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                                   Como Contestar uma Pesquisa Eleitoral?

                                          As a Search Contesting Election?

                                                                 Mário Ferreira Neto, netoferreiramario@hotmail.com1
                                                   Yasmim Correia Ribeiro Ferreira, yasmim.valentim@hotmail.com2
                                           Orientador: Prof. Ms. Cárbio Almeida Waqued; carbiowaqued@uol.com.br3


RESUMO
            Toda vez que assistimos na televisão ou lemos nos jornais aos resultados de
pesquisas eleitorais, seja como membro de algum grupo político ou como simples eleitor, uma
dúvida vem à nossa mente: Será que devemos confiar nos dados apresentados nas pesquisas
em relação aos candidatos a um cargo público?
            Há casos de pesquisas eleitorais para Prefeito em que, menos de 1.000 ou um
pouco mais de 1.000 pessoas são entrevistadas (pesquisadas) dentro de um universo eleitoral
de mais de 150.000 pessoas (eleitores aptos). Sempre há reclamações dos partidos políticos e
dos candidatos que estão em má posição nas disputas eleitorais, segundo as pesquisas. As
acusações estão afetas a distorções na forma de coleta de dados, manipulação e maquinação
na mensuração dos dados e má-fé na hora da divulgação.
            Apesar destes argumentos contrários em relação à confiabilidade e credibilidade
das pesquisas eleitorais, indispensável em uma pesquisa eleitoral, boa metodologia de
amostragem, boa coleta de dados e apuração realizada de forma adequada, correta e imparcial.
            O objetivo deste trabalho é esclarecer questões relevantes divulgadas nas
pesquisas eleitorais, principalmente para leitores não familiarizados com a teoria estatística.
As informações contidas em uma pesquisa eleitoral possuem aspectos técnicos relativamente
simples, que devem ser considerados por todos aqueles que tenham interesses em
compreender, analisar e interpretá-las.

PALAVRAS-CHAVES: Coleta de dados, eleitorado, estimação, margem de erro, pesquisa
eleitoral, nível de confiança, tamanho da amostra.

ABSTRACT
             Every time we watch on television or read in the papers the results of polls,
either as a member of any political group or as simple voter, a question comes to mind:
Should we trust the data presented in research regarding candidates for a public office?
             There are cases of polls for mayor in which less than 1,000 or a little more than
1,000 people are interviewed (surveyed) within an electorate of over 850,000 people (voters
eligible). There are always complaints from political parties and candidates who are in a
bad position in electoral disputes, according to polls. The charges are afetas to distortions
in the form of data collection, manipulation and machination in measuring data and bad
faith at the time of disclosure.



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  Licenciado em Matemática pela Fundação Universidade do Tocantins: Data de Colação de Grau: 5.2.1999 - Especialista em Matemática e
Estatística pela Universidade Federal de Lavras do Estado de Minas Gerais: Data da Conclusão: 5.7.2002 - Acadêmico de pós-graduação do
Curso de MBA em Perícia Judicial e Auditoria pela Pontifícia Católica de Goiás em convênio com Instituto de Organização de Eventos,
Ensino e Consultora S/A LTDA (PUC-GO/IPECON) – Experiência na Docência do Ensino Superior de Matemática Financeira e Estatística e
Métodos Quantitativos nos Cursos de Administração e Ciências Contábeis por mais de 13 anos.
2
  Graduanda do Curso de Direito da Faculdade de Palmas – FAPAL – 2º Período de Direito.
3
  Graduado em Administração de Empresas, Pós-graduado em Administração de Marketing, Mestre em Engenharia de Produção. Professor
de Orientador da Pontifícia Católica de Goiás - PUC/GO para graduação e pós-graduação.
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            Despite these opposing arguments regarding the reliability and credibility of
polls, in a research essential electoral good sampling methodology, good data collection
and calculation performed adequately, properly and impartially.
            The objective of this study is to clarify relevant issues disclosed in the polls,
especially for readers unfamiliar with the statistical theory. The information contained in
an electoral survey have relatively simple technical aspects that should be considered by all
those who have interests in understanding, analyzing and interpreting them.

KEY WORDS: Collecting data, voters, pet, margin of error, electoral research, confidence
level, the sample size.

INTRODUÇÃO
             A Estatística é um conjunto de métodos que, utilizando procedimentos
matemáticos, visa conhecer e descrever a realidade que nos cerca; analisar seus fenômenos
naturais e sociais; fornecer informações de apoio às Ciências. A Estatística é uma parte da
Matemática, assim como é o Cálculo Integral, a Geometria, a Trigonometria. A Estatística
consiste em contar, mensurar (medir), classificar, relacionar, comparar, prever, testar e
analisar os dados que expressam as características desta realidade.
             A palavra Estatística foi criada no século XVII, por Helenus Politanus. Foi uma
variação do termo Estadística, algo como conhecimento das coisas do Estado, “Estado”, aqui
querendo dizer “governo”. A Estatística, em seus primórdios, já foi chamada de Matemática
Política, por Sir William Petty (1623-1687), um dos primeiros economistas, mas a palavra
retorna a tradução para a língua inglesa, por John Arthubnot (1667-1735), de um trabalho de
Huygens (1629-1695) sobre o cálculo de probabilidade, em seus trabalhos posteriores.
             Estatística é trabalho de pesquisa e investigação sobre a realidade.
Compreendemos a Estatística através de sua história, uma história em que homens e mulheres
se debruçaram sobre os problemas que surgiam e ainda surgem.
             O método estatístico é processo/produto de contar, medir e classificar conjuntos,
na maioria, com número muito grande de elementos - “conjuntos de tamanho infinito” – por
se tornarem complexos e trabalhosos, à medida que estes conjuntos cresciam mais e mais de
tamanho.
             A questão é conhecer a “realidade”, quando esta realidade é complexa, incerta,
irregular, variada e frequentemente mutável. Têm-se três processos para conhecer a
“realidade”: censo ou recenseamento é o processo de coleta de dados em que todo o conjunto
universo é pesquisado. Todos os elementos do conjunto são estudados, um a um. O censo só
termina quando todo o conjunto universo for totalmente abrangido; levantamento é parecido
com o censo, mas é realizado em um subconjunto do universo, chamado de partição,
“escolhido”, segundo informações anteriores que indicam que aquele subconjunto é bastante
“representativo” do universo; método estatístico é o procedimento de descrever universo de
qualquer tamanho, analisar as relações entre seus elementos e efetuar todos os processos
estatísticos de previsão e testes.
             A população ou universo em estudo é definido e delimitado, alguns de seus
elementos, são “sorteados” para compor um subconjunto da população chamada amostra.
Antes de efetuar este sorteio, o universo é homogeneizado, isto é, deve-se garantir que cada
elemento do universo tem a mesma probabilidade de ser sorteado do que qualquer outro
elemento.
             A amostra obtida é de tamanho muito menor do que a população. Portanto,
passível e possível de ser estudada, isto é, podemos calcular sobre a amostra uma série de
medidas que a descreve. Estas medidas descritivas da amostra são chamadas de estatísticas.
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São medidas como a média, a mediana, a variância, o desvio-padrão, o erro-padrão,
coeficiente de variabilidade, o nível de confiança, a margem de erro, entre outras.
            As estatísticas descrevem a amostra, ou melhor, traduzem em números a
constituição e a relação entre seus elementos. A partir das estatísticas que descrevem a
amostra, é efetuada uma série de cálculos matemáticos com o objetivo de determinar outros
números, que são chamados de parâmetros. Estes parâmetros são medidas estatísticas que
descrevem a população. O cálculo dos parâmetros é chamado de Inferência Estatística.
            Os atributos são as qualidades ou características que os elementos de um universo
e de uma amostra extraído possuem. Estes atributos podem ser valorados, isto é, assumir
diferentes valores, numéricos ou não, passando a se chamar variáveis. Embora os processos
de amostragem e inferência, sejam baseados nos Cálculos de Probabilidades, muitas amostras
são coletadas por outros processos não-probabilísticos ou intencionais, porém mesmo assim,
continuam válidas, sob determinadas condições. As variáveis são classificadas de acordo com
o tipo de valores que podem assumir (classe socioeconômica, faixa etária, nível de
escolaridade, raça, sexo, tipo de moradia, entre outros).
            Uma variável é quantitativa ou numérica quando assume exclusivamente valores
numéricos. É quantitativa discreta quando estes valores pertencem ao conjunto dos Números
Naturais (0, 1, 2, 3, 4, 5,...). Geralmente, estes valores são resultado de um processo de
contagem. Uma variável é quantitativa ou numérica contínua quando pode assumir valores
pertencentes ao conjunto dos Números Racionais. Geralmente, estes valores são resultado de
uma medição.
            Uma variável é qualitativa ou categórica ou nominal quando pode assumir apenas
valores não-numéricos.

APRESENTAÇÃO
            Em uma pesquisa de intenção de voto, o universo a ser entrevistado ou
pesquisado, é todos os eleitores com idade igual ou superior a 16 anos, devidamente inscritos,
aptos a votar na eleição em referência: Prefeito e Vereador (pleito de 2012). Em função dos
problemas de custo torna-se impraticável consultar todas as pessoas que compõe esse
universo, logo temos que nos contentar em entrevistar uma pequena parcela dessa população
que recebe o nome de amostra, porém não pode ser uma pequena quantidade, porque senão
comprometer-se-á a credibilidade da pesquisa.
            Os principais fatores utilizados para definir a composição da amostra são: nível
socioeconômico, grau de instrução, sexo, faixa etária - idade. Resumidamente, durante a
realização de uma pesquisa existe uma proporção desconhecida de eleitores que pretendem
votar em um determinado candidato, depois da conclusão da entrevista (pesquisa), obtém-se a
proporção de eleitores da amostra que manifestaram sua preferência por certo candidato.
            O problema agora é saber como usar essas informações para obter uma estimativa
para a proporção de eleitores na população. Uma forma de se mostrar esses resultados é
utilizando intervalo de confiança para a proporção de eleitores da amostra, que pretendem
votar em um determinado candidato.

PESQUISAS ESTATÍSTICAS E/OU ELEITORAIS
            A pesquisa eleitoral ou qualquer espécie de pesquisa de opinião pública é o
método utilizado pelos institutos de pesquisa para sondarem, por amostragem, a intenção de
voto dos eleitores, trazendo em seu bojo a função da informação de um quadro diagnosticado,
bem como a função de propaganda eleitoral.

           Suzana de Camargo Gomes conceitua pesquisas como:
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           “consultas feitas junto a determinadas faixas da população com a objetividade de restarem aferidas
           as preferências, as escolhas, as opiniões, enfim, o pensamento a respeito de determinado ponto ou
           aspecto. Trata-se de uma coleta de dados por amostragem, posto que somente parte do universo é
           investigado, sendo que se chega à conclusão a respeito das manifestações coletadas, utilizando-se
           para tanto critérios matemáticos, estatísticos, a permitir, daí, uma avaliação a respeito da opinião
           pública num determinado momento”.

             As informações estatísticas permeiam o cotidiano dos cidadãos, as quais
conduzem suas tomadas de decisões. Contudo, muitas dessas informações contêm armadilhas,
espertezas, logros e manobras matemáticas ou estatísticas, que o cidadão comum não
consegue contestar, por não possuir conhecimentos básicos de Estatística: Estatística
Descritiva e Inferência Estatística.
             Cada vez mais, assistimos à poluição das informações com estatísticas, gráficos,
sobretudo, números de pesquisas eleitorais.
             Um exemplo claro da cilada estatística eleitoral, basta lembrar o pleito eleitoral
para o Governo do Estado da Bahia para vermos como a mídia televisiva e impressa usou uma
linguagem, que acabou por ser assumida e conhecida pelo cidadão comum. Termos antes
restritos à academia, tais como: amostragem, margem de erro, nível de confiança, adentram
nos lares brasileiros no horário nobre da televisão. Jornais, outdoors, revistas estampam
gráficos e números, cada vez mais coloridos, eficientes, envolventes e sofisticados, porém não
são sempre confiáveis e fidedignos.
             Desde o início do século XX já se alertava que para ser um cidadão pleno, esse
deveria estar capacitado para calcular, pensar em termos de média, mínimo e máximo, assim
como a ler e escrever, neste sentido entendia H. G. Wells que dizia: “Raciocinar
estatisticamente será um dia tão necessário quanto à habilidade de ler e escrever”.
             O apelo para o uso da representação gráfica deve-se a eficiência para transmitir
informações e por ser visualmente mais prazerosa, existindo evidências que os formatos
gráficos apresentam a informação de uma forma mais amena para as pessoas perceberem,
raciocinarem mais facilmente sobre a informação repassada pela mídia televisada ou outros
veículos de comunicação.
             Um exemplo claro, simples e muito familiar para qualquer cidadão brasileiro é a
pesquisa eleitoral, pois a cada dois anos, o Brasil tem eleições e a disputa eleitoral tem nos
resultados das pesquisas eleitorais, talvez a principal referência.
             Nas eleições do pleito de 2006, muitos institutos de pesquisa, conhecidos e
conceituados, erraram seus prognósticos de forma muito grave. O exemplo mais contundente
foi da eleição para o Governo no Estado da Bahia, conforme anteriormente dito.
             Em termos de votos válidos, o candidato Paulo Souto sempre esteve pelo menos
20% à frente do segundo colocado, o candidato Jacques Wagner. Do ponto de vista estatístico,
com estes dados, a probabilidade de uma reversão da tendência seria infinitamente pequena,
quase impossível. No entanto, não só o candidato Jacques Wagner ultrapassou o candidato
Paulo Souto, como o fez com folga, vencendo o pleito, já no primeiro turno.
             Observe-se a importância de informações estatísticas como esta, aqui noticiada,
pelo seu impacto na formação de opinião do eleitorado. Estudos mostram que os resultados
das pesquisas eleitorais induzem o eleitor, havendo a propensão ao voto vencedor ou voto útil.
Isto é muito grave, pois o cidadão fica vulnerável a informações como estas, por não
compreender o processo estatístico e a utilização da informação.
             Neste caso, queremos não acreditar que tenha havido má-fé no processo estatístico
de coleta e análise de dados, uma vez que a confiabilidade e a credibilidade são dois valores
que qualquer instituto de pesquisa de opinião tem por obrigatoriedade almejar. A
credibilidade está em função da maior quantidade de acerto nas pesquisas desses institutos.
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             Assim, surge a indagação: Por que um erro grave, comprometedor das pesquisas?
Levantamos algumas hipóteses, dentre elas a mais importante é de que a Estatística, assim
como qualquer ferramenta científica, parte de pressupostos que devem ser respeitados, tais
como, por exemplo, a distribuição aleatória e representativa da amostra em relação à
população em estudo. Um sistema eficiente de controle de qualidade da coleta de dados -
lembrar, quem colhe os dados, são pessoas que na maioria, não tem treinamento adequado
para agir com imparcialidade no momento da entrevista, dentre outras questões operacionais.
             Por outro lado, a Estatística é somente uma ferramenta, que cria ou produz dados
estatísticos “frios” e “limitados”. Quem dá vida aos dados, transformando-os em informações
relevantes são as pessoas, aquelas que leem e traduzem seus significantes em significados, os
especialistas - cientistas políticos, sociólogos, publicitários, entre outros.
             Exatamente, neste ponto, surge a pergunta: Será que esse processo é bastante
complexo que um professor, seja de Matemática ou de qualquer outra área não consiga fazer
essas leituras? Sim, acredito que pelo menos entender o processo envolvido na geração desses
dados, tendo em vista que, em tese, esse professor é formado em curso de nível superior, tem
a disciplina obrigatória de Estatística Básica.
             Mas, se por um lado, a “guerra” política pelos votos dos cidadãos pode
desencadear uma disputa acirrada e nada ética, traduzida em uma “guerra” de informações,
onde as palavras, os números e os discursos se transformam em artimanha e astúcia, deixando
vulnerável o cidadão.
             A pesquisa eleitoral encontra amparo na liberdade de informação e vem sendo
protegida, desde os primórdios da Era Moderna com a Declaração Universal dos Direitos
Humanos: “todo homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a
liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e de transmitir
informações e ideias por quaisquer meios independentemente de fronteiras”.
             Por outra vertente, a pesquisa eleitoral tem a capacidade de influenciar e de
induzir o eleitorado, bem como de ter seus resultados manipulados, maquinados e distorcidos
que pode ser convertida em instrumento privilegiado de propaganda.
             Do choque entre a liberdade de informação e o potencial para desequilibrar o
pleito eleitoral, surgiu à necessidade de controle das pesquisas eleitorais, fato que motivou o
legislador a criar normas para controle. Tais regras estão contidas na Lei 9.504, de 30/9/1997,
cujas normas são regulamentadas pelo Tribunal Superior Eleitoral, através de Resoluções que,
em regra, renovam-se a cada eleição. Essa regulamentação encontra respaldo no artigo 23,
inciso IX, do Código Eleitoral e no artigo 105 da Lei 9.504, de 30/9/1996.
             Por outro lado, a própria lei lhe possibilita amparo, oportunizando-lhe o direito à
informação.
             Neste caso específico, a Lei Eleitoral nº 9.504/1997 (art. 33) com alterações
acrescidas pela Lei Eleitoral nº 11.300/2006 (art. 35-A) e a Resolução TSE nº 23.364/2011
estabelecem as regras das pesquisas eleitorais e possibilita a qualquer cidadão, frente aos
“bastidores” da informação estatística produzida para a divulgação de pesquisas eleitorais.
             Se esta faculdade, atribuída por lei, fosse adotada e utilizada por professores de
Matemática, articulados com os alunos e representantes políticos para terem acesso a essas
informações, levando-as para Escolas e Faculdades a fim de discutirem aos conceitos
matemáticos e estatísticos envolvidos no processo de coleta dos dados, do plano amostral -
distribuição dos entrevistados por bairros ou regiões, das perguntas formuladas, dentre outros
aspectos da pesquisa, certamente fariam repensar aqueles políticos e institutos de pesquisa que
utilizam e abusam da ferramenta estatística.
             Nesse sentido, adentro a profundidade da reflexão para mencionar que o professor
de Matemática não pode se limitar a ser um mero repassador de fórmulas e algoritmos, mas
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deve dar sentido e vida a essa matemática escolar que parece tão distante, mas que se faz cada
vez, mais necessária.
             Pesquisa eleitoral e enquete não se confundem por que esta não traz em si a marca
da formalidade pertinente a aquela, por se tratar de mero levantamento de opiniões em uma
população, sem controle de amostra que não utiliza método científico-estatístico para a sua
realização, obtidos apenas por participação espontânea do interessado.
             As informações que ora apresento são para alertar ao brasileiro, em especial ao
público goiano de como contestar estatística de pesquisa eleitoral, tendo em vista a praxe
adotada pela maioria dos institutos de pesquisas estatísticas de intenções de voto nos anos
eleitorais, geralmente manipulam e maquinam dados estatísticos com certa armadilha e
esperteza.
             O objetivo deste trabalho é desmistificar as ideias pré-concebidas sobre
estatísticas eleitorais para se evitar o “fascínio” por números, percentagens e gráficos ou a
ignorância sobre como estes números, percentuais e gráficos são produzidos e turvem o senso
crítico das pessoas.
             Não são todas as estatísticas referentes às pesquisas eleitorais veiculadas ao
público, principalmente pela mídia televisiva, jornais ou revistas, distorcidas ou erradas que
merece ser consideradas com suspeição, mas muitas vezes, as informações apresentadas e
divulgadas são incompletas ou tendenciosas, se torna difícil acreditar nessas pesquisas.
             Para se verificar a confiabilidade e validade de uma pesquisa-estatística eleitoral,
seja veiculada por jornal televisivo ou jornal escrito de grande aceitação e circulação ou
revista especializada, deve-se fazer algumas considerações:
             Procuremos saber quem está divulgando a estatística: pode ser uma empresa de
negociação política, um sindicato na mesma situação ou uma entidade vinculada ao governo
ou uma empresa “independente” especializada em pesquisa e estatística eleitoral que precisa
mostrar resultados sobre pesquisas de intenções de voto ou um jornal ou revista com
intenções de divulgar boa matéria, objetivando informar ao público sobre determinadas
situações.
             Em anos, mesmo antes da realização do pleito eleitoral, os institutos de pesquisas-
estatísticas: Data Folha, IBOPE, IMPAR, SERPES, SENSUS, Veritá, VOPE, Vox Populi,
entre outros, veículos de comunicações locais: TV Anhanguera, Jornal do Tocantins, Jornal
Primeira Página, Jornal Stylo, Jornal T1 Notícias, Revista ou Periódico, entre outros, iniciam
suas pesquisas-estatísticas afetas a intenções de voto aos pretensos candidatos a cargos
eletivos, anteriormente ao registro de candidatura perante o órgão competente: Zona Eleitoral
- Cartório Eleitoral, Tribunal Regional Eleitoral ou Tribunal Superior Eleitoral, o primeiro no
caso de eleições municipais.
             Procuremos os viesamentos deliberados e inconsistentes aplicados aos resultados
da pesquisa-estatística, porque um viesamento comum é encontrado na forma de apresentar os
resultados. Os institutos de pesquisas realizam a sua pesquisa e tabulação dos dados,
fornecendo-os aos veículos de comunicações que a divulgam, afirmando que o candidato x
obteve y% de intenções de voto, mas não são divulgados os parâmetros e variáveis adotadas
ou a metodologia utilizada na realização da pesquisa, apenas faz menção de algum critério,
mas não serve de base para a confirmação do que se afirma.
             Os institutos de pesquisa em períodos eleitorais atuam como verdadeiros
termômetros da vontade popular, tendo em vista que tem significativa influência na opinião
do eleitor. Com isso, surgem as indagações: Como são realizadas as amostragens? Qual a
confiabilidade dos números divulgados? Por que uma investigação realizada com menos de
1.000 ou um pouco mais de 1.000 pessoas, pode revelar o ânimo de mais de 850.000
eleitores? Qual a empresa-instituto realizou a pesquisa? Qual o grau de credibilidade e
confiabilidade da pesquisa divulgada pelo instituto que a pesquisou? Quem encomendou a
7




