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                                                                  WWW.PAISPOSITIVO.ORG //// Abril ‘11 / EDIÇÃO Nº 43
ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO JORNAL ‘PÚBLICO’




                                                                                                                                                                        A APOSTA NA EDUCAÇÃO
                                                                                                                                                                  E FORMAÇÃO É ESTRATÉGICA,
                                                                                                                                                                   MESMO EM TEMPO DE CRISE,

                                                                                                                                                                       ressalva João Dias da Silva,
                                                                                                                                        Secretário-Geral da FNE – Federação Nacional da Educação




                                                                                                7 MARAVILHAS DA GASTRONOMIA   |   ACÇÃO EUROPEIA SOBRE AS DROGAS
SAÚDE | PAÍS MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO
    INDÚSTRIA DEPOSITIVO                                     14




SOCIEDADE PORTUGUESA DE MEDICINA NUCLEAR

DESAFIOS DE UMA MEDICINA COM ELEGÂNCIA
Na especialidade desde 1983, onde entrou no segundo ano em que o internato funcionou no nosso país, Jorge Gonçalves Pereira é um médico
apaixonado pelo que faz e o presidente da direcção da Sociedade Portuguesa de Medicina Nuclear. Recebe-nos no seu consultório, rodeado de
inspiradoras fotografias, evocativas dos grandes nomes da Física, como Einstein e Marie Curie, entre muitos outros que a vida e obra ditaram
a eternidade.

                                                                                                                                                           sua aplicabilidade, muito abrangente, en-



A
         Sociedade Portuguesa de Medici-                                                                                                                   volvendo a área da Oncologia, Cardiologia,
         na Nuclear (SPMN), fundada em                                                                                                                     Nefrologia, Pediatria, Neurologia, Psiquia-
         1978, é um marco fundamental                                                                                                                      tria, entre outras. Lidamos muito com On-
para os especialistas se reunirem, expres-                                                                                                                 cologia, uma área que, para além de exigir
sarem e discutirem os avanços da especia-                                                                                                                  um grande know-how terapêutico, tem de
lidade que se estão a implementar não só                                                                                                                   ser célere e de proximidade. “A aproxima-
no país, mas também no estrangeiro. Assim                                                                                                                  ção às diferentes especialidades médi-
crê Jorge Gonçalves Pereira, certo de que a                                                                                                                cas tem que ver com a evidência cien-
SPMN tem como obrigação apoiar a forma-                                                                                                                    tífica que foi claramente reconhecida
ção de especialistas. “Como actual presi-                                                                                                                  à Medicina Nuclear, e centramos aqui a
dente, uma das minhas intenções é pu-                                                                                                                      acção na sua perspectiva como Imagem
blicar guidelines temáticos, científicos,                                                                                                                  Metabólica ou Imagem Molecular, que é
entre duas a três vezes por ano, escritos                                                                                                                  hoje um must, um paradigma”, atesta o
por portugueses, centrados nas várias                                                                                                                      presidente da direcção da SPMN. “Nós ve-
áreas que a Medicina Nuclear abrange”,                                                                                                                     mos as alterações muito precocemente
assegura. A SPMN integra, entre os seus as-                                                                                                                e com muita sensibilidade, ao nível ató-
sociados, elementos de diferentes grupos                                                                                                                   mico e molecular, antes de aparecerem
profissionais envolvidos no exercício da              Scanner PET (Tomografia por Emissão de Positrões)                                                    as alterações da estrutura morfológica,
Medicina Nuclear, maioritariamente mé-                                                                                                                     porque essas são observadas através
dicos, físicos, farmacêuticos e técnicos de      no Porto, em Coimbra e em Lisboa. Quem                   AS TRÊS VERTENTES                                da Ressonância e da TAC – Tomografia
diagnóstico e terapêutica. A SPMN tem uma        dinamizava essa actividade eram os físicos                                                                Axial Computorizada. Até aparecer uma
                                                                                                          FUNDAMENTAIS DA MEDICINA
importante acção como ponto de encontro          que, continuamente, dirigiram os laborató-                                                                alteração anatómica, tem que haver
                                                                                                          NUCLEAR
de especialistas, de discussão de problemas      rios até por volta da década de 90. A Radio-                                                              uma disrupção ou uma alteração mo-
da especialidade, não só técnicos e logís-       logia e a Radioterapia trabalham com Raios               Estudos Morfológicos e Funcionais: É             lecular na ordem dos 30 a 40 por cento,
ticos, mas também científicos. “É, aliás,        Gama, em fontes seladas em ampolas, ao                   uma imagiologia em que é injectado um            para ser visível”, garante. Questionado
o fórum de excelência para discussão.            passo que a Medicina Nuclear opera com                   fármaco marcado com um traçador radio-           sobre o posicionamento da especialidade
Existem em Portugal cerca de 70 espe-            fontes não seladas, de radioactividade ao                activo. Depois, com um aparelho a que cha-       de Medicina Nuclear daqui a uma década,
cialistas na área e uma rede planeada, a         vivo, elemento distintivo. “Ainda nos anos               mamos câmara-gama ou, se for um emissor          Jorge Gonçalves Pereira, presidente da di-
nível hospitalar, com a qual eu colaborei        80, a Radioterapia e a Medicina Nuclear                  de positrões, com uma câmara PET, vamos          recção da SPMN, prevê que o PET e a Ima-
mutuamente com a Direcção-Geral de               cindiram-se e nasceu, então, a especia-                  rastrear a distribuição desse fármaco no         gem por Positrões cresçam, assim como a
Saúde”, certifica, acrescentando: “Eu acho       lidade de Medicina Nuclear, na qual eu                   organismo humano. Conforme aquilo que            vertente da Cardiologia Nuclear, que está
que o Estado deve ter em conta uma boa           ingressei no segundo ano em que o                        eu queira ver, eu prescrevo o fármaco para       muito pujante, e a vertente terapêutica de
distribuição dos serviços da especiali-          internato funcionou. Era uma aven-                       ser administrado nesse doente, uma acção         Radioterapia Metabólica. “Provavelmente
dade em todo o país, tendo em conta as           tura, porque ninguém sabia muito                         decorrente na análise não só do aspecto          outras áreas seguirão a tendência de
reais necessidades, assegurando uma              bem o que isto representava em                           morfológico, mas sobretudo do aspecto            crescimento, mas estas certamente que
acção reguladora e não se sobrepondo             termos de trabalho médico”, recorda                      funcional.                                       crescerão”, reitera.
à iniciativa privada. Como presidente da         Jorge Gonçalves Pereira.                                 Exames Sem Imagem: Se eu padronizar
SPMN tenciono intervir, para catalisar e         A especialidade de Medicina Nuclear                      a actividade que dou ao doente e depois
discutir a regulação com a tutela, a DGS,        cresceu de tal forma desde os Anos 80                    quantificar o órgão-alvo onde o radiofár-
numa perspectiva construtiva e de in-            que ele próprio teve a felicidade de as-                 maco se vai fixar, ao longo do tempo, te-
tervenção”.                                      sistir, de trabalhar e acompanhar toda a                 nho aspectos funcionais. Posteriormente,
                                                 evolução: “Estou na Medicina Nuclear                     fazemos exames, como por exemplo os de
UM POUCO DE HISTÓRIA                             desde 1983 e sinto que a nossa tem                       Cinética de Ferro, Quantificação de Volume
                                                 elegância, um aspecto fantástico,                        Plasmático, Quantificação da Taxa de Filtra-
Até aos anos 60 considerava-se a Radiolo-        porque permite ver as alterações                         ção Glomerular com Crómio-EDTA, que é
gia, a Radioterapia e a Medicina Nuclear, ain-   micro, antes de se tornarem macro,                       um produto que é filtrado nos rins.
da não conhecida como tal, como um todo.         considerando a biodistribuição mo-                       Radioterapia Metabólica: Usamos os
Nessa época, a Radiologia separou-se, dan-       lecular, o que é surpreendente. A                        isótopos para verificar, numa fase inicial, se
do origem ao advento dos Radioisótopos – a       vivência constante com os avanços                        determinado tipo de lesões tem fixação e,
Radioterapia e a Medicina Nuclear. Fazia-se      da área condicionam um desafio                           de seguida, administramos maiores activi-
a aplicação de radioisótopos à medicina em       permanente. Nesse aspecto sou um                         dades com objectivos terapêuticos.                    Imagem do cérebro de um exame PET
laboratórios das faculdades de Medicina,         privilegiado”.                                           A Medicina Nuclear é, do ponto de vista da            Autor: Jens-Langner | Fonte: Wikipédia
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    Acção Europeia Sobre as Drogas




IDT - INSTITUTO DA DROGA E TOXICODEPENDÊNCIA

NOVAS VISÕES PARA UM ANTIGO FENÓMENO
João Goulão, presidente do Instituto da Droga e Toxicodependência (IDT), em entrevista à revista País Positivo, destaca os esforços que têm sido
envidados ao longo da última década na mitigação do fenómeno da adição, patente na toxicodependência e no alcoolismo, e realça a importân-
cia da afirmação de uma estratégia de proximidade na redução destes elementos.



C
        onsciente de que Portugal se en-     pela Lei n.º 30/2000 de 29 de Novem-
        contrava, na década de 90, entre     bro, trouxe coerência tanto à identifica-
        os países com a situação mais        ção do problema, a montante, como do
crítica em termos de consumo, marca-         encaminhamento e terapêuticas, a ju-
do por uma forte incidência da heroína,      sante, o presidente do IDT está focado
João Goulão congratula-se pela inver-        na melhoria contínua dos serviços. So-
são dos factos, ainda que muitas das         bre o advento das multiformes drogas
conquistas não tenham sido, necessa-         sintéticas, considera que se trata, con-
riamente, consensuais. O que é certo é       tinuamente, de “tentar acertar num
que as profundas marcas deixadas na          alvo em movimento”, não descurando,
sociedade levaram a uma consciencia-         ainda assim, a sua referenciação como
lização assertiva dos indivíduos face a      um passo para compreender os pa-
comportamentos de risco, uma mudan-          drões de consumo, sobretudo ao nível
ça de que não se alhearam pais e edu-        da população mais jovem. O presidente
cadores, famílias e demais estruturas        do IDT anuncia, ainda, que está em cur-
sociais. A construção de um modelo           so a realização de inquéritos às escolas,
humanista era o ponto de partida para        no sentido de estudar o fenómeno da
a necessária transformação, construída       toxicodependência e definir estratégias
a cada dia, passo a passo.                   futuras de actuação, uma medida que
Considerando que a descriminalização         será alargada à população em geral an-
                                                                                         João Goulão, Presidente do IDT
do consumo de drogas, configurada            tes do final do Verão.
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     Acção Europeia Sobre as Drogas




R12 | CENTRO DE RECUPERAÇÃO
UNIDOS PELO TRATAMENTO DA DOENÇA MAIS “DEMOCRÁTICA” DO MUNDO
O fenómeno da adição atravessa, transversalmente, todas as sociedades, todos os meios sociais e todo o género de pessoas. Luís Sottomayor,
director administrativo do R12, acredita que as dependências – as de substâncias e as de comportamentos – são mutáveis de acordo com um
comportamento colectivo que dita as tendências de consumo, exigindo uma resposta global e humanizada, imagem de marca deste centro de
recuperação.




N
         ascido em 1996, o R12 foi um                                                           liação inicial em termos de consumos, uma      actividades complementares dão-nos
         projecto levado a cabo, à época,                                                       avaliação médica e também uma avaliação        a possibilidade de trabalhar diversos
         por quatro técnicos que já tinham                                                      psicológica, porque, muitas vezes, para        aspectos sociais, como a assertividade,
trabalhado num centro de tratamento que                                                         além dos problemas ligados às adições, apa-    as dificuldades de comunicação e de re-
utilizava o Modelo Minnesota como meto-                                                         recem casos de desvios comportamentais         lacionamento, a confiança e a gratidão”,
dologia de intervenção. Hoje em dia já não                                                      a montante, que configuram um quadro           refere a psicóloga clínica Sylvie Pacheco, na
trabalha na R12 nenhum dos fundadores.                                                          de duplo diagnóstico. “Estas avaliações        perspectiva da restituição da capacidade de
“Eu entrei como sócio em 2001, parti-                                                           são muito importantes, porque a nossa          inter-socialização ao paciente.
lhando da visão inicial dessas quatro               Sylvie Pacheco, Psicóloga Clínica, e Luís
                                                                                                abordagem vai ser diferente para cada          O R12 | Centro de Recuperação, capacitado
pessoas, que acreditaram que esta                   Sottomayor, Director Administrativo         caso. Depois, já ao nível da intervenção       para acolher um máximo de 22 pacientes,
abordagem ia ao encontro das suas              Consciente de que a adição está referencia-      casuística, se necessário, o paciente é su-    assenta a sua lógica terapêutica num pro-
convicções, aportando benefícios muito         da como uma doença bio-psico-social, o que       jeito a uma desintoxicação, durante uma        grama relativamente curto, entre três a seis
grandes quer para os pacientes, ao nível       quer dizer que são os factores biológicos,       semana a dez dias. Durante os primeiros        meses, desenvolvido em local seguro, numa
do seu bem-estar e equilíbrio, quer para       psicológicos e sociais que, isoladamente         dias estabelecemos a fase de integra-          abordagem muito intensa, com rácios de
a sociedade”, evoca Luís Sottomayor, refe-     ou concorrendo entre si, ditam o caminho         ção, onde o fenómeno de identificação          cinco a seis pacientes por terapeuta. “O
rindo que a metodologia inicial ainda hoje é   da dependência, o R12 está focado na recu-       é importantíssimo para o rumo futuro           processo de tratamento aporta o envol-
utilizada, embora com instrumentos e com       peração efectiva, recorrendo a uma equipa        do tratamento”, indica Sylvie Pacheco,         vimento com a família, porque esta do-
estilos de abordagem que evoluíram com         multidisciplinar composta por médicos,           psicóloga clínica. A terapeuta revela que a    ença provoca danos não só no indivíduo,
a experiência consolidada ao longo de 15       psiquiatras, psicólogos e outros terapeutas.     maioria das pessoas quando chega ao R12        mas também no seio familiar, o que faz
anos de actividade.                            Quando um paciente entra, é feita uma ava-       pensa que é única e que o seu problema é       com se crie uma relação disfuncional”,
                                                                                                exclusivo. “Através do grupo os pacientes      revela a psicóloga clínica. Luís Sottomayor
                                                                                                percebem que aquilo que se passa com           destaca que o processo terapêutico envolve
                                                                                                eles, independentemente da substância          uma fase de internamento de três meses, no
                                                                                                de escolha, é o mesmo fenómeno que             mínimo, complementado por um programa
                                                                                                acontece com toda a gente”, concretiza.        de acompanhamento, em regime ambu-
                                                                                                “Desenvolvemos um programa inteira-            latório, com a duração de nove meses, já
                                                                                                mente livre de dependências. Quando            incluído no valor do tratamento. O acompa-
                                                                                                estabelecemos um processo de recu-             nhamento individual dos pacientes e seus
                                                                                                peração, à luz deste princípio, conse-         familiares assenta numa base semanal, nos
                                                                                                guimos facilmente perceber que há um           primeiros três meses, quinzenal no segun-
                                                                                                caminho de potencial sucesso, tendo no-        do trimestre e mensal no restante período.
                                                                                                ção de que esta é uma doença que, sendo        Crendo que não existem fórmulas mágicas
                                                                                                crónica, apresenta recaídas, como uma          para a resolução dos problemas de adição,
                                                                                                das suas características”, certifica Luís      questionamos se o director administrativo,
                                                                                                Sottomayor. Nesta base são privilegiados       Luís Sottomayor, e a psicóloca clínica, Sylvie
                                                                                                a Terapia de Grupo e o Acompanhamento          Pacheco, se continuam a surpreender, com
                                                                                                Individual. A abordagem personalizada é        os casos notáveis que fogem à replicação
                                                                                                muito importante, porque a relação de con-     comportamental. “Eu diria que, por vezes,
                                                                                                fiança entre o paciente e o terapeuta tem de   ainda nos continuamos a surpreender.
                                                                                                ser incrementada, na base do princípio de      Não só por determinado tipo de com-
                                                                                                que há assuntos que o paciente não se sente    portamentos, que por muito que já nos
                                                                                                à vontade para expor ao grupo. “Incita-se      tenhamos cruzado com milhares deles,
                                                                                                a partilha de danos e sentimentos, sem-        há sempre um diferente, que aparece
                                                                                                pre numa perspectiva de reciprocidade          com um aspecto que nos faz questio-
                                                                                                mas cada paciente tem o seu tempo e o          nar sobre um determinado comporta-
                                                                                                seu espaço, que têm de ser respeitados”,       mento”, assegura Luís Sottomayor, numa
                                                                                                explica o director administrativo.             opinião comprovada por Sylvie Pacheco:
                                                                                                Há um conjunto de actividades terapêuti-       “Costumo dizer que não é a equipa que
                                                                                                cas implementadas, como palestras psico-       realmente resolve um problema - a equi-
                                                                                                educativas, filmes, aulas de biodança e        pa ajuda a que o paciente encontre, ele
                                                                                                sessões de relaxamento, para aquisição de      mesmo, uma forma de se ajudar a si pró-
                                                                                                técnicas a que os pacientes possam recor-      prio a resolver o problema”.
                                                                                                rer em momentos de ansiedade, ganhando
                                                                                                consciência de que é possível encontrarem
                                                                                                um estado de paz na abstinência. “Estas        LER NA ÍNTEGRA EM WWW.PAÍSPOSITIVO.ORG
TURISMO | PAÍS POSITIVO
   INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO                              38

