1) O documento descreve a história da Avenida São João em São Paulo desde o século XVII até os dias atuais.
2) No passado, o caminho que daria origem à avenida foi aberto por colonos para acessar suas terras e, mais tarde, para que as pessoas pudessem chegar à Igreja de Nossa Senhora do Rosário.
3) Ao longo dos séculos, o local foi se desenvolvendo e alargando até se tornar na atual Avenida São João, um importante corredor da zona oeste da cidade, outrora
1. São Paulo: Minha Cidade! 08
AVENIDA
SÃO JOÃO
“Um povo sem
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memória,
sem futuro”
é um povo sem passado e
2. Em meados do século XVII, os colonos Henrique da Cunha
Gago e Cristóvão da Cunha, solicitaram uma data de terras no
trecho entre o atual largo do Paissandu e a avenida Ipiranga. Para
chegarem mais facilmente ao terreno,eles abriram um caminho que
saia da atual praça do Correio, e subia até o atual largo do
Paissandu. Esse foi o embrião que deu início à atual avenida.
Mais tarde, no ano de 1725, fora erguida na atual praça Antônio
Prado, a igreja de Nossa Senhora do Rosário. Anos mais
tarde, como era grande o número de pessoas que se dirigiam
àquele templo, a Câmara decidiu abrir uma rua desde a ponte do
Acú (como era conhecida a ponte sobre o Anhangabaú), até a rua
São Bento e o largo do Rosário, no alto. Essa ladeira ficou
conhecida, como ladeira do Acú. Portanto, em meados dos anos
setecentos, a futura avenida, já se delineara até as proximidades da
atual av. Ipiranga. Devido a promessas para que as frequentes
enchentes no vale, não levassem a ponte, como diversas vezes já
ocorrera, a nova ponte agora de pedra, fora nomeada com nome do
santo protetor das águas: São João Batista, nome que afinal
acabou se estendendo a todo esse caminho, depois rua, e somente
no início do século XX, como avenida.
3. Conforme nos mostra o detalhe dessa
planta de 1810, a “rua de São
João”, começava no então Largo do
Rosário, atual praça Antônio Prado, e
terminava na antiga rua Maria
Thereza, futura avenida Duque de
Caxias. Em 1920, seu término já era
no cruzamento com a alameda
Glete, duas quadras à frente. A partir
de 1911, ela começara a ser
alargada, e em 1940 já como
“avenida”, tomava as dimensões que
tem atualmente, com sua união entre
a alameda Glete e a praça Marechal
Deodoro. Em 1967 os bondes
deixaram de circular por ali (e em toda
a cidade), e em 1970, a última grande
modificação: a construção do Elevado
Costa e Silva, o popular
“Minhocão”, sobre suas quadras finais.
4. Vejamos a seguir, os primeiros
registros pictóricos da então
“rua de São João”
5. Em 1822, Debret, de passagem por São Paulo a registrou em aquarela: em
primeiro plano, a ponte do Acú e ao alto, o futuro largo Paissandu.
6. Foto: Militão de Azevedo
E, em 1827, o pintor holandês Charles Landseer, elaborou esse desenho
no lado oposto ao anterior. À esquerda avista-se o mosteiro de São
Bento, e no fim da ladeira, a igreja de N.Sª do Rosário
7. Em 1860, com a recente chegada da fotografia
ao Brasil, começam a surgir as primeiras fotos
da cidade. Aqui, uma imagem tomada por
Militão de Azevedo, em 1862, da “Ladeira de
São João”, a partir de seu início, no cruzamento
com a rua São Bento
12. Nesta foto, o trecho entre o
Anhangabaú e o largo do
Paissandu, mostrando à
direita os tapumes da obra do
edifício central dos Correios e
Telégrafos (DCT)
1916
13. Em 1920, na esquina com a rua
Formosa, o prédio da Delegacia
Fiscal, construído em 1915, e
demolido no final dos anos 30.
Note-se que ao fundo, a ladeira
ainda estava em obras de
alargamento
1920
15. Em 1922, como parte das festividades do centenário
da independência, era inaugurado o edifício-sede dos
correios, situado na esquina da São João com a então
praça Giuseppe Verdi, que doravante seria renomeada
como Praça do Correio.
16. Aqui, fotos de 1929 (esq.) e
1930 (abaixo), onde vemos
as obras de alargamento.