pesquisa? A pesquisa obedece aos parâmetros estatísticos com fidelidade ou é manipulada ou
tendenciosa? Quais os critérios estatísticos e matemáticos considerados na tabulação dos
dados e nos resultados? Quais os eventuais erros, a pesquisa em si ou a divulgação dos
resultados? O cidadão de bom senso crítico tem pretensão de ver estas questões respondidas
com objetividade.
             Se o elaborador da pesquisa utilizar a média aritmética, geométrica, harmônica,
ponderada e mediana - medidas de tendência central, a mais utilizada e a média aritmética,
para calcular a porcentagem “média” das intenções de voto ao candidato x, esta média pode
ser dissociada da realidade ou distorcida dos dados coletados na pesquisa por valores
discrepantes, por estarem distantes da maioria dos outros candidatos. A variância, desvio
padrão, erro padrão, coeficiente de variação - medidas de dispersão.
             Se o elaborador da pesquisa utilizar à mediana para calcular a porcentagem das
intenções de voto ao candidato x, esta mediana divide um conjunto de amostra - parte
considerável de dados em duas partes iguais, isto é, uma metade é maior do que a mediana e
outra é menor.
             Para melhor compreensão, observe-se a divulgação de pesquisas eleitorais dos
candidatos ao Governo Municipal de Palmas - Estado do Tocantins pelos Jornais impressos e
televisivos:

          CANDIDATO                     PERCENTUAL                         CANDIDATO                     PERCENTUAL
MARCELO LELIS                                     40,20%         MARCELO LELIS                                     43,88%
CARLOS AMASTHA                                    20,96%         CARLOS AMASTHA                                    23,91%
LUANA RIBEIRO                                     19,69%         LUANA RIBEIRO                                     18,53%
FÁBIO RIBEIRO                                      1,27%         DOUTOR LUCIANO                                     1,47%
PROFESSOR ADAIL                                    0,64%         PROFESSOR ADAIL                                    0,74%
DOUTOR LUCIANO                                     0,64%         FÁBIO RIBEIRO                                      0,29%
ABELARDO GOMES                                     0,36%         ABELARDO GOMES                                     0,15%
INDECISOS                                          9,35%         INDECISOS                                         11,03%
BRANCO/NULO                                        6,90%         BRANCO/NULO                                        0,00%
MARGEM DE ERRO                                     3,00%         MARGEM DE ERRO                                     3,50%
ELEITORES PESQUISADOS                                1102        ELEITORES PESQUISADOS                               680
INSTITUTO DE PESQUISA                              IPET1*        INSTITUTO DE PESQUISA                            STYLO**
REGISTRO NO TRE-TO                           00070-2012          REGISTRO NO TRE-TO                          00081-2012
PERÍODO DA PESQUISA                      22 a 24/8/2012          PERÍODO DA PESQUISA                     27 a 28/8/2012
*Instituto de Pesquisa T1/Jornal T1 Notícias - Ed. 04, p.4   **Instituto Stylo/Jornal Stylo - Ed. 415, p. A1/A2

          CANDIDATO                     PERCENTUAL                         CANDIDATO                     PERCENTUAL
MARCELO LELIS                                         36%        CARLOS AMASTHA                                      47%
CARLOS AMASTHA                                        26%        MARCELO LELIS                                       30%
LUANA RIBEIRO                                         16%        LUANA RIBEIRO                                        7%
DOUTOR LUCIANO                                         1%        DOUTOR LUCIANO                                       1%
PROFESSOR ADAIL                                        1%        PROFESSOR ADAIL                                      1%
FÁBIO RIBEIRO                                          1%        FÁBIO RIBEIRO                                        0%
ABELARDO GOMES                                         0%        ABELARDO GOMES                                       0%
INDECISOS                                             13%        INDECISOS                                           11%
BRANCO/NULO                                            7%        BRANCO/NULO                                          3%
MARGEM DE ERRO                                         4%        MARGEM DE ERRO                                       4%
8




ELEITORES PESQUISADOS                              504       ELEITORES PESQUISADOS                         504
INSTITUTO DE PESQUISA                          IBOPE*        INSTITUTO DE PESQUISA                      IBOPE**
REGISTRO NO TRE-TO                        00083-2012         REGISTRO NO TRE-TO                   00286-2012
PERÍODO DA PESQUISA                   27 a 29/8/2012         PERÍODO DA PESQUISA               15 a 17/9/2012
*IBOPE/TV Anhanguera/Jornal do Tocantins                   ** IBOPE/TV Anhanguera/Jornal do Tocantins

          CANDIDATO                  PERCENTUAL                       CANDIDATO               PERCENTUAL
MARCELO LELIS                                     41%        MARCELO LELIS                                 39%
LUANA RIBEIRO                                     29%        CARLOS AMASTHA                                26%
CARLOS AMASTHA                                      8%       LUANA RIBEIRO                                 17%
DOUTOR LUCIANO                                      1%       DOUTOR LUCIANO                                 1%
FÁBIO RIBEIRO                                       1%       PROFESSOR ADAIL                                1%
PROFESSOR ADAIL                                  0,5%        FÁBIO RIBEIRO                                  1%
ABELARDO GOMES                                   0,5%        ABELARDO GOMES                                 1%
INDECISOS                                         13%        INDECISOS                                     11%
BRANCO/NULO                                         6%       BRANCO/NULO                                    3%
MARGEM DE ERRO                                   3,5%        MARGEM DE ERRO                               3,5%
ELEITORES PESQUISADOS                              700       ELEITORES PESQUISADOS                         700
INSTITUTO DE PESQUISA                          VOPE*         INSTITUTO DE PESQUISA                      VOPE**
REGISTRO NO TRE-TO                            -----/----     REGISTRO NO TRE-TO                   00098-2012
PERÍODO DA PESQUISA                      6 a 8/8/2012        PERÍODO DA PESQUISA                 3 a 5/9/2012
*VOPE/Jornal Primeira Página - Ed. 1036, 12 a 18/8/2012    *VOPE/ Jornal Primeira Página
*VOPE/Jornal Primeira Página - Ed. 1037, 19 a 25/8/2012

          CANDIDATO                  PERCENTUAL               CANDIDATO (ESPONTÂNEA)          PERCENTUAL
CARLOS AMASTHA                                  43,3%        CARLOS AMASTHA                             42,30%
MARCELO LELIS                                   35,3%        MARCELO LELIS                              35,00%
LUANA RIBEIRO                                    9,2%        LUANA RIBEIRO                               8,80%
DOUTOR LUCIANO                                   0,6%        DOUTOR LUCIANO                              0,60%
PROFESSOR ADAIL                                  0,2%        PROFESSOR ADAIL                             0,20%
FÁBIO RIBEIRO                                    0,2%        FÁBIO RIBEIRO                               0,20%
ABELARDO GOMES                                   0,0%        ABELARDO GOMES                              0,00%
INDECISOS                                        8,9%        INDECISOS                                  10,50%
BRANCO/NULO                                      2,4%        BRANCO/NULO                                 2,50%
MARGEM DE ERRO                                  3,09%        MARGEM DE ERRO                              3,09%
ELEITORES PESQUISADOS                            1001        ELEITORES PESQUISADOS                        1001
INSTITUTO DE PESQUISA                        SERPES*         INSTITUTO DE PESQUISA                      IBOPE**
REGISTRO NO TRE-TO                        00294-2012         REGISTRO NO TRE-TO                   00294-2012
PERÍODO DA PESQUISA                   18 a 22/9/2012         PERÍODO DA PESQUISA               18 a 22/9/2012
*SERPES/Jornal do Tocantins                                **SERPES/Jornal do Tocantins

 CANDIDATO (ESPONTÂNEA)              PERCENTUAL               CANDIDATO (ESPONTÂNEA)          PERCENTUAL
MARCELO LELIS                                     32%        CARLOS AMASTHA                                46%
CARLOS AMASTHA                                    25%        MARCELO LELIS                                 28%
LUANA RIBEIRO                                     15%        LUANA RIBEIRO                                  6%
DOUTOR LUCIANO                                      1%       DOUTOR LUCIANO                                 1%
PROFESSOR ADAIL                                     1%       PROFESSOR ADAIL                                0%
9




FÁBIO RIBEIRO                                 0%     FÁBIO RIBEIRO                                  0%
ABELARDO GOMES                                0%     ABELARDO GOMES                                 0%
INDECISOS                                    19%     INDECISOS                                     16%
BRANCO/NULO                                   7%     BRANCO/NULO                                    3%
MARGEM DE ERRO                                4%     MARGEM DE ERRO                                 4%
ELEITORES PESQUISADOS                        504     ELEITORES PESQUISADOS                         504
INSTITUTO DE PESQUISA                      IBOPE*    INSTITUTO DE PESQUISA                       IBOPE*
REGISTRO NO TRE-TO                     00083-2012    REGISTRO NO TRE-TO                    00286-2012
PERÍODO DA PESQUISA                27 a 29/8/2012    PERÍODO DA PESQUISA                15 a 17/9/2012
*IBOPE/TV Anhanguera/Jornal do Tocantins            ** IBOPE/TV Anhanguera/Jornal do Tocantins

             Publicadas recentemente, três pesquisas eleitorais trouxeram resultados
contraditórios, distintos e incoerentes em seus conteúdos com relação ao percentual de
intenção de voto para cada candidato à Prefeitura de Palmas. A variação atingiu, inclusive, a
colocação de candidatos na preferência do eleitorado palmense, fazendo oscilar a
classificação de Luana Ribeiro (PR) e Carlos Amastha (PP) na segunda colocação. O que não
se alterou foi à colocação do candidato Marcelo Lelis (PV).
             De acordo com a pesquisa IBOPE encomendada pela Associação Comercial e
Industrial de Palmas (ACIPA), o candidato do Marcelo Lelis continua liderando as intenções
de voto do eleitorado de Palmas com 43%. Na segunda colocação aparece a candidata Luana
Ribeiro com 13% seguida de perto pelo empresário Carlos Amastha com 11%. Nesta
publicação, votos nulos e brancos somam 11% e não sabem ou não responderam somam 21%.
             O Instituto VOPE, trouxe um resultado bastante diferente no que diz respeito ao
percentual de intenção dos eleitores com relação à candidata Luana Ribeiro. Na pesquisa
publicada no jornal Primeira Página, Marcelo Lelis segue liderando com 41%, seguido de
Luana Ribeiro com 29% - mais do que o dobro da pesquisa IBOPE - Amastha com 8%. Na
publicação do jornal Primeira Página, os indecisos somam 13% e branco/nulos somaram 6%.
             A publicação do Instituto Stylo (Promotion Editora Eventos e Promoções Ltda)
que trouxe maior diferencial. Na pesquisa deste Instituto, o candidato Marcelo Lelis está na
liderança com 41,71% das intenções de voto, seguido pelo empresário Carlos Amastha que é
apontado com 22, 86% à frente de Luana Ribeiro que somou um total de 14,57%. Um fator
preponderante nas três pesquisas, além da colocação de Marcelo Lelis é o somatório dos
demais candidatos à Prefeitura de Palmas. Nas publicações, os candidatos: Dr. Luciano (PR),
Fábio Ribeiro (PT do B), Professor Adail (PSDC) e Abelardo Gomes (PSOL) não somam 3%
das intenções de voto do eleitorado.
             Os candidatos em posição central nas intenções de votos, nos resultados
divulgados pelos institutos de pesquisas eleitorais, dentre os setes candidatos: Instituto IpeT1,
o candidato Fábio Ribeiro (1,27%); Instituto Stylo, o candidato Dr. Luciano (1,47%); IBOPE,
o candidato Dr. Luciano (1,0%); IBOPE, o candidato Dr. Luciano (1,0%).
             A porcentagem de intenções de voto (percentagem mediana) representa melhor a
importância do conjunto da amostra da população pesquisada. Assim, a pesquisa quantitativa
divulgada, passa a conferir aval técnico-científico à notícia “espectacularizada”, para lhe dar
maior credibilidade.
             Antes de divulgar uma pesquisa-estatística, especialmente uma pesquisa eleitoral
se devem procurar os indícios de viesamento: uma amostra selecionada indevidamente ou que
seja muita pequena, permite e conduz uma conclusão não-confiável, além de produzir no
eleitorado uma opinião dissociada da realidade, porque a opinião não se mede e não se pesa,
não se toca e não se vê, por ser intangível e invisível.
             Nas pesquisas eleitorais realizadas, aqui mencionadas (conforme quadros de
dados extraídos da mídia), o eleitorado pesquisado é muito mínimo, isto é, uma quantidade
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muito pequena. O tamanho dessas amostras escolhidas (pesquisadas) não se mostra como
adequada, ideal e suficiente para certas conclusões, por exemplo: os candidatos que figura nos
2º e 3º lugares nas pesquisas, pode tornar-se, 1º e 2º colocados nos resultados da eleição, isto
é, pode haver uma reversão entre os candidatos que figuram nos três primeiras colocações em
função de que a quantidade de eleitores que declaram suas intenções de voto branco/nulo e
dos eleitores que não sabem ou não responderam (indecisos), são percentuais bastante
significativos tanto em Estatística quanto em Matemática.
             Por outro lado, os institutos de pesquisas não adotaram um parâmetro correto,
hábil e ideal para aferir-se o tamanho certo para uma amostra adequada e suficiente para
extrair as conclusões divulgadas, pois os critérios definidos pelos institutos, por exemplo:
nível de confiança e margem de erro, conforme utilizadas pelos institutos corresponde a uma
amostra com uma quantidade maior de eleitores, porém fora pesquisada uma quantidade
menor de eleitores do que a quantidade ideal (tamanho da amostra coerente e correta). Ao
final, teremos os cálculos para demonstrar qual seria o tamanho da amostra ideal com os
critérios de nível de confiança e margem de erro, utilizados pelos institutos.
             Assim, poderão ocorrer erros quanto à veracidade da informação do entrevistado:
a) o informante pode mentir em relação aos dados demo-sócio-econômicos; b) o informante
pode mentir em relação a sua intenção de voto; c) o informante pode mudar de opinião com
ou sem novo cenário político.
             Também podem ter erros quanto à qualidade do levantamento de campo. Com
qualquer método de amostragem, o procedimento do levantamento da informação é
fundamental, isto é, a seriedade, a forma criteriosa e a competência da equipe que faz o
levantamento dos dados é o ponto crítico da pesquisa. O projeto da obra civil pode ser
perfeito, mas se o mestre e seus operários não forem competentes, com certeza, cai por
desequilíbrio. Ainda podem ter erros inerentes à metodologia estatística.
             A estatística não tem pretensão de fazer estimativas exatas, admite o erro como
sendo fato inerente e inevitável nos seus procedimentos de estimação. O erro é um parceiro
constante na atividade do profissional estatístico, mesmo na estimação de aspectos concretos
da população, onde se podem usar instrumentos de medida e avaliação. A estimativa por
amostragem nestas situações mais simples estaria sujeita a erros. Aliás, mesmo que se fizesse
um censo, que no caso eleitoral ocorre no dia da eleição, não há como eliminar erros. Não há
medida sem erro. A pesquisa é a técnica de conseguir uma prévia com erro previsto, de custo
baixo e rapidamente.
             Em uma pesquisa de opinião onde o aspecto a ser determinado tem natureza
intangível e invisível, se aglutinam em volta da sua estimativa todas as fontes de erros: a
inépcia do entrevistador, a mentira do entrevistado, alteração do cenário político, a mudança
de opinião e o erro amostral, como consequência dessas ações têm-se inevitavelmente
avaliações esfumaçadas da realidade.
             No caso da pesquisa de opinião inclusive os cálculos dos parâmetros: erro e
confiabilidade podem ser considerados como sendo ordem de grandeza dos verdadeiros
valores. Portanto, pesquisa de opinião é uma área da estatística sujeita a resultados “não
precisos”, inclusive do ponto de vista da medida do erro e da confiabilidade.
             Mas, para ter uma avaliação da opinião eleitoral em certo momento, com rapidez,
com baixo custo e com alguma confiabilidade, a pesquisa por amostragem é o melhor
procedimento que se pode lançar mão.
             Um caso típico de amostra selecionada indevidamente é a pesquisa-estatística
resultante da coleta de dados realizada ao entrevistado que passa pela rua - pergunta típica do
entrevistador à pessoa entrevistada: Qual à sua preferência de candidato à Prefeitura de
Palmas (apresenta uma relação de prováveis candidatos). Neste aspecto o entrevistador,
11




