de História em Quadrinhos em sala de aula é a partir
de materiais específicos de desenhos em quadrinhos já elaborados, os professores
solicitarem aos alunos a construção de textos que correspondam à produção das imagens. O
enfoque desta atividade estará dirigido à percepção e criatividade do aluno. Outra sugestão
para a realização de tarefas em grupo pode ser a produção gráfica de Histórias em
Quadrinhos pelos próprios alunos – tema livre ou específico.
       As aplicações de práticas não tradicionais no processo ensino-aprendizagem podem
contribuir significativamente para o desenvolvimento cognitivo do aluno, e propiciar uma
aproximação com o professor. A proposta da implantação de novos métodos no processo
ensino-aprendizagem vem ao encontro de expectativas mais dinâmicas, que refletirá numa
maior participação do aluno no âmbito escolar, ou seja, em sala de aula.


       O SOM E A LINGUAGEM RADIOFÔNICA
        Nossa imaginação cria imagens, a partir de sons. Trabalhar com o som possibilita
transportar o ouvinte a outras dimensões, uma vez que, o som tem a capacidade de criar
expectativas, além de muitas vezes, reforçar o impacto da imagem. A apreensão do som
trabalha com o imaginário, e cria a “imagem acústica”. Segundo Saboya (1992 : 20), “a
imagem acústica, na forma simplificada, é a imagem criada pela nossa imaginação, depois
de   ouvirmos um som que nos “ligue” a um referencial de tempo, modo, espaço ou
ambiência.
       A linguagem radiofônica sofreu modificações desde sua primeira transmissão no
Brasil, em 1922, principalmente com a chegada e o desenvolvimento de um novo meio de
comunicação de massa: a televisão, em 1950. Quando a televisão adquire sua linguagem
própria, libertando-se da linguagem radiofônica, houve muito questionamento sobre o fim
do rádio, (como hoje existem questionamentos sobre a Internet em relação a outros meios).
Mas o rádio não desapareceu, apenas transformou sua linguagem.
       Considerado como um meio instantâneo, o rádio evita o uso de frases longas e tem o
poder de ser acessível a uma grande parcela da população, independente do nível de
alfabetização e educação. Além da migração de profissionais de jornais e revistas para o
rádio, hoje as emissoras são na sua grande maioria, segmentadas, visando atender e
interagir com grupos de pessoas (o chamado público – alvo) conforme suas preferências:
gêneros musicais, informação e notícias, religião, etc.
        Explorando o meio rádio, pode-se sugerir a criação de um jogo com a participação
dos alunos, onde a sala de aula seria dividida em equipes de competição, (baseado em
programas rádio como, por exemplo, o programa pressão total da 89 FM), com perguntas
de conhecimento gerais e também que envolvam o conteúdo programático, além dos efeitos
da linguagem radiofônica. Pode-se também utilizar efeitos sonoros e se trabalhar com a
identificação dos elementos através do som, usando portanto, a imaginação e referencial do
aluno. Após descobrir quais são os efeitos sonoros colocados sugere-se que, a partir deles,
os alunos criem uma história através de produção de textos, filmagens, história em
quadrinhos, desenhos, representação teatral, etc. Pode-se também trabalhar a imaginação,
através da música, relacionando som/imagem com trilhas sonoras de filmes e desenhos
onde, após adivinhar a qual filme pertence a trilha sonora colocada, o aluno deverá
mencionar qual a principal mensagem que o filme ou desenho quer transmitir. A partir dos
jingles e spots pode-se trabalhar a formação da imagem e associação com o assunto tratado.
Pode-se, com base no som do jingle ou spot, criar a imagem da situação colocada, através
de desenho, pintura, representação teatral, história em quadrinhos, produção de textos,
filmagens, fotografias, etc. Pode-se ainda, a partir de exemplos, pedir que os alunos criem
jingles e/ou spots para produtos ou serviços sugeridos pelo docente.
        Pode-se ainda criar uma rádio interna, com o uso de caixas acústicas espalhadas
pela escola, com horário determinado de funcionamento (entrada, intervalos e saída), onde
toda programação e apresentação sejam feitas pelos próprios alunos e voltada para a
realidade deles dentro da escola; pode-se também trabalhar com vídeos sem o som, onde a
parte sonora estaria sendo criada pelos alunos, a partir das imagens; e pode-se também ligar
o som e a linguagem radiofônica a várias disciplinas, como por exemplo: história (origens
e desenvolvimento das emissoras de rádio, transmissão de notícias e entrevistas, análises de
músicas e estilos musicais conforme a época em que estão inseridos); física (como se dá a
transmissão através das ondas sonoras); português (análise da linguagem radiofônica), etc.
        A proposta de traçar um paralelo educativo (alimentar as dinâmicas didáticas de
forma complementar e simultânea) com o som e a linguagem radiofônica, visa possibilitar o
desenvolvimento do interesse e da atenção do aluno para o conteúdo programático
convencional.

       A IMAGEM E O MOVIMENTO
FOTOGRAFIA – DIFERENTES MODOS DE OLHAR
A proposta de trabalho com a fotografia é a de analisar a linguagem, através de
vários enfoques, ou seja, diferentes modos de olhar. Considerando que uma imagem é uma
vista que foi recriada ou reproduzida, o que apreendemos pela visão reflete nossa posição
no tempo e no espaço.
           As fotografias não são, como muitas vezes se pensa, um mero registro mecânico. Sempre
           que olhamos uma fotografia tomamos consciência, mesmo que vagamente, de que o
           fotógrafo selecionou aquela vista entre uma infinidade de outras vistas possíveis. Isto é
           verdade mesmo para o mais banal instantâneo de família. (Berger, 1972 : 14)

           Compreender o significado da imagem, que se multiplica e fragmenta em muitos
significados, pode tornar a abordagem do conteúdo programático convencional muito mais
interessante, além de desenvolver no aluno a capacidade da apreciação para diversas formas
de arte.
           No questionamento sobre quais as habilidades que o meio pode desenvolver,
encontramos: a) ponto de vista – a importância de certos aspectos na formação da
impressão visual: as formas das coisas, cores, texturas, as sombras que projetam; a
composição – o que se pretende incluir ou excluir na fotografia; e a atitude – infinitas
possibilidades que uma mesma cena oferece. Uma certa situação fotografada por pessoas
diferentes, é retratada de modos diversos, conforme a atitude de cada um e o que se quer
realçar.
