Este documento descreve as festas de junho relacionadas a Santos populares como São João, Santo Antônio e São Pedro. Também fala sobre o encerramento do Ano Sacerdotal e o Dia de Oração pela Santificação dos Sacerdotes em 11 de junho. Finalmente, faz uma breve memória sobre o informativo "Lá Vem o Trem das CEBs".
1. CEBs - Informação e Formação para animadores 1
Lá vem o Trem das CEBs...
Formação e Informação para animadores
Diocese de São José dos Campos - SP - Informativo das CEBs - Ano VI - Junho de 2010 - Nº 57
Dia 11 de Junho
Solenidade do Coração de Jesus e Encerramento do Ano Sacerdotal
“O sacerdócio é o amor do Coração de Jesus”
“Um bom pastor, um pastor segundo o coração de Deus, é o maior tesouro que o bom Deus pode conceder a
uma paróquia e um dos dons mais preciosos da misericórdia divina”. (Cura D’Ars)
Leia o artigo de
Dom Moarcir Silva
na página 03
:: Índice ::
Página 02
Palavra do Assessor
Página 04
Mensangem ao Povo
de Deus sobre as
Comunidade Eclesiais
de BAse
Página 06
A Bíblia nos Interpela
Página 07
Aconteceu
Foto: Bernadete Mota
Página08
Irá Acontecer
2. 2 CEBs - Informação e Formação para animadores
Palavra do Assessor
Eucaristia, verdade de fé e convite para a doação
Foto: Maria Matsutacke
Estimado(a) Animador(a) de Comuni- Sem deixar-nos levar pelo paternalismo lhar, são acomodadas... Será? É bom sa- levou cada pessoa a não medir esforços
dade, olá! (“carregar os outros nas costas”), somos ber que em muito dos casos não lhes são para esta participação. Mas... (aqui vem
Neste mês celebramos muitas festas, convidados a contemplar dadas oportunidades de a moral da história), o bispo não deixou
tanto em nível popular quanto litúrgi- o rosto de Cristo nos ex- emprego e muito menos de falar sobre Jesus Cristo presente nas
cas. Quero ressaltar uma delas, a cele- cluídos. condições de buscar/lutar pessoas, sobretudo, as mais pobres da
bração do Corpo e do Sangue de Jesus Adorar Jesus na Eu- pelos seus direitos. comunidade. Ele convidava à reflexão:
Cristo (Corpus Christi), que acontecerá caristia tem seu valor, e Ouvi há muito tempo quem dera que a mesma admiração, a
no dia 03. Na formação permanente en- enorme, especialmente se uma historinha: uma igreja mesma fé e o mesmo amor estivessem
tre nós padres, uma afirmação de nosso esta adoração levar à cele- teve o Santíssimo Sacra- presentes no coração de todos, quando
assessor, Pe. Flávio, me chamou muita a bração da mesma (Euca- mento violado. Pelo ocor- irmãos nossos são violados em sua digni-
atenção. Entre outras palavras, ele disse: ristia). No entanto, ao con- rido, o padre responsável dade, também!!!???
“Jesus Cristo na Eucaristia não nos pro- templar nosso semelhante interditou o uso desta igre- Finalizando, lembro-me de que foi
voca tanto como Jesus Cristo na pessoa vemos Cristo nele e fica ja (o que é normal que se numa festa dessa (Corpus Christi) que
humana”. De fato, sendo o mesmo Jesus impossível não querer ser faça) e marcou uma missa nossa diocese assumiu uma atitude de
Cristo, mas de formas diferentes, quando irmão de fato. Mas, corre- em desagravo pelo sacri- superação da fome e da miséria, como
o encontramos em cada pessoa humana mos o risco em não per- légio realizado. Esta missa resposta coerente do que é celebrar a Eu-
algo mexe com a gente, sobretudo, se o ceber Cristo no excluído foi presidida pelo bispo da caristia em nossas comunidades...
outro é alguém excluído da sociedade e muito menos perceber Diocese. Ao final da missa, Um forte abraço, e boas festas!!!
e, até mesmo, da comunidade cristã. A o próprio excluído. Justificamos sempre ele elogiou a atitude da presença de tanta
vida dessas pessoas nos interpela para a questão dos excluídos com a ideia de gente naquela celebração. Era uma igre- Pe. Ronildo
a solidariedade e para o amor concreto. que são pessoas que não querem traba- ja tão distante, mas o amor à Eucaristia Assessor Diocesano das CEBs
Religiosidade Popular
Fotos: Divulgação
Os padroeiros
vinho quente, bolinho caipira, doces os sus, que assim veria a fumaça ao longe.
Marchinha
mais variados e, vai por aí afora, depen- Por isso, a fogueira.
dendo de cada região deste nosso Brasil “Quem nunca fez uma fogueira?” Pu-
do nosso povo com suas diversidades.
Esta tradição faz parte de nossas raí-
zes culturais, que precisam ser mantidas
lar fogueira, passar descalço por cima das
brasas à meia noite (esta para pessoas
de fé). Balões, fogos de artifício, lanterni-
Junina
Isto é lá com Santo Antonio
Mês de junho, Festas Juninas; nosso para que não se percam, e as novas ge- nhas iluminadas, bandeirinhas... também
Autor : Lamartine Azeredo Babo
povo faz memória de Santo Antonio, São rações deem continuidade, a exemplo do fazem parte desta data, pois acredita-se
João Batista e São Pedro, santos popula- nosso Nordeste. que nesta noite o Santo visite as casas ilu- Eu pedi numa oração/Ao querido São
res e de grande devoção em nossa Igreja. Santo Antonio – 13 de Junho minadas e em festa. João/Que me desse um matrimônio
A santidade destes homens seguido- Este Santo se destacou por sua humil- São João pregava e batizava às mar- São João disse que não!/São João disse
res de Jesus Cristo, absorvidos pela reli- dade, levava uma vida de doação, dedi- gens do rio Jordão, hoje ainda perma- que não!/Isto é lá com Santo Antônio!
giosidade popular são sem dúvida ao lon- cou-se a servir os pobres e necessitados. nece em muitas cidades nordestinas o Eu pedi numa oração/Ao querido São
go de tanto tempo motivo de agregação Daí a tradição do “pão de Santo Antonio” costume na madrugada do dia 24, tomar João/Que me desse um matrimônio
de comunidades, famílias, evangelização que permanece até hoje e também a tra- banho no rio ou mergulhar a imagem Matrimônio! Matrimônio!/
e conversão de muita gente. dição dos pedidos de casamento. Santo deste Santo como forma de purificação. Isto é lá com Santo Antônio!