rotineiramente, não questiona se a pessoa entrevistada é eleitora do Município de Palmas,
simplesmente solicita a opinião do entrevistado no mesmo instante.
             Neste tipo de procedimento de pesquisa-estatística, o percentual de pessoas que
efetivamente respondem aos questionários do entrevistador, costuma ser representativo, mas
não respondem todas as perguntas, também não são obedecidos os critérios, parâmetros e
variáveis imprescindíveis para uma aferição mais coesa e fidedigna estatística e
matematicamente, tornando a pesquisa viciada.
             O fantasma das fraudes está relacionado à metodologia, se for correta, se a
população (universo) for bem delimitada, se a tabulação (mensuração) dos dados pesquisados
for boa, o resultado será fidedigno. Como é difícil errar pesquisa planejada com metodologia
científica, nascem suspeitas de que um ou outro instituto frauda resultados.
             O caso de pequena amostra, no caso em referência da pesquisa-estatística de
intenções de voto à Prefeitura de Palmas, os institutos de pesquisas: T1 Notícias, Stylo,
IBOPE (duas pesquisas) e VOPE (duas pesquisas), tão somente, entrevistaram: 1.102, 680,
504, 504, 700 e 700 eleitores, com margem de erro de: – 3,0% e +3,0%; –3,5% e +3,5%; –
4,0% e +4,0%; –4,0% e +4,0%; –3,5% e +3,5%;–3,5% e +3,5%, respectivamente. Todos estes
institutos adotaram um nível de confiança de 95%, com isso, demonstra algumas contradições
e incoerências, porque com margem de erro de 3,0% o nível de confiança tem que ser de 97%;
com margem de erro de 3,5% o nível de confiança tem que ser de 96,5%; com margem de
erro de 4% o nível de confiança tem que ser de 96%.
              Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Palmas têm
uma população de 223.817 habitantes (www.censo2010.ibge.gov.br/dados), porém uma
população estimada até 1º de julho de 2011 de 228.332 habitantes.
              Segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Tocantins – TRE/TO,
Palmas tem um eleitorado de 150.526 eleitores aptos (www.tre-to.jus.br), dos quais 77.758
são femininos (51,6575%) e 72.768 são masculinos (44,3425%). De acordo o Tribunal
Regional Eleitoral este eleitorado está distribuído em relação à faixa etária e sexo, conforme
planilha:

   Faixa Etária    Homens    Porcentagem (%) Mulheres Porcentagem (%)           Subtotal
 16 anos               883             46,352   1.022          53,648                1.905
 17 anos             1.173             47,975   1.272          52,025                2.445
 18 a 20 anos        5.299             47,056   5.962          52,944               11.261
 21 a 24 anos        7.596             46,616   8.699          53,384               16.295
 25 a 34 anos       21.359             46,854 24.227           53,146               45.586
 35 a 44 anos       16.565             48,167 17.826           51,833               34.391
 45 a 59 anos       14.211             50,429 13.969           49,571               28.180
 60 a 69 anos        3.839             54,323   3.228          45,677                7.067
 70 a 79 anos        1.401             53,311   1.227          46,689                2.628
 Mais de 79 anos       442             57,552     326          42,448                  768
      TOTAL         72.768             48,342 77.758           51,658              150.526

              Quando à amostra é muito pequena, é necessária maior cautela e precaução para
se evitar vício ou macula na afirmação conclusiva da pesquisa-estatística. Por exemplo, uma
pesquisa-estatística em uma amostra de 504 (IBOPE), 680 (STYLO), 700 (VOPE), 1.001
(SERPES) e 1.102 (IPT1) pessoas eleitoras (conforme considerou alguns dos institutos), os
erros ocorrerão por ser provocada pela insistência destes institutos de pesquisa na utilização
de amostragem por quota, técnica que trabalha com um sistema em que se tenta escolher uma
quantidade ínfima da população a ser pesquisada.
12




              O Município de Palmas possui 150.526 eleitores aptos a votar. A amostra desta
população representa: 0,33483% (IBOPE); 0,45175% (STYLO); 0,46504% (VOPE),
0,66500% (SERPES) e 0,73210% (IPT1) do eleitorado do Município (consideramos cinco
casas decimais). Se utilizar uma amostra bastante pequena, o resultado obtido pode ter
ocorrido totalmente por acaso.
              Concluímos que, diante destes dados, não podemos afirmar, mesmo adotando as
margens de erros consideradas pelos institutos de pesquisas, aqui citados, mesmo
considerando o nível de confiança variando de 95% a 96,5%, tratar de uma pesquisa-
estatística com confiabilidade, credibilidade e fidegnidade conclusiva para um ou outro
candidato, até porque os percentuais de intenções de votos branco/nulos variam de 3% a 7%
enquanto não sabem/não responderam (indecisos) variam entre 9,35% a 13,0%, conforme
divulgado pelos próprios institutos.
             O pesquisador deverá tomar todos os cuidados e cautelas ao selecionar os
elementos e variáveis da amostra, antes de iniciar-se a pesquisa, adotar critérios qualitativos e
quantitativos e portar-se com maior honestidade e ética imaginável, porém, mesmo assim, a
chance de um resultado ser “por acaso” é muito elevado.
             Quando a amostra da população é grande (entre 2% a 5% da população) ou muito
elevada (10% da população), aquele risco persiste, mas a probabilidade de sua ocorrência se
reduz drasticamente.
             Por exemplo, se um instituto de pesquisa-estatística afirmar ou dizer que a
intenção de voto para as eleições municipais de 2012 para Prefeito de Palmas do candidato X
é de y%. Três ou seis meses depois vier a afirmar de que a intenção de voto ao candidato X
subiu para (y% + z%) ou baixou para (y% – z%). Com isso, foi provado estatisticamente de
que o candidato X será eleito ou derrotado nas eleições municipais.
             O que o eleitor fará? Observamos o tamanho das amostras adotadas pelos
institutos de pesquisas, apenas 504; 680; 700 e 1.102 eleitores pesquisados, a percentagem de
intenções de voto obtidas, no caso destas amostras divulgadas poderia ter ocorrido totalmente
por acaso.
             Um dos casos mais intrigantes para nós - brasileiros, é o resultado de pesquisa
eleitoral. É plenamente possível obter resultados confiáveis, fiéis e válidos, se utilizarmos de
metodologia de amostragem e tratamento de dados adequados e coerentes. Mas, não esqueça
que há uma variação em torno dos percentuais divulgados (–3,0% e +3,0%; –3,5% e +3,5%; –
4,0% e + 4,0%), geralmente há uma pequena probabilidade de o valor ser “verdadeiro”, tendo
em vista o percentual estar naquele intervalo de erro.
             No caso de a amostra ser pequena, menor do que 1% da população é coerente e
conveniente para a confiabilidade e fidelidade da pesquisa que a margem de erro seja de –5%
para +5%, com nível de confiança de 95%.
             Uma contradição e incoerência é adotar uma margem de erro de 3,0% e um nível
de confiança de 95%, enquanto deveria ser de 97%; assim como uma margem de erro de 3,5%
e um nível de confiança de 95%, enquanto deveria ser de 96,5% e também uma margem de
erro de 4,0% e um nível de confiança de 95%, enquanto deveria ser de 96%.
             Devemos considerar: Estatística é a ciência que trata da coleta, análise e
disposição de dados; na estatística descritiva, são descritas várias formas de medição e análise
de dados; população é todo que se quer descrever (eleitores aptos a votar no Município de
Palmas); qualquer eleitor representa um grupo (amostra); amostragem é o retrato do
momento; a pesquisa é preparação do questionário e a efetivação da entrevista de qualquer
eleitor, considerando os atributos qualitativos; perfil é a definição das características de um
eleitor; margem de erro; grau de confiabilidade depende do alvo a ser atingido; estratos: renda
familiar (baixa, média e alta), nível de escolaridade (analfabeto, lê e escreve, 1º grau
incompleto, 1º grau completo, 2º grau incompleto, 2º grau completo, 3º grau incompleto e 3º
13




grau completo), faixa etária - idade (16 a 17 anos, 18 a 25 anos, 26 a 35 anos, 36 a 45 anos, 46
a 55 anos, acima de 55 anos), setor residencial (norte, centro norte, centro, centro sul, sul,
zona rural, zona suburbana), sexo (masculino, feminino, homo-afetivo), religião (ateu,
budista, católico, espírita, evangélico, entre outros), dentre outros.
             A inferência estatística é o processo de se obter informações para tomar decisões
sobre uma população. Inferência estatística é o processo pelo qual estatísticos extraem
conclusões acerca da população usando informação de uma amostra. A população se refere a
todos os casos ou situações as quais o pesquisador quer fazer inferências ou estimativas. Uma
amostra é um subconjunto da população usado para obter informação acerca do todo.
Características de uma população que diferem de um indivíduo para outro e as quais se tem
interesse em estudar são chamadas variáveis. Cada unidade - membro da população que é
escolhido como parte de uma amostra fornece uma medida de uma ou mais variáveis,
chamadas observações.
             Nas pesquisas eleitorais, quase todos os institutos de pesquisas, utilizam
estimativas de uma amostra como “melhor chute” para os verdadeiros valores populacionais.
Exemplos são a média amostral, a mediana amostral, o desvio padrão amostral, o erro padrão
amostral, os quais estimam a verdadeira média, mediana, desvio padrão e erro padrão da
população ou da amostra, que são desconhecidos. Os verdadeiros desconhecidos são valores
populacionais ou amostrais chamados parâmetros.
             Devemos realizar cautelosamente o teste de hipótese que é a verificação das
hipóteses sobre a população, mediante os critérios e variáveis estatísticas. O erro é cumulativo
na estatística, por isso requer um cuidado maior. O erro surge quando se elimina ou rejeita
alguma casa decimal ou centesimal que deveria considerá-la. A não significância consiste no
valor da probabilidade de se cometer um erro. O poder do teste consiste na probabilidade de
rejeição.
             As influências mais relevantes que se observam com os resultados das pesquisas
eleitorais que se divulgam, costuma ocorrer em três campos do processo eleitoral: a) no ânimo
da militância quando o pleito envolve candidatos com algum enraizamento em segmentos
sociais organizados; b) na capacidade de captação de financiamento privado para a disputa; c)
no trabalho do marketing político e desempenho midiático que as intenções de votos
publicadas por meio de pesquisas migram de uma zona de influência para outra. Para os dois
últimos campos, a difusão das pesquisas de intenção de voto cumpre um papel fundamental na
elaboração e desenvolvimento do programa de campanha.
             A margem de erro é calculada erroneamente. Por exemplo, no caso da eleição
municipal, a margem de erro é muito menor para os candidatos: Dr. Luciano, Professor Adail,
Fábio Ribeiro e Abelardo Gomes, conforme considerou todos os institutos, aqui citados.
             Tudo depende do procedimento amostral. Matematicamente, quanto mais próximo
da faixa percentual de 50%, maior a margem de erro, quanto mais próximo do percentual de
100% ou 0%, menor a margem de erro.
             As pesquisas de opinião eleitoral baseiam-se no fundamento da análise estatística
que para se obterem indicadores de uma população, basta consultar somente uma parte -
amostra, representativa dessa população. Os resultados derivados são chamados de
estimativas dos parâmetros populacionais. Portanto, passíveis de erro, o chamado erro
amostral. Assim, toda e qualquer pesquisa que não entrevista o conjunto do universo tem erro
de estimativa, que é calculado em função principalmente do tamanho da amostra e da maior
ou menor homogeneidade da população pesquisada. Para um mesmo desenho de amostra, há
uma relação inversa entre erro amostral e tamanho da amostra, isto é, quanto maior é o
tamanho da amostra, menor é o erro amostral, vice-versa. A mesma relação inversa se dá
entre o nível de homogeneidade do universo pesquisado e o erro amostral: quanto mais
homogêneo é o conjunto da população, tanto menor é o erro amostral, vice-versa.
14




             A técnica estatística permite que se possa calcular e circunscrever esse erro a um
dado intervalo de variabilidade. A maneira como se interpretam os resultados de uma
pesquisa eleitoral depende, dentre outros fatores, da magnitude do erro incorrido nas
estimativas.
             Por exemplo, o candidato que obteve nas duas últimas pesquisas divulgadas pelos
institutos: IBOPE e SERPES afetos a uma pesquisa eleitoral estimulada de 7% (Luana
Ribeiro) de intenção de voto, em um levantamento cujo erro, para mais ou para menos, a
conhecida “margem de erro”, foi somente de –4,0% e +4,0% podem ter 3% ou 11% dessas
intenções; 9,20% (Luana Ribeiro) de intenção de voto, em um levantamento cujo erro, para
mais ou para menos, a conhecida “margem de erro”, foi somente de –3,09% e +3,09% podem
ter 6,11% ou 12,29% dessas intenções.
             Caso considere a pesquisa eleitoral espontânea divulgada pelos institutos: IBOPE
e SERPES, de 6% (Luana Ribeiro) de intenção de voto, com margem de erro de –4,0% e
+4,0% poderão ter 2% ou 10% dessas intenções; 8,80% (Luana Ribeiro) de intenção de voto,
com margem de erro de –3,09% e +3,09% poderão ter 5,71% ou 11,89% dessas intenções.
             Estes intervalos de variabilidade das intenções de voto para erros amostrais entre:
–3,0% e +3,0%; –3,09% e +3,09%; –3,5% e +3,5%; –4,0% e +4,0%, em uma pesquisa em
que os candidatos obtiveram uma estimativa média de intenção de voto, conforme consignado
nas planilhas. Outra maneira de interpretar o resultado conseguido por certo candidato, já
aplicando algum conhecimento de inferência estatística, é dizer que este determinado
candidato, por ter obtido certo percentual de intenção de voto na amostra (na pesquisa), deve
esperar receber entre a soma de suas intenções com a margem de erro para mais ou para
menos, de votos da população, inclusive em anexo se tem um quadro de pesquisas eleitorais
realizados pelos institutos mencionados.
             A fórmula apresentada calcula a amostra ideal para uma pesquisa quantitativa
quando conhecido o tamanho da população e a margem de erro desejada.
             Por outro lado, permite-se calcular a margem de erro da amostra, quando
conhecido o tamanho da amostra e da população.
             Importante ressaltar que essa fórmula simplificada que pode ser aplicada em
condições ideais, nota-se, que existem outros aspectos que deve ser analisados para o cálculo
de uma amostra ideal de pesquisa.
             Acreditamos ser útil explicar:
             Este tipo de pesquisa de intenção de votos, chamada de “inferência sobre a
proporção de uma população”, já que se quer retirar conclusões sobre o percentual de pessoas
disposta a apontar aquela determinada resposta.
             Uma fórmula mais simplória para determinar o tamanho da amostra para uma
população infinita com mais de 100.000 pessoas é dado por:
               Z2 / 2  p  q
            n
                       e2
            n→ tamanho da amostra; Zα/2→ valor crítico da distribuição normal padrão
correspondente ao nível de confiança desejado (Tabela Normal Padrão); p→ proporção que
certa resposta terá na população; q→ proporção que certa resposta terá na população (1 – p);
e→ margem de erro pretendida.
            Alguns valores da Tabela Z com seus respectivos valores:

 Nível de Confiança              Zα/2            Nível de Confiança               Zα/2
 50%                      0,67                  60%                     0,84
 68%                      1,00                  70%                     1,04
 78%                      1,23                  80%                     1,28
15




 85%                           1,44                            90%                             1,65
 92%                           1,75                            94%                             1,88
 95%                           1,96                            95,5%                           2,00
 96%                           2,06                            96,5%                           2,11
 97%                           2,17                            97,5%                           2,24
 98%                           2,40                            99%                             2,58
 99,5%                         3,00                            99,6%                           3,08
 99,7%                         3,15                            99,9%                           3,29
Utilizou-se com duas casas decimais o valor crítico da distribuição normal padrão para o nível de confiança

