SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 10
Baixar para ler offline
Relação Família-Escola: Uma Parceria Educativa na
           Orientação da Sexualidade




             PROJETO DE PESQUISA




               Lisliê Lúcia Lima Pereira Ribeiro
                            2010
Trabalho exigido como avaliação da Disciplina
Métodos de Investigação e Escrita Científica, sob
orientação da Profa. Dra. Suely Galli da Pós-
Graduação em Supervisão Pedagógica e Formação de
Formadores com acesso ao Mestrado Europeu em
Ciências da Educação.
Título do trabalho: Relação Família–Escola: Uma Parceria Educativa na Orientação da
Sexualidade.
Autor: Lisliê Lúcia Lima Pereira Ribeiro
Instituição: Faculdade Mário Schenberg – Grupo Lusófona Brasil - Cotia SP - 2010
Pós-Graduação em Supervisão Pedagógica e Formação de Formadores com acesso ao
Mestrado Europeu em Ciências da Educação
Docente Responsável: Dra. Suely Galli Soares




                                Projeto de Pesquisa

INTRODUÇÃO
       Abordar a sexualidade enquanto orientação educativa no âmbito escolar requer
que a formação e atualização a seu respeito seja contínua e possibilite um trabalho
progressivo com os sujeitos em questão e não apenas palestras e/ou debates no decorrer
do ano letivo.
       Buscando um entendimento mais preciso sobre a formação, encontraremos nos
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), de Orientação Sexual, o seguinte:



       “O professor deve então entrar em contato com questões teóricas, leituras e discussões sobre as
       temáticas especificas de sexualidade e suas diferentes abordagens; preparar-se para a intervenção
       prática junto dos alunos e ter acesso a um espaço grupal de supervisão prática, o qual deve ocorrer
       de forma continuada e sistemática...”(PCN, 1997 p 84)



       Percebemos que é necessário o educador ter uma formação específica e
continuada para conduzir o trabalho de orientação sexual. Cabe ao educador, ética, para
não transmitir seus valores, crenças e opiniões, uma vez que é papel do mesmo
possibilitar ao educando práticas reflexivas, que o levem a desenvolver sua autonomia e
assim, ele próprio, eleger seus valores.
       No entanto, não basta ao educador ter uma formação específica e continuada,
essa formação precisa ser transformadora, como afirma Boaventura:
“o objetivo último de uma educação transformadora é transformar a educação, convertendo-a no
       processo de aquisição daquilo que se aprende, mas não se ensina, o senso comum. O
       conhecimento só suscita o inconformismo na medida em que se torna senso comum, o saber
       evidente que não existe separado das práticas que o confirmam”. (Santos, 1991)



       Para uma educação ser transformadora, ela precisa ser emancipadora, ou seja,
levar o indivíduo a transformar o conhecimento que possui, por meio da reflexão,
questionamentos, além de dialogar com os conflitos existenciais e sociais em que está
inserido, para tornar-se autônomo na construção do seu conhecimento.
       Desta forma, ao dedicar-se à pesquisa neste campo é importante considerar os
estudos de Michel Foucault, em especial a sua obra “História da Sexualidade”. Tal
referência implica assumir, nas palavras do filósofo que “(...)a sexualidade é o nome que
se pode dar a um dispositivo histórico... não se deve concebê-la como uma espécie de
dado da natureza que o poder é tentado a pôr em xeque, ou como um domínio obscuro
que o saber tentaria, pouco a pouco desvelar” (FOUCAULT, 1988 p 100).
       Entendemos que a sexualidade não é um conhecimento desconhecido e sim, um
conhecimento produzido na cultura, que sofre instabilidade, multiplicidade e se expressa
singularmente em cada indivíduo.
       Mesmo sabendo-se que a sexualidade se desenvolve desde os primeiros dias de
vida e é inerente à vida e à saúde, pois é a busca do prazer, e, esta busca faz parte do
processo de desenvolvimento do ser humano; ela se constitui num tema polêmico,
sobretudo, quando é discutido com crianças.
       Assim, a presente pesquisa abordará de modo particular o tema orientação da
sexualidade na Escola Municipal Isabel Ribeiro Leal Leite, localizada no bairro Jd. Nova
Cotia (Lava-pés – bairro periférico) em Cotia, região metropolitana de São Paulo, que
conta com mais de 300 alunos, entre 5 a 12 anos de idade, faixa etária que corresponde
do 1º ao 5º ano do ensino fundamental I. Os alunos encontram-se na faixa de etária de
curiosidade e descoberta sexual, além da “explosão de hormônios”, muitas vezes
ignoradas, tanto pelos pais, quanto pelos educadores, os quais possivelmente tiveram
uma orientação sexual rígida ou nem tiveram, o que normalmente dificulta a abordagem
do assunto em questão. Para realizar um trabalho educativo na escola sobre sexualidade é
necessário e importante que o educador tenha uma formação apropriada, que lhe
permita expor o assunto sem receio, favorecendo um desenvolvimento saudável para o
educando.
       Entretanto, para que isso ocorra é necessário que a orientação da sexualidade, seja
aceita pela escola como um todo, pelos pais e alunos. A escola não pode pensar que
sexualidade é um assunto para os pais e vice-versa. Um trabalho conjunto com enfoque
educativo e preventivo de ambos pode contribuir com a diminuição dos índices de
gravidez precoce e indesejada, o aborto, as DSTs e a AIDS.
       O tema sexualidade é abrangente e apesar de muito se falar a respeito nos meios
de comunicação de massa e no cotidiano, essas informações nem sempre são
“verdadeiras” ou adequadas ao meio educativo. A mídia de certo modo, deturpa o sentido
amplo da sexualidade ao enfatizar o aspecto da sensualidade, erotismo sexual do
indivíduo na sociedade contemporânea, num duplo movimento de informação e
desinformação. Isso fica evidente no contexto escolar, pois os alunos chegam com várias
informações e não sabem como lidar com elas. Em contra partida, a maioria dos
professores, preferem não abordar o assunto por receio de não corresponder às
expectativas do educando ou por sentir-se despreparado para tal, além da insegurança
diante da reação da família.
       Apesar da complexidade presente neste âmbito, consideramos a família como o
primeiro ambiente onde a sexualidade é abordada e, cada família tem seus valores e suas
crenças que marcam as crianças. Para Morin:



