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A Peregrinação de Israel no Deserto até o Sinai - Lição 6
A primeira jornada dos israelitas após a abertura do Mar Vermelho levou-os em
direção ao sul, ao longo do chamado Golfo de Suez. Nesse percurso,
passaram primeiro pelo Deserto de Sur, onde, após três dias de caminhada,
não encontraram água para beber (Ex 15.22).
“Depois fez Moisés partir os israelitas do Mar Vermelho, e saíram ao deserto de
Sur; e andaram três dias no deserto, e não acharam água.” (Êxodo 15.22)
Apesar do grande milagre que experimentaram três dias antes, sua fé era
provada mais uma vez. Desta feita, os israelitas estavam sedentos e exauridos
pelo intenso calor do deserto, e após esses três dias de peregrinação,
encontram apenas águas amargas em Mara, águas impróprias e impotáveis,
que não podiam ser bebidas (Êx 15.24).
“E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber?” (Êxodo
15.24)
A murmuração, então, teve início (Ex 15.25).
“E ele clamou ao Senhor, e o Senhor mostrou-lhe uma árvore, que lançou nas
águas, e as águas se tornaram doces. Ali lhes deu estatutos e uma ordenança,
e ali os provou.” (Êxodo 15.25)
Isso nos mostra que “grandes experiências com Deus não curam
necessariamente o coração duro e queixoso”. Às vezes, milagres não são
suficientes. Estimulados por milagres ou não, são necessários um
arrependimento e um quebrantamento sinceros seguidos de uma submissão
total a Deus. Ou, como afirma o Novo Testamento, “crucificarmos o eu e
entronizarmos Cristo somente (Ef 4.31,32)”.
“Toda a amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmia e toda a malícia sejam
tiradas dentre vós,

Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos
uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.” (Efésios 4.31-32)

Clique aqui para ver o mapa da Rota no deserto
Lições do Milagre de Mara
Diante da murmuração do povo, Moisés clama a Deus e Ele lhe mostra uma
árvore cujo lenho deveria ser jogado nas águas para a sua purificação, o que
ocorre imediatamente (Êx 15.25a).
“E ele clamou ao Senhor, e o Senhor mostrou-lhe uma árvore, que lançou nas
águas, e as águas se tornaram doces.” (Êxodo 15.25a)

As lições desse episódio são, pelo menos, sete:
1. Águas amargas levaram o povo à amargura. Portanto, as águas de Mara
simbolizam a murmuração, a amargura e a descrença pelas quais
eventualmente seremos tentados em nossa peregrinação nos desertos desta
vida.
2. Esse episódio ocorreu havia apenas três dias da grandiosa experiência da
abertura do Mar Vermelho. Logo, grandes experiências com Deus podem ser
imediatamente sucedidas por novas provas de fé.
3. O lenho nas águas, purificando-as, simboliza o madeiro, a cruz de Jesus,
que nos resgata das águas amargas para águas purificadas.
4. A experiência foi sucedida por uma admoestação e promessa:
“... ali lhes deu estatutos e uma ordenação, e ali os provou. E disse: Se ouvires
atento a voz do Senhor, teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e
inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus
estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito;
porque Eu sou o Senhor, que te sara” (Êx 15.25b,26).
“Ali lhes deu estatutos e uma ordenança, e ali os provou.” (Êx 15.25b)
“E disse: Se ouvires atento a voz do Senhor teu Deus, e fizeres o que é reto
diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e
guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti,
que pus sobre o Egito; porque eu sou o Senhor que te sara.” (Êxodo 15.26)
Ou seja, Deus nos ensina no deserto a obediência, e é ali também que Ele
promete e manifesta a sua bênção sobre a nossa vida, se formos fiéis a Ele em
meio às provações.
5. No deserto, o Senhor se revela mais uma vez, e como “O Senhor que te
sara”. Aleluia! Nas nossas provações, Deus quer se revelar de forma nova e
poderosa. Ele quer sarar as nossas enfermidades! Ele cura física e
espiritualmente.
6. Ao seguirem para Elim, que estava logo adiante, encontraram “doze fontes
de água e setenta palmeiras; e ali se acamparam junto às águas” (Ex 15.27).
“Então vieram a Elim, e havia ali doze fontes de água e setenta palmeiras; e ali
se acamparam junto das águas.” (Êxodo 15.27)
Isto é, logo à frente, havia sombra e água fresca. A analogia aqui é clara: as
águas de Mara se contrapõem às fontes de Elim. Enquanto as águas de Mara
simbolizam amargura, descrença e murmuração, as águas de Elim simbolizam
a provisão plena de Deus para o seu povo. A grande lição aqui é que
“tivesse israel suportado a amargura das águas de mara, logo
estaria festejando em Elim. A pouca paciência de muitos crentes embota
o fio aguçado da vitória alegre quando esta ocorre.
7. Elim, como mencionamos de passagem no tópico anterior, fala de provisão
plena de Deus. Se não, vejamos: eram doze fontes para doze tribos, ou seja,
uma para cada tribo de Israel.