       Explorando a fotografia, trabalha-se a sugestão de uma mesma situação (como por
exemplo festas, viagens, reuniões em grupo, etc.) retratada através das fotografias dos
alunos da sala. Para comentários e análises pode-se montar um painel com as diversas
fotografias. Quanto à linguagem das imagens, pode-se questionar quem usa essa linguagem
e com que fins. Neste tipo de análise utiliza-se fotografias publicadas em diferentes meios
de comunicação. Pode-se também ligar a fotografia a várias disciplinas, como por exemplo:
história (origens e desenvolvimento da fotografia, inserção da fotografia na narração de
notícias e entrevistas, análises de fotografias conforme a época em que estão inseridas);
física (como ocorre o processo fotográfico através do equipamento e da ampliação
fotográfica); português (análise da linguagem fotográfica), química (como funciona a
revelação e ampliação das fotografias), educação artística (cores, formas, texturas, ângulos,
perspectiva, composição), matemática (proporções e planos),                etc.   Pode-se também
realizar concursos fotográficos com temas determinados e que tenham interação com o
conteúdo programático convencional de várias disciplinas. Interessante se houver a
possibilidade de exposição das fotografias participantes do concurso para que os alunos da
escola possam participar do processo de escolha das melhores fotografias. Caminhadas
fotográficas, também podem ser propostas, com reuniões prévias para escolha do tema,
local e reunião posterior à caminhada para avaliação dos trabalhos.


A INTERAÇÃO VÍDEO X TEXTO
       A proposta de trabalhar com o vídeo e o texto é o de mostrar a importância de cada
um nos processos interativos de construção do conhecimento e             entender as várias
linguagens.
        A linguagem da literatura, assim como a linguagem do vídeo nos narra ou ensina
alguma coisa; por meio delas o autor tem a intenção de transmitir uma mensagem que vai
gerar um estímulo nos nossos órgãos sensoriais.
        Quando falamos da linguagem do vídeo, a mensagem não se limita ao mundo dos
sonhos como acontece no texto, pois os personagens já estão caracterizados, todos os
objetos já estão intimamente relacionados e ligados com o assunto da cena, transmitindo
mais depressa a atmosfera construída. Desta forma, o vídeo fala pela imagem em
movimento captando a atenção do receptor que vê e ouve tudo ao mesmo tempo. Os
recursos do vídeo são de caráter psicológico e emocional, pois são criados efeitos para
impressionar e emocionar, através dos movimentos da câmera, da disposição dos objetos ou
movimento dos atores é criado a cada instante uma nova idéia, um novo sentimento, uma
nova fotografia. A cor que torna tudo mais belo. A sincronia do som com a imagem. A
música que reforça que ajuda a transmitir o conteúdo fílmico.
Segundo Saboya (1992), “tudo se confunde neste mundo feito de cenas espectrais que se
sucedem a toda velocidade. Uma velocidade que nos passa o "som do silêncio", a ação
(high light) sem ser mostrada, a fantasia do realismo – o real simulacro”.
        No entanto, a palavra através da escrita que constitui o texto literário, desperta o
leitor para o mundo da imaginação, pois os sentidos são exercitados diferentemente da
condição já pronta proposta pelo vídeo. Os personagens, os objetos, o lugar e a trama
ganham uma caracterização própria, pois a organização das mensagens neste tipo de
linguagem está em conexão direta com a mente do leitor.
        Desta forma, acreditamos ser de vital importância a utilização destas linguagens em
sala de aula, de forma, a despertar no aluno o seu lado criativo que alterará
substancialmente o cenário cognitivo. O aproveitamento de recursos tanto do vídeo como
do texto literário é pouco explorado pelos professores para atingir de forma diversificada os
objetivos pedagógicos e de exercitar a prática de análise crítica das linguagens. Existem
muitos trabalhos ricos em termos de conteúdo veiculados pela televisão aberta, como é o
caso da Minissérie “Auto da Compadecida” de Ariano Suassuna, que foi exibido
recentemente pela Rede Globo de Televisão, que pode servir de exemplo, pois a minissérie
é uma adaptação de um texto literário (teatro).
        Sugere-se como atividades mostrar a importância do vídeo e do texto sem a intenção
de compará-los, pois os mesmos possuem linguagens específicas, que contribuem de forma
importante no processo ensino-aprendizagem. O texto com característica teatral ou
televisiva poderá propor a representação de uma peça pelos alunos e a suposta
transformação em vídeo. A caracterização dos personagens poderá ser instrumento
envolvente para o estudo de nossa cultura.
        A construção coletiva de um material será tão ou quanto, mais importante que o
produto final, pois neste momento poderá ser desenvolvido o lado social através do trabalho
em grupo, a colaboração, a responsabilidade, o desempenho, o respeito ao colega, a
dedicação e a cumplicidade serão pontos cruciais para o sucesso do projeto. A discussão
entre os alunos sobre os trabalhos apresentados poderá oferecer aos professores um novo
perfil de seus alunos qual poderá ser melhor aproveitado.

       TELEVISÃO
        Uma das maneiras de desenvolver habilidades específicas no aluno é utilizar o
método do aprendizado numa amplitude maior do que o utilizado habitualmente. A maioria
dos métodos utilizados nos dias de hoje são consistentes com o sistema obrigatório de
aprendizagem, isto é, através das práticas da fala, da escrita, da lousa, etc. No Brasil, a
realidade é um tanto dura, pois não se encontram, ainda, muitas salas de aula modernas,
equipadas de televisão, vídeo, gravadores, retroprojetores, principalmente no ensino
público.
        Por ser a televisão uma constante no cotidiano social, estudar os programas de
televisão, através de suas linguagens como forma de contribuição para desenvolvimento de
novas técnicas educativas é uma alternativa de trabalho. Conforme Giacomantonio (1981 :
129), “(...) a TV é por definição, o meio técnico da realidade "aqui e agora". Não somente
ela pode retornar e retransmitir as imagens no mesmo momento em que ocorrem os fatos,
como pode selecionar seu público, voltando-se quer para todos os continentes, quer para
cada escola, quer às donas de casa ou às crianças”.
        Antes da apresentação visual, um dos componentes mais importantes no processo
ensino- aprendizagem será o ambiente educativo e, portanto, é importante saber como as
crianças interpretam e usam as mensagens sociais exibidas pela televisão. Como atividade
dinâmica, apresentar programas de competição exibidos pela TV constituem excelentes
materiais para análise do comportamento dos alunos, uma vez que atrai a atenção e
desenvolve uma melhor percepção do mundo.

       O COMPUTADOR
       O computador é uma máquina que pode armazenar e processar informações. Os
primeiros equipamentos eram gigantescos e faziam operações simples. Mas, graças à
evolução tecnológica, hoje temos computadores que cabem na palma de nossa mão e
realizam processamentos bem mais complexos. A utilização do computador e seus
programas como ferramenta de trabalho nos mais diversos ambientes, proporciona, além do
desenvolvimento do raciocínio, ganho de tempo e aumento de qualidade.
       Sinônimo de modernidade, o computador trouxe junto com a sua evolução a World
Wide Web (www), a teia mundial de informação conhecida como Internet, uma idéia que
teve sua origem na estratégia de defesa militar dos Estados Unidos durante o período de
guerra fria, em 1957. Intitulada como mídia do futuro, hoje essa enorme rede de
comunicação, a Internet, também levanta questionamentos éticos sobre a sua utilização e
cria uma linguagem própria, uma mistura da forma como escrevemos e falamos.