            Observe-se que ainda vamos saber a pesquisa, não sabemos p, já que p é a
proporção de respostas na população. (1 – p) é o percentual de outras respostas, p varia entre 0
e 1. Neste caso, o pior resultado possível, que irá resultar na maior amostra possível é p =
0,50, que fará com que p × (1 – p) seja igual a 0,25.
            Zα/2 é o valor crítico da distribuição normal (Teorema do Limite Central é à base
da Teoria de Amostragem), na prática é a determinação do nível de confiança.
            A margem de erro é determinada por quem contrata a pesquisa. É um indicador
amplamente conhecido.
            O que poucas pessoas conhecem é o intervalo de confiança, que é um valor de
suma importância quanto à margem de erro.
            Por exemplo, quando se fala em 95% de nível de confiança, dizemos que, há uma
probabilidade do candidato estar situado dentro da margem de erro. Mas, existem 5% de
chance deste candidato estar fora. Na verdade 2,5% de chances de certo candidato ter mais do
que o que atribuiu (mais a margem de erro) e 2,5% de chances de ser menos.
            Por exemplo, na Pesquisa do Instituto SERPES, Luana Ribeiro está com 9,20%
(com margem de erro de 3,09% e nível de confiança de 95%, enquanto deveria ser de 96,91
praticamente 97%). Diz-se que esta candidata pode estar entre 6,11% (9,20 – 3,09%) e
12,29% (9,20% + 3,09%), dentro da margem de erro. Mas, na verdade esta candidata tem
1,545% de chances de ter mais do que 9,20% e 1,545% de chances de ter menos de 6,11%,
por serem resultados fora da margem de erro.
            O nível de confiança de 95% é o padrão das pesquisas eleitorais. Esperamos que
em cada 20 pesquisas divulgadas, uma que é 5% esteja errada, infelizmente é assim. Mas,
esperamos que dezenove que é 95% estejam corretas. Como os eventos (pesquisas) são
independentes, isso irá variar.
            O tamanho mínimo de uma amostra em relação a uma população infinita (aquela
superior a 100.000 indivíduos) é determinado através dos parâmetros da margem de erro
pretendida (e), do nível de confiança desejado (Zα/2) e da prevalência do parâmetro a ser
estudado na população-alvo (p) e (q), onde q = (1 – p):
                     Z2 / 2  p  q
                n
                             e2
            O erro padrão reflete diretamente no nível de confinação, por estar correlacionada
entre si a margem de erro e ao nível de confiança:
                          pq
                Ep            100
                           n
          Ep→ erro padrão; p→ proporção que certa resposta terá na população;
q→ proporção que certa resposta terá na população (1 – p); n→ tamanho da amostra.
16




            Esta é a razão pela qual uma pesquisa eleitoral pode ter um resultado diferente,
mesmo com a amostragem, sendo bem realizada, com estratos bem definidos. A pesquisa
pode errar ou se contradizer, isso é fato. Mesmo sendo bem feita, mas não sempre é o caso.
            Vamos fazer os cálculos para determinar o tamanho da amostra ideal para as
situações consideradas pelos institutos de pesquisas:
            Se fizermos os cálculos com 96% de nível de confiança e margem de erro com 4%
para encontrar o tamanho da amostra ideal:
   Z2 / 2  p  q      2,062  0,5  0,5
n           2     →n                    →n 
                                               1,060900
                                                        → n = 664 eleitores.
           e                 0,04 2
                                               0,001600
           Para que a pesquisa eleitoral pudesse ser confiável e fidedigna, deveria ter sido
pesquisado, no mínimo, 664 eleitores pelo IBOPE.
        pq
Ep          100 → E p  0,5  0,5 100 → E p  0,25 100 → Ep = 2,04%.
         n                  602                  602
           Como o valor encontrado da margem de erro corresponde a um desvio, para dois
desvios (96%), temos: 2,04%× 2 = 4,08%. Nível de confiança de 96% e a margem de erro
mínima deveria ser de 4,08%.
           Se fizermos os cálculos com 96,5% de nível de confiança e margem de erro com
3,5% para encontrar o tamanho da amostra ideal:
   Z2 / 2  p  q      2,112  0,5  0,5
n           2     →n                    →n 
                                               1,113025
                                                        → n = 909 eleitores.
           e                0,035  2
                                               0,001225
           Para que a pesquisa eleitoral pudesse ser confiável e fidedigna, deveria ter sido
pesquisado, no mínimo, 909 eleitores pelo STYLO.
        pq
Ep          100 → E p  0,5  0,5 100 → E p  0,25 100 → Ep = 1,77%.
         n                  800                  800
            Como o valor encontrado da margem de erro corresponde a um desvio, para dois
desvios (96,5%), temos: 1,77%× 2 = 3,54%. Nível de confiança de 96,5% e a margem de erro
mínima deveria ser de 3,54%.
            Se fizermos os cálculos com 97% de nível de confiança e margem de erro com 3%
para encontrar o tamanho da amostra ideal:
   Z2 / 2  p  q      2,17 2  0,5  0,5
n           2     →n                     →n 
                                                1,177225
                                                         → n = 1.308 eleitores.
           e                  0,03 2
                                                0,000900
           Para que a pesquisa eleitoral pudesse ser confiável e fidedigna, deveria ter sido
pesquisado, no mínimo, 1.308 eleitores pelos Institutos: IPET1 e SERPES.
        pq
Ep          100 → E p  0,5  0,5 100 → E p  0,25 100 → Ep = 1,53%.
         n                 1070                  1070
           Como o valor encontrado da margem de erro corresponde a um desvio, para dois
desvios (97%), temos: 1,53%× 2 = 3,06%. Nível de confiança de 97,01% e a margem de erro
mínima deveria ser de 3,06%, porém o Instituto SERPES adotou-se a margem de erro correta,
mas o tamanho da amostra não é ideal e coerente, por ter pesquisado somente 1.001 pessoas.
           Há uma maneira de encontra o tamanho mínimo de uma amostra, quando se tratar
de uma população infinita (aquela superior a 100.000 indivíduos), baseando-se nos
parâmetros da margem de erro pretendida (e) e no nível de confiança desejado (Z α/2):
           I- e = 3,5% e Z = 2,11 (96,5%):
17




Z2 / 2 e                                       211 
                                                       2
         →
            2,11 3,5
                    → 7 n  211 → n 
                                       211
                                           →n       →n = 909 eleitores.
2 n 100 2 n 100                         7       7 
            II- e = 3,0% e Z = 2,17 (97,0%):
  2
Z    e                                        217 
                                                     2
   
   /2
       →
         2,17 3,00
                  → 6 n  217 → n 
                                     217
                                         →n       →n = 1.308 eleitores.
2 n 100 2 n 100                       6       6 
            III- e = 4% e Z = 2,06 (96%):
  2
Z    e                                        206 
                                                     2
   
   /2
       →
         2,06 4,0
                 → 8 n  206 → n 
                                    206
                                        →n        →n = 664 eleitores.
2 n 100 2 n 100                      8        8 

             Nestes casos as pesquisas realizadas por todos os institutos de pesquisas eleitorais,
aqui citados deveriam ter adotado uma margem de 5% e um nível de confiança de 95% para
que pudesse ter mais confiabilidade, credibilidade e fidelidade nos dados divulgados.
             Mas qual é a segurança que se tem de que as estimativas dessas pesquisas de
intenção de voto retratem a verdadeira preferência de toda a população (eleitores aptos a
votarem de Palmas-TO), quer dizer, como ter certeza de que as intenções de voto da
população por aquele candidato situam-se entre os percentuais consignados nas planilhas?
Fazendo a pergunta de outra forma: Se a eleição fosse hoje (nas datas das pesquisas) como se
poderia assegurar que o certo candidato receberia uma votação de, no mínimo, suas intenções
de voto subtraída da margem de erro ou suas intenções de voto somada da margem de erro?
             Certeza absoluta não se tem, mas podemos estabelecer estatisticamente, certo
nível de confiança que indique uma alta probabilidade de aquelas estimativas espelharem a
realidade. O nível de confiança é determinado de comum acordo entre o instituto de pesquisa
e o cliente (quem contratou a pesquisa).
             Uma pesquisa realizada praticamente um mês antes da eleição é somente um
indicativo do grau de conhecimento do eleitorado em relação aos candidatos e uma medida da
simpatia ou antipatia ou aceitação ou rejeição que cada uma das pessoas pesquisadas desperta
em relação aos candidatos. Afirmamos com certeza, o cenário de hoje não será o do dia da
votação (eleição: 7/outubro/2012). Mas, diante desta ressalva, a pesquisa mostra tendências,
dificuldades e incoerências bem divergentes da realidade, por si só, cria um fato político.

CONCLUSÕES
             As pesquisas eleitorais sempre foram tema de polêmica desde que começaram a
ser realizadas pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística - IBOPE em 1945.
Desta época em diante, as pesquisas de intenção de voto passaram a ser comuns nas eleições
brasileiras. Muitos institutos surgiram e as técnicas e métodos por eles utilizados foram se
aperfeiçoando. Mas, sempre que o Brasil passa por um novo processo eleitoral, as mesmas
polêmicas, envolvendo as pesquisas, voltam à mídia.
             Se surgir a pergunta: Qual o melhor tamanho da amostra em uma população
infinita? A resposta mais coerente em função da análise estatística é, se a amostra for grande é
dispendiosa e demanda mais tempo de mensuração e estudo; se a amostra for pequena é
menos precisa e pouco confiável. O tamanho da amostra depende do grau de confiança
desejado, da margem de erro pretendida e do desvio padrão que está correlacionado
diretamente com a margem de erro.
             Concluímos que a inferência estatística deve considerar, sobretudo, a variável
qualitativa e quantitativa conduzidas na população para se extrair uma amostra considerável
para realização da análise da estatística descritiva em função da probabilidade de um evento
(atributo ou estrato) ocorrer e que possa ou não resultar em erro.
18




            Os parâmetros da população a ser adotados: a média, a variância, o desvio padrão,
o erro padrão, nível de confiança, intervalo de confiança, a margem de erro, entre outros, para
conduzi-los a inferência e ao método de amostragem com análise de estimativa destes
parâmetros em relação à amostra considerada (subconjunto da população). A amostra deveria,
no mínimo, ser de 1,0% a 2,0% da população. No caso da pesquisa de intenção de voto
divulgada para a Prefeitura de Goiânia pelos jornais impressos e televisivos, os quais
contrataram as pesquisas dos institutos: IPET1, IBOPE, SERPES e VOPE deveriam ter
pesquisado de 1,505 a 3,010 eleitores aptos a exercer o direito de voto, no mínimo.
            O estatístico sem domínio da lei aleatória que rege a seleção da amostra é
impedido de conhecer as propriedades das estimativas. Ademais, compromete o cálculo,
mesmo aproximado, do erro e do intervalo de confiança das estimativas. O desconhecimento
da lei de seleção (métodos não probabilísticos) determina não existência de embasamento
teórico do método de estimação, não gera fórmula do cálculo do erro e da confiabilidade.
Estes são realizados por fórmulas gerais baseadas em propriedades de grandes amostras.
            Neste trabalho procuramos dar uma ideia dos problemas enfrentados pelos
Institutos de Pesquisas, durante a realização de uma pesquisa de intenção de voto, mostrou-se
os possíveis erros que poderão acontecer bem como as fórmulas utilizadas para determinar o
tamanho da amostra.
            Os defensores da ideia de que as pesquisas sejam proibidas, argumentam que a
divulgação das pesquisas teria uma forte influência nos resultados finais da eleição. Não há
dúvida que deverá existir um controle rigoroso por parte da imprensa, pelo Juiz Eleitoral,
Tribunal Regional Eleitoral, Tribunal Superior Eleitoral, sobretudo, pela sociedade.
            É necessário que as informações sobre determinada pesquisa seja disponibilizada
para todos os interessados, permitindo que a seriedade seja avaliada. A ideia de proibir a
realização das pesquisas ou impedir a sua divulgação nos parece não ser aceitável, pois de
uma forma ou de outra as pesquisas continuam a ser realizadas e divulgadas de uma forma
camuflada nos meios de comunicação, onde a sociedade não privilegiada seria a grande
prejudicada.
            Não pretendemos aqui discorrer sobre métodos estatísticos, mas apenas trazer
algumas informações da estatística quando usada nas pesquisas sociais (eleitorais). Há outros
pontos (especialmente sobre estatística) que ficaram de fora, os quais podem ser estudos em
obras específicas desta ciência. Mesmo em se tratando de pesquisa social, não se pretendeu
esgotar o tema, mas apenas compartilhar informações assimiladas quando da realização da
pesquisa que aqui foi relatada que poderá auxiliar o cidadão, o político, a imprensa quando
este se defrontar com a análise de alguma pesquisa.
            Entendemos que as pesquisas eleitorais podem ser usadas como instrumento
privilegiado de propaganda, com poder para desequilibrar o pleito, o legislador buscou,
através da legislação pertinente, impor regras à divulgação das pesquisas, mas se tem
mostrada ineficiente.
            O aparato legislativo existente visa a proteger o eleitor da divulgação de dados
imprecisos, incorretos ou manipulados e se configura em grande avanço rumo ao combate à
fraude na realização e divulgação da pesquisa eleitoral, porque torna possível a qualquer dos
candidatos que disputam o pleito o controle da mesma.
            O Poder Judiciário Eleitoral tem contribuído com a idoneidade do processo de
pesquisa eleitoral, cabendo-lhe exercer papel administrativo na avaliação do registro e
divulgação da pesquisa, já que não tem conhecimento técnico suficiente para averiguação dos
dados e escolha de métodos depositados em Cartório. O Judiciário deveria ter especialista
para as análises estatísticas registradas, para coibirem as pesquisas distorcidas dos dados e
dissociadas da realidade fática.
19




             As pesquisas eleitorais traduzem em argumentação. A argumentação é um recurso
que tem como propósito convencer alguém, para que esse tenha a opinião ou o
comportamento alterado (acompanhar a opinião divulgada pela pesquisa). Sempre que faço
alguma argumentação, tem-se o intuito de convencer alguém a pensar como penso. No
momento da construção textual, os argumentos são essenciais, esses serão as provas que se
apresenta, com o propósito de defender a ideia e convencer o leitor de que essa argumentação
é a correta.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARBETTA, P. A. Estatística Aplicada às Ciências Sociais. UFSC, Florianópolis, v.2, 2000.

BUSSAB, Wilton O. & MORETTIN, P. A. Estatística Básica. 5.ed. Atual: São Paulo, 2002.

COSTA NETO, P. L. O. Estatística. 2.ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2002.

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LINS, Newton. Propaganda eleitoral: comentários jurídicos, pesquisas eleitorais,
publicidade de governo em ano eleitoral. 2.ed. Brasília: Brasília Jurídica, 2006.

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NEUFELD, J. L. Estatística Aplicada a Administração usando EXCEL. 1.ed. 5.reimpressão.
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PINTO, Djalma. Direito Eleitoral: Anotações e temas polêmicos. 3.ed. Rio de Janeiro:
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TRIOLA, M. F. Introdução a Estatística. 7.ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999.

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http://noticias.terra.com.br/eleicoes/2012/to/palmas/noticias/0,,OI6164450-EI20655,00-
Ibope+Carlos+Amastha+lidera+corrida+a+prefeitura+de+PalmasTO.html.
http://www.folhadotocantins.com.br/site/noticia.asp?id=1342.
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http://conexaoto.com.br/2012/09/23/pesquisa-serpes-mostra-amastha-com-43-3-lelis-35-3-e-
luana-9-2.
http://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/tse-resolucao-tse-no-23364-eleicoes-
2012/view?searchterm=None.
http://www.tse.jus.br/hotSites/CatalogoPublicacoes/pdf/codigo_eleitoral_2012/TSE-Codigo-
Eleitoral-2012-Web.pdf.

                          Concluímos em 23 de setembro de 2012
20




          PESQUISAS ELEITORAIS A PREFEITURA DE PALMAS - 2011 A 2012
         Eleitorado: 150.526 (0,1% dos eleitores brasileiros - jul.2012 - TSE)
                             PESQUISAS ESTIMULADAS
  Eleitor escolhe o candidato entre os nomes apresentados pelo pesquisador (%):
                                                                                                                       Não sabem /
                              Carlos     Marcelo     Luana       Dr.        Prof.     Fábio     Abelardo   Brancos /       não
                             Amastha      Lelis      Ribeiro   Luciano      Adail    Ribeiro     Gomes     nulos/nen   respondera
   Data          Instituto     (PP)       (PV)        (PR)      (PRP)      (PSDC)   (PT do B)    (PSOL)      hum            m
    18 a
22.set.2012       Serpes       43,3       35,3         9,2       0,6        0,2        0,2         0          2,4          8,9
    15 a
17.set.2012       Ibope         47         30          7          1          1         0           0          3            11
    3a
5.set.2012        Vope          26         39          17         1          1         1           1          3            11
    27 a
29.ago.2012       Ibope         26         36          16         1          1         1           0          7            13
    27 a
28.ago.2012       Stylo       23,91       43,88       18,53     1,47        0,74      0,29        0,15       0,00         11,03
    22 a
24.ago.2012       IPET1       20,96       40,20       19,69     0,64        0,64      1,27        0,36       6,90         9,35
    11 a
13.ago.2012       Ibope         12         47          16         1          -         0           0          10           13
    27 e
28.jul.2012       Stylo       16,86       45,43        22       1,14        1,43      1,71        0,29         -            -
    24 a
26.mai.2012       Ibope         1          45          14         -          -          -          -          9            13
    24 a
26.mai.2012       Ibope          -         42          13         -          -          -          -          13           15
    24 a
26.mai.2012       Ibope         2          43          13         -          -          -          -          13           16
    16 a
18.dez.2011       Ibope         2          52          10         -          -          -          -          11            8
    16 a
18.dez.2011       Ibope         2          54           -         -          -          -          -          13           10
    16 a
18.dez.2011       Ibope         1          56           -         -          -          -          -          13            9
    16 a
18.dez.2011       Ibope         1          55           -         -          -          -          -          12            9
    16 a
18.dez.2011       Ibope         2          52          10         -          -          -          -          12            9
                                                        METODOLOGIA
                                                                                       Nº
                                                                                    Pessoas     Margem
                                                Contratante (quem pagou a           pesqui-     de erro    Local de      N° de
          Data               Instituto                  pesquisa)                    sadas        (%)      registro     registro
  18 a 22.set.2012           Serpes                Jornal do Tocantins               1001        3,09      TRE-TO      00294/2012
  15 a 17.set.2012            Ibope                  TV Anhanguera                    504        4,00      TRE-TO      00286/2012
   3 A 5.set.2012             Vope                Jornal Primeira Página              700        3,50      TRE-TO      00098/2012
  27 e 29.ago.2012            Ibope             Centro Norte Comunicação              504        4,00      TRE-TO      00083/2012
  27 e 28.ago.2012            Stylo                    Jornal Stylo                   680        3,50      TRE-TO      00081/2012
  22 e 24.ago.2012            IPET1              Jornal T1 Notícias                  1102        3,00      TRE-TO      00070/2012
                                         ACIPA - Associação C. Industrial de
  11 a 13.ago.2012            Ibope                   Palmas                          602        4,00      TRE-TO      00059/2012
   27 e 28.jul.2012           Stylo                    Jornal Stylo                   350        2,00      TRE-TO      00038/2012
  24 a 26.mai.2012            Ibope               Jornal Primeira Página              602        4,00      TRE-TO      00030/2012
21