     Parque NaturaL do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina




                                                                 TURISMO

                                                 Vocação emergente de um país que tem tradição de bem receber, o Tu-
                                                 rismo é um dos desafios que envolve diversos agentes na promoção do
                                                 património natural, histórico e cultural, de entre outros elementos distinti-
                                                 vos. O Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina é um dos
                                                 últimos refúgios da Natureza, que urge ser preservado, à luz de políticas de
                                                 desenvolvimento sustentável. E porque está a chegar o Verão e as férias,
                                                 conheça alguns parques temáticos que farão as delícias de toda a família.


CÂMARA MUNICIPAL DE VILA DO BISPO

À DESCOBERTA DE NOVOS MUNDOS
Viajamos até ao extremo Sudoeste do nosso país para conhecer Vila do Bispo e os encantos que encerra, a integração no Parque Natural do
Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina e os desafios do desenvolvimento sustentável, baseados na potenciação do património natural, histórico
e cultural. Adelino Soares, Presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo, é o nosso entrevistado.



M
            uito mais do que sol e praia
            e clima ameno, Vila do Bispo
            tem orientado a sua estraté-
gia turística na diversificação da oferta
ao longo de todo o ano, apontando o
azimute a novos mercados, no sentido
de descobrir um renovado perfil de tu-
ristas. “O que queremos potenciar é
transversal a todos os concelhos que
integram o Parque Natural do Sudo-
este Alentejano e Costa Vicentina,
que é desenvolver o Turismo de Na-
tureza. Já começámos a desenvolver
essa actividade com o Festival de Bir-
dwatching (observação de aves) que
realizámos pela primeira vez no ano
passado. Correu muito bem e quere-
mos tornar o evento internacional.
Tivemos apoios não só institucio-
nais, mas também de privados, que
quiseram investir neste evento”, afir-
ma o presidente. O Turismo de Natu-
reza encontra, igualmente, uma oferta
privilegiada no pedestrianismo e do ci-
cloturismo, de entre outras actividades.
“Ao nível do birdwatching estamos a
falar de um turista de classe média /
média-alta, o que é muito bom para
nós. E há um outro aspecto muito
importante. Este turista não vem na
época alta, contrariando assim a ten-
dência de sazonalidade. Este é um
                                                                         Adelino Soares, Presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo
dos sectores em que vamos apostar
fortemente, porque queremos ser o
hotspot a nível nacional”, revela.                             ao nível da Botânica, na zona do Cabo                  menires do país e uma das maiores         mais emblemáticos faróis da costa por-
Há muitos turistas que visitam o con-                          de São Vicente existem cinco espécies                  da Europa. Isto significa que esta        tuguesa, ambos registando a presença
celho de Vila do Bispo pela riqueza do                         vegetais únicas no mundo.                              zona já foi muito povoada, pela sua       de milhares de turistas durante todo
património geológico, presenciando,                            O autarca aponta a História, a da epo-                 riqueza. Não nos podemos esquecer,        o ano, o que os torna dois dos pontos
in loco, as eras geológicas que se suce-                       peia universal dos portugueses e to-                   igualmente, que foi deste sítio que       mais visitados do país. “Temos, igual-
deram ao longo dos milénios. “Produ-                           das as anteriores evocações, como um                   partiram os nossos grandes desco-         mente, o Forte do Beliche, um espaço
zimos documentação e estamos a                                 grande trunfo na afirmação de uma                      bridores”. Em termos do património        que também queremos potenciar e
trabalhar em parceria com alguns                               oferta cultural de excelência: “Temos                  edificado, para além de muitas igrejas    que está em fase final de passagem
professores Universitários para co-                            vestígios da ocupação romana, ára-                     e capelas, o concelho de Vila do Bispo    para a posse da Câmara Municipal de
meçar a potenciar esta riqueza”,                               be e de povos anteriores, nomea-                       congrega a Fortaleza de Sagres e o Cabo   Vila do Bispo”, anuncia.
anuncia Adelino Soares, referindo que                          damente a maior concentração de                        de São Vicente, onde se situa um dos      “Temos uma característica muito
PROPOSTAS
forte em termos turísticos, a Gas-        tipo de turista que vê aqui uma porta       porque tem duas costas, a Oeste e a               TURÍSTICAS DO PRESIDENTE
tronomia, um elemento que atrai ao        aberta para que possa aceder àquilo         Sul. Queremos construir um centro        Em visita ocasional ou planeada, para além de
concelho de Vila do Bispo milhares        que muitas vezes era um obstáculo”,         de alto rendimento ligado aos des-       poder ficar hospedado num bom hotel, aconse-
de visitantes todo o ano. Verifica-se     sublinha Adelino Soares.                    portos náuticos. O mergulho, por         lho a visitar a Fortaleza de Sagres, o Cabo de S.
uma grande procura do percebe, que        A par com os empreendimentos turísti-       exemplo, permite descobrir muitos        Vicente e o Forte do Beliche, bem como a Er-
é um marisco muito tradicional desta      cos de luxo, novos e requalificados, Vila   dos vestígios subaquáticos de nau-       mida da Guadalupe que, materializando o único
                                                                                                                               elemento gótico do concelho, é o lugar onde me-
zona. Cresce nas escarpas que com-        do Bispo apresenta um outro projecto        frágios decorrentes de batalhas na-
                                                                                                                               ditava o Infante D. Henrique. Recomendo uma
põem a maioria da nossa linha de          emblemático de reabilitação de patri-       vais aqui travadas na I e na II Guerra
                                                                                                                               visita aos três emblemáticos territórios de mar
costa e é muito difícil de apanhar. A     mónio edificado - o de uma aldeia an-       Mundial. Temos muitos projectos, al-     de Burgau, Salema e Sagres. No nosso concelho
gastronomia tem um potencial enor-        tiga, Pedralva, que estava abandonada.      guns dos quais ligados ao Programa       é possível contactar com a Natureza em bruto e
me, é uma área que está a ser explo-      Um investidor comprou diversas casas,       Polis, sendo que um deles é a recupe-    conhecer inúmeras espécies de aves e de plan-
rada há muitos anos e nós queremos        ao longo do tempo, e recuperou-as. “Em      ração do porto de pesca da Baleeira,     tas, visualizar cetáceos e usufruir de vistas desa-
potenciar com a maior qualidade.          qualquer um dos espaços, as pessoas         onde tencionamos construir um por-       fogadas em falésias com cem metros de altura
Produzimos, igualmente, ostras, a         estão em pleno contacto com a na-           to de recreio”.                          num território seguro. Quem tiver boa condição
                                                                                                                               física, pode aventurar-se em caminhadas e BTT,
maior parte das quais é exportada         tureza, um autêntico SPA natural e é        Fomos grandes quando nos virámos
                                                                                                                               em múltiplos percursos, numa total liberdade de
para o exigente mercado francês, o        nisto que somos diferentes do resto         para o mar. Nas últimas décadas virá-    movimentos. Depois dos passeios, delicie-se
que atesta a qualidade dos nossos         do Algarve, onde se verificou uma           mo-nos para a Europa e tornámo-nos       com o melhor da gastronomia local, onde não
recursos”, afirma o presidente.           massificação urbana e turística”,           periféricos. Está na hora de ver o mar   falta a tradicional caldeirada. E já agora, por curio-
A passos largos da época balnear, Vila    atesta o presidente.                        como ele é, com um potencial enorme.     sidade, fique a saber que Sagres, para além de
do Bispo apresenta muitas praias com      A riqueza ligada à parte marítima, ao ní-   “Queremos criar um centro de inves-      ter a maior extensão de costa do país, possui a
Bandeira Azul, que não teve durante       vel do pescado e do marisco, da anima-      tigação científica ligado à biologia     lota com mais diversidade de peixe.
                                                                                                                               Assumimo-nos como ‘O Centro das Descober-
muitos anos, para além de uma Praia       ção marítimo-turística e dos desportos      marinha e temos universidades do
                                                                                                                               tas’, uma assinatura que remete para o passado,
Acessível, dotada de equipamentos de      náuticos, sobretudo surf, windsurf, vela    Norte da Europa interessadas em fa-
                                                                                                                               para o ponto de partida dos descobrimentos,
apoio às pessoas com deficiência. “Esta   e mergulho, é vista como estratégica e      zer investigação no nosso concelho.      e para o futuro, para o desejo incessante de
é uma questão importantíssima, não        algo a potenciar continuamente ao lon-      Queremos fazer parcerias com a Uni-      descoberta. À descoberta da natureza, da gas-
só ao nível do que se faz no territó-     go do ano: “Este concelho tem uma           versidade do Algarve, para investigar    tronomia, da história e de si. Visite-nos e venha
rio, mas também para cativar este         vantagem em relação aos limítrofes,         o território e a biodiversidade”.        descobrir-nos!
TURISMO | PAÍS POSITIVO
    INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO                              40

     Parque NaturaL do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina




CÂMARA MUNICIPAL DE ALJEZUR

A NATUREZA TORNADA MARCA DE QUALIDADE
Aljezur é um município do litoral, com fortes raízes no interior e integrante do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, onde a
valorização da beleza natural, da biodiversidade e do ambiente constituem um legado de sucessivas gerações. Dotado de uma apetência muito
particular para o sector turístico, enquadrado numa perspectiva sustentável, o concelho aposta na diversificação desta oferta, complementada
com uma forte aposta na produção local, como nos revela José Amarelinho, Presidente da Câmara Municipal de Aljezur.



                                                                                                                                                        ponto de vista natural, temos das me-
                                                                                                                                                        lhores praias para oferecer, tanto em
                                                                                                                                                        termos de estância, como da prática do
                                                                                                                                                        surf, do mergulho e da animação marí-
                                                                                                                                                        timo-turística”, congratula-se o edil. Há,
                                                                                                                                                        depois, uma série de actividades, que têm
                                                                                                                                                        que ver com a agricultura, que são muito
                                                                                                                                                        interessantes, na opinião de José Amareli-
                                                                                                                                                        nho. Neste caso, a batata-doce assume um
                                                                                                                                                        tremendo protagonismo, mas no Plano
                                                                                                                                                        de Ordenamento do PNSACV não aparece
                                                                                                                                                        uma única discriminação positiva em rela-
                                                                                                                                                        ção ao cultivo da mesma. “Faz-se a apolo-
                                                                                                                                                        gia de uma cultura intensiva e em rela-




                                                                                                                                                               UM ROTEIRO DO PRESIDENTE

                                                                                                                                                        Chegado a Aljezur é convidado desde logo a
                                                                                                                                                        percorrer e a perder-se pela zona histórica.
                                                                                                                                                        A subida ao castelo é imprescindível. Até lá
                                                                                                                                                        chegar impõe-se que passe pela Associa-
                                                                                                                                                        ção de Defesa do Património e que visite o
                                                                                                                                                        Museu Etnográfico, o Museu Arqueológico,
                                                                                                                                                        o Museu Antoniano e a Casa Pintor José
     José Amarelinho, Presidente da Câmara Municipal de Aljezur                                                                                         Cercas. Ao descer, o turista poderá visitar a
                                                                                                                                                        Praia da Amoreira, a Praia do Monte Clérigo