       O uso do computador em sala de aula requer a participação do professor não mais
como o dono do conhecimento e da informação, mas sim, como um orientador que deve
ensinar o aluno como aprender.
         O gerenciamento executado pelo professor é que despertará nos seus alunos a comunicação
interativa significativa ou apenas a execução mecânica e automática de comandos, bem como uma
leitura crítica das mídias que os tornará proficientes na decodificação de possíveis manipulações
ideológicas, religiosas, etc. (Cortelazzo,1999:23)

        Portanto, a proposta de trabalho com o computador em sala de aula é a de
proporcionar tanto ao aluno quanto ao professor uma visão mais crítica e abrangente sobre
o uso da informação e da tecnologia. Pode-se explorar questões sobre a linguagem, a
interatividade e a pesquisa. Explorando o tópico pesquisa, sugere-se que o professor ensine
o aluno a utilizar os sistemas de busca na Internet, a partir de palavras-chaves. Também
sugere-se a comunicação e o desenvolvimento de projetos com alunos e professores de
regiões, culturas, faixas etárias e classes sociais diferentes, permitindo o construir de um
novo conhecimento em conjunto, que certamente estaria distante de se realizar sem o uso
da Internet.

EXPERIÊNCIA EM SÃO BERNARDO DO CAMPO
       A partir destas reflexões e do entendimento de que o domínio das linguagens dos
meios pode favorecer formas atrativas, conscientes e críticas para o aprendizado da língua,
da ciência e de todo conteúdo das disciplinas escolares no contexto social, este grupo de
pesquisa desenvolveu um projeto piloto visando detectar como professores, tanto da rede
pública quanto da privada, trabalham com os alunos o consumo das mensagens dos meios
de comunicação.
       A evolução tecnológica dos meios de comunicação tem exigido mudanças
significativas no comportamento do homem, não só em suas relações sociais, mas também
no modo de apreender e codificar mensagens. O homem moderno não analisa mensagens
como simples “receptor”, mas ele participa ativamente do processo comunicacional e passa
a ser um novo leitor, um novo codificador. Os textos dos meios de comunicação na sala de
aula, tanto a recepção quanto a produção, podem auxiliar a formação de um cidadão mais
crítico e mais integrado à sociedade.
       Para a fase inicial da pesquisa, projeto piloto, foram selecionadas duas escolas do
bairro Rudge Ramos, onde a Universidade Metodista de São Paulo – UMESP está
localizada. O critério que determinou a seleção destas escolas foi, primeiramente, uma
pública e uma privada; depois apresentar o maior número de alunos. Os objetivos
norteadores desta pesquisa foram: (1) detectar como os professores da rede pública e da
privada trabalham com os alunos o consumo das mensagens dos meios, seja identificando a
intencionalidade implícita na mensagem, seja utilizando os recursos da mídia para facilitar
o aprendizado inserido no contexto social; (2) verificar como o aluno do ensino
fundamental interpreta as mensagens e é capaz de estabelecer uma ponte entre estas
mensagens e os conteúdos apreendidos através da educação formal; (3) analisar o material
didático do ensino fundamental, verificando em que medida se dá a inserção dos textos da
mídia.
         O grupo desenvolveu além dos instrumentos para a pesquisa, aplicando-os aos
diretores, coordenadores, professores e alunos, também material de apoio didático
pedagógico.
         Verificou-se a constante reclamação dos professores sobre o excesso de pesquisas e
a falta de propostas concretas referentes ao uso da mídia na sala de aula. Foi o que
incentivou o grupo a selecionar material dos diferentes meios, elaborar novas leituras e
organizar propostas, considerando o grau de entendimento do aluno.


CONCLUSÃO
         As reflexões realizadas pelo grupo apresentam como relevante a importância da
utilização das linguagens dos meios de comunicação de massa no ensino da comunicação.
A mídia utilizada constantemente no conteúdo programático do ensino superior em
comunicação é uma aproximação do cotidiano do aluno com o universo educacional.
         As escolas que utilizam somente o livro texto perdem a oportunidade de enriquecer
o conteúdo programático, por outro lado, escolas que se atêm apenas ao recurso dos
computadores, deixam de aproveitar o potencial dos outros meios de comunicação de
massa. O ensino de comunicação tem trabalhado adequadamente e esta é uma experiência
que estamos levando para a escola de ensino médio e fundamental.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AIDAR, Flávia. Programa Folha Educação. São Paulo: Cadernos Folha Educação, 1998,
52 p.
BERGER, John. Modos de ver. Lisboa: Edições 70, 1972, 168 p.
BRETON, Philippe. A argumentação na comunicação, Bauru :Universidade do Sagrado
   Coração, 1999
CITELLI, Adilson. Aprender e ensinar com textos não escolares. São Paulo: Cortez,
  1997, vol. 3
CORTELAZZO, Iolanda Bueno de Camargo. Computador para interação comunicativa.
   Comunicação & Educação. São Paulo: USP, 5(16)99, p19-25
DIMBLEY, Richard e BURTON, Grame. Mais do que palavras. 2ª ed. São Paulo: Summus,
  1991, 216p.
DIMESNTEIN, Gilberto. Programa Folha Educação. São Paulo: Cadernos Folha
Edcuação, 1998, 52 p.
GIACOMANTONIO, Marcello. O ensino através dos audiovisuais. São Paulo: Summus,
1981
GREENFIELD, Patricia Marks. O desenvolvimento do raciocínio na era eletrônica.
São
   Paulo: Summus, 1988, 165p.
GOTTLIEB, Liana. Mafalda vai à escola. São Paulo: Iglu, 1996, 190 p.
HOHLFELDT, Antonio. Cinema e Literatura: Liberdade Ambígua. In: Lígia Averbuck.
   Literatura em Tempo de Cultura de Massa. São Paulo: Nobel, 1984, p.127-150
MARITAIN, Jacques. Rumos da Educação. Rio de Janeiro: Agir, 1963.
ORLANDI, Eni Pulcinelli. A linguagem e seu funcionamento: as formas do discurso,
   efeitos do verbal sobre o não-verbal. 2ª ed. Campinas: Pontes, 1987
PFROMM NETO, Samuel. Telas que ensinam: mídia e aprendizagem do cinema ao
computador.
   São Paulo: Data.
SABOYA, Jackson. Manual do autor roteirista. Rio de Janeiro: Record, 1992, 142 p.
SOUZA, Jésus Barbosa de. Meios de comunicação de massa, São Paulo: Scipione, 1996,
53 p.