                                     ACIPA - Associação C. Industrial de
   16 a 18.dez.2011        Ibope                  Palmas                        602        4,00          -           -
Observações e responsabilidade:
1. A compilação das intenções de voto estimuladas aos candidatos a Prefeito de Palmas, é feita a partir dos resultados de
pesquisas eleitorais divulgados pelos próprios institutos e por veículos de comunicação em todo o país;
2. Os resultados aqui apresentados são de total responsabilidade técnica e metodológica dos institutos que realizaram as
pesquisas;
3. As pesquisas divulgadas, segundo seus realizadores, em TESE, estão de acordo com as normas eleitorais vigentes, apesar
de algumas contradições e incoerências. A margem de erro do levantamento, bem como o local de registro na Justiça Eleitoral
e o número desse registro. A lei só obriga a divulgação dos dados metodológicos e do registro da pesquisa no ano elei toral,
porém é ideal e viável demonstrar estatisticamente a correlação entre a margem de erro e o nível de confiança;

4. Esclarecimentos adicionais podem ser obtidos no TRE-TO ou no TSE ou nos próprios institutos de pesquisa.

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  • 1. 1 Como Contestar uma Pesquisa Eleitoral? As a Search Contesting Election? Mário Ferreira Neto, netoferreiramario@hotmail.com1 Yasmim Correia Ribeiro Ferreira, yasmim.valentim@hotmail.com2 Orientador: Prof. Ms. Cárbio Almeida Waqued; carbiowaqued@uol.com.br3 RESUMO Toda vez que assistimos na televisão ou lemos nos jornais aos resultados de pesquisas eleitorais, seja como membro de algum grupo político ou como simples eleitor, uma dúvida vem à nossa mente: Será que devemos confiar nos dados apresentados nas pesquisas em relação aos candidatos a um cargo público? Há casos de pesquisas eleitorais para Prefeito em que, menos de 1.000 ou um pouco mais de 1.000 pessoas são entrevistadas (pesquisadas) dentro de um universo eleitoral de mais de 150.000 pessoas (eleitores aptos). Sempre há reclamações dos partidos políticos e dos candidatos que estão em má posição nas disputas eleitorais, segundo as pesquisas. As acusações estão afetas a distorções na forma de coleta de dados, manipulação e maquinação na mensuração dos dados e má-fé na hora da divulgação. Apesar destes argumentos contrários em relação à confiabilidade e credibilidade das pesquisas eleitorais, indispensável em uma pesquisa eleitoral, boa metodologia de amostragem, boa coleta de dados e apuração realizada de forma adequada, correta e imparcial. O objetivo deste trabalho é esclarecer questões relevantes divulgadas nas pesquisas eleitorais, principalmente para leitores não familiarizados com a teoria estatística. As informações contidas em uma pesquisa eleitoral possuem aspectos técnicos relativamente simples, que devem ser considerados por todos aqueles que tenham interesses em compreender, analisar e interpretá-las. PALAVRAS-CHAVES: Coleta de dados, eleitorado, estimação, margem de erro, pesquisa eleitoral, nível de confiança, tamanho da amostra. ABSTRACT Every time we watch on television or read in the papers the results of polls, either as a member of any political group or as simple voter, a question comes to mind: Should we trust the data presented in research regarding candidates for a public office? There are cases of polls for mayor in which less than 1,000 or a little more than 1,000 people are interviewed (surveyed) within an electorate of over 850,000 people (voters eligible). There are always complaints from political parties and candidates who are in a bad position in electoral disputes, according to polls. The charges are afetas to distortions in the form of data collection, manipulation and machination in measuring data and bad faith at the time of disclosure. 1 Licenciado em Matemática pela Fundação Universidade do Tocantins: Data de Colação de Grau: 5.2.1999 - Especialista em Matemática e Estatística pela Universidade Federal de Lavras do Estado de Minas Gerais: Data da Conclusão: 5.7.2002 - Acadêmico de pós-graduação do Curso de MBA em Perícia Judicial e Auditoria pela Pontifícia Católica de Goiás em convênio com Instituto de Organização de Eventos, Ensino e Consultora S/A LTDA (PUC-GO/IPECON) – Experiência na Docência do Ensino Superior de Matemática Financeira e Estatística e Métodos Quantitativos nos Cursos de Administração e Ciências Contábeis por mais de 13 anos. 2 Graduanda do Curso de Direito da Faculdade de Palmas – FAPAL – 2º Período de Direito. 3 Graduado em Administração de Empresas, Pós-graduado em Administração de Marketing, Mestre em Engenharia de Produção. Professor de Orientador da Pontifícia Católica de Goiás - PUC/GO para graduação e pós-graduação.
  • 2. 2 Despite these opposing arguments regarding the reliability and credibility of polls, in a research essential electoral good sampling methodology, good data collection and calculation performed adequately, properly and impartially. The objective of this study is to clarify relevant issues disclosed in the polls, especially for readers unfamiliar with the statistical theory. The information contained in an electoral survey have relatively simple technical aspects that should be considered by all those who have interests in understanding, analyzing and interpreting them. KEY WORDS: Collecting data, voters, pet, margin of error, electoral research, confidence level, the sample size. INTRODUÇÃO A Estatística é um conjunto de métodos que, utilizando procedimentos matemáticos, visa conhecer e descrever a realidade que nos cerca; analisar seus fenômenos naturais e sociais; fornecer informações de apoio às Ciências. A Estatística é uma parte da Matemática, assim como é o Cálculo Integral, a Geometria, a Trigonometria. A Estatística consiste em contar, mensurar (medir), classificar, relacionar, comparar, prever, testar e analisar os dados que expressam as características desta realidade. A palavra Estatística foi criada no século XVII, por Helenus Politanus. Foi uma variação do termo Estadística, algo como conhecimento das coisas do Estado, “Estado”, aqui querendo dizer “governo”. A Estatística, em seus primórdios, já foi chamada de Matemática Política, por Sir William Petty (1623-1687), um dos primeiros economistas, mas a palavra retorna a tradução para a língua inglesa, por John Arthubnot (1667-1735), de um trabalho de Huygens (1629-1695) sobre o cálculo de probabilidade, em seus trabalhos posteriores. Estatística é trabalho de pesquisa e investigação sobre a realidade. Compreendemos a Estatística através de sua história, uma história em que homens e mulheres se debruçaram sobre os problemas que surgiam e ainda surgem. O método estatístico é processo/produto de contar, medir e classificar conjuntos, na maioria, com número muito grande de elementos - “conjuntos de tamanho infinito” – por se tornarem complexos e trabalhosos, à medida que estes conjuntos cresciam mais e mais de tamanho. A questão é conhecer a “realidade”, quando esta realidade é complexa, incerta, irregular, variada e frequentemente mutável. Têm-se três processos para conhecer a “realidade”: censo ou recenseamento é o processo de coleta de dados em que todo o conjunto universo é pesquisado. Todos os elementos do conjunto são estudados, um a um. O censo só termina quando todo o conjunto universo for totalmente abrangido; levantamento é parecido com o censo, mas é realizado em um subconjunto do universo, chamado de partição, “escolhido”, segundo informações anteriores que indicam que aquele subconjunto é bastante “representativo” do universo; método estatístico é o procedimento de descrever universo de qualquer tamanho, analisar as relações entre seus elementos e efetuar todos os processos estatísticos de previsão e testes. A população ou universo em estudo é definido e delimitado, alguns de seus elementos, são “sorteados” para compor um subconjunto da população chamada amostra. Antes de efetuar este sorteio, o universo é homogeneizado, isto é, deve-se garantir que cada elemento do universo tem a mesma probabilidade de ser sorteado do que qualquer outro elemento. A amostra obtida é de tamanho muito menor do que a população. Portanto, passível e possível de ser estudada, isto é, podemos calcular sobre a amostra uma série de medidas que a descreve. Estas medidas descritivas da amostra são chamadas de estatísticas.
  • 3. 3 São medidas como a média, a mediana, a variância, o desvio-padrão, o erro-padrão, coeficiente de variabilidade, o nível de confiança, a margem de erro, entre outras. As estatísticas descrevem a amostra, ou melhor, traduzem em números a constituição e a relação entre seus elementos. A partir das estatísticas que descrevem a amostra, é efetuada uma série de cálculos matemáticos com o objetivo de determinar outros números, que são chamados de parâmetros. Estes parâmetros são medidas estatísticas que descrevem a população. O cálculo dos parâmetros é chamado de Inferência Estatística. Os atributos são as qualidades ou características que os elementos de um universo e de uma amostra extraído possuem. Estes atributos podem ser valorados, isto é, assumir diferentes valores, numéricos ou não, passando a se chamar variáveis. Embora os processos de amostragem e inferência, sejam baseados nos Cálculos de Probabilidades, muitas amostras são coletadas por outros processos não-probabilísticos ou intencionais, porém mesmo assim, continuam válidas, sob determinadas condições. As variáveis são classificadas de acordo com o tipo de valores que podem assumir (classe socioeconômica, faixa etária, nível de escolaridade, raça, sexo, tipo de moradia, entre outros). Uma variável é quantitativa ou numérica quando assume exclusivamente valores numéricos. É quantitativa discreta quando estes valores pertencem ao conjunto dos Números Naturais (0, 1, 2, 3, 4, 5,...). Geralmente, estes valores são resultado de um processo de contagem. Uma variável é quantitativa ou numérica contínua quando pode assumir valores pertencentes ao conjunto dos Números Racionais. Geralmente, estes valores são resultado de uma medição. Uma variável é qualitativa ou categórica ou nominal quando pode assumir apenas valores não-numéricos. APRESENTAÇÃO Em uma pesquisa de intenção de voto, o universo a ser entrevistado ou pesquisado, é todos os eleitores com idade igual ou superior a 16 anos, devidamente inscritos, aptos a votar na eleição em referência: Prefeito e Vereador (pleito de 2012). Em função dos problemas de custo torna-se impraticável consultar todas as pessoas que compõe esse universo, logo temos que nos contentar em entrevistar uma pequena parcela dessa população que recebe o nome de amostra, porém não pode ser uma pequena quantidade, porque senão comprometer-se-á a credibilidade da pesquisa. Os principais fatores utilizados para definir a composição da amostra são: nível socioeconômico, grau de instrução, sexo, faixa etária - idade. Resumidamente, durante a realização de uma pesquisa existe uma proporção desconhecida de eleitores que pretendem votar em um determinado candidato, depois da conclusão da entrevista (pesquisa), obtém-se a proporção de eleitores da amostra que manifestaram sua preferência por certo candidato. O problema agora é saber como usar essas informações para obter uma estimativa para a proporção de eleitores na população. Uma forma de se mostrar esses resultados é utilizando intervalo de confiança para a proporção de eleitores da amostra, que pretendem votar em um determinado candidato. PESQUISAS ESTATÍSTICAS E/OU ELEITORAIS A pesquisa eleitoral ou qualquer espécie de pesquisa de opinião pública é o método utilizado pelos institutos de pesquisa para sondarem, por amostragem, a intenção de voto dos eleitores, trazendo em seu bojo a função da informação de um quadro diagnosticado, bem como a função de propaganda eleitoral. Suzana de Camargo Gomes conceitua pesquisas como:
  • 4. 4 “consultas feitas junto a determinadas faixas da população com a objetividade de restarem aferidas as preferências, as escolhas, as opiniões, enfim, o pensamento a respeito de determinado ponto ou aspecto. Trata-se de uma coleta de dados por amostragem, posto que somente parte do universo é investigado, sendo que se chega à conclusão a respeito das manifestações coletadas, utilizando-se para tanto critérios matemáticos, estatísticos, a permitir, daí, uma avaliação a respeito da opinião pública num determinado momento”. As informações estatísticas permeiam o cotidiano dos cidadãos, as quais conduzem suas tomadas de decisões. Contudo, muitas dessas informações contêm armadilhas, espertezas, logros e manobras matemáticas ou estatísticas, que o cidadão comum não consegue contestar, por não possuir conhecimentos básicos de Estatística: Estatística Descritiva e Inferência Estatística. Cada vez mais, assistimos à poluição das informações com estatísticas, gráficos, sobretudo, números de pesquisas eleitorais. Um exemplo claro da cilada estatística eleitoral, basta lembrar o pleito eleitoral para o Governo do Estado da Bahia para vermos como a mídia televisiva e impressa usou uma linguagem, que acabou por ser assumida e conhecida pelo cidadão comum. Termos antes restritos à academia, tais como: amostragem, margem de erro, nível de confiança, adentram nos lares brasileiros no horário nobre da televisão. Jornais, outdoors, revistas estampam gráficos e números, cada vez mais coloridos, eficientes, envolventes e sofisticados, porém não são sempre confiáveis e fidedignos. Desde o início do século XX já se alertava que para ser um cidadão pleno, esse deveria estar capacitado para calcular, pensar em termos de média, mínimo e máximo, assim como a ler e escrever, neste sentido entendia H. G. Wells que dizia: “Raciocinar estatisticamente será um dia tão necessário quanto à habilidade de ler e escrever”. O apelo para o uso da representação gráfica deve-se a eficiência para transmitir informações e por ser visualmente mais prazerosa, existindo evidências que os formatos gráficos apresentam a informação de uma forma mais amena para as pessoas perceberem, raciocinarem mais facilmente sobre a informação repassada pela mídia televisada ou outros veículos de comunicação. Um exemplo claro, simples e muito familiar para qualquer cidadão brasileiro é a pesquisa eleitoral, pois a cada dois anos, o Brasil tem eleições e a disputa eleitoral tem nos resultados das pesquisas eleitorais, talvez a principal referência. Nas eleições do pleito de 2006, muitos institutos de pesquisa, conhecidos e conceituados, erraram seus prognósticos de forma muito grave. O exemplo mais contundente foi da eleição para o Governo no Estado da Bahia, conforme anteriormente dito. Em termos de votos válidos, o candidato Paulo Souto sempre esteve pelo menos 20% à frente do segundo colocado, o candidato Jacques Wagner. Do ponto de vista estatístico, com estes dados, a probabilidade de uma reversão da tendência seria infinitamente pequena, quase impossível. No entanto, não só o candidato Jacques Wagner ultrapassou o candidato Paulo Souto, como o fez com folga, vencendo o pleito, já no primeiro turno. Observe-se a importância de informações estatísticas como esta, aqui noticiada, pelo seu impacto na formação de opinião do eleitorado. Estudos mostram que os resultados das pesquisas eleitorais induzem o eleitor, havendo a propensão ao voto vencedor ou voto útil. Isto é muito grave, pois o cidadão fica vulnerável a informações como estas, por não compreender o processo estatístico e a utilização da informação. Neste caso, queremos não acreditar que tenha havido má-fé no processo estatístico de coleta e análise de dados, uma vez que a confiabilidade e a credibilidade são dois valores que qualquer instituto de pesquisa de opinião tem por obrigatoriedade almejar. A credibilidade está em função da maior quantidade de acerto nas pesquisas desses institutos.