Acima, na altura do
cruzamento com a rua
Vitória e ao lado, vista da
praça Marechal
Deodoro, com as casas em
demolição
17. Aqui, o cruzamento da São João com
o largo do Paissandu em 1930, onde
vemos a igreja de Nossa Senhora do
Rosário dos Homens Pretos, e um
bonde adentrando à rua Conselheiro
Crispiniano
1930
19. 1945
Temos aqui uma foto tirada a partir do largo Paissandu, já com alguns “arranha-
céus” construídos, como o famoso prédio Martinelli (de 1928), ao fundo, com
seus 28 andares, então o mais alto do país
20. 1 No tempo dos
bondes...
2
Três fotos mostrando bondes camarão* na av. São
João: 1- em 1948, pegando passageiros em frente ao
3 cine Broadway; 2 - em frente ao largo Paissandu em
1952, e 3 - em 1966, um modelo conhecido com
“Gilda”, trafegando no sentido cidade-bairro. Nessa
época a São João era o mais importante corredor
para a zona oeste da cidade.
*Esses bondes fechados, eram conhecidos como “camarão”
devido à sua cor vermelha
21. OS CINEMAS DA SÃO JOÃO
Até meados dos anos 60, a São
João poderia ser considerada a
“cinelândia” paulista. Existiam ali
doze salas de cinema para todos
os gostos, desde os mais
simples, aos mais luxuosos. Ali
ficavam os cines: Art-
Palácio, Bandeirantes¹, Paissandu
¹, Olido, Rivoli², Broadway, Metro,
Oasis, Regina, Comodoro
(cinerama), Cinespacial (1970) e
Éden. Nas fotos ao lado, alguns
dos mais elegantes cinemas da
São João
¹ Essas duas salas, tinham seu endereço no largo
Paissandu, ao lado da São João.
² Inaugurado em 1958, no lugar onde estava o cine
Ritz-São João.
22. A AVENIDA SÃO JOÃO ENTRA NO
SÉCULO XXI, COM CALÇADÕES E
MUITA ÁREA VERDE
25. No início da avenida,
dominando todo o centro
da cidade, avista-se o
imponente edifício “Altino
Arantes”, mais conhecido
como “Edifício Banespa”,
inaugurado em 1947,
como sede do Banco do
Estado de São Paulo.
Aqui aparece ladeado
pelos edifícios do Banco
do Brasil, à esquerda, e
Martinelli, à direita
2008
26. Vista de uma foto
tomada do alto desse
edifício, em
2008, mostrando parte
da zona noroeste da
cidade, e a avenida São
João em toda sua
extensão: 2.200 m
2008
27. A MAIS FAMOSA ESQUINA DA
CIDADE, INSPIRADORA DE
CAETANO, NA CANÇÃO “SAMPA”
29. 2010
Na foto à esquerda, vista na direção
centro, e abaixo, na direção
bairro, onde se destaca o tradicional
“Bar Brahma” (com toldos em
vermelho)
O alto edifício, visto à direita
na foto ao lado, é o
“Andraus”, que em 1972
sofreu um pavoroso
incêndio, que tomou todos
seus andares, e vitimou
dezenas de pessoas
30. DUAS QUADRAS ANTES, TEMOS O
LARGO DO PAISSANDU, E UM LOCAL
NÃO MENOS FAMOSO: A CONHECIDA
“GALERIA DO ROCK” (GRANDES
GALERIAS), COM LOJAS
ESPECIALIZADAS EM DISCOS, ROUPAS
E ACESSÓRIOS LIGADOS À GALERA
QUE CURTE ESTE RITMO MUSICAL
31. Acima, a quadra entre a Ipiranga e
o largo do Paissandu. Ao lado, a
Galeria do Rock (com os portões
em vermelho) e foto interna
32. O PRÉDIO DA FOTO SEGUINTE, NA
ESQUINA COM A AV. DUQUE DE
CAXIAS, É UM DOS MAIS ANTIGOS DA
AVENIDA. FOI ERGUIDO NA DÉCADA DE
20
34. Em 1970, para ligação do
centro com a zona
oeste, foi construído o
elevado “Costa e
Silva”, conhecido
popularmente como
“Minhocão”
Essa via elevada, com cerca de 3
km de extensão, vai desde a rua
da Consolação até o início da av.
Francisco Matarazzo, em
Perdizes, correndo por cima dos
últimos quarteirões da avenida
São João
35. Aos domingos e
feriados, como podemos
ver pela foto, suas
pistas são franqueadas
aos pedestres e ciclistas
36. Neste ponto em que estamos, ao
olharmos para trás, vamos ter
exatamente a visão oposta da que
tínhamos do alto do Banespa: a
avenida no sentido bairro-centro.
Observem no centro da foto o
conhecido edifício