O documento resume as formas de resistência indígena ao colonizador português no Brasil, mencionando 1) as alianças entre tribos como meio de proteção, 2) as grandes guerras travadas, como a Guerra dos Bárbaros, e 3) as estratégias de resistência nos aldeamentos missionários e durante o processo de interiorização das terras.
2. UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA- UEPB
CENTRO DE HUMANIDADES – CH
CURSO DE GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
DISCIPLINA: FORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA
PROF. Dr. JUVANDI DE SOUSA SANTOS
TURMA: 2010.2
TURNO: NOITE
ESTUDANTES: MARCELINO MARCOLINO DA SILVA
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DATA: 06/11/ 2012
3. ÍNDICE
1.RESISTÊNCIA INDIGÉNA
1.1 as alianças
1.2 Guerras dos Bárbaros
1.3 Missões nos aldeamentos
1.4 Interiorização
2. Referências bibliográficas
4. 1. A resistência indígena
Ao falar de resistência, Santos (0000:343), nos traz a memoria em sua tese de
doutorado que:
“A história dos índios dos Sertões sempre foi uma
historia de lutas e resistências: contra a sede e seca,
contra fome, contra a hostilidade do Ambiente contra o
colono intruso que lhe matava, transformava suas
mulheres e crianças em escravos, apropriava-lhe a terra,
explorava sua força de trabalho e eliminava, ou pelo
menos, tentava eliminar sua cultura”.
Ofato é que esta historia não se resume apenas aos índios do sertão, em todas as
crônicas que lemos a cerca dos índios, percebemos que de uma forma ou de outras
foram, subjugados. Mas também e verdade que em todos estes escritos percebe-se
sua resistência, em “coleção educação para todos”, citando (Marchant, 1980), diz que
os índios resistiram ou tentaram resistir a todo tipo de combate, desde guerras até
epidemias, mais cada povo indígena reagiu a todosos contatos a partir do seu próprio
dinamismo e criatividade.
De fato percebemos este dinamismo, quando lemos sobre, as alianças, os acordo de
paz, as guerra, as fugas, em fim a própria cultura indígena é muito diversificada e nos
confirma esta visão.Outro fato que nos mostra estedinamismo é quanto oprocesso de
interiorização,o índio dando num grito de resistência, e nos mostrando sua
criatividade produzindo uma imagem diferente daquela estereotipada dos colonos.
Em alguns países da América como é o caso da Venezuelaexiste o dia da resistência
indígena, mostrando que de fato, não só no Brasil mais em todos os lugareshouve
resistência, pois eles nunca aceitaram ser dominados por outros povos.
5. Santos(0000:340-42) comentado sobre os tapuias, como estes resistiram as inúmeras
tentativas de expulsão de suas terras, nos diz que milharas morreram nesta
resistência. Ele nos faz ver que ao que parece oNordeste Brasileiro teve uma luta mais
acirrada, não e atoa que lemos em crônica que o próprio nome (tapuias) é uma
definição dada pelos tupis, que significa índios selvagens. Também este coloca que os
índios ainda continua resistindo às tentativas dos brancos em explorarem suas terras,
e que todas as politicas indigenistas só tentaram integrar o índio como peão
extrativista e semiescravo, nunca como senhor.
1.1 As Alianças
Outro ponto que nos chama a atenção é quanto as alianças, ainda que de forma
implícita nos mostra a resistência dos índios, uma vez que é proposto as aliança,
aquele que propõe, esta dizendo: “pare de resistir” e aquele que aceita, aceita por
vários motivos, um dos principais motivos dos índio, não era ajudar os colonizadores,
embora os ajudasse. Mais sim subsistir, vião nos acordo de paz um meio de não ser
exterminado.Como nos faz ver(santos 2000 p.----) em que índios do sertão da paraíba
pedem para trabalhar nas fazendas para não serem exterminados.
FRIEDRICH CÂMERA SIERING(2008;13,17)comenta em artigo que o “índio” é possuidor
de um papel ativo e criativo, e aborda em seu trabalho a fundamental importância da
atuação indígena.Também este coloca que a aliança com os índios era primordial para
garantir a segurança do território conquistado e o sucesso dos empreendimentos
colonial.Santos(00000338)diz que o importante nos acordo de paz e a força dos índios,
e assim como FRIEDRICH CÂMERA SIERING, confirma que era importante para os
colonizadores em ter os índios como aliados.
