2. É preciso esperar a “hora certa para
nascer”
Nos partos marcados com antecedência, com
dia e hora para acontecer, a chance de a mãe ter
alguma hemorragia é oito vezes maior que no
parto normal, pois o útero pode não estar
preparado para aquele momento.
3. Maturidade fetal
O trabalho de parto é um processo físico e
hormonal e serve para terminar o
amadurecimento do bebê, principalmente seus
sistemas respiratório, imunológico e nervoso.
Nas cesáreas, pré-agendadas, há maior
prevalência de bebês prematuros em virtude da
indução do trabalho de parto realizada antes da
total maturidade fetal.
4. Segurança
Todos os estudos rigorosos comprovam que o parto normal é mais
seguro para a gestante e seu bebê. Como não há intervenção cirúrgica,
não há riscos de infecções. A cesárea é considerada uma cirurgia “de
grande porte”, tendo em vista que sete camadas distintas do abdome
são abertas, aumentando a chance de contaminações na cavidade
peritoneal, que é hermeticamente isolada, levando a uma significativa
perda da resistência do organismo. Estudo brasileiro, publicado em
2003, que pesquisou durante vinte anos as mortes maternas no Rio
Grande do Sul, constatou risco de morte quase 11 vezes maior para as
mulheres submetidas à cesariana se comparadas às que fizeram parto
vaginal. Existe risco de complicação de aproximadamente 0,6% a cada
vez que uma mulher é operada. De modo geral, a cesárea tem quatro
vezes mais risco de morte materna e 10 vezes mais risco de morte
neonatal. Essa taxa se repete no mundo todo, independentemente das
condições tecnológicas em que são feitas as cesáreas. Além disso, no
parto normal ocorrem os menores índices de tromboembolismos, uma
doença ocasionada pela alteração da coagulação sangüínea.
5. Bom para o bebê
A criança merece vir ao mundo da melhor forma. Com o
parto normal, ela está física e psicologicamente preparada
para nascer. Batimentos cardíacos e respiração são ajustados à
sua nova condição de vida. Quando o bebê passa pelo canal
de parto, há uma compressão do tórax que elimina as
secreções pulmonares de líquidos localizados nas áreas
respiratórias. No parto normal, inclusive, a produção de leite
materno será maior do que em uma eventual cesárea. E esse
alimento será a primeira fonte de nutrientes do bebê nos seis
meses iniciais de vida.
“Pesquisa revela que 12% dos bebês que nascem de cesariana
bão para unidade de terapia intensiva (UTI), ao passo que, no
parto normal, essa porcentagem cai para 3%”
6. Menor sofrimento
O medo e a insegurança sempre potencializam a dor na hora do parto.
Este incômodo nada mais é do que o resultado da contração muscular
do útero e da distensão de diversas estruturas do canal do parto. Uma
boa preparação, tanto física como psicológica, aumenta os níveis de
endorfinas (substância produzida pelo próprio organismo que tem
propriedades analgésicas). A dor deixará de existir completamente
depois do parto, enquanto na cesárea, sempre feita sob anestesia
(geralmente peridural), ela sempre virá após o término de sua ação
anestésica, de maneira mais intensa e durante um maior período de
tempo. Além do que, também há a possibilidade de reações adversas à
anestesia. Caso a dor do parto vaginal seja insuportável, pode-se fazer
a analgesia peridural (com baixa dose), em que somente a
sensibilidade da mulher é retirada enquanto a parte motora continua a
agir.
7. Amamentação instantânea
O bebê pode ser amamentado já na sala de
parto e receber os primeiros carinhos da mãe,
tornando ainda mais fortes seus laços afetivos.
Esse processo acontece devido a liberação dos
hormônios ocitocina e prolactina no organismo
durante o trabalho de parto.
8. Recuperação imediata
Partos normais permitem que as mães deixem o
hospital mais rapidamente, enquanto as
submetidas a cesáreas permanecem por mais
tempo no ambiente hospitalar, sem contar que
ainda podem ter febre, hematomas, infecções
do trato urinário, do útero ou da ferida cirúrgica,
além de paralisia do intestino ou da bexiga, com
conseqüente sensação dolorosa que acompanha
essas complicações.
9. Sem cicatriz e sem trauma perineal
Como não há intervenção cirúrgica, não há marca de
cicatriz a ser deixada no corpo da mulher. Mas atenção,
uma conversa com o obstetra e com a equipe que dará
auxílio no momento do parto normal é importante para
que não haja o corte do períneo (episiotomia). Ao
permitir que o bebê nasça vagarosamente, apenas com a
força da contração uterina, o períneo tem maior chance
de distensão fisiológica e, assim, minimizar a
possibilidade de haver laceração e trauma perineal.
10. Interação entre a mãe e o bebê
Em virtude da recuperação imediata no pós-
parto, os vínculos são potencializados. No parto
normal a mãe ajuda seu filho a nascer e os dois
se relacionam desde o primeiro momento.
11. Sem sair de casa
Segundo a especialista holandesa em parto normal
e defensora da humanização do nascimento Mary
Zwart, é natural entre os mamíferos permanecer
em seu próprio ninho durante o parto e não sair
dele. As mulheres que não apresentam risco
gestacional devem ter a opção de trazer seus filhos
à luz em seus próprios lares, desde que haja uma
estrutura mínima necessária e o auxílio de uma
obstetriz, parteira ou doula que conduza o processo
e garanta a saúde da mãe e do bebê. Não se pode
transformar algo natural em um evento cirúrgico.
12. Mito da dor
A anestesia é capaz de controlar a dor. São
combinadas a anestesia raquidiana e peridural,
fazendo com que a mãe não sofra e não perca a
sensibilidade.
“O alívio da dor no parto deve ser entendido
como m direito de todas as mulheres”
Parto Normal Ou Cesárea?
Por Carmen Simone Grilo Diniz, Ana Cristina Duarte
13.
14. Referências:
DINIZ, Simone Grilo; DUARTE, Ana Cristina. Parto normal ou cesárea?: o que toda
mulher deve saber (e todo homem também). Rio de Janeiro: Editora UNESP, 2004.
Maternidade lúcida e serena. 10 motivos para se fazer um parto normal. Disponível
em: <http://maternidadelucidaeserena.blogspot.com.br/2009/09/10-motivos-para-
se-fazer-um-parto.html> Acesso em: 21 de março de 2015.
Guiainfantil.com. Razões para se tentar um parto normal. Disponível em
<http://br.guiainfantil.com/partos/395-razoes-para-se-tentar-o-parto-normal.html>
Acesso em: 22 de março de 2015.