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Quadras:                         Dia 6 de março:
Dia 4 de março:                  Embarquei-me no mar largo,
Sou gaivota, sou gaivota         Já perdi vistas à terra,
E venho da beira-mar             Já não vejo senão céu,
Trago cantigas na boca           Água e vento que me leva!
Para quem não souber cantar
                                 Ó meu amor, se te vires
Quem embarca, quem embarca,      Nas ondas do mar, aflito,
Quem vem para o mar, quem vem?   Brada por mim, que eu irei
Quem embarca nos meus olhos?     Logo ao teu primeiro grito
Ó que linda maré tem!
                                 O meu amor foi-se embora
Vem cá, minha pequenina,         Sem se despedir de mim
Que o vento quer-te levar        O mar se lhe torne em rosas,
Pela manhã vento norte           E o navio, num jardim
À noite vento do mar
Dia 5 de março:                  Dia 7 de março:
Os olhos do meu amor             Todas as águas que correm,
São dois navios de guerra        Todas ao mar vão parar;
Quando vão para o mar largo,     Todas as minhas cantigas
Alumiam toda a terra             Ao meu amor vão dar.


O meu amor é um cravo,           Se fossem pedras as lágrimas
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Aquele navio novo                Ó mar largo, ó mar largo
Julga que me há-de levar;        Ó mar largo sem ter fundo!
Eu juro que não hei-de ir        Mais vale andar no mar largo
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                                                                1
Dia 8 de março:                  Não me atires com pedrinhas
Vejo mar, não vejo terra,        À barra da minha saia.
Vejo espadas a luzir,            Minha mãe não me criou
Vejo o meu amor na guerra        Para gaiatos de praia
E não lhe posso acudir.
                                 Cabeça, toma juízo,
Menina o teu cabelo              E tu, juízo, assossega;
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Aprendi a navegar
                                 A sorte do marinheiro
Nas ondas do teu cabelo          É uma verdade pura
Fui-me deitar a afogar           Anda sempre a trabalhar
Encontrei lá um bichinho         Em cima da sepultura
Que me ensinou a nadar
                                 Todas as tardes que vejo
As ondas do mar são brancas,     Gaivotas à beira-mar
No meio são amarelas;            Cuido sempre que são cartas
Coitadinho de quem nasce         Que me acabas de mandar
Para morrer no meio delas!


Naquela terra à beira-mar
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Quando não tem peixe para dar,
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Nas ondas do teu cabelo
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                                                               2
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Dia 4 de março:                           Dia 4 de março:
Sou alta e delgada                        Quem vai ao mar, perdeu o lugar
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Dia 5 de março:                           Dia 5 de março:
Estavam oito homens num barco             Há mais marés que marinheiros
O barco virou-se.                         Barco parado não faz viagem
Sete molharam o cabelo,                   À boca da barra se perde o navio
E um, não. Porquê?(solução: era careca)


Dia 6 de março                            Dia 6 de março
Qual é a cosia qual é ela                 Nem tudo o que vem à rede é peixe
Que antes de ser já o era                 Cada qual puxa a brasa à sua sardinha
(solução: pescada)


Dia 7 de março:                           Dia 7 de março:
Venho das ondas do mar                    Filho de peixe sabe nadar
Nascido na fresquidão,                    Homem do mar, cabeça no ar
Não sou água nem sou sol,
Trago o tempero na mão
(solução: sal)




                                                                                  3
A nau Catrineta:
Dia 4 de março: os marinheiros            - "Sobe, sobe, marujinho,
andam perdidos no mar e estão cheios      àquele mastro real,
de fome                                   vê se vês terras de Espanha,
Lá vem a Nau Catrineta,                   ou praias de Portugal."
que tem muito que contar!
Ouvide, agora, senhores,                  - "Não vejo terras de Espanha,
Uma história de pasmar."                  nem praias de Portugal.
                                          Vejo sete espadas nuas,
Passava mais de ano e dia,                que estão para te matar."
que iam na volta do mar.
Já não tinham que comer,                  - "Acima, acima, gajeiro,
nem tão pouco que manjar.                 acima ao tope real!
                                          Olha se vês minhas terras,
Já mataram o seu galo,                    ou reinos de Portugal."
que tinham para cantar.
Já mataram o seu cão,                     Dia 6 de março -hoje os marinheiros
que tinham para ladrar."                  vão finalmente avistar terra
                                          - "Alvíssaras, senhor alvissaras,
"Já não tinham que comer,                 meu capitão general!
nem tão pouco que manjar.                 Que eu já vejo tuas terras,
Deitaram sola de molho,                   e reinos de Portugal.
para o outro dia jantar.
Mas a sola era tão rija,                  Se não nos faltar o vento,
que a não puderam tragar."                a terra iremos jantar.


