Dividida em quatro partes, a aula aborda os temas: 1) O que é a indústria fonográfica? - 2) Que desafios ela enfrenta hoje? - 3) Como fãs e artistas estão lidando com isso? - 4) Casos.
1. A Música Na Internet
indústria fonográfica e cultura de fãs
Lucas Waltenberg
UFF – Universidade Federal Fluminense
2012
2. 1. O que é a indústria da música?
2. Que desafios ela enfrenta hoje?
3. Como fãs e artistas estão lidando com isso?
4. Casos
3. O que é a indústria da música?
Frith (2001): “Como fazer a música gerar dinheiro?”
Entender a história da comoditização da música em termos de armazenamento e acesso.
Uma história dividida em três partes:
1) Combinação entre notação e impressão
Música comercial x música não-comercial
Novas hierarquias no “fazer musical”
Proteger a propriedade intelectual
2) Tecnologias de gravação que permitem acesso à música a partir de discos e cilindros
Música consumida como um bem, não como uma técnica
Desenvolvimento de um novo setor industrial
A própria gravação como uma fonte de renda
3) Tecnologia digital
Novas práticas moldadas pela prática digital
Novas possibilidades de composição musical
“Desintermediação”
4. O que é a indústria da música?
Assim, a indústria fonográfica:
- é uma indústria de direitos, pois depende de regulamentações legais do que é a
“posse” para fazer o licenciamento;
- faz variados usos de trabalhos musicais;
- é uma indústria editorial / de publicações, pois, apesar de levar esses trabalhos
para o público, ela depende das criações de músicos e compositores;
- é uma indústria de talentos, pois depende do gerenciamento efetivo de seu
casting através de contratos e do desenvolvimento de um star system e uma
indústria de eletrônicos que depende do uso doméstico e público de uma
diversidade de equipamentos.
5. Que desafios ela enfrenta hoje?
Já nos anos 80: “Home taping is killing music”
Qual a especifidade do momento atual?
- Desmaterialização da música;
- Pirataria;
- Compartilhamento em redes p2p;
- Quebra do monopólio da distribuição: outros mediadores;
- Novos modelos de negócio.
6. Que desafios ela enfrenta hoje?
(…) novas mídias e tecnologias muito raramente simplesmente substituem
outras. Por um bom tempo, mais e mais usuários irão precisar fazer uma
escolha de reprodução e estocagem para mídias, um matrix midiático, com
diferentes possibilidades e conotações culturais. O que é mais provável de
acontecer é que novas mídias irão permitir novas práticas, que estarão
relacionadas com as funcionalidades e práticas desenvolvidas em
relação a mídias existentes, as quais, no processo, de alguma maneira
serão remodeladas (BØDKER, 2004, p. 14-15).
7. Como fãs e artistas estão lidando com isso?
Web 2.0 (O' REILLY, online)
A “segunda geração de serviços online” (PRIMO, 2007).
Alguns princípios:
- Cauda longa (ANDERSON, 2006)
- Arquitetura de participação
- Conteúdo e informação gerados pelo usuário
Redes Sociais
As redes sociais são o conjunto de atores e conexões. Sites de redes sociais são plataformas que
permitem a criação de uma rede social online, onde os atores são representados pelos perfis
(que podem ser institucionais ou pessoais, públicos ou privados) e as conexões são as ligações
entre esses perfis. São definidos como “sistemas que permitem i) a construção de uma persona
através de um perfil ou página pessoal; ii) a interação através de comentários; e iii) a exposição
pública da rede social de cada ator” (RECUERO, 2009).
8. Como fãs e artistas estão lidando com isso?
Cultura Participativa (JENKINS, 2006, pp. 135-136)
3 Tendências:
- Apropriações sendo feitas com usos de ferramentas que permitem ao usuário anotar,
modificar, incluir informações diversas.
- Uma ética Do it yourself / Faça você mesmo.
- Uma nova organização da economia do entretenimento que viabiliza o surgimento desses
tipos de práticas e de um novo consumidor mais ativo e atento.
15. A Banda Mais Bonita da Cidade
Viral; crowdfunding
16. Móveis Coloniais de Acaju
Banda independente; crowdfunding;
videoclipe colaborativo
17. “De novo, está ficando difícil definir a música. Ela está se
transformando mais em uma experiência e menos um objeto.
Sem as gravações como receptáculos de valores claramente
delineados, as regras do último século – tanto industriais
quanto criativas – não se aplicam mais. Para aqueles que
conseguem encontrar uma audiência ou um pagamento fora do
sistema tradicional, isso pode significar uma abençoada
liberdade dos gatekeepers da indústria da música.”
- Damian Kulash Jr., vocalista da banda OK Go em entrevista
para o The Wall Street Journal, “The New Rock Star Paradigm”,
17 de dezembro de 2010, acesso online
OK Go
Vídeos populares; YouTube como
importante canal de circulação de
música
20. Referências Bibliográficas: Contato:
ANDERSON, Chris. A cauda longa. Rio de Janeiro: Elsevier,
2006.
BØDKER, Henrik. The changing materiality of music.
Trøjborgtrykkeriet: Aarhus, 2004. lwaltenberg@gmail.com
FRITH, Simon. “The popular music industry”. In: FRITH, Simon;
STRAW, Will & STREET, John (org.). The Cambridge facebook.com/luacs
companion to pop and rock. New York: Cambridge
University Press, 2001.
JENKINS, Henry. “Interactive audiences? The 'collective
intelligence'”. In: JENKINS, Henry. Fans, bloggers and
gamers: exploring participatory culture. New York: New York
University Press, 2006.
O‘REILLY, Tim. “What is Web 2.0? Design Patterns and Business
Models for the Next Generation of Software”. O‘Reilly
Publishing, 2005.
PRIMO, Alex. O aspecto relacional das interações na Web 2.0.
E-Compós. Agosto, 2007.
RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre:
Sulina, 2009.
SÁ, Simone Pereira de. “O CD morreu? Viva o vinil”. In:
PERPETUO, Irineu Franco & SILVEIRA, Sergio Amadeu
(orgs.). O futuro da música depois da morte do CD. São
Paulo: Momento Editorial, 2009.