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A linguagem dos meios na educação

  • 1. A LINGUAGEM DOS MEIOS NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM Autores: Elizabeth Moraes Gonçalves (Coordenação), Cristiane de Sousa Jageneski, Lana Cristina Nascimento Santos, Luciana Fischer, Solange Maria de Vasconcelos Universidade Metodista de São Paulo – UMESP INTRODUÇÃO A escola apresenta-se na sociedade contemporânea com o objetivo claro de ensinar o indivíduo a ler e a escrever. A palavra escrita sempre significou status, pois é através dela que se exerce o poder. Porém, a escola demorou um bom tempo para perceber que a comunicação na sociedade passou a se disseminar através de diferentes meios e códigos e, que, portanto, o aluno estava em contato muito mais constante com estes meios do que com aqueles privilegiados pela escola. Todos reconhecemos que a linguagem que mais consumimos atualmente é aquela veiculada pelos meios de comunicação de massa. O rádio, a TV, o jornal, a revista entre outros meios de comunicação podem contribuir significativamente para o processo ensino- aprendizagem, uma vez que estimulam uma reflexão, além de crítica, participativa. No entanto, os materiais destes meios pouco têm sido utilizados na escola: Os diários de campo dos pesquisadores são eloqüentes. Raras foram as aulas observadas onde se fez algum tipo de articulação entre tópicos das matérias desenvolvidas e as sugestões derivadas da linguagem institucionalmente não escolares, poucas as propostas que visavam a aproveitar ou ampliar alguma atividade a partir da convivência dos alunos com a música, o filme, a novela, etc. Nenhum questionamento sobre os modos como os telejornais operam com as notícias, nada acerca da estrutura narrativa das novelas, dos apelos dos outdoors, das campanhas publicitárias, dos espetáculos musicais, dos filmes de sucesso, do videogame. A escola parece respeitar apenas o seu próprio ritual. A aula corre soberana a despeito do fato de o mundo das crianças estar em cada vez mais marcado pelos meios de massa e suas múltiplas variações. (Citelli, 1997) A evolução tecnológica da sociedade moderna, principalmente aplicada aos meios de comunicação de massa, tem determinado uma nova maneira de o homem se relacionar com o mundo e, conseqüentemente, de adquirir informações e conhecimentos. Desta forma,
  • 2. a escola deve se modernizar no sentido de incorporar ao seu contexto os textos da mídia, facilitando e agilizando o processo ensino-aprendizagem. Observa-se atualmente que a escola ou tem utilizado o material didático convencional, em forma de apostila ou livro texto, ou, para denotar um caráter de modernidade tecnológica, tem estruturado os seus cursos em cd-room. Tanto uma forma quanto a outra apresenta deficiências, pois o aluno é motivado a desenvolver apenas uma forma de raciocínio. Ao considerarmos que cada meio possui características distintas de linguagens e está diretamente relacionado à forma de desenvolvimento do pensamento humano, o equilíbrio do uso destas diferentes linguagens em sala de aula é que poderia propiciar um melhor aproveitamento do potencial cognitivo. O desenvolvimento equilibrado do indivíduo requer um contato balanceado com os vários meios. Crescendo expostas a uma diversidade de meios de comunicação, as crianças podem não concluir sua educação com tanta prática em leitura, como antigamente. Mas, adquirem um conjunto de habilidades mais diversificado do que era possível quando a escrita era o meio de comunicação de massa dominante. (Greenfield, 1988 : 18) Assim, a experiência do ensino de comunicação, tanto no nível técnico quanto no universitário, relacionando teoria e prática, através do uso constante da linguagem dos meios e das suas mensagens, tem servido de modelo para a escola convencional que se propõe a formar o cidadão crítico e consciente e não apenas culto e informado. POSTURA EDUCACIONAL Qual é o papel da escola contemporânea? A escola ainda tem que ser um mundo fechado de conteúdos programáticos pré-determinados? Acreditamos que o papel da escola não seja apenas o de formar bons alunos, aptos a passar no vestibular, a tirar as melhores notas. Outra função da escola é a de formar cidadãos preparados para o mundo globalizado em que estamos vivendo, cidadãos que tenham uma visão crítica, de forma a entender, opinar e interagir na sociedade na qual estão inseridos. Segundo Capra (1981), “o mundo nos dias de hoje está globalmente interligado, no qual os fenômenos biológicos , psicológicos e ambientais são todos interdependentes, sendo assim é necessário um novo paradigma, uma mudança fundamental, uma transferência da concepção mecanicista para uma visão holística da realidade”. A escola precisa estar atenta ao fato de que as mudanças no mundo acontecem rapidamente e, por isso, torna-se importante tentar diminuir a distância que a separa da vida ‘real’ o que muitas vezes a faz parecer com algo obsoleto, fora de contexto e sem vínculos , com o cotidiano. Cabe ao professor adotar uma nova postura diante dos conteúdos programáticos a serem cumpridos para alterar esta situação, não sendo mais o cerne do
  • 3. conhecimento em sala de aula, mas inteirando-se com o aluno, proporcionando trocas de experiências e incentivando a criatividade. Educar é preparar para a liberdade. As pessoas são livres porque podem escolher. E só podem escolher quando conhecem alternativas. Sem informação não há alternativa e, portanto, sem alternativa não há liberdade. O bom educador deve estimular a diversidade, torcendo para que seus alunos tenham suas próprias idéias. E, mais do que isso, tenham a coragem de defendê-las, devidamente fundamentadas, em qualquer situação. E, sobretudo, tenham a coragem e a segurança de se admitirem errados e mudarem de opinião. (Dimenstein, 1998 : 07) O material dos meios de comunicação de massa em sala de aula pode ser um recurso favorável para um melhor aproveitamento do processo ensino-aprendizagem, pois reflete um modelo alternativo que complementa o convencional. Toda a extensa gama de materiais e equipamentos audiovisuais pode e deve ser mobilizada para facilitar e assegurar a apropriação de conhecimento s e habilidades; a imersão do aprendiz numa atmosfera gratificante, desafiadora e produtiva, em que aprender passa a ser sinônimo de prazer, aventura e descoberta; e a transformação..., que engendra aplicações ou transferências do que foi aprendido, soluções inovadoras, criações pessoais, pensamento crítico, flexibilidade, versatilidade. (Pfromm Neto 1997 : 73) A MÍDIA IMPRESSA JORNAL O jornal é um meio de comunicação de massa, que tem por objetivo a difusão de acontecimentos, idéias e informações gerais na forma de notícias. Segundo Barbosa de Souza (1996, p.17), “a função do jornal é, basicamente, informar, servir à sociedade, quando reúne, escreve e divulga notícias”. Ao trabalhar com o signo lingüístico como principal elemento do seu código, o jornal aproxima-se do texto priorizado pela escola, porém, apresenta-se com características mais dinâmicas e modernas que podem contribuir para a complementação do processo ensino-aprendizagem. A sociedade tem percebido esta realidade, prova disso é a existência de um programa modelo, criado pela Associação Nacional de Jornais – ANJ, que conta com a afiliação de 37 empresas jornalísticas situadas em todo o território nacional, as quais distribuem gratuitamente suas edições nas unidades escolares. Levar o jornal para a sala de aula, para as mãos dos estudantes, tem o compromisso fundamental de contribuir com a escola no cumprimento de sua função básica – a de
