O documento resume a vida e obra do psicólogo Carl Jung, fundador da psicologia analítica. Apresenta detalhes sobre sua infância, educação e contato com Freud, com quem inicialmente colaborou antes de desenvolver suas próprias ideias. Descreve conceitos-chave da psicologia analítica como inconsciente pessoal, inconsciente coletivo, arquétipos, funções psicológicas e tipos psicológicos.
2. A vida de Jung (1875-1961)
• 26 de julho de 1875 na Suíça, no seio
de uma família voltada para a
religião;
• Seu pai e vários outros parentes eram
pastores luteranos;
• Sua mãe apresentava instabilidade
emocional e levou a se comportar de
maneira inconstante;
• Criança bastante sensível e
introspectiva, desconfiado da mãe e
desapontado com o pai. Evitava
outras crianças e do mesmo modo
por elas era evitado.
3. • Ao entrar para a universidade, Jung havia decidido estudar Medicina;
• 1900 - Jung tornou-se interno na Clínica Psiquiátrica em Zurique;
• 1904- Montou um laboratório experimental em que criou seu célebre teste de
associação de palavras para o diagnóstico psiquiátrico;
• 1905- Aos trinta anos, assumiu a cátedra de professor de psiquiatria na
Universidade de Zurique;
• 1907 - Jung entra em contato com as obras de Sigmund Freud. Estava tão
entusiasmado com as novas perspectivas abertas pela psicanálise, que decidiu
conhecer Freud pessoalmente. O primeiro encontro entre eles transformou-se
numa conversa que durou treze horas ininterruptas.
• A comunhão de ideias e objetivos era tamanha, que eles passaram a se
corresponder semanalmente, e Freud chegou a declarar Jung seu mais próximo
colaborador e herdeiro lógico.
4. • Por uma experiência anterior, Jung
pode ter se tornado mais gélido e se
tornado incapaz de manter uma
relação emocional íntima com
Freud.
• 1913 – Freud estava providenciando para que
Jung assumisse a presidência da Associação
Internacional de Psicanálise. Ao contrário do que
esperava, Jung não era um discípulo que não
criticava. O rompimento entre eles foi inevitável.
5. • 1913- Jung tinha 38 anos e passou por um grave episódio neurótico que
durou 3 anos.
• Achava que corria o risco de perder contato com a realidade e ficou tão
angustiado que parou de dar aulas na Universidade de Zurique. Em
certos momentos pensou até em suicídio e mantinha um revolver perto
da cama.
• Freud havia sofrido um episódio aproximadamente na mesma idade.
• Do confronto com o seu inconsciente, elaborou a sua abordagem da
personalidade onde a fase mais importante não era a infância como
afirmava Freud, mas sim a meia idade que foi a época de sua crise.
6. Energia Psíquica ψ
“A delimitação do conceito de energia psíquica nos coloca
diante de certas dificuldades, porque não temos
nenhuma possibilidade de separar o psíquico do processo
biológico em geral. O biológico comporta um ponto de
vista energético, do mesmo modo que o psíquico, desde
que o biólogo considere semelhante ponto de vista como
útil e valioso. Da mesma forma que o psíquico, assim
também o processo vital, em geral, não guarda para com
a energia psíquica nenhuma relação de equivalência
rigorosamente demonstrável.” (JUNG, p.13 1928)
7. Libido
Psique
Energia de vida difusa e geral,
baseando-se numa perspectiva de
Freud, como energia psíquica mais
restrita que alimenta o trabalho as
personalidade, que ele chamou de
psique.
8. Três Princípios Básicos
Opostos
Conceito de Jung de que o conflito
entre tendência ou processos
opostos é necessário para a geração
de energia psíquica.
Equivalência
Redistribuição continua de energia dentro
de uma personalidade. Se a energia gasta
em certas condições ou atividades
enfraquece ou desaparece, é transferida
para outro lugar da personalidade.
Entropia
Uma tendência ao equilíbrio dentro
da personalidade.
9. Os sistemas da personalidade
• Centro da consciência
• Parte da psique preocupada com a percepção,
raciocínio, sensações e lembranças.
Ego
10. As atitudes
Extroversão
Uma atitude da psique caracterizada
por uma orientação para o mundo
exterior
Introversão
Uma atitude da psique
caracterizada por uma orientação
para as ideias e sensações da
própria pessoa.
Pessoas extrovertidas são
mais abertas, sociáveis,
socialmente assertivas,
voltadas para as pessoas e
para o mundo externo.
As pessoas introvertidas
são tímidas e tendem a se
concentrar em si
mesmas, nos seus
pensamentos e
sentimentos.
