Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
O Krav Magá como defesa pessoal na Polícia Militar de SP
1. PÓS-GRADUAÇÃO
MARCOS STEPHANY
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE
CURSO APRESENTADO A
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
COMO REQUISITO DO CURSO DE
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
LUTAS E ARTES MARCIAIS: DA
PEDAGOGIA AO TREINAMENTO.
Orientadora:
Profa. Ms. Lilian Fairchild
São Paulo, 2014.
O KRAV MAGÁ COMO DEFESA
PESSOAL NA POLÍCIA MILITAR DO
ESTADO DE SÃO PAULO
RESUMO
A Polícia Militar do Estado de São Paulo tem a missão de
preservar a ordem e segurança pública de toda sociedade
paulista e das instituições, e não são raras as vezes que as
intervenções e contatos físicos de forma repressiva são
necessários, com isso, o uso de técnicas de defesa pessoal
se torna imprescindível, mas atualmente estas técnicas são
baseadas em um manual antigo e desatualizado de defesa
pessoal, escrito em 1992. Este estudo veio mostrar a
importância da defesa pessoal no trabalho policial para
preservação da sua integridade física, como também o uso
do Krav Magá para esse fim. Mostrando as qualidades e
especificidade técnica desta Arte, passando pelo criador Imi
Lichtenfeld, falaremos de seu processo de criação, vamos
apresentar suas regras e principais técnicas, desta que é a
única Arte que desde o início foi empregada como defesa
pessoal.
Palavras-Chave: Krav Maga, Polícia Militar, Defesa
Pessoal.
ABSTRACT
The Military Police of São Paulo has the mission to
preserve public order and security throughout all of São
Paulo's society and institutions, and not rarely
_____________________________________________________________________________
1
2. interventions and
physical contacts are
needed, therefore, the
use of self defense
techniques becomes
essential, but currently
these techniques are
based on an old and
outdated self defense
manual, written in 1992.
This study has come to
show the importance of
self defense in police work to preserve their physical
integrity, as well as the use of Krav Maga for this
purpose. Showing the qualities and technical specificity
of this Art, going through the creator Imi Lichtenfeld,
we will talk about his creative
process, we will present its rules and key techniques, of
this art that was the only one which from the beginning
was used as self defense.
Keywords: Krav Magá, Military Police, Self Defense.
1. INTRODUÇÃO
Atualmente as instruções de defesa pessoal na Polícia Militar do Estado de São
Paulo são baseadas no manual M-03-PM. O atual Manual Policial Militar de Defesa
Pessoal (M-03-PM) data de 1992, e após 22 anos de existência, já não supre mais as
necessidades de uma polícia moderna, que visa a defesa da vida, a integridade física e a
dignidade da pessoa humana.
Segundo Fonseca (1998) fica evidente a necessidade de atualização do referido
manual, levando-se em consideração a sociedade atual, as mudanças em nossa
instituição, novas formas, métodos e técnicas de treinamento.
Couto (2011) também concorda com a necessidade de atualização do referido
manual, sendo que para ele, o manual M-03-PM é simples, eficiente e bem feito, mas
devido ter sido elaborado em 1992, já se encontra desatualizado, necessitando ser
revisto.
“A Polícia Militar do Estado de São Paulo possui
aproximadamente cem mil homens e mulheres em seu
efetivo, dispostos diuturnamente, em todo o Estado de São
Paulo, para atender a premissa constitucional de manter e
preservar a ordem e segurança públicas de toda a Sociedade e
das Instituições, por meio do policiamento ostensivo fardado
e preventivo, com respeito à dignidade e aos direitos da
pessoa humana mesmo com o sacrifício da própria vida”
(SILVA, 2009, p. 21).
Dentre as várias atividades da Corporação, o policiamento ostensivo e a
preservação da ordem pública, previstos no Art. 144, inciso V, § 5º, da Constituição
Federal (1988), têm em sua essência a prevenção, contudo não raras são as vezes que as
intervenções, de cunho repressivo, são necessárias para a manutenção da ordem pública.
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3. A Constituição do Estado de São Paulo (1989), em seu Art. 139, invoca que a
segurança pública é obrigação do Estado, devendo preservar a ordem pública e
incolumidade das pessoas e do patrimônio.
No Decreto Lei nº 667/69 (Brasil, 1969) encontramos a competência da Polícia
Militar, a qual tem por obrigação assegurar o cumprimento da lei, atuar como força de
dissuasão e repressão em todos os casos de perturbação da ordem.
Se levarmos em conta a possibilidade que o policial militar desempenha suas
atividades operacionais sem o devido conhecimento em defesa pessoal, pondo em risco
sua integridade física e até mesmo sua vida. Que a falta deste conhecimento pode
ocasionar o uso indevido da força física e da arma de fogo, podendo provocar lesões
indevidas no cidadão ou até mesmo sua morte.
Segundo Pires Junior (2002) o cidadão de hoje, que assiste a uma cena de ação
por parte do policial, quase nunca entende o que está se passando, principalmente
quando o policial age em reação a conduta de um cidadão infrator.
Segundo Silva (2009) em toda abordagem policial o uso da força será utilizado
podendo ser através de comandos verbais, ou até mesmo com o uso de força letal em
casos de ameaça letal ao policial ou a terceiros, sendo que cada situação enfrentada pelo
policial é única. O bom discernimento, as circunstâncias de cada uma delas e
principalmente o conhecimento de técnicas de defesa pessoal ditarão o nível de reação
que o policial utilizará.
Ainda segundo Silva (2009) mostrando a importância do treinamento aos policiais
como forma de reduzir o emprego abusivo de força nos encontros da polícia
com o público, melhorando a qualidade do trabalho, aumentando a proteção do
policial e do abordado.
Para Suero (2009) a atuação policial em ações que demandam a contenção física
de agressores armados ou não, que oferecem resistência à sua prisão, é uma realidade,
podendo promover resultados diversos do esperado, sendo necessário que os policiais
militares estejam adequadamente preparados de forma que atuem com eficácia, e com o
menor potencial ofensivo, minimizando os riscos para si, para terceiros e, sempre que
possível, para o agressor contido, encerrando-se numa imobilização adequada, que
permita a utilização rápida e segura das algemas.