       “(...) o imprinting cultural marca os humanos desde o nascimento, primeiro com o selo da cultura
       familiar, da escolar em seguida, depois prossegue na universidade ou na vida profissional. Assim, a
       seleção sociológica e cultural das idéias raramente obedece à sua verdade; pode, ao contrário, ser
       implacável na busca da verdade.” (MORIN, 2000 p 28).



       Nessa perspectiva, cabe à escola possibilitar ao aluno discussão reflexiva sobre os
diversos valores relacionados à sexualidade, favorecendo-os ressignificar os valores
recebidos e vividos. Assim, a escola vem completar a educação sexual dada pela família e,
o diálogo entre as duas instituições precisará ocorrer de maneira a contribuir com essa
relação.
       É importante ressaltar que os educandos têm acesso a muitas informações, o que
leva a ilusão de saberem tudo sobre sexualidade. Eles têm acesso às informações sobre o
assunto, mas não é uma informação educativa, pois para ser educativa o educador tem
que conhecer o educando, onde e com que vive, se ele é uma criança ou um adolescente,
professa alguma fé religiosa, como são seus pais e quais as suas influencias. Por fim como
o educando vê o educador? Ele confia? Sente liberdade para perguntar? Conversar? Essas
questões interferem na transmissão de uma informação educativa.


JUSTIFICATIVA
       Há uma diversidade de entendimentos e conceituações a serem adotadas, mas,
aparentemente, a maioria dos estudiosos considera que a sexualidade supõe ou implica
mais do que corpos, nela está envolvido fantasias, valores, linguagens, rituais,
comportamentos, representações mobilizados ou postos em ação para expressar desejos
e prazeres.
       Assim, buscar formas de desenvolver a orientação da sexualidade, amparados pela
lei nº 9.394/96, Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB, juntamente com os
PCN’s, em seus temas transversais, exige estudos e investigações cujos resultados podem
trazer contribuições para a escola, para a família, sobretudo para a criança, jovem,
adolescente.
       Desta forma, este projeto de pesquisa prevê tais contribuições para a escola –
campo da pesquisa- além de trazer conhecimento em nossa formação para gestão
escolar.


OBJETIVOS
       - Compreender a relação família – escola na E.M. Isabel Ribeiro Leal Leite, na
perspectiva da orientação da sexualidade;
- Identificar junto aos educadores as dificuldades relacionadas ao tema
sexualidade;
       - Desenvolver junto aos educadores momentos educativos sobre o tema,
possibilitando-lhes conhecimento para abordar a sexualidade no cotidiano escolar.


METODOLOGIA
       Visando atingir os objetivos propostos, o tema em questão será abordado sob
enfoque da pesquisa qualitativa, que segundo Minayo:



       “(...) se preocupa, nas ciências sociais, com o nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou
       seja, trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o
       que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não
       podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.”(MINAYO, 1994 p21-22)



       A pesquisa qualitativa pressupõe conhecer o fenômeno, nesse sentido, nossa
pesquisa valorizará a busca aprofundada no conhecimento do objeto de pesquisa: a
orientação educativa da sexualidade.
       A pesquisa também apresentará estudo de caso, com educandos e educadores da
E.M. Isabel Ribeiro Leal Leite, da rede municipal de ensino de Cotia-SP. Para esse estudo
recorreremos à pesquisa quantitativa, no sentido de investigar as principais dificuldades
encontradas pelos educadores ao tratarem do tema sexualidade com seus alunos. Desse
modo, a pesquisa utilizará: questionários, entrevistas semi-estruturadas e observação
participante nas reuniões de H.T.P.C. ( Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo), de pais e
mestres (APM) e de planejamento pedagógico.
       Por nossa pesquisa pertencer às ciências humanas, nosso método é compreensivo-
interpretativo, pois, busca conhecer o sentido que o homem produz nas instituições.
(Chauí, 2000)
       Vale ressaltar os quatros traços que são comuns aos diferentes métodos
filosóficos, definidos por Chauí como:
“(...) reflexivo – parte da auto-análise ou do autoconhecimento do pensamento; crítico – investiga
       os fundamentos e as condições necessárias da possibilidade do conhecimento verdadeiro, da ação
       ética, da criação artística e da objetividade política; descritivo – descreve as estruturas internas ou
       essências de cada campo de objetos do conhecimento e das formas de ação humana; interpretativo
       – busca as formas da linguagem e as significações ou os sentidos dos objetos, dos fatos, das práticas
       e das instituições, suas origens e transformações.” (CHAUÍ, 2000 p 160)


       Estes elementos do método adotado em nossa pesquisa serão norteadores do
processo investigativo, no intuito de garantir maior cientificidade e veracidade do
conhecimento apropriado, neste estudo de caso.



