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Sequência  2. Fernão Lopes
O estilo e a linguagem de Fernão Lopes
  Manual · p. 110
Coloquialismo
↓
Cativa/aproxima
o leitor dos factos
narrados
• Utilização das 1.ª e 2.ª pessoas.
• Recurso a apóstrofes e locuções interjetivas.
• Emprego de linguagem oralizante, expressiva pela proximidade com os
registos populares.
• Uso de recursos estilísticos destinados a transmitir os estados anímicos
das personagens (interrogação retórica e exclamação).
• Alternância e conjugação de diferentes modos de relato de discurso (com
o discurso direto a conferir intensidade dramática, dinamismo e tom
epocal e a permitir manifestar de forma viva o pensamento das
personagens).
• Utilização de frases de sabor popular e de provérbios, recriando o saber do
povo, feito de experiência.
• Recurso a interpelações diretas ao narratário.
Visualismo
↓
Leva o leitor a
“ver” e a “viver”
os acontecimentos
• Apresentação de pormenores, particularidades (em conexão com o
objetivo de contar a “verdade”).
• Valor pictórico do discurso.
• Sensorialismo da linguagem: uso de vocabulário ligado aos sentidos
(sobretudo à visão).
• Recurso à enumeração, com predomínio da parataxe e do polissíndeto.
• Recurso a paralelismos de construção.
• Utilização expressiva da metáfora, da personificação e da comparação
(para concretizar abstrações).
• Uso de expressões valorativas, hiperbolizadas e, por vezes, pleonásticas.
• Recorrência de nomes e adjetivos, muitas vezes em uso duplo, para
desenhar personagens.
• Aplicação da técnica cenográfica de conjugação de planos (de pormenor,
de conjunto, grandes planos…).
• Uso de expressões totalizantes (“todos”…).
Dinamismo
↓
Coloca o leitor perante o
desenrolar vívido das
ações
• Planificação e estruturação rigorosa de cada capítulo, integrado em
“quadros” ou sequências narrativas (quadro da morte do Conde, quadro do
cerco de Lisboa, quadro da Batalha de Aljubarrota…).
• Dramatização de quadros (expostos como cenas de uma peça).
• Sequencialização gradativa das ações.
• Utilização de verbos de ação (frequentemente acompanhados por um
advérbio, para imprimir mais ritmo, movimento e força ao discurso ou
para caracterizar melhor a movimentação das personagens).
• Recurso a verbos incoativos, a complexos verbais com valor de
continuidade e ao gerúndio.
• Uso de advérbios com valor modal.
• Predomínio da caracterização indireta das personagens (apresentadas
através da sua atuação).
• Marcação de alterações significativas de ritmo (com o ritmo rápido a
nascer do uso de frases entrecortadas, da prevalência da parataxe e do
recurso ao polissíndeto).
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