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Gestão da Educação a Distância e da Inovação Educacional
111
GESTÃO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
E DA INOVAÇÃO EDUCACIONAL
Prof. Dr. Luciano Sathler*
Resumo
As metas universais acertadas entre os países que compõem os mecanismos de governança global
apontam para a urgente demanda por Educação de qualidade acessível para todos, que supere
barreiras econômicas e sociais, de forma inclusiva. A Educação a Distância pode ser considerada
o princípio de uma inovação radical ou disruptiva, pois tem causado impactos significativos
na democratização do acesso às instituições educacionais. É possível imaginar que estamos às
vésperas de uma mudança ainda maior, para dar conta de novas demandas e possibilidades de
inovações trazidas pela tecnologia e a própria sedimentação da modalidade no segmento da
Educação Superior.
1. A Sociedade da Informação e as novas demandas sobre a Educação
As pessoas e as organizações têm impulsionado mudanças profundas nas formas como a
aprendizagem é promovida e certificada. O cerne dessas demandas nasce das transformações dos
cenários científicos e tecnológicos, com seus impactos sociais e econômicos, que nos apontam o
alvorecer de algo novo, a chamada Sociedade da Informação.
O poder e a riqueza mudam as suas fontes, assim como na transição entre a Sociedade Agrária
para a Sociedade Industrial. Antes, o senhor da terra. Posteriormente, a propriedade das indústrias
e ferrovias. Hoje em dia, o domínio das tecnologias digitais – que criam, distribuem, armazenam e
consomem informação – parece aumentar os riscos da concentração de riquezas e da ampliação de
oligopólios de extensões inauditas.
É amplamente aceito que estamos em meio a um fundamental e muito rápido processo de
transformação. Na sociedade pós-industrial, em que a maior parte da riqueza está sendo criada nos
setores não industriais da economia, percebe-se que o uso das tecnologias digitais tem o poder de
moldar toda a estrutura econômica e social, com destaque à informatização dos meios de produção. A
produtividade e a competitividade, em grande medida, dependem da capacidade de gerar, processar
e aplicar de formas mais eficazes e aceleradas a informação baseada no conhecimento. A inovação
torna-se a força motriz para codilhar os riscos da não permanência.
A Sociedade da Informação não abole riscos tradicionais de exclusão. Ao contrário, os dados
indicam o aprofundamento da marginalização, ainda que encoberta da opinião pública por ser mantida
abaixo do horizonte midiático de massa, com outros temas mobilizadores de transformação social.
A Assembleia Geral das Nações Unidas considera os desafios relativos à Sociedade da
Informação como extremamente relevantes. Em 2015, vários documentos foram promulgados no
âmbito da chamada WSIS+10, o movimento de revisão dos encaminhamentos e resultados da
Cúpula Mundial da Sociedade da Informação (World Summit on the Information Society – WSIS),
que teve suas duas fases realizadas em 2003 e 2005. Como parte do resultado das discussões,
destacamos as declarações:
* Professor do Programa de Pós Graduação em Administração da Universidade Metodista de São Paulo, Diretor Nacional das Instituições
Metodistas de Educação e Diretor da Associação Brasileira de Educação a Distância – ABED.
112
Reafirmamos nosso desejo e compromisso comuns com a Cúpula Mundial da Sociedade da
Informação por construir uma Sociedade da Informação centrada nas pessoas, inclusiva e
orientada para o desenvolvimento, onde todos possam criar, acessar, utilizar e compartilhar
informação e conhecimento, capacitando indivíduos, comunidades e povos para que alcan-
cem o seu pleno potencial na promoção do seu desenvolvimento sustentável e melhoria de
sua qualidade de vida, tendo como premissas os propósitos e princípios da carta das Nações
Unidas e da Declaração Universal dos Direitos Humanos... Porém, expressamos preocupa-
ção, pois ainda há significativas barreiras digitais, entre nações e dentro dos próprios países,
entre homens e mulheres, que precisam ser abordadas por meio de, dentre outras ações, o
reforço de ambientes políticos e cooperação internacional para ampliar a acessibilidade, o
acesso, a educação, a capacitação, o multilinguismo, preservação cultural, investimento e
financiamento adequado. Além disso, reconhecemos que a questão de gênero existe como
uma das principais barreiras digitais hoje existentes, e incentivamos todas as partes interes-
sadas para que garantam a plena participação das mulheres na Sociedade da Informação e o
acesso das mulheres às novas tecnologias, especialmente nas Tecnologias de Informação e
Comunicação – TIC para o desenvolvimento (ONU, 2015, p. 3).
A computação social, por exemplo, tem transformado o panorama da aprendizagem,
ao fornecer oportunidades sem precedentes para a aprendizagem autodirigida, colaborativa, e ao
longo da vida, entre outras possibilidades. Tornam-se porosos os limites entre a escola e a casa;
entre educação formal, não formal e informal; entre professores e alunos; entre formação escolar e
jornalismo; entre os sistemas de gerenciamento de conteúdo e ferramentas que trabalham o Big Data,
precursores da Inteligência Artificial.
Adiscussão acadêmica sobre as demandas por novas habilidades e competências na Sociedade
da Informação é altamente controversa. No entanto, é agora amplamente aceito que há uma demanda
crescente por mais pessoas com maior nível de formação.
Os processos de reestruturação com base nas tecnologias digitais exigem uma série de novas
habilidades e competências técnicas ou digitais, mas essas representam apenas uma dimensão de um
novo perfil de habilidades e competências necessárias.
Há uma nova demanda por competências sociais, incluindo a capacidade de se comunicar,
confiar e ser confiável. Há também uma grande busca por competências de gestão, conhecimento
prático e percepção de contextos, inclusive internacionais. Talvez o mais importante que se espera é
a criatividade, somada ao pensamento crítico e à cidadania, o que pede uma Educação absolutamente
comprometida com o desenvolvimento de Valores Éticos e Virtudes. A metacognição e o “aprender
a aprender” são os fundamentos desse novo cenário da aprendizagem.
A figura 1 ilustra o ritmo das mudanças que acontecem na Educação em seguida às
transformações sociais. E demonstra que cresce o sofrimento social enquanto a Educação ainda não
adota novos modelos para dar conta das inéditas demandas da sociedade.
AescolarizaçãopúblicaeuniversalfoiarespostadaEducaçãoàstransformaçõesimpulsionadas
pela Revolução Industrial. Nessa época, a máquina e o relógio eram os padrões máximos de
organização. Como resultado, a partir da primeira metade do século XIX, os sistemas educacionais
foram feitos à imagem da linha de montagem, numa concepção mecanicista, organizados em estágios
discretos, chamados de séries, que segregaram as crianças por idade. Para cada estágio, supervisores
locais, o professor. Classes com grupos uniformes reuniam-se por períodos idênticos, com o objetivo
prioritário de preparar para os testes. A arquitetura e a gestão da escola eram projetadas para manter
113
uma velocidade uniforme, com sinetas e horários rígidos. Havia pouca autonomia docente, pois o
currículo era padronizado externamente, por especialistas. Disciplina é a palavra-chave.
Figura 1. A corrida da Educação e os novos modelos de sociedade (OCDE, 2014)
O resultado desse pensamento da era da máquina foi um modelo de escola separado da
vida cotidiana, governado de forma autoritária, orientado, acima de tudo, para produzir um
produto padronizado – a mão-de-obra necessária para o local de trabalho da era industrial,
dependente da manutenção do controle... Assim como a escola foi a instituição geradora
do pensamento da era industrial, também pode ser a base para criar sociedades mais orien-
tadas para a aprendizagem. Na verdade, o momento de inculcar o pensamento sistêmico é
quando somos bem jovens e as intuições inatas sobre a interdependência ainda estão vivas:
antes que temas acadêmicos fragmentados nos transformem em reducionistas especialistas
(SENGE et al., 2005, p. 31).
As metas universais acertadas entre todos os países que compõem os mecanismos de
governança global apontam para a urgente demanda por Educação de qualidade acessível para todos,
que supere barreiras econômicas e sociais, de forma inclusiva.
Por exemplo, o Fórum Mundial de Educação, realizado em 2015, contou com mais de 130
ministros de Educação e milhares de participantes, entre organizações da sociedade civil, agências
multilaterais de cooperação, professores, ativistas e experts. Na ocasião, foi acordada uma nova
agenda da Educação, sintetizada na Declaração de Incheon (UNESCO, 2015), que irá vigorar entre
2015 e 2030, tendo como temas centrais:
•	 O Direito à Educação, assegurar educação equitativa e inclusiva de qualidade e
aprendizagem ao longo da vida para todos até 2030;
•	 A Equidade na Educação, acesso e aprendizagem equitativa, particularmente para
meninas e mulheres;
114
•	 AEducação Inclusiva, que responde e se adapta a cada estudante, mantendo-se relevante
para a sociedade e para o respeito à cultura;
•	 A Educação de Qualidade, com professores capacitados e apoiados;
•	 A Educação por Toda a Vida, para garantir a construção dos conhecimentos e
capacidades necessários para a realização das aspirações individuais e contribuição das
pessoas com suas sociedades.
