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Descartes

Pai da Filosofia Moderna
Contexto histórico
             “O filósofo viva a crise de seu
             tempo, em que as descobertas
             científicas contradiziam a física
             e a cosmologia aristotélicas,
             conduzindo a uma separação
             entre ciência e filosofia. Essa
             cisão, no entanto, não era
             aceitável para o filósofo, que
             recebera de La Flèche
             formação artistotélica-tomista,
             cujo pensamento oferecia um
             conjunto explicativo do Universo
             com base na metafísica e na
             física.”
A insatisfação leva Descartes a deixar os estudos
de letras e a iniciar, em 1619, uma série de
viagens pela Europa, disposto a conhecer “o
grande livro do mundo”. Durante a Guerra dos
Trinta Anos (1618-48), alista-se como voluntário
nos exércitos de Maurício de Nassau, da
Holanda, e do duque Maximiliano da Baviera
(Alemanha), mas parece ter atuado mais como
observador do que como combatente.
Em 1628, instala-se na Holanda, onde vive por
cerca de 20 anos, decidido a estudar também “a
si próprio”. Viaja para a Suécia em 1649, a
convite da rainha Cristina, mas não resiste ao
rigoroso inverno nórdico e morre em Estocolmo,
em 1 de fevereiro de 1650, vítima de pneumonia.
Sistema Cartesiano

                           em Filosofia
                                            conjunto de doutrinas básicas
                                            que visa responder as questões
    Sistema                                 filosóficas fundamentais
                                 relativas ao mundo
                                                           ao homem
Filósofos que elaboraram sistemas
                                    à sociedade
    Platão                                             ao comportamento humano

             Aristóteles
                               Santo Tomás de Aquino
                                                          Descartes
Descartes definira para si a
                missão de construir um
                sistema filosófico completo
                dependia de se encontrar o
                fundamento comum a todas as
                A possibilidade de unificar
                ciências particulares
                o conhecimento, isto é, de
                construir uma ciência
                universal, dependia de se
                encontrar o fundamento
                comum a todas as ciências
                particulares
Esse fundamento comum será a mathesis
universal, ou matemática universal.
Um triângulo sempre terá 3 lados


E a soma de seus ângulos
internos nunca deixará de ser
180 graus.




  Se alguém disser o contrário,
  já não estaremos falando de
  um triângulo, e sim de
  alguma outra coisa.
Para alcançar essa certeza que só as
matemáticas tem, Descartes adotou em
seu método filosófico o mesmo
procedimento lógico-demonstrativo da
geometria analítica. Isso porque ele
acreditava na existência de uma ordem
natural inerente (por natureza) à
estrutura do conhecimento. Para ele,
essa ordem era semelhante à
progressão matemática, na qual “quando
se tem os dois ou três primeiros termos,
não é difícil encontrar os outros”.
Ele recomendaria, aliás, a prática de
exercícios de geometria e de aritmética
como forma de cultivar no espírito os
princípios de seu método.
O método cartesiano (adjetivo que deriva
de Cartesius, forma latina do nome de
Descartes) encontra-se detalhadamente
apresentada na obra Regras para a
direção do espírito, composta de 21
regras.Em o Discurso do Método,
Descartes sintetiza esse método por
meio de quatro preceitos que prescreve
para si e que devem ser jamais
esquecidos na busca do conhecimento
verdadeiro:
Primeiro

  Jamais acolher alguma coisa como
  verdadeira que eu não conhecesse
  evidentemente como tal; isto é, de evitar
  cuidadosamente a precipitação e a
  prevenção e de nada incluir em meus
  juízos que não se apresentasse tão clara
  distintamente a meu espírito, que eu não
  tivesse nenhuma ocasião de pô-lo em
  dúvida.
Segundo

 Dividir cada uma das dificuldades que eu
 examinasse em tantas parcelas quantas
 possíveis e quantas necessárias fossem
 para melhor resolvê-las.
Terceiro

  Conduzir por ordem meus pensamentos,
  começando pelos objetos mais simples e
  mais fáceis de conhecer, para subir,
  pouco a pouco, como por degraus, até o
  conhecimento dos mais compostos, e
  supondo mesmo uma ordem entre os
  que não se precedem naturalmente uns
  aos outros.
Quarto

  Fazer em toda parte enumerações tão
  completas e revisões tão gerais que eu
  tivesse a certeza de nada omitir.
Em Suma

 O método cartesiano segue os seguintes
 passos:

