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AMÍLCAR LOPES CABRAL
               PAI DE DUAS NAÇÕES, HEROI UNIVERSAL.




             “Sou um simples africano que quis saldar sua
dívida para com seu povo
e viver sua época” (Amílcar Cabral)


            Menos de um mês após o assassinato de Amílcar
Cabral os Estados Unidos da América concluíram que Portugal
não esteve inteiramente envolvido na sua morte, conforme
informações tornadas públicas pelo Departamento de Estado
norte-americano. Esses documentos incluíam telegramas, minutas
de reuniões ao mais alto nível do governo estadoudinense e ainda
continham recomendações sobre a política a adotar por
Washington diante à degradação da conjuntura militar na Guiné-
Bissau, Angola e Moçambique por conta dos grandes avanços das
Forças revolucionárias populares nessas colônias ainda sob o já
debilitado domínio português.
         O Libertador da nação guineense conhecia, de antemão,
seus matadores, pois já tinha profetizado: ”Se alguém me há de
fazer o mal, é quem está aqui entre nós. Ninguém mais pode
estragar o PAIGC, só nós próprios”.
         Deste modo, esses covardes vendidos e pérfidos, cães do
imperialismo e lacaios do colonialismo que,em 20 de janeiro de
1973,em Conakry, lhe mataram o corpo eternizaram-lhe o
glorioso nome e a magnífica Obra, poética, política, social,
ideológica e militar, que todos nós, guineenses e cabo-verdianos,
temos de (re)conhecer.Estudando-a,discutindo-a,divulgando-a
e,fundamentalmente, preservando-a com todo o respeito a que ela
faz jus.


       Aquele dia, 12 de setembro, era o 256º do ano de 1924,
uma sexta-feira. Numa modesta casa da localidade de
Bafatá,situada no centro-norte da Guiné-Bissau, dona Iva Pinhel
Évora, uma senhora guineense, dava à luz, e ao mundo, um
menino a quem o pai, Juvenal Lopes Cabral, um bravo cabo-
verdiano, professor sem diploma e um batalhador pelos direitos
cívicos e humanos dos africanos, desejava dar, em Cartório, o
nome de Hamílcar em homenagem ao famoso estadista e general
cartaginês, Hamílcar Barca.
          Se, fisicamente, vivo fosse, hoje 12 de setembro de
2012, o engenheiro Amílcar Cabral completaria oitenta e oito
anos. E bem que ele poderia estar entre nós ainda dirigindo e
liderando nosso Chão com todo o seu saber, sua inteligência, seu
carisma, sua coragem e com o seu incomensurável amor pela
querida Guiné-Bissau e pelo bem-estar do seu povo. Caso,
atualmente, o tivéssemos conosco posso afiançar aos meus
compatrícios que a situação do nosso Estado seria outra bem
diferente e nosso valente povo estaria vivendo em muito melhores
condições do que, agora, se encontra.
         Entretanto, se sua morte não nos servir de arquétipo de
Unidade, Luta e Liberdade e de alerta contra o neocolonialismo, o
oportunismo, o tribalismo e o golpismo dos antidemocratas,
jamais mereceremos um herói universal chamado Amílcar Cabral.
E não nos esqueçamos de algo muito importante: Nós, por dever
para com ele e por obrigação com a Mãe-pátria, somos os
legítimos guardiões do seu extraordinário legado político, da sua
africanidade e de seu sacrifício.
E neste 12 de setembro, dia de reflexão para aqueles
que, dentre nós, possuem um mínimo de nacionalismo e
sentimento de apego ao seu país,direi a vocês que nosso
Guia,nosso Homem Grande e nosso Libertador está vivo para
além da morte!
          Ele vive em cada coração dos guineenses que continuam
resistindo, de todas as formas possíveis, ao obscurantismo político
dos traidores da hora. Por isso, meus irmãos, temos de cerrar
fileiras e, juntos, fazer avançar,o mais rápido possível, o processo
democrático em nossa terra.
        Parabéns, então, Amílcar Cabral, nosso Pai, pelo dia de
hoje, parabéns! E muito obrigado por nos ter dado uma
nacionalidade e esta consciência patriótica das quais muito nos
orgulhamos!




- Manuel Casqueiro, autoexilado em Fortaleza, é guineense do
“Chão de Papel”, atualmente é escritor e palestrante. Em
1955 conheceu pessoalmente Amílcar Cabral na Granja do
Pessubé.