RESULTADOS ESPERADOS
       A partir da análise dos dados esperam-se proporcionar a família e a escola novos
elementos para a reflexão sobre educação e sexualidade, apontando as necessidades de
adequação no Projeto Político Pedagógico, em sua transdisciplinaridade escolar e
participação da família no trabalho realizado pela escola, apoiando e dando continuidade
em casa.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:
Pluralidade Cultural e Orientação Sexual. – Brasília: MEC/SEF, 1997.

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 7ª ed. São Paulo: Ática, 1996.

FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade. A vontade de saber. Trad. M. Thereza
Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. 11ª Ed. Rio de Janeiro: Graal, 1988.

MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.). Pesquisa Social, Teoria, método e criatividade, Rio
de Janeiro, Vozes, 1993.

MORIN, Edgar. Os sete Saberes Necessários à Educação do Futuro 2a. ed. São Paulo:
Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2000.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Introdução a uma Ciência Pós-Moderna. Porto:
Afrontamento, 1989. (também publicado por Graal, São Paulo, 2ª ed em 1991)
SAVIANI, Dermeval. A nova lei da educação: Trajetória, limites e perspectivas. São Paulo:
Autores Associados, 1997.

BIBLIOGRAFIA

BARROS, Aidil de Jesus Paes de. (org.) Projeto de Pesquisa: propostas metodológicas. 14ª
ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1990.

DEMO, Pedro. Metodologia Científica em Ciências Sociais. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2007.

DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico e educativo. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1991.

FAZENDA, Ivani. (org.) Metodologia da Pesquisa Educacional. 3ª ed. São Paulo: Cortez,
1989.

FAZENDA, Ivani. Novos Enfoques da pesquisa educacional. São Paulo: Cortez, 1999.

GAJARDO, Marcela. Trad. PELLEGRINI, Tânia. Pesquisa Participante na América Latina. São
Paulo: Brasiliense S.A., 1986.

LÖWY, Michael. Ideologias e Ciência Social: elementos para uma análise marxista. 5ª ed.
São Paulo: Cortez, 1989.

LUNA, Sérgio Vasconcelos de. Planejamento de Pesquisa: uma introdução. São Paulo,
EDUC, 2000.

MEDEIROS, João Bosco. Redação Científica: A prática de fichamentos, resumos, resenhas.
4ª ed.São Paulo: Atlas, 2002.

MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.). Pesquisa Social, Teoria, método e criatividade, Rio
de Janeiro, Vozes, 1993.

PÁDUA, Elisabete Matallo Marchesini de. Metodologia da Pesquisa: Abordagem teórico-
prática. 4ª ed. Campinas, SP: Papirus, 1997.

SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22ª ed. São Paulo:
Cortez, 2002.

SOARES, Suelly Galli. Arquitetura da identidade sobre educação, ensino e aprendizagem.
São Paulo: Cortez, 2001.

SOARES, Suelly Galli. Educação e Interação Social. Campinas, SP: Alínea, 2003.

SOARES, Suely Galli. (org.) Cultura do Desafio: gestão de tecnologias de informação e
comunicação no ensino superior. Campinas, SP: Alínea, 2006.
TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: A pesquisa
qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 2008.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Projeto de Vida. Atividade 2 identidade.
Projeto de Vida. Atividade 2  identidade.Projeto de Vida. Atividade 2  identidade.
Projeto de Vida. Atividade 2 identidade.Prof. Noe Assunção
 
Gestão educacional ii – concepções e fundamentos do ppp
Gestão educacional ii – concepções e fundamentos do pppGestão educacional ii – concepções e fundamentos do ppp
Gestão educacional ii – concepções e fundamentos do pppSusanne Messias
 
Os quatro pilares da educação apresentação
Os quatro pilares da educação apresentaçãoOs quatro pilares da educação apresentação
Os quatro pilares da educação apresentaçãoJoyce Leon
 
Slides planejamento escolar
Slides planejamento escolarSlides planejamento escolar
Slides planejamento escolarAnanda Lima
 
Questionário de pesquisa de campo
Questionário de pesquisa de campoQuestionário de pesquisa de campo
Questionário de pesquisa de campoGecilene Silva
 
Quadro sinopse das Tendências Pedagógicas
Quadro sinopse das Tendências PedagógicasQuadro sinopse das Tendências Pedagógicas
Quadro sinopse das Tendências PedagógicasCristiano Pereira
 
Antropologia e educação2223
Antropologia e educação2223Antropologia e educação2223
Antropologia e educação2223Ricardo Castro
 
Saúde Mental na Escola - Cartilha orienta professor@s e alun@s
Saúde Mental na Escola - Cartilha orienta professor@s e alun@sSaúde Mental na Escola - Cartilha orienta professor@s e alun@s
Saúde Mental na Escola - Cartilha orienta professor@s e alun@sProf. Marcus Renato de Carvalho
 
A função Social da Escola
A função Social da EscolaA função Social da Escola
A função Social da EscolaSued Oliveira
 
Educação, o que é?
Educação, o que é?Educação, o que é?
Educação, o que é?Edson Guedes
 
Slides 1 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Slides 1 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTOSlides 1 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Slides 1 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTOEdna Monteiro
 
Palestra Violência Sexual contra crianças e adolescentes
Palestra Violência Sexual contra crianças e adolescentesPalestra Violência Sexual contra crianças e adolescentes
Palestra Violência Sexual contra crianças e adolescentesMichelle Moraes Santos
 
Projeto Político Pedagógico - PPP
Projeto Político Pedagógico - PPPProjeto Político Pedagógico - PPP
Projeto Político Pedagógico - PPPHebert Arcanjo
 
Plano de aula urbanização.doc2
Plano de aula urbanização.doc2Plano de aula urbanização.doc2
Plano de aula urbanização.doc2Luciana Souza
 
Relatório de estágio 11 (reparado) (1)
Relatório de estágio  11 (reparado) (1)Relatório de estágio  11 (reparado) (1)
Relatório de estágio 11 (reparado) (1)Natália Ferreira
 

Mais procurados (20)

Projeto de Vida. Atividade 2 identidade.
Projeto de Vida. Atividade 2  identidade.Projeto de Vida. Atividade 2  identidade.
Projeto de Vida. Atividade 2 identidade.
 