Mais Provisão no Deserto
Após Elim, o povo seguiu ainda mais ao sul, pelo Deserto de Sim (Êx16.1),
situado aos pés do planalto do Sinai.
“E partindo de Elim, toda a congregação dos filhos de Israel veio ao deserto de
Sim, que está entre Elim e Sinai, aos quinze dias do mês segundo, depois de
sua saída da terra do Egito.” (Êxodo 16.1)
Ou seja, esse deserto ficava entre Elim e o Sinai, e foi onde os israelitas
vivenciaram pela primeira vez o milagre do maná e onde se maravilharam com
o milagre das codornizes (Êx 16.1-21).

Como destacam as notas da Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, “o Deserto
de Sim era um ambiente vasto e hostil, no qual só havia areia e pedra.
Esse espaço estéril proveu o lugar perfeito para Deus testar e formar o caráter
do seu povo”, que era muito instável, inclinado ao erro,com mentalidade ainda
do tempo de escravos do Egito e, não poucas vezes, se mostrando obstinados
em seus erros.
Em Deuteronômio 9.4-5, Deus diz ao povo:
“Quando, pois, o Senhor, teu Deus, os lançar fora [os cananeus], de diante de
ti, não fales no teu coração, dizendo: Por causa da minha justiça é que o
Senhor me trouxe a esta terra para a possuir, porque, pela impiedade destas
nações, é que o Senhor as lança fora, de diante de ti. Não é por causa da tua
justiça, nem pela retidão do teu coração que entras a possuir a sua terra, mas,
pela impiedade destas nações [os cananeus], o Senhor, teu Deus, as lança
fora, de diante de ti; e pra confirmar a palavra que o Senhor, teu Deus, jurou a
teus pais, Abraão, Isaque e Jacó.”
Ou seja, não é porque os israelitas eram justos que iriam entrar na terra de
Canaã, mas porque os moradores dessa terra eram muito ímpios, e Deus
queria usar Israel para julgá-los. E era também porque Ele prometera aquela
terra a Abraão, a Isaque e a Jacó visando ao seu plano salvífico para a
humanidade por meio de Cristo.
Enfim, o povo de Israel não era fácil, mas Deus amava os descendentes de
Abraão, Isaque e Jacó, e queria tratá-los, burilá-los, prová-los, aperfeiçoá-los
por meio das provações no deserto para que pudessem ter forjado o caráter
que Deus desejava para ele como seu povo. Esse processo, por causa da
dureza do coração do povo, acabou durando muito tempo: quarenta anos.
Foi Deus quem os guiou ao deserto. Lembremo-nos de que o povo se dirigiu
por esse caminho porque Deus, desde a saída do povo do Egito,
expressamente determinou que não seguissem “o caminho dos filisteus”, que
ficava ao norte (Ex 13.17).
“E aconteceu que, quando Faraó deixou ir o povo, Deus não os levou pelo
caminho da terra dos filisteus, que estava mais perto; porque Deus disse: Para
que porventura o povo não se arrependa, vendo a guerra, e volte ao Egito.”
Êxodo 13:17
Isso significa que mesmo quando seguimos o caminho que Deus estabelece
para a nossa vida, enfrentamos provações, mas para o nosso próprio bem,
porque “todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que
amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto” (Rm 8.28); mas,
por outro lado, também significa que Deus estará conosco em todos os
momentos difíceis, protegendo-nos e enviando-nos o maná diário, isto é,
suprindo cotidianamente as nossas necessidades. Diz o texto bíblico que
“comeram os filhos de Israel maná quarenta anos, até que entraram em terra
habitada; comeram maná até que chegaram aos termos da terra de Canaã” (Êx
16.35).
“E comeram os filhos de Israel maná quarenta anos, até que entraram em terra
habitada; comeram maná até que chegaram aos termos da terra de Canaã.”
(Êxodo 16.35)
Ou seja, enquanto houver deserto, não vai faltar maná! O maná só para
quando adentrarmos a Terra Prometida.
O maná era como pequenos flocos que amanheciam todas as manhãs caídos
ao chão do arraial dos hebreus. Ele era “branco”, “como semente de coentro” e
“o seu sabor era como bolos de mel” (Ex 16.31).
Chovia “pão dos céus” todos os dias para alimentar o povo (Ex16.4). O maná
representava Cristo, que é o “pão vivo que desceu do céu” (Jo 6.51).
“Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para
sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do
mundo.” (João 6.51)
Um detalhe interessante é que não adiantava fazer estoque de maná, porque,
no dia seguinte, o maná estocado apodrecia (Ex 16.19,20).
“E disse-lhes Moisés: Ninguém deixe dele para amanhã.
Eles, porém, não deram ouvidos a Moisés, antes alguns deles deixaram dele
para o dia seguinte; e criou bichos, e cheirava mal; por isso indignou-se Moisés
contra eles.” (Êxodo 16.19-20)
Era preciso todo dia sair ao arraial para pegar maná fresco. Isso nos fala da
necessidade que temos de todos os dias nos abastecermos na
presença de Deus.Não basta buscar a Deus um único dia para valer por uma
semana. E preciso buscar a Deus todos os dias da semana para
podermos enfrentar as tentações e adversidades diárias que nos
sobrevenham durante toda a semana.
Ainda mais ao sul, já em Refidim, os israelitas vivenciaram o milagre da água
que saiu da rocha e batalharam contra os amalequitas (Ex 17.1-16).
Foi após essa batalha que o sogro de Moisés, Jetro, trouxe finalmente a sua
filha, esposa de Moisés, com seus dois netos para o genro, e congratulou-se
com ele pelo que o Senhor tinha feito, tirando o povo de Israel do Egito (Êx
18.1-12). Além disso, Jetro, sob a inspiração divina, deu conselhos importantes
a Moisés (Êx 18.13-27).