Para Catanhede (2011), Silva (2009), Suero (2009), Costa (2006), Pires Junior
(2002), Souza (2002), Tussi (1998) e Toledo (1985) a defesa pessoal é um dos
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4. elementos primordiais da atividade cotidiana das organizações policiais. Dessa forma,
ao aprofundar o conhecimento sobre o tema, mergulha-se em alguns aspectos
importantes sobre as atividades desenvolvidas por essas organizações e constrói-se um
rol de conhecimentos necessários para que o policial militar aja de forma correta e
profissional.
Com tudo isso, este trabalho se justifica devido à necessidade de aprimoramento e
inovação das técnicas de defesa pessoal da Polícia Militar de São Paulo, para melhor
servir a sociedade atual e atender as mudanças desta instituição, sendo que o Krav Magá
pode ser uma opção de Arte Marcial para este fim.
Através de uma revisão bibliográfica, este estudo teve por objetivo verificar a
Arte Marcial Israelense para Defesa Pessoal – Krav Magá para uso dos policiais
militares do Estado de São Paulo, mostrando suas características, a especificidade, as
técnicas, eficiência como defesa pessoal e benefícios como Arte Marcial Tradicional,
pois segundo Tuchman e Mayers (2009), o Krav Magá é uma arte marcial perfeita e
completa, sendo a única arte marcial que desde o início foi empregada como defesa
pessoal.
2. POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
Em 1831 a jovem nação brasileira vivia uma profunda crise político-institucional.
O Imperador Pedro I havia abdicado do trono e deixado o País, devastado pela crise
econômica, em mãos de uma Regência Provisória, que governaria a Nação até que
Pedro II pudesse governar (ARRUDA, 1997).
Segundo Arruda (1997) essa crise ultrapassou os Portões das Armas dos quartéis,
e unidades militares, instigados pelas oposições, revoltaram-se contra o poder
constituído, onde rebeliões armadas explodiam por todos os cantos do país-continente.
Os primeiros organismos policiais que existiam, surgidos com os primeiros núcleos de
colonização do Brasil e aprimorados com a chegada da Divisão Militar da Guarda Real
de Polícia, eram frágeis e não suficientemente capacitados para responder à
complexidade da situação.
Segundo Andrade e Camara (1982) apesar das tropas serem diferentes das
primitivas, ressentia-se, entretanto, da ausência dos necessários conhecimentos
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5. profissionais, pois era notória a precariedade disciplinar e ineficiência das forças
militares responsáveis pela manutenção da integridade territorial e da ordem interna.
Devido aos motins e revoltas militares no Rio de Janeiro que repercutiram nas
províncias, levou o governo a extinguir as Tropas de Linha, incorporando-as ao
nascente Exército brasileiro, e as Milícias e Ordenanças, criando a Guarda Nacional em
18 de agosto de 1831, formada por caçadores, fuzileiros, sertanejos e voluntários, todos
amadores (SÃO PAULO, 1995).
Mas para consolidar a independência do Brasil dentro de um clima de ordem, era
necessária uma tropa de policiais profissionais, sendo assim, em 10 de outubro de 1831,
Regente Feijó em nome do Imperador Pedro II, convocou os governos provinciais a
extinguir todos os corpos policiais existentes, e sancionou a lei autorizando-os a criarem
um único Corpo de Guardas Voluntários por província, a pé e a cavalo, para manter a
tranqüilidade pública e auxiliar a justiça (ANDRADE; CAMARA, 1982).
Baseando-se neste decreto, foi proposto pelo Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar
na época Presidente da Província de São Paulo, a criação da Guarda Municipal
Voluntária, que foi autorizado pelo Conselho da Presidência da Província a 15 de
dezembro de 1831, sendo subordinado diretamente ao chefe do Executivo Provincial e,
mais indiretamente, à Assembléia Provincial, ficando permanentemente de serviço, a
expensas do erário público e contando com um efetivo inicial de 100 homens de
infantaria e 30 homens de cavalaria, que posteriormente fora chamado de Corpo Policial
Permanente (ARRUDA, 1997).
Devido o efetivo dos Permanentes se dispersarem pela Capital e por todos os
núcleos habitados da Província, foi autorizado pelo Governo a criação pelos municípios
de suas próprias polícias locais. Mas devido a vários problemas na seleção, treinamento
e influencia política, representavam segundo as autoridades dos governos da época, uma
ameaça e um estorvo para a segurança pública, onde acabaram passo a passo, sendo
extintas. Com à crescente urbanização da cidade de São Paulo, apareceram corpos
policiais especialmente destinados ao policiamento urbano, entre eles a Companhia de
Pedestres e a Guarda Urbana, esta ultima já se exigia alfabetização (ARRUDA, 1997).
Segundo Andrade e Camara (1982) com a chegada da República, a milícia foi
reorganizada e consolidou-se como Força Pública do Estado, ajudando a consolidar o
novo regime, onde os governantes investiram em sua expansão organizacional, sendo
atribuída à Força o papel de braço armado do poder político estadual.
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6. Em 1904 o então Presidente eleito da Província de São Paulo, Dr Jorge Tibiriçá,
procurando o aprimoramento da Milícia Paulista, assim que assumiu o governo,
manifestou desejo de modernizar a Força Pública. Devido o próprio presidente ter
conhecimento sobre polícias européias e depois de alguns estudos, decidiu pela vinda de
uma missão Francesa para esta tarefa (ANDRADE; CAMARA, 1982).
Segundo Andrade e Camara (1982) em 21 de março de 1906, chega a São Paulo a
primeira Missão Francesa de Instrução Militar, chefiada pelo então Coronel Paul
Balagny, sendo seus auxiliares o Capitão Raoul Negrel e o Tenente André Honeix De
La Brousse.
Sob a égide da Missão Francesa foram empregados os mais modernos recursos
didáticos da época, foram criados os manuais de instrução, foram fundados o Curso de
Aperfeiçoamento de Oficiais, e o núcleo original do atual Centro de Aperfeiçoamento
de Praças, destinado ao preparo de Graduados para a Organização. Os exercícios
teóricos e práticos foram treinados exaustivamente, foram renovados os uniformes, o
armamento e os equipamentos, renovando o nível de adestramento da Força ao mesmo
nível dos grandes exércitos europeus (ARRUDA, 1997).