  • 4. produtora ativa do conhecimento. A informação é matéria-prima no trabalho escolar. Porém, exige-se da escola mais do que simplesmente distribuir conteúdos ao longo das séries. Refletir e analisar criticamente a realidade que os jornais imprimem, diariamente, em suas páginas é o maior desafio e tarefa das mais relevantes que os professores devem assumir. (Aidar, 1998 : 08) A notícia, principal elemento de um jornal, caracteriza-se por ser a primeira divulgação de um acontecimento, um fato, o qual torna-se público através do trabalho jornalístico que pretende contribuir para a construção de uma visão de mundo. A linguagem utilizada na elaboração da notícia tende a ser facilitadora para a compreensão do leitor a que se dirige, porém, a interferência de fatores como a emotividade e valores pessoais do repórter estão sempre presentes, além da influencia exercida pela ideologia que move a empresa jornalística. Pelo fato do jornal apresentar textos no formato de colunas, variação no aspecto gráfico, diversidade de assuntos e periodicidade diária, sua utilização em sala de aula pode proporcionar um desenvolvimento cognitivo, estimulando habilidades criativas e motivando um raciocínio crítico por parte dos alunos. A inter-relação professor/aluno também torna-se relevante no processo ensino-aprendizagem, à medida que esta atividade proporciona uma aproximação do professor, enquanto coordenador de um trabalho que motiva uma maior interação entre os alunos, viabilizando um comportamento participativo na descoberta das informações. O jornal é um instrumento que pode ser utilizado em inúmeras atividades e em várias disciplinas. Assim, sugere-se como proposta de trabalho uma atividade em que se reúna uma mesma notícia de diversos jornais e que se realize uma leitura crítica, procurando identificar o contexto da página, como por exemplo relação com outras matérias, quantidade e tipo de publicidade veiculada e ângulos da fotografia. Posteriormente, pode-se desenvolver uma comparação do conteúdo apresentado. Outra proposta, é que o professor solicite aos alunos a confecção de uma matéria jornalística, com tema livre, que possibilitará a realização de entrevistas, redação de textos e fotografias. Com isso, o grupo poderá elaborar um jornal experimental.
  • 5. A REVISTA O meio de comunicação revista surgiu no Brasil no final do século XIX, decorrente dos almanaques e da imprensa jornalística e procurava incorporar literatura, notícias, humor, recreação e críticas sociais. Muito diferente do modelo que temos hoje, principalmente devido à deficiência do parque gráfico nacional, a revista como meio de comunicação de massa, ganhou força nos anos de 1950 e 1960, com as revistas Cruzeiro e Manchete. Uma das grandes vantagens da revista é a sua periodicidade, ou seja, por não ser diária como o jornal pode permanecer com o leitor por um período maior. A revista permite também segmentar o público que se quer atingir, conforme seu preço de capa, circulação (período e regiões) e tema principal (editorial), podendo ser comprada em bancas e similares ou ser adquirida pelo sistema de assinatura. Esta segmentação pode influenciar o público leitor, conforme o perfil da revista no que se refere ao assunto abordado, por exemplo, em relação às revistas femininas, Dimbleby e Burton (1991 : 165) observam: “influenciam e provocam o gasto de milhões todos os anos em roupas, maquiagem e música popular”. A linguagem utilizada hoje pelo meio revista visa aproximar o leitor do seu conteúdo e, dependendo do público a que se dirige, pode ser genérica ou se aprofundar mais em determinado assunto, usando uma linguagem mais técnica. A diagramação atual das revistas, em muitos casos, se assemelha a uma tela de computador e a presença da imagem é obrigatória para ajudar na transmissão da informação. A proposta de trabalho em sala de aula com o meio revista pode ser aplicada a diferentes disciplinas, analisando-se desde o conteúdo da própria revista, os anúncios diversos, um anúncio específico e a comparação entre revistas para diferentes públicos. Explorando-se o meio revista, podem se analisar as características gerais do veículo como: a que público se dirige; qual a quantidade de anúncios presentes na revista; formato e conteúdo. Sugere-se aplicação às disciplinas: português (composição da mensagem do meio), matemática (proporção texto/imagem,reportagens /anúncios), geografia (características do consumidor/público-alvo), educação artística (diagramação das revistas). Quanto ao produto, pode-se efetuar uma pesquisa sobre o produto, desde o seu lançamento (inspiração e motivos) até o crescimento/desenvolvimento junto ao mercado consumidor; quais suas principais características (modelos e razões desta diversificação) e como se anunciou o produto desde o seu lançamento (breve histórico sobre as campanhas de propaganda desenvolvidas). Sugere-se aplicação às disciplinas: história (pesquisa), geografia (características dos tipos de mercado conforme a época e a relação com o consumidor), português (linguagem da qual o produto se apropria), educação artística (estudo de embalagens, cores, formas). Quanto aos anúncios, pode-se analisar a composição da mensagem: signos que compõem a mensagem (imagem + textos lingüísticos); relacionamento texto/imagem; consumismo x valores ou conceitos; referencial do conhecimento do público e, relação com o conteúdo de matérias da revista. Sugere-se aplicação às disciplinas: português
  • 6. (linguagem dos anúncios e sua relação com as matérias da revista , argumentação dos anúncios, a linguagem publicitária), educação artística (logotipos, cores, formas, diagramação, características de anúncios publicitários), biologia, física e química (anúncios que façam referências às ciências). A proposta de traçar um paralelo educativo (alimentar as dinâmicas didáticas de forma complementar e simultânea) com o meio revista, visa possibilitar o desenvolvimento do interesse e da atenção do aluno para o conteúdo programático convencional. Estas análises podem ser aplicadas a vários tipos de revistas (segmentadas ou não) e também a vários tipos de anúncios, como por exemplo, anúncios sociais (de instituições em geral), varejo, etc. HISTÓRIA EM QUADRINHOS A história em quadrinhos caracteriza-se pela inter-relação de uma narrativa textual e desenhos que correspondem ao contexto de uma determinada história. O grafismo desta literatura é compreendido concomitantemente a inserção de balões textos, os quais apresentam uma “fala” ou “pensamento” do personagem. O tamanho e formato das letras demonstram situações de alegria, tristeza, medo, raiva, as quais podem ser facilmente captadas pelos leitores. Estes são os classificados gêneros. A estrutura lingüística que compõem a História em Quadrinhos é observada através de dois