Já a Conferência Mundial da Educação Superior, realizada em 2009, reuniu semelhante
público, inclusive 140 ministros da Educação, e estabeleceu como meta dobrar a população
universitária mundial até 2022. Na declaração resultante do encontro, os signatários destacam a
importância da Educação Aberta e a Distância como estratégia para permitir alcançar os objetivos
propostos, inclusive para atender à crescente demanda pela boa formação de mais professores
(UNESCO, 2009, p. 3).
Ou seja, a Sociedade da Informação incita as escolas e instituições de Educação Superior,
bem como os gestores públicos que se dedicam à Educação, a inovar sem perder a essência, imaginar
e construir um futuro cuja semente já germina há algum tempo, sendo possível vislumbrar alguns de
seus ramos e frutos em diferentes pontos.
2. A Educação a Distância como uma inovação educacional
Apesar da história da Educação a Distância (EaD) remontar a centenas de anos – ou até
milhares, a depender do autor – fica claro que foi estabelecida uma nova dinâmica nesse campo a
partir do fenômeno da Internet. Um dos objetivos desse texto é analisar a EaD na perspectiva da
Inovação em nível das Instituições de Educação Superior (IES).
No Brasil, é comum encontrar empreendedores visionários na gênese das inovações nas IES,
homens e mulheres com poder de decisão quase sempre monocrático, para permitir avançar em meio
às incertezas sobre os resultados das novas atividades. Não se sabe de antemão qual será o impacto
das mudanças. Envolve investimentos, seja na aquisição de ativos fixos ou intangíveis, assim como
outras atividades que possam gerar retornos potenciais no futuro, como a formação de pessoas.
A inovação visa a melhorar o desempenho de uma organização com o desenvolvimento de
vantagens competitivas ou, simplesmente, a manutenção da competitividade por meio da mudança
da curva de demanda de seus produtos ou serviços. Aumentar a qualidade dos serviços educacionais,
oferecer novos cursos ou metodologias, conquistar novos grupos de alunos ou reduzir a curva de
custos são exemplos dos efeitos em IES.
O Manual de Oslo (OCDE, 2015) define que uma “inovação é a implementação de um produto
(bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de
marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de
trabalho ou nas relações externas”.
Ainda de acordo com o mesmo estudo (apud, 2015), as “atividades de inovação são etapas
científicas, tecnológicas, organizacionais, financeiras e comerciais que conduzem, ou visam conduzir,
à implementação de inovações. Algumas atividades de inovação são em si inovadoras, outras não são
atividades novas mas são necessárias para a implementação de inovações. As atividades de inovação
115
também inserem a Pesquisa e o Desenvolvimento (P&D) que não estão diretamente relacionados ao
desenvolvimento de uma inovação específica”.
É possível desdobrar a inovação em quatro tipos:
•	 Inovações de produto ou serviço, o que inclui bens e serviços totalmente novos e
aperfeiçoamentos importantes para produtos ou serviços existentes.
•	 Inovações de processo, que representam mudanças significativas nos métodos de
produção e de distribuição.
•	 As inovações organizacionais referem-se à implementação de novos métodos, como
mudanças em práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações
externas da empresa.
•	 As inovações de marketing envolvem a implementação de novos métodos, incluindo
mudanças no design do produto e na embalagem, na promoção do produto e sua
colocação, além de métodos de estabelecimento de preços de bens e de serviços.
Uma inovação em uma IES pode ser nova para o segmento educacional ou nova para o
mundo quando não foi ainda implementada por outras organizações. As pioneiras na implementação
de inovações podem ser consideradas condutoras do processo de inovação. No Brasil, em termos de
EaD, a Universidade do Norte do Paraná (UNOPAR) talvez seja a instituição que mereça esse título,
por ter sido a primeira a ofertar cursos de Graduação e Pós-Graduação EaD em um modelo que
acabou tornando-se padrão para muitas IES que adentraram posteriormente na modalidade.
O modelo adotado pela UNOPAR para os cursos de Graduação EaD convocava o aluno
uma vez por semana a um dos polos de apoio presencial para participar de encontros. Esses se
configuravam em unidades de apoio local, o que incluía o trabalho de tutores presenciais aptos a
apoiar os estudantes no acompanhamento dos cursos. Outros funcionários ofereciam também suporte
administrativo, além de possibilitar o acesso a bibliotecas, laboratórios de informática, internet e
a recepção de aulas via satélite, ao vivo ou gravadas previamente. Tratava-se, na prática, do
blended learning, que permitia a experiência híbrida do estudo autônomo, via computador ou outro
equipamento, com a participação presencial e a distância numa turma que se apoiava mutuamente.
A carga horária em vídeo permitia menor volume de leitura ao longo da semana, ainda que
o aluno EaD tivesse maior cobrança nesse quesito do que um estudante de curso presencial. O polo
de apoio presencial e as transmissões via satélite possibilitavam superar as barreiras geográficas
regionais, ainda presentes nos dias de hoje, como a distribuição desigual ou inexistente de internet com
qualidade adequada e suficiente. Os investimentos na formação dessa nova rede de distribuição eram
partilhados, o que garantiu um crescimento rápido. O material didático era criado especificamente
para a modalidade EaD, dialogava com livros disponibilizados fisicamente e em formato digital, em
consonância com o projeto pedagógico do curso. A escala possibilitou a prática de preços menores,
o que se somava à flexibilidade de tempos, espaços e ritmos para o estudo. É possível observar os
quatro tipos de inovações já citados nessas práticas aqui brevemente relatadas.
O benefício de estar à frente na adoção de inovações que dão certo é que a posição
competitiva conquistada pode se tornar inalcançável para novos entrantes ou instituições tradicionais
do segmento, que são mais lentas para se organizarem quanto a explorar novas oportunidades. Em
2014, os cinco maiores grupos educacionais que atuam na EaD concentravam quase 72% do total
de alunos matriculados em cursos de Graduação. Isso inclui a Kroton, que adquiriu a UNOPAR, em
2011, e se fundiu com a Anhanguera, também forte em EaD, em 2012. Veja o gráfico 1.
116
Gráfico 1. Percentual de matriculados em IES privadas e comunitárias – Graduação EaD 2014
(Fonte: INEP, 2015)
A EaD pode ser considerada o princípio de uma inovação radical ou disruptiva na Educação,
pois tem causado impacto significativo no segmento e na atividade econômica das instituições
educacionais. Esse conceito é centrado no impacto das inovações, em oposição à sua novidade. O
impacto pode, por exemplo, mudar a estrutura do setor, criar novos nichos de mercado ou tornar
serviços existentes obsoletos. Na medida em que as metodologias, tecnologias e outras estratégias
associadas à EaD forem incorporadas pelo ensino presencial, será possível verificar a chamada
hibridização. Essa é uma tendência demandada tanto pelo novo perfil dos alunos quanto pelas
necessidades da própria Sociedade da Informação.
De acordo com o Censo da Educação Superior 2014 (INEP, 2015), enquanto na modalidade
presencial as IES privadas possuem 71,9% do total de matrículas na graduação, na modalidade a
distância essa participação é ainda maior, 89,6%. Comparado com 2013, o número de ingressos
nos cursos a distância cresceu 41,2%; já nos cursos presenciais, o aumento foi de 7%, o que é uma
evidência de que os cursos a distância estão em clara expansão.
Das matrículas nos cursos de licenciatura registradas em 2014, 41,2% estão em instituições
públicas e 58,8% estão em IES privadas, de um total de 1.466.635 alunos. Mais da metade das
matrículas em cursos de licenciatura na rede privada é oferecida na modalidade a distância (51,1%).
Na rede pública, esse índice é de 16,6%.
Comocrescimentodasmatrículasdecursostecnológicosadistância,essamodalidadejárepresenta
mais de 1/3 das matrículas, sendo que 62,6% dos estudantes matriculados na educação tecnológica de
graduação estão em cursos presenciais, de um total de 1.029.767 alunos. Entre 2013 e 2014, o número de
matrículas em cursos tecnológicos de graduação a distância teve crescimento de 12,7%.
Na modalidade a distância, o crescimento percentual de ingressantes em cursos de Graduação
foi mais acentuado (41,2%) entre 2013 e 2014, enquanto na modalidade presencial o aumento foi de
7% no mesmo período.