E
                                                                                                                                                        e Arrifana. Uma outra sugestão é que visi-
        vocar a actividade turística susten-                   origens e as pessoas encontram quali-         litoral, mas que tem todas as caracte-
                                                                                                                                                        te a zona nobre da vila de Aljezur, a Igreja
        tável em Aljezur é, sobretudo, falar                   dade de vida. Quem nos visita encontra        rísticas do interior, o que permite uma    Matriz e não deixe de ir a uma galeria de
        de empreendimentos turísticos de                       essa diferença em aspectos distintivos        complementaridade da nossa oferta.         referência da cultura, que é o Espaço Mais,
pequena dimensão que pretendem dar                             do ponto de vista histórico, cultural,        Temos uma grande preocupação que é         que já recebeu nomes como Paula Rego e
uma resposta personalizada ao turista,                         patrimonial e etnográfico, para além          a de atrair empreendedores e potenciar     Chichorro, de entre muitos outros artistas.
numa óptica de nicho e não de massifica-                       de uma componente ambiental e de              o empreendedorismo local, com vista a      O espaço dinamiza uma iniciativa muito
ção. “No município de Aljezur existe uma                       biodiversidade muito fortes”.                 criar postos de trabalho”, assegura.       interessante denominada Desconversas,
                                                                                                                                                        onde já participaram nomes com Marinho
rede muito interessante e muito signifi-                       Considerando que é um orgulho fazer par-      “A beleza natural, a biodiversidade e o
                                                                                                                                                        Pinto e José Miguel Júdice, mas que tem
cativa de Turismo de Natureza e de Tu-                         te do Parque Natural do Sudoeste Alente-      ambiente foram mantidos pelos nossos
                                                                                                                                                        o seu ponto alto na Exposição anual Arte-
rismo em Espaço Rural. Tratam-se de                            jano e Costa Vicentina (PNSACV), José         cidadãos. É este legado que queremos       Dentro da exclusiva “responsabilidade” dos
pequenas unidades hoteleiras que têm                           Amarelinho não deixa de criticar o modelo     deixar para os nossos filhos e para os     artistas locais. Quem tiver escolhido a zona
a capacidade de chamar até nós muita                           de gestão e regulamentação para o PNSA-       nossos netos, porque é esta a nossa        de Rogil e Odeceixe, que tem uma praia im-
gente, conseguindo ter uma ocupação                            CV, que não prevê uma discriminação po-       marca de qualidade, enquanto inte-         ponente, poderá visitar o Moinho de Odecei-
estável quase todos os fins-de-semana,                         sitiva em relação a factores estruturantes,   grantes do Parque Natural do Sudoeste      xe e a adega local. No Rogil vale a pena o
ao longo do ano, contrariando a tendên-                        como as actividades económicas, culturais     Alentejano e da Costa Vicentina. Rece-     turista deter-se nos trilhos junto à costa e
                                                                                                                                                        pernoitar numa das ofertas de turismo rural
cia de sazonalidade”, afirma o presidente,                     e patrimoniais, quer em termos de edifi-      bemos turistas nacionais, vindos de
                                                                                                                                                        que por lá existe. Mais a Sul, vale muito a
assegurando: “É uma actividade extre-                          cação, quer em termos de acessibilidades.     todo o país, e estrangeiros, sobretudo     pena entrar na Bordeira, que é sede de fre-
mamente rentável e muito interessante                          “Compatibilizar é propiciar que nos           da Europa. Captámos já turistas do Nor-    guesia, para além de uma aldeia muito típica
para nós. Complementarmente, existe                            possamos desenvolver de forma sus-            te da Europa, que são apaixonados pelo     e bonita, indo depois à Carrapateira para se
uma multiplicidade de actividades ao                           tentável. Nós aspiramos à qualidade           pedestrianismo e que vão palmilhando       deslumbrar com a paisagem e com o Mu-
ar livre que estão associadas a projec-                        de vida, para fixar a nossa população,        toda a Costa Vicentina, do Burgau até      seu do Mar e da Terra. Poderá percorrer o
tos empresariais e associativos, como o                        nomeadamente os mais jovens, para             Sines. Este é, realmente, um factor dis-   Pontal e deliciar-se com a Praia do Amado,
                                                                                                                                                        onde pode aprender a fazer surf. Sugiro
surf e os passeios pedestres, nomeada-                         que possam regressar depois de irem           tintivo de tudo o que tem que ver com
                                                                                                                                                        como repasto o robalo escalado num dos
mente os associados à Rota Vicentina.                          estudar, necessariamente, para fora           produto turístico. E era isto que nós
                                                                                                                                                        restaurantes locais.
Vive-se um ambiente de regresso às                             do concelho. Somos um município do            queríamos promover ainda mais. Do
ção a cultura tradicional de um produto                                                                                                 dos melhores sítios do mundo para vi-
autóctone, com Selo de Indicação Geo-                                                                                                   ver e para trabalhar. As oportunidades
gráfica Protegida, não se faz uma única                                                                                                 passam muito pelo turismo, um turis-
discriminação positiva. O regressar à                                                                                                   mo que é contrário à massificação”,
agricultura tem de vir de um apelo e
                                             NÃO ASPIRAMOS A TER UMA GRANDE CAPACIDADE                                                  revela José Amarelinho, acrescentando, a
é esse apelo que nós fazemos. Tempo          INDUSTRIAL, MAS A ZONA INDUSTRIAL DE ALJEZUR                                               finalizar: “Ainda não temos biblioteca,
haverá em que regressaremos à cultu-         É UM BOM EXEMPLO DAS CONDIÇÕES DADAS À FIXA-                                               mas em contrapartida temos piscinas
ra do amendoim, que foi, outrora, uma                                                                                                   municipais, um bom pavilhão gimno-
importante mais-valia agrícola”, acres-
                                             ÇÃO DE EMPRESAS. SERIA ÓPTIMO CONJUGAR AS                                                  desportivo, campo relvado, um pavi-
centa. Apesar destes desafios, o autarca     CONDIÇÕES OFERECIDAS COM UMA BOA ESTRATÉGIA                                                lhão de feiras e exposições que inau-
revela que tem havido um interesse cres-     DE EMPREENDEDORISMO, LIGADA À AGRICULTURA, À                                               gurámos no ano passado e três Centros
cente na agricultura biológica, que moti-                                                                                               Escolares de excelência. Temos todo
va a realização semanal de um Mercado        PESCA, AO TURISMO EM ESPAÇO RURAL E AO TURIS-                                              um leque de outras infra-estruturas
do Agricultor, todos os sábados.             MO DE NATUREZA, DE UMA FORMA AMBIENTALMENTE                                                que desejamos potenciar e um Circui-
“Aljezur é uma janela de oportuni-                                                                                                      to Histórico-Ambiental que vamos im-
dades”, na opinião de José Amarelinho.
                                             RESPONSÁVEL                                                                                plementar. Pugnaremos sempre para
“Não aspiramos a ter uma grande                                                                                                         manter o equilíbrio, porque crescimen-
capacidade industrial, mas a Zona                                                                                                       to e desenvolvimento são paradigmas
Industrial de Aljezur é um bom exem-                                                                                                    completamente diferentes, e a nossa
plo das condições dadas à fixação de                                                                                                    meta é a sustentabilidade. Não pode-
empresas. Seria óptimo conjugar as           tronomia é um factor identitário e distin-    tival da Batata Doce de Aljezur, realizado   mos é de facto continuar à mercê dos
condições oferecidas com uma boa             tivo muito importante, sobretudo ao nível     todos os anos e que a rede de restauração    tecnocratas do costume que a partir
estratégia de empreendedorismo, li-          do pescado e do marisco, de entre outros      tão bem promove.                             de Lisboa, nos impõem regras cegas e
gada à agricultura, à pesca, ao turismo      pratos como os confeccionados à base de       “As pessoas que chegam até nós dizem         absurdas como foi o caso recente deste
em espaço rural e ao turismo de natu-        batata-doce, um ingrediente de tal forma      que ficam encantadas. As pessoas que         novo Plano do PNSACV, ou as portarias
reza, de uma forma ambientalmente            importante do ponto de vista histórico a      aqui trabalham e que aqui vivem con-         da Pesca Lúdica que roçam o infame”,
responsável”, acrescenta o autarca. A gas-   nível local que serve de inspiração ao Fes-   sideram que este é, provavelmente, um        conclui.
TURISMO | PAÍS POSITIVO
   INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO                                42

     Parque NaturaL do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina




CÂMARA MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM

CERROS DE MIL E UM ENCANTOS
Município milenar, eleito pelos Celtas, Romanos e Árabes, pela sua importância estratégica na região, Santiago do Cacém teve um papel chave
na Reconquista Cristã e pertenceu à Ordem de Santiago. Vítor Proença, presidente da Câmara Municipal, evoca a História e as riquezas do
património natural e cultural, no ano em que se comemora o nascimento do escritor Manuel da Fonseca, um ilustre filho da terra.




E
         nvolto por pinheiros mansos e                                                                        uma janela de oportunidades. “Não é         e um sonho antigo do guitarrista”.
         bravos, carvalhos e sobreiros, que                                                                   por acaso que estamos com bons in-
         lhe conferem uma frescura carac-                                                                     vestimentos no sector hoteleiro, so-        CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE
terística, que faz acreditar estarmos num                                                                     bretudo de média dimensão, muito            MANUEL DA FONSECA
Alentejo diferente, Santiago do Cacém é                                                                       interessantes. O Turismo em Espaço
um concelho cujas estórias se perdem na                                                                       Rural e o Turismo de Natureza têm           Comemora-se este ano, a 15 de Outubro,
História. Pioneiro em muitos aspectos,                                                                        aqui um futuro muito significativo”,        o centenário do nascimento de Manuel
de entre os quais o facto de ter sido lá                                                                      perspectiva.                                da Fonseca. “O poeta, o prosador, o
registado o primeiro automóvel em Por-                                                                        Apoiando os investimentos que se têm        contador de histórias, o amigo e o
tugal – um Panhard – propriedade dos                                                                          concretizado do ponto de vista indus-       homem que com a sua ironia e com a
Condes d’Avillez, Santiago do Cacém tem                                                                       trial, que colocam o concelho no cami-      sua bondade, mas também com o seu
um posicionamento central no Litoral                                                                          nho do progresso, a Câmara Municipal        sarcasmo, tinha como que um bisturi
Alentejano. É o município mais populoso                                                                       de Santiago do Cacém tem dedicado           para analisar a sociedade portugue-
da região, o maior centro administrativo                                                                      uma atenção muito grande ao centro          sa”, apresenta Vítor Proença, confessan-
                                                                   Vítor Proença, Edil de Santiago do Cacém
e é o único que tem, em todo o Alente-                                                                        histórico da cidade homónima. “Está a       do: “Eu costumo dizer que o Manuel
jo, duas cidades – Santiago do Cacém e                         comenda de uma princesa de origem bi-          decorrer uma intervenção na Tapada          nos faz muita falta no tempo que cor-
Santo André. “O município destaca-se                           zantina chamada Vataça Lascaris, aia da        do Palácio dos Condes d’Avillez, a par      re, porque era um homem respeitado
nestes 150 quilómetros de costa, que                           Rainha Santa Isabel, quando esta, como         da recuperação do Passeio Romântico         e admirado por todos. Sentíamos uma
vão desde Tróia até Odeceixe, como o                           Isabel de Aragão, veio para Portugal para      dos Romeirinhas, que circunda todo o        certa nostalgia quando tínhamos de
grande centro patrimonial, histórico                           desposar D. Dinis. “Vataça Lascaris Foi        perímetro do Castelo Medieval”, re-         terminar um encontro, fosse a que
e cultural. É o único município alente-                        donatária de Santiago do Cacém e ofe-          vela o presidente adiantando que estas      hora fosse”.
jano e o único a Sul do Tejo com um                            receu a Santiago, entre outros, uma            obras de qualificação estão orçadas em      Parte da obra do autor está editada. De-
acordo de irmandade, de geminação,                             peça notável - um relicário do Santo           2,5 milhões de euros, ao abrigo de um       pois do seu falecimento, o irmão Artur,
com Santiago de Compostela. O mu-                              Lenho, com partes da madeira da Vera           programa com financiamento comu-            que está vivo e mora no concelho de San-
nicípio de Santiago do Cacém teve                              Cruz, onde Cristo foi crucificado, que         nitário designado por Parcerias para a      tiago do Cacém, conseguiu a publicação
ganhos com este acordo estabelecido                            permanece na cidade. Doou ainda à              Regeneração Urbana – Desenvolvimento        de novas edições, que eram inéditas para
com essa cidade notável da Galiza, que                         terra o alto-relevo da Igreja Matriz,          Urbano, do InAlentejo que abrange tam-      o grande público, sendo que algumas
é Património Mundial, e faz jus à sua                          representado Santiago a combater os            bém um projecto chamado ‘Acolhimento        tinham saído em crónicas de jornais. As
História e identidade, a partir deste                          Mouros, que é, provavelmente, segun-           a Miróbriga’, na envolvente da antiga ur-   comemorações iniciaram-se com o lan-
cerro alto que Manuel da Fonseca des-                          do os entendidos, a mais bela peça es-         bis romana. “Estamos neste momento          çamento por parte dos CTT – Correios
crevia como o ‘Cerro Maior’, imagem                            cultórica do Gótico português”, como           com um investimento de cerca de dez         de Portugal de um selo evocativo do
de marca de toda a costa alentejana”,                          nos conta Vítor Proença.                       milhões de euros na cidade de Santo         centenário, que já está em circulação.
evoca o edil.                                                                                                 André, uma qualificação completa            “Entretanto estão a ser organizadas
Santiago do Cacém tem uma beleza fan-                          UMA TERRA ONDE O                               ao abrigo do Polis XXI, enquadrado          novas iniciativas, já que entendemos
tástica, oferecida pelas colinas e cerros                      BEM-ESTAR IMPERA                               no programa Regeneração Urbana”,            que Manuel da Fonseca ultrapassa as
– o Cerro da Inês, o Cerro da Guarita, o                                                                      acrescenta Vítor Proença.                   fronteiras de Santiago do Cacém, pelo
Cerro Maior o do C astelo, retratado por                       “Ter qualidade de vida é, sobretudo,           A cultura é um valor muito presente no      que em breve vamos tornar público o
Manuel da Fonseca, o Cerro da Forca,                           usufruir de uma boa natureza e de              concelho e um investimento que o pre-       programa, que é ambicioso, audacio-
onde em tempos que já lá vão, há muitos                        um bom ambiente, é ter emprego e               sidente da Câmara Municipal tem muito       so, e envolverá parcerias com outros
séculos, eram executados os alvos da In-                       rendimento, boas acessibilidades e             orgulho em apresentar: “Temos as nos-       municípios e com outras entidades”,
quisição. Estas elevações permitem be-                         condições de saúde, que felizmente             sas bibliotecas cheias, assim como o        anuncia Vítor Proença.
neficiar de uma vista privilegiada sobre                       temos. O hospital, com características         museu, organizamos concertos em
o Oceano Atlântico e o Cabo Espichel, so-                      regionais, já tem mais de 200 anos. A          aldeias do nosso município com lota-
                                                                                                                                                                 SUGESTÕES DE VISITA
bre Setúbal e a Arrábida e um pouco por                        rede escolar é muitíssimo boa, a rede          ção esgotada. A Câmara Municipal de
todo o Sul. O Castelo Medieval está num                        de equipamentos avançou imenso nos             Santiago do Cacém tem em funciona-          :: Lagoa de Santo André e circuitos limítro-
lugar altaneiro, a 300 metros do nível do                      últimos quinze anos, a rede de equi-           mento uma escola de música, gratui-         fes
mar. Povoado celta, a que se juntou, mais                      pamentos desportivos, culturais e so-          ta, frequentada por 90 alunos, com          :: Monte Velho (centro equestre)
tarde, uma presença romana fortíssima,                         ciais também. Somos o único municí-            dois técnicos de formação, detentores       :: Zona Histórica de Santiago (Castelo Me-
patente no sítio arqueológico de Miró-                         pio de todo o país com maior e melhor          de cursos superiores na área de Edu-        dieval, Igreja Matriz e vistas sobre o Oceano
                                                                                                                                                          Atlântico, avistando o Cabo Espichel e a
briga, que alberga o único hipódromo ro-                       cobertura de Instituições Particulares         cação Musical. Temos, igualmente, em
                                                                                                                                                          Serra da Arrábida)
mano existente em Portugal, Santiago do                        de Solidariedade Social, presentes em          funcionamento uma escola de Guitar-
                                                                                                                                                          :: Circuito do interior (barragens) – Cami-
Cacém acolheu árabes até à Reconquista                         todas as freguesias”, congratula-se o          ra Portuguesa, dirigida pelo Mestre         nhadas | Canoagem | Hipismo
Cristã. Integrou a Ordem de Santiago e foi                     edil, certo de que Santiago do Cacém é         António Chainho, filho da nossa terra,
CÂMARA MUNICIPAL DE ODEMIRA

MARAVILHAS DA TERRA E DO MAR
Viajámos até Odemira, o maior concelho do país e o que concorre com mais área para o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicen-
tina, para conhecer os desafios do desenvolvimento sustentável, numa terra de fortes tradições ao nível da agricultura, da pesca e do turismo,
vistos como uma janela de oportunidades, por José Alberto Guerreiro, presidente da Câmara Municipal de Odemira.