Gestão educacional ii – concepções e fundamentos do ppp
Gestão educacional ii – concepções e fundamentos do pppGestão educacional ii – concepções e fundamentos do ppp
Gestão educacional ii – concepções e fundamentos do ppp
 
Os quatro pilares da educação apresentação
Os quatro pilares da educação apresentaçãoOs quatro pilares da educação apresentação
Os quatro pilares da educação apresentação
 
Slides planejamento escolar
Slides planejamento escolarSlides planejamento escolar
Slides planejamento escolar
 
Questionário de pesquisa de campo
Questionário de pesquisa de campoQuestionário de pesquisa de campo
Questionário de pesquisa de campo
 
Quadro sinopse das Tendências Pedagógicas
Quadro sinopse das Tendências PedagógicasQuadro sinopse das Tendências Pedagógicas
Quadro sinopse das Tendências Pedagógicas
 
modelo-de-projeto-politico-pedagogico
modelo-de-projeto-politico-pedagogicomodelo-de-projeto-politico-pedagogico
modelo-de-projeto-politico-pedagogico
 
Antropologia e educação2223
Antropologia e educação2223Antropologia e educação2223
Antropologia e educação2223
 
Saúde Mental na Escola - Cartilha orienta professor@s e alun@s
Saúde Mental na Escola - Cartilha orienta professor@s e alun@sSaúde Mental na Escola - Cartilha orienta professor@s e alun@s
Saúde Mental na Escola - Cartilha orienta professor@s e alun@s
 
A função Social da Escola
A função Social da EscolaA função Social da Escola
A função Social da Escola
 
Relatorio final pronto!
Relatorio final pronto!Relatorio final pronto!
Relatorio final pronto!
 
Tendência Pedagógica
Tendência PedagógicaTendência Pedagógica
Tendência Pedagógica
 
Educação, o que é?
Educação, o que é?Educação, o que é?
Educação, o que é?
 
Slides 1 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Slides 1 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTOSlides 1 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Slides 1 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
 
Palestra Violência Sexual contra crianças e adolescentes
Palestra Violência Sexual contra crianças e adolescentesPalestra Violência Sexual contra crianças e adolescentes
Palestra Violência Sexual contra crianças e adolescentes
 
Projeto Político Pedagógico - PPP
Projeto Político Pedagógico - PPPProjeto Político Pedagógico - PPP
Projeto Político Pedagógico - PPP
 
Plano de aula urbanização.doc2
Plano de aula urbanização.doc2Plano de aula urbanização.doc2
Plano de aula urbanização.doc2
 
Portfólio pronto
Portfólio prontoPortfólio pronto
Portfólio pronto
 
Conceito de Tutoria
Conceito de TutoriaConceito de Tutoria
Conceito de Tutoria
 
Relatório de estágio 11 (reparado) (1)
Relatório de estágio  11 (reparado) (1)Relatório de estágio  11 (reparado) (1)
Relatório de estágio 11 (reparado) (1)
 

Semelhante a Pré projeto

Boa esperança.santa rita orientação sexual_1.ppt
Boa esperança.santa rita orientação sexual_1.pptBoa esperança.santa rita orientação sexual_1.ppt
Boa esperança.santa rita orientação sexual_1.ppttemastransversais
 
CONSIDERAÇÕES ENTRE INDISCIPLINA E PRÁTICA PEDAGÓGICA NO COTIDIANO ESCOLAR ...
CONSIDERAÇÕES ENTRE INDISCIPLINA  E PRÁTICA PEDAGÓGICA NO COTIDIANO ESCOLAR  ...CONSIDERAÇÕES ENTRE INDISCIPLINA  E PRÁTICA PEDAGÓGICA NO COTIDIANO ESCOLAR  ...
CONSIDERAÇÕES ENTRE INDISCIPLINA E PRÁTICA PEDAGÓGICA NO COTIDIANO ESCOLAR ...christianceapcursos
 
Ensaio maria nilza modulo iv
Ensaio maria nilza modulo ivEnsaio maria nilza modulo iv
Ensaio maria nilza modulo ivVania Mendes
 
Pcn 10.5 Tt OrientaçãO Sexual
Pcn   10.5   Tt OrientaçãO SexualPcn   10.5   Tt OrientaçãO Sexual
Pcn 10.5 Tt OrientaçãO Sexualliteratoliberato
 
Universidade virtual do estado de são paulo
Universidade virtual do estado de são pauloUniversidade virtual do estado de são paulo
Universidade virtual do estado de são pauloBelmeri Cagnoni Silva
 
Slide Libâneo (2).pptx
Slide Libâneo (2).pptxSlide Libâneo (2).pptx
Slide Libâneo (2).pptxRayLacerda3
 
A orientação educacional nas escolas atualmente
A orientação educacional nas escolas atualmenteA orientação educacional nas escolas atualmente
A orientação educacional nas escolas atualmenteKualo Kala
 
Pedagogiadaautonomia 160227202032
Pedagogiadaautonomia 160227202032Pedagogiadaautonomia 160227202032
Pedagogiadaautonomia 160227202032Taís Rubinho
 
