O documento introduz o planejamento de coleções como atividade de gestão bibliotecária. Discute os elementos-chave de uma política de desenvolvimento de coleções, incluindo objetivos, análise da comunidade usuária, escopo da coleção, critérios de seleção e aquisição, e avaliação e desbastamento da coleção.
Política de desenvolvimento de coleções bibliotecárias
1. Introdução a política de desenvolvimento de coleções como atividade de planejamento bibliotecárioMaterial elaborado pelas Profas. letíciastrehl e June Magda Rosa Scharnberg Disciplina - Pesquisa e Desenvolvimento de Coleções – Profa. Letícia Strehl
2. Sumário Atividades de planejamento aplicadas à gestão das coleções Política de desenvolvimento de coleções Definições, características e funções Elementos
4. Planejamento: definição É um processo contínuo, permanente e dinâmico que fixa objetivos, detalha as etapas para atingi-los e prevê os recursos necessários para sua consecução. Almeida, Maria Christina Barbosa de. Planejamento de bibliotecas e serviços de informação. 2.ed. rev. e ampl. Brasília, DF: Briquet de Lemos/Livros, 2005.
5. Etapas do processo de planejamento (1) Definição do objeto a ser estudado Coleta de informações sobre esse objeto e seu ambiente Análise dos dados para a elaboração do plano nos seguintes termos: Definição dos objetivos, metas e prioridades; Previsão dos acontecimentos futuros; Tomada de decisões sobre fins, meios e recursos. Almeida, Maria Christina Barbosa de. Planejamento de bibliotecas e serviços de informação. 2.ed. rev. e ampl. Brasília, DF: Briquet de Lemos/Livros, 2005.
6. Etapas do processo de planejamento (2) Estabelecimento das providências para a execução do plano Acompanhamento e controle da execução em relação aos objetivos traçados Avaliação do sucesso do plano Almeida, Maria Christina Barbosa de. Planejamento de bibliotecas e serviços de informação. 2.ed. rev. e ampl. Brasília, DF: Briquet de Lemos/Livros, 2005.
8. O planejamento das coleções Como atividade gerencial, a gestão das coleções não prescinde do processo de planejamento Será com planejamento que as coleções se desenvolverão de forma alinhada aos objetivos institucionais e atenderão aos propósitos que se destinam
9. O planejamento estratégico visto de uma forma simplificada Diagnóstico estratégico Identificação da visão Identificação dos valores Análise externa: ameaças e oportunidades Análise interna: pontos fortes e fracos (não esquecer dos aspectos relativos às coleções) Missão da organização Estabelecimento da missão Descrição dos produtos e serviços que a biblioteca oferece para realizar a missão. Explicitação de seu setor de atuação e das características gerais da comunidade atendida Instrumentos prescritivos Objetivos da biblioteca e da instituição a qual ela se subordina (se for o caso) Metas Desafio
10. 10 Processos de planejamento estratégico Adaptado de: de Oliveira, D. P. R. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e práticas. 26. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
12. 12 Processos de planejamento estratégico Explicitação do que deve ser feito pela instituição. Aqui encontram-se reunidos os instrumentos operacionais que implementam as estratégias no dia-a-dia da organização. Adaptado de: de Oliveira, D. P. R. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e práticas. 26. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
13. Hierarquia dos planos organizacionais 13 STONER, James A.F.; FREEMAN, R. Edward. Administração. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
14. Planos operacionais 14 Descrevem os detalhes necessários para se incorporar a estratégia no dia-a-dia Tipos: Planos de uso único Planos permanentes STONER, James A.F.; FREEMAN, R. Edward. Administração. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