Já em 1909, a Força Pública tinha perdido os velhos vícios de indisciplina, de
técnicas e táticas sofríveis para transformar-se num conjunto homogêneo de forças
morais e materiais, as quais, ainda hoje, são as bases características da Polícia Militar do
Estado de São Paulo (ROSAS JÚNIOR, 2009).
Devido a participação da Força Pública em diversas campanhas, ela acabou se
ausentando do policiamento das áreas urbanas da capital, com isso o então Presidente do
Estado Carlos de Campos criou em 1926 a Guarda Civil, como umas força auxiliar da
Força Pública (ARRUDA, 1997).
Com a ditadura Vargas em 1940, visando privar o Estado de São Paulo de
qualquer resquício de seu braço armado, altera a denominação de Força Pública para
Força Policial, permanecendo com está denominação até 1947, onde pela Constituição
paulista, volta a se chamar Força Pública (ARRUDA, 1997).
Segundo Arruda (1997) com o Decreto nº 12755/42, foi criada no Estado pelo
interventor Fernando Costa, as Guardas Policiais, comandadas por policiais militares,
subordinadas aos Delegados de Polícia dos respectivos municípios e destinadas a
substituir os destacamentos da Força Policial espalhados pelo interior.
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7. No ano de 1954, a Guarda Civil incorpora em seus quadros a Guarda Noturna,
uma autarquia dirigida pelo Estado, que realizava atividades de vigilância das ruas da
Capital desde 1934 (ARRUDA, 1997).
Com o tempo, através de constantes unificações das organizações policiais, tanto
na Guarda Civil, como na antiga Força Pública, chegando em 1970 a unificação das
duas através do Decreto-lei nº 217 de 8 de abril de 1970, passando a partir desta data a
constituir a atual Polícia Militar do Estado de São Paulo, assumindo esta o controle de
todo o sistema de policiamento ostensivo e preservação da ordem, incluindo o Corpo de
Bombeiros com todas as suas atribuições (SÃO PAULO, 1995).
Pelos serviços prestados há mais de 165 anos, a Polícia Militar é uma Instituição
presente na história, na cultura, na vida artística, tecnológica, esportiva e comunitária de
São Paulo (ARRUDA, 1997).
Hoje já são 182 anos de bons serviços prestados a sociedade paulista, passando
por altos e baixos nesses anos de história, a Policia Militar do Estado de São Paulo, com
seus aproximadamente 100 mil homens, foi e ainda é uma das corporações mais
atuantes de nosso Estado, nos protegendo diuturnamente, vinte e quatro horas por dia,
sendo uma Instituição presente na história, na cultura, na vida artística, tecnológica,
esportiva e comunitária de São Paulo.
3. ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA POLÍCIA MILITAR
Segundo Filho (2010) por proposta da Missão Francesa, foi fundada em 1907 pela
Força Publica do Estado de São Paulo, uma Sala de Armas, funcionando no Quartel da
Luz, nas dependências do pavilhão subterrâneo da direita, onde os próprios franceses
comandavam.
Com a chegada do suboficial francês chamado Delphin Balancier, mestre de
esgrima e ginástica formado pela Escola de Joinville-le-Pont, da frança, em 01 de março
de 1910, integrando-se ao corpo de instrutores, foi designado pelo Coronel Paul
Balagny para coordenar a instrução de esgrima e ginástica com o objetivo de criar um
curso que educasse os membros da Força Paulista (BONFIM FILHO, 2010).
Os franceses como grandes praticantes da higiene orgânica do militar, procedentes
do exército que introduziu o ensino científico da educação física no mundo, por
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8. intermédio do Capitão Delphin Balancier, criaram no Brasil em 1910 a Escola de
Educação Física da Polícia Militar (ARRUDA, 1997).
A Escola de Educação Física foi criada para educar fisicamente o soldado
paulista, possuindo dois cursos distintos, um de ginástica e outro de esgrima, ajudando
agora eficazmente os governos do Estado e da República na campanha por ambos
empreendidos no sentido de difundir, tanto quanto possível, o amor pela cultura física
no país (ANDRADE; CAMARA, 1982).
“Segundo Martins (2000, p. 89) na Escola de Educação Física
de São Paulo, o antigo e o moderno, teoria e pratica,
fundamental e profissional convivem em perfeita harmonia,
conservando-se até hoje como pérolas culturais do inicio da
educação física no Brasil, sob a forma de apresentações e
ginásticas calistênicas, algumas trazidas pela missão militar
francesa, outras criadas e adaptadas as nossas características.
Entre elas temos o Jogo de Bastões, o Boxe Savat, a Esgrima à
Baioneta, a Ginástica Sueca e Moderna e o Bailado de Joinville
Lê Pont”.
Entre as várias modalidades esportivas trazidas pela Missão Francesa para a
Escola de Educação Física, as que trazem alguma relação com o treinamento dos
militares em defesa pessoal são, o Jogo de Bastões, o Boxe Savate e a Esgrima à
Baioneta, mostrando que já naquela época, a preocupação com o treinamento de defesa
pessoal dos soldados paulistas, já era grande.
3.1. Jogo de Bastões
Segundo Silva (1993) o Jogo de Bastões tem origem Francesa, e era praticado
pelo exército Francês na escola de Joinville-le-Pont no século XIX. Eles criaram esta
coreografia em homenagem a seus antepassados, tentando resgatar atividades culturais e
executá-la de forma educacional e artística.
O Jogo de Bastões foi baseado da forma que os antigos europeus e orientais
utilizavam para defenderem suas propriedades e bens (MARTINS, 2000).
Para Bonfim Filho (2010) no Brasil o Jogo de Bastões foi trazido pela primeira
Missão Francesa no inicio do século XX. São utilizados bastões de madeira para sua
prática, onde homens executam séries completas, individuais ou em grupo. É
considerado também uma atividade de ataque e defesa, necessitando de agilidade e
iniciativa, ensinando os praticantes a se defenderem por meios de bastões.