"Enquanto houver deserto, não vai faltar maná. 0 maná só para quando
adentrarmos a Terra Prometida."
O Povo Chega ao Monte Sinai
Finalmente, após três meses da saída do povo do Egito, o acampamento
israelita se moveu mais uma vez, chegando ao pé do monte Sinai (Êx 19.1,2),
onde o povo ficaria por cerca de um ano. O Sinai é um lugar especial,
porque foi ali que Deus se revelou a Moisés tremendamente, dando
os Dez Mandamentos e todas as leis que haveriam de guiar o povo
de Israel dali para frente.
A distância do Sinai para a terra de Canaã era de 500 quilômetros e poderia ter
sido percorrida por um período curto de tempo, porém acabou durando 38
anos, justamente porque o povo se portou de forma rebelde, fazendo com que
Deus os tratasse com mão firme no deserto. A Bíblia diz que Deus esperou que
toda aquela geração rebelde passasse para, só então, Israel pudesse entrar na
terra de Canaã (Dt 2.14).
“E os dias que caminhamos, desde Cades-Barnéia até que passamos o ribeiro
de Zerede, foram trinta e oito anos, até que toda aquela geração dos homens
de guerra se consumiu do meio do arraial, como o Senhor lhes jurara.”
(Deuteronômio 2.14)
E por falar em rebeldia, o episódio mais marcante e emblemático da
transgressão israelita em sua peregrinação no deserto, e que seria lembrado
no Novo Testamento (1Co 10.7) como um dos maiores exemplos de apostasia
da história, é o que envolve a criação do bezerro de ouro. E é sobre ele que
falaremos a seguir.
“Não vos façais, pois, idólatras, como alguns deles, conforme está escrito: O
povo assentou-se a comer e a beber, e levantou-se para folgar.”
(1 Coríntios 10.7)
O Bezerro de Ouro
Quando Moisés chegou ao arraial e constatou pessoalmente o pecado do povo
de Israel, sua ira se acendeu (Ex 32.19) a ponto de ele quebrar as Tábuas da
Lei. Ora, enquanto Deus estava dando os Dez Mandamentos para o povo de
Israel no alto do monte Sinai, esse mesmo povo, ao pé do monte, estava, na
prática, quebrando todos os mandamentos do Decálogo. Portanto, ao quebrar
as Tábuas, Moisés estava materializando as consequências práticas do pecado
do povo: estavam agindo como indignos do Concerto que Deus estava fazendo
com eles.
É impressionante ouvir o povo, depois de tudo que viram Deus fazer pela
instrumentalidade de seu servo Moisés, pressionar Arão dizendo: “Faze-nos
deuses!” (Êx 32.1). O hábito da idolatria que haviam aprendido no Egito ainda
era muito forte entre os israelitas, a ponto de alguns dias longe do seu líder
Moisés serem o suficiente para que voltassem ao velho hábito. Como Pedro
diria daqueles que abandonam Cristo para voltarem aos velhos pecados,
podemos dizer dos israelitas aqui: eles estavam agindo como cães que
voltavam para o seu próprio vômito, como a porca lavada que volta para o
lamaçal (2Pe 2.20-22).
“Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo
conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos
nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro.
Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que,
conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado;
Deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão
voltou ao seu próprio vômito, e a porca lavada ao espojadouro de lama.”

(2 Pedro 2.20-22)
Perceba que o povo não estava negando os milagres que haviam acontecido,
mas estavam atribuindo-o a esse deus criado por sua imaginação e
representado por aquele bezerro de ouro (Êx 32.4).
“E ele os tomou das suas mãos, e trabalhou o ouro com um buril, e fez dele um
bezerro de fundição. Então disseram: Este é teu deus, ó Israel, que te tirou da
terra do Egito.” (Êxodo 32.4)
Ainda hoje, isso acontece: muita gente que pensa estar se aproximando de
Deus está, na verdade, se relacionando com uma imagem que criou dEle, uma
mera sugestão mental, em vez do Deus da Bíblia. Sua relação não é com o
Deus vivo e verdadeiro, mas com uma caricatura do divino, uma fantasia
construída pela sua própria imaginação, uma concepção equivocada de quem
é Deus. Essa concepção pode ter advindo absolutamente de sua própria
cabeça (“achismo”) ou ter sido importada de algum discurso bonito, atraente,
mas despido de respaldo bíblico (o que acontece na maioria dos casos). Afinal
de contas, há muita falsa teologia popularizada por aí.
Há muitos “bezerros de ouro”, por assim dizer, construídos por aí e
que nada têm a ver com o Deus da Bíblia, apesar de serem
tratados

