SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 35
O pequeno Polegar
Capítulo I
Longe, muito longe daqui ,
morava um pobre lenhador, Balbino,
com sua mulher Teresa.Tinham sete
filhos, mas nenhum em idade de
ganhar a vida.O menor deles fizera
sete anos e, porque nascera
pequenino ,quase do tamanho de
dedo polegar,deram-lhe o nome de
Pequeno Polegar.
Polegar era um menino
esquisito. Tinha um bom coração,
era inteligente e ajuizado, e vivia
aflito por não poder ajudar seus
pais. Por este motivo, vivia triste,
pensativo e calado, sentado quase
sempre num tamborete ao lado do
fogão.
Aconteceu que um dia a fome
ameaçou toda aquela região.
Os campos secaram , os
animais pesteados morriam, e a
desgraça da fome começou a rondar
as casas.
Certa vez,o lenhador,voltando a
casa,com as mãos vazias,indagou :
-Como é Teresa,não se tem
nada para comer? E os filhos?
Teresa mostrou as latas de
mantimentos vazias como vazios
também os armários.
O lenhador, andando de um
para o outro lado , perguntava:
-Que fazer?Nossos filhos
morrerão à míngua.Vamos ,mulher!
Vamos à mata!Arranjaremos raízes,
frutas ou algum animal que nos mate
a fome e a dos nossos filhos. Aman-
nhã cedo, partiremos todos. os
meninos nos hão de ajudar , subindo
nas árvores mais altas ou correndo
atrás de alguma caça.
Pequeno Polegar, triste no seu
cantinho, ouvia tudo , calado.
A mulher dizia ao marido:
-Tenho medo de levar os
meninos à mata.Os lobos andam
famintos , e, se uma alcateia nos
alcança, morremos de uma vez.
-Sim, mulher, mas vê-los
morrer à mingua, de braços cru-
ados, é impossível. Vamos ama-
nhã de madrugada, de qualquer
jeito.
Pequeno Polegar que já ouvira
tantas histórias de menino perdido
na mata, ora por se distanciarem uns
dos outros ,pensou que devia
arranjar um jeito de livrar de perigos.
Que fez? Quando todos dormi-
am profundamente , Pequeno
Polegar levantou-se,foi à beira de
um regato onde as pedrinhas
brancas apontavam,encheu seus
bolsos com elas e foi deitar-se nova-
mente.
Pela madrugada, o pai chamou
a mulher e os filhos e disse-lhes:
Partamos!Cada um com sua sacola.
O Pequeno Polegar
Capítulo II
Sem demora, lá se foram todos
a caminho da mata.Pequeno Polegar
logo que se distanciou de casa,
parou, jogou uma pedrinha no chão.
Logo adiante, fez o mesmo.
O pai , notando as paradas do
menino, pensou:
-Sempre esquisito este meu
filho!Que será que está fazendo?
Depois perguntou-lhe:
-Pequeno Polegar, por que
tanto olha para trás?
-Ah!meu pai, estou avistando o
meu pombinho branco em cima do
telhado.
-Ora, deixe de bobagem , meu
filho, é reflexo do sol na chaminé.
E continuaram. Pequeno
Polegar ia derrubando uma pedra de
espaço a espaço, para marcar o
caminho por onde seguiam.
Chegaram, afinal, a uma
floresta muito espessa.
-É impossível não arranjarem
frutas e caça para alguns dias,
disseram os pais.
Reunindo os filhos ao redor de
si, o pai lhes disse:
-Meninos, cada um procure
encher sua sacola com frutas.
Enquanto isto , eu e sua mãe
tentaremos apanhar aves ou outras
caças.Quando for hora de voltar ,
baterei na lata e venham sem tardar .
A noite não pode apanhar na mata!
Os pais distanciaram dos filhos,
e estes, cada um para um lado,
tentaram apanhar frutas de algumas
árvores para levá-las para casa.
Pequeno Polegar não perdia de
vista os irmãos e, quando algum lhe
saía de perto , corria e subia a uma
árvore, até saber onde se achava .
O sol começava a descambar
para o ocidente, e o pai, com duas
boas lebres às costas e algumas
aves, tocou na lata para reunir os
filhos.
O som seco e estridente da
lata ressoou várias vezes pela
mata e os meninos não apareceram.
É que os próprios pais,
andando à caça, não prestaram bem
atenção no lugar por onde iam.
E , assim, se distanciaram dos
filhos sem o perceber.
A mulher pôs - se a chorar
aflita.
O pai insistia em bater na lata,
mas o rumor da folhagem e murmú-
rio de uma cascata misturavam - se
com os sons.
Os meninos vendo o dia cair
aplicavam o ouvido , procurando
apanhar os sons esperados ou o
chamado dos pais. Mas nada!
Quando perceberam que
estavam perdidos na mata ,
começaram a gritar.
Pequeno polegar , vendo o
desespero dos irmãos, lembrou-se
de que o seu pai era velho lenhador
e de que talvez acertasse o caminho
de casa.Consolou os irmãos e disse-
lhes:
-Não tenham medo!Fiz como
Joãozinho que marcou o caminho
da mata com pedrinhas brancas,
e assim, ele e Maria acertaram
direitinho com o caminho de
casa.Vamos!Eu vou à frente. Sigam-
me ! Mas vamos depressa, porque a
noite se aproxima.
Seguiram-no todos, e como
andassem depressa, antes da noite
cair, chegaram a casa que estava
fechada e as escuras.
O coração de Pequeno Polegar
batia aflito enquanto ele perguntava
a si mesmo:
-Será que nossos pais estão
perdidos na mata e não acertaram o
caminho?
Correu e, chegando antes dos
irmãos , encostou o ouvido à porta e
ouviu dizer lá dentro:
-Onde estarão meus filhos,
meus pobres filhos! O meu
pequenino Polegar,tão fraquinho,
onde deve estar?
Pequeno Polegar não se
conteve, bateu na porta e disse:
-Estamos aqui , mamãe!
Teresa correu para abrir-lhes a
porta e ,abraçando- os, disse:
-Graças a Deus!Como estou
satisfeita por estarem todos juntos,
meus queridos filhos!
Balbino,que já estava disposto
sair em busca dos meninos, reuniu-
se ao grupo.
Falando quase ao mesmo
tempo, contaram aos pais o que
sucedera.
Graças ao que tinham colhido
no mato, passaram alguns dias
tranquilos e felizes.
O Pequeno Polegar
Capítulo III
Não tardou muito, e novamen-
te a fome começou a rondar aquela
região. Balbino e sua mulher te-
miam voltar à mata, conhecendo de
perto, como já conheciam, seus
horrores.
Mas, sem migalha de alimento,
o pai levantou-se depois de uma
noite de tormentosa vigília e resol-
veu naquela hora sair para ma mata.
-Vamos , mulher!Se não
morrermos lá, morremos aqui, pois
não temos o que comer.Depois ,
vamos ficando mais fracos e não
poderemos aguentar a caminhada,
apressemo- nos!
Teresa acordou as crianças e,
sem demora, cada um com sua
sacola às costas, foi seguindo o