Entre 2003 e 2014, o número de ingressos variou positivamente, 54,7% nos cursos de
graduação presenciais e mais de 50 vezes nos cursos a distância. Enquanto na modalidade presencial
Kroton
36,3%
Uninter
9,9%
Unip / Objetivo;
8,8%
Uniasselvi
8,2%
Estácio de Sá;
8,2%
Outros
28,7%
117
há uma predominância dos cursos de bacharelado (73,1% do total), na modalidade a distância há um
equilíbrio entre os graus acadêmicos, com ligeira superioridade dos cursos de licenciaturas (37,4%),
seguidos dos tecnológicos (33,9%) e dos bacharelados (28,8%).
Há uma clara tendência de mudança no perfil do aluno de Graduação EaD. Isso pode ser
observado pela média de idade dos matriculados, que decresce a cada ano. E também na mudança do
perfil de alunos por grau acadêmico pois, de 2008 a 2014, as matrículas em bacharelados aumentaram
283%, nos tecnológicos o acréscimo foi de 259%, enquanto as licenciaturas cresceram apenas 84%.
Veja o gráfico 2.
Gráfico2. NúmerodeMatrículasemCursosdeGraduaçãoaDistânciaemIESprivadasecomunitárias,
segundo o Grau Acadêmico – Brasil – 2008-2014
(Fonte: INEP, 2015).
Interessante notar que as variações do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro não parecem
apresentar nenhuma relação direta com o crescimento das matrículas nos cursos de Graduação EaD,
ao contrário do comportamento observado no crescimento da proporção de domicílios com acesso à
internet. Ou seja, há uma coincidência da linha de tendência entre mais pessoas que têm acesso e se
familiarizam com a Web e a crescente demanda por cursos a distância, o que pode ser suspeitado a
partir dos dados demonstrados no gráfico 3.
118
Gráfico 3.Variação percentual de matrículas em cursos de Graduação a distância x variação percentual
do PIB Brasil x proporção de domicílio com acesso à internet – 2010-2014
(Fontes: INEP, 2015; BACEN, 2015; CETIC).
É possível imaginar que, após 10 anos da publicação do Decreto 5.622, de 19/12/2005, que
marcou o início da expansão mais forte das matrículas nos cursos de Graduação e Pós-Graduação
a distância no país, estamos às vésperas de uma mudança na EaD brasileira, para dar conta de
novas demandas e possibilidades de inovações trazidas pela tecnologia e a própria sedimentação da
modalidade no segmento da Educação Superior.
3. A gestão da Educação a Distância na perspectiva da inovação educacional
Só vai chegar onde quer quem primeiro determinar onde quer chegar. O posicionamento
competitivo é a matriz de onde nascem as estratégias responsáveis por conduzir ao sucesso ou ao
fracasso de uma IES.
ÉprecisoterclarezaseaIESvaiseposicionarcombaseemumoumaisfatoresdediferenciação
– qualidade, inovação, internacionalização, empregabilidade, rede de contatos, tradição, localização,
exclusividade etc. –, ou se o preço será seu principal atrativo – custo menor, prazo de pagamento,
financiamentos internos e externos, cursos realizados com duração estendida etc. Veja a figura 2.
119
Figura 2. Estratégias genéricas de Porter (adaptação pelo autor de GHEMAWAT, 2000, p. 65)
Outrafontedeposicionamentocompetitivoéterofocoemumaououtraáreadeconhecimento,
ser a que melhor conhece e prepara para a região onde se localiza ou quaisquer fontes de valor
agregado que sejam facilmente perceptíveis pelos públicos-alvo definidos.
Ousamos afirmar que a EaD tornou-se uma estratégia obrigatória para todas as IES, seja qual
for o seu tamanho, localização, tradição ou posicionamento competitivo. Faz-se necessário incluir
a EaD nas decisões organizacionais, ainda que sob diferentes possibilidades de escolhas: expansão
nacional, expansão regional, defesa da posição local, blended learning para cursos presenciais,
participação em consórcios cooperativos, gestão de portfólio de cursos, atendimento a diferentes
públicos-alvo ou, simplesmente, para reforçar a oferta exclusivamente presencial, ao agregar valores
que a EaD eventualmente não possa suprir.
A mudança do perfil dos alunos, tanto no presencial quanto na EaD, somada às novas
demandas da Sociedade da Informação, junta-se às novidades tecnológicas que tornam ubíqua a
interação síncrona, com imagem em tamanho natural e som perfeito, e às possibilidades das formas
criativas de lidar com grandes quantidades de dados captados no universo digital para oferecer
experiências de aprendizagem personalizadas e surpreendentemente instigantes.
Tendo em vista a velocidade das mudanças e o risco de perder o rumo na História, é importante
estabelecer uma cultura de inovação nas IES. A experiência tem demonstrado que mesmo programas
bem estabelecidos de EaD podem sofrer reveses profundos se não forem permanentemente nutridos
por inovações ou se passam a ser administrados por burocratas estéreis, cuja capacidade imaginativa
restringe-se à norma já existente.
Em um amplo estudo realizado no âmbito do American Council on Education’s Change and
Innovation Lab, Morris e Setser (2015) definiram cultura de inovação como “nutrir um ambiente que
continuamente introduz novas ideias ou formas de pensar para, em seguida, traduzi-las em ações para
resolver problemas específicos ou aproveitar novas oportunidades”.
Os autores identificaram sete fatores que acreditam ser necessários para catalisar, permitir
e manter uma cultura eficaz de inovação ao longo do tempo. Trata-se de um conjunto dinâmico e
interativo, que pode promover ou restringir a cultura de inovação.
Detalhamos, a seguir, cada um dos fatores e subfatores na esperança de que proporcionem
uma reflexão e novos caminhos, que gestores universitários possam se inspirar sobre quais ações
priorizar e como acompanhar o seu progresso ao longo do tempo.
120
Visão
Primeiramente, é preciso reconhecer e definir o(s) problema(s) a ser(em) resolvido(s) e a
necessidade de inovar para desenvolver soluções radicalmente melhores para os estudantes e suas
famílias.
Propósito
O trabalho deve ser imbuído de um senso claro de propósito e intenção estratégica. Isso responde a
perguntas “e daí?”, que muitas vezes surgem no contexto do trabalho de inovação.
Permissão
A diretiva clara e explícita para os outros na equipe, para que tentem novas abordagens e abracem
a aprendizagem que vem com o fracasso. Para ser significativa, a permissão deve ser acompanhada
por recompensas por assumir riscos e trazer novos aprendizados, mas também requer que os
membros da equipe tenham a liberdade para fracassar enquanto projetam ou testam novas ideias e
formas de pensar.
Rotina
Porque é desconhecido, muitas vezes os membros da equipe precisam desenvolver “modelos
mentais” (por exemplo, ritmo e cronograma) para permitir a inovação. A definição de um ciclo ou
cronograma para os seus esforços ajuda a tornar rotineiras as práticas de inovação e as incorpora
rapidamente na cultura.
Urgência
Se você alcançar progressos tangíveis, é necessário abordar o trabalho com um incrível senso de
urgência – estabeleça metas agressivas e prazos.
Escolhas
Inovação frequentemente força escolhas difíceis, especialmente em torno da qualidade – nossos
primeiros esforços não são sempre os melhores, sendo essa uma preocupação real e válida quando
falamos de Educação Superior. Compreender quais são os limites da instituição em torno de seus
valores fundamentais é importante, pois as escolhas muitas vezes vão colocá-los em disputa entre
si. Prepare-se para fazer escolhas difíceis e entender que essas opções podem custar algo que é
profundamente valorizado.
Humildade
Esse é um trabalho complexo, por isso é aconselhável manter-se humilde sobre o que é conhecido,
o desconhecido e ainda não possível de conhecer.
Tabela 2. COMUNICAÇÃO
Clareza
Os líderes devem se esforçar para estabelecer definições claras, objetivos e resultados desejados
para a inovação, para que as metas sejam evidentes a todos os membros da equipe.
Demonstração
A comunicação eficaz não é apenas explicar e descrever as metas de inovação, mas também
demonstrar a sua necessidade e como se baseia nas experiências e trabalhos do passado.
Campeões
Isso é importante para promover – tanto para inovações específicas quanto para o ambiente
que vai fazer indivíduos e grupos se sentirem confortáveis tentando coisas novas, públicas e
privativamente.
Engajamento
Você deve envolver ao máximo e de forma autêntica as principais partes interessadas no
processo, por métodos tais como a escuta ativa e o diálogo. Existem maneiras de estruturar o
engajamento das partes interessadas para promoverem e ajudarem o processo de inovação sem
torná-lo ingovernável. Stakeholders geram percepções de valor inestimável que não podem ser
obtidas em outra fonte.
Transparência
Ao compartilhar lições honestamente, mesmo quando surgem de falhas, você modela o(s)
comportamento(s) que deseja para promover, recompensar e valorizar.