Dia 5 de março:– ontem, os marinheiros    Lá vejo muitas ribeiras,
andaram perdidos e esfomeados. Hoje, já   lavadeiras a lavar;
pensam em comer as solas dos sapatos e    vejo muito forno aceso,
continuam sem avistar terra.              padeiras a padejar,
"Deitaram sortes ao fundo,                e vejo muitos açougues,
qual se havia de matar.                   carniceiros a matar.
Logo a sorte foi cair
no capitão general"

                                                                                4
Também vejo três meninas,
debaixo de um laranjal.              - "Dar-te-ei tanto dinheiro
Uma sentada a coser,                 Que o não possas contar"
outra na roca a fiar,                - "Não quero o vosso dinheiro
                                     Pois vos custou a ganhar.
A mais formosa de todas,
está no meio a chorar."              Quero a Nau Catrineta,
- "Todas três são minhas filhas,     para nela navegar.
Oh! quem mas dera abraçar!           Que assim como escapou desta,
                                     doutra ainda há-de escapar"
Dia 7 de março:- ontem conseguiram
avistar as filhas do capitão que     Lá vai a Nau Catrineta,
prometeu a mais bonita em            leva muito que contar.
casamento                            Estava a noite a cair,
A mais formosa de todas              e ela em terra a varar.
Contigo a hei-de casar"
- "A vossa filha não quero,
Que vos custou a criar.
Que eu tenho mulher em França,
filhinhos de sustentar.


Quero a Nau Catrineta,
para nela navegar."
- "A Nau Catrineta, amigo,
eu não te posso dar;
assim que chegar a terra,
logo ela vai a queimar.


- "Dou-te o meu cavalo branco,
Que nunca houve outro igual."
- "Guardai o vosso cavalo,
Que vos custou a ensinar."




                                                                     5

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Auto da barca do inferno em banda desenhada
 