Pedagogiadaautonomia 160227202032
Pedagogiadaautonomia 160227202032Pedagogiadaautonomia 160227202032
Pedagogiadaautonomia 160227202032Taís Rubinho
 
Pedagogia da autonomia
Pedagogia da autonomiaPedagogia da autonomia
Pedagogia da autonomiaGenario Sousa
 
Coromandel orientacao sexual_ g4
Coromandel orientacao sexual_ g4Coromandel orientacao sexual_ g4
Coromandel orientacao sexual_ g4temastransversais
 
Artigo cientifico anhanguera educação e diversidade
Artigo cientifico anhanguera   educação e diversidadeArtigo cientifico anhanguera   educação e diversidade
Artigo cientifico anhanguera educação e diversidademkbariotto
 
Artigo cientifico anhanguera
Artigo cientifico anhangueraArtigo cientifico anhanguera
Artigo cientifico anhangueramkbariotto
 
Artigo cientifico educação e diversidade
Artigo cientifico   educação e diversidadeArtigo cientifico   educação e diversidade
Artigo cientifico educação e diversidademkbariotto
 

Semelhante a Pré projeto (20)

Orientacao sexual salinas
Orientacao sexual salinasOrientacao sexual salinas
Orientacao sexual salinas
 
Boa esperança.santa rita orientação sexual_1.ppt
Boa esperança.santa rita orientação sexual_1.pptBoa esperança.santa rita orientação sexual_1.ppt
Boa esperança.santa rita orientação sexual_1.ppt
 
CONSIDERAÇÕES ENTRE INDISCIPLINA E PRÁTICA PEDAGÓGICA NO COTIDIANO ESCOLAR ...
CONSIDERAÇÕES ENTRE INDISCIPLINA  E PRÁTICA PEDAGÓGICA NO COTIDIANO ESCOLAR  ...CONSIDERAÇÕES ENTRE INDISCIPLINA  E PRÁTICA PEDAGÓGICA NO COTIDIANO ESCOLAR  ...
CONSIDERAÇÕES ENTRE INDISCIPLINA E PRÁTICA PEDAGÓGICA NO COTIDIANO ESCOLAR ...
 
Artigo3
Artigo3Artigo3
Artigo3
 
Ensaio maria nilza modulo iv
Ensaio maria nilza modulo ivEnsaio maria nilza modulo iv
Ensaio maria nilza modulo iv
 
Apostila o psicopedagogo e a educação especial pdf
Apostila o psicopedagogo e a educação especial   pdfApostila o psicopedagogo e a educação especial   pdf
Apostila o psicopedagogo e a educação especial pdf
 
Pcn 10.5 Tt OrientaçãO Sexual
Pcn   10.5   Tt OrientaçãO SexualPcn   10.5   Tt OrientaçãO Sexual
Pcn 10.5 Tt OrientaçãO Sexual
 
Universidade virtual do estado de são paulo
Universidade virtual do estado de são pauloUniversidade virtual do estado de são paulo
Universidade virtual do estado de são paulo
 
Slide Libâneo (1).pptx
Slide Libâneo (1).pptxSlide Libâneo (1).pptx
Slide Libâneo (1).pptx
 
Slide Libâneo (2).pptx
Slide Libâneo (2).pptxSlide Libâneo (2).pptx
Slide Libâneo (2).pptx
 
Slide Libâneo (1).pptx
Slide Libâneo (1).pptxSlide Libâneo (1).pptx
Slide Libâneo (1).pptx
 
A orientação educacional nas escolas atualmente
A orientação educacional nas escolas atualmenteA orientação educacional nas escolas atualmente
A orientação educacional nas escolas atualmente
 
Pedagogiadaautonomia 160227202032
Pedagogiadaautonomia 160227202032Pedagogiadaautonomia 160227202032
Pedagogiadaautonomia 160227202032
 
Pedagogiadaautonomia 160227202032
Pedagogiadaautonomia 160227202032Pedagogiadaautonomia 160227202032
Pedagogiadaautonomia 160227202032
 
Pedagogia da autonomia
Pedagogia da autonomiaPedagogia da autonomia
Pedagogia da autonomia
 
Estágio Curricular
Estágio CurricularEstágio Curricular
Estágio Curricular
 
Coromandel orientacao sexual_ g4
Coromandel orientacao sexual_ g4Coromandel orientacao sexual_ g4
Coromandel orientacao sexual_ g4
 
Artigo cientifico anhanguera educação e diversidade
Artigo cientifico anhanguera   educação e diversidadeArtigo cientifico anhanguera   educação e diversidade
Artigo cientifico anhanguera educação e diversidade
 
Artigo cientifico anhanguera
Artigo cientifico anhangueraArtigo cientifico anhanguera
Artigo cientifico anhanguera
 
Artigo cientifico educação e diversidade
Artigo cientifico   educação e diversidadeArtigo cientifico   educação e diversidade
Artigo cientifico educação e diversidade
 

Mais de lislieribeiro

Hipertexto apresentação
Hipertexto apresentaçãoHipertexto apresentação
Hipertexto apresentaçãolislieribeiro
 
Hipertexto apresentação
Hipertexto apresentaçãoHipertexto apresentação
Hipertexto apresentaçãolislieribeiro
 
M.s. mod. e prática de form. de profs. - avaliação - aula 3
M.s.   mod. e prática de form. de profs. - avaliação - aula 3M.s.   mod. e prática de form. de profs. - avaliação - aula 3
M.s. mod. e prática de form. de profs. - avaliação - aula 3lislieribeiro
 