U
          m périplo pelo concelho de Odemira           climatéricas, onde se verifica a quase completa                                                    como por exemplo junto ao Cabo Sardão.
          faz-nos acreditar que uma estratégia         ausência de geada e o facto de não existirem                                                       As praias de areias e águas límpidas, re-
          de proximidade entre os cidadãos e o         grandes picos de temperatura, bem como a                                                           cortadas por falésias, são muito bonitas.
Parque Natural do Sudoeste Alentejano pode vir         abundância de água, potenciada pela albufeira                                                      Temos peixe e marisco muito bom. No
bem a ser uma das soluções para combater um            da Barragem de Santa Clara. O respeito pelo                                                        interior, a Barragem de Santa Clara é uma
certo desinteresse a que os munícipes votaram          ambiente está patente num conjunto de activi-                                                      referência. A própria localidade de Ode-
este território natural e privilegiado, muito rico     dades já implementado, ao nível do Turismo de                                                      mira, com um ar pitoresco e muito florida,
em termos de biodiversidade. “Em Odemira               Natureza, que “têm um efeito sazonal, agra-                                                        assemelha-se a um presépio. Vamos fazer
temos uma mais-valia nos projectos defini-             vado pela deficiente oferta de alojamento                                                          a requalificação, mas é uma terra bonita,
dos e a definir no âmbito do Parque Natural            hoteleiro”, lamenta o autarca, apesar de regis-                                                    florida e com algum encantamento junto
do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina               tar que existe margem de crescimento, porque                                                       ao Rio Mira. Há uma série de actividades
(PNSACV), dado que constitui uma zona cos-             dispõem de espaço e de um número crescente                                                         artesanais, onde pontuam a olaria, a ces-
teira naturalizada, integrando 52 por cento            de visitantes. “Temos, em contrapartida, um                                                        taria de vime e a pedra das falésias tra-
da área do parque, com 55 quilómetros de               conjunto de actividades atractivas, como                                                           balhada, que podem encontrar na Feira
                                                                                                                José Alberto Guerreiro, Edil de Odemira
costa e uma faixa média de 20 quilómetros              a pesca, a mariscagem, a gastronomia e o                                                           de Actividades Culturais e Económicas do
para o interior, o que quer dizer que toda a           turismo de natureza, o que vem alargar o            de Odemira, considera que este é “um litoral   Concelho de Odemira, a FACECO, que se
faixa litoral está abrangida pelo PNSACV”,             conjunto de ofertas da região. Há um longo          diferente, onde é possível assistir a acon-    realiza, normalmente, no terceiro fim-de-
começa por enquadrar o edil, ciente de que             caminho a percorrer, há de facto um plano           tecimentos naturais como a nidificação         semana de Julho”.
“esta realidade tem, desde logo, um impacto            que acolhe bem essas actividades, mas que           das aves nas falésias, nomeadamente a
muito grande nas actividades, porque o mar             não é consonante com a Estratégia definida          cegonha branca, em sítios deslumbrantes,       LER NA ÍNTEGRA EM WWW.PAÍSPOSITIVO.ORG
é um atractivo muito grande para o ser hu-             pelo Turismo de Portugal, que não consi-
mano, onde se desenvolve um conjunto de                dera o Alentejo uma região de Turismo de
actividades praticamente exclusivas, como a            Natureza por vocação. O futuro pode vir a
pesca, o recreio náutico e um certo turismo,           potenciar essas actividades já que, nomea-
quer nas praias, quer nos alojamentos na               damente o Programa Polis prevê a constru-
faixa costeira que acabam por registar uma             ção de uma ecovia desde Sagres até Sines, o
grande afluência na época estival”.                    que constitui um convite a usufruir do meio
Há uma actividade agrícola de longa data, por          natural em presença”, enuncia José Alberto
força do Perímetro de Rega do Mira, o que im-          Guerreiro.
plica que a autarquia tenha de ter uma atenção
especial ao desenvolvimento das actividades            UM OLHAR DO PRESIDENTE
agrícola, piscatória, comercial e turística. “É isso
que nos tem preocupado e nos tem levado                “Temos um litoral atractivo, mas o interior
a prever alguns investimentos, nomeada-                também o é. É uma zona apetecível, am-
mente ao nível das acessibilidades, mas                bientalmente muito rica, com característi-
não só, uma vez que a melhoria dos equi-               cas muito diferenciadoras, relativamente à
pamentos colectivos constitui também uma               maior parte dos territórios, para além de ter
prioridade do executivo. Neste momento                 boas referências não só a nível regional, mas
há também um conjunto de investimentos                 também nacional. Estamos a procurar arti-
previsto com as outras autarquias, cujos               cular a oferta entre o litoral e o interior, para
territórios integram o Parque, que estão a             que quem nos visita possa contactar com
ser desenvolvidos à luz do programa Polis              as diferentes realidades. Há uma grande
do Litoral Sudoeste”, materializa José Alberto         diversidade no concelho”, afirma José Alberto
Guerreiro.                                             Guerreiro, garantindo que “ao longo dos anos,
Questionado sobre até que ponto é que é possí-         Odemira tem tido um potencial enorme,
vel conciliar interesses agrícolas com interesses      que tem vindo a ser aproveitado, mas penso
ambientais, à luz de um desenvolvimento sus-           que ainda temos para oferecer a mais-valia
tentável, o presidente da Câmara Municipal de          de uma janela de oportunidades quer no
Odemira considera que “é um binómio muito              plano agrícola, quer no turístico, quer, inclu-
difícil, mas com regras cautelosas é possível.         sivamente, naquilo que são os novos negó-
É uma questão que tem dividido muitas opi-             cios ligados à natureza. Apesar do cenário
niões, nomeadamente na confrontação do                 de crise, tem havido nos últimos anos um
modelo de agricultura intensiva que se tem             crescimento do turismo no Concelho”.
vindo a praticar”. Esta é uma zona que tem             A finalizar, com chave de ouro, José Alberto
algumas apetências exclusivas, as condições            Guerreiro, presidente da Câmara Municipal
7 MARAVILHAS DA GATRONOMIA POSITIVO
    INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO | PAÍS| PAÍS POSITIVO               46




                                                       7 MARAVILHAS DA GASTRONOMIA


                                             Portugal é conhecido por ser um país onde se come bem. O evento «7
                                             Maravilhas da Gastronomia®» vai divulgar e promover o património gas-
                                             tronómico nacional, reconhecido e apreciado em todo o mundo pela sua
                                             diversidade, pelos sabores únicos e qualidade dos produtos com que os
                                             pratos são confeccionados.




CÂMARA MUNICIPAL DE PONTE DA BARCA


SABOR DE MIL EXPERIÊNCIAS FEITO
Erguendo-se no Alto Minho como baluarte de riquezas históricas, culturais e patrimoniais ímpa-
res, a vila de Ponte da Barca tem na gastronomia um dos seus maiores tesouros. António Vassalo
de Abreu, edil da câmara local, é o nosso guia da boa mesa, numa terra que sabe receber.


Ponte da Barca é um dos concelhos portu-                             à bordaleza, e o Sável com      lidade e de inovação, para além de um irrecu-
gueses com mais riqueza gastronómica.                                   o seu arroz de ovas. Re-     sável cartão-de-visita. Decorrendo, ou não, em
Historicamente, a que é que se deve                                      lativamente à doçaria,      parceria com restaurantes, que eventos é que       A REGIÃO DE PONTE DA
esta diversidade que dá a conhecer                                        esta sofreu influência     estão programados para este ano no domínio         BARCA É RESPONSÁVEL
ao país e aos turistas estrangeiros                                       do célebre mosteiro        da gastronomia?
um leque de verdadeiras maravilhas                                        de Vila Nova de Muía,      Fruto desta variedade e riqueza gastronómica       POR DOIS MILHÕES DE
da mesa?                                                                 por onde passaram os        temos, em conjunto com os proprietários dos        LITROS PRODUZIDOS POR
Sim, Ponte da Barca é dos concelhos                                     Cónegos Regrantes de         restaurantes locais que pretendam participar,
mais ricos no que toca à gastrono-                                          Santo Agostinho e        levado a efeito as iniciativas Domingos Gastro-
                                                                                                                                                        ANO DE VINHO VERDE
mia, pois aqui encontra-se o                                                            onde es-     nómicos e o Fins-de-Semana Gastronómicos
mais tradicional sa-                                                                       teve      dedicados exclusivamente à promoção das es-
bor, fruto da                                                                                re-     pecialidades gastronómicas desta localidade.
utilização                                                                                   co-     Estes eventos, que já fazem parte do calendá-
dos mais                                                                                             rio das iniciativas anuais da autarquia, são um    a par de outros focos de interesse, faz todo o
variados                                                                                             motivo de atracção para inúmeros visitantes,       sentido, pois potencia e diferencia o turismo
e ricos                                                                                              motivados pela gastronomia regional e pelos        desta região.
produ-                                                                                               programas de animação cultural preparados
tos da                                                                                               especialmente para esses dias. A par destas        A Câmara Municipal de Ponte da Barca, a que
região para a confecção de diversas especiali-       lhido D. Afonso Henriques, durante duas         iniciativas, promovemos, ao longo do ano,          preside, está em fase de implementação ou
dades. Desde sempre que se soube valorizar           semanas, para preparar o Recontro de Val-       diversas actividades como feiras e festas tradi-   pretende vir a dinamizar algum projecto liga-
todo aquilo que a Terra e o Rio Lima davam,          devez. São doces à base de pão-de-ló e ovos,    cionais, que congregam sempre o objectivo de       do a gastronomia, para além dos eventos que
talvez por isso a gastronomia de Ponte da Bar-       como é o caso do bolo branco. Temos ainda       promover as tradições e a gastronomia local.       organiza neste âmbito?
ca seja rica, variada e, em parte, sazonal devido    o leite-creme (queimado), as Rabanadas de                                                          É nossa intenção continuar a promover a gas-
à tradição popular quotidiana à qual os pratos       Mel que podem ser encontrados na ementa         Em plena Região dos Vinhos Verdes, Ponte da        tronomia local e a incrementar este que é um
estão associados (como é o caso da matança           de diversos restaurantes, as queijadas de la-   Barca beneficia das virtudes do ‘néctar’ não só    dos nossos maiores trunfos em termos de pro-
do porco), ao qual se junta o saber–fazer tradi-     ranja e o “magalhães”, bolo à base de mel.      no acompanhamento dos pratos, mas tam-             moção do concelho. Vamos continuar a apos-
cional da mão que o prepara e que lhe dá o seu                                                       bém na sua confecção. Qual é a importância         tar na iniciativa Domingos Gastronómicos,
tão especial sabor.                                  A tradição gastronómica de Ponte da Barca       da aliança da gastronomia com o vinho?             que tem tido, desde há uns anos, uma larga
                                                     vive, à semelhança de outras regiões, sob       Muita. Ao nível vinícola, os vinhos de Ponte da    adesão, e apostar na participação de eventos
De Norte a Sul, de Leste a Oeste do Concelho,        uma certa influência sazonal, em certo tipo     Barca são um produto de qualidade com uma          e dinamização de iniciativas que destaquem a
que especialidades é que gostaria de destacar        de pratos. Na sua opinião, como é que se pode   imagem de marca há muito reconhecida pelo          cozinha barquense e que contribuam para a
do antigo e valioso receituário gastronómico         potenciar uma oferta gastronómica integrada     mercado nacional e internacional. A viticul-       afirmação do concelho como destino gastro-
local?                                               e constante ao longo de todo o ano?             tura representa, de resto, uma das principais      nómico por excelência.
De entre todas as especialidades merecem             Devido aos excelentes equipamentos de res-      fontes de rendimento de uma população
destaque o Cozido à Portuguesa, que se distin-       tauração que temos no concelho, os visitantes   que, em percentagem significativa, ainda vive      A finalizar, gostaria de enviar uma mensagem
gue dos demais por ser confeccionado com os          podem encontrar, durante todo o ano, a exce-    da agricultura. A região de Ponte da Barca é       aos nossos leitores?
enchidos, as carnes e legumes da região, o Sar-      lência da nossa gastronomia, aliada a uma       responsável por dois milhões de litros produ-      Vale sempre a pena visitar Ponte da Barca, seja
rabulho, as Papas de Sarrabulho, o Cabrito da        oferta turística e cultural de qualidade.       zidos por ano de Vinho Verde e é conhecida         pela sua riqueza gastronómica, paisagística
Serra Amarela e a Posta Barrosã, nas carnes;                                                         pelos Vinhos Verdes Tintos, especialmente          ou cultural. Quem vier, de certeza que vai dar
a Lampreia, confeccionada nas duas receitas          A realização de eventos tem-se revelado, cada   os da casta Vinhão, muito apreciados com a         por bem empregue o seu tempo. Sejam bem-
tradicionais – o arroz de lampreia e a lampreia      vez mais, como uma marca distintiva de qua-     gastronomia tradicional. Por isso, esta aliança,   -vindos!
ALUMÍNIO DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO
   INDÚSTRIAEM PORTUGAL | PAÍS POSITIVO                       66




                                                      ALUMÍNIO EM PORTUGAL


                                            Importante sector da economia, onde a tecnologia e a inovação andam de
                                            mãos dadas, segundo padrões internacionais que regulam a qualidade do
                                            produto final, a fileira do alumínio tem, em Portugal, excelentes exemplos
                                            industriais que é importante conhecer.




APAL – ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DO ALUMÍNIO

UMA CULTURA DE EXCELÊNCIA NA DEFESA DO SECTOR
Nascida da indústria e para a indústria, no ano 2000, a Associação Portuguesa do Alumínio (APAL) é a marca da evolução associativa iniciada em
1982 com a APA – Associação Portuguesa dos Anodizadores, a que se seguiu a APAL – Associação Portuguesa de Anodização e Lacagem, em
1990. Afirmando o carácter distintivo e estruturante da qualidade da produção, à luz dos mais exclusivos referenciais, a APAL assume-se como
a entidade aglutinadora da cadeia de valor do sector do alumínio, como nos revela Nelson Oliveira, presidente da direcção.




A
        APAL agrega no seio da sua es-              procuram diversificar a sua actividade,                                                          placa giratória que permite manter
        trutura as secções de Extrusão,             para poderem fazer face às oscilações                                                            os nossos sócios em contacto, entre
        Anodização e Lacagem, do alu-               do mercado. A grande maioria dos só-                                                             si e com as entidades oficiais”, asse-
mínio, correspondentes às especializa-              cios é detentora das licenças de marca                                                           gura o presidente da direcção, enun-
ções industriais dos seus 35 associados.            de qualidade europeia para a anodiza-                                                            ciando a importância da rastreabilida-
Uma secção complementar agrupa as                   ção e lacagem de alumínio.                                                                       de no decorrer do processo produtivo.
empresas de tratamento e revestimen-                “Temos presente que a nossa mis-                                                                 “Temos relações com uma entidade
to e protecção do ferro. Alguns sócios              são é ajudar o desenvolvimento da                                                                auditora – o Laboratório Nacional de
                                                                                                                                                     Engenharia Civil (LNEC) que faz as
                                                                                                                                                     inspecções aos sócios da APAL sem
                                                                                                                                                     aviso prévio. Privilegiamos esta par-
                                                                                                                                                     ceria, de há muitos anos, na medida
                                                                                                   Nelson Oliveira, Presidente da Direcção da APAL   em que o LNEC é uma entidade muito
                                                                                                                                                     respeitada, não só a nível nacional,
                                                                                              indústria do alumínio e congregar                      mas também a nível internacional”,
                                                                                              esforços no sentido de que os inte-                    que garante o cumprimento dos requi-
                                                                                              resses dos sócios e da indústria em                    sitos que as marcas internacionais de
                                                                                              geral sejam defendidos”, afirma Nel-                   qualidade exigem.
                                                                                              son Oliveira, acrescentando: “Defende-
                                                                                              mos que os nossos sócios se mante-
                                                                                              nham homologados e certificados,                              MARCAS INTERNACIONAIS
                                                                                                                                                            DE QUALIDADE
                                                                                              para que os clientes finais tenham
                                                                                              confiança na qualidade associada                       Estes logótipos abrangem não só os requi-
                                                                                              a cada produto e a componente de                       sitos normativos legais, mas também as
                                                                                              exportação seja assegurada, garan-                     exigências do consumidor final.
                                                                                              tindo a qualificação e a aceitação do
                                                                                              produto nacional nos mercados ex-                      :: QUALANOD - Anodização
                                                                                              ternos”. Numa perspectiva de interacti-                :: QUALICOAT – Lacagem tradicional do
                                                                                                                                                     alumínio
                                                                                              vidade, a APAL promove o intercâmbio
                                                                                                                                                     :: QUALIDECO – Lacagem do alumínio com
                                                                                              de documentação, desenvolve activida-                  imitação de madeira
                                                                                              des formativas e tem a funcionar, em                   :: QUALISTEELCOAT – Lacagem do aço
                                                                                              permanência, grupos de trabalho sec-
                                                                                              toriais, de forma a dar resposta aos exi-              Todas estas licenças de marca de qualidade
                                                                                              gentes desafios da qualidade. “Partici-                (labels) estão associadas a um conjunto de
                                                                                              pamos em fóruns onde se discutem                       requisitos que respeitam à qualidade final
                                                                                                                                                     do produto, que é avaliada pelo LNEC, orga-
                                                                                              as tendências actuais e as de futuro,
                                                                                                                                                     nismo associado, que por sua vez, integra
                                                                                              para que os nossos sócios estejam
                                                                                                                                                     uma entidade europeia, a QUALISURFAL,
                                                                                              preparados para esses desafios. Di-                    que abarca todos os laboratórios e entida-
                                                                                              namizamos as marcas de qualidade                       des auditoras de cada país. Nelson Olivei-
                                                                                              que estão associadas a cada uma das                    ra reafirma que, mais cedo ou mais tarde,
                                                                                              actividades, nomeadamente ao nível                     quem não se pautar pelo cumprimento das
                                                                                              da lacagem, anodização e revesti-                      normas perderá o seu lugar no mercado.
                                                                                              mento de ferro. No fundo, somos a
20 ANOS DA AUTOEUROPA | PAÍS POSITIVO
   INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO             70




VOLKSWAGEN AUTOEUROPA

DESAFIOS DA COMPETITIVIDADE NUM SECTOR DE VANGUARDA
De Palmela para o mundo, desde 1995, constituindo o maior investimento estrangeiro alguma vez realizado em Portugal, a História da Volkswa-
gen Autoeuropa, começa a contar-se quatro anos antes, aquando da constituição de uma joint-venture entre a Volkswagen e a Ford. A assunção
da totalidade do capital da empresa, em 1999, pelo Grupo Volkswagen, marca, indelevelmente, uma tendência de reforço da competitividade
que tem projectado o nome da Volkswagen Autoeuropa além-fronteiras.