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9. 3.2. Boxe Savate
Para Cerisier (1976) o Boxe Francês Savate, é um esporte de combate com
inspiração ocidental, sendo visto como uma técnica de defesa individual, um esporte
amador que mobiliza mãos e pés como elementos marcantes para atingir qualquer parte
do corpo do oponente. Praticado principalmente em países como a França, Itália,
Bélgica, Inglaterra e Holanda.
O Boxe Savate foi uma prática também trazida pela Missão Francesa para ser
praticada na Escola de Educação Física da Força Pública de São Paulo, e era muito
semelhante a um “Kata” de luta marcial (MARTINS, 2000).
3.4. Esgrima à Baioneta
Segundo Geraldi (2010) nos treinamentos militares da então Força Pública e
Guarda Civil de São Paulo, incluía a Esgrima com Baioneta. Tendo suas raízes na
criação da Escola de Educação Física da Polícia Militar e com a chegada da Missão
Francesa de instrução militar, que era comandada pelo Coronel Paul Balagny em 1910,
tendo em 1913, editado um manual intitulado “Escola de Soldado”, onde tratava em um
de seus capítulos lições de Esgrima a Baioneta, onde o objetivo era que o Militar
aprendesse a se defender, defender seus parceiros e manter um condicionamento físico
adequado para batalha.
4. DEFESA PESSOAL
Muitos vêem a defesa pessoal como o uso da violência física para nos
defendermos de uma agressão. Mas na verdade, o conceito de defesa pessoal é muito
mais complexo, sendo que a violência física, caso seja necessária, deve ser usado
apenas como o último recurso para quem necessita defender-se e assim garantir a sua
integridade física (COSTA, 2006).
Entendemos defesa pessoal como toda e qualquer medida que vise preservar a
integridade física do indivíduo, mantendo sua capacidade de auto decidir (RIO DE
JANEIRO, 2009).
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10. A defesa pessoal nasceu da necessidade de sobrevivência do homem diante das
situações de risco, tendo que ser uma resposta rápida e efetiva, para ter sua máxima
eficiência.
Segundo Silva (2009) a Defesa Pessoal deve ser vista como o uso de técnicas de
defesa para responder a uma agressão momentânea sem premeditação, e para tanto
devemos utilizar de todos os meios que estiverem ao nosso alcance para nos
defendermos, utilizando somente o necessário para cessar a agressão e de acordo com a
prudência da lei.
A defesa pessoal é estar 100% preparado para o inesperado, antecipação antes de
qualquer coisa. Em traços gerais, consiste em prevenir a agressão e controlar o(s)
agressor(es), valendo-se de métodos e ferramentas estudadas, sem violência e sem força
excessiva (COSTA, 2006).
A noção de defesa pessoal está associada a comportamentos defensivos e de
autopreservação, os quais poderão proteger a pessoa de afrontas a sua integridade,
liberdade, saúde e vida. Complementarmente, tal prática pode se vincular á pratica de
exercícios físicos ao longo da vida, sendo incorporada com perspectiva de melhora da
saúde, assim evitando doenças (HARASYMOWICZ, 2007).
Para Silva (2009) deve-se conhecer a si mesmo, dominando suas emoções. As
técnicas devem ser simples, rápidas e efetivas, mas utilizando somente o necessário para
parar o agressor e de acordo com a prudência e a lei.
Do ponto de vista legal não podemos nos defender de qualquer agressão com
força ou violência superior àquela imprimida pelo agressor, ou acabamos nós a ser os
agressores e passíveis de processo judicial (COSTA, 2006).
5. A IMPORTÂNCIA DA DEFESA PESSOAL NA POLÍCIA
MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO.
“A atividade policial é uma das mais importantes, sensíveis e
complexas de uma sociedade, pois trabalha fundamentalmente
com a limitação da liberdade, a restrição de conduta e a
delimitação de comportamentos, pautados pelo arcabouço
jurídico vigente” (PINTO; VALÉRIO, 2002, p. 19).
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11. No conjunto de ferramentas para assim agir, temos o uso da força física, como
também o uso da arma de fogo, como meios legais de prevalência do Estado, como
representante da sociedade, sobre o interesse individual (PINTO; VALÉRIO, 2002).
Para Pinto e Valério (2002) toda ação de polícia deve seguir os princípios da
legalidade, urbanidade, proporcionalidade e eficiência, enfoques que a disciplina de
defesa pessoal busca aplicar, nos diversos níveis dos cursos de formação policial, com o
objetivo a garantir a melhor atuação policial, evitando agir em excesso, com inércia,
com precipitação ou com o uso desnecessário da arma de fogo, justamente pela falta de
conhecimento das técnicas de defesa pessoal.
A Polícia Militar de São Paulo sempre teve preocupação com a preparação de seus
integrantes. Já na época da então Força Pública, com a vinda da Missão Francesa, eram
feitas instruções com armas, instruções de cavalaria, de esgrima, lecionavam também o
Box Savat, onde os instrutores treinavam técnicas de ataque e defesa (SILVA, 1992).
Para Alves (2008) a Polícia Militar acredita que o treinamento de Defesa Pessoal,
a melhor qualificação profissional de seu contingente, o investimento direto no
patrimônio humano, é o meio mais eficaz para se atingir a qualidade e excelência
desejadas interna e externamente à Corporação, sendo que em todas as escolas de
formação da Corporação temos a disciplina Defesa Pessoal.
O treinamento visa deixar o policial militar capacitado e confiante para a
utilização das técnicas de defesa pessoal, nas situações em que seu uso se torne
necessário para sua defesa ou de terceiros (SÃO PAULO, 1995).
Os objetivos da Polícia Militar em ministrar aulas de defesa pessoal aos seus
homens são diferentes dos cidadãos comuns, pois ela necessita de pessoas em condições
de se defenderem de um combate quase que diário nas ruas, preservando assim as suas
vidas e a da comunidade onde trabalham (SILVA, 1992).
A Defesa Pessoal se diferencia das Artes Marciais pelo resultado em curto prazo,
sendo mais adequada ao curto período dos cursos de formação nas escolas da Polícia
Militar e a falta de tempo para o desenvolvimento da instrução da Tropa Pronta
(SILVA, 1992).
