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Prof: Marcelo Deusdedit
Descrição é a representação verbal de
um objeto sensível (ser, coisa,
paisagem), através da indicação dos
seus aspectos mais característicos,
dos      pormenores         que     o
individualizam, que o distinguem.
Descrever não é enumerar o maior
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A descrição pode ter uma finalidade
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argumentação;
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            É a perspectiva que o observador tem do
objeto; pode determinar a ordem na enumeração dos
pormenores significativos. Enquanto uma fotografia ou
uma tela apresentam o objeto de uma só vez, a
descrição apresenta-o progressivamente, detalhe por
detalhe, levando o leitor a combinar impressões
isoladas para formar uma imagem unificada. Por esse
motivo, os detalhes não são todos apresentados num
único período, mas pouco a pouco, para que o leitor,
associando-os, interligando-os, possa compor a imagem
do objeto da descrição.
Psicológico
            A descrição pode ser apresentada de
modo a manifestar uma impressão pessoal,
uma interpretação do objeto. A simpatia ou
antipatia do observador pode resultar em
imagens bastante diferenciadas do mesmo
objecto. Deste ponto de vista, dois tipos
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Enfoque objetivo
Na descrição objetiva , o autor reproduz a
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Exemplo: Ele tem uma estrutura de
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 Os aventureiros
                                                              Cenário
      De um dos cabeços da Serra dos Órgãos desliza um fio de água que se 
    dirige para o norte, e engrossado com os mananciais que recebe no seu 
       curso de dez léguas, torna-se rio caudal. É o Paquequer: saltando de 
      cascata em cascata, enroscando-se como uma serpente, vai depois se 
 espreguiçar na várzea e embeber no Paraíba, que rola majestosamente em 
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 curva-se humildemente aos pés do suserano. (...) Aí, o Paquequer lança-se 
             rápido sobre o seu leito, e atravessa as florestas como o tapir, 
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                                                  deserto e inculto; (..)
                                                                                  O Guarani de José de Alencar
"Era  alto  ,  magro,  vestido todo  de  preto,  com  o 
    pescoço  entalado  num  colarinho direito.  O  rosto 
    aguçado no queixo ia-se alargando até à calva, vasta e 
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    bigode;  tinha-o grisalho,  farto,  caído  aos  cantos da 
    boca.  Era  muito  pálido;  nunca  tirava  as 
    lunetas escuras.  Tinha  uma  covinha  no  queixo,  e  as 
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Descrição detalhada de um rio e suas margens florestadas no século XVII

  • 2. Descrição é a representação verbal de um objeto sensível (ser, coisa, paisagem), através da indicação dos seus aspectos mais característicos, dos pormenores que o individualizam, que o distinguem.
  • 3. Descrever não é enumerar o maior número possível de detalhes, mas assinalar os traços mais singulares, mais salientes; é fazer ressaltar do conjunto uma impressão dominante e singular. Dependendo da intenção do autor, varia o grau de exatidão e minúcia na descrição.
  • 4. O texto de base descritiva tem como objetivo oferecer ao leitor /ouvinte a oportunidade de visualizar o cenário onde uma ação se desenvolve e as personagens que dela participam;
  • 5. A descrição está presente no nosso dia- a-dia, tanto na ficção (nos romances, nas novelas, nos contos, nos poemas) como em outros tipos de textos (nas obras técnico- científicas, nas enciclopédias, nas propagandas, nos textos de jornais e revistas);
  • 6. A descrição pode ter uma finalidade subsidiária na construção de outros tipos de texto, funcionando como um plano de fundo, o que explica e situa a ação (na narração) ou que comenta e justifica a argumentação;
  • 7. Físico É a perspectiva que o observador tem do objeto; pode determinar a ordem na enumeração dos pormenores significativos. Enquanto uma fotografia ou uma tela apresentam o objeto de uma só vez, a descrição apresenta-o progressivamente, detalhe por detalhe, levando o leitor a combinar impressões isoladas para formar uma imagem unificada. Por esse motivo, os detalhes não são todos apresentados num único período, mas pouco a pouco, para que o leitor, associando-os, interligando-os, possa compor a imagem do objeto da descrição.