Quem de nós neste mês não volta Antonio continua sendo este elo de nos- São Pedro -29 de junho Implorei a São João/Desse ao menos um
ao tempo de criança, adolescência e ju- so povo mantendo viva esta fé. São Pedro, antes chamado Simão, o cartão/Que eu levava a Santo Antônio
ventude, e faz aquela lembrança gostosa São João Batista – 24 de junho pescador, teve seu nome mudado por Je- São João ficou zangado/São João só dá
destas festas: brincadeiras, cantigas de Segundo a tradição, a mãe de São sus ao receber a incumbência de assumir cartão/Com direito a batizado.
roda, recadinhos do coração, quadrilhas, João, Isabel, acendeu uma fogueira no a sua Igreja como primeiro Papa. Segun- Implorei a São João/Desse ao menos um
pau de sebo, comidas típicas, batata doce deserto, para anunciar o nascimento do do a crença popular, São Pedro guarda as cartão/Que eu levava a Santo Antônio
assada, canjiquinha, canjicão, quentão, seu filho a sua prima Maria, mãe de Je- chaves do céu, lava-nos quando chove e Matrimônio! Matrimônio!/
arrasta os móveis quando troveja. Isso é lá com Santo Antônio!
Patrono dos pescadores é homena- São João não me atendendo/A São Pe-
geado por eles nas procissões dos dro fui correndo/Nos portões do paraíso
barcos levando sua imagem. Disse o velho num sorriso:/ Minha gente,
Santo Antonio, São João e São eu sou chaveiro!/
Pedro, rogai por nossas comuni- Nunca fui casamenteiro!/
dades, nossas famílias, nosso país. São João não me atendendo/A São
Amém! Pedro fui correndo/Nos portões do para-
Rosana de Paula Rosa íso/Matrimônio! Matrimônio!
Par. Santuário São Judas Tadeu Isso é lá com Santo Antonio!
3. CEBs - Informação e Formação para animadores 3
Ano Sacerdotal Foto: Bernadete Mota
Dia de Oração pela Santificação dos Sacerdotes
Na carta aos sacerdotes, por ocasião de oração e de reflexão sobre o sacerdó- com a oração dos seus fiéis. A Solenidade mas também em outras oportunidades,
da Quinta-feira Santa de 1995, o Papa cio. Ao mesmo tempo, propomo-nos de do Sagrado Coração de Jesus é um dia para que nossos padres sejam cada vez
João Paulo II instituiu a Jornada Mun- estar sempre atentos ao que o Espírito especial de oração pelos sacerdotes; por mais esses tesouros e esses dons para
dial pela Santificação dos Sacerdotes. Santo quer nos dizer. Entretanto, voltare- isso exorto os fiéis de todas as comunida- nossas comunidades paroquiais.
Acolhendo a orientação do Santo Padre, mos ao serviço de nossa missão na Igreja des a colocarem no coração de Deus uma Oração de São João Maria Vianney
nossa Diocese estabeleceu que a Jorna- e no mundo com ale- oração bem fervoro- pelos sacerdotes:
da pela santificação dos sacerdotes fosse gria renovada e com sa pela santificação Ó Jesus, sumo e eterno Sacerdote,
celebrada a cada ano, na Solenidade do a convicção de que dos nossos sacerdo- conservai todos os vossos sacerdotes sob
Sagrado Coração de Jesus, que neste ano Deus, o Senhor da tes. a proteção de vosso coração. Conservai
será no dia 11 de junho. história, fica conos- O santo Cura ilibadas suas mãos ungida, puros os seus
Neste ano o Dia de Oração pela San- co, seja nas crises d’Ars (São João Ma- lábios, e desapegados dos bens da terra
tificação dos Sacerdotes reveste-se de seja nos novos tem- ria Vianney) costu- os seus corações.
um significado especial, pois será o en- pos”. mava dizer que “o Fazei-os crescer no amor e na fide-
cerramento do Ano Sacerdotal. Ano que De fato, o Ano sacerdócio é o amor lidade para convosco e preservai-os do
pretendeu contribuir para fomentar o Sacerdotal foi um do Coração de Je- contágio do mundo. Que sejam, no meio
empenho de renovação interior de todos período privilegiado sus”; isso deve nos do vosso povo, defensores da justiça, mi-
os sacerdotes para um seu testemunho de oração e de re- levar a refletir sobre nistros de paz e de comunhão, guia para
evangélico mais vigoroso e incisivo (cf flexão sobre o sacer- o ministério sacerdo- os jovens e amparo dos pobres.
Bento XVI – Carta para proclamação do dócio; e isso precisa tal. Ele também di- Dai-lhes, juntamente com o poder
Ano Sacerdotal). continuar seja nas zia: “Um bom pastor, que têm de transformar o pão e o vinho,
Pensando no encerramento do Ano comunidades, seja um pastor segundo o em vosso Corpo e Sangue, o poder de
Sacerdotal acho muito interessante o que entre os sacerdotes. coração de Deus, é o transformar os corações dos homens.
disse o Cardeal Dom Cláudio Hummes, Oração e refle- maior tesouro que o Abençoai os seus trabalhos com copiosos
Prefeito da Congregação para o Clero: xão. Quando dou bom Deus pode con- frutos e concedei-lhes um dia a coroa da
“O encerramento do Ano Sacerdotal não posse canônica a um ceder a uma paró- vida eterna. Amém.
constituirá propriamente um encerra- novo pároco, sem- quia e um dos dons
mento, mas um novo início. Nós, o povo pre deixo como um compromisso para a mais preciosos da misericórdia divina”. Dom Moacir Silva
de Deus e os pastores, queremos agrade- comunidade a oração diária pelo seu pá- Por isso, rezemos, especialmente nesta Bispo Diocesano
cer a Deus por este período privilegiado roco; o padre tem necessidade de contar Solenidade do Sagrado Coração de Jesus,
Memória da Caminhada
Informativo “Lá Vem o Trem das CEBs”
Nasceu assim! tudo o que pudesse melhorar à comuni- ciar a verdade do mestre Jesus “Eu sou Reino de Deus aconteça.