A
         Volkswagen Autoeuropa, uma          gica com o capital humano, é uma das
         das melhores e mais moder-          bases distintivas da melhoria contínua
         nas unidades de produção de         de processos, produtos e serviços. A
automóveis da Europa, tem vindo a            qualidade e a produtividade são facto-
consolidar o seu posicionamento no           res tidos em conta na afirmação de polí-
mercado global e altamente exigente,         ticas de flexibilidade dos produtos, das
sob o signo da inovação. Desde o mo-         infra-estruturas e dos colaboradores.
mento que marca a génese da empresa          Detendo uma área total de cerca de dois
em Portugal, em 1991, quando ficou           milhões de metros quadrados, onde se
definido que a Volkswagen lideraria o        incluem, de entre outros departamen-
desenvolvimento do veículo, enquanto         tos, as quatro áreas de produção de alta
a Ford planearia as instalações fabris e     tecnologia – prensagem, construção de
o aprovisionamento, à luz da joint-ven-      carroçarias, pintura e linha de monta-
ture até hoje, a Volkswagen Autoeuropa       gem – a Volkswagen Autoeuropa pre-
tem trilhado um percurso de grande           tende ser a fábrica da Volswagen mais      tuguês, a Volkswagen Autoeuropa tem       mento e a formação de colaboradores,
sucesso.                                     atractiva do continente europeu.           concretizado o importante objectivo de    em busca da eficiência, elevada a con-
A competitividade, enquanto elemento         Alvo de vários acordos de investimento     instalação de novas infra-estruturas de   dição de excelência pelo seu percurso
aglutinador da potencialidade tecnoló-       entre a Volkswagen e o Governo Por-        produção, a modernização do equipa-       corporativo singular.