aspectos: a narração e o diálogo. Na narração se descreve a situação, o tempo, as ações, enquanto que no diálogo nota-se a comunicação entre os personagens, através de gritos ou sussurros. A tendência da leitura de quadrinhos manifesta-se em diversas faixas etárias, desde as crianças até os adultos, que se deliciam com inúmeras histórias de aventura e fantasia. A atenção despertada entre jovens e adultos, deve-se a fácil leitura e compreensão das histórias, e a representação gráfica que permite um passeio pelas imagens num curto período de tempo. Tal leitura é dinâmica e estimulante para a criatividade. A utilização desta literatura em sala de aula em muito pode enriquecer o processo ensino-aprendizagem, uma vez que possibilita uma nova maneira de ensinar. Levar a História em Quadrinhos para a sala de aula pode despertar no aluno um maior interesse e envolvimento pelas diversas disciplinas do conteúdo programático convencional. A escola, ao promover atividades que envolvam os meios de comunicação de massa, pode levar o aluno a conhecê-los melhor, analisá-los, desmistificando-os na medida em que os processos de produção sejam conhecidos e estabelecendo com
  • 7. eles uma relação mais crítica e dinâmica. As atividades de criação e produção são fundamentais para o aluno vivenciar a complexidade do processo, nem sempre percebida na sua fruição. Desta forma, a escola estará promovendo uma “educação para a comunicação”, como salienta a publicação da UNICEF (1992). (Citelli, 1997 : 153) Uma sugestão para a utilização de História em Quadrinhos em sala de aula é a partir de materiais específicos de desenhos em quadrinhos já elaborados, os professores solicitarem aos alunos a construção de textos que correspondam à produção das imagens. O enfoque desta atividade estará dirigido à percepção e criatividade do aluno. Outra sugestão para a realização de tarefas em grupo pode ser a produção gráfica de Histórias em Quadrinhos pelos próprios alunos – tema livre ou específico. As aplicações de práticas não tradicionais no processo ensino-aprendizagem podem contribuir significativamente para o desenvolvimento cognitivo do aluno, e propiciar uma aproximação com o professor. A proposta da implantação de novos métodos no processo ensino-aprendizagem vem ao encontro de expectativas mais dinâmicas, que refletirá numa maior participação do aluno no âmbito escolar, ou seja, em sala de aula. O SOM E A LINGUAGEM RADIOFÔNICA Nossa imaginação cria imagens, a partir de sons. Trabalhar com o som possibilita transportar o ouvinte a outras dimensões, uma vez que, o som tem a capacidade de criar expectativas, além de muitas vezes, reforçar o impacto da imagem. A apreensão do som trabalha com o imaginário, e cria a “imagem acústica”. Segundo Saboya (1992 : 20), “a imagem acústica, na forma simplificada, é a imagem criada pela nossa imaginação, depois de ouvirmos um som que nos “ligue” a um referencial de tempo, modo, espaço ou ambiência. A linguagem radiofônica sofreu modificações desde sua primeira transmissão no Brasil, em 1922, principalmente com a chegada e o desenvolvimento de um novo meio de comunicação de massa: a televisão, em 1950. Quando a televisão adquire sua linguagem própria, libertando-se da linguagem radiofônica, houve muito questionamento sobre o fim
  • 8. do rádio, (como hoje existem questionamentos sobre a Internet em relação a outros meios). Mas o rádio não desapareceu, apenas transformou sua linguagem. Considerado como um meio instantâneo, o rádio evita o uso de frases longas e tem o poder de ser acessível a uma grande parcela da população, independente do nível de alfabetização e educação. Além da migração de profissionais de jornais e revistas para o rádio, hoje as emissoras são na sua grande maioria, segmentadas, visando atender e interagir com grupos de pessoas (o chamado público – alvo) conforme suas preferências: gêneros musicais, informação e notícias, religião, etc. Explorando o meio rádio, pode-se sugerir a criação de um jogo com a participação dos alunos, onde a sala de aula seria dividida em equipes de competição, (baseado em programas rádio como, por exemplo, o programa pressão total da 89 FM), com perguntas de conhecimento gerais e também que envolvam o conteúdo programático, além dos efeitos da linguagem radiofônica. Pode-se também utilizar efeitos sonoros e se trabalhar com a identificação dos elementos através do som, usando portanto, a imaginação e referencial do aluno. Após descobrir quais são os efeitos sonoros colocados sugere-se que, a partir deles, os alunos criem uma história através de produção de textos, filmagens, história em quadrinhos, desenhos, representação teatral, etc. Pode-se também trabalhar a imaginação, através da música, relacionando som/imagem com trilhas sonoras de filmes e desenhos onde, após adivinhar a qual filme pertence a trilha sonora colocada, o aluno deverá mencionar qual a principal mensagem que o filme ou desenho quer transmitir. A partir dos jingles e spots pode-se trabalhar a formação da imagem e associação com o assunto tratado. Pode-se, com base no som do jingle ou spot, criar a imagem da situação colocada, através de desenho, pintura, representação teatral, história em quadrinhos, produção de textos, filmagens, fotografias, etc. Pode-se ainda, a partir de exemplos, pedir que os alunos criem jingles e/ou spots para produtos ou serviços sugeridos pelo docente. Pode-se ainda criar uma rádio interna, com o uso de caixas acústicas espalhadas pela escola, com horário determinado de funcionamento (entrada, intervalos e saída), onde toda programação e apresentação sejam feitas pelos próprios alunos e voltada para a realidade deles dentro da escola; pode-se também trabalhar com vídeos sem o som, onde a parte sonora estaria sendo criada pelos alunos, a partir das imagens; e pode-se também ligar o som e a linguagem radiofônica a várias disciplinas, como por exemplo: história (origens e desenvolvimento das emissoras de rádio, transmissão de notícias e entrevistas, análises de músicas e estilos musicais conforme a época em que estão inseridos); física (como se dá a transmissão através das ondas sonoras); português (análise da linguagem radiofônica), etc. A proposta de traçar um paralelo educativo (alimentar as dinâmicas didáticas de forma complementar e simultânea) com o som e a linguagem radiofônica, visa possibilitar o desenvolvimento do interesse e da atenção do aluno para o conteúdo programático convencional. A IMAGEM E O MOVIMENTO FOTOGRAFIA – DIFERENTES MODOS DE OLHAR