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Amílcar cabral pai

  • 1. AMÍLCAR LOPES CABRAL PAI DE DUAS NAÇÕES, HEROI UNIVERSAL. “Sou um simples africano que quis saldar sua dívida para com seu povo e viver sua época” (Amílcar Cabral) Menos de um mês após o assassinato de Amílcar Cabral os Estados Unidos da América concluíram que Portugal não esteve inteiramente envolvido na sua morte, conforme informações tornadas públicas pelo Departamento de Estado norte-americano. Esses documentos incluíam telegramas, minutas de reuniões ao mais alto nível do governo estadoudinense e ainda continham recomendações sobre a política a adotar por Washington diante à degradação da conjuntura militar na Guiné- Bissau, Angola e Moçambique por conta dos grandes avanços das Forças revolucionárias populares nessas colônias ainda sob o já debilitado domínio português. O Libertador da nação guineense conhecia, de antemão, seus matadores, pois já tinha profetizado: ”Se alguém me há de fazer o mal, é quem está aqui entre nós. Ninguém mais pode estragar o PAIGC, só nós próprios”. Deste modo, esses covardes vendidos e pérfidos, cães do imperialismo e lacaios do colonialismo que,em 20 de janeiro de 1973,em Conakry, lhe mataram o corpo eternizaram-lhe o glorioso nome e a magnífica Obra, poética, política, social, ideológica e militar, que todos nós, guineenses e cabo-verdianos,
  • 2. temos de (re)conhecer.Estudando-a,discutindo-a,divulgando-a e,fundamentalmente, preservando-a com todo o respeito a que ela faz jus. Aquele dia, 12 de setembro, era o 256º do ano de 1924, uma sexta-feira. Numa modesta casa da localidade de Bafatá,situada no centro-norte da Guiné-Bissau, dona Iva Pinhel Évora, uma senhora guineense, dava à luz, e ao mundo, um menino a quem o pai, Juvenal Lopes Cabral, um bravo cabo- verdiano, professor sem diploma e um batalhador pelos direitos cívicos e humanos dos africanos, desejava dar, em Cartório, o nome de Hamílcar em homenagem ao famoso estadista e general cartaginês, Hamílcar Barca. Se, fisicamente, vivo fosse, hoje 12 de setembro de 2012, o engenheiro Amílcar Cabral completaria oitenta e oito anos. E bem que ele poderia estar entre nós ainda dirigindo e liderando nosso Chão com todo o seu saber, sua inteligência, seu carisma, sua coragem e com o seu incomensurável amor pela querida Guiné-Bissau e pelo bem-estar do seu povo. Caso, atualmente, o tivéssemos conosco posso afiançar aos meus compatrícios que a situação do nosso Estado seria outra bem diferente e nosso valente povo estaria vivendo em muito melhores condições do que, agora, se encontra. Entretanto, se sua morte não nos servir de arquétipo de Unidade, Luta e Liberdade e de alerta contra o neocolonialismo, o oportunismo, o tribalismo e o golpismo dos antidemocratas, jamais mereceremos um herói universal chamado Amílcar Cabral. E não nos esqueçamos de algo muito importante: Nós, por dever para com ele e por obrigação com a Mãe-pátria, somos os legítimos guardiões do seu extraordinário legado político, da sua africanidade e de seu sacrifício.
  • 3. E neste 12 de setembro, dia de reflexão para aqueles que, dentre nós, possuem um mínimo de nacionalismo e sentimento de apego ao seu país,direi a vocês que nosso Guia,nosso Homem Grande e nosso Libertador está vivo para além da morte! Ele vive em cada coração dos guineenses que continuam resistindo, de todas as formas possíveis, ao obscurantismo político dos traidores da hora. Por isso, meus irmãos, temos de cerrar fileiras e, juntos, fazer avançar,o mais rápido possível, o processo democrático em nossa terra. Parabéns, então, Amílcar Cabral, nosso Pai, pelo dia de hoje, parabéns! E muito obrigado por nos ter dado uma nacionalidade e esta consciência patriótica das quais muito nos orgulhamos! - Manuel Casqueiro, autoexilado em Fortaleza, é guineense do “Chão de Papel”, atualmente é escritor e palestrante. Em 1955 conheceu pessoalmente Amílcar Cabral na Granja do Pessubé.