pai e a mãe que levavam: ele um
machado, ela um saco.
Pequeno Polegar ia atrás de
todos, custando a pegar o passo
apressado dos outros.Ia com as
mãos nos bolsos, a pensar no que
poderia fazer para marcar o caminho
de casa.
Vendo à sua frente uma
enorme árvore carregada de bolotas
esbranquiçadas, Pequeno Polegar,
por que ia atirando- as de espaço a
espaço, para marcar o caminho por
onde seguiam, caso acontecesse,
como da outra vez, de se perderem
na mata.
Ninguém prestou atenção no
Pequeno Polegar, por que iam apres-
sados e aflitos.
Chegaram à mata em lugar
mais espesso e mais escuro que da
outra vez.
Ali a caça parecia mais fácil,
porque um bando de veadinhos
assustados se embrenhou mais
além ao ruido dos seus passos.
Pássaros em abundância.
As árvores pendiam de frutos,
alguns desconhecidos, outros
comuns e saborosos.Enquanto seus
pais perseguiam uma veadinha, a
que um deles já havia ferido na
perna com uma bodocada, ali juntos,
animaram- se e fizeram montes de
frutas , que iam comendo , enquanto
enchiam os bolsos e as sacolas.
Embora Pequeno Polegar tivesse
marcado com a vista o lugar por
onde seguiram seus pais , em vão
os procuraram,momentos depois.
Mesmo assim, não desanimaram, e
Pequeno Polegar estava certo de
achar o rumo de casa, acompanhan-
do as bolotas que havia atirado pelo
caminho.
Mas ficou muito admirado, não
podendo encontrar uma só, pois os
esquilos haviam catado todas.
Aflitos, quando mais
caminhavam mais se embrenhavam
na floresta tenebrosa e se perdiam.
Era lua nova, e a noite estava
escura como breu.O vento soprava
e assobiava, fazendo estalar os
ramos secos das árvores , que
despencavam, fazendo um ruído
rouco.
Os meninos estavam
apavorados.Parecia- lhes ouvir de
todo lado os uivos de lobos.
Agarravam-se aos outros, tiritando
de medo.
De repente, desabou uma
grande chuva, acompanhada de
raios e trovões.Ficaram gelados
até os ossos, com as roupas
ensopadas e coladas ao corpo.
Serenados os raios, Pequeno
Polegar trepou numa árvore para
ver se descobria algum abrigo.
Divisou muito longe uma luz como a
de uma candeia. Guardou bem a
direção da luz, e desceu da árvore
e puseram -se todos a correr.
O pequeno polegar
Capítulo IV
Depois de muito andar,
chegaram finalmente a uma casa a
muito esquisita e que tomava cores
diferentes , sendo algumas vezes
desaparecia completamente da vista
de todos.
Mas- que lhes valia o medo?De
qualquer maneira estavam em gran -
de perigo, por isso, Pequeno Pole-
gar bateu na porta.Veio abri-la uma
pobre mu-
lher, perguntando o que queriam.
Pequeno Polegar contou- lhe a
sua história, e pediu posada ,por
caridade, até a madrugada ,apenas.
A boa mulher , vendo-os tão
desamparados, afligiu-se e disse-
lhes:
-Meus meninos, como há - de
ser?Vocês vieram bater na casa de
um gigante que come crianças.Ele
tem um faro terrível para carne
humana.Fujam, meus meninos.
-Que nos adianta fugir?Na floresta ,
seremos comidos por lobos.É pre-
ferível, então , que seja o gigante
quem nos coma.E quem sabe se ele
não vai ter dó de nós?
A pobre mulher deixou-os en-
trar.Aqueceu-os junto de um bom
fogo, deu a cada menino um peda-
ço de cabrito assado e começou a
conversar com eles. De repente,
ouviram quatro pancadas na porta.
Era o gigante que chegava.
A mulher escondeu Polegar e
seus irmãos dentro de uns jacás e
correu para abrir a porta.
O gigante entrou e sentou- se
numa cadeira .A sua respiração era
forte que fazia um ruído igual ao de
um motor de caminhão.A mulher
correu , tirou as botas do gigante e
trouxe- lhes os chinelos.
Dali a pouco , o gigante se pôs à
mesa para cear.Diante dele, esta-
va um carneiro inteiro e um bar-
ril de vinho.
De vez em quando, olhando ao
redor, o gigante farejava o ar e dizia:
-Mulher, aqui cheira carne a
carne humana!
-Não ,marido, é engano!Acabei
de esfolar um veado.É o que cheira.
Mulher,mulher!deixe de
enganar-me!Sinto cheiro de carne
humana!
A mulher tremia, sem conse-
guir dar um passo de lugar estava.
Pequeno Polegar ,olhando ao pelo
buraquinhos do jacá, não despre-
gava os olhos do gigante. De re-
pente , o gigante deu com os jacás
amontoados num canto.Levantou-se
e foi direto a eles.
eles.
-Ah! mulher!então , quer enga-
nar-me?Cuidado que eu a comerei
também!
Abrindo um dos jacás, pegou
um dos meninos pela perna:
-Oh!tenho carne para um
excelente assado.Vou aproveitar
para festejar a vinda de três amigos,
que serão nossos vizinhos.
E o gigante foi tirando dos
jacás os meninos, um por um. Páli-
dos de terror, não podiam ficar de
pé.
O gigante era o mais cruel dos
gigantes , e longe de ter piedade
deles, apanhou uma grande faca que
começou a amolar numa pedra, bem
devagar.A mulher,trêmula de dó,
dizia- lhe mansamente:
Marido , que vai você fazer a
esta hora? Temos tanta carne no
braseiro!
Cale-se , mulher ! senão, é a
você que eu ponho no espeto ,
dentro de meia hora.
Mas a mulher continuou :
-Olhe, marido, temos aves e
caças diversas ,um leitão e a metade
de um porco.Deixe os meninos para
amanhã.
-Tem razão, mulher.Trate-os
bem: dê- lhes muito de comer e faça-
os dormir em boas camas.
Mais satisfeita com a resolução
do marido,a boa mulher tratou os
meninos da melhor maneira que pô-
de.
Os meninos , embora esfome-
ados,não puderam comer, tanto
medo tinham do que pudesse acon-
tecer .
Afinal , o gigante , satisfeito,
pôs- se a beber, e bebeu mais doze
copos do que de costume, tor -
nando - se completamente tonto.A
mulher obrigou- o a ir deitar-se, o
o que fez logo, caindo num pesado
sono.
O gigante tinha sete filhas
horríveis.Eram vermelhas como
romãs, porque só comiam carne
crua.Tinham um dentes finos,
muitos agudos e separados. Os
narizes eram compridos e aduncos ,
e uns olhos redondos e cinzentos
brilhavam com um brilho esquisito.
Usavam uma coroa de ouro na ca-
ça, que não tiravam nem para
dormir.Embora muito novinhas
ainda, cada uma já comia um
carneiro inteiro em cada refeição.
Eram loucas por carne humana.
Dormiam todas as sete em uma
cama grande.No mesmo quarto,
havia outra cama igual ,onde a