  • 9. A proposta de trabalho com a fotografia é a de analisar a linguagem, através de vários enfoques, ou seja, diferentes modos de olhar. Considerando que uma imagem é uma vista que foi recriada ou reproduzida, o que apreendemos pela visão reflete nossa posição no tempo e no espaço. As fotografias não são, como muitas vezes se pensa, um mero registro mecânico. Sempre que olhamos uma fotografia tomamos consciência, mesmo que vagamente, de que o fotógrafo selecionou aquela vista entre uma infinidade de outras vistas possíveis. Isto é verdade mesmo para o mais banal instantâneo de família. (Berger, 1972 : 14) Compreender o significado da imagem, que se multiplica e fragmenta em muitos significados, pode tornar a abordagem do conteúdo programático convencional muito mais interessante, além de desenvolver no aluno a capacidade da apreciação para diversas formas de arte. No questionamento sobre quais as habilidades que o meio pode desenvolver, encontramos: a) ponto de vista – a importância de certos aspectos na formação da impressão visual: as formas das coisas, cores, texturas, as sombras que projetam; a composição – o que se pretende incluir ou excluir na fotografia; e a atitude – infinitas possibilidades que uma mesma cena oferece. Uma certa situação fotografada por pessoas diferentes, é retratada de modos diversos, conforme a atitude de cada um e o que se quer realçar. Explorando a fotografia, trabalha-se a sugestão de uma mesma situação (como por exemplo festas, viagens, reuniões em grupo, etc.) retratada através das fotografias dos alunos da sala. Para comentários e análises pode-se montar um painel com as diversas fotografias. Quanto à linguagem das imagens, pode-se questionar quem usa essa linguagem e com que fins. Neste tipo de análise utiliza-se fotografias publicadas em diferentes meios de comunicação. Pode-se também ligar a fotografia a várias disciplinas, como por exemplo: história (origens e desenvolvimento da fotografia, inserção da fotografia na narração de notícias e entrevistas, análises de fotografias conforme a época em que estão inseridas); física (como ocorre o processo fotográfico através do equipamento e da ampliação fotográfica); português (análise da linguagem fotográfica), química (como funciona a revelação e ampliação das fotografias), educação artística (cores, formas, texturas, ângulos, perspectiva, composição), matemática (proporções e planos), etc. Pode-se também realizar concursos fotográficos com temas determinados e que tenham interação com o
  • 10. conteúdo programático convencional de várias disciplinas. Interessante se houver a possibilidade de exposição das fotografias participantes do concurso para que os alunos da escola possam participar do processo de escolha das melhores fotografias. Caminhadas fotográficas, também podem ser propostas, com reuniões prévias para escolha do tema, local e reunião posterior à caminhada para avaliação dos trabalhos. A INTERAÇÃO VÍDEO X TEXTO A proposta de trabalhar com o vídeo e o texto é o de mostrar a importância de cada um nos processos interativos de construção do conhecimento e entender as várias linguagens. A linguagem da literatura, assim como a linguagem do vídeo nos narra ou ensina alguma coisa; por meio delas o autor tem a intenção de transmitir uma mensagem que vai gerar um estímulo nos nossos órgãos sensoriais. Quando falamos da linguagem do vídeo, a mensagem não se limita ao mundo dos sonhos como acontece no texto, pois os personagens já estão caracterizados, todos os objetos já estão intimamente relacionados e ligados com o assunto da cena, transmitindo mais depressa a atmosfera construída. Desta forma, o vídeo fala pela imagem em movimento captando a atenção do receptor que vê e ouve tudo ao mesmo tempo. Os recursos do vídeo são de caráter psicológico e emocional, pois são criados efeitos para impressionar e emocionar, através dos movimentos da câmera, da disposição dos objetos ou movimento dos atores é criado a cada instante uma nova idéia, um novo sentimento, uma nova fotografia. A cor que torna tudo mais belo. A sincronia do som com a imagem. A música que reforça que ajuda a transmitir o conteúdo fílmico. Segundo Saboya (1992), “tudo se confunde neste mundo feito de cenas espectrais que se sucedem a toda velocidade. Uma velocidade que nos passa o "som do silêncio", a ação (high light) sem ser mostrada, a fantasia do realismo – o real simulacro”. No entanto, a palavra através da escrita que constitui o texto literário, desperta o leitor para o mundo da imaginação, pois os sentidos são exercitados diferentemente da condição já pronta proposta pelo vídeo. Os personagens, os objetos, o lugar e a trama ganham uma caracterização própria, pois a organização das mensagens neste tipo de linguagem está em conexão direta com a mente do leitor. Desta forma, acreditamos ser de vital importância a utilização destas linguagens em sala de aula, de forma, a despertar no aluno o seu lado criativo que alterará substancialmente o cenário cognitivo. O aproveitamento de recursos tanto do vídeo como do texto literário é pouco explorado pelos professores para atingir de forma diversificada os objetivos pedagógicos e de exercitar a prática de análise crítica das linguagens. Existem muitos trabalhos ricos em termos de conteúdo veiculados pela televisão aberta, como é o caso da Minissérie “Auto da Compadecida” de Ariano Suassuna, que foi exibido recentemente pela Rede Globo de Televisão, que pode servir de exemplo, pois a minissérie é uma adaptação de um texto literário (teatro). Sugere-se como atividades mostrar a importância do vídeo e do texto sem a intenção de compará-los, pois os mesmos possuem linguagens específicas, que contribuem de forma
  • 11. importante no processo ensino-aprendizagem. O texto com característica teatral ou televisiva poderá propor a representação de uma peça pelos alunos e a suposta transformação em vídeo. A caracterização dos personagens poderá ser instrumento envolvente para o estudo de nossa cultura. A construção coletiva de um material será tão ou quanto, mais importante que o produto final, pois neste momento poderá ser desenvolvido o lado social através do trabalho em grupo, a colaboração, a responsabilidade, o desempenho, o respeito ao colega, a dedicação e a cumplicidade serão pontos cruciais para o sucesso do projeto. A discussão entre os alunos sobre os trabalhos apresentados poderá oferecer aos professores um novo perfil de seus alunos qual poderá ser melhor aproveitado. TELEVISÃO Uma das maneiras de desenvolver habilidades específicas no aluno é utilizar o método do aprendizado numa amplitude maior do que o utilizado habitualmente. A maioria dos métodos utilizados nos dias de hoje são consistentes com o sistema obrigatório de aprendizagem, isto é, através das práticas da fala, da escrita, da lousa, etc. No Brasil, a realidade é um tanto dura, pois não se encontram, ainda, muitas salas de aula modernas, equipadas de televisão, vídeo, gravadores, retroprojetores, principalmente no ensino público. Por ser a televisão uma constante no cotidiano social, estudar os programas de televisão, através de suas linguagens como forma de contribuição para desenvolvimento de novas técnicas educativas é uma alternativa de trabalho. Conforme Giacomantonio (1981 : 129), “(...) a TV é por definição, o meio técnico da realidade "aqui e agora". Não somente ela pode retornar e retransmitir as imagens no mesmo momento em que ocorrem os fatos, como pode selecionar seu público, voltando-se quer para todos os continentes, quer para cada escola, quer às donas de casa ou às crianças”. Antes da apresentação visual, um dos componentes mais importantes no processo ensino- aprendizagem será o ambiente educativo e, portanto, é importante saber como as crianças interpretam e usam as mensagens sociais exibidas pela televisão. Como atividade dinâmica, apresentar programas de competição exibidos pela TV constituem excelentes materiais para análise do comportamento dos alunos, uma vez que atrai a atenção e desenvolve uma melhor percepção do mundo. O COMPUTADOR O computador é uma máquina que pode armazenar e processar informações. Os primeiros equipamentos eram gigantescos e faziam operações simples. Mas, graças à evolução tecnológica, hoje temos computadores que cabem na palma de nossa mão e realizam processamentos bem mais complexos. A utilização do computador e seus programas como ferramenta de trabalho nos mais diversos ambientes, proporciona, além do desenvolvimento do raciocínio, ganho de tempo e aumento de qualidade. Sinônimo de modernidade, o computador trouxe junto com a sua evolução a World Wide Web (www), a teia mundial de informação conhecida como Internet, uma idéia que teve sua origem na estratégia de defesa militar dos Estados Unidos durante o período de guerra fria, em 1957. Intitulada como mídia do futuro, hoje essa enorme rede de