Tudo começou em 28 de março de cação entre as comunidades e torná-las o caminho a verdade e a vida” (Jo, 14-6), O desafio continua. O Espírito de
2004 na Comunidade Santa Clara, em Ja- mais dinâmicas. ensinamento que os motiva a seguir em Deus que nos iluminou naquele dia con-
careí, onde costumeiramente nos reuní- Hoje, o jornal das comunidades tem frente levando sua mensagem a todos. tinua agindo em todos nós que participa-
amos, aproveitando aquele espaço cheio uma tiragem de 6.200 exemplares, sen- O jornal cresceu; é como semente mos das Comunidades Eclesiais de Base.
história para contar de nossa caminhada. do que para cada jornal distribuído mais boa lançada em solo fértil! Já saiu mundo Por isso, mãos à obra e muita criatividade
Estavam reunidos 260 companheiros e quatro pessoas tem acesso à leitura, afora levando notícias nossas para outras para novas etapas, pois tudo é Graça e
companheiras para participar de uma possibilitando a 24.800 pessoas tomar comunidades e nos trazendo notícias de Bondade de Deus.
grande assembleia para definir nossa contato com seu conteúdo. Sem contar outras comunidades. Assim, vamos fa- Amém, Axé, Aleluia.
ação na Igreja e na comunidade. E, assim, os acessos via internet. Construído por zendo com que a comunicação nos una
nos reunimos em muitos grupos, dentro voluntários(as), que acreditam que os cada vez mais, criando laços de solida- Luiz Marinho
e fora da capela, para pensarmos sob a meios de comunicação são ferramentas riedade para podermos continuar cons- Equipe de Comunicação Diocesana
ação do Espírito de Deus, que nos indicou que contribuem para incluir e anun- truindo novas comunidades para que o
caminhos a seguir.
Esta assembleia gerou as Diretrizes
que foram aprovadas e postas em práti-
ca dentro de nossa Diocese. Desse modo,
o nosso jornal nasceu do Projeto Subsí-
dios como orientação para as lideranças
“animadores(as) e coordenadores(as).
A princípio seria uma apostila em forma
de fichas, mas evoluiu para um jornal. O
nome “Lá vem o Trem das CEBs” - Infor-
mativo foi pensado e escolhido por trazer
4. 4 CEBs - Informação e Formação para animadores
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL
48ª Assembleia Geral da CNBB - Brasília, 4 a 13 de maio de 2010
MENSAGEM AO POVO DE DEUS SOBRE res das gerações anteriores, inclusive a fé rito, já presente na Igreja no Brasil. Esse cristãs e tradições religiosas. Neles se ex-
AS COMUNIDADES ECLESIAIS DE BASE e o modo de vivê-la? Só uma Igreja com impulso renovador se manifesta de forma pressa a comunhão entre os fiéis e seus
diferentes jeitos de viver a mesma Fé será crescente nos anos 50 e 60 do século 20. pastores.
Introdução capaz de dialogar relevantemente com a Na verdade, os tempos se tornaram ma- Espiritualidade e vivência eucarística
“As Comunidades Eclesiais de Base”, sociedade contemporânea. duros para uma nova consciência histó- “O Concílio Vaticano II, eminentemen-
dizíamos em 1982, constituem “em nosso O século XX foi, sem dúvida, o sécu- rica e eclesial: primeiro, pela emergência te pastoral, provocou um grande impacto
país, uma realidade que expressa um dos lo da globalização. Suas consequências de um novo sujeito social na sociedade na Igreja. Suas grandes idéias-chaves trou-
traços mais dinâmicos da vida da Igreja para a vida cotidiana são tantas que hoje brasileira, o sujeito popular, que ansiava xeram a fundamentação teológica para a
(...)” (Comunidades Eclesiais de Base na se fala que o mundo vive não mais uma à participação; segundo, pela emergência intuição, já sentida na prática, de que a re-
Igreja do Brasil, CNBB, doc. 25,1). Após a época de mudanças, mas “uma mudança de um novo sujeito eclesial, portador de novação pastoral deve se fazer a partir da
Conferência de Aparecida (2007) e o 12º de época, cujo nível mais profundo é o uma nova consciência na Igreja. Ele ansia- renovação da vida comunitária e de que a
Intereclesial (Porto Velho-2009), quere- cultural” (DAp 44). De fato, “a ciência e a va participar ativa e corresponsavelmente comunidade deve se tornar instrumento
mos oferecer a todos os nossos irmãos e técnica quando colocadas exclusivamen- da vida e da missão da Igreja. Esse sujeito de evangelização”. (CNBB 25,11)
irmãs uma mensagem de animação, em- te a serviço do mercado (...) criam uma provoca novas descobertas e conversões A exigência do Vaticano II é de razão
bora breve, para a caminhada de nossas nova visão da realidade” (DAp 45), mas pastorais (CNBB 25,7). estritamente teológica, de ordem trini-
CEBs. isso não significa um passo em direção ao Nelas se revigoravam ou restauravam tária. A essência íntima de Deus não é a
Queremos reafirmar que elas continu- desenvolvimento integral proposto pela as relações de reciprocidade, de modo a solidão, mas a comunhão de três divinas
am sendo um “sinal da vitalidade da Igre- encíclica Populorum progressio e reafir- favorecer a reconstrução das estruturas Pessoas. A comunhão – koinonia, commu-
ja” (RM 51). Os discípulos e as discípulas mado pelo Papa Bento XVI em Caritas in da vida cotidiana, do mundo da vida, em nio – constitui a realidade e a categoria
de Cristo nelas se reúnem para uma aten- Veritate, porque a lógica do mercado cor- um contexto social adverso. A interação fundamental que permeia todos os seres
ta escuta da Palavra de Deus, para a busca rói a estrutura de sociabilidade básica que entre a CEB enquanto organismo eclesial e que melhor traduz a presença do Deus-
de relações mais fraternas, para celebrar se expressa nas relações de tipo comuni- e a comunidade local de vizinhos é uma Trindade no mundo. É a comunhão que
os mistérios cristãos em sua vida e para tário. À medida que ele avança, expulsa das grandes contribuições da Igreja à con- faz a Igreja ser “comunidade de fiéis”. Por
assumir o compromisso de transformação as relações de cooperação e solidarieda- quista dos direitos de cidadania em nosso isso, o Vaticano II faz derivar a união do
da sociedade. Além disso, como afirma de e introduz relações de competição nas País. Ao acolher pastoralmente a popula- Povo de Deus da unidade que vigora entre
Medellín, as comunidades de base são “o quais o mais forte é quem leva vantagem. ção rural ou migrante em capelas e salões as três divinas Pessoas (LG 4).
