Este documento descreve como o Marquês de Pombal modernizou a cultura e o ensino em Portugal no século 18 através de várias reformas. Ele lançou reformas econômicas, sociais e no ensino para desenvolver o país economicamente e reforçar o poder do rei, incluindo a criação de escolas, a reforma da Universidade de Coimbra e a laicização parcial do ensino.
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Reformas pombalinas: educação
1. COMO OCORREU A
MODERNIZAÇÃO DA
CULTURA E DO ENSINO EM
PORTUGAL?
2. PORTUGAL: “UM RELÓGIO ATRASADO”
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Doc. 5. Críticas de um estrangeirado
à situação da Cultura em Portugal
• A que tribunal se refere o autor?
• Segundo este documento, quais eram
algumas das causas do atraso em que
se encontrava Portugal?
• Quem controlava o ensino em Portugal?
5. REFORMAS POMBALINAS
DO ENSINO
Escolas menores oficiais e gratuitas
Escolas régias
Colégio dos Nobres
Aula do Comércio
Reformou a Universidade de
Coimbra
Iniciou a Laicização do ensino
RETRATO DO MARQUÊS DE POMBAL
JOANA DO SALITRE
6. Monumento e
Estátua do
Marquês de
Pombal
-
o homem que
conduziu o
país para a Era
do Iluminismo
10. O Marquês de Pombal desenvolveu várias reformas para modernizar e
desenvolver economicamente o nosso país e reforçar o poder absoluto do rei
Reformas Económicas Reformas Sociais Reformas no Ensino
-Criação de indústrias para - Retirou privilégios aos no- - Criou escolas de instrução
aumentar as exportações bres primária
e diminuir as importações - Expulsou os Jesuítas -Criou escolas de ensino
- Criação das Companhias - Protegeu a burguesia técnico em Lisboa e no
Comerciais com o objec- - Proibiu a escravatura no Porto
tivo de apoiar a grande reino - Fundou o Colégio dos No-
burguesia portuguesa e - Aboliu a distinção entre bres
desenvolver a agricultura cristãos-novos e cristãos- - Reformou a Universidade
e a pesca velhos de Coimbra
O terramoto de 1755 instituiu-se como uma rutura que criou as condições para a mudança e inaugurou um autêntico terramoto político. Não só permitiu ao futuro marquês de Pombal fortalecer o seu poder pessoal , como levou ao alargamento da esfera de intervenção do Estado enquanto centro de decisão política, surgindo , assim o que podemos começar a chamar Governo com o sentido próximo ao dos dias de hoje. Assim, para além de ter transformado a cidade de Lisboa de bela ruína em cidade iluminada, é também graças à sua ação que se dá a modernização da cultura e do ensino. Portugal era um país onde as transformações culturais tardavam a chegar. Um pensador português da época, o Cavaleiro de Oliveira, dizia que Portugal era “um relógio atrasado”.
A intolerância continuava a fazer muitas vítimas: a Inquisição pemanecia ativa e muito violenta. Boa parte do ensino encontrava-se nas mãos dos jesuitas que continuavam a praticar um ensino tradicional e dogmático, avesso às ciências experimentais e ao espírito crítico, o que contribuía para criar fortes impedimentos à difusão das novas ideias. Escritor português, Francisco Xavier de Oliveira, Cavaleiro da Ordem de Cristo, nasceu em 1702 e morreu em 1783. Foi educado na Companhia de Jesus. Em 1734 abandonou Portugal definitivamente.Viajou para Viena, esperando alcançar uma posição diplomática a que acabaria por não ter acesso, e depois para a Holanda, onde se relacionou com judeus portugueses, afastando-se progressivamente da religião católica. Fixou residência em Londres, aderindo ao Protestantismo. Na capital britânica viveu da sua atividade de escritor (fenómeno que era novo, pois a regra era ainda os autores dependerem do mecenato), sendo os seus escritos proibidos em Portugal pela Inquisição, que o chegaria a queimar em efígie (a este acontecimento faz alusão a obra do autor intitulada Le Chevalier d'Oliveyra brûlé en effigie , publicada em 1762). Cavaleiro de Oliveira foi um prosador notável pelo estilo e pela agudeza dos comentários que produziu ao mundo do seu tempo, quase sempre irónicos no que dizia respeito ao estado de Portugal. De entre as suas obras, em que sempre se nota o cosmopolitismo resultante das suas múltiplas viagens, podem ser destacadas as Mémoires de Portugal (1741), as Cartas Familiares (1741-42), o Discours Pathétique (comentário, publicado em 1756, ao terramoto de Lisboa do ano anterior) e As Reflexões de Félix Vieyra Corvina de Arcos (1767). “ O atraso cultural, porventura mais do que o económico, unanimemete diagnosticado pelos viajantas do Norte da Europa quando visitavam a Península Ibérica. Boa parte desses viajantes eram protestantes, o que contribui certamente para que atribuíssem o <atraso> peninsular à influência perniciosa da superstição, em larga medida associada à Inquisição e, mais genericamente, ao Catolicismo. Essa imagem externa negativa dos reinos ibéricos acabou por ter reflexos no seu interior, ao ser assumida pelos decisores políticos apostados em fazer reformas nas monarquias.” Rui Ramos, História de Portugal
No entanto, novas propostas iluministas acabaram por chegar a Portugal , nos meados do século XVIII, trazidas pelos estrangeirados – portugueses (diplomatas, intelectuais, cientistas portugueses que estudaram, trabalharam e frequentaram os meios culturais de vários países da Europa) que, tendo viajado pela Europa e tomado conhecimento das importantes transformações que alí estavam a ocorrer, pretendiam vê-las aplicadas no seu próprio país (Ribeiro Sanches, Xavier de Oliveira –Cavaleiro de Oliveira- Padre Luís António Verney, autor de O verdadeiro Método de Estudar, onde propunha profundas reformas no ensino, sugerindo a abertura ao pensamento científico e pedagógico moderno. Esta obra viria a influenciar a ação modernizadora do marquês de Pombal no campo do ensino).