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  • 1. positivo WWW.PAISPOSITIVO.ORG //// Abril ‘11 / EDIÇÃO Nº 43 ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO JORNAL ‘PÚBLICO’ A APOSTA NA EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO É ESTRATÉGICA, MESMO EM TEMPO DE CRISE, ressalva João Dias da Silva, Secretário-Geral da FNE – Federação Nacional da Educação 7 MARAVILHAS DA GASTRONOMIA | ACÇÃO EUROPEIA SOBRE AS DROGAS
  • 2. SAÚDE | PAÍS MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO INDÚSTRIA DEPOSITIVO 14 SOCIEDADE PORTUGUESA DE MEDICINA NUCLEAR DESAFIOS DE UMA MEDICINA COM ELEGÂNCIA Na especialidade desde 1983, onde entrou no segundo ano em que o internato funcionou no nosso país, Jorge Gonçalves Pereira é um médico apaixonado pelo que faz e o presidente da direcção da Sociedade Portuguesa de Medicina Nuclear. Recebe-nos no seu consultório, rodeado de inspiradoras fotografias, evocativas dos grandes nomes da Física, como Einstein e Marie Curie, entre muitos outros que a vida e obra ditaram a eternidade. sua aplicabilidade, muito abrangente, en- A Sociedade Portuguesa de Medici- volvendo a área da Oncologia, Cardiologia, na Nuclear (SPMN), fundada em Nefrologia, Pediatria, Neurologia, Psiquia- 1978, é um marco fundamental tria, entre outras. Lidamos muito com On- para os especialistas se reunirem, expres- cologia, uma área que, para além de exigir sarem e discutirem os avanços da especia- um grande know-how terapêutico, tem de lidade que se estão a implementar não só ser célere e de proximidade. “A aproxima- no país, mas também no estrangeiro. Assim ção às diferentes especialidades médi- crê Jorge Gonçalves Pereira, certo de que a cas tem que ver com a evidência cien- SPMN tem como obrigação apoiar a forma- tífica que foi claramente reconhecida ção de especialistas. “Como actual presi- à Medicina Nuclear, e centramos aqui a dente, uma das minhas intenções é pu- acção na sua perspectiva como Imagem blicar guidelines temáticos, científicos, Metabólica ou Imagem Molecular, que é entre duas a três vezes por ano, escritos hoje um must, um paradigma”, atesta o por portugueses, centrados nas várias presidente da direcção da SPMN. “Nós ve- áreas que a Medicina Nuclear abrange”, mos as alterações muito precocemente assegura. A SPMN integra, entre os seus as- e com muita sensibilidade, ao nível ató- sociados, elementos de diferentes grupos mico e molecular, antes de aparecerem profissionais envolvidos no exercício da Scanner PET (Tomografia por Emissão de Positrões) as alterações da estrutura morfológica, Medicina Nuclear, maioritariamente mé- porque essas são observadas através dicos, físicos, farmacêuticos e técnicos de no Porto, em Coimbra e em Lisboa. Quem AS TRÊS VERTENTES da Ressonância e da TAC – Tomografia diagnóstico e terapêutica. A SPMN tem uma dinamizava essa actividade eram os físicos Axial Computorizada. Até aparecer uma FUNDAMENTAIS DA MEDICINA importante acção como ponto de encontro que, continuamente, dirigiram os laborató- alteração anatómica, tem que haver NUCLEAR de especialistas, de discussão de problemas rios até por volta da década de 90. A Radio- uma disrupção ou uma alteração mo- da especialidade, não só técnicos e logís- logia e a Radioterapia trabalham com Raios Estudos Morfológicos e Funcionais: É lecular na ordem dos 30 a 40 por cento, ticos, mas também científicos. “É, aliás, Gama, em fontes seladas em ampolas, ao uma imagiologia em que é injectado um para ser visível”, garante. Questionado o fórum de excelência para discussão. passo que a Medicina Nuclear opera com fármaco marcado com um traçador radio- sobre o posicionamento da especialidade Existem em Portugal cerca de 70 espe- fontes não seladas, de radioactividade ao activo. Depois, com um aparelho a que cha- de Medicina Nuclear daqui a uma década, cialistas na área e uma rede planeada, a vivo, elemento distintivo. “Ainda nos anos mamos câmara-gama ou, se for um emissor Jorge Gonçalves Pereira, presidente da di- nível hospitalar, com a qual eu colaborei 80, a Radioterapia e a Medicina Nuclear de positrões, com uma câmara PET, vamos recção da SPMN, prevê que o PET e a Ima- mutuamente com a Direcção-Geral de cindiram-se e nasceu, então, a especia- rastrear a distribuição desse fármaco no gem por Positrões cresçam, assim como a Saúde”, certifica, acrescentando: “Eu acho lidade de Medicina Nuclear, na qual eu organismo humano. Conforme aquilo que vertente da Cardiologia Nuclear, que está que o Estado deve ter em conta uma boa ingressei no segundo ano em que o eu queira ver, eu prescrevo o fármaco para muito pujante, e a vertente terapêutica de distribuição dos serviços da especiali- internato funcionou. Era uma aven- ser administrado nesse doente, uma acção Radioterapia Metabólica. “Provavelmente dade em todo o país, tendo em conta as tura, porque ninguém sabia muito decorrente na análise não só do aspecto outras áreas seguirão a tendência de reais necessidades, assegurando uma bem o que isto representava em morfológico, mas sobretudo do aspecto crescimento, mas estas certamente que acção reguladora e não se sobrepondo termos de trabalho médico”, recorda funcional. crescerão”, reitera. à iniciativa privada. Como presidente da Jorge Gonçalves Pereira. Exames Sem Imagem: Se eu padronizar SPMN tenciono intervir, para catalisar e A especialidade de Medicina Nuclear a actividade que dou ao doente e depois discutir a regulação com a tutela, a DGS, cresceu de tal forma desde os Anos 80 quantificar o órgão-alvo onde o radiofár- numa perspectiva construtiva e de in- que ele próprio teve a felicidade de as- maco se vai fixar, ao longo do tempo, te- tervenção”. sistir, de trabalhar e acompanhar toda a nho aspectos funcionais. Posteriormente, evolução: “Estou na Medicina Nuclear fazemos exames, como por exemplo os de UM POUCO DE HISTÓRIA desde 1983 e sinto que a nossa tem Cinética de Ferro, Quantificação de Volume elegância, um aspecto fantástico, Plasmático, Quantificação da Taxa de Filtra- Até aos anos 60 considerava-se a Radiolo- porque permite ver as alterações ção Glomerular com Crómio-EDTA, que é gia, a Radioterapia e a Medicina Nuclear, ain- micro, antes de se tornarem macro, um produto que é filtrado nos rins. da não conhecida como tal, como um todo. considerando a biodistribuição mo- Radioterapia Metabólica: Usamos os Nessa época, a Radiologia separou-se, dan- lecular, o que é surpreendente. A isótopos para verificar, numa fase inicial, se do origem ao advento dos Radioisótopos – a vivência constante com os avanços determinado tipo de lesões tem fixação e, Radioterapia e a Medicina Nuclear. Fazia-se da área condicionam um desafio de seguida, administramos maiores activi- a aplicação de radioisótopos à medicina em permanente. Nesse aspecto sou um dades com objectivos terapêuticos. Imagem do cérebro de um exame PET laboratórios das faculdades de Medicina, privilegiado”. A Medicina Nuclear é, do ponto de vista da Autor: Jens-Langner | Fonte: Wikipédia
  • 3. SAÚDE | PAÍS MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO INDÚSTRIA DEPOSITIVO 24 Acção Europeia Sobre as Drogas IDT - INSTITUTO DA DROGA E TOXICODEPENDÊNCIA NOVAS VISÕES PARA UM ANTIGO FENÓMENO João Goulão, presidente do Instituto da Droga e Toxicodependência (IDT), em entrevista à revista País Positivo, destaca os esforços que têm sido envidados ao longo da última década na mitigação do fenómeno da adição, patente na toxicodependência e no alcoolismo, e realça a importân- cia da afirmação de uma estratégia de proximidade na redução destes elementos. C onsciente de que Portugal se en- pela Lei n.º 30/2000 de 29 de Novem- contrava, na década de 90, entre bro, trouxe coerência tanto à identifica- os países com a situação mais ção do problema, a montante, como do crítica em termos de consumo, marca- encaminhamento e terapêuticas, a ju- do por uma forte incidência da heroína, sante, o presidente do IDT está focado João Goulão congratula-se pela inver- na melhoria contínua dos serviços. So- são dos factos, ainda que muitas das bre o advento das multiformes drogas conquistas não tenham sido, necessa- sintéticas, considera que se trata, con- riamente, consensuais. O que é certo é tinuamente, de “tentar acertar num que as profundas marcas deixadas na alvo em movimento”, não descurando, sociedade levaram a uma consciencia- ainda assim, a sua referenciação como lização assertiva dos indivíduos face a um passo para compreender os pa- comportamentos de risco, uma mudan- drões de consumo, sobretudo ao nível ça de que não se alhearam pais e edu- da população mais jovem. O presidente cadores, famílias e demais estruturas do IDT anuncia, ainda, que está em cur- sociais. A construção de um modelo so a realização de inquéritos às escolas, humanista era o ponto de partida para no sentido de estudar o fenómeno da a necessária transformação, construída toxicodependência e definir estratégias a cada dia, passo a passo. futuras de actuação, uma medida que Considerando que a descriminalização será alargada à população em geral an- João Goulão, Presidente do IDT do consumo de drogas, configurada tes do final do Verão.
  • 4. SAÚDE | PAÍS MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO INDÚSTRIA DEPOSITIVO 26 Acção Europeia Sobre as Drogas R12 | CENTRO DE RECUPERAÇÃO UNIDOS PELO TRATAMENTO DA DOENÇA MAIS “DEMOCRÁTICA” DO MUNDO O fenómeno da adição atravessa, transversalmente, todas as sociedades, todos os meios sociais e todo o género de pessoas. Luís Sottomayor, director administrativo do R12, acredita que as dependências – as de substâncias e as de comportamentos – são mutáveis de acordo com um comportamento colectivo que dita as tendências de consumo, exigindo uma resposta global e humanizada, imagem de marca deste centro de recuperação. N ascido em 1996, o R12 foi um liação inicial em termos de consumos, uma actividades complementares dão-nos projecto levado a cabo, à época, avaliação médica e também uma avaliação a possibilidade de trabalhar diversos por quatro técnicos que já tinham psicológica, porque, muitas vezes, para aspectos sociais, como a assertividade, trabalhado num centro de tratamento que além dos problemas ligados às adições, apa- as dificuldades de comunicação e de re- utilizava o Modelo Minnesota como meto- recem casos de desvios comportamentais lacionamento, a confiança e a gratidão”, dologia de intervenção. Hoje em dia já não a montante, que configuram um quadro refere a psicóloga clínica Sylvie Pacheco, na trabalha na R12 nenhum dos fundadores. de duplo diagnóstico. “Estas avaliações perspectiva da restituição da capacidade de “Eu entrei como sócio em 2001, parti- são muito importantes, porque a nossa inter-socialização ao paciente. lhando da visão inicial dessas quatro Sylvie Pacheco, Psicóloga Clínica, e Luís abordagem vai ser diferente para cada O R12 | Centro de Recuperação, capacitado pessoas, que acreditaram que esta Sottomayor, Director Administrativo caso. Depois, já ao nível da intervenção para acolher um máximo de 22 pacientes, abordagem ia ao encontro das suas Consciente de que a adição está referencia- casuística, se necessário, o paciente é su- assenta a sua lógica terapêutica num pro- convicções, aportando benefícios muito da como uma doença bio-psico-social, o que jeito a uma desintoxicação, durante uma grama relativamente curto, entre três a seis grandes quer para os pacientes, ao nível quer dizer que são os factores biológicos, semana a dez dias. Durante os primeiros meses, desenvolvido em local seguro, numa do seu bem-estar e equilíbrio, quer para psicológicos e sociais que, isoladamente dias estabelecemos a fase de integra- abordagem muito intensa, com rácios de a sociedade”, evoca Luís Sottomayor, refe- ou concorrendo entre si, ditam o caminho ção, onde o fenómeno de identificação cinco a seis pacientes por terapeuta. “O rindo que a metodologia inicial ainda hoje é da dependência, o R12 está focado na recu- é importantíssimo para o rumo futuro processo de tratamento aporta o envol- utilizada, embora com instrumentos e com peração efectiva, recorrendo a uma equipa do tratamento”, indica Sylvie Pacheco, vimento com a família, porque esta do- estilos de abordagem que evoluíram com multidisciplinar composta por médicos, psicóloga clínica. A terapeuta revela que a ença provoca danos não só no indivíduo, a experiência consolidada ao longo de 15 psiquiatras, psicólogos e outros terapeutas. maioria das pessoas quando chega ao R12 mas também no seio familiar, o que faz anos de actividade. Quando um paciente entra, é feita uma ava- pensa que é única e que o seu problema é com se crie uma relação disfuncional”, exclusivo. “Através do grupo os pacientes revela a psicóloga clínica. Luís Sottomayor percebem que aquilo que se passa com destaca que o processo terapêutico envolve eles, independentemente da substância uma fase de internamento de três meses, no de escolha, é o mesmo fenómeno que mínimo, complementado por um programa acontece com toda a gente”, concretiza. de acompanhamento, em regime ambu- “Desenvolvemos um programa inteira- latório, com a duração de nove meses, já mente livre de dependências. Quando incluído no valor do tratamento. O acompa- estabelecemos um processo de recu- nhamento individual dos pacientes e seus peração, à luz deste princípio, conse- familiares assenta numa base semanal, nos guimos facilmente perceber que há um primeiros três meses, quinzenal no segun- caminho de potencial sucesso, tendo no- do trimestre e mensal no restante período. ção de que esta é uma doença que, sendo Crendo que não existem fórmulas mágicas crónica, apresenta recaídas, como uma para a resolução dos problemas de adição, das suas características”, certifica Luís questionamos se o director administrativo, Sottomayor. Nesta base são privilegiados Luís Sottomayor, e a psicóloca clínica, Sylvie a Terapia de Grupo e o Acompanhamento Pacheco, se continuam a surpreender, com Individual. A abordagem personalizada é os casos notáveis que fogem à replicação muito importante, porque a relação de con- comportamental. “Eu diria que, por vezes, fiança entre o paciente e o terapeuta tem de ainda nos continuamos a surpreender. ser incrementada, na base do princípio de Não só por determinado tipo de com- que há assuntos que o paciente não se sente portamentos, que por muito que já nos à vontade para expor ao grupo. “Incita-se tenhamos cruzado com milhares deles, a partilha de danos e sentimentos, sem- há sempre um diferente, que aparece pre numa perspectiva de reciprocidade com um aspecto que nos faz questio- mas cada paciente tem o seu tempo e o nar sobre um determinado comporta- seu espaço, que têm de ser respeitados”, mento”, assegura Luís Sottomayor, numa explica o director administrativo. opinião comprovada por Sylvie Pacheco: Há um conjunto de actividades terapêuti- “Costumo dizer que não é a equipa que cas implementadas, como palestras psico- realmente resolve um problema - a equi- educativas, filmes, aulas de biodança e pa ajuda a que o paciente encontre, ele sessões de relaxamento, para aquisição de mesmo, uma forma de se ajudar a si pró- técnicas a que os pacientes possam recor- prio a resolver o problema”. rer em momentos de ansiedade, ganhando consciência de que é possível encontrarem um estado de paz na abstinência. “Estas LER NA ÍNTEGRA EM WWW.PAÍSPOSITIVO.ORG
  • 5. TURISMO | PAÍS POSITIVO INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO 38 Parque NaturaL do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina TURISMO Vocação emergente de um país que tem tradição de bem receber, o Tu- rismo é um dos desafios que envolve diversos agentes na promoção do património natural, histórico e cultural, de entre outros elementos distinti- vos. O Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina é um dos últimos refúgios da Natureza, que urge ser preservado, à luz de políticas de desenvolvimento sustentável. E porque está a chegar o Verão e as férias, conheça alguns parques temáticos que farão as delícias de toda a família. CÂMARA MUNICIPAL DE VILA DO BISPO À DESCOBERTA DE NOVOS MUNDOS Viajamos até ao extremo Sudoeste do nosso país para conhecer Vila do Bispo e os encantos que encerra, a integração no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina e os desafios do desenvolvimento sustentável, baseados na potenciação do património natural, histórico e cultural. Adelino Soares, Presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo, é o nosso entrevistado. M uito mais do que sol e praia e clima ameno, Vila do Bispo tem orientado a sua estraté- gia turística na diversificação da oferta ao longo de todo o ano, apontando o azimute a novos mercados, no sentido de descobrir um renovado perfil de tu- ristas. “O que queremos potenciar é transversal a todos os concelhos que integram o Parque Natural do Sudo- este Alentejano e Costa Vicentina, que é desenvolver o Turismo de Na- tureza. Já começámos a desenvolver essa actividade com o Festival de Bir- dwatching (observação de aves) que realizámos pela primeira vez no ano passado. Correu muito bem e quere- mos tornar o evento internacional. Tivemos apoios não só institucio- nais, mas também de privados, que quiseram investir neste evento”, afir- ma o presidente. O Turismo de Natu- reza encontra, igualmente, uma oferta privilegiada no pedestrianismo e do ci- cloturismo, de entre outras actividades. “Ao nível do birdwatching estamos a falar de um turista de classe média / média-alta, o que é muito bom para nós. E há um outro aspecto muito importante. Este turista não vem na época alta, contrariando assim a ten- dência de sazonalidade. Este é um Adelino Soares, Presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo dos sectores em que vamos apostar fortemente, porque queremos ser o hotspot a nível nacional”, revela. ao nível da Botânica, na zona do Cabo menires do país e uma das maiores mais emblemáticos faróis da costa por- Há muitos turistas que visitam o con- de São Vicente existem cinco espécies da Europa. Isto significa que esta tuguesa, ambos registando a presença celho de Vila do Bispo pela riqueza do vegetais únicas no mundo. zona já foi muito povoada, pela sua de milhares de turistas durante todo património geológico, presenciando, O autarca aponta a História, a da epo- riqueza. Não nos podemos esquecer, o ano, o que os torna dois dos pontos in loco, as eras geológicas que se suce- peia universal dos portugueses e to- igualmente, que foi deste sítio que mais visitados do país. “Temos, igual- deram ao longo dos milénios. “Produ- das as anteriores evocações, como um partiram os nossos grandes desco- mente, o Forte do Beliche, um espaço zimos documentação e estamos a grande trunfo na afirmação de uma bridores”. Em termos do património que também queremos potenciar e trabalhar em parceria com alguns oferta cultural de excelência: “Temos edificado, para além de muitas igrejas que está em fase final de passagem professores Universitários para co- vestígios da ocupação romana, ára- e capelas, o concelho de Vila do Bispo para a posse da Câmara Municipal de meçar a potenciar esta riqueza”, be e de povos anteriores, nomea- congrega a Fortaleza de Sagres e o Cabo Vila do Bispo”, anuncia. anuncia Adelino Soares, referindo que damente a maior concentração de de São Vicente, onde se situa um dos “Temos uma característica muito