primeiro e fundamental núcleo eclesial Desta forma, é preciso valorizar as improvisados nos quais elas se sentissem A Trindade nos coloca, desde o início,
(...), célula inicial da estrutura eclesial e experiências de sociabilidade básica: as “em casa”, a Igreja lhes ofereceu uma no coração do mistério de comunhão. O
foco de evangelização e, atualmente, fa- relações fundadas na gratuidade que se possibilidade de organizar-se autonoma- Papa João Paulo II, falando aos bispos em
tor primordial da promoção humana (...)” expressa na dinâmica de oferecer-rece- mente, quando as empresas e os poderes Puebla, em 28 de janeiro de 1979, procla-
(Medellín 15). ber-retribuir. O cultivo da reciprocidade públicos só viam nela o potencial de mão- mou: “Nosso Deus em seu mistério mais
Por isso, “Como pastores, atentos à tem como espaço primeiro aquele onde de-obra a ser empregada no processo de íntimo não é uma solidão, mas uma famí-
vida da Igreja em nossa sociedade, que- a vizinhança territorial é importante para industrialização. lia... e a essência da família é o amor”. A
remos olhá-las com carinho, estar à sua a vida cotidiana, como em áreas rurais, A experiência dos Intereclesiais comunhão e a comunidade devem estar
escuta e tentar descobrir através de sua bairros de periferia e favelas. É a solidarie- Os Encontros Intereclesiais das CEBs presentes em todas as manifestações hu-
vida, tão intimamente ligada à história do dade entre vizinhos – melhor dizendo, en- são patrimônio teológico e pastoral da manas e em todas as concretizações ecle-
povo no qual elas estão inseridas, o cami- tre vizinhas – que assegura o cuidado com Igreja no Brasil. Desde a realização do pri- siais.
nho que se abre diante delas para o futu- crianças, idosos e doentes, por exemplo. meiro, em 1975 (Vitória – ES), reúnem di- Por isso mesmo, a Eucaristia está no
ro”. (CNBB 25,5) Não por acaso, esses espaços periféricos versas dioceses para troca de experiência centro da vida de nossas comunidades
Os desafios postos às CEBs hoje: a favorecem o desenvolvimento de asso- e reflexão teológica e pastoral acerca da de base. É o sacramento que expressa
sociabilidade básica no clima cultural ciações de vizinhança e movimentos que caminhada das CEBs. Foram doze encon- comunhão e participação de todos e to-
contemporâneo reivindicam melhorias de equipamento tros nacionais, diversos encontros de pre- das, como numa grande família, ao redor
Com as grandes mudanças que estão urbano, bem como das próprias Comu- paração em várias instâncias (paróquias, da Mesa do Pai. Há comunidades que re-
acontecendo no mundo inteiro e em nos- nidades Eclesiais de Base (CEBs). São as dioceses, regionais) e, desde a realização cebem a comunhão eucarística graças a
so país, as CEBs enfrentam hoje novos relações de reciprocidade que, promo- do 8º Intereclesial ocorrido em Santa Ma- presença do Santíssimo no local ou pelo
desafios: numa sociedade globalizada e vendo a solidariedade que é a força dos ria – RS (1992), são realizados seminários serviço de um ministro extraordinário da
urbanizada, como viver em comunidade? pobres e pequenos, permite que se diga de preparação e aprofundamento dos te- sagrada comunhão. Como nossas CEBs,
Nascidas num contexto ainda em grande que “gente simples, fazendo coisas pe- mas ligados ao encontro. em sua maioria, “não têm oportunidade
parte rural, serão capazes de se adaptar quenas, em lugares pouco importantes, Manifestação visível da eclesialida- de participar da Eucaristia dominical”, por
aos centros urbanos, que têm um ritmo consegue mudanças extraordinárias”. de das CEBs, os Encontros Intereclesiais falta de ministros ordenados, “elas po-
de vida diferente e são caracterizados por O percurso histórico das CEBs no Brasil congregam bispos, religiosos e religiosas, dem alimentar seu já admirável espírito
uma realidade plural? Dentro desse con- A experiência das CEBs não surgiu de presbíteros, assessores e assessoras, ani- missionário participando da ‘celebração
texto, há outro desafio: como transmitir um planejamento prévio, mas de um im- madores e animadoras de comunidades, dominical da Palavra’, que faz presente
às novas gerações as experiências e valo- pulso renovador, como um sopro do Espí- bem como convidados de outras igrejas o mistério pascal no amor que congrega
5. CEBs - Informação e Formação para animadores 5
(cf. 1 Jo 3, 14), na Palavra acolhida (cf. Jo pela vivência de comunhão, as CEBs pro- ja no Brasil exorta as CEBs e demais co- geográficas e populacionais, a comunida-
5, 24-25) e na oração comunitária (cf. Mt movem solidariedade e serviço. Reunindo munidades eclesiais a se manterem fiéis de eclesial de base requer que as relações
18,20)” (DAp 253). pessoas humildes, as CEBs ajudam a Igreja à própria fé, no conteúdo e nos métodos, sejam de fraternidade, partilha de vida,
A realidade das CEBs se expressa na a estar mais comprometida com a vida e na busca da libertação plena, superando de bens e da própria experiência de fé. Ela
liturgia e também na diaconia e na pro- o sofrimento dos pobres, como fez Jesus. a tentação “de reduzir a missão da Igreja deve provocar um encontro permanente
fecia. A diaconia educa, cura as feridas, Elas manifestam, mais claramente, que “o às dimensões de um projeto puramente com a Palavra de Deus e celebrar na litur-
multiplica e distribui o pão e chama para serviço dos pobres é medida privilegiada, temporal” (CNBB 25,64ss; Cf. EN 32). gia, na alegria e na festa, a salvação que
a solidariedade e a comunhão. A profecia embora não exclusiva, do seguimento de Em relação à aproximação das CEBs Jesus Cristo nos trouxe.
anuncia o desígnio de Deus e denuncia os Cristo” (DP 1145). com os movimentos populares na luta A experiência da fé e da participação
abusos, a mentira, a injustiça, a explora- Mais ainda, o surgimento das CEBs, pela justiça, o documento 25 da CNBB faz amadurecer a comunidade eclesial de
ção e exige a conversão. Por isso, sofre junto com o compromisso com os mais afirmava que elas “não podem arrogar-se base, e lhe confere características próprias
perseguição, difamação, morte. necessitados, ajudou a Igreja a “descobrir o monopólio do Reino de Deus”. Na ver- de modo a levá-la a um relacionamento
Temos duas testemunhas recentes o potencial evangelizador dos pobres”, dade, a CEB deve tomar consciência de fraterno de igualdade com as demais co-
desse duplo ministério dos discípulos e primeiro, porque interpelam a Igreja, cha- que, “como Igreja, é sinal e instrumento munidades pertencentes à mesma paró-
discípulas de Jesus Cristo: Dra. Zilda Arns e mando-a à conversão; segundo, porque do Reino, é aquela pequena porção do quia. Com isso, a matriz-paroquial ganha
Irmã Dorothy Stang. Há muito conhecidas “realizam em sua vida os valores evangé- povo de Deus onde a Palavra de Deus é maior relevância pastoral na medida em
por nossas comunidades pobres pelo Bra- licos da solidariedade, serviço, simplicida- acolhida e celebrada nos sacramentos ... que passa a exercer a função de articula-
sil afora, elas inspiraram a ação das CEBs. de e disponibilidade para acolher o dom sobretudo na Eucaristia” (70ss). As CEBs dora das comunidades.