como

se

fossem

representações

fidedignas

do

verdadeiro Deus. Há, por exemplo, o “bezerro de ouro” do evangelho da
autoajuda, da teologia da prosperidade, do teísmo aberto, da teologia da
libertação, do ecumenismo, do liberalismo, etc. Que Deus nos livre dessas
versões deturpadas dEle! Conheçamos e prossigamos em conhecer o Deus da
Bíblia (Os 6.3), pois somente assim poderemos ter um relacionamento
saudável e realmente edificante com o Senhor.
“Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída,
como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que
rega a terra.” (Oséias 6.3)
Perceba que, como destacaremos mais à frente, no capítulo 9, enquanto o
verdadeiro culto a Deus instituído por Moisés evocava arrependimento,
quebrantamento, humildade e conclamava à santidade , o culto apóstata levava
o povo à licenciosidade (Êx 32.6,25).
Deus propôs destruir todo o povo e estabelecer, a partir de Moisés, a
continuidade da promessa dada a Abraão, Isaque e Jacó (Êx 32.10), mas o
líder israelita intercedeu pelo povo para que Deus não tomasse essa medida
(Êx 32.11-14,30-35; 33-1-5,12- 17). Entretanto, o juízo de Deus não deixou de
ser exercido, uma vez que três mil rebeldes idólatras foram punidos
imediatamente com a morte (Êx 32.28) e toda aquela geração acabou
morrendo no deserto, entrando na Terra Prometida apenas os filhos dela e, da
antiga geração, apenas Josué e Calebe, que se mantiveram fiéis a Deus.
"Mesmo quando sentimos o caminho que Deus estabelece para as nossas
vidas enfrentaremos provações, mas para o nosso próprio bem"

O Pecado da Idolatria
Curiosamente, o primeiro mandamento de Deus no Sinai, a primeira ordenança
do Decálogo, foi: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.3). Deus
conhecia o coração do povo e sabia o quanto era propenso à idolatria, depois
de anos vivendo no idólatra Egito.
As Sagradas Escrituras nos advertem, em 1 João 5.21, contra o pecado da
idolatria: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém!”. E o apóstolo Paulo
adverte o mesmo à igreja em Corinto, citando como exemplo negativo
justamente o pecado do povo de Israel no deserto (1Co 10.14,18-21).
A idolatria é um dos pecados mais terríveis listados na Bíblia,
porque consiste em dar glória e veneração a algo ou alguém que
não seja o próprio Deus, o único que é digno de toda honra, toda glória,
todo louvor e toda adoração. Entretanto, apesar de tão claro, este é um dos
pecados mais praticados e mais ignorados em nossos dias no meio evangélico.
E triste dizer, mas está se tornando cada vez mais comum evangélicos que
desenvolvem verdadeiros comportamentos idolátricos em relação a pessoas e
coisas que, obviamente, não devem receber a nossa adoração.
Idolatria não é só se prostrar diante de um ídolo de pedra, barro ou metal.
Coisas ou pessoas também podem se tornar ídolos em nossa vida, quando
começam a ganhar em nosso coração um lugar que não deveriam ter.
Uma coisa é gostar, admirar e respeitar; outra bastante diferente é “endeusar”,
idolatrar. Logo, segue o alerta: cuidado para que o mero gostar e admirar não
dê lugar à adoração por pessoas e coisas. Não só a idolatria a pessoas tem
feito muitos males na vida de muitos crentes. A idolatria a coisas também.
Qual foi a última vez que você gastou tempo com Deus em oração? Qual foi a
última vez que abriu a Bíblia para estudá-la ou para lê-la devocionalmente para
a sua edificação espiritual? Qual foi a última vez que você evangelizou
alguém? Qual foi a última vez que dedicou tempo para ajudar as pessoas?
Será que a maior parte do seu dia é dedicada a coisas que realmente valem a
pena ou só a futilidades?
O apóstolo Paulo afirma em Colossenses 3.5: “Mortificai, pois, os vossos
membros que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, ao apetite
desordenado, a vil concupiscência e a avareza, que é idolatria”. Paulo se refere
ao “apetite desordenado”, ou “afeição desordenada”, e chama a “avareza”
claramente de “idolatria”. Avareza é apego às coisas materiais. Quando
valorizamos mais os bens materiais do que o espiritual, estamos de cabeça
para baixo espiritualmente. Estamos longe de Deus.
"O cristão não deve ser dominado ou escravizado por nada. Apenas Deus deve
ser o Senhor soberano de sua vida.”
O profeta Samuel falou também sobre outro tipo de idolatria sutil no meio dos
crentes. Disse ele, conforme registrado em 1 Samuel 15.23:
“Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniquidade
e idolatria. Porquanto tu rejeitaste a palavra do Senhor, Ele também te rejeitou
a ti...”.
Ora, o que significa a palavra “porfiar”? Ela quer dizer, segundo o Dicionário
Aurélio da Língua Portuguesa, “discutir com calor”, “insistir”, “teimar”, “competir”
e “disputar”. Ou seja, insubordinação, disputa entre irmãos, espírito de
competição dentro da igreja, teimosia, arrogância, contenda, tudo isso, afirma
Samuel é pecado de idolatria. Você já parou para pensar nisso?
Paulo afirma que uma das características do Anticristo, e que é própria do
espírito do Anticristo, é se levantar “contra tudo o que se chama Deus ou se
adora” e querer “se [assentar] como Deus, no templo de Deus, querendo
parecer Deus” (2Ts 2.4). Não se engane: há muita gente que começa bem,
mas acaba, infelizmente, perdendo a visão espiritual e, por isso, tem o seu
coração cheio de altares. É gente que afirma que serve a um único Deus, mas
possui um coração idólatra, repleto de “deuses”, quando também não adora a
si mesmo.
O cristão não deve ser dominado ou escravizado por nada. Apenas Deus deve
ser o Senhor soberano de sua vida.