  • 6. PROPOSTAS forte em termos turísticos, a Gas- tipo de turista que vê aqui uma porta porque tem duas costas, a Oeste e a TURÍSTICAS DO PRESIDENTE tronomia, um elemento que atrai ao aberta para que possa aceder àquilo Sul. Queremos construir um centro Em visita ocasional ou planeada, para além de concelho de Vila do Bispo milhares que muitas vezes era um obstáculo”, de alto rendimento ligado aos des- poder ficar hospedado num bom hotel, aconse- de visitantes todo o ano. Verifica-se sublinha Adelino Soares. portos náuticos. O mergulho, por lho a visitar a Fortaleza de Sagres, o Cabo de S. uma grande procura do percebe, que A par com os empreendimentos turísti- exemplo, permite descobrir muitos Vicente e o Forte do Beliche, bem como a Er- é um marisco muito tradicional desta cos de luxo, novos e requalificados, Vila dos vestígios subaquáticos de nau- mida da Guadalupe que, materializando o único elemento gótico do concelho, é o lugar onde me- zona. Cresce nas escarpas que com- do Bispo apresenta um outro projecto frágios decorrentes de batalhas na- ditava o Infante D. Henrique. Recomendo uma põem a maioria da nossa linha de emblemático de reabilitação de patri- vais aqui travadas na I e na II Guerra visita aos três emblemáticos territórios de mar costa e é muito difícil de apanhar. A mónio edificado - o de uma aldeia an- Mundial. Temos muitos projectos, al- de Burgau, Salema e Sagres. No nosso concelho gastronomia tem um potencial enor- tiga, Pedralva, que estava abandonada. guns dos quais ligados ao Programa é possível contactar com a Natureza em bruto e me, é uma área que está a ser explo- Um investidor comprou diversas casas, Polis, sendo que um deles é a recupe- conhecer inúmeras espécies de aves e de plan- rada há muitos anos e nós queremos ao longo do tempo, e recuperou-as. “Em ração do porto de pesca da Baleeira, tas, visualizar cetáceos e usufruir de vistas desa- potenciar com a maior qualidade. qualquer um dos espaços, as pessoas onde tencionamos construir um por- fogadas em falésias com cem metros de altura Produzimos, igualmente, ostras, a estão em pleno contacto com a na- to de recreio”. num território seguro. Quem tiver boa condição física, pode aventurar-se em caminhadas e BTT, maior parte das quais é exportada tureza, um autêntico SPA natural e é Fomos grandes quando nos virámos em múltiplos percursos, numa total liberdade de para o exigente mercado francês, o nisto que somos diferentes do resto para o mar. Nas últimas décadas virá- movimentos. Depois dos passeios, delicie-se que atesta a qualidade dos nossos do Algarve, onde se verificou uma mo-nos para a Europa e tornámo-nos com o melhor da gastronomia local, onde não recursos”, afirma o presidente. massificação urbana e turística”, periféricos. Está na hora de ver o mar falta a tradicional caldeirada. E já agora, por curio- A passos largos da época balnear, Vila atesta o presidente. como ele é, com um potencial enorme. sidade, fique a saber que Sagres, para além de do Bispo apresenta muitas praias com A riqueza ligada à parte marítima, ao ní- “Queremos criar um centro de inves- ter a maior extensão de costa do país, possui a Bandeira Azul, que não teve durante vel do pescado e do marisco, da anima- tigação científica ligado à biologia lota com mais diversidade de peixe. Assumimo-nos como ‘O Centro das Descober- muitos anos, para além de uma Praia ção marítimo-turística e dos desportos marinha e temos universidades do tas’, uma assinatura que remete para o passado, Acessível, dotada de equipamentos de náuticos, sobretudo surf, windsurf, vela Norte da Europa interessadas em fa- para o ponto de partida dos descobrimentos, apoio às pessoas com deficiência. “Esta e mergulho, é vista como estratégica e zer investigação no nosso concelho. e para o futuro, para o desejo incessante de é uma questão importantíssima, não algo a potenciar continuamente ao lon- Queremos fazer parcerias com a Uni- descoberta. À descoberta da natureza, da gas- só ao nível do que se faz no territó- go do ano: “Este concelho tem uma versidade do Algarve, para investigar tronomia, da história e de si. Visite-nos e venha rio, mas também para cativar este vantagem em relação aos limítrofes, o território e a biodiversidade”. descobrir-nos!
  • 7. TURISMO | PAÍS POSITIVO INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO 40 Parque NaturaL do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina CÂMARA MUNICIPAL DE ALJEZUR A NATUREZA TORNADA MARCA DE QUALIDADE Aljezur é um município do litoral, com fortes raízes no interior e integrante do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, onde a valorização da beleza natural, da biodiversidade e do ambiente constituem um legado de sucessivas gerações. Dotado de uma apetência muito particular para o sector turístico, enquadrado numa perspectiva sustentável, o concelho aposta na diversificação desta oferta, complementada com uma forte aposta na produção local, como nos revela José Amarelinho, Presidente da Câmara Municipal de Aljezur. ponto de vista natural, temos das me- lhores praias para oferecer, tanto em termos de estância, como da prática do surf, do mergulho e da animação marí- timo-turística”, congratula-se o edil. Há, depois, uma série de actividades, que têm que ver com a agricultura, que são muito interessantes, na opinião de José Amareli- nho. Neste caso, a batata-doce assume um tremendo protagonismo, mas no Plano de Ordenamento do PNSACV não aparece uma única discriminação positiva em rela- ção ao cultivo da mesma. “Faz-se a apolo- gia de uma cultura intensiva e em rela- UM ROTEIRO DO PRESIDENTE Chegado a Aljezur é convidado desde logo a percorrer e a perder-se pela zona histórica. A subida ao castelo é imprescindível. Até lá chegar impõe-se que passe pela Associa- ção de Defesa do Património e que visite o Museu Etnográfico, o Museu Arqueológico, o Museu Antoniano e a Casa Pintor José José Amarelinho, Presidente da Câmara Municipal de Aljezur Cercas. Ao descer, o turista poderá visitar a Praia da Amoreira, a Praia do Monte Clérigo E e Arrifana. Uma outra sugestão é que visi- vocar a actividade turística susten- origens e as pessoas encontram quali- litoral, mas que tem todas as caracte- te a zona nobre da vila de Aljezur, a Igreja tável em Aljezur é, sobretudo, falar dade de vida. Quem nos visita encontra rísticas do interior, o que permite uma Matriz e não deixe de ir a uma galeria de de empreendimentos turísticos de essa diferença em aspectos distintivos complementaridade da nossa oferta. referência da cultura, que é o Espaço Mais, pequena dimensão que pretendem dar do ponto de vista histórico, cultural, Temos uma grande preocupação que é que já recebeu nomes como Paula Rego e uma resposta personalizada ao turista, patrimonial e etnográfico, para além a de atrair empreendedores e potenciar Chichorro, de entre muitos outros artistas. numa óptica de nicho e não de massifica- de uma componente ambiental e de o empreendedorismo local, com vista a O espaço dinamiza uma iniciativa muito ção. “No município de Aljezur existe uma biodiversidade muito fortes”. criar postos de trabalho”, assegura. interessante denominada Desconversas, onde já participaram nomes com Marinho rede muito interessante e muito signifi- Considerando que é um orgulho fazer par- “A beleza natural, a biodiversidade e o Pinto e José Miguel Júdice, mas que tem cativa de Turismo de Natureza e de Tu- te do Parque Natural do Sudoeste Alente- ambiente foram mantidos pelos nossos o seu ponto alto na Exposição anual Arte- rismo em Espaço Rural. Tratam-se de jano e Costa Vicentina (PNSACV), José cidadãos. É este legado que queremos Dentro da exclusiva “responsabilidade” dos pequenas unidades hoteleiras que têm Amarelinho não deixa de criticar o modelo deixar para os nossos filhos e para os artistas locais. Quem tiver escolhido a zona a capacidade de chamar até nós muita de gestão e regulamentação para o PNSA- nossos netos, porque é esta a nossa de Rogil e Odeceixe, que tem uma praia im- gente, conseguindo ter uma ocupação CV, que não prevê uma discriminação po- marca de qualidade, enquanto inte- ponente, poderá visitar o Moinho de Odecei- estável quase todos os fins-de-semana, sitiva em relação a factores estruturantes, grantes do Parque Natural do Sudoeste xe e a adega local. No Rogil vale a pena o ao longo do ano, contrariando a tendên- como as actividades económicas, culturais Alentejano e da Costa Vicentina. Rece- turista deter-se nos trilhos junto à costa e pernoitar numa das ofertas de turismo rural cia de sazonalidade”, afirma o presidente, e patrimoniais, quer em termos de edifi- bemos turistas nacionais, vindos de que por lá existe. Mais a Sul, vale muito a assegurando: “É uma actividade extre- cação, quer em termos de acessibilidades. todo o país, e estrangeiros, sobretudo pena entrar na Bordeira, que é sede de fre- mamente rentável e muito interessante “Compatibilizar é propiciar que nos da Europa. Captámos já turistas do Nor- guesia, para além de uma aldeia muito típica para nós. Complementarmente, existe possamos desenvolver de forma sus- te da Europa, que são apaixonados pelo e bonita, indo depois à Carrapateira para se uma multiplicidade de actividades ao tentável. Nós aspiramos à qualidade pedestrianismo e que vão palmilhando deslumbrar com a paisagem e com o Mu- ar livre que estão associadas a projec- de vida, para fixar a nossa população, toda a Costa Vicentina, do Burgau até seu do Mar e da Terra. Poderá percorrer o tos empresariais e associativos, como o nomeadamente os mais jovens, para Sines. Este é, realmente, um factor dis- Pontal e deliciar-se com a Praia do Amado, onde pode aprender a fazer surf. Sugiro surf e os passeios pedestres, nomeada- que possam regressar depois de irem tintivo de tudo o que tem que ver com como repasto o robalo escalado num dos mente os associados à Rota Vicentina. estudar, necessariamente, para fora produto turístico. E era isto que nós restaurantes locais. Vive-se um ambiente de regresso às do concelho. Somos um município do queríamos promover ainda mais. Do
  • 8. ção a cultura tradicional de um produto dos melhores sítios do mundo para vi- autóctone, com Selo de Indicação Geo- ver e para trabalhar. As oportunidades gráfica Protegida, não se faz uma única passam muito pelo turismo, um turis- discriminação positiva. O regressar à mo que é contrário à massificação”, agricultura tem de vir de um apelo e NÃO ASPIRAMOS A TER UMA GRANDE CAPACIDADE revela José Amarelinho, acrescentando, a é esse apelo que nós fazemos. Tempo INDUSTRIAL, MAS A ZONA INDUSTRIAL DE ALJEZUR finalizar: “Ainda não temos biblioteca, haverá em que regressaremos à cultu- É UM BOM EXEMPLO DAS CONDIÇÕES DADAS À FIXA- mas em contrapartida temos piscinas ra do amendoim, que foi, outrora, uma municipais, um bom pavilhão gimno- importante mais-valia agrícola”, acres- ÇÃO DE EMPRESAS. SERIA ÓPTIMO CONJUGAR AS desportivo, campo relvado, um pavi- centa. Apesar destes desafios, o autarca CONDIÇÕES OFERECIDAS COM UMA BOA ESTRATÉGIA lhão de feiras e exposições que inau- revela que tem havido um interesse cres- DE EMPREENDEDORISMO, LIGADA À AGRICULTURA, À gurámos no ano passado e três Centros cente na agricultura biológica, que moti- Escolares de excelência. Temos todo va a realização semanal de um Mercado PESCA, AO TURISMO EM ESPAÇO RURAL E AO TURIS- um leque de outras infra-estruturas do Agricultor, todos os sábados. MO DE NATUREZA, DE UMA FORMA AMBIENTALMENTE que desejamos potenciar e um Circui- “Aljezur é uma janela de oportuni- to Histórico-Ambiental que vamos im- dades”, na opinião de José Amarelinho. RESPONSÁVEL plementar. Pugnaremos sempre para “Não aspiramos a ter uma grande manter o equilíbrio, porque crescimen- capacidade industrial, mas a Zona to e desenvolvimento são paradigmas Industrial de Aljezur é um bom exem- completamente diferentes, e a nossa plo das condições dadas à fixação de meta é a sustentabilidade. Não pode- empresas. Seria óptimo conjugar as tronomia é um factor identitário e distin- tival da Batata Doce de Aljezur, realizado mos é de facto continuar à mercê dos condições oferecidas com uma boa tivo muito importante, sobretudo ao nível todos os anos e que a rede de restauração tecnocratas do costume que a partir estratégia de empreendedorismo, li- do pescado e do marisco, de entre outros tão bem promove. de Lisboa, nos impõem regras cegas e gada à agricultura, à pesca, ao turismo pratos como os confeccionados à base de “As pessoas que chegam até nós dizem absurdas como foi o caso recente deste em espaço rural e ao turismo de natu- batata-doce, um ingrediente de tal forma que ficam encantadas. As pessoas que novo Plano do PNSACV, ou as portarias reza, de uma forma ambientalmente importante do ponto de vista histórico a aqui trabalham e que aqui vivem con- da Pesca Lúdica que roçam o infame”, responsável”, acrescenta o autarca. A gas- nível local que serve de inspiração ao Fes- sideram que este é, provavelmente, um conclui.
  • 9. TURISMO | PAÍS POSITIVO INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO 42 Parque NaturaL do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina CÂMARA MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM CERROS DE MIL E UM ENCANTOS Município milenar, eleito pelos Celtas, Romanos e Árabes, pela sua importância estratégica na região, Santiago do Cacém teve um papel chave na Reconquista Cristã e pertenceu à Ordem de Santiago. Vítor Proença, presidente da Câmara Municipal, evoca a História e as riquezas do património natural e cultural, no ano em que se comemora o nascimento do escritor Manuel da Fonseca, um ilustre filho da terra. E nvolto por pinheiros mansos e uma janela de oportunidades. “Não é e um sonho antigo do guitarrista”. bravos, carvalhos e sobreiros, que por acaso que estamos com bons in- lhe conferem uma frescura carac- vestimentos no sector hoteleiro, so- CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE terística, que faz acreditar estarmos num bretudo de média dimensão, muito MANUEL DA FONSECA Alentejo diferente, Santiago do Cacém é interessantes. O Turismo em Espaço um concelho cujas estórias se perdem na Rural e o Turismo de Natureza têm Comemora-se este ano, a 15 de Outubro, História. Pioneiro em muitos aspectos, aqui um futuro muito significativo”, o centenário do nascimento de Manuel de entre os quais o facto de ter sido lá perspectiva. da Fonseca. “O poeta, o prosador, o registado o primeiro automóvel em Por- Apoiando os investimentos que se têm contador de histórias, o amigo e o tugal – um Panhard – propriedade dos concretizado do ponto de vista indus- homem que com a sua ironia e com a Condes d’Avillez, Santiago do Cacém tem trial, que colocam o concelho no cami- sua bondade, mas também com o seu um posicionamento central no Litoral nho do progresso, a Câmara Municipal sarcasmo, tinha como que um bisturi Alentejano. É o município mais populoso de Santiago do Cacém tem dedicado para analisar a sociedade portugue- da região, o maior centro administrativo uma atenção muito grande ao centro sa”, apresenta Vítor Proença, confessan- Vítor Proença, Edil de Santiago do Cacém e é o único que tem, em todo o Alente- histórico da cidade homónima. “Está a do: “Eu costumo dizer que o Manuel jo, duas cidades – Santiago do Cacém e comenda de uma princesa de origem bi- decorrer uma intervenção na Tapada nos faz muita falta no tempo que cor- Santo André. “O município destaca-se zantina chamada Vataça Lascaris, aia da do Palácio dos Condes d’Avillez, a par re, porque era um homem respeitado nestes 150 quilómetros de costa, que Rainha Santa Isabel, quando esta, como da recuperação do Passeio Romântico e admirado por todos. Sentíamos uma vão desde Tróia até Odeceixe, como o Isabel de Aragão, veio para Portugal para dos Romeirinhas, que circunda todo o certa nostalgia quando tínhamos de grande centro patrimonial, histórico desposar D. Dinis. “Vataça Lascaris Foi perímetro do Castelo Medieval”, re- terminar um encontro, fosse a que e cultural. É o único município alente- donatária de Santiago do Cacém e ofe- vela o presidente adiantando que estas hora fosse”. jano e o único a Sul do Tejo com um receu a Santiago, entre outros, uma obras de qualificação estão orçadas em Parte da obra do autor está editada. De- acordo de irmandade, de geminação, peça notável - um relicário do Santo 2,5 milhões de euros, ao abrigo de um pois do seu falecimento, o irmão Artur, com Santiago de Compostela. O mu- Lenho, com partes da madeira da Vera programa com financiamento comu- que está vivo e mora no concelho de San- nicípio de Santiago do Cacém teve Cruz, onde Cristo foi crucificado, que nitário designado por Parcerias para a tiago do Cacém, conseguiu a publicação ganhos com este acordo estabelecido permanece na cidade. Doou ainda à Regeneração Urbana – Desenvolvimento de novas edições, que eram inéditas para com essa cidade notável da Galiza, que terra o alto-relevo da Igreja Matriz, Urbano, do InAlentejo que abrange tam- o grande público, sendo que algumas é Património Mundial, e faz jus à sua representado Santiago a combater os bém um projecto chamado ‘Acolhimento tinham saído em crónicas de jornais. As História e identidade, a partir deste Mouros, que é, provavelmente, segun- a Miróbriga’, na envolvente da antiga ur- comemorações iniciaram-se com o lan- cerro alto que Manuel da Fonseca des- do os entendidos, a mais bela peça es- bis romana. “Estamos neste momento çamento por parte dos CTT – Correios crevia como o ‘Cerro Maior’, imagem cultórica do Gótico português”, como com um investimento de cerca de dez de Portugal de um selo evocativo do de marca de toda a costa alentejana”, nos conta Vítor Proença. milhões de euros na cidade de Santo centenário, que já está em circulação. evoca o edil. André, uma qualificação completa “Entretanto estão a ser organizadas Santiago do Cacém tem uma beleza fan- UMA TERRA ONDE O ao abrigo do Polis XXI, enquadrado novas iniciativas, já que entendemos tástica, oferecida pelas colinas e cerros BEM-ESTAR IMPERA no programa Regeneração Urbana”, que Manuel da Fonseca ultrapassa as – o Cerro da Inês, o Cerro da Guarita, o acrescenta Vítor Proença. fronteiras de Santiago do Cacém, pelo Cerro Maior o do C astelo, retratado por “Ter qualidade de vida é, sobretudo, A cultura é um valor muito presente no que em breve vamos tornar público o Manuel da Fonseca, o Cerro da Forca, usufruir de uma boa natureza e de concelho e um investimento que o pre- programa, que é ambicioso, audacio- onde em tempos que já lá vão, há muitos um bom ambiente, é ter emprego e sidente da Câmara Municipal tem muito so, e envolverá parcerias com outros séculos, eram executados os alvos da In- rendimento, boas acessibilidades e orgulho em apresentar: “Temos as nos- municípios e com outras entidades”, quisição. Estas elevações permitem be- condições de saúde, que felizmente sas bibliotecas cheias, assim como o anuncia Vítor Proença. neficiar de uma vista privilegiada sobre temos. O hospital, com características museu, organizamos concertos em o Oceano Atlântico e o Cabo Espichel, so- regionais, já tem mais de 200 anos. A aldeias do nosso município com lota- SUGESTÕES DE VISITA bre Setúbal e a Arrábida e um pouco por rede escolar é muitíssimo boa, a rede ção esgotada. A Câmara Municipal de todo o Sul. O Castelo Medieval está num de equipamentos avançou imenso nos Santiago do Cacém tem em funciona- :: Lagoa de Santo André e circuitos limítro- lugar altaneiro, a 300 metros do nível do últimos quinze anos, a rede de equi- mento uma escola de música, gratui- fes mar. Povoado celta, a que se juntou, mais pamentos desportivos, culturais e so- ta, frequentada por 90 alunos, com :: Monte Velho (centro equestre) tarde, uma presença romana fortíssima, ciais também. Somos o único municí- dois técnicos de formação, detentores :: Zona Histórica de Santiago (Castelo Me- patente no sítio arqueológico de Miró- pio de todo o país com maior e melhor de cursos superiores na área de Edu- dieval, Igreja Matriz e vistas sobre o Oceano Atlântico, avistando o Cabo Espichel e a briga, que alberga o único hipódromo ro- cobertura de Instituições Particulares cação Musical. Temos, igualmente, em Serra da Arrábida) mano existente em Portugal, Santiago do de Solidariedade Social, presentes em funcionamento uma escola de Guitar- :: Circuito do interior (barragens) – Cami- Cacém acolheu árabes até à Reconquista todas as freguesias”, congratula-se o ra Portuguesa, dirigida pelo Mestre nhadas | Canoagem | Hipismo Cristã. Integrou a Ordem de Santiago e foi edil, certo de que Santiago do Cacém é António Chainho, filho da nossa terra,