Elas entregaram a vida e nos deixaram seu de Deus” (DP 1147). As vocações religio- buscam, sim, a “colaboração fraterna com Exortamos que a paróquia procure se
testemunho de fé e amor aos pobres, fra- sas e sacerdotais despertadas pelas CEBs pessoas e grupos que lutam pelos mes- transformar em “rede de comunidades e
cos, desamparados e discriminados. sinalizam vitalidade espiritual, comunhão mos valores” (73). grupos, capazes de se articular conseguin-
Esta espiritualidade também possibili- eclesial e um novo estímulo de consagra- As CEBs têm despertado em muitos do que seus membros se sintam realmen-
tou a produção de uma rica manifestação ção a Deus. dos seus membros a espiritualidade do te discípulos missionários de Jesus Cristo
artística em nossas comunidades – músi- A formação dos discípulos missionários cuidado para com a vida dos seres huma- em comunhão” (DAp 172), tendo por
cas, poesias, pinturas, símbolos – típicos Na sua experiência já amadurecida, nos, de todas as formas de vida e a vida do modelo as primeiras comunidades cristãs
da prática religiosa e cultural de nosso as CEBs querem ser Igreja como o Con- Planeta Terra. A espiritualidade do cuida- retratadas nos Atos dos Apóstolos (At 2 e
povo, e que também são instrumentos de cílio Vaticano II desejou: uma Igreja toda do tem motivado o surgimento de gestos 4). Assim, a paróquia será mais viva, junto
evangelização e de missão. ministerial a serviço do Reino de Deus. A e atitudes éticas de respeito, de venera- com suas comunidades, coordenadas por
Vivência e Anúncio da Palavra de formação do discípulo missionário come- ção, de ternura, de cooperação solidária, leigos ou leigas, por diáconos permanen-
Deus e o Testemunho de fé ça dentro delas pela experiência de um de parceria, que promovam a inclusão de tes, animadas por religiosos e religiosas,
“A Palavra se fez carne e habitou entre encontro feliz e alegre com a pessoa de todos e de tudo no mistério da vida. e que tenham no Conselho Pastoral Paro-
nós” (Jo 1, 14). A acolhida da Palavra de Jesus, sua vida e seu destino. Como Jesus As CEBs promovem a participação quial, presidido pelo pároco, seu principal
Deus e a vivência comunitária da fé são convocou discípulos e discípulas para es- ativa de seus membros nos grupos de articulador pastoral.
indissociáveis nas CEBs. A Bíblia faz parte tarem com ele, do mesmo modo, ele con- economia popular solidária, resgatando Conclusão
do dia-a-dia da comunidade, estando pre- voca também hoje discípulos e discípulas o sentido originário da economia como Em comunhão com outras células vi-
sente nos grupos e pastorais, nas liturgias para estarem com ele e dele aprenderem a atividade destinada a garantir a base vas da Igreja, comunidades de discípulos
e na formação, na reza e nas ações que vi- o amor ao Pai, a fidelidade ao Espírito e material da vida pessoal, familiar, social e e discípulas geradas pelo encontro com
sam superar as desigualdades e injustiças o compromisso para a transformação do espiritual. Contribui assim para que o tra- Jesus Cristo, Palavra feito carne (cf. Jo
da sociedade brasileira. mundo em mundo de irmãos e irmãs. balho humano, além de ser o lugar de edi- 1,14), como são os movimentos, as novas
São espaços privilegiados de leitura Por sua capacidade de cuidar da for- ficação da dignidade humana e promoção comunidades, as pequenas comunidades,
bíblica nas CEBs os círculos bíblicos e gru- mação da própria comunidade e de olhar, da justiça social, seja também responsá- que integram a rede de comunidades que
pos de reflexão. Neles o povo se coloca com compaixão, a realidade, as CEBs po- vel pela promoção do desenvolvimento a paróquia é chamada a ser, reafirmamos
aqui o que está escrito no Documento 25
como sujeito eclesial, assume seu lugar dem e devem ser cada vez mais escolas sustentável.
da CNBB: “Ao concluir estas reflexões, de-
na comunidade e na sociedade. O prota- que ajudam “a formar cristãos compro- Espírito de abertura ecumênica e
sejamos agradecer a Deus pelo dom que
gonismo dos leigos nas CEBs é expressão metidos com sua fé; discípulos e missio- diálogo interreligioso
as CEBs são para a vida da Igreja no Bra-
viva de uma Igreja que se renova animada nários do Senhor, como o testemunha a Uma das dimensões da espiritualida- sil, pela união existente entre os nossos
pelo Espírito Santo, é também um sinal de entrega generosa, até derramar o sangue, de cultivadas pelas CEBs é a do diálogo irmãos e seus pastores, e pela esperança
que no discipulado estão surgindo novos de muitos de seus membros” (DAp 178). ecumênico e interreligioso, que se dá pela de que este novo modo de ser Igreja vá se
ministérios e serviços. A participação nos movimentos so- abertura ao mundo do outro, promoven- tornando sempre mais fermento de reno-
“O ministério da Palavra exige o minis- ciais, de cidadania, de defesa do meio do a unidade na diversidade e buscando vação em nossa sociedade”. (94)
tério da catequese a todos porque ‘forta- ambiente em vista da construção do Rei- as semelhanças na diferença. Esta espi- Brasília-DF, 12 de maio de 2010
lece a conversão inicial e permite que os no de Deus ritualidade dialogal tem sido assumida
discípulos missionários possam perseve- No que diz respeito à relação das CEBs pelas CEBs como uma missão de frater- Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana
rar na vida cristã e na missão em meio ao com a dimensão sociopolítica da evan- nidade cristã, numa atitude de profundo Presidente da CNBB
mundo que os desafia’” (DGAE 64; DAp gelização, o Sínodo sobre A Justiça no respeito às demais manifestações religio-
278c). A vida em comunidade já é uma Mundo, de 1971, já tinha afirmado que “a sas, em busca da comunhão universal. Dom Luiz Soares Vieira
forma de catequese. Ela predispõe para o ação pela justiça e a participação na trans- Essa espiritualidade nasce do desejo ex- Arcebispo de Manaus
aprofundamento da fé e da vida cristã por formação do mundo nos aparecem clara- presso por Jesus: “Que todos sejam um!” Vice-Presidente da CNBB
meio do ministério da catequese e tam- mente como uma dimensão constitutiva (Jo 17,21) Dom Dimas Lara Barbosa
bém pelo testemunho fraterno de seus da pregação do Evangelho, isto é, da mis- Formação de rede de comunidades Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
membros. são da Igreja pela redenção do gênero hu- Os membros das CEBs são discípulos Secretário-Geral da CNBB
Solidariedade e serviço mano e a libertação de toda situação de de Cristo e ajudam a formar outras comu-
Alimentadas pela Palavra de Deus e opressão” (introd.). Em vista disso, a Igre- nidades. Em meio a grandes extensões Fonte: CNBB
6. 6 CEBs - Informação e Formação para animadores
A Bíblia nos Interpela
Formação: Leitura Popular da Bíblia
Foto: Bernadete Mota
Carlos Mesters um concordismo superficial. Na realida- para nós que tocamos o fim dos tempos” sabe quantos grupos bíblicos existem. Só
Francisco Orofino de, é uma leitura de fé muito semelhante (1 Cor 10,11). Deus mesmo!