Para Toledo (1985) a defesa pessoal desenvolve no homem a autoconfiança,
facilitando o controle das suas emoções, ensinando-o a respeitar o seu semelhante e,
com isso não cometendo arbitrariedade e violência desnecessária, somente defendendo-
se e atacando quando ver ameaçada a sua integridade física ou de terceiros.
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12. Somente o treinamento constante e consciente deixará o policial militar com os
reflexos necessários para agir no momento certo e, desta forma, evitando o uso de arma
de fogo em que o bom senso e o pleno conhecimento de sua capacidade de ação serão
suficientes para dominar a situação eminente de confronto (SÃO PAULO, 1995).
Quando o policial militar tem um maior conhecimento e treinamento em técnicas
de defesa pessoal, acaba adquirindo maior confiança e maior autocontrole em suas
ações de polícia, agindo com menos agressividade, somente fazendo o uso da arma de
fogo, quando for estritamente necessário.
A corporação carece de homens seguros, confiantes, que se imponham pelos seus
conhecimentos intelectuais, físicos e espirituais e entendemos que e somente assim que
seremos respeitados e valorizados (TOLEDO, 1985).
A matéria Defesa Pessoal é de suma importância para corporação, pois com o
advento e difusão dos direitos humanos pela sociedade, as pessoas, hoje em dia, se
sentem constrangidas quando um policial militar age, usando da força necessária para
reprimir uma agressão injusta, muitas vezes sem técnica ou conhecimento. Para que isto
não aconteça, o policial deve ser instruído para agir corretamente, aplicando os
conhecimentos adquiridos (PIRES JUNIOR, 2002).
6. KRAV MAGÁ
6.1. O Criador
Imi Lichtenfeld nasceu em 26 de maio de 1910 em Budapeste, que era o centro do
Império Austro-Húngaro. Cresceu e se criou em Bratislava, capital da Eslováquia
(LICHTENSTEIN, 2006).
Segundo Lichtenstein (2011) Imi recebeu seus primeiros treinamentos em defesa
pessoal de seu pai, que era policial e que morreu na mão dos nazistas. Foi também
atleta, professor de dança, trapezista de circo (trapézio sem rede de segurança), exímio
arremessador de facas, campeão europeu de boxe nos anos 30 e faixa preta de Judô e
Jiu-jitsu “japonês” (informação verbal)1
.
Durante sua vida, Imi praticou boxe, modalidade que combinava bem com sua
forma física e com sua agilidade e flexibilidade natural. Praticou também luta Greco-
1
Informações fornecidas por Yaron Lichtenstein no Curso de Instrutores de Krav Magá em São Paulo em
02 de fevereiro de 2011.
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12
13. romana, tornando-se lutador desta modalidade, mas nunca criou, ou incluiu esse tipo de
técnica no Krav Magá.
No ano de 1941, Imi estava com trinta e um anos de idade, e se alistou na Legião
Tcheca, que sob o comando do exército real britânico, combateu as forças nazistas na
região do Egito até o fim da Segunda Guerra Mundial, no ano de 1945 (TUCHMAN;
MAYERS, 2009).
Com o termino da guerra, Imi mudou-se do Egito para Israel, que naquela época
ainda era mais conhecida como Palestina, onde conheceu várias milícias judaicas que
lutavam pela independência do Estado judeu, a maior e mais conhecida delas chamava-
se Haganah, que preocupava-se primeiramente em trazer o máximo de judeus de volta à
sua pátria para que eles pudessem recomeçar as suas vidas (TUCHMAN; MAYERS,
2009).
Segundo Tuchman e Mayers (2009) depois de problemas de saúde decorrente de
um longo período de permanecia dentro da água, por causa de um acidente em uma
missão de acompanhamento de um navio com refugiados até um porto seguro, Imi
resolveu se juntar a um grupo de ataque, que era um braço armado do Haganah,
denominado “Palmach”, que constituíam a principal força de defesa da comunidade
judaica contra os sucessivos ataques árabes.
Naqueles dias a situação de Israel, que ainda não tinha se estabelecido como um
Estado, foi uma das mais difíceis, poucos guerreiros, armamento arcaico e muitas vezes
inútil, ministrando uma desesperada guerra pela sua independência contra centenas de
milhares de soldados bem equipados de países árabes.
Depois da fundação do Estado de Israel e da criação das forças de defesa
israelenses (Tzahal), Imi foi nomeado como o instrutor chefe de preparação física para
combate e de defesa pessoal, sendo o único responsável pelas aulas e pela elaboração
dos programas de treinamento, comandando este departamento durante 18 anos, até se
aposentar no ano de 1966 (TUCHMAN; MAYERS, 2009).
Depois de se aposentar, Imi abril duas academias de defesa pessoal, uma na
cidade de Tel-Aviv e outra na cidade de Natanya, a partir daí, começou a investigar os
componentes e os movimentos que existem em todas as artes marciais, analisando e
examinando tudo que estava faltando no campo da defesa pessoal, e assim criou a arte
marcial para defesa pessoal, o Krav Magá (LICHTENSTEIN, 2007).
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13
14. No hebraico existe um ditado que provavelmente tem variações em todas as
línguas do mundo: “Ler nas entrelinhas”, e é exatamente isso que Imi fez quando
começou a construir o Krav Magá, baseando-se na imensa experiência que teve em
áreas como o Pugilismo, Luta Greco-romana, Judô e Jiu-jitsu japonês.
6.2. A Arte do Krav Magá
Segundo Tuchman e Mayers (2009) como instrutor chefe de preparação física
para combate e de defesa pessoal Imi Lichtenfield ficava dias e noites planejando e
construindo diversas técnicas complexas e, imediatamente depois corria para o campo
de treinamento com as técnicas em mente, examinando e provando os novos exercícios
junto com os melhores soldados das unidades de elite israelense, tudo isso para tornas
sua criação uma coisa real e eficaz.
