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Diferença sim, desigualdade não<br />Ontem, comemoramos o Dia Internacional da Mulher. O que podemos refletir sobre a condição da mulher no mundo? Eis minhas reflexões. Segundo dados da ONU, temos 1,2 bilhão de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza, ou seja, sobrevivem com menos de um dólar por dia. Este cenário é caracterizado como “feminização da pobreza”, pois a maioria dos pobres são mulheres.A pobreza, além de subtrair das mulheres os seus direitos, também limita a sua reação e a construção de alternativas. Assim, tem-se um círculo vicioso que deteriora a qualidade de vida de milhões de mulheres. Vencer esse círculo é uma condição para diminuir a pobreza extrema no mundo. Uma forma de acabar com essa situação é promover o fortalecimento da mulher, aumentando os espaços de atuação profissional e garantindo igualdade de oportunidades.As Metas do Milênio, organizadas pela ONU em 2000, estabeleceram compromissos para enfrentar os problemas que afligem a humanidade. Esse documento foi assinado por 191 países. Nele, há oito compromissos a serem alcançados até 2015, como: acabar com a fome e a miséria; educação básica de qualidade para todos; igualdade entre sexos e valorização da mulher; reduzir a mortalidade infantil; melhorar a saúde para gestantes; combate à Aids; todo o mundo trabalhando pelo desenvolvimento. Vê-se o retrato da situação feminina neste contexto.Registros nos mostram que entre os mais pobres do mundo, 70% são mulheres. Dois terços dos analfabetos do mundo são mulheres. A desigualdade salarial entre homens e mulheres é gritante. Nos países pobres e em desenvolvimento, as doenças atingem de forma implacável os mais pobres e, consequentemente, as mulheres que são mais vulneráveis. Por isso, a importância em reconhecer o consenso estabelecido entre os países para atender às metas dentro do prazo.O Brasil tem feito sua parte. Em 2003, criou a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, com status de ministério. Também incentivou a organização do 2º Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, em 2008, e o Programa bolsa-família, que dá prioridade às mulheres, pois são elas que recebem os benefícios.Em algumas áreas, o Brasil enfrenta bem os problemas, como é o caso do combate à Aids. No tocante ao compromisso de todos trabalharem pelo desenvolvimento, nossa política de crescimento econômico com distribuição de renda garante um bom caminho contra a pobreza.Em Joinville, a nova gestão valoriza, pela primeira vez, as mulheres servidoras públicas e as mulheres com atuação política, social e técnicas comprovadas, preenchendo 30% dos cargos comissionados com mulheres. Esse talvez seja um dos primeiros grandes presentes para a cidade que completa 158 anos hoje. Isso valoriza nossa capacidade e garante igualdade entre os sexos. Os valores femininos de cooperação e solidariedade são fundamentais para termos uma administração justa, igualitária e com ação coletiva.Os problemas existentes entre nós, homens e mulheres, não são naturais nem resultado de nossas diferenças que existem e devem ser respeitadas. Nossas mazelas são resultado de valores culturalmente construídos ao longo do tempo, a partir de uma concepção do “porque ser mulher é menos”. Nosso compromisso é de alterarmos essa realidade construindo a autonomia feminina e promovendo a equidade entre homens e mulheres. Fico com as palavras do poeta Mario Benedetti que diz: “E na rua, lado a lado, somos muito mais que dois”. Eu faço a minha parte. E você?mari@carlito.com.br<br />*PSICÓLOGA, MEMBRO DA EXECUTIVA NACIONAL DO PT E PRIMEIRA-DAMA DE JOINVILLE<br />

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