Sabemos que na luta para sobreviver os nativos tiveramvários tipos de reações desde
pegar em armas até a retirada para outro lugar mais longínquo. É tanto que a vinda
dos índios para o Brasil e justamente encima desta tese, de que os índiosvinheram do
outro lado daAmérica já fugindo de perseguições.
Sendo assimas Aliança nos fala de resistência, e nos faz ver que era um meio que os
índios encontraram para impedir o seu desaparecimento. Seja estas alianças entre
grupos indígenas ou entrecolonizadores erapreciso torna-se mais forte para combater
o inimigo, seja ele português, francês espanhol, ou ate mesmo de um grupo rival, o
fato é que nestas alianças o índio tentava de alguma forma protege-se. Os lusossabiam
disto e obtiravam vantagens, muitas vezes criando intrigas, um caso interessante é o
caso dos potiguaras e tabajaras, que depois de uma intriga, os portugueses
conseguem desestabiliza o acordo que existia entre os dois grupo, e se tornam aliados
dos tabajaras . Assim percebemos que a relação entre os portugueses e os índios vai
muito além da mão- de -obra, cabe destacar que as alianças era indispensável também
para os portugueses, visto que através dos índios eles fazia frente a outras tribos e
6. inimigos invasores como os Franceses. Há de se ver que guerra entre grupos indígena
eram constante e os mesmoprendiamseus inimigos antigose trocava com os
portugueses os quais os exterminava.Em troca de tudo isto os índios ganhavam
prestigio e horarias e saiam da mira das armas dos colonizadores, só não conseguiam
sai da mira das armas ideológicas.Vejamos que havia vários tipos de resistência cada
um resistiaa sua maneira.
Comentários, no site (terra brasileira), nos leva a refletir sobre o que os índios
pensavam. E é impressionante o fato de que alguns índios mais experientes como os
pajés, já apontavam para um fim trágico dosseus, como nos coloca o site (terra
brasileira) a cerca da aliança dos nativos com os franceses.
: "Vi a chegada dos portugueses em Pernambuco e Potiú (Paraíba). Começaram eles
como vocês, franceses, estão fazendo agora. No começo, os peró apenas comerciavam,
sem querer morar. Dormiam livremente com nossas filhas, o que os nossos parentes de
Pernambuco julgavam muito honroso. Mais tarde disseram que deviam construir
fortalezas para se defenderem e edificar vilas para morar conosco. E assim parecia que
desejavam formar conosco uma só nação. Depois começaram a dizer que não podiam
tomar moças, só se fosse pelo casamento e apenas com as que eram batizadas. Por
isso mandaram vir paí. Estes ergueram cruzes e começaram a instruir e a batizar os
nossos. Mais tarde disseram que nem eles e nem os paí podiam viver sem escravos.
Não satisfeitos com os escravos presos na guerra, quiseram também nossos filhos e
terminaram escravizando toda a nossa nação. E com tal tirania e crueldade nos
trataram que nos obrigaram a deixar a região. O mesmo vejo que farão os mair (os
franceses)
Na fala do índio, percebe-se o descontentamento com os colonizadores, e que apesar
de tudo estes eram consientes do que poderia acontecer, jamais poderíamos pensar
que eles fazian acordos, que não fossem para o seu bem, embora que este bem não
viesse, mais este era o proposito
Fica mais claro este proposito quandoFalamos nas alianças com os liderem indígenas,
que conseguiam juntar várias tribos, como é o caso do líder janduí da nação dos
tapuias tarairiús. E o cacique Mandu Ladino, que segundo santos (0000:338)consegue
juntar varios povos, no Ceará, PiauíeMaranhao, embora este líder tenha morrido
depois de nove anos de batalha.