  • 8. Psicológico A descrição pode ser apresentada de modo a manifestar uma impressão pessoal, uma interpretação do objeto. A simpatia ou antipatia do observador pode resultar em imagens bastante diferenciadas do mesmo objecto. Deste ponto de vista, dois tipos de descrição podem ocorrer: a objectiva e a subjectiva.
  • 9. Na descrição objetiva, como literalmente ela traduz, o objetivo principal é relatar as características do “objeto” de modo preciso, isentando-se de comentários pessoais ou atribuições de quaisquer termos que possibilitem a múltiplas interpretações.
  • 10. Enfoque objetivo Na descrição objetiva , o autor reproduz a realidade como a vê. Exemplo: Ele tem uma estrutura de madeira, recoberta de espuma. Sobre a espuma há um tecido grosso. Tem assento para 4 pessoas, encosto e dois braços. É o sofá da minha sala.
  • 11. A subjetiva perfaz-se de uma linguagem mais  pessoal,  na  qual  são  permitidas  opiniões,  expressão  de  sentimentos  e  emoções  e  o  emprego de construções livres em que revelem  um  “toque”  de  individualismo  por  parte  de  quem a descreve.
  • 12. Enfoque subjetivo A  realidade  descrita  não  é apenas observada pelo autor, é também  sentida. O objeto descrito apresenta-se  transfigurado  de  acordo  com  a  sensibilidade  de  quem  o  descreve.  O  autor  procura  transmitir  a  impressão, a emoção que a realidade lhe  causa.  Exemplo  :  O  sujeitão,  que  parecia  um  carro  de  boi cruzando com trem de ferro, já entrou  soltando fogo pela folga do dente de ouro.                                                  (José Cândido de Carvalho
  • 13.  Os aventureiros Cenário De um dos cabeços da Serra dos Órgãos desliza um fio de água que se  dirige para o norte, e engrossado com os mananciais que recebe no seu  curso de dez léguas, torna-se rio caudal. É o Paquequer: saltando de  cascata em cascata, enroscando-se como uma serpente, vai depois se  espreguiçar na várzea e embeber no Paraíba, que rola majestosamente em  seu vasto leito. Dir-se-ia que, vassalo e tributário desse rei das águas, ...  curva-se humildemente aos pés do suserano. (...) Aí, o Paquequer lança-se  rápido sobre o seu leito, e atravessa as florestas como o tapir,  espumando, ... enchendo a solidão com o estampido de sua carreira. (...) se  estende sobre a terra, e adormece numa linda bacia que a natureza  formou, ... sob as cortinas de trepadeiras e flores agrestes. (...) florestas  virgens se estendiam ao longo das margens do rio, que corria no meio das  arcarias de verdura e dos capitéis formados pelos leques das palmeiras.  (...) No ano da graça de 1604, o lugar que acabamos de descrever estava  deserto e inculto; (..)                                                                                   O Guarani de José de Alencar
  • 14. "Era  alto  ,  magro,  vestido todo  de  preto,  com  o  pescoço  entalado  num  colarinho direito.  O  rosto  aguçado no queixo ia-se alargando até à calva, vasta e  polida, um  pouco amolgado no alto; tingia os cabelos  que  de  uma  orelha  à  outra  lhe  faziam  colar  por  trás  da  nuca  -  e  aquele  preto  lustroso  dava,  pelo  contraste,  mais  brilho  à  calva;  mas  não  tingia  o  bigode;  tinha-o grisalho,  farto,  caído  aos  cantos da  boca.  Era  muito  pálido;  nunca  tirava  as  lunetas escuras.  Tinha  uma  covinha  no  queixo,  e  as  orelhas grandes muito despegadas do crânio.”                                         (Eça de Queiroz - O Primo Basílio)