acomodou o Pequeno Polegar e
seus irmãos, depois de verificar
que estavam todos bem alimen-
tados e bem quentinhos.
Em seguida, a mulher do
gigante apagou o candeeiro e foi
deitar-se.
E o silêncio da noite encheu a
casa do gigante.
O Pequeno Polegar
Capítulo V
O Pequeno Polegar não conse-
guira dormir. Imaginou que o gigan-
te , embriagado como estava, pode-
ria duma hora para outra, resolver
comê-los.
Que fez, então?Levantou-se de
mansinho, pé ante pé.Foi à cama das
sete filhas do gigante.Tirou com bas-
tante jeito as coroas de suas cabe -
ças e colocou os gorros de seus ir-
mãos , colocou na cabeça de cada
um dos meninos as coroas das
filhas do gigante.
A altas horas, acordou o
gigante alucinado.Pegou a faca que
estava à cabeceira e, cambaleando,
foi até a cama dos meninos.Apalpou-
lhes as cabeças e, percebendo as
coroas,disse:
-Oh!quase fiz um desastre!
Estas são as minhas filhas!Estou
com a tão transtornada que ia
cometer o engano de matar as
minhas próprias filhas, coitadinhas!
E vai o gigante com mais fúria
para a outra cama. Apalpa as cabe-
ças, sente o gorro e diz:
-Ah!aqui estão os malandri -
nhos, que vou comer o café da ma-
nhã.
Dizendo isso, meteu a faca ,
degolando uma por uma as setes
filhas.
Tudo feito, foi deitar -se, ainda
com as mãos pinguando sangue.
Pequeno Polegar não havia perdi-
do um movimento do gigante.
Logo que começou a ouvir os
seus roncos, chamou seus irmãos e
pediu que o seguissem, sem fazerem
o menor ruído.Os meninos , mais
mortos do que vivos,subiram numas
malas e saltaram para o jardim por
um respiradouro.Lá fora,começaram
a correr pelo mato adentro, sem
saber para onde ir.
Aos primeiros clarões da
madrugada, o gigante acordou e
disse:
-Mulher ! Vá cuidar dos meni-
nos!
A mulher pensou que o marido
lhe mandava tratar dos meninos e
subiu, muito admirada da bondade
do gigante.Mal entrou no quarto, viu
o chão inundado de sangue e suas
filhas degoladas.Deu tal grito de
horror que fez o gigante correr para
acudir- lhe, ficando também surpre-
endido com o terrível espetáculo.
Vendo os gorrinhos nas cabeças das
filhas, exclamou:
-Ah! que fiz eu!Isto foi coisa
daqueles malandros , daqueles
miseráveis!Eles me pagarão...E é
agora...
Gritou para a mulher que
estava fora de si:
Dê me depressa as botas sete
léguas que os apanharei num minu-
to.
Como a mulher continuasse
desmaiada, tirou ele memo as botas
de um armário e calçou-as, esbrave-
jando.
Depois de haver corrido de
todos os lados, o gigante avistou os
meninos longe , transpor um regato.
Entretanto, os meninos ,vendo aque-
la sombra no ar como se fosse uma
nuvem negra, perceberam o gigan-
te que, com uma passada, ia de
montanha à outra e atravessava um
rio,largo,como se atravessasse um
ribeirinho.
Pequeno Polegar olhou assus-
tado para todos os lados à procura
de um esconderijo.Viu uma caverna
aberta numa rocha onde o gigante
não poderia entrar, por ser muito
pequena.Entrou na caverna com
seus irmãos e pediu-lhes silêncio.
Logo sentiram os passos do gigan-
te sobre a caverna.
Sempre farejando o lugar por
onde caminhava o gigante disse:
-Andam por aqui, sinto cheiro
forte de carne humana.
O Pequeno Polegar
Capítulo VI - Final
Os meninos , escondidinhos
no fundo da gruta , mal respiravam
para não fazerem barulho.
O gigante resolveu parar e
descansar um pouco. Sentou-se na
rocha , acomodou a cabeça sobre
as pedras e caiu num profundo
sono, pondo-se a roncar tão alto
que chegava a amedrontar os pas-
sarinhos que tinham os ninhos nas
árvores mais distantes.Pequeno
Polegar, que já havia acertado com
o caminho de casa, pediu aos
irmãos que saíssem devagarinho
da caverna e corressem sozinhos
para casa.
Os irmãos saíram numa
carreira louca, mas nas pontas dos
pés.
Quando Polegar percebeu que
seus irmãos estavam salvos,
aproximou -se do gigante e escon-
deu-se na fenda de uma pedra,pode
examinar bem as botas.
Tocou-as .Ficou surpreendido
vendo-as escorrer e cair junto de
seus pés.Tinham esse poder de
saírem ao menor contato com as
mãos.
Pequeno Polegar sentiu-se
curioso e, ia pegá- lãs, quando- oh!
surpresa!-as botas foram diminuindo
de tamanho.Polegar as enfiou e se
ajustaram tão bem a seus pés, como
se tivessem sido feitas sob medidas
para ele.
Pequeno Polegar sentiu-se
leve como uma pluma .Ia dar uma
passada que o levaria a casa,
quando se lembrou da mulher do
gigante, que o havia protegido com
tanta bondade.
Resolveu libertá-la do terrível
gigante.De uma passada ganhou a
entrada da casa.Ouviu gritos agu-
dos.Era uma quadrilha de ladrões,
que sabendo do que acontecera, ia-
se aproveitar da ausência do gigan-
te para assaltar a casa.Amarraram
a pobre mulher na porta e iam
carregando os cofres com tudo que
havia dentro.
Polegar com um passo estava
dentro de casa e, com uma faca afi-
ada, enfrentou os ladrões que, ven-
do-o dar uma passada de gigante no
ar, julgaram que ele fosse algum
mágico.
Largaram tudo e saíram em
debandada.
Polegar acudiu á pobre mulher,
que desmaiara com o susto. Desa-
marrou-a, deitou-a numa cama e tra-
tou-a até que ela voltasse a si.
Vendo-a perto dela,e,reconhe-
cendo que era o Pequeno Polegar
seu salvador, perdoou-lhe tudo.
Não quis abandonar o gigante ,
porque , apesar de antorpófago , era
seu marido .
Pequeno Polegar nada mais
tinha a fazer.
De uma passada , galgou os
terrenos de sua casa. Lá os espe-
ravam todos , com grande aflição.
Vendo-o chegar com as botas de
sete léguas, sentiram- se felizes,
porque, com ela, não precisavam
passar os perigos que haviam
passado.
Dias depois, Pequeno Polegar
recebia de toda a população dos ar-
redores uma bolsa de dinheiro, por
ter livrado a terra de tão terríveis
monstros que eram as filhas do gi-
gante.
Com sua bota de sete léguas,
Pequeno Polegar procurava ajudar
a todos que sofriam.
E uma grande paz e muita
riqueza caíram sobre aquela região,
antes tão infeliz.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Ovo da vida, a vida do ovo
Ovo da vida, a vida do ovoOvo da vida, a vida do ovo
Ovo da vida, a vida do ovosandra subtil
 