Embora Santos (0000:331) cite VirgíniaFonseca(2008:32) que dizer que as uniões
entre os tapuias veio tarde para combater o inimigo, ou seja o estrangeiro., Mas ao
que se percebe sempre existiu união, assim como desavenças, logico que alguns
grupos eram inimigos tradicionais por vários motivos. Mas falando de união não
podemos deixa de falar comoSantos(2012:74), nos faz referencia ao trabalho de
Mauricio de Nassau na principal crônica seiscentistasobre os tarairiús, ligado a Janduí.
1.2 Guerras dos Bárbaros
7. Segundo estudiosos tudo começouEm novembro de 1688, Domingos Jorge Velho
recebeu ordens do governador-geral Matias da Cunha para “torcer o caminho”.
Deveria se dirigir a toda pressa ao Rio Grande do Norte para combater a rebelião da
tribo Janduí., que em luta contra a expansão das fazendas, os Janduí tinham trucidado
mais de cem colonos e cerca de 30 mil cabeças de gado. Era o início da Guerra dos
Bárbaros ou Confederação dos Cariri (já que a ela se juntaram os Payaku, os Caripu, os
Ikó, os Katiú e os Cariri) – um dos mais terríveis conflitos da história do Brasil e um dos
menos estudados.
Santos (0000:331) citando Cascudo diz que esta guerra foi a maior campanha de
resistência que o Brasil conheceu, e faz referencia ao trabalho de Pedro
Puntoni,destacando assim os combates entre colonios e índios, dizendo que este
trabalho foi essencial para se ter uma macro visão dos conflitos e que a resistência
indígena se fez em diversas frentes. Uma dessas frentes foram os aldeamentos, onde
as várias formas de resistência tiveram visibilidade por estarem inseridas na sociedade
colonial. O resultado dessa convivência administrada foi um conjunto de estratégias
indígenas de camuflar a sua luta e resistência, dando aos administradores a falsa idéia
de que os índios aldeados estavam efetivamente englobados pelo mundo colonial e
fadados ao fim enquanto unidades culturais autônomas. santos(2000: 331)também
nos diz que esta guerras, ficou conhecida como guerra do Açu por ter sido as margens
do Rio Açu. JuarezAmbires (2005: 383) citando Pedro puntoni em arttigo diz que o
pesquisador enfoca o literal de um combate que, sem o mínimo subterfúgio, buscou o
extermínio de tribos índias sublevadas que abalavam, na visão de autoridades e
colonizadores, a seguridade da colônia no seu plano interno.
1.3 Missões nos aldeamentos
Notamos que são varias as medidas da coroa para tornar os nativosseus súditos , como
as missões nos aldeamentos que trouxéramos os catequizadores que, segundo Maria
Idalina da Cruz Pires (UFPE) em artigo p.03 diz que, os missionários tinham o pretexto
do Serviço de Deus , mais chegaram a ter varias mulheres, logico que em segredo,e
faziam uso da mão- de- obra dos índios e usurpavam suas terras. Ferraz Graduando em
História, (UFPE 2008) diz queA conversão do indígena ao catolicismo foi desde o início
da colonização um objetivo da coroa portuguesa. Todavia, os nativos brasileiros não
assistiram de forma passiva esse intento. De modos diversos, resistiram a essa
tentativa de conversão, criando dificuldades às ações dos padres catequizadores. E
buscarampreservar-se em seus costumes.
8. JáLuiz Francisco da Silva Junior( ENTRE A CRUZ E A JUREMA:) coloca que que Para
alguns autores , os indígenas não rejeitavam o que lhes era imposto, como a religião
que era uma imposição dos padres nos aldeamentos missionários. Apesar de não
rejeitarem a cultura dos “dominadores”, o sucesso da colonização europeianão foi tão
grande, a resistência dos nativos deu-se através do uso que esses indígenasfizeram da
ordem estabelecida pelos que exerciam o poder (colonizadores).
Ora sabemos que os missionários não só se contentavamque os índios adorassem seu
Deus mais exigia, que estes vestissem roupas, e imediatamente absorvesse sua
cultura, de forma que se estes não praticassem o que eles praticassem eram
considerados inculto, bárbaros, ignorante.