  Duvidar
            Dividir

                      Observar e sistematizar

                                        Revisar
Dúvida Metódica
  Descartes descobre que é possível duvidar de
  tudo, pela variabilidade dos costumes, das
  opiniões, das crenças, etc. À semelhança dos
  céticos, resolve levar sua dúvida aos
  extremos, rejeitando “como falso tudo aquilo
  que pudesse imaginar a menor dúvida”. Assim,
  em busca de um ponto fixo para sobre ele
  basear o seu projeto de reconstrução do
  saber, Descartes constrói a dúvida metódica,
  pois é metodicamente necessário pôr tudo em
  dúvida.
Mergulhado em tantas dúvidas, Descartes
tem uma intuição, ele nota com clareza
que duvida e, se duvida, pensa. Não
importa se o que ele pensa é um
pensamento verdadeiro, não importa que
ele não tenha certeza; existe, porém, a
consciência de que pensa. E uma coisa
que pensa, existe, pelo menos enquanto
pensa. Então formula, em latim, “cogito,
ergo sum”, que significa “Penso, logo
existo”. Trata-se da primeira certeza, do
ponto fixo procurado, momento
fundamental da reflexão cartesiana
A existência de Deus para
Descartes
  O filósofo sabe apenas que as ideais
  existem, mas isso não é suficiente para
  fundamentar o edifício do saber que ele
  pretende construir, pois precisa provar
  que é possível conhecer as coisas do
  mundo e, antes disso, que elas existem.
  Mas como Descartes coloca em dúvida
  se o mundo existe, ele supõe que
  poderia ser ele próprio a causa de suas
  ideias: as ideias de mesa, fogo, cobertor
  seriam criadas em sua própria mente.
Procura, então, por uma ideia que não possa
ter ele mesmo como causa e encontra a ideia
de um ser perfeito (Deus), que não pode ter
como causa um ser imperfeito (ele próprio,
Descartes). O filósofo chega a conclusão
porque entendia que o efeito de uma coisa não
pode ser mais do que sua causa. Assim, o
único que poderia causar a ideia de perfeição
é um ser perfeito, e um ser perfeito é Deus.
Isso significa que Deus existe, pois se não
existisse não poderia causar a ideia de
perfeição que existe nele, Descartes. E, para
Descartes, a ideia de Deus só poderia ser uma
ideia inata, isto é, “ela nasceu e foi produzida
comigo desde o momento em que fui criado”.
Assim, a prova da existência de Deus dá
ao filósofo a sua segunda certeza: não
só ele, Descartes, existe como ser
pensante, mas também Deus existe. E
uma vez que Deus, um ser sem
imperfeições, não pode ser enganador, o
filósofo recupera a certeza nas ideias
claras e distintas. Por exemplo, a ideia
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Descartes: Pai da Filosofia Moderna