  • 10. CÂMARA MUNICIPAL DE ODEMIRA MARAVILHAS DA TERRA E DO MAR Viajámos até Odemira, o maior concelho do país e o que concorre com mais área para o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicen- tina, para conhecer os desafios do desenvolvimento sustentável, numa terra de fortes tradições ao nível da agricultura, da pesca e do turismo, vistos como uma janela de oportunidades, por José Alberto Guerreiro, presidente da Câmara Municipal de Odemira. U m périplo pelo concelho de Odemira climatéricas, onde se verifica a quase completa como por exemplo junto ao Cabo Sardão. faz-nos acreditar que uma estratégia ausência de geada e o facto de não existirem As praias de areias e águas límpidas, re- de proximidade entre os cidadãos e o grandes picos de temperatura, bem como a cortadas por falésias, são muito bonitas. Parque Natural do Sudoeste Alentejano pode vir abundância de água, potenciada pela albufeira Temos peixe e marisco muito bom. No bem a ser uma das soluções para combater um da Barragem de Santa Clara. O respeito pelo interior, a Barragem de Santa Clara é uma certo desinteresse a que os munícipes votaram ambiente está patente num conjunto de activi- referência. A própria localidade de Ode- este território natural e privilegiado, muito rico dades já implementado, ao nível do Turismo de mira, com um ar pitoresco e muito florida, em termos de biodiversidade. “Em Odemira Natureza, que “têm um efeito sazonal, agra- assemelha-se a um presépio. Vamos fazer temos uma mais-valia nos projectos defini- vado pela deficiente oferta de alojamento a requalificação, mas é uma terra bonita, dos e a definir no âmbito do Parque Natural hoteleiro”, lamenta o autarca, apesar de regis- florida e com algum encantamento junto do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina tar que existe margem de crescimento, porque ao Rio Mira. Há uma série de actividades (PNSACV), dado que constitui uma zona cos- dispõem de espaço e de um número crescente artesanais, onde pontuam a olaria, a ces- teira naturalizada, integrando 52 por cento de visitantes. “Temos, em contrapartida, um taria de vime e a pedra das falésias tra- da área do parque, com 55 quilómetros de conjunto de actividades atractivas, como balhada, que podem encontrar na Feira José Alberto Guerreiro, Edil de Odemira costa e uma faixa média de 20 quilómetros a pesca, a mariscagem, a gastronomia e o de Actividades Culturais e Económicas do para o interior, o que quer dizer que toda a turismo de natureza, o que vem alargar o de Odemira, considera que este é “um litoral Concelho de Odemira, a FACECO, que se faixa litoral está abrangida pelo PNSACV”, conjunto de ofertas da região. Há um longo diferente, onde é possível assistir a acon- realiza, normalmente, no terceiro fim-de- começa por enquadrar o edil, ciente de que caminho a percorrer, há de facto um plano tecimentos naturais como a nidificação semana de Julho”. “esta realidade tem, desde logo, um impacto que acolhe bem essas actividades, mas que das aves nas falésias, nomeadamente a muito grande nas actividades, porque o mar não é consonante com a Estratégia definida cegonha branca, em sítios deslumbrantes, LER NA ÍNTEGRA EM WWW.PAÍSPOSITIVO.ORG é um atractivo muito grande para o ser hu- pelo Turismo de Portugal, que não consi- mano, onde se desenvolve um conjunto de dera o Alentejo uma região de Turismo de actividades praticamente exclusivas, como a Natureza por vocação. O futuro pode vir a pesca, o recreio náutico e um certo turismo, potenciar essas actividades já que, nomea- quer nas praias, quer nos alojamentos na damente o Programa Polis prevê a constru- faixa costeira que acabam por registar uma ção de uma ecovia desde Sagres até Sines, o grande afluência na época estival”. que constitui um convite a usufruir do meio Há uma actividade agrícola de longa data, por natural em presença”, enuncia José Alberto força do Perímetro de Rega do Mira, o que im- Guerreiro. plica que a autarquia tenha de ter uma atenção especial ao desenvolvimento das actividades UM OLHAR DO PRESIDENTE agrícola, piscatória, comercial e turística. “É isso que nos tem preocupado e nos tem levado “Temos um litoral atractivo, mas o interior a prever alguns investimentos, nomeada- também o é. É uma zona apetecível, am- mente ao nível das acessibilidades, mas bientalmente muito rica, com característi- não só, uma vez que a melhoria dos equi- cas muito diferenciadoras, relativamente à pamentos colectivos constitui também uma maior parte dos territórios, para além de ter prioridade do executivo. Neste momento boas referências não só a nível regional, mas há também um conjunto de investimentos também nacional. Estamos a procurar arti- previsto com as outras autarquias, cujos cular a oferta entre o litoral e o interior, para territórios integram o Parque, que estão a que quem nos visita possa contactar com ser desenvolvidos à luz do programa Polis as diferentes realidades. Há uma grande do Litoral Sudoeste”, materializa José Alberto diversidade no concelho”, afirma José Alberto Guerreiro. Guerreiro, garantindo que “ao longo dos anos, Questionado sobre até que ponto é que é possí- Odemira tem tido um potencial enorme, vel conciliar interesses agrícolas com interesses que tem vindo a ser aproveitado, mas penso ambientais, à luz de um desenvolvimento sus- que ainda temos para oferecer a mais-valia tentável, o presidente da Câmara Municipal de de uma janela de oportunidades quer no Odemira considera que “é um binómio muito plano agrícola, quer no turístico, quer, inclu- difícil, mas com regras cautelosas é possível. sivamente, naquilo que são os novos negó- É uma questão que tem dividido muitas opi- cios ligados à natureza. Apesar do cenário niões, nomeadamente na confrontação do de crise, tem havido nos últimos anos um modelo de agricultura intensiva que se tem crescimento do turismo no Concelho”. vindo a praticar”. Esta é uma zona que tem A finalizar, com chave de ouro, José Alberto algumas apetências exclusivas, as condições Guerreiro, presidente da Câmara Municipal
  • 11. 7 MARAVILHAS DA GATRONOMIA POSITIVO INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO | PAÍS| PAÍS POSITIVO 46 7 MARAVILHAS DA GASTRONOMIA Portugal é conhecido por ser um país onde se come bem. O evento «7 Maravilhas da Gastronomia®» vai divulgar e promover o património gas- tronómico nacional, reconhecido e apreciado em todo o mundo pela sua diversidade, pelos sabores únicos e qualidade dos produtos com que os pratos são confeccionados. CÂMARA MUNICIPAL DE PONTE DA BARCA SABOR DE MIL EXPERIÊNCIAS FEITO Erguendo-se no Alto Minho como baluarte de riquezas históricas, culturais e patrimoniais ímpa- res, a vila de Ponte da Barca tem na gastronomia um dos seus maiores tesouros. António Vassalo de Abreu, edil da câmara local, é o nosso guia da boa mesa, numa terra que sabe receber. Ponte da Barca é um dos concelhos portu- à bordaleza, e o Sável com lidade e de inovação, para além de um irrecu- gueses com mais riqueza gastronómica. o seu arroz de ovas. Re- sável cartão-de-visita. Decorrendo, ou não, em Historicamente, a que é que se deve lativamente à doçaria, parceria com restaurantes, que eventos é que A REGIÃO DE PONTE DA esta diversidade que dá a conhecer esta sofreu influência estão programados para este ano no domínio BARCA É RESPONSÁVEL ao país e aos turistas estrangeiros do célebre mosteiro da gastronomia? um leque de verdadeiras maravilhas de Vila Nova de Muía, Fruto desta variedade e riqueza gastronómica POR DOIS MILHÕES DE da mesa? por onde passaram os temos, em conjunto com os proprietários dos LITROS PRODUZIDOS POR Sim, Ponte da Barca é dos concelhos Cónegos Regrantes de restaurantes locais que pretendam participar, mais ricos no que toca à gastrono- Santo Agostinho e levado a efeito as iniciativas Domingos Gastro- ANO DE VINHO VERDE mia, pois aqui encontra-se o onde es- nómicos e o Fins-de-Semana Gastronómicos mais tradicional sa- teve dedicados exclusivamente à promoção das es- bor, fruto da re- pecialidades gastronómicas desta localidade. utilização co- Estes eventos, que já fazem parte do calendá- dos mais rio das iniciativas anuais da autarquia, são um a par de outros focos de interesse, faz todo o variados motivo de atracção para inúmeros visitantes, sentido, pois potencia e diferencia o turismo e ricos motivados pela gastronomia regional e pelos desta região. produ- programas de animação cultural preparados tos da especialmente para esses dias. A par destas A Câmara Municipal de Ponte da Barca, a que região para a confecção de diversas especiali- lhido D. Afonso Henriques, durante duas iniciativas, promovemos, ao longo do ano, preside, está em fase de implementação ou dades. Desde sempre que se soube valorizar semanas, para preparar o Recontro de Val- diversas actividades como feiras e festas tradi- pretende vir a dinamizar algum projecto liga- todo aquilo que a Terra e o Rio Lima davam, devez. São doces à base de pão-de-ló e ovos, cionais, que congregam sempre o objectivo de do a gastronomia, para além dos eventos que talvez por isso a gastronomia de Ponte da Bar- como é o caso do bolo branco. Temos ainda promover as tradições e a gastronomia local. organiza neste âmbito? ca seja rica, variada e, em parte, sazonal devido o leite-creme (queimado), as Rabanadas de É nossa intenção continuar a promover a gas- à tradição popular quotidiana à qual os pratos Mel que podem ser encontrados na ementa Em plena Região dos Vinhos Verdes, Ponte da tronomia local e a incrementar este que é um estão associados (como é o caso da matança de diversos restaurantes, as queijadas de la- Barca beneficia das virtudes do ‘néctar’ não só dos nossos maiores trunfos em termos de pro- do porco), ao qual se junta o saber–fazer tradi- ranja e o “magalhães”, bolo à base de mel. no acompanhamento dos pratos, mas tam- moção do concelho. Vamos continuar a apos- cional da mão que o prepara e que lhe dá o seu bém na sua confecção. Qual é a importância tar na iniciativa Domingos Gastronómicos, tão especial sabor. A tradição gastronómica de Ponte da Barca da aliança da gastronomia com o vinho? que tem tido, desde há uns anos, uma larga vive, à semelhança de outras regiões, sob Muita. Ao nível vinícola, os vinhos de Ponte da adesão, e apostar na participação de eventos De Norte a Sul, de Leste a Oeste do Concelho, uma certa influência sazonal, em certo tipo Barca são um produto de qualidade com uma e dinamização de iniciativas que destaquem a que especialidades é que gostaria de destacar de pratos. Na sua opinião, como é que se pode imagem de marca há muito reconhecida pelo cozinha barquense e que contribuam para a do antigo e valioso receituário gastronómico potenciar uma oferta gastronómica integrada mercado nacional e internacional. A viticul- afirmação do concelho como destino gastro- local? e constante ao longo de todo o ano? tura representa, de resto, uma das principais nómico por excelência. De entre todas as especialidades merecem Devido aos excelentes equipamentos de res- fontes de rendimento de uma população destaque o Cozido à Portuguesa, que se distin- tauração que temos no concelho, os visitantes que, em percentagem significativa, ainda vive A finalizar, gostaria de enviar uma mensagem gue dos demais por ser confeccionado com os podem encontrar, durante todo o ano, a exce- da agricultura. A região de Ponte da Barca é aos nossos leitores? enchidos, as carnes e legumes da região, o Sar- lência da nossa gastronomia, aliada a uma responsável por dois milhões de litros produ- Vale sempre a pena visitar Ponte da Barca, seja rabulho, as Papas de Sarrabulho, o Cabrito da oferta turística e cultural de qualidade. zidos por ano de Vinho Verde e é conhecida pela sua riqueza gastronómica, paisagística Serra Amarela e a Posta Barrosã, nas carnes; pelos Vinhos Verdes Tintos, especialmente ou cultural. Quem vier, de certeza que vai dar a Lampreia, confeccionada nas duas receitas A realização de eventos tem-se revelado, cada os da casta Vinhão, muito apreciados com a por bem empregue o seu tempo. Sejam bem- tradicionais – o arroz de lampreia e a lampreia vez mais, como uma marca distintiva de qua- gastronomia tradicional. Por isso, esta aliança, -vindos!
  • 12. ALUMÍNIO DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO INDÚSTRIAEM PORTUGAL | PAÍS POSITIVO 66 ALUMÍNIO EM PORTUGAL Importante sector da economia, onde a tecnologia e a inovação andam de mãos dadas, segundo padrões internacionais que regulam a qualidade do produto final, a fileira do alumínio tem, em Portugal, excelentes exemplos industriais que é importante conhecer. APAL – ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DO ALUMÍNIO UMA CULTURA DE EXCELÊNCIA NA DEFESA DO SECTOR Nascida da indústria e para a indústria, no ano 2000, a Associação Portuguesa do Alumínio (APAL) é a marca da evolução associativa iniciada em 1982 com a APA – Associação Portuguesa dos Anodizadores, a que se seguiu a APAL – Associação Portuguesa de Anodização e Lacagem, em 1990. Afirmando o carácter distintivo e estruturante da qualidade da produção, à luz dos mais exclusivos referenciais, a APAL assume-se como a entidade aglutinadora da cadeia de valor do sector do alumínio, como nos revela Nelson Oliveira, presidente da direcção. A APAL agrega no seio da sua es- procuram diversificar a sua actividade, placa giratória que permite manter trutura as secções de Extrusão, para poderem fazer face às oscilações os nossos sócios em contacto, entre Anodização e Lacagem, do alu- do mercado. A grande maioria dos só- si e com as entidades oficiais”, asse- mínio, correspondentes às especializa- cios é detentora das licenças de marca gura o presidente da direcção, enun- ções industriais dos seus 35 associados. de qualidade europeia para a anodiza- ciando a importância da rastreabilida- Uma secção complementar agrupa as ção e lacagem de alumínio. de no decorrer do processo produtivo. empresas de tratamento e revestimen- “Temos presente que a nossa mis- “Temos relações com uma entidade to e protecção do ferro. Alguns sócios são é ajudar o desenvolvimento da auditora – o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) que faz as inspecções aos sócios da APAL sem aviso prévio. Privilegiamos esta par- ceria, de há muitos anos, na medida Nelson Oliveira, Presidente da Direcção da APAL em que o LNEC é uma entidade muito respeitada, não só a nível nacional, indústria do alumínio e congregar mas também a nível internacional”, esforços no sentido de que os inte- que garante o cumprimento dos requi- resses dos sócios e da indústria em sitos que as marcas internacionais de geral sejam defendidos”, afirma Nel- qualidade exigem. son Oliveira, acrescentando: “Defende- mos que os nossos sócios se mante- nham homologados e certificados, MARCAS INTERNACIONAIS DE QUALIDADE para que os clientes finais tenham confiança na qualidade associada Estes logótipos abrangem não só os requi- a cada produto e a componente de sitos normativos legais, mas também as exportação seja assegurada, garan- exigências do consumidor final. tindo a qualificação e a aceitação do produto nacional nos mercados ex- :: QUALANOD - Anodização ternos”. Numa perspectiva de interacti- :: QUALICOAT – Lacagem tradicional do alumínio vidade, a APAL promove o intercâmbio :: QUALIDECO – Lacagem do alumínio com de documentação, desenvolve activida- imitação de madeira des formativas e tem a funcionar, em :: QUALISTEELCOAT – Lacagem do aço permanência, grupos de trabalho sec- toriais, de forma a dar resposta aos exi- Todas estas licenças de marca de qualidade gentes desafios da qualidade. “Partici- (labels) estão associadas a um conjunto de pamos em fóruns onde se discutem requisitos que respeitam à qualidade final do produto, que é avaliada pelo LNEC, orga- as tendências actuais e as de futuro, nismo associado, que por sua vez, integra para que os nossos sócios estejam uma entidade europeia, a QUALISURFAL, preparados para esses desafios. Di- que abarca todos os laboratórios e entida- namizamos as marcas de qualidade des auditoras de cada país. Nelson Olivei- que estão associadas a cada uma das ra reafirma que, mais cedo ou mais tarde, actividades, nomeadamente ao nível quem não se pautar pelo cumprimento das da lacagem, anodização e revesti- normas perderá o seu lugar no mercado. mento de ferro. No fundo, somos a
  • 13. 20 ANOS DA AUTOEUROPA | PAÍS POSITIVO INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO | PAÍS POSITIVO 70 VOLKSWAGEN AUTOEUROPA DESAFIOS DA COMPETITIVIDADE NUM SECTOR DE VANGUARDA De Palmela para o mundo, desde 1995, constituindo o maior investimento estrangeiro alguma vez realizado em Portugal, a História da Volkswa- gen Autoeuropa, começa a contar-se quatro anos antes, aquando da constituição de uma joint-venture entre a Volkswagen e a Ford. A assunção da totalidade do capital da empresa, em 1999, pelo Grupo Volkswagen, marca, indelevelmente, uma tendência de reforço da competitividade que tem projectado o nome da Volkswagen Autoeuropa além-fronteiras. A Volkswagen Autoeuropa, uma gica com o capital humano, é uma das das melhores e mais moder- bases distintivas da melhoria contínua nas unidades de produção de de processos, produtos e serviços. A automóveis da Europa, tem vindo a qualidade e a produtividade são facto- consolidar o seu posicionamento no res tidos em conta na afirmação de polí- mercado global e altamente exigente, ticas de flexibilidade dos produtos, das sob o signo da inovação. Desde o mo- infra-estruturas e dos colaboradores. mento que marca a génese da empresa Detendo uma área total de cerca de dois em Portugal, em 1991, quando ficou milhões de metros quadrados, onde se definido que a Volkswagen lideraria o incluem, de entre outros departamen- desenvolvimento do veículo, enquanto tos, as quatro áreas de produção de alta a Ford planearia as instalações fabris e tecnologia – prensagem, construção de o aprovisionamento, à luz da joint-ven- carroçarias, pintura e linha de monta- ture até hoje, a Volkswagen Autoeuropa gem – a Volkswagen Autoeuropa pre- tem trilhado um percurso de grande tende ser a fábrica da Volswagen mais tuguês, a Volkswagen Autoeuropa tem mento e a formação de colaboradores, sucesso. atractiva do continente europeu. concretizado o importante objectivo de em busca da eficiência, elevada a con- A competitividade, enquanto elemento Alvo de vários acordos de investimento instalação de novas infra-estruturas de dição de excelência pelo seu percurso aglutinador da potencialidade tecnoló- entre a Volkswagen e o Governo Por- produção, a modernização do equipa- corporativo singular.