Frequência
Compartilhe experiências de seu trabalho rápido e muitas vezes para acelerar a curva de
aprendizado da IES.
Tabela 1. LIDERANÇA
121
Equipe
Investir na capacidade de sua equipe para assumir e executar o trabalho da inovação é
fundamental para o sucesso. Por exemplo, oferecer oportunidades de desenvolvimento
profissional fora do planejado ou ajudando-os a cultivar e participar em redes de experts.
Tempo
As IES precisam explicitamente dedicar tempo dos membros individuais da equipe para a
inovação, bem como garantir o cumprimento dos horários dedicados a esse tema em toda
a organização.
Recursos Financeiros
É essencial que as IES criem ou reservem fundos dedicados a investir no
desenvolvimento e implementação de inovação. Em um ambiente de recursos escassos,
onde e como uma organização investe demonstra seu compromisso com a mudança da
cultura.
Tabela 4. ESTRUTURAS E PROCESSOS
Estruturas Leves
As IES precisam de estruturas leves, como prototipagem rápida e oportunidades de
inovações de ciclo curto, que são deliberadamente concebidas para apoiar e permitir a
uma cultura de inovação contínua.
Reforço de Processos
As IES precisam de processos claros e consistentes para promover, apoiar e recompensar
a inovação. Esses processos devem reforçar continuamente o seu compromisso com a
inovação, mesmo quando esses esforços nem sempre levem a sucessos muito claros em
princípio.
Hábitos
Com estruturas e processos em andamento, membros da equipe podem começar a
desenvolver “hábitos mentais” – com o ritmo e as rotinas da inovação regulamentadas.
Tabela 3. ALOCAÇÃO DE RECURSOS
Tabela 5. CAPACIDADE
Modelo Mental
Todos na equipe devem desenvolver uma tolerância ao risco, o conforto com o medo do
fracasso e uma “mentalidade de amadurecimento”.
Conhecimentos e
Competências
Os membros da equipe, em todos os níveis da IES, devem desenvolver os conhecimentos,
competências e habilidades para serem efetivos e inovadores.
Habilidade para
Executar
Sem a capacidade essencial para executar, os impactos da inovação serão limitados
e temporários. Culturas de inovação bem-sucedidas frequentemente envolvem a
“liderança distribuída”, onde todos os membros da equipe, independentemente do nível
organizacional, têm poder para agir em prol do sucesso do projeto e assim o fazem.
Suporte
Os indivíduos e as equipes precisam de formação contínua, apoio e oportunidades para
praticar a sua busca de novas abordagens.
Tabela 6. DIRETRIZES INSTITUCIONAIS
Orientação
O ambiente nas universidades, centros universitários e faculdades pode ser preventivo
(restringe a inovação), permissivo (permite, mas não oferece suporte) ou facilitador
(promove ativamente, suporta e recompensa a assunção de riscos). Na verdade, uma
única instituição pode exibir todas as três orientações, dependendo do departamento
ou programa. Ao fazer a autoavaliação, não se esqueça de ser claro sobre a unidade de
análise. Se a IES exibe duas ou três dessas orientações simultaneamente, considerar qual
é a mais comum e quando é praticada.
Valorizar as Entregas e
Remover Barreiras
Os líderes devem buscar ativamente criar mais políticas que promovam e recompensem
comportamentos inovadores que devem ser encontrados, ao mesmo tempo em que são
extintas as políticas que inibem a inovação.
Incentivos Alinhados
Toda vez que possível, os incentivos ao nível do sistema devem estar alinhados com os
resultados buscados.
122
Hipóteses
Mensuráveis
Os líderes devem ser explícitos sobre quais os problemas tangíveis ou barreiras à inovação irão
ajudar a superar as necessidades que serão mais bem atendidas e servidas com essas realizações.
Prototipagem
Rápida
Experimentar a ideia em um pequeno projeto-piloto vai permitir um feedback rápido. Ou
experimentar uma versão em pequena escala do conceito completo, por um curto período,
permitirá um começo mais cedo, retornos ágeis e movimentar a inovação para a frente.
Medição dos
Progressos
Métricas são necessárias para acompanhar os progressos. É preciso ter uma noção clara dos
resultados pretendidos e onde se quer chegar; e como as inovações são, por definição, diferentes
dos velhos processos e serviços, os indicadores de desempenho provavelmente precisarão ser
também novos.
Gestão da
Mudança
Uma cultura eficaz e sustentável de inovação normalmente não surge por si só; precisa ser
intencionalmente perseguida e gerida ao longo do tempo, por meio do foco em métricas claras e
melhoria contínua.
Qualquer esforço para definir o que constitui uma forma eficaz de promover uma cultura
organizacional de inovação é algo inerentemente complexo. Os conceitos-chave, a língua para descrever
esses conceitos e os exemplos destes na prática nem sempre alcançam um significado compartilhado
que permita entendê-los como são, por vezes, sobrepondo-se e continuamente evoluindo.
Entretanto, se quisermos tornar significativo o progresso em transformar radicalmente a
aprendizagem por meio da EaD, a ponto de contaminar positivamente o ensino presencial, devemos
desenvolver princípios, ferramentas e suporte necessários para construir e nutrir as IES para que
façam esse trabalho.
A inovação deve ser a estratégia-mor a orientar todas as demais, pois se não for enfatizada
com muita intensidade com as poucas atividades que realmente são as mais importantes, corre-se o
risco de nada importar muito ou de tudo importar pouco. “Imprecisão e indecisão são geradoras de
entropia” (ZOOK e ALLEN, 2012, p. 145).
A disponibilidade de um processo de alta visibilidade de inovação, com ritmo regular e
métodos estruturados, para garantir informações externas objetivas e trazer os fatos internos à luz
quando necessários, é essencial para qualquer IES que dependa do sucesso em condições de extrema
competição, como condição de sobrevivência.
Referências
BACEN. Produto Interno Bruto e taxas médias de crescimento, Banco Central do Brasil, 2015. Disponível em < http://
goo.gl/ZM3dRJ> acesso em 15/01/2016.
CGI. Pesquisa sobre o uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil: TIC Domicílios e Empresas 2010.
São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2011.
CGI. Pesquisa sobre o uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil: TIC Domicílios e Empresas 2011.
São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2012.
CGI. Pesquisa sobre o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação no Brasil: TIC Domicílios e Empresas 2012. São
Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2013.
CGI. Pesquisa sobre o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação no Brasil: TIC Domicílios e Empresas 2013. São
Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2014.
Tabela 7. AGENDA DE APRENDIZAGEM
123
CGI. Pesquisa sobre o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação nos domicílios brasileiros: TIC domicílios 2014.
São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2015.
GHEMAWAT, P. A estratégia e o cenário dos negócios: Texto e casos, Porto Alegre: Bookman, 2000.
INEP. Censo da Educação Superior 2014, Brasília: INEP, 2015.
MORRIS, H.; SETSER, B. Building a culture of innovation in Higher Education: Design and practice for leaders.
Educause, 2015. Disponível em <http://goo.gl/C7UVeq> acesso em 12/01/2016.
OCDE. Manual de Oslo: Diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação, 3. ed., Brasília: FINEP, 2005.
OCDE. Measuring innovation in education: a new perspective. Centre for Educational Research and Innovation /
Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, 2014.
ONU. Outcome document of the high-level meeting of the General Assembly on the overall review of the implementation
of WSIS outcomes, 2015. Disponível em <https://goo.gl/NAUwOZ> acesso em 12/01/2016.
SENGE et al. Escolas que aprendem: um guia da Quinta Disciplina para educadores, pais e todos que se interessam por
educação, Porto Alegre: Artmed, 2005.
UNESCO. Declaração de Incheon: Educação 2030, rumo a uma educação de qualidade inclusiva e equitativa e à educação
ao longo da vida para todos, 2015. Disponível em <https://goo.gl/2muxji> acesso em 13/01/2016.
UNESCO. World Conference on Higher Education: The new dynamics of Higher Education and research for societal
change and development, 2009. Disponível em <http://goo.gl/vSuOfC> acesso em 13/12/2015.
ZOOK, C.; ALLEN, J. O poder dos modelos replicáveis: A construção de negócios duradouros em um mundo em
constante transformação, Rio de Janeiro: Elsevier; São Paulo: Bain & Company, 2012.
Editora Metodista
Rua do Sacramento, 230, Rudge Ramos 09640-000,
São Bernardo do Campo, SP •Tel: (11) 4366-5537
E-mail: editora@metodista.br • www.metodista.br/editora
Capa: Cristiano Freitas
Editoração eletrônica: Maria Zélia Firmino de Sá
Revisão: João Guimarães e Edna Batista Guimarães
As informações e opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira
responsabilidade de seus autores, não representando, necessariamente,
posição oficial da Universidade ou de sua mantenedora.