Avaliação unidade curricular
Avaliação unidade curricularAvaliação unidade curricular
Avaliação unidade curricularlislieribeiro
 
As TICs na Formação Contínua do Professor
As TICs na Formação Contínua do ProfessorAs TICs na Formação Contínua do Professor
As TICs na Formação Contínua do Professorlislieribeiro
 
Apresentação lisliê
Apresentação lisliêApresentação lisliê
Apresentação lisliêlislieribeiro
 
Caso problema supervisor
Caso problema  supervisorCaso problema  supervisor
Caso problema supervisorlislieribeiro
 
éTica e moral versão ampliada
éTica e moral  versão ampliadaéTica e moral  versão ampliada
éTica e moral versão ampliadalislieribeiro
 
Teorias e mod. de superv. aula 2
Teorias e mod. de superv.   aula 2Teorias e mod. de superv.   aula 2
Teorias e mod. de superv. aula 2lislieribeiro
 
Análise do artigo_científico
Análise do artigo_científicoAnálise do artigo_científico
Análise do artigo_científicolislieribeiro
 

Mais de lislieribeiro (19)

Hipertexto apresentação
Hipertexto apresentaçãoHipertexto apresentação
Hipertexto apresentação
 
Hipertexto apresentação
Hipertexto apresentaçãoHipertexto apresentação
Hipertexto apresentação
 
M.s. mod. e prática de form. de profs. - avaliação - aula 3
M.s.   mod. e prática de form. de profs. - avaliação - aula 3M.s.   mod. e prática de form. de profs. - avaliação - aula 3
M.s. mod. e prática de form. de profs. - avaliação - aula 3
 
Relação Família
Relação FamíliaRelação Família
Relação Família
 
Avaliação unidade curricular
Avaliação unidade curricularAvaliação unidade curricular
Avaliação unidade curricular
 
Avaliação docente
Avaliação docenteAvaliação docente
Avaliação docente
 
Estudo de caso
Estudo de casoEstudo de caso
Estudo de caso
 
As TICs na Formação Contínua do Professor
As TICs na Formação Contínua do ProfessorAs TICs na Formação Contínua do Professor
As TICs na Formação Contínua do Professor
 
Resenha
ResenhaResenha
Resenha
 
Apresentação lisliê
Apresentação lisliêApresentação lisliê
Apresentação lisliê
 
Aula1arquivoalunos
Aula1arquivoalunosAula1arquivoalunos
Aula1arquivoalunos
 
Cidadão quem
Cidadão quemCidadão quem
Cidadão quem
 
Caso problema supervisor
Caso problema  supervisorCaso problema  supervisor
Caso problema supervisor
 
éTica e moral versão ampliada
éTica e moral  versão ampliadaéTica e moral  versão ampliada
éTica e moral versão ampliada
 
Teorias e mod. de superv. aula 2
Teorias e mod. de superv.   aula 2Teorias e mod. de superv.   aula 2
Teorias e mod. de superv. aula 2
 
Addtm
AddtmAddtm
Addtm
 
Análise do artigo_científico
Análise do artigo_científicoAnálise do artigo_científico
Análise do artigo_científico
 