é um médico português e grande intelectual , considerado por muitos como um verdadeiro enciclopedista ( médico , filósofo , pedagogo , historiador , etc.), escreveu a pedido de D'Alembert e Diderot para a Enciclopédia . O seu nome está na primeira fila dos grandes mestres do pensamento europeu da sua época, o Marquês de Pombal vai aproveitar muito do seu saber para implementar a sua ação cultural e científica, na sua tarefa de modernização de Portugal. Era Judeu e tinha medo da inquisição: &quot;Quando eu nasci, já a fogueira da Santa Inquisição fazia arder corpos e almas no Rossio de Lisboa e Évora, assim como nos Paços de Coimbra e Goa&quot; Depois de exercer em Benavente, Guarda e Amarante, Ribeiro Sanches é denunciado por um primo à Inquisição, pela prática do judaísmo. Conseguiu escapar ao cárcere, exilando-se para o resto da vida.
Muitas das propostas e sugestões dos estrangeirados foram aceites pelos governantes da época, em especial pelo Marquês de Pombal que tinha igualmente vivido no estrangeiro e pretendeu modernizar o país. O estadista contribuiu para a introdução das ideias iluministas através das reformas no ensino. Em 1759, depois de expulsar os Jesuítas, deu início à laicização do ensino. Pela primeira vez, o estado português tinha a responsabilidade de custear o ensino, acabando com o monopólio de algumas ordens religiosas neste campo. Assim, iniciou-se a laicização do ensino. - Fundou escolas menores oficiais e gratuitas nas principais povoações do reino (para o ensino primário) onde se ensinava as artes da leitura, da escrita e do cálculo. Criou centenas de lugares de “mestres de ler, escrever e contar” para as escolas régias de sensino elementar; - Criou escolas régias (origem do actual ensino secundário), onde se aprendia o latim, o grego, o português, a filosofia, a retórica, História, Álgebra e geometria - Fundou o Colégio dos Nobres – dirigido à formação da nobreza para funções administrativas e diplomáticas - Criou a Aula do Comércio (1759) – dirigida aos filhos dos burgueses para preparar futuros comerciantes. Valorizava-se o mérito alcançado pelo trabalho - Reformou a Universidade de Coimbra , através da criação de duas novas faculdades (Matemática e Filosofia Natural), de novos programas, novos métodos de ensino e de equipamentos para as aulas práticas e experimentais. - Criou instituições culturais e científicas – Observatório Astronómico, Jardim Botânico, Gabinete deFísica, Museu de História Natural, Teatr Anatómico, entre outros. Preocupou-se com um e nsino de carácter prático, baseado no método experimental e que acompanhasse as correntes europeias do conhecimento científico e cultural – do “século das luzes” Extinção da Universidade de Évora, ligada aos jesuítas. As reformas pombalinas do ensino tiveram limitações. Como o numero reduzido de escolas e professores mal preparados. Mesmo assim, servoram para concretizar muitas propostas iluministas e modernizar a mentalidade portuguesa.
O estadista, que conduziu o país para a era do iluminismo , governou entre 1750 - 77 . A sua imagem, está no alto da coluna , com a mão pousada num leão (símbolo de poder), com os olhos virados para a Baixa . Na base do monumento, as imagens alegóricas representam as reformas políticas , educacionais e agrícolas que efectuou. As pedras partidas na base do monumento e as ondas representam a destruição causada pelo Terramoto de 1755 .
No cimo, de frente para a Baixa, está a estátua de corpo inteiro do Marquês de Pombal, que assenta o braço sobre o dorso de um leão, simbolizando a força, a determinação e a realeza. Na base, estão representados algumas das reformas empreendidas pela acção governativa do Marquês, no que diz respeito à indústria, à agricultura, pesca e na instrução.
Alusivo à reforma do ensino, temos a representação da frontaria de um monumento clássico que simboliza a Universidade de Coimbra, tendo na frente, uma estátua em bronze de Minerva (deusa da sabedoria).