  • 5. 5 Assim, surge a indagação: Por que um erro grave, comprometedor das pesquisas? Levantamos algumas hipóteses, dentre elas a mais importante é de que a Estatística, assim como qualquer ferramenta científica, parte de pressupostos que devem ser respeitados, tais como, por exemplo, a distribuição aleatória e representativa da amostra em relação à população em estudo. Um sistema eficiente de controle de qualidade da coleta de dados - lembrar, quem colhe os dados, são pessoas que na maioria, não tem treinamento adequado para agir com imparcialidade no momento da entrevista, dentre outras questões operacionais. Por outro lado, a Estatística é somente uma ferramenta, que cria ou produz dados estatísticos “frios” e “limitados”. Quem dá vida aos dados, transformando-os em informações relevantes são as pessoas, aquelas que leem e traduzem seus significantes em significados, os especialistas - cientistas políticos, sociólogos, publicitários, entre outros. Exatamente, neste ponto, surge a pergunta: Será que esse processo é bastante complexo que um professor, seja de Matemática ou de qualquer outra área não consiga fazer essas leituras? Sim, acredito que pelo menos entender o processo envolvido na geração desses dados, tendo em vista que, em tese, esse professor é formado em curso de nível superior, tem a disciplina obrigatória de Estatística Básica. Mas, se por um lado, a “guerra” política pelos votos dos cidadãos pode desencadear uma disputa acirrada e nada ética, traduzida em uma “guerra” de informações, onde as palavras, os números e os discursos se transformam em artimanha e astúcia, deixando vulnerável o cidadão. A pesquisa eleitoral encontra amparo na liberdade de informação e vem sendo protegida, desde os primórdios da Era Moderna com a Declaração Universal dos Direitos Humanos: “todo homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e de transmitir informações e ideias por quaisquer meios independentemente de fronteiras”. Por outra vertente, a pesquisa eleitoral tem a capacidade de influenciar e de induzir o eleitorado, bem como de ter seus resultados manipulados, maquinados e distorcidos que pode ser convertida em instrumento privilegiado de propaganda. Do choque entre a liberdade de informação e o potencial para desequilibrar o pleito eleitoral, surgiu à necessidade de controle das pesquisas eleitorais, fato que motivou o legislador a criar normas para controle. Tais regras estão contidas na Lei 9.504, de 30/9/1997, cujas normas são regulamentadas pelo Tribunal Superior Eleitoral, através de Resoluções que, em regra, renovam-se a cada eleição. Essa regulamentação encontra respaldo no artigo 23, inciso IX, do Código Eleitoral e no artigo 105 da Lei 9.504, de 30/9/1996. Por outro lado, a própria lei lhe possibilita amparo, oportunizando-lhe o direito à informação. Neste caso específico, a Lei Eleitoral nº 9.504/1997 (art. 33) com alterações acrescidas pela Lei Eleitoral nº 11.300/2006 (art. 35-A) e a Resolução TSE nº 23.364/2011 estabelecem as regras das pesquisas eleitorais e possibilita a qualquer cidadão, frente aos “bastidores” da informação estatística produzida para a divulgação de pesquisas eleitorais. Se esta faculdade, atribuída por lei, fosse adotada e utilizada por professores de Matemática, articulados com os alunos e representantes políticos para terem acesso a essas informações, levando-as para Escolas e Faculdades a fim de discutirem aos conceitos matemáticos e estatísticos envolvidos no processo de coleta dos dados, do plano amostral - distribuição dos entrevistados por bairros ou regiões, das perguntas formuladas, dentre outros aspectos da pesquisa, certamente fariam repensar aqueles políticos e institutos de pesquisa que utilizam e abusam da ferramenta estatística. Nesse sentido, adentro a profundidade da reflexão para mencionar que o professor de Matemática não pode se limitar a ser um mero repassador de fórmulas e algoritmos, mas
  • 6. 6 deve dar sentido e vida a essa matemática escolar que parece tão distante, mas que se faz cada vez, mais necessária. Pesquisa eleitoral e enquete não se confundem por que esta não traz em si a marca da formalidade pertinente a aquela, por se tratar de mero levantamento de opiniões em uma população, sem controle de amostra que não utiliza método científico-estatístico para a sua realização, obtidos apenas por participação espontânea do interessado. As informações que ora apresento são para alertar ao brasileiro, em especial ao público goiano de como contestar estatística de pesquisa eleitoral, tendo em vista a praxe adotada pela maioria dos institutos de pesquisas estatísticas de intenções de voto nos anos eleitorais, geralmente manipulam e maquinam dados estatísticos com certa armadilha e esperteza. O objetivo deste trabalho é desmistificar as ideias pré-concebidas sobre estatísticas eleitorais para se evitar o “fascínio” por números, percentagens e gráficos ou a ignorância sobre como estes números, percentuais e gráficos são produzidos e turvem o senso crítico das pessoas. Não são todas as estatísticas referentes às pesquisas eleitorais veiculadas ao público, principalmente pela mídia televisiva, jornais ou revistas, distorcidas ou erradas que merece ser consideradas com suspeição, mas muitas vezes, as informações apresentadas e divulgadas são incompletas ou tendenciosas, se torna difícil acreditar nessas pesquisas. Para se verificar a confiabilidade e validade de uma pesquisa-estatística eleitoral, seja veiculada por jornal televisivo ou jornal escrito de grande aceitação e circulação ou revista especializada, deve-se fazer algumas considerações: Procuremos saber quem está divulgando a estatística: pode ser uma empresa de negociação política, um sindicato na mesma situação ou uma entidade vinculada ao governo ou uma empresa “independente” especializada em pesquisa e estatística eleitoral que precisa mostrar resultados sobre pesquisas de intenções de voto ou um jornal ou revista com intenções de divulgar boa matéria, objetivando informar ao público sobre determinadas situações. Em anos, mesmo antes da realização do pleito eleitoral, os institutos de pesquisas- estatísticas: Data Folha, IBOPE, IMPAR, SERPES, SENSUS, Veritá, VOPE, Vox Populi, entre outros, veículos de comunicações locais: TV Anhanguera, Jornal do Tocantins, Jornal Primeira Página, Jornal Stylo, Jornal T1 Notícias, Revista ou Periódico, entre outros, iniciam suas pesquisas-estatísticas afetas a intenções de voto aos pretensos candidatos a cargos eletivos, anteriormente ao registro de candidatura perante o órgão competente: Zona Eleitoral - Cartório Eleitoral, Tribunal Regional Eleitoral ou Tribunal Superior Eleitoral, o primeiro no caso de eleições municipais. Procuremos os viesamentos deliberados e inconsistentes aplicados aos resultados da pesquisa-estatística, porque um viesamento comum é encontrado na forma de apresentar os resultados. Os institutos de pesquisas realizam a sua pesquisa e tabulação dos dados, fornecendo-os aos veículos de comunicações que a divulgam, afirmando que o candidato x obteve y% de intenções de voto, mas não são divulgados os parâmetros e variáveis adotadas ou a metodologia utilizada na realização da pesquisa, apenas faz menção de algum critério, mas não serve de base para a confirmação do que se afirma. Os institutos de pesquisa em períodos eleitorais atuam como verdadeiros termômetros da vontade popular, tendo em vista que tem significativa influência na opinião do eleitor. Com isso, surgem as indagações: Como são realizadas as amostragens? Qual a confiabilidade dos números divulgados? Por que uma investigação realizada com menos de 1.000 ou um pouco mais de 1.000 pessoas, pode revelar o ânimo de mais de 850.000 eleitores? Qual a empresa-instituto realizou a pesquisa? Qual o grau de credibilidade e confiabilidade da pesquisa divulgada pelo instituto que a pesquisou? Quem encomendou a
  • 7. 7 pesquisa? A pesquisa obedece aos parâmetros estatísticos com fidelidade ou é manipulada ou tendenciosa? Quais os critérios estatísticos e matemáticos considerados na tabulação dos dados e nos resultados? Quais os eventuais erros, a pesquisa em si ou a divulgação dos resultados? O cidadão de bom senso crítico tem pretensão de ver estas questões respondidas com objetividade. Se o elaborador da pesquisa utilizar a média aritmética, geométrica, harmônica, ponderada e mediana - medidas de tendência central, a mais utilizada e a média aritmética, para calcular a porcentagem “média” das intenções de voto ao candidato x, esta média pode ser dissociada da realidade ou distorcida dos dados coletados na pesquisa por valores discrepantes, por estarem distantes da maioria dos outros candidatos. A variância, desvio padrão, erro padrão, coeficiente de variação - medidas de dispersão. Se o elaborador da pesquisa utilizar à mediana para calcular a porcentagem das intenções de voto ao candidato x, esta mediana divide um conjunto de amostra - parte considerável de dados em duas partes iguais, isto é, uma metade é maior do que a mediana e outra é menor. Para melhor compreensão, observe-se a divulgação de pesquisas eleitorais dos candidatos ao Governo Municipal de Palmas - Estado do Tocantins pelos Jornais impressos e televisivos: CANDIDATO PERCENTUAL CANDIDATO PERCENTUAL MARCELO LELIS 40,20% MARCELO LELIS 43,88% CARLOS AMASTHA 20,96% CARLOS AMASTHA 23,91% LUANA RIBEIRO 19,69% LUANA RIBEIRO 18,53% FÁBIO RIBEIRO 1,27% DOUTOR LUCIANO 1,47% PROFESSOR ADAIL 0,64% PROFESSOR ADAIL 0,74% DOUTOR LUCIANO 0,64% FÁBIO RIBEIRO 0,29% ABELARDO GOMES 0,36% ABELARDO GOMES 0,15% INDECISOS 9,35% INDECISOS 11,03% BRANCO/NULO 6,90% BRANCO/NULO 0,00% MARGEM DE ERRO 3,00% MARGEM DE ERRO 3,50% ELEITORES PESQUISADOS 1102 ELEITORES PESQUISADOS 680 INSTITUTO DE PESQUISA IPET1* INSTITUTO DE PESQUISA STYLO** REGISTRO NO TRE-TO 00070-2012 REGISTRO NO TRE-TO 00081-2012 PERÍODO DA PESQUISA 22 a 24/8/2012 PERÍODO DA PESQUISA 27 a 28/8/2012 *Instituto de Pesquisa T1/Jornal T1 Notícias - Ed. 04, p.4 **Instituto Stylo/Jornal Stylo - Ed. 415, p. A1/A2 CANDIDATO PERCENTUAL CANDIDATO PERCENTUAL MARCELO LELIS 36% CARLOS AMASTHA 47% CARLOS AMASTHA 26% MARCELO LELIS 30% LUANA RIBEIRO 16% LUANA RIBEIRO 7% DOUTOR LUCIANO 1% DOUTOR LUCIANO 1% PROFESSOR ADAIL 1% PROFESSOR ADAIL 1% FÁBIO RIBEIRO 1% FÁBIO RIBEIRO 0% ABELARDO GOMES 0% ABELARDO GOMES 0% INDECISOS 13% INDECISOS 11% BRANCO/NULO 7% BRANCO/NULO 3% MARGEM DE ERRO 4% MARGEM DE ERRO 4%
  • 8. 8 ELEITORES PESQUISADOS 504 ELEITORES PESQUISADOS 504 INSTITUTO DE PESQUISA IBOPE* INSTITUTO DE PESQUISA IBOPE** REGISTRO NO TRE-TO 00083-2012 REGISTRO NO TRE-TO 00286-2012 PERÍODO DA PESQUISA 27 a 29/8/2012 PERÍODO DA PESQUISA 15 a 17/9/2012 *IBOPE/TV Anhanguera/Jornal do Tocantins ** IBOPE/TV Anhanguera/Jornal do Tocantins CANDIDATO PERCENTUAL CANDIDATO PERCENTUAL MARCELO LELIS 41% MARCELO LELIS 39% LUANA RIBEIRO 29% CARLOS AMASTHA 26% CARLOS AMASTHA 8% LUANA RIBEIRO 17% DOUTOR LUCIANO 1% DOUTOR LUCIANO 1% FÁBIO RIBEIRO 1% PROFESSOR ADAIL 1% PROFESSOR ADAIL 0,5% FÁBIO RIBEIRO 1% ABELARDO GOMES 0,5% ABELARDO GOMES 1% INDECISOS 13% INDECISOS 11% BRANCO/NULO 6% BRANCO/NULO 3% MARGEM DE ERRO 3,5% MARGEM DE ERRO 3,5% ELEITORES PESQUISADOS 700 ELEITORES PESQUISADOS 700 INSTITUTO DE PESQUISA VOPE* INSTITUTO DE PESQUISA VOPE** REGISTRO NO TRE-TO -----/---- REGISTRO NO TRE-TO 00098-2012 PERÍODO DA PESQUISA 6 a 8/8/2012 PERÍODO DA PESQUISA 3 a 5/9/2012 *VOPE/Jornal Primeira Página - Ed. 1036, 12 a 18/8/2012 *VOPE/ Jornal Primeira Página *VOPE/Jornal Primeira Página - Ed. 1037, 19 a 25/8/2012 CANDIDATO PERCENTUAL CANDIDATO (ESPONTÂNEA) PERCENTUAL CARLOS AMASTHA 43,3% CARLOS AMASTHA 42,30% MARCELO LELIS 35,3% MARCELO LELIS 35,00% LUANA RIBEIRO 9,2% LUANA RIBEIRO 8,80% DOUTOR LUCIANO 0,6% DOUTOR LUCIANO 0,60% PROFESSOR ADAIL 0,2% PROFESSOR ADAIL 0,20% FÁBIO RIBEIRO 0,2% FÁBIO RIBEIRO 0,20% ABELARDO GOMES 0,0% ABELARDO GOMES 0,00% INDECISOS 8,9% INDECISOS 10,50% BRANCO/NULO 2,4% BRANCO/NULO 2,50% MARGEM DE ERRO 3,09% MARGEM DE ERRO 3,09% ELEITORES PESQUISADOS 1001 ELEITORES PESQUISADOS 1001 INSTITUTO DE PESQUISA SERPES* INSTITUTO DE PESQUISA IBOPE** REGISTRO NO TRE-TO 00294-2012 REGISTRO NO TRE-TO 00294-2012 PERÍODO DA PESQUISA 18 a 22/9/2012 PERÍODO DA PESQUISA 18 a 22/9/2012 *SERPES/Jornal do Tocantins **SERPES/Jornal do Tocantins CANDIDATO (ESPONTÂNEA) PERCENTUAL CANDIDATO (ESPONTÂNEA) PERCENTUAL MARCELO LELIS 32% CARLOS AMASTHA 46% CARLOS AMASTHA 25% MARCELO LELIS 28% LUANA RIBEIRO 15% LUANA RIBEIRO 6% DOUTOR LUCIANO 1% DOUTOR LUCIANO 1% PROFESSOR ADAIL 1% PROFESSOR ADAIL 0%
  • 9. 9 FÁBIO RIBEIRO 0% FÁBIO RIBEIRO 0% ABELARDO GOMES 0% ABELARDO GOMES 0% INDECISOS 19% INDECISOS 16% BRANCO/NULO 7% BRANCO/NULO 3% MARGEM DE ERRO 4% MARGEM DE ERRO 4% ELEITORES PESQUISADOS 504 ELEITORES PESQUISADOS 504 INSTITUTO DE PESQUISA IBOPE* INSTITUTO DE PESQUISA IBOPE* REGISTRO NO TRE-TO 00083-2012 REGISTRO NO TRE-TO 00286-2012 PERÍODO DA PESQUISA 27 a 29/8/2012 PERÍODO DA PESQUISA 15 a 17/9/2012 *IBOPE/TV Anhanguera/Jornal do Tocantins ** IBOPE/TV Anhanguera/Jornal do Tocantins Publicadas recentemente, três pesquisas eleitorais trouxeram resultados contraditórios, distintos e incoerentes em seus conteúdos com relação ao percentual de intenção de voto para cada candidato à Prefeitura de Palmas. A variação atingiu, inclusive, a colocação de candidatos na preferência do eleitorado palmense, fazendo oscilar a classificação de Luana Ribeiro (PR) e Carlos Amastha (PP) na segunda colocação. O que não se alterou foi à colocação do candidato Marcelo Lelis (PV). De acordo com a pesquisa IBOPE encomendada pela Associação Comercial e Industrial de Palmas (ACIPA), o candidato do Marcelo Lelis continua liderando as intenções de voto do eleitorado de Palmas com 43%. Na segunda colocação aparece a candidata Luana Ribeiro com 13% seguida de perto pelo empresário Carlos Amastha com 11%. Nesta publicação, votos nulos e brancos somam 11% e não sabem ou não responderam somam 21%. O Instituto VOPE, trouxe um resultado bastante diferente no que diz respeito ao percentual de intenção dos eleitores com relação à candidata Luana Ribeiro. Na pesquisa publicada no jornal Primeira Página, Marcelo Lelis segue liderando com 41%, seguido de Luana Ribeiro com 29% - mais do que o dobro da pesquisa IBOPE - Amastha com 8%. Na publicação do jornal Primeira Página, os indecisos somam 13% e branco/nulos somaram 6%. A publicação do Instituto Stylo (Promotion Editora Eventos e Promoções Ltda) que trouxe maior diferencial. Na pesquisa deste Instituto, o candidato Marcelo Lelis está na liderança com 41,71% das intenções de voto, seguido pelo empresário Carlos Amastha que é apontado com 22, 86% à frente de Luana Ribeiro que somou um total de 14,57%. Um fator preponderante nas três pesquisas, além da colocação de Marcelo Lelis é o somatório dos demais candidatos à Prefeitura de Palmas. Nas publicações, os candidatos: Dr. Luciano (PR), Fábio Ribeiro (PT do B), Professor Adail (PSDC) e Abelardo Gomes (PSOL) não somam 3% das intenções de voto do eleitorado. Os candidatos em posição central nas intenções de votos, nos resultados divulgados pelos institutos de pesquisas eleitorais, dentre os setes candidatos: Instituto IpeT1, o candidato Fábio Ribeiro (1,27%); Instituto Stylo, o candidato Dr. Luciano (1,47%); IBOPE, o candidato Dr. Luciano (1,0%); IBOPE, o candidato Dr. Luciano (1,0%). A porcentagem de intenções de voto (percentagem mediana) representa melhor a importância do conjunto da amostra da população pesquisada. Assim, a pesquisa quantitativa divulgada, passa a conferir aval técnico-científico à notícia “espectacularizada”, para lhe dar maior credibilidade. Antes de divulgar uma pesquisa-estatística, especialmente uma pesquisa eleitoral se devem procurar os indícios de viesamento: uma amostra selecionada indevidamente ou que seja muita pequena, permite e conduz uma conclusão não-confiável, além de produzir no eleitorado uma opinião dissociada da realidade, porque a opinião não se mede e não se pesa, não se toca e não se vê, por ser intangível e invisível. Nas pesquisas eleitorais realizadas, aqui mencionadas (conforme quadros de dados extraídos da mídia), o eleitorado pesquisado é muito mínimo, isto é, uma quantidade
  • 10. 10 muito pequena. O tamanho dessas amostras escolhidas (pesquisadas) não se mostra como adequada, ideal e suficiente para certas conclusões, por exemplo: os candidatos que figura nos 2º e 3º lugares nas pesquisas, pode tornar-se, 1º e 2º colocados nos resultados da eleição, isto é, pode haver uma reversão entre os candidatos que figuram nos três primeiras colocações em função de que a quantidade de eleitores que declaram suas intenções de voto branco/nulo e dos eleitores que não sabem ou não responderam (indecisos), são percentuais bastante significativos tanto em Estatística quanto em Matemática. Por outro lado, os institutos de pesquisas não adotaram um parâmetro correto, hábil e ideal para aferir-se o tamanho certo para uma amostra adequada e suficiente para extrair as conclusões divulgadas, pois os critérios definidos pelos institutos, por exemplo: nível de confiança e margem de erro, conforme utilizadas pelos institutos corresponde a uma amostra com uma quantidade maior de eleitores, porém fora pesquisada uma quantidade menor de eleitores do que a quantidade ideal (tamanho da amostra coerente e correta). Ao final, teremos os cálculos para demonstrar qual seria o tamanho da amostra ideal com os critérios de nível de confiança e margem de erro, utilizados pelos institutos. Assim, poderão ocorrer erros quanto à veracidade da informação do entrevistado: a) o informante pode mentir em relação aos dados demo-sócio-econômicos; b) o informante pode mentir em relação a sua intenção de voto; c) o informante pode mudar de opinião com ou sem novo cenário político. Também podem ter erros quanto à qualidade do levantamento de campo. Com qualquer método de amostragem, o procedimento do levantamento da informação é fundamental, isto é, a seriedade, a forma criteriosa e a competência da equipe que faz o levantamento dos dados é o ponto crítico da pesquisa. O projeto da obra civil pode ser perfeito, mas se o mestre e seus operários não forem competentes, com certeza, cai por desequilíbrio. Ainda podem ter erros inerentes à metodologia estatística. A estatística não tem pretensão de fazer estimativas exatas, admite o erro como sendo fato inerente e inevitável nos seus procedimentos de estimação. O erro é um parceiro constante na atividade do profissional estatístico, mesmo na estimação de aspectos concretos da população, onde se podem usar instrumentos de medida e avaliação. A estimativa por amostragem nestas situações mais simples estaria sujeita a erros. Aliás, mesmo que se fizesse um censo, que no caso eleitoral ocorre no dia da eleição, não há como eliminar erros. Não há medida sem erro. A pesquisa é a técnica de conseguir uma prévia com erro previsto, de custo baixo e rapidamente. Em uma pesquisa de opinião onde o aspecto a ser determinado tem natureza intangível e invisível, se aglutinam em volta da sua estimativa todas as fontes de erros: a inépcia do entrevistador, a mentira do entrevistado, alteração do cenário político, a mudança de opinião e o erro amostral, como consequência dessas ações têm-se inevitavelmente avaliações esfumaçadas da realidade. No caso da pesquisa de opinião inclusive os cálculos dos parâmetros: erro e confiabilidade podem ser considerados como sendo ordem de grandeza dos verdadeiros valores. Portanto, pesquisa de opinião é uma área da estatística sujeita a resultados “não precisos”, inclusive do ponto de vista da medida do erro e da confiabilidade. Mas, para ter uma avaliação da opinião eleitoral em certo momento, com rapidez, com baixo custo e com alguma confiabilidade, a pesquisa por amostragem é o melhor procedimento que se pode lançar mão. Um caso típico de amostra selecionada indevidamente é a pesquisa-estatística resultante da coleta de dados realizada ao entrevistado que passa pela rua - pergunta típica do entrevistador à pessoa entrevistada: Qual à sua preferência de candidato à Prefeitura de Palmas (apresenta uma relação de prováveis candidatos). Neste aspecto o entrevistador,