15. Planos de uso único 15 Programas: inclui um conjunto de atividades de organização relativamente grande e que especifica os passos principais, sua ordem e sua sequência de tempo, e a unidade responsável por cada passo. Exemplo: Programa de ampliação de vagas no sistema de ensino superior Projetos: as parte menores em que se dividem os programas Exemplo: Projeto de criação do curso de Museologia Orçamentos: demonstrativos quantitativos formais dos recursos alocados a programas ou projetos específicos num certo período de tempo Exemplo: Orçamento necessário a implementação do curso de Museologia STONER, James A.F.; FREEMAN, R. Edward. Administração. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
16. Planos permanentes 16 Políticas: diretrizes gerais para a tomada de decisão Exemplo: Política de seleção de materiais Procedimentos: diretrizes detalhadas para o manejo de ações organizacionais que ocorrem regularmente Instrução para realização dos procedimentos de uma compra por licitação Regras: detalhamento das ações específicas a serem executadas numa dada situação Definição dos elementos que condicionam a opção por um tipo de modalidade de licitação STONER, James A.F.; FREEMAN, R. Edward. Administração. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
21. Políticas como exemplos de planos táticos 21 As políticas constituem exemplos de planos táticos que funcionam como guias gerais de atuação. Definem as decisões que devem ser tomadas rotineiramente pelas pessoas. São orientações para a tomada de decisão. Geralmente, refletem um objetivo e orientam as pessoas em direção a esses objetivos e situações que requeiram algum julgamento. CHIAVENATO, I. Administração nos novos tempos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004
22. Razões para a elaboração de uma política de desenvolvimento de coleções Tornar explícita a filosofia que o norteia o trabalho com as coleções; Constituir um guia racional para a aplicação de recursos; Guiar a prática de seleção de itens; Fornecer uma descrição do estado geral da coleção; Indicar os métodos de trabalho para a consecução dos objetivos desejados; Oferecer subsídios de argumentação para o bibliotecário para a obtenção de novas aquisições, bem como para a recusa de aquisições inconsistentes com a filosofia adotada. Vergueiro
23. Algumas considerações sobre as políticas de DC A elaboração da política constitui um momento de auto-reflexão dos profissionais sobre suas práticas de desenvolvimento de coleções. O ideal é que a política resulte de uma negociação entre os responsáveis pelo desenvolvimento de coleções e os membros da comunidade a que ela se destina.
24. Dados necessários para a elaboração da política de DC o estado atual da coleção, seus pontos fortes e fracos; a comunidade a ser servida; outros recursos disponíveis, tanto localmente como através de empréstimo entre bibliotecas.
25. Uma boa política deve informar aos bibliotecários o material que fará parte da coleção (conteúdo e formato) condições de ingresso do material no acervo (políticas de seleção e aquisição) as necessidade específicas e a parcela da comunidade que o material deverá atender as condições de retirada do material do acervo; o responsável(is) pela tomada de decisões (bibliotecário e comissões)
26. O documento da política deverá ser: completo, deixando poucas coisas sem previsão; suficientemente flexível, admitindo alterações e inclusões; dinâmico, atualizando-se de forma concomitante com as mudanças na realidade da comunidade.
27. Fatores que interferem no desenvolvimento de coleções Objetivos da biblioteca Projetos e atividades que serão desenvolvidos pelos usuários da comunidade. Demandas e necessidades dos usuários propriamente dita. Verificar qual é a rotina dos usuários. Idade, qualidade e quantidade da coleção. Detectada através de estudos de avaliação de coleções. Modalidades de consulta: Local: são necessários menos exemplares. Domiciliar; disponibilizar um maior número de exemplares, o desgaste é maior e há maior reposição. Conhecimento da produção bibliográfica da área (aspectos relacionados a atualização do acervo). Conhecimento do acervo de bibliotecas congêneres e possibilidade de acesso a eles. Desta forma pode-se nortear a aquisição, deixando de comprar o que pode ser utilizado através do empréstimo entre bibliotecas. Recursos financeiros e disponibilidade de aquisição. Espaço físico disponível.