à leitura que faziam as comunidades dos Às vezes, para alguns, ela chega a ser 8. Para que se produza esta ligação
Neste artigo abordamos a leitura po- primeiros cristãos (At 1,16-20; 2,29-35; o primeiro instrumento para uma análi- profunda entre Bíblia e vida, é impor-
pular da Bíblia que se faz nas Comunida- 4,24-31) e os Santos Padres nos primeiros se mais crítica da realidade que hoje vi- tante: a) Ter nos olhos as perguntas reais
des Eclesiais da Base da América Latina. séculos das igrejas. vemos. Por exemplo, a respeito de uma que vêm da vida e da realidade sofrida
É bom lembrar que elas são apenas uma 3. A partir desta nova ligação entre Bí- empresa opressora do povo, o pessoal da de hoje, e não perguntas artificiais que
minoria. A grande maioria dos cristãos e blia e vida, os pobres fazem a descoberta, comunidade dizia: “É o Golias que temos nada têm a ver com a vida do povo. Aqui
a maior parte das igrejas têm outro jeito a maior de todas: “Se Deus esteve com que enfrentar!” aparece a importância de o estudioso da
de olhar a Bíblia. Muitos deles fazem uma aquele povo no passado, então Ele está 6. Está em andamento uma descober- Bíblia tem convivência e experiência pas-
leitura mais tradicional e mais fundamen- também conosco nesta luta que fazemos ta progressiva de que a Palavra de Deus toral inserida no meio do povo. b) Des-
talista. Porém, o impacto e a irradiação para nos libertar. Ele escuta também o não está só na Bíblia, mas também na cobrir que se pisa o mesmo chão, ontem
da leitura feita nas Comunidades Eclesiais nosso clamor!” (cf. Ex 2,24; 3,7). Assim vida, e de que o objetivo principal da lei- e hoje. Aqui aparece a importância do
de Base são grandes e significativos para vai nascendo, imperceptivelmente uma tura da Bíblia não é interpretar a Bíblia, uso da ciência e do bom senso tanto na
a vida das igrejas e para a caminhada do nova experiência de Deus e da vida que mas sim interpretar a vida com a ajuda da análise crítica da realidade de hoje como
movimento popular. se torna o critério mais determinante da Bíblia. no estudo do texto e seu contexto social.
Este artigo é como uma fotografia que Descobre-se que c) Ter uma visão global da Bíblia que en-
fixa a posição de uma pessoa num deter- Deus fala hoje, atra- volva os próprios leitores e leitoras e que
minado momento da sua vida. Uma vez vés dos fatos. Por esteja ligada com a situação concreta das
feita, a fotografia não muda mais. Mas a exemplo, no ano suas vidas. Lendo assim a Bíblia, produz-
pessoa fotografada continua mudando e de 2001, em que se uma iluminação mútua entre Bíblia e
crescendo. Ela não para. Talvez nem se as comunidades re- vida. O sentido e o alcance da Bíblia apa-
lembre mais da fotografia. Pode até ser fletiram sobre os recem e se enriquecem à luz do que se
que, depois de alguns anos, ela nem se Atos dos Apósto- vive e sofre na vida, e vice-versa.
reconheça mais nesta fotografia que aqui los, percebe-se um 9. A interpretação que o povo faz da
apresentamos com muito respeito e ca- entusiasmo muito Bíblia é uma atividade envolvente que
rinho. grande. Não é tanto compreende não só a contribuição in-
1ª PARTE por causa das coisas telectual do exegeta, mas também e so-
DEZ CARACTERÍTICAS DA LEITURA PO- novas que eles des- bretudo todo o processo de participação
PULAR DA BÍBLIA NA AMÉRICA LATINA cobrem em Atos, da Comunidade: trabalho e estudo de
Como entrada no nosso assunto apre- mas muito mais por grupo, leitura pessoal e comunitária, te-
sentamos aqui dez pontos que, de certo causa da confirma- atro, celebrações, orações, recreios, “en-
modo, oferecem uma visão global da lei- ção que Atos lhes fim, tudo que é verdadeiro, nobre, justo,
tura popular e são um resumo de tudo oferece de que a ca- puro, amável, honroso, virtuoso ou que
que vamos dizer. leitura popular e que menos aparece nas minhada que estão fazendo é uma cami- de qualquer maneira merece louvor” (Fl
1. A Bíblia é reconhecida e acolhida suas explicitações e interpretações. Pois nhada bíblica. A Bíblia ajuda a descobrir 4,8). Aqui aparecem a riqueza da criativi-
pelo povo como Palavra de Deus. Esta o olhar não se enxerga a si mesmo. que a Palavra de Deus, antes de ser lida dade popular e a amplidão das intuições
fé já existia antes da chegada da leitura 4. Antes de o povo ter esse contato na Bíblia, já existia na vida. “Na verdade, que vão nascendo.