  • 12. comunicação, a Internet, também levanta questionamentos éticos sobre a sua utilização e cria uma linguagem própria, uma mistura da forma como escrevemos e falamos. O uso do computador em sala de aula requer a participação do professor não mais como o dono do conhecimento e da informação, mas sim, como um orientador que deve ensinar o aluno como aprender. O gerenciamento executado pelo professor é que despertará nos seus alunos a comunicação interativa significativa ou apenas a execução mecânica e automática de comandos, bem como uma leitura crítica das mídias que os tornará proficientes na decodificação de possíveis manipulações ideológicas, religiosas, etc. (Cortelazzo,1999:23) Portanto, a proposta de trabalho com o computador em sala de aula é a de proporcionar tanto ao aluno quanto ao professor uma visão mais crítica e abrangente sobre o uso da informação e da tecnologia. Pode-se explorar questões sobre a linguagem, a interatividade e a pesquisa. Explorando o tópico pesquisa, sugere-se que o professor ensine o aluno a utilizar os sistemas de busca na Internet, a partir de palavras-chaves. Também sugere-se a comunicação e o desenvolvimento de projetos com alunos e professores de regiões, culturas, faixas etárias e classes sociais diferentes, permitindo o construir de um novo conhecimento em conjunto, que certamente estaria distante de se realizar sem o uso da Internet. EXPERIÊNCIA EM SÃO BERNARDO DO CAMPO A partir destas reflexões e do entendimento de que o domínio das linguagens dos meios pode favorecer formas atrativas, conscientes e críticas para o aprendizado da língua, da ciência e de todo conteúdo das disciplinas escolares no contexto social, este grupo de pesquisa desenvolveu um projeto piloto visando detectar como professores, tanto da rede pública quanto da privada, trabalham com os alunos o consumo das mensagens dos meios de comunicação. A evolução tecnológica dos meios de comunicação tem exigido mudanças significativas no comportamento do homem, não só em suas relações sociais, mas também no modo de apreender e codificar mensagens. O homem moderno não analisa mensagens como simples “receptor”, mas ele participa ativamente do processo comunicacional e passa a ser um novo leitor, um novo codificador. Os textos dos meios de comunicação na sala de aula, tanto a recepção quanto a produção, podem auxiliar a formação de um cidadão mais crítico e mais integrado à sociedade. Para a fase inicial da pesquisa, projeto piloto, foram selecionadas duas escolas do bairro Rudge Ramos, onde a Universidade Metodista de São Paulo – UMESP está localizada. O critério que determinou a seleção destas escolas foi, primeiramente, uma
  • 13. pública e uma privada; depois apresentar o maior número de alunos. Os objetivos norteadores desta pesquisa foram: (1) detectar como os professores da rede pública e da privada trabalham com os alunos o consumo das mensagens dos meios, seja identificando a intencionalidade implícita na mensagem, seja utilizando os recursos da mídia para facilitar o aprendizado inserido no contexto social; (2) verificar como o aluno do ensino fundamental interpreta as mensagens e é capaz de estabelecer uma ponte entre estas mensagens e os conteúdos apreendidos através da educação formal; (3) analisar o material didático do ensino fundamental, verificando em que medida se dá a inserção dos textos da mídia. O grupo desenvolveu além dos instrumentos para a pesquisa, aplicando-os aos diretores, coordenadores, professores e alunos, também material de apoio didático pedagógico. Verificou-se a constante reclamação dos professores sobre o excesso de pesquisas e a falta de propostas concretas referentes ao uso da mídia na sala de aula. Foi o que incentivou o grupo a selecionar material dos diferentes meios, elaborar novas leituras e organizar propostas, considerando o grau de entendimento do aluno. CONCLUSÃO As reflexões realizadas pelo grupo apresentam como relevante a importância da utilização das linguagens dos meios de comunicação de massa no ensino da comunicação. A mídia utilizada constantemente no conteúdo programático do ensino superior em comunicação é uma aproximação do cotidiano do aluno com o universo educacional. As escolas que utilizam somente o livro texto perdem a oportunidade de enriquecer o conteúdo programático, por outro lado, escolas que se atêm apenas ao recurso dos computadores, deixam de aproveitar o potencial dos outros meios de comunicação de massa. O ensino de comunicação tem trabalhado adequadamente e esta é uma experiência que estamos levando para a escola de ensino médio e fundamental. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AIDAR, Flávia. Programa Folha Educação. São Paulo: Cadernos Folha Educação, 1998, 52 p.
  • 14. BERGER, John. Modos de ver. Lisboa: Edições 70, 1972, 168 p. BRETON, Philippe. A argumentação na comunicação, Bauru :Universidade do Sagrado Coração, 1999 CITELLI, Adilson. Aprender e ensinar com textos não escolares. São Paulo: Cortez, 1997, vol. 3 CORTELAZZO, Iolanda Bueno de Camargo. Computador para interação comunicativa. Comunicação & Educação. São Paulo: USP, 5(16)99, p19-25 DIMBLEY, Richard e BURTON, Grame. Mais do que palavras. 2ª ed. São Paulo: Summus, 1991, 216p. DIMESNTEIN, Gilberto. Programa Folha Educação. São Paulo: Cadernos Folha Edcuação, 1998, 52 p. GIACOMANTONIO, Marcello. O ensino através dos audiovisuais. São Paulo: Summus, 1981 GREENFIELD, Patricia Marks. O desenvolvimento do raciocínio na era eletrônica. São Paulo: Summus, 1988, 165p. GOTTLIEB, Liana. Mafalda vai à escola. São Paulo: Iglu, 1996, 190 p. HOHLFELDT, Antonio. Cinema e Literatura: Liberdade Ambígua. In: Lígia Averbuck. Literatura em Tempo de Cultura de Massa. São Paulo: Nobel, 1984, p.127-150 MARITAIN, Jacques. Rumos da Educação. Rio de Janeiro: Agir, 1963. ORLANDI, Eni Pulcinelli. A linguagem e seu funcionamento: as formas do discurso, efeitos do verbal sobre o não-verbal. 2ª ed. Campinas: Pontes, 1987 PFROMM NETO, Samuel. Telas que ensinam: mídia e aprendizagem do cinema ao computador. São Paulo: Data. SABOYA, Jackson. Manual do autor roteirista. Rio de Janeiro: Record, 1992, 142 p. SOUZA, Jésus Barbosa de. Meios de comunicação de massa, São Paulo: Scipione, 1996, 53 p.