Os treinos com ele eram bastante diversificados e muitas vezes no mesmo dia
eram treinadas diversas técnicas diferentes uma da outra. Era experimentada e provada
tudo, para poder separar o correto do errado, o necessário do dispensável, sabendo que
qualquer falha, por menor que seja, significa risco para vida humana, vida humana tão
cara, principalmente para Imi, que passou pelos horrores dos nazistas e a considerava de
valor supremo.
Entre várias características trabalhadas por Imi em sua criação foram: como
adquirir a postura certa, como andar sobre as bolas dos pés como se fosse um leão,
desenvolver e manter o equilíbrio, se mover de forma correta, o uso das mãos, em que
movimento fica a força verdadeira e como aplicar esse movimento para aproveitar toda
a sua energia e potência, coordenação entre os movimentos das mãos e das pernas
durante defesas e ataques, tanto em situações de avanço como de recuo, funcionamento
de cada uma das nove direções de movimento, por que chutar assim e não de modo
diferente, o que é permitido e o que é proibido fazer, métodos de concentrar o controle
sobre os nervos para direcionar de forma exata os movimentos corporais e ao mesmo
tempo combinar a força e a velocidade, como desenvolver reação rápida, quais
movimentos melhoram a coordenação motora, como desenvolver a visão periférica, ver
tudo sem mexer os olhos, nem para a esquerda e nem para a direita, e como sua criação
poderia dar segurança e autoconfiança para aqueles que usam suas habilidades em seus
movimentos (TUCHMAN; MAYERS, 2009).
_____________________________________________________________________________
14
15. Segundo Lichtenstein (2007) o fundador começou a ensinar defesa pessoal mesmo
antes da criação do Estado de Israel. Nessa época os treinos eram feitos principalmente
com armas como facas e bastões, porque algumas vezes era somente esse tipo de arma
que havia disponível. A grande experiência do fundador com facas e bastões trouxe
mais tarde o desenvolvimento de técnicas de defesa contra essas armas, técnicas que
mudariam para sempre a conceito de todas as artes marciais que estavam relacionadas
com a possibilidade de fazer defesas contra esses tipos de armas.
Um dia, depois de treze anos construindo sua arte, Imi decidiu dar um nome
valido e oficial para sua criação, um nome que ajudaria os soldados a entender melhor
seus ensinamentos, e finalmente pronunciou as palavras e o nome que revolucionariam
o mundo: “Hagana Atzmit” (defesa pessoal). Este nome acompanhou por alguns anos
sua arte até que, no final da década de sessenta, Imi entendeu que também esse nome
não correspondia mais a realidade e no dia 16 de agosto de 1970 ele estabeleceu o nome
eterno: Krav Magá – Omanut Halerrima Haissraelit Lehagana Atzmit (Krav maga – A
arte marcial israelense para defesa pessoal) (TUCHMAN; MAYERS, 2009).
O Krav Magá como arte marcial para defesa pessoal é inédito e diferente, e seu
fundador é, sem dúvida, um dos maiores gênios do século XX. Poucas pessoas se
dedicam à criação de uma nova arte e somente uma fração delas consegue ver a sua
criação se tornando um caminho de vida para centenas de milhares de pessoas, que
treinam e pesquisam cada movimento, dia e noite.
Segundo Lichtenstein (2007) o conhecimento que Imi tinha sobre o sistema dos
músculos e seu funcionamento no corpo humano é o motivo para a excepcional
capacidade de movimento do Krav Magá.
O Krav Magá é uma arte marcial redonda e completa, seu lugar entre as grandes
artes marciais de nossos dias está garantido. E mais, é a única arte marcial que desde o
início foi empregada como defesa pessoal.
Segundo Tuchman e Mayers (2009) dentro do Krav Magá Imi incluiu algumas
regras e leis, estas estão demonstradas no quadro 1, que não existem em nenhuma outra
arte marcial e determinou que apenas uma rígida conservação destas possibilitaria a
manutenção dos princípios do Krav Magá e da defesa pessoal.
Quadro 1 – As Regras do Krav Magá Estabelecidas por Imi. (Adaptado de TUCHMAN;
MAYERS, 2009)
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15
16. 1- Menor caminho, máxima velocidade, máximo peso em direção ao oponente.
2- Que nada seja estranho para nosso corpo.
3- Sejam suaves.
4- A força dos golpes e chutes no Krav Magá fica no caminho de volta.
5- Nunca dê as costas para o oponente.
6- A determinação de entrar.
7- Faça o que puder, mas faça certo.
8- Krav Magá é ensinado em hebraico, exatamente como o Judô e ensinado em
japonês, no idioma original da arte.
9- Sejam bons o suficiente para não precisar matar.
10- Vá para e junto com o inimigo.
11- Use a força do oponente contra ele mesmo.
12- Aprendam a “ler” o oponente.
13- Defesa específica contra ataque específico.
14- Sempre manter a distância de um passo do inimigo.
15- A mediocridade é o inimigo número um do Krav Magá e da humanidade toda.
A variedade das técnicas do Krav Magá é muito grande, como demonstrada no
quadro 2. Elas foram feitas para suprir todas as necessidades decorrentes de situações de
defesa pessoal encontradas no dia a dia do cidadão comum em Israel, como também das
forças policiais e as forças de defesa do país.