AFILIADA À
C146	 Caminhos da educação a distância: uma década de democracia,
aprendizagem e experiência / Organizadora Adriana Barroso de
Azevedo. São Bernardo do Campo : Universidade Metodista de
São Paulo, 2016.
143 p.
Bibliografia
ISBN 978-85-7814-338-1
1. Educação a distância 2. Educação a distância - Universidade
Metodista de São Paulo 3. Educação e tecnologia 4. Tecnologias digitais de
informação e comunicação I. Azevedo, Adriana Barroso de
CDD 378.1758
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Biblioteca Central da Universidade Metodista de São Paulo)

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Gestão da Educação a Distância e da Inovação Educacional

  • 2. 111 GESTÃO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E DA INOVAÇÃO EDUCACIONAL Prof. Dr. Luciano Sathler* Resumo As metas universais acertadas entre os países que compõem os mecanismos de governança global apontam para a urgente demanda por Educação de qualidade acessível para todos, que supere barreiras econômicas e sociais, de forma inclusiva. A Educação a Distância pode ser considerada o princípio de uma inovação radical ou disruptiva, pois tem causado impactos significativos na democratização do acesso às instituições educacionais. É possível imaginar que estamos às vésperas de uma mudança ainda maior, para dar conta de novas demandas e possibilidades de inovações trazidas pela tecnologia e a própria sedimentação da modalidade no segmento da Educação Superior. 1. A Sociedade da Informação e as novas demandas sobre a Educação As pessoas e as organizações têm impulsionado mudanças profundas nas formas como a aprendizagem é promovida e certificada. O cerne dessas demandas nasce das transformações dos cenários científicos e tecnológicos, com seus impactos sociais e econômicos, que nos apontam o alvorecer de algo novo, a chamada Sociedade da Informação. O poder e a riqueza mudam as suas fontes, assim como na transição entre a Sociedade Agrária para a Sociedade Industrial. Antes, o senhor da terra. Posteriormente, a propriedade das indústrias e ferrovias. Hoje em dia, o domínio das tecnologias digitais – que criam, distribuem, armazenam e consomem informação – parece aumentar os riscos da concentração de riquezas e da ampliação de oligopólios de extensões inauditas. É amplamente aceito que estamos em meio a um fundamental e muito rápido processo de transformação. Na sociedade pós-industrial, em que a maior parte da riqueza está sendo criada nos setores não industriais da economia, percebe-se que o uso das tecnologias digitais tem o poder de moldar toda a estrutura econômica e social, com destaque à informatização dos meios de produção. A produtividade e a competitividade, em grande medida, dependem da capacidade de gerar, processar e aplicar de formas mais eficazes e aceleradas a informação baseada no conhecimento. A inovação torna-se a força motriz para codilhar os riscos da não permanência. A Sociedade da Informação não abole riscos tradicionais de exclusão. Ao contrário, os dados indicam o aprofundamento da marginalização, ainda que encoberta da opinião pública por ser mantida abaixo do horizonte midiático de massa, com outros temas mobilizadores de transformação social. A Assembleia Geral das Nações Unidas considera os desafios relativos à Sociedade da Informação como extremamente relevantes. Em 2015, vários documentos foram promulgados no âmbito da chamada WSIS+10, o movimento de revisão dos encaminhamentos e resultados da Cúpula Mundial da Sociedade da Informação (World Summit on the Information Society – WSIS), que teve suas duas fases realizadas em 2003 e 2005. Como parte do resultado das discussões, destacamos as declarações: * Professor do Programa de Pós Graduação em Administração da Universidade Metodista de São Paulo, Diretor Nacional das Instituições Metodistas de Educação e Diretor da Associação Brasileira de Educação a Distância – ABED.
  • 3. 112 Reafirmamos nosso desejo e compromisso comuns com a Cúpula Mundial da Sociedade da Informação por construir uma Sociedade da Informação centrada nas pessoas, inclusiva e orientada para o desenvolvimento, onde todos possam criar, acessar, utilizar e compartilhar informação e conhecimento, capacitando indivíduos, comunidades e povos para que alcan- cem o seu pleno potencial na promoção do seu desenvolvimento sustentável e melhoria de sua qualidade de vida, tendo como premissas os propósitos e princípios da carta das Nações Unidas e da Declaração Universal dos Direitos Humanos... Porém, expressamos preocupa- ção, pois ainda há significativas barreiras digitais, entre nações e dentro dos próprios países, entre homens e mulheres, que precisam ser abordadas por meio de, dentre outras ações, o reforço de ambientes políticos e cooperação internacional para ampliar a acessibilidade, o acesso, a educação, a capacitação, o multilinguismo, preservação cultural, investimento e financiamento adequado. Além disso, reconhecemos que a questão de gênero existe como uma das principais barreiras digitais hoje existentes, e incentivamos todas as partes interes- sadas para que garantam a plena participação das mulheres na Sociedade da Informação e o acesso das mulheres às novas tecnologias, especialmente nas Tecnologias de Informação e Comunicação – TIC para o desenvolvimento (ONU, 2015, p. 3). A computação social, por exemplo, tem transformado o panorama da aprendizagem, ao fornecer oportunidades sem precedentes para a aprendizagem autodirigida, colaborativa, e ao longo da vida, entre outras possibilidades. Tornam-se porosos os limites entre a escola e a casa; entre educação formal, não formal e informal; entre professores e alunos; entre formação escolar e jornalismo; entre os sistemas de gerenciamento de conteúdo e ferramentas que trabalham o Big Data, precursores da Inteligência Artificial. Adiscussão acadêmica sobre as demandas por novas habilidades e competências na Sociedade da Informação é altamente controversa. No entanto, é agora amplamente aceito que há uma demanda crescente por mais pessoas com maior nível de formação. Os processos de reestruturação com base nas tecnologias digitais exigem uma série de novas habilidades e competências técnicas ou digitais, mas essas representam apenas uma dimensão de um novo perfil de habilidades e competências necessárias. Há uma nova demanda por competências sociais, incluindo a capacidade de se comunicar, confiar e ser confiável. Há também uma grande busca por competências de gestão, conhecimento prático e percepção de contextos, inclusive internacionais. Talvez o mais importante que se espera é a criatividade, somada ao pensamento crítico e à cidadania, o que pede uma Educação absolutamente comprometida com o desenvolvimento de Valores Éticos e Virtudes. A metacognição e o “aprender a aprender” são os fundamentos desse novo cenário da aprendizagem. A figura 1 ilustra o ritmo das mudanças que acontecem na Educação em seguida às transformações sociais. E demonstra que cresce o sofrimento social enquanto a Educação ainda não adota novos modelos para dar conta das inéditas demandas da sociedade. AescolarizaçãopúblicaeuniversalfoiarespostadaEducaçãoàstransformaçõesimpulsionadas pela Revolução Industrial. Nessa época, a máquina e o relógio eram os padrões máximos de organização. Como resultado, a partir da primeira metade do século XIX, os sistemas educacionais foram feitos à imagem da linha de montagem, numa concepção mecanicista, organizados em estágios discretos, chamados de séries, que segregaram as crianças por idade. Para cada estágio, supervisores locais, o professor. Classes com grupos uniformes reuniam-se por períodos idênticos, com o objetivo prioritário de preparar para os testes. A arquitetura e a gestão da escola eram projetadas para manter
  • 4. 113 uma velocidade uniforme, com sinetas e horários rígidos. Havia pouca autonomia docente, pois o currículo era padronizado externamente, por especialistas. Disciplina é a palavra-chave. Figura 1. A corrida da Educação e os novos modelos de sociedade (OCDE, 2014) O resultado desse pensamento da era da máquina foi um modelo de escola separado da vida cotidiana, governado de forma autoritária, orientado, acima de tudo, para produzir um produto padronizado – a mão-de-obra necessária para o local de trabalho da era industrial, dependente da manutenção do controle... Assim como a escola foi a instituição geradora do pensamento da era industrial, também pode ser a base para criar sociedades mais orien- tadas para a aprendizagem. Na verdade, o momento de inculcar o pensamento sistêmico é quando somos bem jovens e as intuições inatas sobre a interdependência ainda estão vivas: antes que temas acadêmicos fragmentados nos transformem em reducionistas especialistas (SENGE et al., 2005, p. 31). As metas universais acertadas entre todos os países que compõem os mecanismos de governança global apontam para a urgente demanda por Educação de qualidade acessível para todos, que supere barreiras econômicas e sociais, de forma inclusiva. Por exemplo, o Fórum Mundial de Educação, realizado em 2015, contou com mais de 130 ministros de Educação e milhares de participantes, entre organizações da sociedade civil, agências multilaterais de cooperação, professores, ativistas e experts. Na ocasião, foi acordada uma nova agenda da Educação, sintetizada na Declaração de Incheon (UNESCO, 2015), que irá vigorar entre 2015 e 2030, tendo como temas centrais: • O Direito à Educação, assegurar educação equitativa e inclusiva de qualidade e aprendizagem ao longo da vida para todos até 2030; • A Equidade na Educação, acesso e aprendizagem equitativa, particularmente para meninas e mulheres;