Silas Daniel

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A peregrinação de israel no deserto até o sinai

  • 1. A Peregrinação de Israel no Deserto até o Sinai - Lição 6 A primeira jornada dos israelitas após a abertura do Mar Vermelho levou-os em direção ao sul, ao longo do chamado Golfo de Suez. Nesse percurso, passaram primeiro pelo Deserto de Sur, onde, após três dias de caminhada, não encontraram água para beber (Ex 15.22). “Depois fez Moisés partir os israelitas do Mar Vermelho, e saíram ao deserto de Sur; e andaram três dias no deserto, e não acharam água.” (Êxodo 15.22) Apesar do grande milagre que experimentaram três dias antes, sua fé era provada mais uma vez. Desta feita, os israelitas estavam sedentos e exauridos pelo intenso calor do deserto, e após esses três dias de peregrinação, encontram apenas águas amargas em Mara, águas impróprias e impotáveis, que não podiam ser bebidas (Êx 15.24). “E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber?” (Êxodo 15.24) A murmuração, então, teve início (Ex 15.25). “E ele clamou ao Senhor, e o Senhor mostrou-lhe uma árvore, que lançou nas águas, e as águas se tornaram doces. Ali lhes deu estatutos e uma ordenança, e ali os provou.” (Êxodo 15.25) Isso nos mostra que “grandes experiências com Deus não curam necessariamente o coração duro e queixoso”. Às vezes, milagres não são suficientes. Estimulados por milagres ou não, são necessários um arrependimento e um quebrantamento sinceros seguidos de uma submissão total a Deus. Ou, como afirma o Novo Testamento, “crucificarmos o eu e entronizarmos Cristo somente (Ef 4.31,32)”. “Toda a amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmia e toda a malícia sejam tiradas dentre vós, Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.” (Efésios 4.31-32) Clique aqui para ver o mapa da Rota no deserto
  • 2. Lições do Milagre de Mara Diante da murmuração do povo, Moisés clama a Deus e Ele lhe mostra uma árvore cujo lenho deveria ser jogado nas águas para a sua purificação, o que ocorre imediatamente (Êx 15.25a). “E ele clamou ao Senhor, e o Senhor mostrou-lhe uma árvore, que lançou nas águas, e as águas se tornaram doces.” (Êxodo 15.25a) As lições desse episódio são, pelo menos, sete: 1. Águas amargas levaram o povo à amargura. Portanto, as águas de Mara simbolizam a murmuração, a amargura e a descrença pelas quais eventualmente seremos tentados em nossa peregrinação nos desertos desta vida. 2. Esse episódio ocorreu havia apenas três dias da grandiosa experiência da abertura do Mar Vermelho. Logo, grandes experiências com Deus podem ser imediatamente sucedidas por novas provas de fé. 3. O lenho nas águas, purificando-as, simboliza o madeiro, a cruz de Jesus, que nos resgata das águas amargas para águas purificadas. 4. A experiência foi sucedida por uma admoestação e promessa: “... ali lhes deu estatutos e uma ordenação, e ali os provou. E disse: Se ouvires atento a voz do Senhor, teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque Eu sou o Senhor, que te sara” (Êx 15.25b,26). “Ali lhes deu estatutos e uma ordenança, e ali os provou.” (Êx 15.25b) “E disse: Se ouvires atento a voz do Senhor teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o Senhor que te sara.” (Êxodo 15.26) Ou seja, Deus nos ensina no deserto a obediência, e é ali também que Ele promete e manifesta a sua bênção sobre a nossa vida, se formos fiéis a Ele em meio às provações. 5. No deserto, o Senhor se revela mais uma vez, e como “O Senhor que te sara”. Aleluia! Nas nossas provações, Deus quer se revelar de forma nova e poderosa. Ele quer sarar as nossas enfermidades! Ele cura física e espiritualmente.
  • 3. 6. Ao seguirem para Elim, que estava logo adiante, encontraram “doze fontes de água e setenta palmeiras; e ali se acamparam junto às águas” (Ex 15.27). “Então vieram a Elim, e havia ali doze fontes de água e setenta palmeiras; e ali se acamparam junto das águas.” (Êxodo 15.27) Isto é, logo à frente, havia sombra e água fresca. A analogia aqui é clara: as águas de Mara se contrapõem às fontes de Elim. Enquanto as águas de Mara simbolizam amargura, descrença e murmuração, as águas de Elim simbolizam a provisão plena de Deus para o seu povo. A grande lição aqui é que “tivesse israel suportado a amargura das águas de mara, logo estaria festejando em Elim. A pouca paciência de muitos crentes embota o fio aguçado da vitória alegre quando esta ocorre. 