Seminário desenvolvido para a disciplina de Identidade e Imagem Institucional, ministrada pelo Prof. Rudimar Baldissera. Com base nos textos de Thompson e Maffesoli:
THOMPSON, J. O Conceito de Cultura. In: Ideologia e Cultura Moderna, p. 165-192
MAFFESOLI, M. O Imaginário é uma Realidade. In: Revista Famecos, ago/2001, p. 74-82.
Fabico - UFRGS - 2014.1
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
Concepções da Cultura e o Imaginário
1. o conceito de
cultura
Oimaginário
é uma realidade
THOMPSON, J. O Conceito de Cultura. In: Ideologia e Cultura Moderna, p. 165-192
MAFFESOLI, M. O Imaginário é uma Realidade. In: Revista Famecos, ago/2001, p. 74-82.
BIANCA SEIBERT | CAROLINA FINGER
LUIZA S ARAUJO | MONIQUE LANG
2. o conceito de
cultura
THOMPSON, J. O Conceito de Cultura. In: Ideologia e Cultura Moderna, p. 165-192
4. Cultivo
Cultura e Civilização (França e Inglaterra)
Kulturx Zivilisation(Alemanha)
Histórias universais da humanidade
Problemática do Etnocentrismo e o estímulo ao surgimento da Antropologia: “Nada mais apto para nos levar à confusão do que sua aplicação para todas as nações e épocas.”
5. clássica
concepção
“Cultura é o processo de desenvolvimento e enobrecimento das faculdades humanas, um processo facilitado pela assimilação de trabalhos acadêmicos e artísticos e ligado ao caráter progressista da era moderna.”
(THOMPSON, 1995, p. 170)
6. clássica
concepção
Acaba se tornando defasada em detrimento da emergência da antropologia. Apesar disso, alguns de seus aspectos se mantêm implícitos na noção moderna de cultura.
7. descritiva
concepção
Primeiras descrições etnográficas relevantes fora da Europa;
Reconstrução do processo selvageria -> vida civilizada;
Análise e comparação sistemática da aquisição de costumes, crenças, ideias e valores pelos indivíduos de um grupo;
8. descritiva
concepção
Teoria científica da cultura: análise da herança social em seus elementos de composição e relacioná-los entre si, com o meio ambiente e necessidades humanas.
Visões diferenciadas do estudo: estrutura referencial evolucionista x análise funcional.
11. (
(
Clifford Geertz
(1926 –2006)
Análise da cultura como sendo não uma ciência experimental em busca de leis, mas uma ciência interpretativa em busca de significados.
12. (
(
Clifford Geertz
(1926 –2006)
Análise da cultura como sendo não uma ciência experimental em busca de leis, mas uma ciência interpretativa em busca de significados.
interpretações de interpretações
13. (
(
Clifford Geertz
(1926 –2006)
o estudo da cultura é uma atividade mais afim com a interpretação de um texto do que com a classificação da flora e da fauna.
14. simbólica
concepção
Cultura é o padrão de significados incorporados nas formas simbólicas que inclui ações, manifestações verbais e objetivos significativos de vários tipos, em virtude dos quais os indivíduos comunicam-se entre si e partilham suas experiências, concepções e crenças.
15. (
(
Clifford Geertz
(1926 –2006)
críticas
Embora tenha tentado formular uma caracterização precisa da concepção simbólica da cultura, na verdade ele usa o termo “cultura” de várias maneiras diferentes
16. (
(
Clifford Geertz
(1926 –2006)
críticas
A noção de texto que desempenha uma papel central em sua abordagem, porém é questionável.
17. (
(
Clifford Geertz
(1926 –2006)
críticas
Dá atenção insuficiente aos problemas de conflito social e de poder
18. estrutural
concepção
Busca “uma concepção que dê ênfase tanto ao caráter simbólico dos fenômenos culturais como ao fato de tais fenômenos estarem sempre inseridos em contextos estruturados” (THOMPSON, 1995, p. 181).
19. estrutural
concepção
Considera os processos e contextos socialmente estruturados.
Baseia-se na concepção simbólica de Geertz.
Fenômenos culturais: formas simbólicas em contextos estruturados.
20. estrutural
concepção
Análise cultural: estudo da constituição significativa e da contextualização social das formas simbólicas.
Estrutural X Estruturalista
21. estrutural
concepção
Cinco aspectos das formas simbólicas (intencionais, convencionais, estruturais, referenciais e contextuais)
23. estrutural
concepção
Convencional: “a produção, construção ou emprego das formas simbólicas, bem como a interpretação das mesmas pelos sujeitos que a recebem, são processos que, caracteristicamente, envolvem a aplicação de regras, códigos ou convenções de vários tipos.” (p. 185)
25. estrutural
concepção
Referencial: “as formas simbólicas são construções que tipicamente representam algo, referem-se a algo, dizem algo sobre alguma coisa.” (p. 190)
26. estrutural
concepção
Contextual: “estão sempre inseridas em processos e contextos sócio históricos dentro dos quais e por meio dos quais elas são produzidas, transmitidas e recebidas.” (p. 192)
27. Oimaginário
é uma realidade
MAFFESOLI, M. O Imaginário é uma Realidade. In: Revista Famecos, ago/2001, p. 74-82.