  • 5. 114 • AEducação Inclusiva, que responde e se adapta a cada estudante, mantendo-se relevante para a sociedade e para o respeito à cultura; • A Educação de Qualidade, com professores capacitados e apoiados; • A Educação por Toda a Vida, para garantir a construção dos conhecimentos e capacidades necessários para a realização das aspirações individuais e contribuição das pessoas com suas sociedades. Já a Conferência Mundial da Educação Superior, realizada em 2009, reuniu semelhante público, inclusive 140 ministros da Educação, e estabeleceu como meta dobrar a população universitária mundial até 2022. Na declaração resultante do encontro, os signatários destacam a importância da Educação Aberta e a Distância como estratégia para permitir alcançar os objetivos propostos, inclusive para atender à crescente demanda pela boa formação de mais professores (UNESCO, 2009, p. 3). Ou seja, a Sociedade da Informação incita as escolas e instituições de Educação Superior, bem como os gestores públicos que se dedicam à Educação, a inovar sem perder a essência, imaginar e construir um futuro cuja semente já germina há algum tempo, sendo possível vislumbrar alguns de seus ramos e frutos em diferentes pontos. 2. A Educação a Distância como uma inovação educacional Apesar da história da Educação a Distância (EaD) remontar a centenas de anos – ou até milhares, a depender do autor – fica claro que foi estabelecida uma nova dinâmica nesse campo a partir do fenômeno da Internet. Um dos objetivos desse texto é analisar a EaD na perspectiva da Inovação em nível das Instituições de Educação Superior (IES). No Brasil, é comum encontrar empreendedores visionários na gênese das inovações nas IES, homens e mulheres com poder de decisão quase sempre monocrático, para permitir avançar em meio às incertezas sobre os resultados das novas atividades. Não se sabe de antemão qual será o impacto das mudanças. Envolve investimentos, seja na aquisição de ativos fixos ou intangíveis, assim como outras atividades que possam gerar retornos potenciais no futuro, como a formação de pessoas. A inovação visa a melhorar o desempenho de uma organização com o desenvolvimento de vantagens competitivas ou, simplesmente, a manutenção da competitividade por meio da mudança da curva de demanda de seus produtos ou serviços. Aumentar a qualidade dos serviços educacionais, oferecer novos cursos ou metodologias, conquistar novos grupos de alunos ou reduzir a curva de custos são exemplos dos efeitos em IES. O Manual de Oslo (OCDE, 2015) define que uma “inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas”. Ainda de acordo com o mesmo estudo (apud, 2015), as “atividades de inovação são etapas científicas, tecnológicas, organizacionais, financeiras e comerciais que conduzem, ou visam conduzir, à implementação de inovações. Algumas atividades de inovação são em si inovadoras, outras não são atividades novas mas são necessárias para a implementação de inovações. As atividades de inovação
  • 6. 115 também inserem a Pesquisa e o Desenvolvimento (P&D) que não estão diretamente relacionados ao desenvolvimento de uma inovação específica”. É possível desdobrar a inovação em quatro tipos: • Inovações de produto ou serviço, o que inclui bens e serviços totalmente novos e aperfeiçoamentos importantes para produtos ou serviços existentes. • Inovações de processo, que representam mudanças significativas nos métodos de produção e de distribuição. • As inovações organizacionais referem-se à implementação de novos métodos, como mudanças em práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas da empresa. • As inovações de marketing envolvem a implementação de novos métodos, incluindo mudanças no design do produto e na embalagem, na promoção do produto e sua colocação, além de métodos de estabelecimento de preços de bens e de serviços. Uma inovação em uma IES pode ser nova para o segmento educacional ou nova para o mundo quando não foi ainda implementada por outras organizações. As pioneiras na implementação de inovações podem ser consideradas condutoras do processo de inovação. No Brasil, em termos de EaD, a Universidade do Norte do Paraná (UNOPAR) talvez seja a instituição que mereça esse título, por ter sido a primeira a ofertar cursos de Graduação e Pós-Graduação EaD em um modelo que acabou tornando-se padrão para muitas IES que adentraram posteriormente na modalidade. O modelo adotado pela UNOPAR para os cursos de Graduação EaD convocava o aluno uma vez por semana a um dos polos de apoio presencial para participar de encontros. Esses se configuravam em unidades de apoio local, o que incluía o trabalho de tutores presenciais aptos a apoiar os estudantes no acompanhamento dos cursos. Outros funcionários ofereciam também suporte administrativo, além de possibilitar o acesso a bibliotecas, laboratórios de informática, internet e a recepção de aulas via satélite, ao vivo ou gravadas previamente. Tratava-se, na prática, do blended learning, que permitia a experiência híbrida do estudo autônomo, via computador ou outro equipamento, com a participação presencial e a distância numa turma que se apoiava mutuamente. A carga horária em vídeo permitia menor volume de leitura ao longo da semana, ainda que o aluno EaD tivesse maior cobrança nesse quesito do que um estudante de curso presencial. O polo de apoio presencial e as transmissões via satélite possibilitavam superar as barreiras geográficas regionais, ainda presentes nos dias de hoje, como a distribuição desigual ou inexistente de internet com qualidade adequada e suficiente. Os investimentos na formação dessa nova rede de distribuição eram partilhados, o que garantiu um crescimento rápido. O material didático era criado especificamente para a modalidade EaD, dialogava com livros disponibilizados fisicamente e em formato digital, em consonância com o projeto pedagógico do curso. A escala possibilitou a prática de preços menores, o que se somava à flexibilidade de tempos, espaços e ritmos para o estudo. É possível observar os quatro tipos de inovações já citados nessas práticas aqui brevemente relatadas. O benefício de estar à frente na adoção de inovações que dão certo é que a posição competitiva conquistada pode se tornar inalcançável para novos entrantes ou instituições tradicionais do segmento, que são mais lentas para se organizarem quanto a explorar novas oportunidades. Em 2014, os cinco maiores grupos educacionais que atuam na EaD concentravam quase 72% do total de alunos matriculados em cursos de Graduação. Isso inclui a Kroton, que adquiriu a UNOPAR, em 2011, e se fundiu com a Anhanguera, também forte em EaD, em 2012. Veja o gráfico 1.
  • 7. 116 Gráfico 1. Percentual de matriculados em IES privadas e comunitárias – Graduação EaD 2014 (Fonte: INEP, 2015) A EaD pode ser considerada o princípio de uma inovação radical ou disruptiva na Educação, pois tem causado impacto significativo no segmento e na atividade econômica das instituições educacionais. Esse conceito é centrado no impacto das inovações, em oposição à sua novidade. O impacto pode, por exemplo, mudar a estrutura do setor, criar novos nichos de mercado ou tornar serviços existentes obsoletos. Na medida em que as metodologias, tecnologias e outras estratégias associadas à EaD forem incorporadas pelo ensino presencial, será possível verificar a chamada hibridização. Essa é uma tendência demandada tanto pelo novo perfil dos alunos quanto pelas necessidades da própria Sociedade da Informação. De acordo com o Censo da Educação Superior 2014 (INEP, 2015), enquanto na modalidade presencial as IES privadas possuem 71,9% do total de matrículas na graduação, na modalidade a distância essa participação é ainda maior, 89,6%. Comparado com 2013, o número de ingressos nos cursos a distância cresceu 41,2%; já nos cursos presenciais, o aumento foi de 7%, o que é uma evidência de que os cursos a distância estão em clara expansão. Das matrículas nos cursos de licenciatura registradas em 2014, 41,2% estão em instituições públicas e 58,8% estão em IES privadas, de um total de 1.466.635 alunos. Mais da metade das matrículas em cursos de licenciatura na rede privada é oferecida na modalidade a distância (51,1%). Na rede pública, esse índice é de 16,6%. Comocrescimentodasmatrículasdecursostecnológicosadistância,essamodalidadejárepresenta mais de 1/3 das matrículas, sendo que 62,6% dos estudantes matriculados na educação tecnológica de graduação estão em cursos presenciais, de um total de 1.029.767 alunos. Entre 2013 e 2014, o número de matrículas em cursos tecnológicos de graduação a distância teve crescimento de 12,7%. Na modalidade a distância, o crescimento percentual de ingressantes em cursos de Graduação foi mais acentuado (41,2%) entre 2013 e 2014, enquanto na modalidade presencial o aumento foi de 7% no mesmo período. Entre 2003 e 2014, o número de ingressos variou positivamente, 54,7% nos cursos de graduação presenciais e mais de 50 vezes nos cursos a distância. Enquanto na modalidade presencial Kroton 36,3% Uninter 9,9% Unip / Objetivo; 8,8% Uniasselvi 8,2% Estácio de Sá; 8,2% Outros 28,7%
  • 8. 117 há uma predominância dos cursos de bacharelado (73,1% do total), na modalidade a distância há um equilíbrio entre os graus acadêmicos, com ligeira superioridade dos cursos de licenciaturas (37,4%), seguidos dos tecnológicos (33,9%) e dos bacharelados (28,8%). Há uma clara tendência de mudança no perfil do aluno de Graduação EaD. Isso pode ser observado pela média de idade dos matriculados, que decresce a cada ano. E também na mudança do perfil de alunos por grau acadêmico pois, de 2008 a 2014, as matrículas em bacharelados aumentaram 283%, nos tecnológicos o acréscimo foi de 259%, enquanto as licenciaturas cresceram apenas 84%. Veja o gráfico 2. Gráfico2. NúmerodeMatrículasemCursosdeGraduaçãoaDistânciaemIESprivadasecomunitárias, segundo o Grau Acadêmico – Brasil – 2008-2014 (Fonte: INEP, 2015). Interessante notar que as variações do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro não parecem apresentar nenhuma relação direta com o crescimento das matrículas nos cursos de Graduação EaD, ao contrário do comportamento observado no crescimento da proporção de domicílios com acesso à internet. Ou seja, há uma coincidência da linha de tendência entre mais pessoas que têm acesso e se familiarizam com a Web e a crescente demanda por cursos a distância, o que pode ser suspeitado a partir dos dados demonstrados no gráfico 3.