1.4 Interiorização
Outra ponto que no falasobre ao resistência dos nativos é a frente do projeto de
interiorização do nordeste Brasileiro, que segundo (Texto: Prof. Dr. Fábio Pestana
Ramos).Existia na realidade um medo em demasia por parte do gentio devido ao
avanço do colonizador em suas terras e vice-versa, criando um ambiente de
permanente tensão que manteve a paz. Por certo tempo. Entretanto, ele nos lembra
que a presença indígena sempre foi um incomodo aos colonos que buscava cada vez
mais e mais terras.
Santos (2000:335) também nos mostra que oprocesso de interiorização foi tao intenso
que, mesmo os colonos sendo em menor números conseguiram dominas não de forma
soberana, pois este nos mostra que sempre houve resistência é tanto que ele cometa
que os colonos não queriam os índio em suas fazendas, que quase sempre eram
recebido a tiros e que como forma de resistência de vez em quando os índios davam
fim a algumas cabeça de gado.
Santos (2000:332) também nosfaz ver que a interiorização foi rápida, assim como as
infraestruturas para o desenvolvimento das atividades criatórias. De uma forma ou de
outra percebemos que os portugueses usaram todas as possibilidades para limpar a
terra da presencia dos indígenas LOPES, Maria (1999) diz que seja pela morte, pela
fuga ou pela rendição forçada ou ainda com outras estratégias de intimaçãoo objetivo
era ampliar as fronteiras em direção ao Sertões, e que a situação levava os índios a
cada vez mais saquearem fazendas roubando e matando gado.
Mas não foi só a atividade criatória que levou as colonos a se interiorizarem, Santos
(0000:333) citando Caio Prado Júnior nos diz quea mineração foi outro fator
importante, no processo de interiorização, e que as primeiras minas
9. segundoSantos(0000:336) foram explorada pelos índios cativos, o mesmo nos lembra
de que a carta Regia de 1701, também contribuiu para migração e em todo este
processo, a principal consequência foi a extinção dos indígena, principalmente os do
Nordeste Brasileiro. segundoLOPES, Maria(1999:5) os poucos indígenas que
sobreviveram, foram aldeados, cristianizados, escravizados e, lentamente,
assassinados. De acordo com Fátima Lopes, no inicio do século XVIII “a interiorização
colonial sobre as terras pelas quais os Tarairushaviam lutado para defender foi sendo
efetuada, levando colonos a instalaram-se em Currais e fazendas criatórias de gado
que deram inicio a povoações esparsas e a novos caminhos que facilitaram que novas
lavas de colonos se interiorizassem. Também cresceu a demanda por novas terras que
produzissem alimentos e produtos que pudessem participar da economia mercantil
regional”
.
2.Referencias:
LOPES, Maria de Fátima.Índios, Colonos e Missionários na Colonização do Rio Grande
do Norte. Natal, 1999. Dissertação (Mestrado em História) Centro de Filosofia e
Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Cap. 4. p. 102-129.
MONTEIRO, Denise Mattos.Introdução à História do Rio Grande do Norte –
Natal:Edufrn, 2000. cap.1-2. p. 19-95
http://www.cerescaico.ufrn.br/mneme/pdf/mneme6_10/mneme/cd_mneme/rnnawe
b/interiorizacao.htm
http://blogs.leya.com.br/brasilumahistoria/2010/09/03/a-guerra-dos-barbaros/
http://www.geocities.ws/terrabrasileira/contatos/alianca.html
ANAIS DO II ENCONTRO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA COLONIAL.
Mneme – Revista de Humanidades. UFRN. Caicó (RN), v. 9. n. 24, Set/out. 2008. ISSN
1518-3394.
Disponível em www.cerescaico.ufrn.br/mneme/anais
RESISTÊNCIA INDÍGENA EM PERNAMBUCO NOS SÉCULOS XVI E XVII:
A VISÃO DOS CRONISTAS.
Luiz Paulo P. Ferraz
10. Graduando em História/UFPE e Bolsista PIBIC/FACEPE/CNPq.
lp_ans@hotmail.com
ENTRE A CRUZ E A JUREMA: A RESISTÊNCIA INDÍGENA À
EVANGELIZAÇÃO CATÓLICA NO LITORAL DA PARAÍBA.
Luiz Francisco da Silva Junior – FIP
Historiador, pós-graduando em História da Paraíba
lfsj-pb@hotmail.com