Este documento discute o uso da cintilografia de perfusão do miocárdio para avaliar a isquemia em pacientes com miocardiopatia hipertrófica. O estudo examinou 158 pacientes idosos com miocardiopatia hipertrófica e encontrou que aqueles com isquemia do miocárdio ou cintilografia anormal apresentavam um prognóstico pior, com taxas de sobrevida mais baixas aos 10 anos. Os resultados sugerem que a cintilografia pode ser útil para estratificar o risco desses pacientes
Cintilografia de perfusão do miocárdio na miocardiopatia hipertrófica
1. Cintilografia de perfusão do
miocárdio na miocardiopatia
hipertrófica
American Heart Journal, vol 151, issue 2 – February 2006
2. A isquemia do miocárdio já é um fenômeno bem
reconhecido nos pacientes com miocardiopatia
hipertrófica. Entre os mecanismos imputados neste
processo, podemos destacar:
●- distorção da arquitetura arteriolar
●- doença dos pequenos vasos
●- comprometimento do fluxo de reserva coronariano
●- inerente desequilíbrio entre a demanda e a oferta de
oxigênio (causado pela hipertrofia dos segmentos e as
condições de carga do ventrículo esquerdo).
●
3. Os estudos atuais sobre a cintilografia do
miocárdio na miocardiopatia hipertrófica têm se
concentrado, principalmente, nas populações
mais jovens (15 - 36 anos).
●Contudo, já se conhece muito bem os riscos
associados à esta patologia na população adulta
mais idosa.
●
4. A cintilografia serve como instrumento de
prognóstico e estratificação de risco nesta
população.
●Existe evidência clínica de isquemia do miocárdio
em cerca de 25% dos pacientes com miocardiopatia
hipertrófica, quando vistos no ambulatório.
●Durante o teste ergométrico este percentual
pode chegar até 40% dos pacientes examinados
(mesmo sem precordialgia).
●
5. Vários métodos têm sido utilizados para se
estudar a isquemia na miocardiopatia hipertrófica.
●Contudo, a cintilografia de perfusão do
miocárdio continua sendo o mais utilizado.
●Cerca de 1/4 dos pacientes com HCM
apresenta defeitos fixos ou reversíveis neste
exame.
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6. Vários métodos têm sido utilizados para se
estudar a isquemia na miocardiopatia hipertrófica.
●Contudo, a cintilografia de perfusão do
miocárdio continua sendo o mais utilizado.
●Cerca de 1/4 dos pacientes com HCM
apresenta defeitos fixos ou reversíveis neste
exame.
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7. Estes defeitos estão associados com
metabolismo anormal (pH diminuído do seio
coronariano), hemodinâmica anormal (aumento
da pressão da diástole final), taquiarritmia
ventricular, etc.
●Apesar destas associações existe uma grande
pobreza de dados sobre a cintilografia do
miocárdio na miocardiopatia hipertrófica. ●
8. Devido às anormalidades inerentes no substrato
miocárdico, os pacientes com HCM estão sujeitos a
apresentar isquemia do miocárdio.
●Já é por demais reconhecido o papel da
cintilografia do miocárdio como instrumento
mensurador da isquemia miocárdica em pacientes
com DAC.
●Vários trabalhos científicos têm mostrado a
utilidade da cintilografia como ferramenta
prognóstica nos pacientes com HCM.
●
9. Uma cintilografia normal neste grupo de
pacientes indica um prognóstico favorável
(mortalidade cardiovascular em um ano de 1 a
1,1% e sobrevida em 5 anos de 98%).
●Por outro lado, a presença de isquemia do
miocárdio ou uma cintilografia de esforço
anormal estão associadas com uma menor
sobrevida: 3,6% e 3,3% ao ano,
respectivamente.
●
10. Estes números estão próximos aos dos pacientes
de alto risco portadores de DAC: mortalidade anual
> 3%.
●Os índices de extensão da severidade das lesões
(SSS, SRS) se comportaram como preditores
univariáveis de morte cardiovascular.
●Poucos trabalhos científicos têm sido publicados
que mostraram o valor prognóstico da cintilografia
do miocárdio em pacientes com miocardiopatia
hipertrófica.
●
11. Trabalhos feitos com PET onde os pacientes apresentavam
comprometimento do fluxo sanguíneo microvascular, após a infusão
de dipiridamol, mostraram maior deterioração clínica em um followup de 5,5 anos.
●O presente trabalho examinou 158 pacientes (idade média = 60
anos) com HCM.
●O seguimento a longo prazo mostrou que a sobrevida após 10 anos
era melhor nos pacientes sem isquemia do miocárdio do que nos que
apresentavam isquemia (90% e 64%, respectivamente.
●A estratificação de risco na sobrevida de 5 anos foi feitas através
do SSS: - Baixo risco (SSS > ou = 53), 97% - Risco intermediário (SSS =
48-52), 94% - Alto risco (SSS < ou = 47), 79%.
●
12. ●
●
Este trabalho estudou uma população de
pacientes idosos (idade média de 60 anos) e
verificou que apresentavam isquemia do
miocárdio e cintilografia anormal associado
com um pobre prognóstico.
Uma pequena proporção destes pacientes
apresentava DAC na angiografia, que pode ter
contribuído para as anormalidades
encontradas na cintilografia e piorado o
prognóstico.
13. ●
●
Cinco das 19 mortes encontradas neste
trabalho, ocorreram em pacientes com DAC.
Contudo, é importante lembrar que a
isquemia do miocárdio pode surgir em
pacientes com miocardiopatia hipertrófica na
ausência de aterosclerose coronariana e tem
consequências fisiopatológicas já bem
conhecidas (ver trabalhos citados no próximo
slide).
19. Padrão de anormalidades de perfusão na
cintilografia de perfusão em pacientes com
miocardiopatia hipertrófica.
Hipertrofia septal assimétrica ---> topo
Hipertrofia apical -------> meio
Hipertrofia concêntrica -----> embaixo
20. Padrões de anormalidades na cintilografia de perfusão do
miocárdio em 19 pacientes com miocardiopatia hipertrófica
que tiveram morte cardíaca