  • 11. 11 rotineiramente, não questiona se a pessoa entrevistada é eleitora do Município de Palmas, simplesmente solicita a opinião do entrevistado no mesmo instante. Neste tipo de procedimento de pesquisa-estatística, o percentual de pessoas que efetivamente respondem aos questionários do entrevistador, costuma ser representativo, mas não respondem todas as perguntas, também não são obedecidos os critérios, parâmetros e variáveis imprescindíveis para uma aferição mais coesa e fidedigna estatística e matematicamente, tornando a pesquisa viciada. O fantasma das fraudes está relacionado à metodologia, se for correta, se a população (universo) for bem delimitada, se a tabulação (mensuração) dos dados pesquisados for boa, o resultado será fidedigno. Como é difícil errar pesquisa planejada com metodologia científica, nascem suspeitas de que um ou outro instituto frauda resultados. O caso de pequena amostra, no caso em referência da pesquisa-estatística de intenções de voto à Prefeitura de Palmas, os institutos de pesquisas: T1 Notícias, Stylo, IBOPE (duas pesquisas) e VOPE (duas pesquisas), tão somente, entrevistaram: 1.102, 680, 504, 504, 700 e 700 eleitores, com margem de erro de: – 3,0% e +3,0%; –3,5% e +3,5%; – 4,0% e +4,0%; –4,0% e +4,0%; –3,5% e +3,5%;–3,5% e +3,5%, respectivamente. Todos estes institutos adotaram um nível de confiança de 95%, com isso, demonstra algumas contradições e incoerências, porque com margem de erro de 3,0% o nível de confiança tem que ser de 97%; com margem de erro de 3,5% o nível de confiança tem que ser de 96,5%; com margem de erro de 4% o nível de confiança tem que ser de 96%. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Palmas têm uma população de 223.817 habitantes (www.censo2010.ibge.gov.br/dados), porém uma população estimada até 1º de julho de 2011 de 228.332 habitantes. Segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Tocantins – TRE/TO, Palmas tem um eleitorado de 150.526 eleitores aptos (www.tre-to.jus.br), dos quais 77.758 são femininos (51,6575%) e 72.768 são masculinos (44,3425%). De acordo o Tribunal Regional Eleitoral este eleitorado está distribuído em relação à faixa etária e sexo, conforme planilha: Faixa Etária Homens Porcentagem (%) Mulheres Porcentagem (%) Subtotal 16 anos 883 46,352 1.022 53,648 1.905 17 anos 1.173 47,975 1.272 52,025 2.445 18 a 20 anos 5.299 47,056 5.962 52,944 11.261 21 a 24 anos 7.596 46,616 8.699 53,384 16.295 25 a 34 anos 21.359 46,854 24.227 53,146 45.586 35 a 44 anos 16.565 48,167 17.826 51,833 34.391 45 a 59 anos 14.211 50,429 13.969 49,571 28.180 60 a 69 anos 3.839 54,323 3.228 45,677 7.067 70 a 79 anos 1.401 53,311 1.227 46,689 2.628 Mais de 79 anos 442 57,552 326 42,448 768 TOTAL 72.768 48,342 77.758 51,658 150.526 Quando à amostra é muito pequena, é necessária maior cautela e precaução para se evitar vício ou macula na afirmação conclusiva da pesquisa-estatística. Por exemplo, uma pesquisa-estatística em uma amostra de 504 (IBOPE), 680 (STYLO), 700 (VOPE), 1.001 (SERPES) e 1.102 (IPT1) pessoas eleitoras (conforme considerou alguns dos institutos), os erros ocorrerão por ser provocada pela insistência destes institutos de pesquisa na utilização de amostragem por quota, técnica que trabalha com um sistema em que se tenta escolher uma quantidade ínfima da população a ser pesquisada.
  • 12. 12 O Município de Palmas possui 150.526 eleitores aptos a votar. A amostra desta população representa: 0,33483% (IBOPE); 0,45175% (STYLO); 0,46504% (VOPE), 0,66500% (SERPES) e 0,73210% (IPT1) do eleitorado do Município (consideramos cinco casas decimais). Se utilizar uma amostra bastante pequena, o resultado obtido pode ter ocorrido totalmente por acaso. Concluímos que, diante destes dados, não podemos afirmar, mesmo adotando as margens de erros consideradas pelos institutos de pesquisas, aqui citados, mesmo considerando o nível de confiança variando de 95% a 96,5%, tratar de uma pesquisa- estatística com confiabilidade, credibilidade e fidegnidade conclusiva para um ou outro candidato, até porque os percentuais de intenções de votos branco/nulos variam de 3% a 7% enquanto não sabem/não responderam (indecisos) variam entre 9,35% a 13,0%, conforme divulgado pelos próprios institutos. O pesquisador deverá tomar todos os cuidados e cautelas ao selecionar os elementos e variáveis da amostra, antes de iniciar-se a pesquisa, adotar critérios qualitativos e quantitativos e portar-se com maior honestidade e ética imaginável, porém, mesmo assim, a chance de um resultado ser “por acaso” é muito elevado. Quando a amostra da população é grande (entre 2% a 5% da população) ou muito elevada (10% da população), aquele risco persiste, mas a probabilidade de sua ocorrência se reduz drasticamente. Por exemplo, se um instituto de pesquisa-estatística afirmar ou dizer que a intenção de voto para as eleições municipais de 2012 para Prefeito de Palmas do candidato X é de y%. Três ou seis meses depois vier a afirmar de que a intenção de voto ao candidato X subiu para (y% + z%) ou baixou para (y% – z%). Com isso, foi provado estatisticamente de que o candidato X será eleito ou derrotado nas eleições municipais. O que o eleitor fará? Observamos o tamanho das amostras adotadas pelos institutos de pesquisas, apenas 504; 680; 700 e 1.102 eleitores pesquisados, a percentagem de intenções de voto obtidas, no caso destas amostras divulgadas poderia ter ocorrido totalmente por acaso. Um dos casos mais intrigantes para nós - brasileiros, é o resultado de pesquisa eleitoral. É plenamente possível obter resultados confiáveis, fiéis e válidos, se utilizarmos de metodologia de amostragem e tratamento de dados adequados e coerentes. Mas, não esqueça que há uma variação em torno dos percentuais divulgados (–3,0% e +3,0%; –3,5% e +3,5%; – 4,0% e + 4,0%), geralmente há uma pequena probabilidade de o valor ser “verdadeiro”, tendo em vista o percentual estar naquele intervalo de erro. No caso de a amostra ser pequena, menor do que 1% da população é coerente e conveniente para a confiabilidade e fidelidade da pesquisa que a margem de erro seja de –5% para +5%, com nível de confiança de 95%. Uma contradição e incoerência é adotar uma margem de erro de 3,0% e um nível de confiança de 95%, enquanto deveria ser de 97%; assim como uma margem de erro de 3,5% e um nível de confiança de 95%, enquanto deveria ser de 96,5% e também uma margem de erro de 4,0% e um nível de confiança de 95%, enquanto deveria ser de 96%. Devemos considerar: Estatística é a ciência que trata da coleta, análise e disposição de dados; na estatística descritiva, são descritas várias formas de medição e análise de dados; população é todo que se quer descrever (eleitores aptos a votar no Município de Palmas); qualquer eleitor representa um grupo (amostra); amostragem é o retrato do momento; a pesquisa é preparação do questionário e a efetivação da entrevista de qualquer eleitor, considerando os atributos qualitativos; perfil é a definição das características de um eleitor; margem de erro; grau de confiabilidade depende do alvo a ser atingido; estratos: renda familiar (baixa, média e alta), nível de escolaridade (analfabeto, lê e escreve, 1º grau incompleto, 1º grau completo, 2º grau incompleto, 2º grau completo, 3º grau incompleto e 3º
  • 13. 13 grau completo), faixa etária - idade (16 a 17 anos, 18 a 25 anos, 26 a 35 anos, 36 a 45 anos, 46 a 55 anos, acima de 55 anos), setor residencial (norte, centro norte, centro, centro sul, sul, zona rural, zona suburbana), sexo (masculino, feminino, homo-afetivo), religião (ateu, budista, católico, espírita, evangélico, entre outros), dentre outros. A inferência estatística é o processo de se obter informações para tomar decisões sobre uma população. Inferência estatística é o processo pelo qual estatísticos extraem conclusões acerca da população usando informação de uma amostra. A população se refere a todos os casos ou situações as quais o pesquisador quer fazer inferências ou estimativas. Uma amostra é um subconjunto da população usado para obter informação acerca do todo. Características de uma população que diferem de um indivíduo para outro e as quais se tem interesse em estudar são chamadas variáveis. Cada unidade - membro da população que é escolhido como parte de uma amostra fornece uma medida de uma ou mais variáveis, chamadas observações. Nas pesquisas eleitorais, quase todos os institutos de pesquisas, utilizam estimativas de uma amostra como “melhor chute” para os verdadeiros valores populacionais. Exemplos são a média amostral, a mediana amostral, o desvio padrão amostral, o erro padrão amostral, os quais estimam a verdadeira média, mediana, desvio padrão e erro padrão da população ou da amostra, que são desconhecidos. Os verdadeiros desconhecidos são valores populacionais ou amostrais chamados parâmetros. Devemos realizar cautelosamente o teste de hipótese que é a verificação das hipóteses sobre a população, mediante os critérios e variáveis estatísticas. O erro é cumulativo na estatística, por isso requer um cuidado maior. O erro surge quando se elimina ou rejeita alguma casa decimal ou centesimal que deveria considerá-la. A não significância consiste no valor da probabilidade de se cometer um erro. O poder do teste consiste na probabilidade de rejeição. As influências mais relevantes que se observam com os resultados das pesquisas eleitorais que se divulgam, costuma ocorrer em três campos do processo eleitoral: a) no ânimo da militância quando o pleito envolve candidatos com algum enraizamento em segmentos sociais organizados; b) na capacidade de captação de financiamento privado para a disputa; c) no trabalho do marketing político e desempenho midiático que as intenções de votos publicadas por meio de pesquisas migram de uma zona de influência para outra. Para os dois últimos campos, a difusão das pesquisas de intenção de voto cumpre um papel fundamental na elaboração e desenvolvimento do programa de campanha. A margem de erro é calculada erroneamente. Por exemplo, no caso da eleição municipal, a margem de erro é muito menor para os candidatos: Dr. Luciano, Professor Adail, Fábio Ribeiro e Abelardo Gomes, conforme considerou todos os institutos, aqui citados. Tudo depende do procedimento amostral. Matematicamente, quanto mais próximo da faixa percentual de 50%, maior a margem de erro, quanto mais próximo do percentual de 100% ou 0%, menor a margem de erro. As pesquisas de opinião eleitoral baseiam-se no fundamento da análise estatística que para se obterem indicadores de uma população, basta consultar somente uma parte - amostra, representativa dessa população. Os resultados derivados são chamados de estimativas dos parâmetros populacionais. Portanto, passíveis de erro, o chamado erro amostral. Assim, toda e qualquer pesquisa que não entrevista o conjunto do universo tem erro de estimativa, que é calculado em função principalmente do tamanho da amostra e da maior ou menor homogeneidade da população pesquisada. Para um mesmo desenho de amostra, há uma relação inversa entre erro amostral e tamanho da amostra, isto é, quanto maior é o tamanho da amostra, menor é o erro amostral, vice-versa. A mesma relação inversa se dá entre o nível de homogeneidade do universo pesquisado e o erro amostral: quanto mais homogêneo é o conjunto da população, tanto menor é o erro amostral, vice-versa.
  • 14. 14 A técnica estatística permite que se possa calcular e circunscrever esse erro a um dado intervalo de variabilidade. A maneira como se interpretam os resultados de uma pesquisa eleitoral depende, dentre outros fatores, da magnitude do erro incorrido nas estimativas. Por exemplo, o candidato que obteve nas duas últimas pesquisas divulgadas pelos institutos: IBOPE e SERPES afetos a uma pesquisa eleitoral estimulada de 7% (Luana Ribeiro) de intenção de voto, em um levantamento cujo erro, para mais ou para menos, a conhecida “margem de erro”, foi somente de –4,0% e +4,0% podem ter 3% ou 11% dessas intenções; 9,20% (Luana Ribeiro) de intenção de voto, em um levantamento cujo erro, para mais ou para menos, a conhecida “margem de erro”, foi somente de –3,09% e +3,09% podem ter 6,11% ou 12,29% dessas intenções. Caso considere a pesquisa eleitoral espontânea divulgada pelos institutos: IBOPE e SERPES, de 6% (Luana Ribeiro) de intenção de voto, com margem de erro de –4,0% e +4,0% poderão ter 2% ou 10% dessas intenções; 8,80% (Luana Ribeiro) de intenção de voto, com margem de erro de –3,09% e +3,09% poderão ter 5,71% ou 11,89% dessas intenções. Estes intervalos de variabilidade das intenções de voto para erros amostrais entre: –3,0% e +3,0%; –3,09% e +3,09%; –3,5% e +3,5%; –4,0% e +4,0%, em uma pesquisa em que os candidatos obtiveram uma estimativa média de intenção de voto, conforme consignado nas planilhas. Outra maneira de interpretar o resultado conseguido por certo candidato, já aplicando algum conhecimento de inferência estatística, é dizer que este determinado candidato, por ter obtido certo percentual de intenção de voto na amostra (na pesquisa), deve esperar receber entre a soma de suas intenções com a margem de erro para mais ou para menos, de votos da população, inclusive em anexo se tem um quadro de pesquisas eleitorais realizados pelos institutos mencionados. A fórmula apresentada calcula a amostra ideal para uma pesquisa quantitativa quando conhecido o tamanho da população e a margem de erro desejada. Por outro lado, permite-se calcular a margem de erro da amostra, quando conhecido o tamanho da amostra e da população. Importante ressaltar que essa fórmula simplificada que pode ser aplicada em condições ideais, nota-se, que existem outros aspectos que deve ser analisados para o cálculo de uma amostra ideal de pesquisa. Acreditamos ser útil explicar: Este tipo de pesquisa de intenção de votos, chamada de “inferência sobre a proporção de uma população”, já que se quer retirar conclusões sobre o percentual de pessoas disposta a apontar aquela determinada resposta. Uma fórmula mais simplória para determinar o tamanho da amostra para uma população infinita com mais de 100.000 pessoas é dado por: Z2 / 2  p  q n e2 n→ tamanho da amostra; Zα/2→ valor crítico da distribuição normal padrão correspondente ao nível de confiança desejado (Tabela Normal Padrão); p→ proporção que certa resposta terá na população; q→ proporção que certa resposta terá na população (1 – p); e→ margem de erro pretendida. Alguns valores da Tabela Z com seus respectivos valores: Nível de Confiança Zα/2 Nível de Confiança Zα/2 50% 0,67 60% 0,84 68% 1,00 70% 1,04 78% 1,23 80% 1,28