Quem soltou o Pum (Livro adaptado em fonte ampliada para alunos baixa visão)
Quem soltou o Pum (Livro adaptado em fonte ampliada para alunos baixa visão)Quem soltou o Pum (Livro adaptado em fonte ampliada para alunos baixa visão)
Quem soltou o Pum (Livro adaptado em fonte ampliada para alunos baixa visão)Isa ...
 
Livro o coelhinho que não era da páscoa
Livro o coelhinho que não era da páscoaLivro o coelhinho que não era da páscoa
Livro o coelhinho que não era da páscoatlfleite
 
Meninos de todas as cores
Meninos de todas as coresMeninos de todas as cores
Meninos de todas as coresLúcia Cruz
 
7 pretinha de neve e os sete gigantes
7  pretinha de neve e os sete gigantes7  pretinha de neve e os sete gigantes
7 pretinha de neve e os sete gigantestlfleite
 
Livro usando as mãos - história
Livro usando as mãos - históriaLivro usando as mãos - história
Livro usando as mãos - históriaweleslima
 
A joaninha que perdeu as pintinhas
A joaninha que perdeu as pintinhasA joaninha que perdeu as pintinhas
A joaninha que perdeu as pintinhaslauridesm
 
A joaninha sem pintas
A joaninha sem pintasA joaninha sem pintas
A joaninha sem pintasFi Nobre
 
O balão que não queria subir
O balão que não queria subirO balão que não queria subir
O balão que não queria subirDyone Andrade
 
Viviana a rainha do pijama
Viviana a rainha do pijamaViviana a rainha do pijama
Viviana a rainha do pijamaIsa ...
 
A vaca mimosa
A vaca mimosaA vaca mimosa
A vaca mimosabibliopbi
 
Apresentaçãohistoria sujo eu
Apresentaçãohistoria sujo euApresentaçãohistoria sujo eu
Apresentaçãohistoria sujo euemcoeliribas
 
A história da galinha medrosa
A história da galinha medrosaA história da galinha medrosa
A história da galinha medrosaEster Oliveira
 
O coelho que não era da páscoa
O coelho que não era da páscoaO coelho que não era da páscoa
O coelho que não era da páscoapreescolarlagares
 
Menina Bonita do Laço de Fita
Menina Bonita do Laço de Fita  Menina Bonita do Laço de Fita
Menina Bonita do Laço de Fita Luciana Carvalho
 

Mais procurados (20)

A Ovelhinha
A OvelhinhaA Ovelhinha
A Ovelhinha
 
A bota do bode
A bota do bodeA bota do bode
A bota do bode
 
Ovo da vida, a vida do ovo
Ovo da vida, a vida do ovoOvo da vida, a vida do ovo
Ovo da vida, a vida do ovo
 
Quem soltou o Pum (Livro adaptado em fonte ampliada para alunos baixa visão)
Quem soltou o Pum (Livro adaptado em fonte ampliada para alunos baixa visão)Quem soltou o Pum (Livro adaptado em fonte ampliada para alunos baixa visão)
Quem soltou o Pum (Livro adaptado em fonte ampliada para alunos baixa visão)
 
Livro o coelhinho que não era da páscoa
Livro o coelhinho que não era da páscoaLivro o coelhinho que não era da páscoa
Livro o coelhinho que não era da páscoa
 
A Casa Sonolenta
A Casa SonolentaA Casa Sonolenta
A Casa Sonolenta
 
Meninos de todas as cores
Meninos de todas as coresMeninos de todas as cores
Meninos de todas as cores
 
Um bocadinho inverno
Um bocadinho invernoUm bocadinho inverno
Um bocadinho inverno
 
7 pretinha de neve e os sete gigantes
7  pretinha de neve e os sete gigantes7  pretinha de neve e os sete gigantes
7 pretinha de neve e os sete gigantes
 
Livro usando as mãos - história
Livro usando as mãos - históriaLivro usando as mãos - história
Livro usando as mãos - história
 
A joaninha que perdeu as pintinhas
A joaninha que perdeu as pintinhasA joaninha que perdeu as pintinhas
A joaninha que perdeu as pintinhas
 
A joaninha sem pintas
A joaninha sem pintasA joaninha sem pintas
A joaninha sem pintas
 
O balão que não queria subir
O balão que não queria subirO balão que não queria subir
O balão que não queria subir
 
Viviana a rainha do pijama
Viviana a rainha do pijamaViviana a rainha do pijama
Viviana a rainha do pijama
 
A vaca mimosa
A vaca mimosaA vaca mimosa
A vaca mimosa
 
Apresentaçãohistoria sujo eu
Apresentaçãohistoria sujo euApresentaçãohistoria sujo eu
Apresentaçãohistoria sujo eu
 
A história da galinha medrosa
A história da galinha medrosaA história da galinha medrosa
A história da galinha medrosa
 
O coelho que não era da páscoa
O coelho que não era da páscoaO coelho que não era da páscoa
O coelho que não era da páscoa
 
O dono da bola
O dono da bolaO dono da bola
O dono da bola
 
Menina Bonita do Laço de Fita
Menina Bonita do Laço de Fita  Menina Bonita do Laço de Fita
Menina Bonita do Laço de Fita
 

Destaque

Atividades Pedagógicas 1_2_ano_Alfabetização
Atividades Pedagógicas 1_2_ano_AlfabetizaçãoAtividades Pedagógicas 1_2_ano_Alfabetização
Atividades Pedagógicas 1_2_ano_Alfabetizaçãosrentesupor
 
"A noite dos animais inventados"
"A noite dos animais inventados""A noite dos animais inventados"
"A noite dos animais inventados"José Martins
 
A noite dos animais inventados (resumo da história)
A noite dos animais inventados (resumo da história)A noite dos animais inventados (resumo da história)
A noite dos animais inventados (resumo da história)martamedeiros
 
16736253 Espiritismo Infantil Historia 05
16736253 Espiritismo Infantil Historia 0516736253 Espiritismo Infantil Historia 05
16736253 Espiritismo Infantil Historia 05Ana Cristina Freitas
 
A girafa e o mede palmos
A girafa e o mede palmosA girafa e o mede palmos
A girafa e o mede palmosweleslima
 
Peter pan
Peter panPeter pan
Peter panNMBQ
 
O pequeno príncipe
O pequeno príncipeO pequeno príncipe
O pequeno príncipeJoão Lopes
 
Princesa Sofia- productos
Princesa Sofia- productosPrincesa Sofia- productos
Princesa Sofia- productosGeorge Evans
 
A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca
A historia infantil como um instrumento para desenvol criancaA historia infantil como um instrumento para desenvol crianca
A historia infantil como um instrumento para desenvol criancaNádia Cachado
 
O espelho magico historia infantil
O espelho magico historia infantilO espelho magico historia infantil
O espelho magico historia infantilGaby Veloso
 
Apresentação do Livro - A Girafa e o Mede Palmos
Apresentação do Livro - A Girafa e o Mede PalmosApresentação do Livro - A Girafa e o Mede Palmos
Apresentação do Livro - A Girafa e o Mede PalmosGraça Sousa
 
João e Maria livro ampliado
João e Maria livro ampliadoJoão e Maria livro ampliado
João e Maria livro ampliadoIsa ...
 