12. Tipos Psicológicos
Pensamento extrovertido Lógico, objetivo, dogmático
Sentimento Extrovertido Emotivo, sensível, sociável; mais típico
em mulheres.
Sensação extrovertida Busca o prazer adaptável.
Intuição extrovertida Criativo, capaz de motivar outros e
aproveitar oportunidades.
Pensamento introvertido Mais interessado em ideias do que nas
pessoas
Sentimento introvertido Reservado, não demonstra, mas é
capaz de emoções profundas
Sensação introvertida Sem interesse pelo exterior, expressa-
se em buscas estéticas.
Intuição introvertida Mais preocupado om o inconsciente do
que com a realidade cotidiana.
13. • É constituído essencialmente de conteúdos que
já foram conscientes e no entanto
desapareceram da consciência por terem sido
esquecidos ou reprimidos.
Inconsciente Pessoal
14. • Não se desenvolve individualmente, mas é
herdado. Ele consiste de formas preexistentes,
arquétipos, que só secundariamente podem
tomar-se conscientes, conferindo uma forma
definida aos conteúdos da consciência.
Inconsciente coletivo
15. Arquétipos
• O conceito de arquétipo, que constitui um
correlato indispensável da ideia do
inconsciente coletivo, indica a existência
de determinadas formas na psique, que
estão presentes em todo tempo e em todo
lugar.
16. O desenvolvimento da personalidade
Infância O desenvolvimento do ego começa quando
a criança consegue diferenciar –se dos
outros
Da puberdade à Idade Adulta Os adolescentes tem de se adaptar às
demandas cada vez maiores da realidade.
O foco é externo, na educação, carreira e
família. O consciente predomina.
Meia-idade Um período de transição quando o foco da
personalidade muda de externo para
interno numa tentativa de equilibrar o
inconsciente com o consciente.
17. Natureza Humana
• Apresentava uma imagem mais positiva sobre a natureza
humana do que Freud.
• Somos moldados a crescer e nos desenvolver, a melhorar
nosso self.
• Jung manifestou preocupação em relação a um perigo
que, na sua opinião, a cultura ocidental apresentava, ao
qual se referia como doença na dissociação. Ao
enfatizarmos excessivamente o materialismo, a razão e a
ciência empírica, corremos o risco de não reconhecer as
forças do inconsciente.
18. Associação de Palavras
Palavra-estímulo Resposta normal Resposta neurótica
Azul Bonito Cor
Árvore Verde Natureza
Pão Bom Comer
Lâmpada Brilhante Queimar
Rico Belo Dinheiro- não sei
Pecar Muito Este conceito é
totalmente estranho para
mim. Eu não reconheço,
me é estranho.
Nadar Saudável Água
19. Análise de sintomas
• Semelhante à catarse , baseia-se nas suas livres
associações para os sintomas relatados pelo
paciente.
20. Análise dos sonhos
• Jung preocupava-se com as causas dos sonhos e estes eram mais que desejos
do inconsciente.
• Os sonhos são compensatórios e ajudam a conseguir um equilíbrio entre
opostos da psique, compensando o superdenvolvimento de qualquer estrutura
psíquica.
• Concentrava-se no elemento original do
sonho e pedia aos pacientes repetidas
associações e respostas para esse elemento
até detectar um tema, tentando distinguir
entre o conteúdo manifesto e latente.
21. “Um ser que tem alma é um ser vivo. Alma é o que vive
no homem, aquilo que vive por si só gera vida; por isso
Deus insuflou em Adão um sopro vivo a fim de que ele
tivesse vida. Com sua astúcia e seu jogo de ilusões a
alma seduz para dar vida a inércia da matéria que não
quer viver. Ela (a alma) convence-nos de coisas
inacreditáveis para que a vida seja vivida. A alma é
cheia de ciladas e armadilhas para que o homem
tombe, caia por terra, nela se emaranhe e fique preso,
para que a vida seja vivida.”
22. Referências Bibliográficas
• JUNG, Carl Gustav. A energia psíquica. Volume VIII/1.
Petrópolis: Editora Vozes, 2002.
• JUNG, Carl Gustav. O desenvolvimento da personalidade.
Edição integral Título do original: "Über die entwicklung der
persönlichkeit" . Tradução: Frei Valdemar do Amaral.
• JUNG, Carl Gustav. Os arquétipos e o inconsciente coletivo.
[tradução Maria Luíza Appy, Dora Mariana R. Ferreira da Silva]. -
Petrópolis, RJ : Vozes, 2000.
• JUNG, Carl Gustav. Psicologia do inconsciente. [tradução de
Maria Luiza Appy.] Petrópolis, Vozes, 1980.