O documento discute o fenômeno de jovens cada vez mais jovens ingressando nos cursos de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e os desafios que isso traz. A autora analisa fatores como falta de estrutura escolar, legislação facilitada e histórico de fracasso que levam os jovens à EJA. Também discute o papel do educador nesse contexto e como a pedagogia pode reconhecer as necessidades desses estudantes de forma dialógica.
Brunel, carmem jovens cada vez mais jovens na educação de
1. BRUNEL, Carmem.
Jovens cada vez mais jovens na educação de jovens e
adultos. Ed. Porto Alegre, Mediação.2004.
A partir de uma abordagem que critica a modernidade dentro do contexto da
sociedade capitalista a autora se propõe a analisar o fenômeno da chegada dos
estudantes na EJA cada vez mais jovens, e a partir das várias variáveis que
compõem a cultura destes jovens , qual a escola que dará conta de interferir na
formação estética, ética e política deste jovem?
Qual o papel do educador comprometido com este trabalho?
Qual a contribuição de Morin (1999) e de Paulo Freire (1997), na construção
de uma pedagogia que dê conta minimamente de uma EJA que corresponda
aos desafios atuais?
Fatores que contribuem para o crescimento da juventude nos cursos de
EJA.
Fatores pedagógicos: Falta de professores e da estrutura básica das
escolas.
Fatores Legais: Construção de legislação própria , o que facilitou o
ingresso dos jovens inclusive operando num “ rebaixamento “ da idade
mínima destes estudantes.
Fatores Estruturais: Jovens com histórico de fracasso escolar
(repetência, evasão e outras dificuldades diversas), que consideram-se
como os únicos responsáveis por este insucesso.
EJA Rota de colisão Escola Formal.
Por tudo apresentado neste inicio, fica muito nítida a necessidade de uma
pedagogia que reconheça estes fatores e que a partir de um diálogo efetivo
com os estudantes, reconhecendo seus anseios, sonhos, dificuldades; além dos
seus projetos mais concretos e efetivos. Para desta forma estabelecer uma
pedagogia dialógica (Paulo Freire) , como uma pedagogia capaz de romper
com todas as dificuldades que esta juventude vai encontrar na escola e para
além da escola.
2. CONHECENDO OS SUJEITOS
Ocorreu um rejuvenescimento desta clientela educativa, sobretudo
nos cursos dos estabelecimentos privados.
Fator de atração dos jovens para esta modalidade escolar.
< Agilidade e rapidez na conclusão do curso.
< Curso flexível.
< Conduta docente.
Em contra partida, convém registrar que muitos destes estabelecimentos visam
exclusivamente lucrar com a educação, sem estabelecer o devido
compromisso social.
Mas vamos encontrar no que tange ao perfil docente, uma compreensão mais
real da complexa situação destes jovens.
A ESCOLA NO CONTEXTO DA MODERNIDADE
Com o advento do Iluminismo; a escola assume uma centralidade na educação
das pessoas, a força do pensamento racional e a recusa das idéias místicas e da
superstição, coloca a ciência como o centro do pensamento.
Porém, neste contexto a escola atual não consegue dar conta dos desafios que
a sociedade crê que ela deva dar.
Na modernidade se estabelece uma subordinação à técnica, só se reconheço o
papel da ciência desde não ocorra à subordinação da humanidade a ela, a força
da ciência não pode determinar o fim da reflexão e do debate.
Projeto cultural e civilizatório da humanidade
< Qualificar para o mundo do trabalho (trabalho).
< Produzir novas formas de pensar e de agir (filosofia).
< Organizar a sociedade a partir da ciência e da ordem (política).
3. Do ponto de vista econômico , o modelo capitalista atual exige pouca mão de
obra, o que desencadeia desemprego, fome e miséria; o que reafirma a
incapacidade deste modelo para resolver os problemas da civilização.
Portanto a escola precisa se reordenar para poder dar resposta a estes desafios ,
e não é diferente o papel da EJA, só aumenta o desafio haja vista toda a
complexidade que já foi apresentada no que tange ao atual momento vivido
por nossa juventude.
As relações humanas devem basear-se em pressupostos éticos, não restritos
simplesmente a questão moral, é necessária compreendermos o ser humano
não só na sua individualidade, mas como um ser global, social e integrado.
E a reflexão da ação educativa deve-se dar num caráter multidimensional,
valorizando as dimensões:
biológicas
individuais
sociais
UM ESPAÇO DA EJA
Neste capítulo a autora narra a experiência do estado do Rio Grande
do Sul, mas é possível destacarmos algumas semelhanças com a
cidade de São Paulo.
A EJA é um espaço interessante de aprendizagem, a maturidade dos
envolvidos e o papel docente garantem um espaço importante de
aprendizagem. O entendimento de que estes espaços também se prestam a
educação formal é uma ocorrência recente, o que inclusive obrigou as
instituições a se ajustarem do ponto de vista estrutural as necessidades básicas
de um espaço educativo.
No que se refere ao protagonismo destes jovens, será possível que nós não
tenhamos curiosidade em saber o que sentem, o que pensam, o que os impele à
escola? Sabe-se que com todas as mudanças que a juventude sofreu ainda
existe por parte dos jovens um reconhecimento grande ao papel do professor,
um destaque quase sempre maior quando se referem a paciência, ao controle
sobre a sala, ao domínio do conhecimento a busca de saber como cada um se
coloca no mundo.
O que se percebe nestes espaços é também um papel dos jovens que se mistura
entre o sonho e a esperança , uma resistência para lidar com tudo aquilo que
desumaniza e expõe a falta de capacidade da nossa educação de romper este
estado de fraqueza.Cabe a nós educadores e educadoras apesar de todas as
dificuldades que permeiam as trajetórias escolares destes estudantes, que ainda
4. vêem na escola alguma relevância,uma visão de esperança e crença no
potencial destes jovens.