Apostila plantao portugues_6_ano_1_bim_4_2 (1)
Apostila plantao portugues_6_ano_1_bim_4_2 (1)Apostila plantao portugues_6_ano_1_bim_4_2 (1)
Apostila plantao portugues_6_ano_1_bim_4_2 (1)PCS Informatica
 

Destaque (20)

Atividades Pedagógicas 1_2_ano_Alfabetização
Atividades Pedagógicas 1_2_ano_AlfabetizaçãoAtividades Pedagógicas 1_2_ano_Alfabetização
Atividades Pedagógicas 1_2_ano_Alfabetização
 
"A noite dos animais inventados"
"A noite dos animais inventados""A noite dos animais inventados"
"A noite dos animais inventados"
 
A noite dos animais inventados (resumo da história)
A noite dos animais inventados (resumo da história)A noite dos animais inventados (resumo da história)
A noite dos animais inventados (resumo da história)
 
O Amor NãO Tem Cor
O Amor NãO Tem CorO Amor NãO Tem Cor
O Amor NãO Tem Cor
 
16736253 Espiritismo Infantil Historia 05
16736253 Espiritismo Infantil Historia 0516736253 Espiritismo Infantil Historia 05
16736253 Espiritismo Infantil Historia 05
 
Peter Pan
Peter PanPeter Pan
Peter Pan
 
A girafa e o mede palmos
A girafa e o mede palmosA girafa e o mede palmos
A girafa e o mede palmos
 
Peter pan
Peter panPeter pan
Peter pan
 
Peter Pan
Peter  PanPeter  Pan
Peter Pan
 
O pequeno príncipe
O pequeno príncipeO pequeno príncipe
O pequeno príncipe
 
Princesa Sofia- productos
Princesa Sofia- productosPrincesa Sofia- productos
Princesa Sofia- productos
 
Peter Pan
Peter PanPeter Pan
Peter Pan
 
A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca
A historia infantil como um instrumento para desenvol criancaA historia infantil como um instrumento para desenvol crianca
A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca
 
O espelho magico historia infantil
O espelho magico historia infantilO espelho magico historia infantil
O espelho magico historia infantil
 
Sequencia receita culinaria
Sequencia receita culinariaSequencia receita culinaria
Sequencia receita culinaria
 
O príncipe e o mendigo
O príncipe e o mendigoO príncipe e o mendigo
O príncipe e o mendigo
 
Apresentação do Livro - A Girafa e o Mede Palmos
Apresentação do Livro - A Girafa e o Mede PalmosApresentação do Livro - A Girafa e o Mede Palmos
Apresentação do Livro - A Girafa e o Mede Palmos
 
João e Maria livro ampliado
João e Maria livro ampliadoJoão e Maria livro ampliado
João e Maria livro ampliado
 
Sequencia soldadinho de chumbo
Sequencia soldadinho de chumboSequencia soldadinho de chumbo
Sequencia soldadinho de chumbo
 
Apostila plantao portugues_6_ano_1_bim_4_2 (1)
Apostila plantao portugues_6_ano_1_bim_4_2 (1)Apostila plantao portugues_6_ano_1_bim_4_2 (1)
Apostila plantao portugues_6_ano_1_bim_4_2 (1)
 

Semelhante a O pequeno polegar (20)

Livro final
Livro finalLivro final
Livro final
 
Letras com rugas
Letras com rugasLetras com rugas
Letras com rugas
 
Jesus
JesusJesus
Jesus
 
Jesus
JesusJesus
Jesus
 
Ensino religioso 2
Ensino religioso 2Ensino religioso 2
Ensino religioso 2
 
Um Camponês
Um CamponêsUm Camponês
Um Camponês
 
História da Maria Castanha
História da Maria CastanhaHistória da Maria Castanha
História da Maria Castanha
 
Nx zero e chapeuzinho[1]
Nx zero e chapeuzinho[1]Nx zero e chapeuzinho[1]
Nx zero e chapeuzinho[1]
 
O Rebanho Perdeu as Asas - Madalena Carapinha
O Rebanho Perdeu as Asas - Madalena CarapinhaO Rebanho Perdeu as Asas - Madalena Carapinha
O Rebanho Perdeu as Asas - Madalena Carapinha
 
A culpa é toda do rato
A culpa é toda do ratoA culpa é toda do rato
A culpa é toda do rato
 
A galinha que sabia ler
A galinha que sabia lerA galinha que sabia ler
A galinha que sabia ler
 
Lendas e mitos região centro oeste
Lendas e mitos região centro oesteLendas e mitos região centro oeste
Lendas e mitos região centro oeste
 
27 folclore
27 folclore27 folclore
27 folclore
 
A história do pinda
A história do pindaA história do pinda
A história do pinda
 
Livro Digital
Livro DigitalLivro Digital
Livro Digital
 
Poemas de Natal
Poemas de NatalPoemas de Natal
Poemas de Natal
 
Vila criança
Vila criançaVila criança
Vila criança
 
Trabalhos Da Semana Jgf 4 (Idiomatismos E Outras Tarefas)
Trabalhos Da Semana Jgf 4 (Idiomatismos E Outras Tarefas)Trabalhos Da Semana Jgf 4 (Idiomatismos E Outras Tarefas)
Trabalhos Da Semana Jgf 4 (Idiomatismos E Outras Tarefas)
 
Uma aventura no_palacio_da_pena_ucxy
Uma aventura no_palacio_da_pena_ucxyUma aventura no_palacio_da_pena_ucxy
Uma aventura no_palacio_da_pena_ucxy
 
Textos a pares 2
Textos a pares 2Textos a pares 2
Textos a pares 2
 

Mais de Maria Aparecida de Almeida

Leiam esta história para seus alunos e crie atividades para ela
Leiam esta história para seus alunos e crie atividades para elaLeiam esta história para seus alunos e crie atividades para ela
Leiam esta história para seus alunos e crie atividades para elaMaria Aparecida de Almeida
 

Mais de Maria Aparecida de Almeida (20)

Os estados físicos da água
Os estados físicos da águaOs estados físicos da água
Os estados físicos da água
 
A distribuição da água no planeta terra
A distribuição da água no planeta terraA distribuição da água no planeta terra
A distribuição da água no planeta terra
 
Untitled Presentation
Untitled PresentationUntitled Presentation
Untitled Presentation
 
O nsoladinho de chumbo
O nsoladinho de chumboO nsoladinho de chumbo
O nsoladinho de chumbo
 
As espertezas de malazartes
As espertezas de malazartesAs espertezas de malazartes
As espertezas de malazartes
 
IV pedro malasartes e sua falecida mãe
IV  pedro malasartes e sua falecida mãeIV  pedro malasartes e sua falecida mãe
IV pedro malasartes e sua falecida mãe
 
As aventuras de pedro malasartes III
As aventuras de pedro malasartes IIIAs aventuras de pedro malasartes III
As aventuras de pedro malasartes III
 
As aventuras de pedro malasartes II
As aventuras de pedro malasartes IIAs aventuras de pedro malasartes II
As aventuras de pedro malasartes II
 
Pedro malasarte e o fazendeiro
Pedro malasarte e o fazendeiroPedro malasarte e o fazendeiro
Pedro malasarte e o fazendeiro
 