28. Michel Maffesoli
sociólogo francês
um dos principais especialistas mundiais em imaginário
recuperou a tradição de Gaston Bachelard e de Gilbert Durand quanto à importância do imaginário na construção da realidade
29. O que é o imaginário?
opõe-se ao verdadeiro
ficção
sem consistência ou realidade
≠ ordens econômica, política e social
intangível
30. Gaston Bachelard
Pegou o bastão dos românticos e repôs na cena intelectual procedimentos que se encontravam esquecidos. Assim, mostrou que as construções mentais podiam ser eficazes em relação ao concreto.
(1884 –1962)
31. Gilbert Durand
Discípulo de Bachelard
Livro: As Estruturas Antropológicas do Imaginário
Indicou como o real é acionado pela eficácia do imaginário, das construções do espírito.
(1921 –2012)
32. O imaginário é a relação entre as intimações objetivas e a subjetividade. As intimações objetivas são os limites que as sociedades impõe a cada ser. Relação, portanto, entre as coerções sociais e a subjetividade.
33. imaginário
cultura
Conjunto de elementos e fenômenos passíveis de descrição.
Tem, além disso, algo de imponderável. É o estado de espírito que caracteriza um povo.
A cultura pode ser identificada de forma precisa.
34. O imaginário pertence à uma dimensão ambiental, uma matriz, uma atmosfera, aquilo que Walter Benjamin chama de
35.
36.
37. Não vemos a aura, mas podemos senti- la. O imaginário, para mim (Maffesoli), é essa aura, é da ordem da aura: uma atmosfera. Algo que envolve e ultrapassa a obra.
39. O imaginário é o estado de espírito de um grupo, de um país, de um Estado-nação, de uma comunidade, etc.
40. O imaginário é o estado de espírito de um grupo, de um país, de um Estado-nação, de uma comunidade, etc.
É cimento social.
41. Não é a imagem que produz o imaginário, mas o contrário.
A imagem não é o suporte, mas o resultado.
42. O imaginário de Paris faz Paris ser o que é. Isso é uma construção histórica, mas também o resultado de uma atmosfera e, por isso mesmo, uma aura que continua a produzir novas imagens.
43. imaginário
ideologia
Elemento racional.
Outros parâmetros também: onírico, lúdico, fantasia...
Pode ser considerado uma aura da ideologia.
Viés bastante racional; não há lugar para o não- racional no olhar ideológico.
44. interação
Há processos interacionais que criam a aura.
O momento de vibração comum, de sensação partilhada constitui o imaginário.
45. Mesmo os campos mais racionais, como as esferas política, ideológica e econômica, são recortados por imaginários. O imaginário tudo contamina.
46. Mesmo os mais resistentes, os modernos, são obrigados, com frequência, a reconhecer a força do imaginário nos campos considerados racionais por excelência. Na pós- modernidade, acontece o reconhecimento dessas dimensões alijadas da esfera do conhecimento.
47. Jacques Lacan
(1901 –1981)
Anos 30: Em vez de ir ao encontro de Freud, buscou Jung. Na França, de algum modo, tentou-se esconder essa trajetória, fazendo-se de Lacan um dito herdeiro de Freud.
48. A minha tese (Maffesoli) é a seguinte: Lacan racionalizou a noção de imaginário que havia aprendido com Jung.
49. A racionalização, não esqueçamos, significa tornar rígido. Os lacanianos usarão a tripartição imaginário, simbólico, real já sem nenhuma referência ou relação com a influência que Lacan sofreu de Jung.
50. (
Durand
Lacan
Todas as noções são flexíveis.
Nunca apresentou conceitos diferentes para simbólico e imaginário, sempre viu os dois imbricados.
Cada coisa tem seu lugar.
Categorias estanques, na boa e velha tradição cartesiana.
53. Cornelius Castoriadis
(1922 –1997)
O imaginário atuaria principalmente nas revoluções.
O imaginário não é apenas um fator de construção ou fixação de algo. O imaginário é uma sensibilidade, não uma instituição.
54. A técnica é um fator de estimulação imaginal.
O mais importante, em relação à técnica, é a circulação de signos, as relações estabelecidas.
55. Crítica a Dominique Wolton, PhillipeBréton, Paul Virilioe Jean Baudrillard:
Eles têm medo porque a Internet multiplica imagens, produz algo que não é racional.
A crítica à Internet vem de um pensamento politicamente correto que teme pensar com as tripas.
56. Crítica a Dominique Wolton, PhillipeBréton, Paul Virilioe Jean Baudrillard:
Para os intelectuais modernos, na comunicação o que interessa é o cérebro, o conteúdo. Mas não é assim que as coisas funcionam no vivido. A imagem não é um conteúdo.
57. influência das tecnologias na formação do imaginário social cotidiano
Existe uma reversibilidade, um vaivém. Não apenas a imposição de algo que vem de cima, um impacto, mas uma relação.
58. O criador, mesmo na publicidade, só é criador na medida em que consegue captar o que circula na sociedade. Ele dá forma ao que existe nos espíritos, ao que está aí, ao que existe de maneira informal ou disforme.