popular da Bíblia. É nesta raiz ou tronco mais vivido com a Palavra de Deus, para o Senhor está neste lugar, e eu não o sa- 10. Para uma boa interpretação, é
bem firme da fé popular, que enxertamos muitos, sobretudo na igreja católica, a Bí- bia” (Gn 28,16)! muito importante o ambiente de fé e de
todo o nosso trabalho em torno da Bíblia. blia ficava longe. Era o livro dos “padres”, 7. A Bíblia entra por uma outra porta fraternidade, através de cantos, orações
É o que caracteriza a leitura que fazemos do clero. na vida do povo: não pela porta da im- e celebrações. Sem este contexto do Es-
da Bíblia na América Latina. Sem esta fé, Mas agora ela chegou perto! O que posição autoritária, mas sim pela porta pírito, não se chega a descobrir o sentido
todo o processo e todo o método teriam era misterioso e inacessível, começou a da experiência pessoal e comunitária. Ela que o texto tem para nós hoje. Pois o sen-
de ser diferentes. “Não es tu que susten- fazer parte da vida quotidiana dos po- se faz presente não como um livro que tido da Bíblia não é só uma idéia ou uma
tas a raiz, mas a raiz sustenta a ti” (Rm bres. E junto com a sua Palavra, o próprio impõe uma doutrina de cima para bai- mensagem que se capta com a razão e se
11,18). Deus chegou perto! “Vocês que antes es- xo, mas como uma Boa Nova que revela objetiva através de raciocínios; é também
2. Ao ler a Bíblia, o povo das Comuni- tavam longe foram trazidos para perto!” a presença libertadora de Deus na vida e um sentir, uma consolação, um conforto
dades traz consigo a sua própria história (Ef 2,13) na luta do povo. que é sentido com o coração, “para que,
e tem nos olhos os problemas que vem Difícil para um de nós avaliar a expe- A Bíblia confirma a caminhada que o pela perseverança e pela consolação que
da realidade dura da sua vida. A Bíblia riência de novidade e de gratuidade que povo está fazendo e, assim, o anima na nos proporcionam as Escrituras, tenha-
aparece como um espelho, sím-bolo (Heb tudo isto representa para os pobres. sua esperança. Os que participam dos mos esperança” (Rm 15,4).
9,9; 11,19), daquilo que ele mesmo vive 5. Assim, aos poucos, foi surgindo grupos bíblicos, eles mesmos se encarre-
hoje. uma nova maneira de se olhar a Bíblia e gam de divulgar esta Boa Notícia e atraem Fonte: Centro de Estudos Bíblicos
Estabelece-se, assim, uma ligação a sua interpretação. A Bíblia já não é vis- outras pessoas para participar. “Venham
profunda entre Bíblia e vida que, às ve- ta como um livro estranho que pertence ver um homem que me contou toda a Continua no próximo Informativo
zes, pode dar a impressão aparente de ao clero, mas como nosso livro, “escrito minha vida!” (Jo 4,29). Por isso, ninguém com a 2ª Parte.
7. CEBs - Informação e Formação para animadores 7
Fique Ligado!
Foto: Divulgação
Ficha Limpa é aprovado pelo Senado
Os senadores aprovaram, por unani- alterações, a primeira no grupo de traba- ardo Cardozo, na Comissão de Constitui- presenta a vitória da sociedade e das 44
midade, o projeto de lei da Ficha Limpa lho coordenado pelo deputado Miguel ção e Justiça (CCJ) da Câmara dos Depu- entidades que lutaram pela tramitação
no plenário, encerrando a tramitação da tados. Nos dois casos, da lei. “No início, a Ficha Limpa parecia
proposta de iniciativa popular no Con- o MCCE acredita que o uma utopia, mas logo todo o Brasil se
gresso Nacional. O próximo passo será a projeto foi aperfeiçoado envolveu com o tema e hoje só pode-
sanção presidencial. O texto aprovado é e permanece de encon- mos comemorar, porque é uma vitória do
o mesmo encaminhado pela Câmara dos tro aos anseios da so- povo”, afirmou.
Deputados, sem emendas. ciedade, expressos em Além da sanção presidencial, outro
“Hoje é um dia histórico. Eu me sin- 1,6 milhão de assinatu- aspecto que deverá ser abordado é a va-
to emocionado por presidir esta sessão”, ras coletadas em todo lidade da lei já nestas eleições. O MCCE
disse o deputado goiano, Marconi Perillo, o país. Além destas, a entende que não é preciso o prazo de um
depois de uma série de discursos a favor instituição parceira da ano antes do pleito, para que a legislação
do projeto e após anunciar o resultado da MCCE, Avaaz, coletou passe a vigorar. No entanto, outras inter-
votação nominal (em que os nomes são virtualmente mais de 2 pretações entendem que a lei seria apli-
registrados com o teor dos votos). milhões de adesões à cada a partir de 2012. A decisão ficará a
O projeto de lei, entregue a deputado iniciativa. cargo do Tribunal Superior Eleitoral.
Michel Temer, em setembro do ano pas- De acordo com a
sado, pelo Movimento de Combate à Cor- Martini, com relatoria de Índio da Costa, diretora do MCCE, Jovita José Rosa, a Fonte: CNBB
rupção Eleitoral (MCCE), passou por duas e a segunda com a relatoria de José Edu- aprovação do PLP no Senado Federal re-
Aconteceu! Fotos: Maria Matsutacke
No dia 21 de março aconteceu na Pa-
róquia Nossa Senhora de Fátima - Altos
TENDA DOS MARTIRES 2010
de Santana, a 3ª Caminhada pela Paz, Foi levantada uma nova tenda no mesmo espaço onde aconteceu a Tenda dos Mártires durante a 5ª Conferência do Episcopado
com o tema da CF 2010: “Vocês não po- Latino Americano e do Caribe em 2007, com o objetivo de celebrar os 3 anos e construir a utopia de nosso dia a dia. Fizeram-se
dem servir a Deus e ao Dinheiro”. presentes o pessoal da Pastoral Operária e das CEBs.
De 19 a 21 de maio, na Comunidade São Geraldo, foi um tempo de Graça, para reviver aquele período histórico, fazer memória,
partilhar o que aconteceu no decorrer destes três anos, trocar experiências, e manter viva a mensagem e o compromisso de discí-
pulos e missionários!
Todos os dias aconteceram: celebração do Oficio Divino das Comunidades, Oração do Terço, Celebração da Santa Missa, visita
às pessoas doentes e que não podiam comparecer na Tenda. Cada dia, um tema foi trabalhado e também celebrado os 100 anos de
Dom Helder, os 30 anos do martírio de Dom Oscar Romero, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos e memória aos Mártires
da Caminhada Latino Americana.