Portifolio
PortifolioPortifolio
Portifolio
 
Suê
SuêSuê
Suê
 

Pré projeto

  • 1. Relação Família-Escola: Uma Parceria Educativa na Orientação da Sexualidade PROJETO DE PESQUISA Lisliê Lúcia Lima Pereira Ribeiro 2010
  • 2. Trabalho exigido como avaliação da Disciplina Métodos de Investigação e Escrita Científica, sob orientação da Profa. Dra. Suely Galli da Pós- Graduação em Supervisão Pedagógica e Formação de Formadores com acesso ao Mestrado Europeu em Ciências da Educação.
  • 3. Título do trabalho: Relação Família–Escola: Uma Parceria Educativa na Orientação da Sexualidade. Autor: Lisliê Lúcia Lima Pereira Ribeiro Instituição: Faculdade Mário Schenberg – Grupo Lusófona Brasil - Cotia SP - 2010 Pós-Graduação em Supervisão Pedagógica e Formação de Formadores com acesso ao Mestrado Europeu em Ciências da Educação Docente Responsável: Dra. Suely Galli Soares Projeto de Pesquisa INTRODUÇÃO Abordar a sexualidade enquanto orientação educativa no âmbito escolar requer que a formação e atualização a seu respeito seja contínua e possibilite um trabalho progressivo com os sujeitos em questão e não apenas palestras e/ou debates no decorrer do ano letivo. Buscando um entendimento mais preciso sobre a formação, encontraremos nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), de Orientação Sexual, o seguinte: “O professor deve então entrar em contato com questões teóricas, leituras e discussões sobre as temáticas especificas de sexualidade e suas diferentes abordagens; preparar-se para a intervenção prática junto dos alunos e ter acesso a um espaço grupal de supervisão prática, o qual deve ocorrer de forma continuada e sistemática...”(PCN, 1997 p 84) Percebemos que é necessário o educador ter uma formação específica e continuada para conduzir o trabalho de orientação sexual. Cabe ao educador, ética, para não transmitir seus valores, crenças e opiniões, uma vez que é papel do mesmo possibilitar ao educando práticas reflexivas, que o levem a desenvolver sua autonomia e assim, ele próprio, eleger seus valores. No entanto, não basta ao educador ter uma formação específica e continuada, essa formação precisa ser transformadora, como afirma Boaventura:
  • 4. “o objetivo último de uma educação transformadora é transformar a educação, convertendo-a no processo de aquisição daquilo que se aprende, mas não se ensina, o senso comum. O conhecimento só suscita o inconformismo na medida em que se torna senso comum, o saber evidente que não existe separado das práticas que o confirmam”. (Santos, 1991) Para uma educação ser transformadora, ela precisa ser emancipadora, ou seja, levar o indivíduo a transformar o conhecimento que possui, por meio da reflexão, questionamentos, além de dialogar com os conflitos existenciais e sociais em que está inserido, para tornar-se autônomo na construção do seu conhecimento. Desta forma, ao dedicar-se à pesquisa neste campo é importante considerar os estudos de Michel Foucault, em especial a sua obra “História da Sexualidade”. Tal referência implica assumir, nas palavras do filósofo que “(...)a sexualidade é o nome que se pode dar a um dispositivo histórico... não se deve concebê-la como uma espécie de dado da natureza que o poder é tentado a pôr em xeque, ou como um domínio obscuro que o saber tentaria, pouco a pouco desvelar” (FOUCAULT, 1988 p 100). Entendemos que a sexualidade não é um conhecimento desconhecido e sim, um conhecimento produzido na cultura, que sofre instabilidade, multiplicidade e se expressa singularmente em cada indivíduo. Mesmo sabendo-se que a sexualidade se desenvolve desde os primeiros dias de vida e é inerente à vida e à saúde, pois é a busca do prazer, e, esta busca faz parte do processo de desenvolvimento do ser humano; ela se constitui num tema polêmico, sobretudo, quando é discutido com crianças. Assim, a presente pesquisa abordará de modo particular o tema orientação da sexualidade na Escola Municipal Isabel Ribeiro Leal Leite, localizada no bairro Jd. Nova Cotia (Lava-pés – bairro periférico) em Cotia, região metropolitana de São Paulo, que conta com mais de 300 alunos, entre 5 a 12 anos de idade, faixa etária que corresponde do 1º ao 5º ano do ensino fundamental I. Os alunos encontram-se na faixa de etária de curiosidade e descoberta sexual, além da “explosão de hormônios”, muitas vezes ignoradas, tanto pelos pais, quanto pelos educadores, os quais possivelmente tiveram uma orientação sexual rígida ou nem tiveram, o que normalmente dificulta a abordagem
  • 5. do assunto em questão. Para realizar um trabalho educativo na escola sobre sexualidade é necessário e importante que o educador tenha uma formação apropriada, que lhe permita expor o assunto sem receio, favorecendo um desenvolvimento saudável para o educando. Entretanto, para que isso ocorra é necessário que a orientação da sexualidade, seja aceita pela escola como um todo, pelos pais e alunos. A escola não pode pensar que sexualidade é um assunto para os pais e vice-versa. Um trabalho conjunto com enfoque educativo e preventivo de ambos pode contribuir com a diminuição dos índices de gravidez precoce e indesejada, o aborto, as DSTs e a AIDS. O tema sexualidade é abrangente e apesar de muito se falar a respeito nos meios de comunicação de massa e no cotidiano, essas informações nem sempre são “verdadeiras” ou adequadas ao meio educativo. A mídia de certo modo, deturpa o sentido amplo da sexualidade ao enfatizar o aspecto da sensualidade, erotismo sexual do indivíduo na sociedade contemporânea, num duplo movimento de informação e desinformação. Isso fica evidente no contexto escolar, pois os alunos chegam com várias informações e não sabem como lidar com elas. Em contra partida, a maioria dos professores, preferem não abordar o assunto por receio de não corresponder às expectativas do educando ou por sentir-se despreparado para tal, além da insegurança diante da reação da família. Apesar da complexidade presente neste âmbito, consideramos a família como o primeiro ambiente onde a sexualidade é abordada e, cada família tem seus valores e suas crenças que marcam as crianças. Para Morin: “(...) o imprinting cultural marca os humanos desde o nascimento, primeiro com o selo da cultura familiar, da escolar em seguida, depois prossegue na universidade ou na vida profissional. Assim, a seleção sociológica e cultural das idéias raramente obedece à sua verdade; pode, ao contrário, ser implacável na busca da verdade.” (MORIN, 2000 p 28). Nessa perspectiva, cabe à escola possibilitar ao aluno discussão reflexiva sobre os diversos valores relacionados à sexualidade, favorecendo-os ressignificar os valores recebidos e vividos. Assim, a escola vem completar a educação sexual dada pela família e,