Leiam esta história para seus alunos e crie atividades para ela
Leiam esta história para seus alunos e crie atividades para elaLeiam esta história para seus alunos e crie atividades para ela
Leiam esta história para seus alunos e crie atividades para ela
 
A princesa e a sapo
A princesa e a sapoA princesa e a sapo
A princesa e a sapo
 
Dona baratinha peça infantil
Dona baratinha   peça infantilDona baratinha   peça infantil
Dona baratinha peça infantil
 
A história das quatro velas
A história das quatro velasA história das quatro velas
A história das quatro velas
 
Fábulas recitadas e cantadas (1)
Fábulas recitadas e cantadas (1)Fábulas recitadas e cantadas (1)
Fábulas recitadas e cantadas (1)
 
João e o pé de feijão
João e o pé de feijãoJoão e o pé de feijão
João e o pé de feijão
 
O sonhador milton berger
O sonhador  milton bergerO sonhador  milton berger
O sonhador milton berger
 
O peixinho dourado
O peixinho douradoO peixinho dourado
O peixinho dourado
 
Amor materno malba tahan
Amor materno  malba tahanAmor materno  malba tahan
Amor materno malba tahan
 
Rodando, rodando
Rodando, rodandoRodando, rodando
Rodando, rodando
 
Peck a abelhinha
Peck a abelhinhaPeck a abelhinha
Peck a abelhinha
 

O pequeno polegar

  • 1. O pequeno Polegar Capítulo I Longe, muito longe daqui , morava um pobre lenhador, Balbino, com sua mulher Teresa.Tinham sete filhos, mas nenhum em idade de ganhar a vida.O menor deles fizera sete anos e, porque nascera pequenino ,quase do tamanho de dedo polegar,deram-lhe o nome de Pequeno Polegar. Polegar era um menino esquisito. Tinha um bom coração,
  • 2. era inteligente e ajuizado, e vivia aflito por não poder ajudar seus pais. Por este motivo, vivia triste, pensativo e calado, sentado quase sempre num tamborete ao lado do fogão. Aconteceu que um dia a fome ameaçou toda aquela região. Os campos secaram , os animais pesteados morriam, e a desgraça da fome começou a rondar as casas. Certa vez,o lenhador,voltando a casa,com as mãos vazias,indagou :
  • 3. -Como é Teresa,não se tem nada para comer? E os filhos? Teresa mostrou as latas de mantimentos vazias como vazios também os armários. O lenhador, andando de um para o outro lado , perguntava: -Que fazer?Nossos filhos morrerão à míngua.Vamos ,mulher! Vamos à mata!Arranjaremos raízes, frutas ou algum animal que nos mate a fome e a dos nossos filhos. Aman- nhã cedo, partiremos todos. os meninos nos hão de ajudar , subindo nas árvores mais altas ou correndo atrás de alguma caça. Pequeno Polegar, triste no seu cantinho, ouvia tudo , calado. A mulher dizia ao marido: -Tenho medo de levar os meninos à mata.Os lobos andam
  • 4. famintos , e, se uma alcateia nos alcança, morremos de uma vez. -Sim, mulher, mas vê-los morrer à mingua, de braços cru- ados, é impossível. Vamos ama- nhã de madrugada, de qualquer jeito. Pequeno Polegar que já ouvira tantas histórias de menino perdido na mata, ora por se distanciarem uns dos outros ,pensou que devia arranjar um jeito de livrar de perigos. Que fez? Quando todos dormi- am profundamente , Pequeno Polegar levantou-se,foi à beira de um regato onde as pedrinhas brancas apontavam,encheu seus bolsos com elas e foi deitar-se nova- mente. Pela madrugada, o pai chamou a mulher e os filhos e disse-lhes: Partamos!Cada um com sua sacola.
  • 5. O Pequeno Polegar Capítulo II Sem demora, lá se foram todos a caminho da mata.Pequeno Polegar logo que se distanciou de casa, parou, jogou uma pedrinha no chão. Logo adiante, fez o mesmo. O pai , notando as paradas do menino, pensou: -Sempre esquisito este meu filho!Que será que está fazendo? Depois perguntou-lhe: -Pequeno Polegar, por que tanto olha para trás?
  • 6. -Ah!meu pai, estou avistando o meu pombinho branco em cima do telhado. -Ora, deixe de bobagem , meu filho, é reflexo do sol na chaminé. E continuaram. Pequeno Polegar ia derrubando uma pedra de espaço a espaço, para marcar o caminho por onde seguiam. Chegaram, afinal, a uma floresta muito espessa. -É impossível não arranjarem frutas e caça para alguns dias, disseram os pais. Reunindo os filhos ao redor de si, o pai lhes disse:
  • 7. -Meninos, cada um procure encher sua sacola com frutas. Enquanto isto , eu e sua mãe tentaremos apanhar aves ou outras caças.Quando for hora de voltar , baterei na lata e venham sem tardar . A noite não pode apanhar na mata! Os pais distanciaram dos filhos, e estes, cada um para um lado, tentaram apanhar frutas de algumas árvores para levá-las para casa. Pequeno Polegar não perdia de vista os irmãos e, quando algum lhe saía de perto , corria e subia a uma árvore, até saber onde se achava . O sol começava a descambar para o ocidente, e o pai, com duas boas lebres às costas e algumas aves, tocou na lata para reunir os filhos. O som seco e estridente da lata ressoou várias vezes pela mata e os meninos não apareceram. É que os próprios pais, andando à caça, não prestaram bem
  • 8. atenção no lugar por onde iam. E , assim, se distanciaram dos filhos sem o perceber. A mulher pôs - se a chorar aflita. O pai insistia em bater na lata, mas o rumor da folhagem e murmú- rio de uma cascata misturavam - se com os sons. Os meninos vendo o dia cair aplicavam o ouvido , procurando apanhar os sons esperados ou o chamado dos pais. Mas nada!
  • 9. Quando perceberam que estavam perdidos na mata , começaram a gritar. Pequeno polegar , vendo o desespero dos irmãos, lembrou-se de que o seu pai era velho lenhador e de que talvez acertasse o caminho de casa.Consolou os irmãos e disse- lhes: -Não tenham medo!Fiz como Joãozinho que marcou o caminho da mata com pedrinhas brancas, e assim, ele e Maria acertaram direitinho com o caminho de casa.Vamos!Eu vou à frente. Sigam- me ! Mas vamos depressa, porque a noite se aproxima. Seguiram-no todos, e como andassem depressa, antes da noite cair, chegaram a casa que estava fechada e as escuras. O coração de Pequeno Polegar
  • 10. batia aflito enquanto ele perguntava a si mesmo: -Será que nossos pais estão perdidos na mata e não acertaram o caminho? Correu e, chegando antes dos irmãos , encostou o ouvido à porta e ouviu dizer lá dentro: -Onde estarão meus filhos, meus pobres filhos! O meu pequenino Polegar,tão fraquinho, onde deve estar? Pequeno Polegar não se conteve, bateu na porta e disse: -Estamos aqui , mamãe! Teresa correu para abrir-lhes a porta e ,abraçando- os, disse: -Graças a Deus!Como estou satisfeita por estarem todos juntos, meus queridos filhos! Balbino,que já estava disposto