  • 2. Contexto histórico “O filósofo viva a crise de seu tempo, em que as descobertas científicas contradiziam a física e a cosmologia aristotélicas, conduzindo a uma separação entre ciência e filosofia. Essa cisão, no entanto, não era aceitável para o filósofo, que recebera de La Flèche formação artistotélica-tomista, cujo pensamento oferecia um conjunto explicativo do Universo com base na metafísica e na física.”
  • 3. A insatisfação leva Descartes a deixar os estudos de letras e a iniciar, em 1619, uma série de viagens pela Europa, disposto a conhecer “o grande livro do mundo”. Durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-48), alista-se como voluntário nos exércitos de Maurício de Nassau, da Holanda, e do duque Maximiliano da Baviera (Alemanha), mas parece ter atuado mais como observador do que como combatente. Em 1628, instala-se na Holanda, onde vive por cerca de 20 anos, decidido a estudar também “a si próprio”. Viaja para a Suécia em 1649, a convite da rainha Cristina, mas não resiste ao rigoroso inverno nórdico e morre em Estocolmo, em 1 de fevereiro de 1650, vítima de pneumonia.
  • 4. Sistema Cartesiano em Filosofia conjunto de doutrinas básicas que visa responder as questões Sistema filosóficas fundamentais relativas ao mundo ao homem Filósofos que elaboraram sistemas à sociedade Platão ao comportamento humano Aristóteles Santo Tomás de Aquino Descartes
  • 5. Descartes definira para si a missão de construir um sistema filosófico completo dependia de se encontrar o fundamento comum a todas as A possibilidade de unificar ciências particulares o conhecimento, isto é, de construir uma ciência universal, dependia de se encontrar o fundamento comum a todas as ciências particulares Esse fundamento comum será a mathesis universal, ou matemática universal.
  • 6. Um triângulo sempre terá 3 lados E a soma de seus ângulos internos nunca deixará de ser 180 graus. Se alguém disser o contrário, já não estaremos falando de um triângulo, e sim de alguma outra coisa.
  • 7. Para alcançar essa certeza que só as matemáticas tem, Descartes adotou em seu método filosófico o mesmo procedimento lógico-demonstrativo da geometria analítica. Isso porque ele acreditava na existência de uma ordem natural inerente (por natureza) à estrutura do conhecimento. Para ele, essa ordem era semelhante à progressão matemática, na qual “quando se tem os dois ou três primeiros termos, não é difícil encontrar os outros”.
  • 8. Ele recomendaria, aliás, a prática de exercícios de geometria e de aritmética como forma de cultivar no espírito os princípios de seu método.
  • 9. O método cartesiano (adjetivo que deriva de Cartesius, forma latina do nome de Descartes) encontra-se detalhadamente apresentada na obra Regras para a direção do espírito, composta de 21 regras.Em o Discurso do Método, Descartes sintetiza esse método por meio de quatro preceitos que prescreve para si e que devem ser jamais esquecidos na busca do conhecimento verdadeiro:
  • 10. Primeiro Jamais acolher alguma coisa como verdadeira que eu não conhecesse evidentemente como tal; isto é, de evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção e de nada incluir em meus juízos que não se apresentasse tão clara distintamente a meu espírito, que eu não tivesse nenhuma ocasião de pô-lo em dúvida.
  • 11. Segundo Dividir cada uma das dificuldades que eu examinasse em tantas parcelas quantas possíveis e quantas necessárias fossem para melhor resolvê-las.
  • 12. Terceiro Conduzir por ordem meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir, pouco a pouco, como por degraus, até o conhecimento dos mais compostos, e supondo mesmo uma ordem entre os que não se precedem naturalmente uns aos outros.
  • 13. Quarto Fazer em toda parte enumerações tão completas e revisões tão gerais que eu tivesse a certeza de nada omitir.
  • 14. Em Suma O método cartesiano segue os seguintes passos: Duvidar Dividir Observar e sistematizar Revisar
  • 15. Dúvida Metódica Descartes descobre que é possível duvidar de tudo, pela variabilidade dos costumes, das opiniões, das crenças, etc. À semelhança dos céticos, resolve levar sua dúvida aos extremos, rejeitando “como falso tudo aquilo que pudesse imaginar a menor dúvida”. Assim, em busca de um ponto fixo para sobre ele basear o seu projeto de reconstrução do saber, Descartes constrói a dúvida metódica, pois é metodicamente necessário pôr tudo em dúvida.
  • 16. Mergulhado em tantas dúvidas, Descartes tem uma intuição, ele nota com clareza que duvida e, se duvida, pensa. Não importa se o que ele pensa é um pensamento verdadeiro, não importa que ele não tenha certeza; existe, porém, a consciência de que pensa. E uma coisa que pensa, existe, pelo menos enquanto pensa. Então formula, em latim, “cogito, ergo sum”, que significa “Penso, logo existo”. Trata-se da primeira certeza, do ponto fixo procurado, momento fundamental da reflexão cartesiana
  • 17. A existência de Deus para Descartes O filósofo sabe apenas que as ideais existem, mas isso não é suficiente para fundamentar o edifício do saber que ele pretende construir, pois precisa provar que é possível conhecer as coisas do mundo e, antes disso, que elas existem. Mas como Descartes coloca em dúvida se o mundo existe, ele supõe que poderia ser ele próprio a causa de suas ideias: as ideias de mesa, fogo, cobertor seriam criadas em sua própria mente.
  • 18. Procura, então, por uma ideia que não possa ter ele mesmo como causa e encontra a ideia de um ser perfeito (Deus), que não pode ter como causa um ser imperfeito (ele próprio, Descartes). O filósofo chega a conclusão porque entendia que o efeito de uma coisa não pode ser mais do que sua causa. Assim, o único que poderia causar a ideia de perfeição é um ser perfeito, e um ser perfeito é Deus. Isso significa que Deus existe, pois se não existisse não poderia causar a ideia de perfeição que existe nele, Descartes. E, para Descartes, a ideia de Deus só poderia ser uma ideia inata, isto é, “ela nasceu e foi produzida comigo desde o momento em que fui criado”.
  • 19. Assim, a prova da existência de Deus dá ao filósofo a sua segunda certeza: não só ele, Descartes, existe como ser pensante, mas também Deus existe. E uma vez que Deus, um ser sem imperfeições, não pode ser enganador, o filósofo recupera a certeza nas ideias claras e distintas. Por exemplo, a ideia de que dois mais três é igual a cinco, pois não existe um Deus todo poderoso querendo enganar as pessoas o tempo todo.