[1] O documento discute a relação entre médico e paciente, explorando as perspectivas e emoções de ambos no contexto da doença e da possibilidade da doença ou morte. [2] Argumenta-se que tanto médicos quanto pacientes enfrentam incertezas e limitações e buscam compreensão nas interações um com o outro. [3] Defende-se uma abordagem neutra e solidária na relação médico-paciente para que ambos se sintam seguros e apoiados.
1. A Presença ou a Possibilidade
da Enfermidade
Prof.ª Luciana Krebs
Disciplina: Relação Médico-Paciente
3. Paciente
“o paciente vem ao médico
com uma característica
mistura de esperança e
medo. Espera que o médico
seja capaz de descobrir a
causa do seu sofrimento e
agir corretamente para
aliviá-lo. Ao mesmo tempo
ele teme que o médico
possa não ser capaz de
ajudá-lo e, em alguns casos,
que nenhuma ajuda seja de
fato possível”.
Médico
“O médico também sofre
dela porque a cada novo
caso encontra-se frente à
frente com o imponderável
da vida e da morte, ante a
limitação do seu saber e a
realidade de que é uma
pessoa humana, com
grandezas e limitações. Ele
vive a ambígua situação de
que lutando em favor da
vida pode, no entanto,
tornar-se mensageiro da
morte”.
4. • O termo "transferência" foi
utilizado pela primeira vez
por Freud em 1895
• Freud publicou em 1912 a
obra “A dinâmica da
transferência”.
É o deslocamento
inconsciente do sentido
atribuído a pessoas do
passado para pessoas do
nosso presente.
6. • Não é raro que a necessidade de contatos
humanos seja a motivação que leva os
pacientes aos consultórios, nem é incomum
que a mesma necessidade conduza uma
pessoa à vocação para a Medicina.
7. Relações
interpessoais
numerosas e
superficiais.
O consultório, é
um dos poucos
lugares onde
podem buscar
compreensão.
Na enfermidade, a
permeabilidade
com relação ao
mundo está
aumentada
porque a doença é
uma situação de
crise grandemente
reveladora da
intimidade
pessoal.
8. • A enfermidade é responsável também por
mudanças nos sentimentos dos pacientes.
Proporciona ocasiões para experiências
individuais únicas.
• Podem ser duradouras e modificar a ótica pela
qual eles enxergam a vida.
Muitas pessoas dividem suas vidas num
antes e depois da enfermidade.
9. Altera o
encaixe social
das pessoas.
Quando encontram-se em
perigo elas recorrem
àqueles que lhes
inspiram confiança.
10. Como crianças, os enfermos tiveram a experiência de que a
solução das suas dificuldades partia dos pais e isso
representou proteção contra a angústia e isenção de
responsabilidade.
Este passado converteu-se no recurso disponível
de que eles lançam mão nas situações difíceis.
11. Torna os enfermos mais exigentes, menos
lógicos, mais medrosos, mais fantasiosos...
A forma como os pacientes percebem a cena médica
e a ela reagem não depende apenas da pessoa
concreta do médico, mas também do que aqueles
tenham sido na infância.
12. •Podem temer a proximidade com o médico cuidadoso se foram
asfixiados pelo excesso de cuidados maternos na infância;
•Aquele ressentido pela falta de controle exterior pode não
suportar o contato com um médico indulgente;
13. Numa relação
satisfatória
Médico e paciente criam um
compromisso e estabelecem entre si
um campo no qual se sentem seguros.
Uma verdadeira solidariedade deve
prevalecer sobre outros sentimentos.
14. • Se tornar íntimo dos pacientes, pode confirmar as
regressões e também seus medos (inconscientes).
• Toda enfermidade, por simples que seja, traz a
problemática da invalidez e da morte
AMBIVALÊNCIA
Saber a verdade ou fugir dela pode tornar-se
motivações tão importantes quanto ser curado.
XIX
15. As relações de amizade podem conter a
insinceridade e uma perigosa liberdade.
É necessária uma situação neutra.
Nem a maior intimidade nem a relação formal
constituem conforto ou alívio
xx
16. “se com seus enfermos (o médico) deve ter uma atitude humana
no sentido amplo do termo, deve recusar qualquer outra
aproximação demasiado pessoal.”
Schneider
“conservando uma neutralidade afetiva que quer dizer que sua atitude
não deve ser nem moralista nem expressiva de juízos valorativos.”
Moor