7. Elim, como mencionamos de passagem no tópico anterior, fala de provisão plena de Deus. Se não, vejamos: eram doze fontes para doze tribos, ou seja, uma para cada tribo de Israel. Mais Provisão no Deserto Após Elim, o povo seguiu ainda mais ao sul, pelo Deserto de Sim (Êx16.1), situado aos pés do planalto do Sinai. “E partindo de Elim, toda a congregação dos filhos de Israel veio ao deserto de Sim, que está entre Elim e Sinai, aos quinze dias do mês segundo, depois de sua saída da terra do Egito.” (Êxodo 16.1) Ou seja, esse deserto ficava entre Elim e o Sinai, e foi onde os israelitas vivenciaram pela primeira vez o milagre do maná e onde se maravilharam com o milagre das codornizes (Êx 16.1-21). Como destacam as notas da Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, “o Deserto de Sim era um ambiente vasto e hostil, no qual só havia areia e pedra. Esse espaço estéril proveu o lugar perfeito para Deus testar e formar o caráter do seu povo”, que era muito instável, inclinado ao erro,com mentalidade ainda do tempo de escravos do Egito e, não poucas vezes, se mostrando obstinados em seus erros. Em Deuteronômio 9.4-5, Deus diz ao povo: “Quando, pois, o Senhor, teu Deus, os lançar fora [os cananeus], de diante de ti, não fales no teu coração, dizendo: Por causa da minha justiça é que o Senhor me trouxe a esta terra para a possuir, porque, pela impiedade destas nações, é que o Senhor as lança fora, de diante de ti. Não é por causa da tua
  • 4. justiça, nem pela retidão do teu coração que entras a possuir a sua terra, mas, pela impiedade destas nações [os cananeus], o Senhor, teu Deus, as lança fora, de diante de ti; e pra confirmar a palavra que o Senhor, teu Deus, jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó.” Ou seja, não é porque os israelitas eram justos que iriam entrar na terra de Canaã, mas porque os moradores dessa terra eram muito ímpios, e Deus queria usar Israel para julgá-los. E era também porque Ele prometera aquela terra a Abraão, a Isaque e a Jacó visando ao seu plano salvífico para a humanidade por meio de Cristo. Enfim, o povo de Israel não era fácil, mas Deus amava os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó, e queria tratá-los, burilá-los, prová-los, aperfeiçoá-los por meio das provações no deserto para que pudessem ter forjado o caráter que Deus desejava para ele como seu povo. Esse processo, por causa da dureza do coração do povo, acabou durando muito tempo: quarenta anos. Foi Deus quem os guiou ao deserto. Lembremo-nos de que o povo se dirigiu por esse caminho porque Deus, desde a saída do povo do Egito, expressamente determinou que não seguissem “o caminho dos filisteus”, que ficava ao norte (Ex 13.17). “E aconteceu que, quando Faraó deixou ir o povo, Deus não os levou pelo caminho da terra dos filisteus, que estava mais perto; porque Deus disse: Para que porventura o povo não se arrependa, vendo a guerra, e volte ao Egito.” Êxodo 13:17 Isso significa que mesmo quando seguimos o caminho que Deus estabelece para a nossa vida, enfrentamos provações, mas para o nosso próprio bem, porque “todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto” (Rm 8.28); mas, por outro lado, também significa que Deus estará conosco em todos os momentos difíceis, protegendo-nos e enviando-nos o maná diário, isto é, suprindo cotidianamente as nossas necessidades. Diz o texto bíblico que “comeram os filhos de Israel maná quarenta anos, até que entraram em terra habitada; comeram maná até que chegaram aos termos da terra de Canaã” (Êx 16.35). “E comeram os filhos de Israel maná quarenta anos, até que entraram em terra habitada; comeram maná até que chegaram aos termos da terra de Canaã.” (Êxodo 16.35) Ou seja, enquanto houver deserto, não vai faltar maná! O maná só para quando adentrarmos a Terra Prometida.
  • 5. O maná era como pequenos flocos que amanheciam todas as manhãs caídos ao chão do arraial dos hebreus. Ele era “branco”, “como semente de coentro” e “o seu sabor era como bolos de mel” (Ex 16.31). Chovia “pão dos céus” todos os dias para alimentar o povo (Ex16.4). O maná representava Cristo, que é o “pão vivo que desceu do céu” (Jo 6.51). “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo.” (João 6.51) Um detalhe interessante é que não adiantava fazer estoque de maná, porque, no dia seguinte, o maná estocado apodrecia (Ex 16.19,20). “E disse-lhes Moisés: Ninguém deixe dele para amanhã. Eles, porém, não deram ouvidos a Moisés, antes alguns deles deixaram dele para o dia seguinte; e criou bichos, e cheirava mal; por isso indignou-se Moisés contra eles.” (Êxodo 16.19-20) Era preciso todo dia sair ao arraial para pegar maná fresco. Isso nos fala da necessidade que temos de todos os dias nos abastecermos na presença de Deus.Não basta buscar a Deus um único dia para valer por uma semana. E preciso buscar a Deus todos os dias da semana para podermos enfrentar as tentações e adversidades diárias que nos sobrevenham durante toda a semana. Ainda mais ao sul, já em Refidim, os israelitas vivenciaram o milagre da água que saiu da rocha e batalharam contra os amalequitas (Ex 17.1-16). Foi após essa batalha que o sogro de Moisés, Jetro, trouxe finalmente a sua filha, esposa de Moisés, com seus dois netos para o genro, e congratulou-se com ele pelo que o Senhor tinha feito, tirando o povo de Israel do Egito (Êx 18.1-12). Além disso, Jetro, sob a inspiração divina, deu conselhos importantes a Moisés (Êx 18.13-27). "Enquanto houver deserto, não vai faltar maná. 0 maná só para quando adentrarmos a Terra Prometida."