  • 9. 118 Gráfico 3.Variação percentual de matrículas em cursos de Graduação a distância x variação percentual do PIB Brasil x proporção de domicílio com acesso à internet – 2010-2014 (Fontes: INEP, 2015; BACEN, 2015; CETIC). É possível imaginar que, após 10 anos da publicação do Decreto 5.622, de 19/12/2005, que marcou o início da expansão mais forte das matrículas nos cursos de Graduação e Pós-Graduação a distância no país, estamos às vésperas de uma mudança na EaD brasileira, para dar conta de novas demandas e possibilidades de inovações trazidas pela tecnologia e a própria sedimentação da modalidade no segmento da Educação Superior. 3. A gestão da Educação a Distância na perspectiva da inovação educacional Só vai chegar onde quer quem primeiro determinar onde quer chegar. O posicionamento competitivo é a matriz de onde nascem as estratégias responsáveis por conduzir ao sucesso ou ao fracasso de uma IES. ÉprecisoterclarezaseaIESvaiseposicionarcombaseemumoumaisfatoresdediferenciação – qualidade, inovação, internacionalização, empregabilidade, rede de contatos, tradição, localização, exclusividade etc. –, ou se o preço será seu principal atrativo – custo menor, prazo de pagamento, financiamentos internos e externos, cursos realizados com duração estendida etc. Veja a figura 2.
  • 10. 119 Figura 2. Estratégias genéricas de Porter (adaptação pelo autor de GHEMAWAT, 2000, p. 65) Outrafontedeposicionamentocompetitivoéterofocoemumaououtraáreadeconhecimento, ser a que melhor conhece e prepara para a região onde se localiza ou quaisquer fontes de valor agregado que sejam facilmente perceptíveis pelos públicos-alvo definidos. Ousamos afirmar que a EaD tornou-se uma estratégia obrigatória para todas as IES, seja qual for o seu tamanho, localização, tradição ou posicionamento competitivo. Faz-se necessário incluir a EaD nas decisões organizacionais, ainda que sob diferentes possibilidades de escolhas: expansão nacional, expansão regional, defesa da posição local, blended learning para cursos presenciais, participação em consórcios cooperativos, gestão de portfólio de cursos, atendimento a diferentes públicos-alvo ou, simplesmente, para reforçar a oferta exclusivamente presencial, ao agregar valores que a EaD eventualmente não possa suprir. A mudança do perfil dos alunos, tanto no presencial quanto na EaD, somada às novas demandas da Sociedade da Informação, junta-se às novidades tecnológicas que tornam ubíqua a interação síncrona, com imagem em tamanho natural e som perfeito, e às possibilidades das formas criativas de lidar com grandes quantidades de dados captados no universo digital para oferecer experiências de aprendizagem personalizadas e surpreendentemente instigantes. Tendo em vista a velocidade das mudanças e o risco de perder o rumo na História, é importante estabelecer uma cultura de inovação nas IES. A experiência tem demonstrado que mesmo programas bem estabelecidos de EaD podem sofrer reveses profundos se não forem permanentemente nutridos por inovações ou se passam a ser administrados por burocratas estéreis, cuja capacidade imaginativa restringe-se à norma já existente. Em um amplo estudo realizado no âmbito do American Council on Education’s Change and Innovation Lab, Morris e Setser (2015) definiram cultura de inovação como “nutrir um ambiente que continuamente introduz novas ideias ou formas de pensar para, em seguida, traduzi-las em ações para resolver problemas específicos ou aproveitar novas oportunidades”. Os autores identificaram sete fatores que acreditam ser necessários para catalisar, permitir e manter uma cultura eficaz de inovação ao longo do tempo. Trata-se de um conjunto dinâmico e interativo, que pode promover ou restringir a cultura de inovação. Detalhamos, a seguir, cada um dos fatores e subfatores na esperança de que proporcionem uma reflexão e novos caminhos, que gestores universitários possam se inspirar sobre quais ações priorizar e como acompanhar o seu progresso ao longo do tempo.
  • 11. 120 Visão Primeiramente, é preciso reconhecer e definir o(s) problema(s) a ser(em) resolvido(s) e a necessidade de inovar para desenvolver soluções radicalmente melhores para os estudantes e suas famílias. Propósito O trabalho deve ser imbuído de um senso claro de propósito e intenção estratégica. Isso responde a perguntas “e daí?”, que muitas vezes surgem no contexto do trabalho de inovação. Permissão A diretiva clara e explícita para os outros na equipe, para que tentem novas abordagens e abracem a aprendizagem que vem com o fracasso. Para ser significativa, a permissão deve ser acompanhada por recompensas por assumir riscos e trazer novos aprendizados, mas também requer que os membros da equipe tenham a liberdade para fracassar enquanto projetam ou testam novas ideias e formas de pensar. Rotina Porque é desconhecido, muitas vezes os membros da equipe precisam desenvolver “modelos mentais” (por exemplo, ritmo e cronograma) para permitir a inovação. A definição de um ciclo ou cronograma para os seus esforços ajuda a tornar rotineiras as práticas de inovação e as incorpora rapidamente na cultura. Urgência Se você alcançar progressos tangíveis, é necessário abordar o trabalho com um incrível senso de urgência – estabeleça metas agressivas e prazos. Escolhas Inovação frequentemente força escolhas difíceis, especialmente em torno da qualidade – nossos primeiros esforços não são sempre os melhores, sendo essa uma preocupação real e válida quando falamos de Educação Superior. Compreender quais são os limites da instituição em torno de seus valores fundamentais é importante, pois as escolhas muitas vezes vão colocá-los em disputa entre si. Prepare-se para fazer escolhas difíceis e entender que essas opções podem custar algo que é profundamente valorizado. Humildade Esse é um trabalho complexo, por isso é aconselhável manter-se humilde sobre o que é conhecido, o desconhecido e ainda não possível de conhecer. Tabela 2. COMUNICAÇÃO Clareza Os líderes devem se esforçar para estabelecer definições claras, objetivos e resultados desejados para a inovação, para que as metas sejam evidentes a todos os membros da equipe. Demonstração A comunicação eficaz não é apenas explicar e descrever as metas de inovação, mas também demonstrar a sua necessidade e como se baseia nas experiências e trabalhos do passado. Campeões Isso é importante para promover – tanto para inovações específicas quanto para o ambiente que vai fazer indivíduos e grupos se sentirem confortáveis tentando coisas novas, públicas e privativamente. Engajamento Você deve envolver ao máximo e de forma autêntica as principais partes interessadas no processo, por métodos tais como a escuta ativa e o diálogo. Existem maneiras de estruturar o engajamento das partes interessadas para promoverem e ajudarem o processo de inovação sem torná-lo ingovernável. Stakeholders geram percepções de valor inestimável que não podem ser obtidas em outra fonte. Transparência Ao compartilhar lições honestamente, mesmo quando surgem de falhas, você modela o(s) comportamento(s) que deseja para promover, recompensar e valorizar. Frequência Compartilhe experiências de seu trabalho rápido e muitas vezes para acelerar a curva de aprendizado da IES. Tabela 1. LIDERANÇA