Quadro 2 – Resumo das Técnicas do Krav Magá. (Adaptado de LICHTENSTEIN,
2007)
Nº TÉCNICA DESCRIÇÃO
1 Blimot Quedas
2 Amidat Motza Posições
3 Gilgulim Rolamentos
4 Makot Kaf Hayad Vehayad Golpes com a Mão e com a Palma
5 Tezuzot Movimentação
6 Beitot Chutes
7 Shichrurim Metefisot Yad
Veyadaim
Solturas de Pegada de Mão
8 Shichrur Mehanika Soltura de estrangulamento
9 Haganot Neged Egrofim Defesas contra Socos
10 Shichrurim Mehavikot Soltura de Agarres do Corpo
11 Tefosot Shoter Imobilizações Policiais
12 Kavaler Torções
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16
17. 13 shichrurim Metefisot Tzavar Soltura de Aperto de Pescoço
14 Shichrurim Metefisat Hultza Soltura de Agarre na Camisa
15 Shichrur Metefisat Nelson Soltura de Chave Nelson
16 Shichrur Metefisat Sear Soltura de Pegada no Cabelo
17 Shichrur Metefisat Yadaim
Meachor
Soltura das Mãos Presas por Trás
18 Haganot Neged Beitot Defesas Contra Chutes
19 Haganot Neged Shnaimm o Yoter
Tokfim
Defesa Contra Dois ou Mais Atacantes
20 Hishtachreruyot Beshkiva Solturas no Chão
21 Haganot Neged Makel Defesas Contra Ataques de Bastão
22 Makel Neged Makel Uso do Bastão Contra Bastão
23 Haganot Neged Sakin Defesa Contra Ataques de Faca
24 Haganot Neged Iyum Ekdach Defesas Contra Ameaça de Pistola
25 Haganot Neged Rove Defesa Contra Fuzil
26 Hagana Neged Horadat Zakif Defesa Contra Tentativa de Derrubada por Trás
27 Haganot Neged Kavanot Tkifa
Meachor
Defesa Contra Tentativa de Ataques por Trás
28 Targil Neged Iyum Im Rimon Exercícios Contra Ameaça com uma Granada
29 Targil Hishtaltut Al Adam
Hameayem Al Bnei Aruba
Controlando um Homem Ameaçando Reféns
30 Limud Hanikot Lechisul Hayariv Estrangulamentos
31 Haganot Neged Shnei tokfim Im
Sakin Ve Makel
Defesa Contra Dois Atacantes Armados de Faca
e Bastão
32 Limud Zihuy Yariv Metoch Kvutza Aprender a Identificar a Posição do Inimigo
Dentro de um Grupo
6.3. Curso de Instrutor
Segundo Lichtenstein (2009) o curso de formação de instrutores de Krav Magá
tem a duração de dez dias, oito horas de treinamento diários, podendo ser diretos ou
divididos por etapas, onde são ensinadas todas as técnicas e exercícios que o instrutor
precisa saber para iniciar as aulas, sendo ensinada uma grande variedade de golpes com
as mãos e pés, a formas correta de aplicá-los, defesas contra pegadas, defesas contra
agarres, defesas contra enforcamentos, defesas contra socos, defesas contra agarres de
camisa, quedas, rolamentos, torções, imobilizações policiais, controle dos pés e pernas,
exercícios de coordenação motora, exercícios de coordenação olho/mão e
movimentação, sendo que todos os golpes são ensinados em hebraico (informação
verbal)2
.
2
Informação fornecida por Yaron Lichtenstein no Curso de Instrutores de Krav Magá na cidade do Rio
de Janeiro em 31 de janeiro de 2009.
_____________________________________________________________________________
17
18. 7. O KRAV MAGÁ COMO DEFESA PESSOAL POLICIAL
Segundo Lichtenstein (2014) Defesa pessoal é a capacidade do ser humano de
eliminar a ameaça com apenas um golpe, dando ao indivíduo a capacidade de se
defender (informação verbal)3
.
Ninguém pode prever o estilo de ataque que o agressor escolheria, portanto o
fundador disse que devemos treinar ao ponto que quando estivermos em perigo nosso
corpo saberá um número infinito de posições e possibilidades em que poderia ser usada,
a fim de reagir instintivamente. Nunca saberemos qual situação iremos encontrar nas
ruas, sendo assim, é desta forma que treinamos no Krav Magá (LICHTENSTEIN,
1994).
No intuito de aprender a se defender é necessário também saber atacar. Para poder
trabalhar em pares e estudar defesa pessoal precisamos saber atacar melhor que todos,
portanto, Imi desenvolveu muitas técnicas de ataque, e para cada uma delas a técnica de
defesa adequada. Quem não o faz, não pratica defesa pessoal, ponto final (TUCHMAN;
MAYERS, 2009).
Paras Tuchman e Mayers (2009) enquanto o soldado de hoje em dia pode
sobreviver com pouco ou nenhum treinamento em Krav Magá e defesa pessoal, o
policial necessita destas habilidades da mesma forma que precisa de sua farda, cassetete
e pistola, para atuarem em ambientes urbanos infectados pela violência.
O policial, sendo um representante da lei, saca sua arma como parte de uma
estratégia de defesa pessoal. É provável que esta concepção do termo defesa pessoal, do
ponto de vista psicológico, varie de um individuo para outro, especialmente quando o
mesmo não está suficientemente treinado. Nas pessoas menos preparadas, de menor
capacitação, o ponto de reação de sacar sua arma, chega relativamente mais rápido do
que naquelas acostumadas a usar suas mãos e pernas como armas, ou seja, os olhos do
praticante habilitado em Krav Magá reagem mais velozmente do que o de pessoas
despreparadas (TUCHMAN; MAYERS, 2009).
A missão do policial, por definição, é proteger a vida do cidadão e, é aqui que a
necessidade de ter o Krav Magá aparece. Não se deve confundir ações e treinamentos de
soldados no exército com a qualificação de agentes da lei. O policial precisa de maior
conhecimento sobre como neutralizar uma pessoa sem machucá-la, saber utilizar pontos
3
Informação fornecida por Yaron Lichtenstein na 1ª Fase do Exame de Faixa Preta na cidade do Rio de
Janeiro, em 02 de fevereiro de 2014.
_____________________________________________________________________________
18
19. de pressão em áreas sensíveis, criação de alavancas e chaves, saber esquivar de ataques
e aplicar defesas, sendo tudo isso bem estudado e treinado no Krav Magá, como
mostrado no quadro de técnicas.
Segundo Lichtenstein (1994) Imi não introduziu no Krav Magá nenhum elemento
do uso da força, especialmente quando se tratava do aspecto da defesa pessoal. Portanto
foi determinado, verbal e fisicamente, como parte da concepção do próprio Krav Magá,
que não existem bloqueios na sua criação, apenas defesas. Esta não é somente uma
definição oral, mas sim uma parte da formação mental do aluno. Há diferentes ataques,
golpes, chutes, etc, mas os exercícios são denominados defesas. No Krav Magá usamos
somente defesas, e acabou.