  • 11. sair em busca dos meninos, reuniu- se ao grupo. Falando quase ao mesmo tempo, contaram aos pais o que sucedera. Graças ao que tinham colhido no mato, passaram alguns dias tranquilos e felizes. O Pequeno Polegar Capítulo III Não tardou muito, e novamen- te a fome começou a rondar aquela
  • 12. região. Balbino e sua mulher te- miam voltar à mata, conhecendo de perto, como já conheciam, seus horrores. Mas, sem migalha de alimento, o pai levantou-se depois de uma noite de tormentosa vigília e resol- veu naquela hora sair para ma mata. -Vamos , mulher!Se não morrermos lá, morremos aqui, pois não temos o que comer.Depois , vamos ficando mais fracos e não poderemos aguentar a caminhada, apressemo- nos! Teresa acordou as crianças e, sem demora, cada um com sua sacola às costas, foi seguindo o pai e a mãe que levavam: ele um machado, ela um saco. Pequeno Polegar ia atrás de todos, custando a pegar o passo apressado dos outros.Ia com as mãos nos bolsos, a pensar no que poderia fazer para marcar o caminho de casa.
  • 13. Vendo à sua frente uma enorme árvore carregada de bolotas esbranquiçadas, Pequeno Polegar, por que ia atirando- as de espaço a espaço, para marcar o caminho por onde seguiam, caso acontecesse, como da outra vez, de se perderem na mata. Ninguém prestou atenção no Pequeno Polegar, por que iam apres- sados e aflitos. Chegaram à mata em lugar mais espesso e mais escuro que da outra vez. Ali a caça parecia mais fácil, porque um bando de veadinhos assustados se embrenhou mais além ao ruido dos seus passos.
  • 14. Pássaros em abundância. As árvores pendiam de frutos, alguns desconhecidos, outros comuns e saborosos.Enquanto seus pais perseguiam uma veadinha, a que um deles já havia ferido na perna com uma bodocada, ali juntos, animaram- se e fizeram montes de frutas , que iam comendo , enquanto enchiam os bolsos e as sacolas. Embora Pequeno Polegar tivesse marcado com a vista o lugar por onde seguiram seus pais , em vão os procuraram,momentos depois.
  • 15. Mesmo assim, não desanimaram, e Pequeno Polegar estava certo de achar o rumo de casa, acompanhan- do as bolotas que havia atirado pelo caminho. Mas ficou muito admirado, não podendo encontrar uma só, pois os esquilos haviam catado todas. Aflitos, quando mais caminhavam mais se embrenhavam na floresta tenebrosa e se perdiam. Era lua nova, e a noite estava escura como breu.O vento soprava e assobiava, fazendo estalar os ramos secos das árvores , que despencavam, fazendo um ruído rouco. Os meninos estavam apavorados.Parecia- lhes ouvir de todo lado os uivos de lobos. Agarravam-se aos outros, tiritando de medo. De repente, desabou uma grande chuva, acompanhada de raios e trovões.Ficaram gelados
  • 16. até os ossos, com as roupas ensopadas e coladas ao corpo. Serenados os raios, Pequeno Polegar trepou numa árvore para ver se descobria algum abrigo. Divisou muito longe uma luz como a de uma candeia. Guardou bem a direção da luz, e desceu da árvore e puseram -se todos a correr. O pequeno polegar Capítulo IV Depois de muito andar,
  • 17. chegaram finalmente a uma casa a muito esquisita e que tomava cores diferentes , sendo algumas vezes desaparecia completamente da vista de todos. Mas- que lhes valia o medo?De qualquer maneira estavam em gran - de perigo, por isso, Pequeno Pole- gar bateu na porta.Veio abri-la uma pobre mu- lher, perguntando o que queriam. Pequeno Polegar contou- lhe a sua história, e pediu posada ,por caridade, até a madrugada ,apenas. A boa mulher , vendo-os tão desamparados, afligiu-se e disse- lhes: -Meus meninos, como há - de ser?Vocês vieram bater na casa de um gigante que come crianças.Ele tem um faro terrível para carne humana.Fujam, meus meninos. -Que nos adianta fugir?Na floresta , seremos comidos por lobos.É pre- ferível, então , que seja o gigante
  • 18. quem nos coma.E quem sabe se ele não vai ter dó de nós? A pobre mulher deixou-os en- trar.Aqueceu-os junto de um bom fogo, deu a cada menino um peda- ço de cabrito assado e começou a conversar com eles. De repente, ouviram quatro pancadas na porta. Era o gigante que chegava. A mulher escondeu Polegar e seus irmãos dentro de uns jacás e correu para abrir a porta.
  • 19. O gigante entrou e sentou- se numa cadeira .A sua respiração era forte que fazia um ruído igual ao de um motor de caminhão.A mulher correu , tirou as botas do gigante e trouxe- lhes os chinelos.
  • 20. Dali a pouco , o gigante se pôs à mesa para cear.Diante dele, esta- va um carneiro inteiro e um bar- ril de vinho. De vez em quando, olhando ao redor, o gigante farejava o ar e dizia: -Mulher, aqui cheira carne a carne humana! -Não ,marido, é engano!Acabei de esfolar um veado.É o que cheira. Mulher,mulher!deixe de enganar-me!Sinto cheiro de carne humana! A mulher tremia, sem conse- guir dar um passo de lugar estava. Pequeno Polegar ,olhando ao pelo buraquinhos do jacá, não despre- gava os olhos do gigante. De re- pente , o gigante deu com os jacás amontoados num canto.Levantou-se e foi direto a eles. eles. -Ah! mulher!então , quer enga- nar-me?Cuidado que eu a comerei também!
  • 21. Abrindo um dos jacás, pegou um dos meninos pela perna: -Oh!tenho carne para um excelente assado.Vou aproveitar para festejar a vinda de três amigos, que serão nossos vizinhos. E o gigante foi tirando dos jacás os meninos, um por um. Páli- dos de terror, não podiam ficar de pé. O gigante era o mais cruel dos gigantes , e longe de ter piedade deles, apanhou uma grande faca que começou a amolar numa pedra, bem devagar.A mulher,trêmula de dó,
  • 22. dizia- lhe mansamente: Marido , que vai você fazer a esta hora? Temos tanta carne no braseiro! Cale-se , mulher ! senão, é a você que eu ponho no espeto , dentro de meia hora. Mas a mulher continuou : -Olhe, marido, temos aves e caças diversas ,um leitão e a metade de um porco.Deixe os meninos para amanhã. -Tem razão, mulher.Trate-os
  • 23. bem: dê- lhes muito de comer e faça- os dormir em boas camas. Mais satisfeita com a resolução do marido,a boa mulher tratou os meninos da melhor maneira que pô- de. Os meninos , embora esfome- ados,não puderam comer, tanto medo tinham do que pudesse acon- tecer . Afinal , o gigante , satisfeito, pôs- se a beber, e bebeu mais doze