  • 12. 121 Equipe Investir na capacidade de sua equipe para assumir e executar o trabalho da inovação é fundamental para o sucesso. Por exemplo, oferecer oportunidades de desenvolvimento profissional fora do planejado ou ajudando-os a cultivar e participar em redes de experts. Tempo As IES precisam explicitamente dedicar tempo dos membros individuais da equipe para a inovação, bem como garantir o cumprimento dos horários dedicados a esse tema em toda a organização. Recursos Financeiros É essencial que as IES criem ou reservem fundos dedicados a investir no desenvolvimento e implementação de inovação. Em um ambiente de recursos escassos, onde e como uma organização investe demonstra seu compromisso com a mudança da cultura. Tabela 4. ESTRUTURAS E PROCESSOS Estruturas Leves As IES precisam de estruturas leves, como prototipagem rápida e oportunidades de inovações de ciclo curto, que são deliberadamente concebidas para apoiar e permitir a uma cultura de inovação contínua. Reforço de Processos As IES precisam de processos claros e consistentes para promover, apoiar e recompensar a inovação. Esses processos devem reforçar continuamente o seu compromisso com a inovação, mesmo quando esses esforços nem sempre levem a sucessos muito claros em princípio. Hábitos Com estruturas e processos em andamento, membros da equipe podem começar a desenvolver “hábitos mentais” – com o ritmo e as rotinas da inovação regulamentadas. Tabela 3. ALOCAÇÃO DE RECURSOS Tabela 5. CAPACIDADE Modelo Mental Todos na equipe devem desenvolver uma tolerância ao risco, o conforto com o medo do fracasso e uma “mentalidade de amadurecimento”. Conhecimentos e Competências Os membros da equipe, em todos os níveis da IES, devem desenvolver os conhecimentos, competências e habilidades para serem efetivos e inovadores. Habilidade para Executar Sem a capacidade essencial para executar, os impactos da inovação serão limitados e temporários. Culturas de inovação bem-sucedidas frequentemente envolvem a “liderança distribuída”, onde todos os membros da equipe, independentemente do nível organizacional, têm poder para agir em prol do sucesso do projeto e assim o fazem. Suporte Os indivíduos e as equipes precisam de formação contínua, apoio e oportunidades para praticar a sua busca de novas abordagens. Tabela 6. DIRETRIZES INSTITUCIONAIS Orientação O ambiente nas universidades, centros universitários e faculdades pode ser preventivo (restringe a inovação), permissivo (permite, mas não oferece suporte) ou facilitador (promove ativamente, suporta e recompensa a assunção de riscos). Na verdade, uma única instituição pode exibir todas as três orientações, dependendo do departamento ou programa. Ao fazer a autoavaliação, não se esqueça de ser claro sobre a unidade de análise. Se a IES exibe duas ou três dessas orientações simultaneamente, considerar qual é a mais comum e quando é praticada. Valorizar as Entregas e Remover Barreiras Os líderes devem buscar ativamente criar mais políticas que promovam e recompensem comportamentos inovadores que devem ser encontrados, ao mesmo tempo em que são extintas as políticas que inibem a inovação. Incentivos Alinhados Toda vez que possível, os incentivos ao nível do sistema devem estar alinhados com os resultados buscados.
  • 13. 122 Hipóteses Mensuráveis Os líderes devem ser explícitos sobre quais os problemas tangíveis ou barreiras à inovação irão ajudar a superar as necessidades que serão mais bem atendidas e servidas com essas realizações. Prototipagem Rápida Experimentar a ideia em um pequeno projeto-piloto vai permitir um feedback rápido. Ou experimentar uma versão em pequena escala do conceito completo, por um curto período, permitirá um começo mais cedo, retornos ágeis e movimentar a inovação para a frente. Medição dos Progressos Métricas são necessárias para acompanhar os progressos. É preciso ter uma noção clara dos resultados pretendidos e onde se quer chegar; e como as inovações são, por definição, diferentes dos velhos processos e serviços, os indicadores de desempenho provavelmente precisarão ser também novos. Gestão da Mudança Uma cultura eficaz e sustentável de inovação normalmente não surge por si só; precisa ser intencionalmente perseguida e gerida ao longo do tempo, por meio do foco em métricas claras e melhoria contínua. Qualquer esforço para definir o que constitui uma forma eficaz de promover uma cultura organizacional de inovação é algo inerentemente complexo. Os conceitos-chave, a língua para descrever esses conceitos e os exemplos destes na prática nem sempre alcançam um significado compartilhado que permita entendê-los como são, por vezes, sobrepondo-se e continuamente evoluindo. Entretanto, se quisermos tornar significativo o progresso em transformar radicalmente a aprendizagem por meio da EaD, a ponto de contaminar positivamente o ensino presencial, devemos desenvolver princípios, ferramentas e suporte necessários para construir e nutrir as IES para que façam esse trabalho. A inovação deve ser a estratégia-mor a orientar todas as demais, pois se não for enfatizada com muita intensidade com as poucas atividades que realmente são as mais importantes, corre-se o risco de nada importar muito ou de tudo importar pouco. “Imprecisão e indecisão são geradoras de entropia” (ZOOK e ALLEN, 2012, p. 145). A disponibilidade de um processo de alta visibilidade de inovação, com ritmo regular e métodos estruturados, para garantir informações externas objetivas e trazer os fatos internos à luz quando necessários, é essencial para qualquer IES que dependa do sucesso em condições de extrema competição, como condição de sobrevivência. Referências BACEN. Produto Interno Bruto e taxas médias de crescimento, Banco Central do Brasil, 2015. Disponível em < http:// goo.gl/ZM3dRJ> acesso em 15/01/2016. CGI. Pesquisa sobre o uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil: TIC Domicílios e Empresas 2010. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2011. CGI. Pesquisa sobre o uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil: TIC Domicílios e Empresas 2011. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2012. CGI. Pesquisa sobre o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação no Brasil: TIC Domicílios e Empresas 2012. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2013. CGI. Pesquisa sobre o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação no Brasil: TIC Domicílios e Empresas 2013. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2014. Tabela 7. AGENDA DE APRENDIZAGEM
  • 14. 123 CGI. Pesquisa sobre o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação nos domicílios brasileiros: TIC domicílios 2014. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2015. GHEMAWAT, P. A estratégia e o cenário dos negócios: Texto e casos, Porto Alegre: Bookman, 2000. INEP. Censo da Educação Superior 2014, Brasília: INEP, 2015. MORRIS, H.; SETSER, B. Building a culture of innovation in Higher Education: Design and practice for leaders. Educause, 2015. Disponível em <http://goo.gl/C7UVeq> acesso em 12/01/2016. OCDE. Manual de Oslo: Diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação, 3. ed., Brasília: FINEP, 2005. OCDE. Measuring innovation in education: a new perspective. Centre for Educational Research and Innovation / Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, 2014. ONU. Outcome document of the high-level meeting of the General Assembly on the overall review of the implementation of WSIS outcomes, 2015. Disponível em <https://goo.gl/NAUwOZ> acesso em 12/01/2016. SENGE et al. Escolas que aprendem: um guia da Quinta Disciplina para educadores, pais e todos que se interessam por educação, Porto Alegre: Artmed, 2005. UNESCO. Declaração de Incheon: Educação 2030, rumo a uma educação de qualidade inclusiva e equitativa e à educação ao longo da vida para todos, 2015. Disponível em <https://goo.gl/2muxji> acesso em 13/01/2016. UNESCO. World Conference on Higher Education: The new dynamics of Higher Education and research for societal change and development, 2009. Disponível em <http://goo.gl/vSuOfC> acesso em 13/12/2015. ZOOK, C.; ALLEN, J. O poder dos modelos replicáveis: A construção de negócios duradouros em um mundo em constante transformação, Rio de Janeiro: Elsevier; São Paulo: Bain & Company, 2012.
  • 15. Editora Metodista Rua do Sacramento, 230, Rudge Ramos 09640-000, São Bernardo do Campo, SP •Tel: (11) 4366-5537 E-mail: editora@metodista.br • www.metodista.br/editora Capa: Cristiano Freitas Editoração eletrônica: Maria Zélia Firmino de Sá Revisão: João Guimarães e Edna Batista Guimarães As informações e opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores, não representando, necessariamente, posição oficial da Universidade ou de sua mantenedora. AFILIADA À C146 Caminhos da educação a distância: uma década de democracia, aprendizagem e experiência / Organizadora Adriana Barroso de Azevedo. São Bernardo do Campo : Universidade Metodista de São Paulo, 2016. 143 p. Bibliografia ISBN 978-85-7814-338-1 1. Educação a distância 2. Educação a distância - Universidade Metodista de São Paulo 3. Educação e tecnologia 4. Tecnologias digitais de informação e comunicação I. Azevedo, Adriana Barroso de CDD 378.1758 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Biblioteca Central da Universidade Metodista de São Paulo)