  • 15. 15 85% 1,44 90% 1,65 92% 1,75 94% 1,88 95% 1,96 95,5% 2,00 96% 2,06 96,5% 2,11 97% 2,17 97,5% 2,24 98% 2,40 99% 2,58 99,5% 3,00 99,6% 3,08 99,7% 3,15 99,9% 3,29 Utilizou-se com duas casas decimais o valor crítico da distribuição normal padrão para o nível de confiança Observe-se que ainda vamos saber a pesquisa, não sabemos p, já que p é a proporção de respostas na população. (1 – p) é o percentual de outras respostas, p varia entre 0 e 1. Neste caso, o pior resultado possível, que irá resultar na maior amostra possível é p = 0,50, que fará com que p × (1 – p) seja igual a 0,25. Zα/2 é o valor crítico da distribuição normal (Teorema do Limite Central é à base da Teoria de Amostragem), na prática é a determinação do nível de confiança. A margem de erro é determinada por quem contrata a pesquisa. É um indicador amplamente conhecido. O que poucas pessoas conhecem é o intervalo de confiança, que é um valor de suma importância quanto à margem de erro. Por exemplo, quando se fala em 95% de nível de confiança, dizemos que, há uma probabilidade do candidato estar situado dentro da margem de erro. Mas, existem 5% de chance deste candidato estar fora. Na verdade 2,5% de chances de certo candidato ter mais do que o que atribuiu (mais a margem de erro) e 2,5% de chances de ser menos. Por exemplo, na Pesquisa do Instituto SERPES, Luana Ribeiro está com 9,20% (com margem de erro de 3,09% e nível de confiança de 95%, enquanto deveria ser de 96,91 praticamente 97%). Diz-se que esta candidata pode estar entre 6,11% (9,20 – 3,09%) e 12,29% (9,20% + 3,09%), dentro da margem de erro. Mas, na verdade esta candidata tem 1,545% de chances de ter mais do que 9,20% e 1,545% de chances de ter menos de 6,11%, por serem resultados fora da margem de erro. O nível de confiança de 95% é o padrão das pesquisas eleitorais. Esperamos que em cada 20 pesquisas divulgadas, uma que é 5% esteja errada, infelizmente é assim. Mas, esperamos que dezenove que é 95% estejam corretas. Como os eventos (pesquisas) são independentes, isso irá variar. O tamanho mínimo de uma amostra em relação a uma população infinita (aquela superior a 100.000 indivíduos) é determinado através dos parâmetros da margem de erro pretendida (e), do nível de confiança desejado (Zα/2) e da prevalência do parâmetro a ser estudado na população-alvo (p) e (q), onde q = (1 – p): Z2 / 2  p  q n e2 O erro padrão reflete diretamente no nível de confinação, por estar correlacionada entre si a margem de erro e ao nível de confiança: pq Ep   100 n Ep→ erro padrão; p→ proporção que certa resposta terá na população; q→ proporção que certa resposta terá na população (1 – p); n→ tamanho da amostra.
  • 16. 16 Esta é a razão pela qual uma pesquisa eleitoral pode ter um resultado diferente, mesmo com a amostragem, sendo bem realizada, com estratos bem definidos. A pesquisa pode errar ou se contradizer, isso é fato. Mesmo sendo bem feita, mas não sempre é o caso. Vamos fazer os cálculos para determinar o tamanho da amostra ideal para as situações consideradas pelos institutos de pesquisas: Se fizermos os cálculos com 96% de nível de confiança e margem de erro com 4% para encontrar o tamanho da amostra ideal: Z2 / 2  p  q 2,062  0,5  0,5 n 2 →n  →n  1,060900 → n = 664 eleitores. e 0,04 2 0,001600 Para que a pesquisa eleitoral pudesse ser confiável e fidedigna, deveria ter sido pesquisado, no mínimo, 664 eleitores pelo IBOPE. pq Ep   100 → E p  0,5  0,5 100 → E p  0,25 100 → Ep = 2,04%. n 602 602 Como o valor encontrado da margem de erro corresponde a um desvio, para dois desvios (96%), temos: 2,04%× 2 = 4,08%. Nível de confiança de 96% e a margem de erro mínima deveria ser de 4,08%. Se fizermos os cálculos com 96,5% de nível de confiança e margem de erro com 3,5% para encontrar o tamanho da amostra ideal: Z2 / 2  p  q 2,112  0,5  0,5 n 2 →n  →n  1,113025 → n = 909 eleitores. e 0,035 2 0,001225 Para que a pesquisa eleitoral pudesse ser confiável e fidedigna, deveria ter sido pesquisado, no mínimo, 909 eleitores pelo STYLO. pq Ep   100 → E p  0,5  0,5 100 → E p  0,25 100 → Ep = 1,77%. n 800 800 Como o valor encontrado da margem de erro corresponde a um desvio, para dois desvios (96,5%), temos: 1,77%× 2 = 3,54%. Nível de confiança de 96,5% e a margem de erro mínima deveria ser de 3,54%. Se fizermos os cálculos com 97% de nível de confiança e margem de erro com 3% para encontrar o tamanho da amostra ideal: Z2 / 2  p  q 2,17 2  0,5  0,5 n 2 →n  →n  1,177225 → n = 1.308 eleitores. e 0,03 2 0,000900 Para que a pesquisa eleitoral pudesse ser confiável e fidedigna, deveria ter sido pesquisado, no mínimo, 1.308 eleitores pelos Institutos: IPET1 e SERPES. pq Ep   100 → E p  0,5  0,5 100 → E p  0,25 100 → Ep = 1,53%. n 1070 1070 Como o valor encontrado da margem de erro corresponde a um desvio, para dois desvios (97%), temos: 1,53%× 2 = 3,06%. Nível de confiança de 97,01% e a margem de erro mínima deveria ser de 3,06%, porém o Instituto SERPES adotou-se a margem de erro correta, mas o tamanho da amostra não é ideal e coerente, por ter pesquisado somente 1.001 pessoas. Há uma maneira de encontra o tamanho mínimo de uma amostra, quando se tratar de uma população infinita (aquela superior a 100.000 indivíduos), baseando-se nos parâmetros da margem de erro pretendida (e) e no nível de confiança desejado (Z α/2): I- e = 3,5% e Z = 2,11 (96,5%):
  • 17. 17 Z2 / 2 e  211  2  → 2,11 3,5  → 7 n  211 → n  211 →n   →n = 909 eleitores. 2 n 100 2 n 100 7  7  II- e = 3,0% e Z = 2,17 (97,0%): 2 Z e  217  2   /2 → 2,17 3,00  → 6 n  217 → n  217 →n   →n = 1.308 eleitores. 2 n 100 2 n 100 6  6  III- e = 4% e Z = 2,06 (96%): 2 Z e  206  2   /2 → 2,06 4,0  → 8 n  206 → n  206 →n    →n = 664 eleitores. 2 n 100 2 n 100 8  8  Nestes casos as pesquisas realizadas por todos os institutos de pesquisas eleitorais, aqui citados deveriam ter adotado uma margem de 5% e um nível de confiança de 95% para que pudesse ter mais confiabilidade, credibilidade e fidelidade nos dados divulgados. Mas qual é a segurança que se tem de que as estimativas dessas pesquisas de intenção de voto retratem a verdadeira preferência de toda a população (eleitores aptos a votarem de Palmas-TO), quer dizer, como ter certeza de que as intenções de voto da população por aquele candidato situam-se entre os percentuais consignados nas planilhas? Fazendo a pergunta de outra forma: Se a eleição fosse hoje (nas datas das pesquisas) como se poderia assegurar que o certo candidato receberia uma votação de, no mínimo, suas intenções de voto subtraída da margem de erro ou suas intenções de voto somada da margem de erro? Certeza absoluta não se tem, mas podemos estabelecer estatisticamente, certo nível de confiança que indique uma alta probabilidade de aquelas estimativas espelharem a realidade. O nível de confiança é determinado de comum acordo entre o instituto de pesquisa e o cliente (quem contratou a pesquisa). Uma pesquisa realizada praticamente um mês antes da eleição é somente um indicativo do grau de conhecimento do eleitorado em relação aos candidatos e uma medida da simpatia ou antipatia ou aceitação ou rejeição que cada uma das pessoas pesquisadas desperta em relação aos candidatos. Afirmamos com certeza, o cenário de hoje não será o do dia da votação (eleição: 7/outubro/2012). Mas, diante desta ressalva, a pesquisa mostra tendências, dificuldades e incoerências bem divergentes da realidade, por si só, cria um fato político. CONCLUSÕES As pesquisas eleitorais sempre foram tema de polêmica desde que começaram a ser realizadas pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística - IBOPE em 1945. Desta época em diante, as pesquisas de intenção de voto passaram a ser comuns nas eleições brasileiras. Muitos institutos surgiram e as técnicas e métodos por eles utilizados foram se aperfeiçoando. Mas, sempre que o Brasil passa por um novo processo eleitoral, as mesmas polêmicas, envolvendo as pesquisas, voltam à mídia. Se surgir a pergunta: Qual o melhor tamanho da amostra em uma população infinita? A resposta mais coerente em função da análise estatística é, se a amostra for grande é dispendiosa e demanda mais tempo de mensuração e estudo; se a amostra for pequena é menos precisa e pouco confiável. O tamanho da amostra depende do grau de confiança desejado, da margem de erro pretendida e do desvio padrão que está correlacionado diretamente com a margem de erro. Concluímos que a inferência estatística deve considerar, sobretudo, a variável qualitativa e quantitativa conduzidas na população para se extrair uma amostra considerável para realização da análise da estatística descritiva em função da probabilidade de um evento (atributo ou estrato) ocorrer e que possa ou não resultar em erro.
  • 18. 18 Os parâmetros da população a ser adotados: a média, a variância, o desvio padrão, o erro padrão, nível de confiança, intervalo de confiança, a margem de erro, entre outros, para conduzi-los a inferência e ao método de amostragem com análise de estimativa destes parâmetros em relação à amostra considerada (subconjunto da população). A amostra deveria, no mínimo, ser de 1,0% a 2,0% da população. No caso da pesquisa de intenção de voto divulgada para a Prefeitura de Goiânia pelos jornais impressos e televisivos, os quais contrataram as pesquisas dos institutos: IPET1, IBOPE, SERPES e VOPE deveriam ter pesquisado de 1,505 a 3,010 eleitores aptos a exercer o direito de voto, no mínimo. O estatístico sem domínio da lei aleatória que rege a seleção da amostra é impedido de conhecer as propriedades das estimativas. Ademais, compromete o cálculo, mesmo aproximado, do erro e do intervalo de confiança das estimativas. O desconhecimento da lei de seleção (métodos não probabilísticos) determina não existência de embasamento teórico do método de estimação, não gera fórmula do cálculo do erro e da confiabilidade. Estes são realizados por fórmulas gerais baseadas em propriedades de grandes amostras. Neste trabalho procuramos dar uma ideia dos problemas enfrentados pelos Institutos de Pesquisas, durante a realização de uma pesquisa de intenção de voto, mostrou-se os possíveis erros que poderão acontecer bem como as fórmulas utilizadas para determinar o tamanho da amostra. Os defensores da ideia de que as pesquisas sejam proibidas, argumentam que a divulgação das pesquisas teria uma forte influência nos resultados finais da eleição. Não há dúvida que deverá existir um controle rigoroso por parte da imprensa, pelo Juiz Eleitoral, Tribunal Regional Eleitoral, Tribunal Superior Eleitoral, sobretudo, pela sociedade. É necessário que as informações sobre determinada pesquisa seja disponibilizada para todos os interessados, permitindo que a seriedade seja avaliada. A ideia de proibir a realização das pesquisas ou impedir a sua divulgação nos parece não ser aceitável, pois de uma forma ou de outra as pesquisas continuam a ser realizadas e divulgadas de uma forma camuflada nos meios de comunicação, onde a sociedade não privilegiada seria a grande prejudicada. Não pretendemos aqui discorrer sobre métodos estatísticos, mas apenas trazer algumas informações da estatística quando usada nas pesquisas sociais (eleitorais). Há outros pontos (especialmente sobre estatística) que ficaram de fora, os quais podem ser estudos em obras específicas desta ciência. Mesmo em se tratando de pesquisa social, não se pretendeu esgotar o tema, mas apenas compartilhar informações assimiladas quando da realização da pesquisa que aqui foi relatada que poderá auxiliar o cidadão, o político, a imprensa quando este se defrontar com a análise de alguma pesquisa. Entendemos que as pesquisas eleitorais podem ser usadas como instrumento privilegiado de propaganda, com poder para desequilibrar o pleito, o legislador buscou, através da legislação pertinente, impor regras à divulgação das pesquisas, mas se tem mostrada ineficiente. O aparato legislativo existente visa a proteger o eleitor da divulgação de dados imprecisos, incorretos ou manipulados e se configura em grande avanço rumo ao combate à fraude na realização e divulgação da pesquisa eleitoral, porque torna possível a qualquer dos candidatos que disputam o pleito o controle da mesma. O Poder Judiciário Eleitoral tem contribuído com a idoneidade do processo de pesquisa eleitoral, cabendo-lhe exercer papel administrativo na avaliação do registro e divulgação da pesquisa, já que não tem conhecimento técnico suficiente para averiguação dos dados e escolha de métodos depositados em Cartório. O Judiciário deveria ter especialista para as análises estatísticas registradas, para coibirem as pesquisas distorcidas dos dados e dissociadas da realidade fática.
  • 19. 19 As pesquisas eleitorais traduzem em argumentação. A argumentação é um recurso que tem como propósito convencer alguém, para que esse tenha a opinião ou o comportamento alterado (acompanhar a opinião divulgada pela pesquisa). Sempre que faço alguma argumentação, tem-se o intuito de convencer alguém a pensar como penso. No momento da construção textual, os argumentos são essenciais, esses serão as provas que se apresenta, com o propósito de defender a ideia e convencer o leitor de que essa argumentação é a correta. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARBETTA, P. A. Estatística Aplicada às Ciências Sociais. UFSC, Florianópolis, v.2, 2000. BUSSAB, Wilton O. & MORETTIN, P. A. Estatística Básica. 5.ed. Atual: São Paulo, 2002. COSTA NETO, P. L. O. Estatística. 2.ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2002. FONSECA, Jairo S. & MARTINS, Gilberto de A. Curso de Estatística. 6.ed. Atlas: São Paulo, 1996. LINS, Newton. Propaganda eleitoral: comentários jurídicos, pesquisas eleitorais, publicidade de governo em ano eleitoral. 2.ed. Brasília: Brasília Jurídica, 2006. MENDONÇA JÚNIOR, Delosmar. Manual de Direito Eleitoral. Salvador: JusPodivm, 2006. NEUFELD, J. L. Estatística Aplicada a Administração usando EXCEL. 1.ed. 5.reimpressão. São Paulo: Pearson, 2009. PINTO, Djalma. Direito Eleitoral: Anotações e temas polêmicos. 3.ed. Rio de Janeiro: Forense, 2000. STEVENSON, W. J. Estatística Aplicada a Administração. 1.ed. São Paulo: Harbra, 2001. TRIOLA, M. F. Introdução a Estatística. 7.ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999. http://g1.globo.com/politica/eleicoes/2012/noticia/2012/08/ibope-divulga-primeiros-numeros- da-corrida-eleitoral-em-palmas.html. http://noticias.terra.com.br/eleicoes/2012/to/palmas/noticias/0,,OI6164450-EI20655,00- Ibope+Carlos+Amastha+lidera+corrida+a+prefeitura+de+PalmasTO.html. http://www.folhadotocantins.com.br/site/noticia.asp?id=1342. http://primeirapagina.to/noticia.php?l=5a36863122c5f4c33d1f95d3ca0af336. http://www.tre-to.jus.br/eleicoes/eleitorado/estatisticas-das-eleicoes-2012. http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=172100. http://conexaoto.com.br/2012/09/23/pesquisa-serpes-mostra-amastha-com-43-3-lelis-35-3-e- luana-9-2. http://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/tse-resolucao-tse-no-23364-eleicoes- 2012/view?searchterm=None. http://www.tse.jus.br/hotSites/CatalogoPublicacoes/pdf/codigo_eleitoral_2012/TSE-Codigo- Eleitoral-2012-Web.pdf. Concluímos em 23 de setembro de 2012
  • 20. 20 PESQUISAS ELEITORAIS A PREFEITURA DE PALMAS - 2011 A 2012 Eleitorado: 150.526 (0,1% dos eleitores brasileiros - jul.2012 - TSE) PESQUISAS ESTIMULADAS Eleitor escolhe o candidato entre os nomes apresentados pelo pesquisador (%): Não sabem / Carlos Marcelo Luana Dr. Prof. Fábio Abelardo Brancos / não Amastha Lelis Ribeiro Luciano Adail Ribeiro Gomes nulos/nen respondera Data Instituto (PP) (PV) (PR) (PRP) (PSDC) (PT do B) (PSOL) hum m 18 a 22.set.2012 Serpes 43,3 35,3 9,2 0,6 0,2 0,2 0 2,4 8,9 15 a 17.set.2012 Ibope 47 30 7 1 1 0 0 3 11 3a 5.set.2012 Vope 26 39 17 1 1 1 1 3 11 27 a 29.ago.2012 Ibope 26 36 16 1 1 1 0 7 13 27 a 28.ago.2012 Stylo 23,91 43,88 18,53 1,47 0,74 0,29 0,15 0,00 11,03 22 a 24.ago.2012 IPET1 20,96 40,20 19,69 0,64 0,64 1,27 0,36 6,90 9,35 11 a 13.ago.2012 Ibope 12 47 16 1 - 0 0 10 13 27 e 28.jul.2012 Stylo 16,86 45,43 22 1,14 1,43 1,71 0,29 - - 24 a 26.mai.2012 Ibope 1 45 14 - - - - 9 13 24 a 26.mai.2012 Ibope - 42 13 - - - - 13 15 24 a 26.mai.2012 Ibope 2 43 13 - - - - 13 16 16 a 18.dez.2011 Ibope 2 52 10 - - - - 11 8 16 a 18.dez.2011 Ibope 2 54 - - - - - 13 10 16 a 18.dez.2011 Ibope 1 56 - - - - - 13 9 16 a 18.dez.2011 Ibope 1 55 - - - - - 12 9 16 a 18.dez.2011 Ibope 2 52 10 - - - - 12 9 METODOLOGIA Nº Pessoas Margem Contratante (quem pagou a pesqui- de erro Local de N° de Data Instituto pesquisa) sadas (%) registro registro 18 a 22.set.2012 Serpes Jornal do Tocantins 1001 3,09 TRE-TO 00294/2012 15 a 17.set.2012 Ibope TV Anhanguera 504 4,00 TRE-TO 00286/2012 3 A 5.set.2012 Vope Jornal Primeira Página 700 3,50 TRE-TO 00098/2012 27 e 29.ago.2012 Ibope Centro Norte Comunicação 504 4,00 TRE-TO 00083/2012 27 e 28.ago.2012 Stylo Jornal Stylo 680 3,50 TRE-TO 00081/2012 22 e 24.ago.2012 IPET1 Jornal T1 Notícias 1102 3,00 TRE-TO 00070/2012 ACIPA - Associação C. Industrial de 11 a 13.ago.2012 Ibope Palmas 602 4,00 TRE-TO 00059/2012 27 e 28.jul.2012 Stylo Jornal Stylo 350 2,00 TRE-TO 00038/2012 24 a 26.mai.2012 Ibope Jornal Primeira Página 602 4,00 TRE-TO 00030/2012
  • 21. 21 ACIPA - Associação C. Industrial de 16 a 18.dez.2011 Ibope Palmas 602 4,00 - - Observações e responsabilidade: 1. A compilação das intenções de voto estimuladas aos candidatos a Prefeito de Palmas, é feita a partir dos resultados de pesquisas eleitorais divulgados pelos próprios institutos e por veículos de comunicação em todo o país; 2. Os resultados aqui apresentados são de total responsabilidade técnica e metodológica dos institutos que realizaram as pesquisas; 3. As pesquisas divulgadas, segundo seus realizadores, em TESE, estão de acordo com as normas eleitorais vigentes, apesar de algumas contradições e incoerências. A margem de erro do levantamento, bem como o local de registro na Justiça Eleitoral e o número desse registro. A lei só obriga a divulgação dos dados metodológicos e do registro da pesquisa no ano elei toral, porém é ideal e viável demonstrar estatisticamente a correlação entre a margem de erro e o nível de confiança; 4. Esclarecimentos adicionais podem ser obtidos no TRE-TO ou no TSE ou nos próprios institutos de pesquisa.