Celebraram na Tenda Pe. Miguel Pipolo, Pe. Luis Carlos Tierney, Pe. José Beozzo, Frei Alamiro de Andrade e Pe. João Baresi. Uma
grande alegria a presença de Ir. Alberta Girardi, Ir. Ernesto, Pe. Geraldo de Paula Sousa, Conceição Aparecida de Souza.
No dia 21/05, aconteceu uma Oficina de Música para as crianças da comunidade, assessorada pelo pessoal da Casa da Solida-
riedade de São Paulo.
Inesquecível a acolhida que tivemos pelas pessoas da comunidade, com o imenso amor de sempre! Estamos unidos e assim
seguimos por uma historia que está sendo construída no dia a dia de nossas comunidades, para que sejam expressões vivas do povo
de Deus, com a Tenda dos Mártires que permanece erguida em nossos corações.
Maria Matsutacke
Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe
Fotos: Mario Donizete
8. 8 CEBs - Informação e Formação para animadores
Irá Acontecer!
Mãos na a!
Paróquia São João Batista A novena e festa de Nossa Se-
nhora do Perpétuo Socorro acon-
tecerá de 18 a 27 de junho, com o
Mass
A Novena a São João Batista será celebrada de tema central: “Fidelidade de Cris-
18 a 26 de junho. Com o tema: “Com o olhar em to, fidelidade do sacerdote”
Aparecida a missão da Igreja é Evangelizar”. Todos os dias haverá Novena
No dia 27, acontecerá a Procissão do Padroeiro Perpétua (reza do terço), 30 mi-
São João Batista às 16h30. nutos antes do horário da mis-
A procissão percorrerá algumas ruas dos bairros sa. Além da novena e da festa, haverá um baile no dia 19 de junho,
São João e Jardim Didinha com destino a Paróquia na Faculdade Anhanguera, em prol do Centro de Promoção Humana
onde será celebrada a Santa Missa às 19h pelos Dom Oscar Romero. Os convites custam R$ 10,00. Informações pelo
padres Dimas Cornélio e Carlos Alberto(Beto). telefone (12) 3018-2499.
Data: 18/06/2010 - Local: Paróquia São João Data: 18/06/2010 - Local: Av. Ângelo Belmiro Pintus, 320, Campo
Lasanha de Pão
Batista - Informações: (12) 3951-2906 dos Alemães, Informações: (12) 3966-1081
Paróquia Coração de Jesus Ingredientes:
Encontro de Assessores das 1 dente de alho
Neste ano, a Paróquia Coração de Jesus comemora 25 CEBs Regional Sul 1
anos e celebrará a festa de seu padroeiro com uma trezena 1 colher (sopa) de cebola
18 a 20 de junho 2010 1 colher(sopa) de margarina
que acontece de 3 a 16 de junho. O tema central é: “No
ano Sacerdotal, com o Coração de Jesus, proclamamos o
Casa de Retiro Betsaída 100 g de carne moída
tempo da Graça em nossa Paróquia” - “O Senhor realizou End.: Av. Tivoli, 276 - Vila Betânia 1 tablete de caldo de carne
grandes obras em nosso favor”. (Lc 1,49) São José dos Campos 6 tomates maduros
No dia 13, será feito um almoço festivo às 12h e, em Acolhida: dia 18 à noite Sal e Orégano a gosto
seguida, grande show com Padre Zezinho, às 20h. Levar: toalha de banho, objetos 5 berinjelas pequenas
No dia 16, a Festa de aniversário da Paróquia acontecerá pessoais, Bíblia, caneta e papel 2 xícara (chá) de talos picados
no pátio do Santuário com Missa Solene do Jubileu de Prata às 19h30 e Festa de para anotações. 6 unidades de pão amanhecido
aniversário com queima de fogos. Taxa: R$ 50,00 2 colheres(sopa) de queijo ralado
No dia 19 de junho acontecerá o Baile do Jubileu de Prata, no Clube de Campo Modo de Preparo:
Informações e atendimento:
Luso Brasileiro. Os convites estão à venda na secretaria paroquial que funciona de Pique o alho e a cebola e frite-os na
Silvia (12) 8142-0622 margarina derretida. Acrescente a
segunda a sexta, das 8h às 19h e das 8h às 12h aos sábados. Hamilton (12) 8808-4690
Data: 03/06/2010 - Local: Paróquia Coração de Jesus carne moída e o caldo de carne. Refo-
Inscrição até 8 de junho gue. Bata os tomates no liquidificador,
Informações: (12) 3916-4101
peneire e acrescente à carne moída.
Deixe engrossar. Tempere com sal,
orégano e acrescente os talos picados.
Reserve. Corte as berinjelas em cubos.
Baile das CEBs Reserve. Descasque o pão, corte em
fatias, umedeça levemente e abra
Dia 30 Julho com o rolo. Reserve. Coloque em um
Local: Nova Era refratário, alternadamente, uma cama
de pão, uma outra de molho, uma de
Vila Maria berinjela e finalize com uma de pão e
uma de molho. Polvilhe queijo ralado
Convites à venda e leve ao forno até que a berinjela
fique assada completamente. Sirva
com as equipes quente.
da CEBs Ordenação Diaconal - Dia 25 Junho Tempo de Preparo: 40 minutos
Sem Fabiano Kleber e Luciano Barbosa Calorias (porção): 206,44 Kcal
Valor: R$ 10,00 Local: Paróquia São José Operário Dica: Substitua a berinjela por abobri-
nha.
Vila Paiva - Horário: 19h30 Fonte: Cozinha Brasil – SESI
Expediente: Publicação Mensal das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) da Diocese de São José dos Campos – Diretor: Dom Moacir Silva – Diretor Técnico:
Pe.Ronildo Aparecido da Rosa - Jornalista Responsável: Ana Lúcia Zombardi - Mtb 28496 – Equipe de Comunicação: Coordenador: Luis Mario Marinho - Integrantes:
Celso Corrêa, Maria Aparecida Matsutacke e Rosana de Paula Rosa - Colaboradora: Madalena das Graças Mota - Diagramação: Maria Bernadete de Paula Mota
Oliveira - Correção: Sandra Memari Trava - Revisão: Pe. Ronildo - Arte Final, Editoração e Impressão: Katú Editora Gráfica - Tiragem: 6.200 Exemplares
Sugestões, críticas, artigos, envie para Bernadete.
Fale com a Redação... Av. Ouro Fino, 1.840 - Bosque dos Eucalíptos CEP 12.233-401 - S. J. Campos - SP
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