29. Elementos da política de desenvolvimento de coleções Objetivos Responsabilidade pelo desenvolvimento de coleções propriamente dito Análise da comunidade usuária (real/potencial) Áreas de abrangência e níveis de cobertura da coleção (assuntos e nível de tratamento) Vários tipos de documentos incluídos na coleção Instrumentos e critérios de seleção Modalidades de aquisição Critérios para participação em programas cooperativos Avaliação de coleção Critérios para desbastamento
30. Objetivos de uma política de desenvolvimento de coleções (1) Oferecer diretrizes para o crescimento racional e equilibrado do acervo, assegurando consistência no desenvolvimento dos seus recursos bibliográficos. Permitir a formação de uma coleção de alto grau de excelência, tanto qualitativa como quantitativa e que melhor sirva aos interesses da comunidade. Definir os campos de interesse da biblioteca, a natureza da coleção e os planos para o desenvolvimento contínuo de recursos. Fornecer informações que auxiliarão a distribuição dos recursos orçamentários. 1
31. Objetivos de uma política de desenvolvimento de coleções (2) Permitir estabilidade e continuidade nos procedimentos da biblioteca na medida em que o corpo de biblioteca pode ser alterado mas os procedimentos não serão modificados, pois estarão registrados através da política. Fornecer subsídios para a avaliação de coleções. Traçar diretrizes para o descarte de material. Determinar os critérios e prioridades para formação de coleção. Incrementar os programas cooperativos. Propiciar oportunidade de auto-avaliação e reflexão. 1
32. Responsabilidade pelo desenvolvimento de coleções propriamente dito A implementação da Política de desenvolvimento de coleções é de responsabilidade dos bibliotecários. 2
33. Análise da comunidade usuária (real/potencial) Determinação dos segmentos Categorias Especialistas, professores, alunos de pós-graduação, graduação, ensino fundamenta, etc. Faixa etária Comportamento informacional do diferentes segmentos Necessidades Formas de busca Tipos de uso Previsão da periodicidade de realização de estudos de comunidade para subsidiar o desenvolvimento de coleções 3
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35. 2º Básica ou de lastro: títulos básicos de determinados assuntos, obras tidas como fundamentais (contempla o assunto na íntegra).
36. 3º De Pesquisa: trabalha com profundidade os assuntos: dissertações, teses em determinadas áreas (materiais da literatura cinza).
37. 4º Didática ou de estudo: serve para dar subsídios ao ensino, em qualquer nível.
38. 5º Popular: assuntos de qualquer natureza com abordagem simplificada. Divulga os assuntos científicos/técnicos e literários com caráter informativo e facilitador.Nice Figueiredo
39.
40.
41. Idioma: depende das restrições lingüísticas da comunidade. Época: período de publicação.4 Nice Figueiredo
42. Tipos e suportes incluídos na coleção Tipos Livros Periódicos Material cartográfico ... Suporte Papel Eletrônico Microfilme 5
43. Instrumentos e critérios de seleção Definição dos instrumentos e das fontes de seleção Estabelecimento dos critérios a serem adotados 6
44. Modalidades de aquisição Compra de livros, DVDs, CDs... nacionais e estrangeiros Assinatura de publicações periódicas Filiação a sociedades para ter direito a certas publicações Obtenção de doações Permuta de publicações 7
45. Critérios para participação em programas cooperativos As unidades cooperantes podem contribuir para melhorar o acesso às informações necessárias à comunidade? Preciso alocar algum tipo de recurso para participar no programa? Qual é a relação custo/benefício? A participação no programa pode acarretar algum benefício a longo prazo em termos de captação de recursos? 8
46. Avaliação de coleção Objetivo: identificar pontos forte e fracos da coleção Métodos Quantitativos Qualitativos Mistos 9
47. Critérios para desbastamento Estabelecimento de critérios de desbastamento Descarte: retirada definitiva do acervo Remanejamento: deslocamento para locais de menor acesso Conservação: retirada para recuperação física do material 10