  • 6. o diálogo entre as duas instituições precisará ocorrer de maneira a contribuir com essa relação. É importante ressaltar que os educandos têm acesso a muitas informações, o que leva a ilusão de saberem tudo sobre sexualidade. Eles têm acesso às informações sobre o assunto, mas não é uma informação educativa, pois para ser educativa o educador tem que conhecer o educando, onde e com que vive, se ele é uma criança ou um adolescente, professa alguma fé religiosa, como são seus pais e quais as suas influencias. Por fim como o educando vê o educador? Ele confia? Sente liberdade para perguntar? Conversar? Essas questões interferem na transmissão de uma informação educativa. JUSTIFICATIVA Há uma diversidade de entendimentos e conceituações a serem adotadas, mas, aparentemente, a maioria dos estudiosos considera que a sexualidade supõe ou implica mais do que corpos, nela está envolvido fantasias, valores, linguagens, rituais, comportamentos, representações mobilizados ou postos em ação para expressar desejos e prazeres. Assim, buscar formas de desenvolver a orientação da sexualidade, amparados pela lei nº 9.394/96, Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB, juntamente com os PCN’s, em seus temas transversais, exige estudos e investigações cujos resultados podem trazer contribuições para a escola, para a família, sobretudo para a criança, jovem, adolescente. Desta forma, este projeto de pesquisa prevê tais contribuições para a escola – campo da pesquisa- além de trazer conhecimento em nossa formação para gestão escolar. OBJETIVOS - Compreender a relação família – escola na E.M. Isabel Ribeiro Leal Leite, na perspectiva da orientação da sexualidade;
  • 7. - Identificar junto aos educadores as dificuldades relacionadas ao tema sexualidade; - Desenvolver junto aos educadores momentos educativos sobre o tema, possibilitando-lhes conhecimento para abordar a sexualidade no cotidiano escolar. METODOLOGIA Visando atingir os objetivos propostos, o tema em questão será abordado sob enfoque da pesquisa qualitativa, que segundo Minayo: “(...) se preocupa, nas ciências sociais, com o nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.”(MINAYO, 1994 p21-22) A pesquisa qualitativa pressupõe conhecer o fenômeno, nesse sentido, nossa pesquisa valorizará a busca aprofundada no conhecimento do objeto de pesquisa: a orientação educativa da sexualidade. A pesquisa também apresentará estudo de caso, com educandos e educadores da E.M. Isabel Ribeiro Leal Leite, da rede municipal de ensino de Cotia-SP. Para esse estudo recorreremos à pesquisa quantitativa, no sentido de investigar as principais dificuldades encontradas pelos educadores ao tratarem do tema sexualidade com seus alunos. Desse modo, a pesquisa utilizará: questionários, entrevistas semi-estruturadas e observação participante nas reuniões de H.T.P.C. ( Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo), de pais e mestres (APM) e de planejamento pedagógico. Por nossa pesquisa pertencer às ciências humanas, nosso método é compreensivo- interpretativo, pois, busca conhecer o sentido que o homem produz nas instituições. (Chauí, 2000) Vale ressaltar os quatros traços que são comuns aos diferentes métodos filosóficos, definidos por Chauí como:
  • 8. “(...) reflexivo – parte da auto-análise ou do autoconhecimento do pensamento; crítico – investiga os fundamentos e as condições necessárias da possibilidade do conhecimento verdadeiro, da ação ética, da criação artística e da objetividade política; descritivo – descreve as estruturas internas ou essências de cada campo de objetos do conhecimento e das formas de ação humana; interpretativo – busca as formas da linguagem e as significações ou os sentidos dos objetos, dos fatos, das práticas e das instituições, suas origens e transformações.” (CHAUÍ, 2000 p 160) Estes elementos do método adotado em nossa pesquisa serão norteadores do processo investigativo, no intuito de garantir maior cientificidade e veracidade do conhecimento apropriado, neste estudo de caso. RESULTADOS ESPERADOS A partir da análise dos dados esperam-se proporcionar a família e a escola novos elementos para a reflexão sobre educação e sexualidade, apontando as necessidades de adequação no Projeto Político Pedagógico, em sua transdisciplinaridade escolar e participação da família no trabalho realizado pela escola, apoiando e dando continuidade em casa. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Pluralidade Cultural e Orientação Sexual. – Brasília: MEC/SEF, 1997. CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 7ª ed. São Paulo: Ática, 1996. FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade. A vontade de saber. Trad. M. Thereza Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. 11ª Ed. Rio de Janeiro: Graal, 1988. MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.). Pesquisa Social, Teoria, método e criatividade, Rio de Janeiro, Vozes, 1993. MORIN, Edgar. Os sete Saberes Necessários à Educação do Futuro 2a. ed. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2000. SANTOS, Boaventura de Sousa. Introdução a uma Ciência Pós-Moderna. Porto: Afrontamento, 1989. (também publicado por Graal, São Paulo, 2ª ed em 1991)
  • 9. SAVIANI, Dermeval. A nova lei da educação: Trajetória, limites e perspectivas. São Paulo: Autores Associados, 1997. BIBLIOGRAFIA BARROS, Aidil de Jesus Paes de. (org.) Projeto de Pesquisa: propostas metodológicas. 14ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1990. DEMO, Pedro. Metodologia Científica em Ciências Sociais. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2007. DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico e educativo. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1991. FAZENDA, Ivani. (org.) Metodologia da Pesquisa Educacional. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 1989. FAZENDA, Ivani. Novos Enfoques da pesquisa educacional. São Paulo: Cortez, 1999. GAJARDO, Marcela. Trad. PELLEGRINI, Tânia. Pesquisa Participante na América Latina. São Paulo: Brasiliense S.A., 1986. LÖWY, Michael. Ideologias e Ciência Social: elementos para uma análise marxista. 5ª ed. São Paulo: Cortez, 1989. LUNA, Sérgio Vasconcelos de. Planejamento de Pesquisa: uma introdução. São Paulo, EDUC, 2000. MEDEIROS, João Bosco. Redação Científica: A prática de fichamentos, resumos, resenhas. 4ª ed.São Paulo: Atlas, 2002. MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.). Pesquisa Social, Teoria, método e criatividade, Rio de Janeiro, Vozes, 1993. PÁDUA, Elisabete Matallo Marchesini de. Metodologia da Pesquisa: Abordagem teórico- prática. 4ª ed. Campinas, SP: Papirus, 1997. SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22ª ed. São Paulo: Cortez, 2002. SOARES, Suelly Galli. Arquitetura da identidade sobre educação, ensino e aprendizagem. São Paulo: Cortez, 2001. SOARES, Suelly Galli. Educação e Interação Social. Campinas, SP: Alínea, 2003. SOARES, Suely Galli. (org.) Cultura do Desafio: gestão de tecnologias de informação e comunicação no ensino superior. Campinas, SP: Alínea, 2006.
  • 10. TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: A pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 2008.