“Ataque também é uma forma de defesa. O ponto básico inicial
segue o principio de que praticantes de Krav Magá são
inteligentes o suficiente para não atacar, não temos necessidade
de usar violência, nós apenas estamos nos defendendo quando
não temos outra opção”(TUCHMAN; MAYERS, p. 94, 2009).
E esta concepção de não atacar, é muito propício para os policiais militares, pois
sempre que atacam, são criticados pela impressa e pela sociedade, neste caso, com o
treinamento do Krav Magá, os policiais estarão seguros e preparados para somente se
defender quando não tem outra opção.
Imi sempre tentou ensinar e explicar como ser suave, fazer movimentos suaves, se
movimentar suavemente. A suavidade oferece tempo adicional para a visão periférica
do espaço e da situação (TUCHMAN; MAYERS, 2009).
Quando está suave, o indivíduo se mantém esperto, enquanto num estado de
dureza corporal ele se fecha, mas não se deixem enganar quanto a suavidade, pois
suavidade não significa fraqueza. A suavidade se expressa ao longo do Krav Magá em
muitas defesas difíceis e complicadas, e de fato, sem essa técnica, muitas situações
seriam impossíveis de ser pensadas, como por exemplo: em situações com reféns,
defesa contra bastão, contra ameaça de pistola, etc. Todos esses movimentos não têm
correspondentes em nenhuma outra arte marcial, somente no Krav Magá.
Segundo Lichtenstein (2013) no Krav Magá também não temos lutas, nem em pé
e nem no chão, pois quando entramos em luta com alguém, não temos como saber o
resultado. A luta no Krav Magá é o resultado de uma defesa que falhou (informação
verbal)4
.
4
Informação fornecida por Yaron Lichtenstein no V Evento Anual em Belo Horizonte em 26 de julho de
2013.
_____________________________________________________________________________
19
20. Ainda segundo Lichtenstein (2011) o Krav Magá hoje em dia se tornou a Arte
Marcial mais popular na área de defesa pessoal. Qualquer pessoa que deseja saber
defesa pessoal, independente de sexo, idade, ou forma física, pode num curto tempo de
treinamento, aprender Krav Magá (informação verbal)5
.
Os soldados em Israel reconheceram vários benefícios do Krav Magá alem da
defesa pessoal, como: aumento da autoconfiança, o aprimoramento de vários aspectos
do condicionamento físico e o aperfeiçoamento da capacidade de movimentação dos
mesmos (TUCHMAN; MAYERS, 2009).
8. CONSIDARAÇÕES FINAIS
As instruções de defesa pessoal da Polícia Militar do Estado de São Paulo são
baseadas no manual M-03-PM, que foi publicado em 1992, e devido sua desatualização,
não atende mais as necessidades de uma polícia moderna, que visa a defesa da vida, a
integridade física e a dignidade da pessoa humana.
O objetivo deste trabalho foi mostrar as vantagens do ensino e uso do Krav Magá
como defesa pessoal na Polícia Militar do Estado de São Paulo, melhorando assim a
capacidade de defesa de seus agentes.
Em suma, foi possível identificar através deste estudo, que o treinamento de
defesa pessoal é de extrema importância para os policiais, como comentado também por
Pires Junior (2002) e Tuchman e Mayers (2009), quanto maior for o preparo, maior a
autoconfiança e o autocontrole, aumentando assim o ponto de reação do policial de
sacar sua arma, diminuindo assim o risco de qualquer falha, pois por menor que seja,
trará um grande prejuízo ao policial e a instituição.
Identificamos também as vantagens da Arte Marcial Krav Magá para treinamento
de defesa pessoal dos milicianos do Estado, sendo que ela é a única que desde o início,
foi empregada como defesa pessoal, e quando da sua criação, Imi Lichtenfeld, analisou
as técnicas de todas as Artes Marciais, analisando o que estava faltando no campo da
defesa pessoal.
Segundo comentado por Silva (2009) as técnicas de defesa pessoal devem ser
rápidas e efetivas. De acordo com isso, temos a primeira regra do Krav Magá, citada no
Quadro 1, “Menor caminho, máxima velocidade, máximo peso em direção ao alvo”,
5
Informação fornecida por Yaron Lichtenstein no Curso de Instrutores de Krav Magá na cidade de São
Paulo em 02 de fevereiro de 2011.
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20
21. sendo que todas as defesas e exercícios do Krav Magá são curtos, usando menos
movimentos possíveis, minimizando as chances de reação do agressor.
A variedade de técnicas do Krav Magá é muito grande, como mostrado no Quadro
2, suprindo toda a necessidade decorrente de situações de defesa pessoal do dia a dia
policial, e o mais importante, no Krav Magá todos devem treinar o maior número de
técnicas, pois no momento de enfrentamento, não sabemos com qual golpe o agressor
irá nos atacar, sendo assim não seremos surpreendidos e o corpo reagirá instintivamente,
com as regras dois e treze respectivamente, “Que nada seja estranho para nosso corpo” e
“Defesa específica contra ataque específico”.
Um problema apresentado por Silva (1992) é o curto período de treinamento de
defesa pessoal nos cursos de formação nas escolas da polícia militar, não havendo
tempo também para a realização de instrução de defesa pessoal para tropa pronta. Já
com o uso do Krav Magá, num curto período de treinamento, pode-se aprender a se
defender, inclusive em pequenos cursos de duração de dez dias, num total de oitenta
horas de duração, podem-se formar instrutores da modalidade.
Uma das grandes vantagens do Krav Magá é o que está descrito na sua regra
número sete “Faça o que puder, mas faça certo”, executar as técnicas dentro das
limitações pessoais, respeitando cada indivíduo, sem deixar de executá-las de forma
correta.
Concluindo assim, que o uso do Krav Magá nas instruções de defesa pessoal da
polícia paulista, seria de grande valia para a corporação e seus policiais, sendo que
quem mais ganharia com isso seria a população.
A partir deste estudo, surgiram novas questões, que podem ser aprofundadas em
futuros trabalhos, como a possibilidade de elaboração de um novo manual de defesa
pessoal para a Polícia Militar do Estado de São Paulo, composto exclusivamente por
técnicas de Krav Magá.
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