  • 24. copos do que de costume, tor - nando - se completamente tonto.A mulher obrigou- o a ir deitar-se, o o que fez logo, caindo num pesado sono. O gigante tinha sete filhas horríveis.Eram vermelhas como romãs, porque só comiam carne crua.Tinham um dentes finos, muitos agudos e separados. Os narizes eram compridos e aduncos , e uns olhos redondos e cinzentos brilhavam com um brilho esquisito. Usavam uma coroa de ouro na ca- ça, que não tiravam nem para dormir.Embora muito novinhas ainda, cada uma já comia um carneiro inteiro em cada refeição. Eram loucas por carne humana. Dormiam todas as sete em uma cama grande.No mesmo quarto, havia outra cama igual ,onde a acomodou o Pequeno Polegar e seus irmãos, depois de verificar que estavam todos bem alimen-
  • 25. tados e bem quentinhos. Em seguida, a mulher do gigante apagou o candeeiro e foi deitar-se. E o silêncio da noite encheu a casa do gigante. O Pequeno Polegar Capítulo V O Pequeno Polegar não conse- guira dormir. Imaginou que o gigan- te , embriagado como estava, pode- ria duma hora para outra, resolver comê-los. Que fez, então?Levantou-se de
  • 26. mansinho, pé ante pé.Foi à cama das sete filhas do gigante.Tirou com bas- tante jeito as coroas de suas cabe - ças e colocou os gorros de seus ir- mãos , colocou na cabeça de cada um dos meninos as coroas das filhas do gigante. A altas horas, acordou o gigante alucinado.Pegou a faca que estava à cabeceira e, cambaleando, foi até a cama dos meninos.Apalpou- lhes as cabeças e, percebendo as coroas,disse: -Oh!quase fiz um desastre! Estas são as minhas filhas!Estou com a tão transtornada que ia cometer o engano de matar as minhas próprias filhas, coitadinhas! E vai o gigante com mais fúria para a outra cama. Apalpa as cabe- ças, sente o gorro e diz: -Ah!aqui estão os malandri - nhos, que vou comer o café da ma- nhã. Dizendo isso, meteu a faca ,
  • 27. degolando uma por uma as setes filhas. Tudo feito, foi deitar -se, ainda com as mãos pinguando sangue. Pequeno Polegar não havia perdi- do um movimento do gigante. Logo que começou a ouvir os seus roncos, chamou seus irmãos e pediu que o seguissem, sem fazerem o menor ruído.Os meninos , mais mortos do que vivos,subiram numas malas e saltaram para o jardim por um respiradouro.Lá fora,começaram a correr pelo mato adentro, sem saber para onde ir. Aos primeiros clarões da madrugada, o gigante acordou e disse:
  • 28. -Mulher ! Vá cuidar dos meni- nos! A mulher pensou que o marido lhe mandava tratar dos meninos e subiu, muito admirada da bondade do gigante.Mal entrou no quarto, viu o chão inundado de sangue e suas filhas degoladas.Deu tal grito de horror que fez o gigante correr para acudir- lhe, ficando também surpre- endido com o terrível espetáculo. Vendo os gorrinhos nas cabeças das filhas, exclamou: -Ah! que fiz eu!Isto foi coisa daqueles malandros , daqueles
  • 29. miseráveis!Eles me pagarão...E é agora... Gritou para a mulher que estava fora de si: Dê me depressa as botas sete léguas que os apanharei num minu- to. Como a mulher continuasse desmaiada, tirou ele memo as botas de um armário e calçou-as, esbrave- jando. Depois de haver corrido de todos os lados, o gigante avistou os meninos longe , transpor um regato. Entretanto, os meninos ,vendo aque- la sombra no ar como se fosse uma nuvem negra, perceberam o gigan- te que, com uma passada, ia de montanha à outra e atravessava um rio,largo,como se atravessasse um ribeirinho.
  • 30. Pequeno Polegar olhou assus- tado para todos os lados à procura de um esconderijo.Viu uma caverna aberta numa rocha onde o gigante não poderia entrar, por ser muito pequena.Entrou na caverna com seus irmãos e pediu-lhes silêncio. Logo sentiram os passos do gigan- te sobre a caverna. Sempre farejando o lugar por onde caminhava o gigante disse: -Andam por aqui, sinto cheiro forte de carne humana.
  • 31. O Pequeno Polegar Capítulo VI - Final Os meninos , escondidinhos no fundo da gruta , mal respiravam para não fazerem barulho. O gigante resolveu parar e descansar um pouco. Sentou-se na rocha , acomodou a cabeça sobre as pedras e caiu num profundo sono, pondo-se a roncar tão alto que chegava a amedrontar os pas- sarinhos que tinham os ninhos nas árvores mais distantes.Pequeno Polegar, que já havia acertado com
  • 32. o caminho de casa, pediu aos irmãos que saíssem devagarinho da caverna e corressem sozinhos para casa. Os irmãos saíram numa carreira louca, mas nas pontas dos pés. Quando Polegar percebeu que seus irmãos estavam salvos, aproximou -se do gigante e escon- deu-se na fenda de uma pedra,pode examinar bem as botas. Tocou-as .Ficou surpreendido vendo-as escorrer e cair junto de seus pés.Tinham esse poder de saírem ao menor contato com as mãos. Pequeno Polegar sentiu-se curioso e, ia pegá- lãs, quando- oh! surpresa!-as botas foram diminuindo de tamanho.Polegar as enfiou e se ajustaram tão bem a seus pés, como se tivessem sido feitas sob medidas para ele.
  • 33. Pequeno Polegar sentiu-se leve como uma pluma .Ia dar uma passada que o levaria a casa, quando se lembrou da mulher do gigante, que o havia protegido com tanta bondade. Resolveu libertá-la do terrível gigante.De uma passada ganhou a entrada da casa.Ouviu gritos agu- dos.Era uma quadrilha de ladrões, que sabendo do que acontecera, ia- se aproveitar da ausência do gigan- te para assaltar a casa.Amarraram a pobre mulher na porta e iam
  • 34. carregando os cofres com tudo que havia dentro. Polegar com um passo estava dentro de casa e, com uma faca afi- ada, enfrentou os ladrões que, ven- do-o dar uma passada de gigante no ar, julgaram que ele fosse algum mágico. Largaram tudo e saíram em debandada. Polegar acudiu á pobre mulher, que desmaiara com o susto. Desa- marrou-a, deitou-a numa cama e tra- tou-a até que ela voltasse a si. Vendo-a perto dela,e,reconhe- cendo que era o Pequeno Polegar seu salvador, perdoou-lhe tudo. Não quis abandonar o gigante , porque , apesar de antorpófago , era seu marido . Pequeno Polegar nada mais tinha a fazer. De uma passada , galgou os terrenos de sua casa. Lá os espe- ravam todos , com grande aflição.
  • 35. Vendo-o chegar com as botas de sete léguas, sentiram- se felizes, porque, com ela, não precisavam passar os perigos que haviam passado. Dias depois, Pequeno Polegar recebia de toda a população dos ar- redores uma bolsa de dinheiro, por ter livrado a terra de tão terríveis monstros que eram as filhas do gi- gante. Com sua bota de sete léguas, Pequeno Polegar procurava ajudar a todos que sofriam. E uma grande paz e muita riqueza caíram sobre aquela região, antes tão infeliz.