  • 6. O Povo Chega ao Monte Sinai Finalmente, após três meses da saída do povo do Egito, o acampamento israelita se moveu mais uma vez, chegando ao pé do monte Sinai (Êx 19.1,2), onde o povo ficaria por cerca de um ano. O Sinai é um lugar especial, porque foi ali que Deus se revelou a Moisés tremendamente, dando os Dez Mandamentos e todas as leis que haveriam de guiar o povo de Israel dali para frente. A distância do Sinai para a terra de Canaã era de 500 quilômetros e poderia ter sido percorrida por um período curto de tempo, porém acabou durando 38 anos, justamente porque o povo se portou de forma rebelde, fazendo com que Deus os tratasse com mão firme no deserto. A Bíblia diz que Deus esperou que toda aquela geração rebelde passasse para, só então, Israel pudesse entrar na terra de Canaã (Dt 2.14). “E os dias que caminhamos, desde Cades-Barnéia até que passamos o ribeiro de Zerede, foram trinta e oito anos, até que toda aquela geração dos homens de guerra se consumiu do meio do arraial, como o Senhor lhes jurara.” (Deuteronômio 2.14) E por falar em rebeldia, o episódio mais marcante e emblemático da transgressão israelita em sua peregrinação no deserto, e que seria lembrado no Novo Testamento (1Co 10.7) como um dos maiores exemplos de apostasia da história, é o que envolve a criação do bezerro de ouro. E é sobre ele que falaremos a seguir. “Não vos façais, pois, idólatras, como alguns deles, conforme está escrito: O povo assentou-se a comer e a beber, e levantou-se para folgar.” (1 Coríntios 10.7) O Bezerro de Ouro Quando Moisés chegou ao arraial e constatou pessoalmente o pecado do povo de Israel, sua ira se acendeu (Ex 32.19) a ponto de ele quebrar as Tábuas da Lei. Ora, enquanto Deus estava dando os Dez Mandamentos para o povo de Israel no alto do monte Sinai, esse mesmo povo, ao pé do monte, estava, na prática, quebrando todos os mandamentos do Decálogo. Portanto, ao quebrar as Tábuas, Moisés estava materializando as consequências práticas do pecado do povo: estavam agindo como indignos do Concerto que Deus estava fazendo com eles. É impressionante ouvir o povo, depois de tudo que viram Deus fazer pela instrumentalidade de seu servo Moisés, pressionar Arão dizendo: “Faze-nos deuses!” (Êx 32.1). O hábito da idolatria que haviam aprendido no Egito ainda
  • 7. era muito forte entre os israelitas, a ponto de alguns dias longe do seu líder Moisés serem o suficiente para que voltassem ao velho hábito. Como Pedro diria daqueles que abandonam Cristo para voltarem aos velhos pecados, podemos dizer dos israelitas aqui: eles estavam agindo como cães que voltavam para o seu próprio vômito, como a porca lavada que volta para o lamaçal (2Pe 2.20-22). “Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado; Deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito, e a porca lavada ao espojadouro de lama.” (2 Pedro 2.20-22) Perceba que o povo não estava negando os milagres que haviam acontecido, mas estavam atribuindo-o a esse deus criado por sua imaginação e representado por aquele bezerro de ouro (Êx 32.4). “E ele os tomou das suas mãos, e trabalhou o ouro com um buril, e fez dele um bezerro de fundição. Então disseram: Este é teu deus, ó Israel, que te tirou da terra do Egito.” (Êxodo 32.4) Ainda hoje, isso acontece: muita gente que pensa estar se aproximando de Deus está, na verdade, se relacionando com uma imagem que criou dEle, uma mera sugestão mental, em vez do Deus da Bíblia. Sua relação não é com o Deus vivo e verdadeiro, mas com uma caricatura do divino, uma fantasia construída pela sua própria imaginação, uma concepção equivocada de quem é Deus. Essa concepção pode ter advindo absolutamente de sua própria cabeça (“achismo”) ou ter sido importada de algum discurso bonito, atraente, mas despido de respaldo bíblico (o que acontece na maioria dos casos). Afinal de contas, há muita falsa teologia popularizada por aí. Há muitos “bezerros de ouro”, por assim dizer, construídos por aí e que nada têm a ver com o Deus da Bíblia, apesar de serem tratados como se fossem representações fidedignas do verdadeiro Deus. Há, por exemplo, o “bezerro de ouro” do evangelho da autoajuda, da teologia da prosperidade, do teísmo aberto, da teologia da libertação, do ecumenismo, do liberalismo, etc. Que Deus nos livre dessas versões deturpadas dEle! Conheçamos e prossigamos em conhecer o Deus da