Mar-textos da Semana da Leitura

  • 1. Quadras: Dia 6 de março: Dia 4 de março: Embarquei-me no mar largo, Sou gaivota, sou gaivota Já perdi vistas à terra, E venho da beira-mar Já não vejo senão céu, Trago cantigas na boca Água e vento que me leva! Para quem não souber cantar Ó meu amor, se te vires Quem embarca, quem embarca, Nas ondas do mar, aflito, Quem vem para o mar, quem vem? Brada por mim, que eu irei Quem embarca nos meus olhos? Logo ao teu primeiro grito Ó que linda maré tem! O meu amor foi-se embora Vem cá, minha pequenina, Sem se despedir de mim Que o vento quer-te levar O mar se lhe torne em rosas, Pela manhã vento norte E o navio, num jardim À noite vento do mar Dia 5 de março: Dia 7 de março: Os olhos do meu amor Todas as águas que correm, São dois navios de guerra Todas ao mar vão parar; Quando vão para o mar largo, Todas as minhas cantigas Alumiam toda a terra Ao meu amor vão dar. O meu amor é um cravo, Se fossem pedras as lágrimas Que anda no mar em craveiro; Que eu por ti tenho chorado, Deu-lhe o vento, desfolhou-se: Já formavam um castelo Arrasou-se o mar com cheiro No centro do mar salgado Aquele navio novo Ó mar largo, ó mar largo Julga que me há-de levar; Ó mar largo sem ter fundo! Eu juro que não hei-de ir Mais vale andar no mar largo Passar as ondas do mar Do que nas bocas do mundo. 1
  • 2. Dia 8 de março: Não me atires com pedrinhas Vejo mar, não vejo terra, À barra da minha saia. Vejo espadas a luzir, Minha mãe não me criou Vejo o meu amor na guerra Para gaiatos de praia E não lhe posso acudir. Cabeça, toma juízo, Menina o teu cabelo E tu, juízo, assossega; O teu cabelo é o mar Não sejas barco latino: Nas ondas do teu cabelo Com todo o vento navega. Aprendi a navegar A sorte do marinheiro Nas ondas do teu cabelo É uma verdade pura Fui-me deitar a afogar Anda sempre a trabalhar Encontrei lá um bichinho Em cima da sepultura Que me ensinou a nadar Todas as tardes que vejo As ondas do mar são brancas, Gaivotas à beira-mar No meio são amarelas; Cuido sempre que são cartas Coitadinho de quem nasce Que me acabas de mandar Para morrer no meio delas! Naquela terra à beira-mar Vive um santo pescador, Quando não tem peixe para dar, Dá carinho e amor Nas ondas do teu cabelo Vou-me deitar a afogar Quero que todo o mundo saiba Que há ondas sem ser mar 2
  • 3. Adivinhas: Lenga-lengas: Dia 4 de março: Dia 4 de março: Sou alta e delgada Quem vai ao mar, perdeu o lugar Dou de comer Quem vai para o mar, avia-se em terra À beira do mar Gaivotas em terra é sinal de temporal Me poderás ver (solução: cana da pesca) Dia 5 de março: Dia 5 de março: Estavam oito homens num barco Há mais marés que marinheiros O barco virou-se. Barco parado não faz viagem Sete molharam o cabelo, À boca da barra se perde o navio E um, não. Porquê?(solução: era careca) Dia 6 de março Dia 6 de março Qual é a cosia qual é ela Nem tudo o que vem à rede é peixe Que antes de ser já o era Cada qual puxa a brasa à sua sardinha (solução: pescada) Dia 7 de março: Dia 7 de março: Venho das ondas do mar Filho de peixe sabe nadar Nascido na fresquidão, Homem do mar, cabeça no ar Não sou água nem sou sol, Trago o tempero na mão (solução: sal) 3
  • 4. A nau Catrineta: Dia 4 de março: os marinheiros - "Sobe, sobe, marujinho, andam perdidos no mar e estão cheios àquele mastro real, de fome vê se vês terras de Espanha, Lá vem a Nau Catrineta, ou praias de Portugal." que tem muito que contar! Ouvide, agora, senhores, - "Não vejo terras de Espanha, Uma história de pasmar." nem praias de Portugal. Vejo sete espadas nuas, Passava mais de ano e dia, que estão para te matar." que iam na volta do mar. Já não tinham que comer, - "Acima, acima, gajeiro, nem tão pouco que manjar. acima ao tope real! Olha se vês minhas terras, Já mataram o seu galo, ou reinos de Portugal." que tinham para cantar. Já mataram o seu cão, Dia 6 de março -hoje os marinheiros que tinham para ladrar." vão finalmente avistar terra - "Alvíssaras, senhor alvissaras, "Já não tinham que comer, meu capitão general! nem tão pouco que manjar. Que eu já vejo tuas terras, Deitaram sola de molho, e reinos de Portugal. para o outro dia jantar. Mas a sola era tão rija, Se não nos faltar o vento, que a não puderam tragar." a terra iremos jantar. Dia 5 de março:– ontem, os marinheiros Lá vejo muitas ribeiras, andaram perdidos e esfomeados. Hoje, já lavadeiras a lavar; pensam em comer as solas dos sapatos e vejo muito forno aceso, continuam sem avistar terra. padeiras a padejar, "Deitaram sortes ao fundo, e vejo muitos açougues, qual se havia de matar. carniceiros a matar. Logo a sorte foi cair no capitão general" 4
  • 5. Também vejo três meninas, debaixo de um laranjal. - "Dar-te-ei tanto dinheiro Uma sentada a coser, Que o não possas contar" outra na roca a fiar, - "Não quero o vosso dinheiro Pois vos custou a ganhar. A mais formosa de todas, está no meio a chorar." Quero a Nau Catrineta, - "Todas três são minhas filhas, para nela navegar. Oh! quem mas dera abraçar! Que assim como escapou desta, doutra ainda há-de escapar" Dia 7 de março:- ontem conseguiram avistar as filhas do capitão que Lá vai a Nau Catrineta, prometeu a mais bonita em leva muito que contar. casamento Estava a noite a cair, A mais formosa de todas e ela em terra a varar. Contigo a hei-de casar" - "A vossa filha não quero, Que vos custou a criar. Que eu tenho mulher em França, filhinhos de sustentar. Quero a Nau Catrineta, para nela navegar." - "A Nau Catrineta, amigo, eu não te posso dar; assim que chegar a terra, logo ela vai a queimar. - "Dou-te o meu cavalo branco, Que nunca houve outro igual." - "Guardai o vosso cavalo, Que vos custou a ensinar." 5