  • 8. Bíblia (Os 6.3), pois somente assim poderemos ter um relacionamento saudável e realmente edificante com o Senhor. “Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.” (Oséias 6.3) Perceba que, como destacaremos mais à frente, no capítulo 9, enquanto o verdadeiro culto a Deus instituído por Moisés evocava arrependimento, quebrantamento, humildade e conclamava à santidade , o culto apóstata levava o povo à licenciosidade (Êx 32.6,25). Deus propôs destruir todo o povo e estabelecer, a partir de Moisés, a continuidade da promessa dada a Abraão, Isaque e Jacó (Êx 32.10), mas o líder israelita intercedeu pelo povo para que Deus não tomasse essa medida (Êx 32.11-14,30-35; 33-1-5,12- 17). Entretanto, o juízo de Deus não deixou de ser exercido, uma vez que três mil rebeldes idólatras foram punidos imediatamente com a morte (Êx 32.28) e toda aquela geração acabou morrendo no deserto, entrando na Terra Prometida apenas os filhos dela e, da antiga geração, apenas Josué e Calebe, que se mantiveram fiéis a Deus. "Mesmo quando sentimos o caminho que Deus estabelece para as nossas vidas enfrentaremos provações, mas para o nosso próprio bem" O Pecado da Idolatria Curiosamente, o primeiro mandamento de Deus no Sinai, a primeira ordenança do Decálogo, foi: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.3). Deus conhecia o coração do povo e sabia o quanto era propenso à idolatria, depois de anos vivendo no idólatra Egito. As Sagradas Escrituras nos advertem, em 1 João 5.21, contra o pecado da idolatria: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém!”. E o apóstolo Paulo adverte o mesmo à igreja em Corinto, citando como exemplo negativo justamente o pecado do povo de Israel no deserto (1Co 10.14,18-21). A idolatria é um dos pecados mais terríveis listados na Bíblia, porque consiste em dar glória e veneração a algo ou alguém que não seja o próprio Deus, o único que é digno de toda honra, toda glória, todo louvor e toda adoração. Entretanto, apesar de tão claro, este é um dos pecados mais praticados e mais ignorados em nossos dias no meio evangélico. E triste dizer, mas está se tornando cada vez mais comum evangélicos que desenvolvem verdadeiros comportamentos idolátricos em relação a pessoas e coisas que, obviamente, não devem receber a nossa adoração.
  • 9. Idolatria não é só se prostrar diante de um ídolo de pedra, barro ou metal. Coisas ou pessoas também podem se tornar ídolos em nossa vida, quando começam a ganhar em nosso coração um lugar que não deveriam ter. Uma coisa é gostar, admirar e respeitar; outra bastante diferente é “endeusar”, idolatrar. Logo, segue o alerta: cuidado para que o mero gostar e admirar não dê lugar à adoração por pessoas e coisas. Não só a idolatria a pessoas tem feito muitos males na vida de muitos crentes. A idolatria a coisas também. Qual foi a última vez que você gastou tempo com Deus em oração? Qual foi a última vez que abriu a Bíblia para estudá-la ou para lê-la devocionalmente para a sua edificação espiritual? Qual foi a última vez que você evangelizou alguém? Qual foi a última vez que dedicou tempo para ajudar as pessoas? Será que a maior parte do seu dia é dedicada a coisas que realmente valem a pena ou só a futilidades? O apóstolo Paulo afirma em Colossenses 3.5: “Mortificai, pois, os vossos membros que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, ao apetite desordenado, a vil concupiscência e a avareza, que é idolatria”. Paulo se refere ao “apetite desordenado”, ou “afeição desordenada”, e chama a “avareza” claramente de “idolatria”. Avareza é apego às coisas materiais. Quando valorizamos mais os bens materiais do que o espiritual, estamos de cabeça para baixo espiritualmente. Estamos longe de Deus. "O cristão não deve ser dominado ou escravizado por nada. Apenas Deus deve ser o Senhor soberano de sua vida.” O profeta Samuel falou também sobre outro tipo de idolatria sutil no meio dos crentes. Disse ele, conforme registrado em 1 Samuel 15.23: “Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniquidade e idolatria. Porquanto tu rejeitaste a palavra do Senhor, Ele também te rejeitou a ti...”. Ora, o que significa a palavra “porfiar”? Ela quer dizer, segundo o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, “discutir com calor”, “insistir”, “teimar”, “competir” e “disputar”. Ou seja, insubordinação, disputa entre irmãos, espírito de competição dentro da igreja, teimosia, arrogância, contenda, tudo isso, afirma Samuel é pecado de idolatria. Você já parou para pensar nisso? Paulo afirma que uma das características do Anticristo, e que é própria do espírito do Anticristo, é se levantar “contra tudo o que se chama Deus ou se adora” e querer “se [assentar] como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (2Ts 2.4). Não se engane: há muita gente que começa bem, mas acaba, infelizmente, perdendo a visão espiritual e, por isso, tem o seu coração cheio de altares. É gente que afirma que serve a um único Deus, mas
  • 10. possui um coração idólatra, repleto de “deuses”, quando também não adora a si mesmo. O cristão não deve ser dominado ou escravizado por nada. Apenas Deus deve ser o Senhor soberano de sua vida. Silas Daniel