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Curso: Licenciatura em Computação
Disciplina: Comunicação
Carga Horaria: 30 horas
Professora: Mirelle Freitas
Sumário
1. Língua, Cultura e Variação Linguística............................................................................................2
2. Comunicação....................................................................................................................................6
3. Linguagem e Elaboração................................................................................................................10
4. Textos Técnicos e Acadêmicos.......................................................................................................29
Referências.........................................................................................................................................36
1. Língua, Cultura e Variação Linguística
“Nenhuma língua permanece a mesma em todo o seu domínio e, ainda num só local, apresenta um sem-
número de diferenciações.[...] Mas essas variedades de ordem geográfica, de ordem social e até
individual [...] não prejudicam a unidade superior da língua, nem a consciência que têm os que a falam
diversamente de se servirem de um mesmo instrumento de comunicação, de manifestação e de emoção.”
Celso Cunha (1968, p.14)
Língua e linguagem são conceitos distintos. Quando nos referimos à língua,
fazemos alusão a um sistema de signos vocais, que podem ser transcritos
graficamente, específicos de um povo, uma nação, uma cultura, sendo seu
instrumento para comunicação. A linguagem, por sua vez, nos remete a qualquer
sistema de signos simbólicos (gestos, cores, palavras, imagens etc) empregados na
intercomunicação social para expressar e comunicar ideias e sentimentos, trata-se de
uma atividade social e exclusiva do homem, que se realiza individualmente, mas
sempre de acordo com tradições de comunidades históricas.
Assim temos dois tipos de linguagem: (a) a linguagem verbal, que se realiza
através da língua propriamente dita (fala e da escrita), e que geralmente acontece de
forma voluntária; e (b) a linguagem não-verbal, presente em outros sistemas de
representação, como a pintura, o desenho, os gestos, os sons, a expressão corporal, a
dança, entre outros, muitas vezes é involuntária, pois mostra as reações do indivíduo a
um ato comunicativo.
Alguns aspectos devem ser observados na comunicação verbal, são eles: o grau
de domínio do assunto; o vocabulário; a pontuação; a articulação de ideias, a fluência e o
ritmo. Na comunicação não-verbal deve-se atentar para: a mobilidade da cabeça e do
rosto, o olhar, os gestos, a respiração, a inibição, a postura, o andar e a apresentação
pessoal (roupas, cores, cabelo e acessórios).
Compreende-se então que a linguagem acontece no âmbito individual-social, já
que mesmo partindo do indivíduo, é utilizada com o intuito de interagir socialmente com
outros. Nesse sentido, a língua é a ferramenta que possibilita essa interação, quando
verbal, circulando socialmente. Essa condição de circulação faz da língua um organismo
vivo, em constante evolução, acompanhando a mudanças próprias do ser humano e da
sociedade. Vejamos a seguir os tipos de variações linguísticas.
1.1 Variações Linguísticas
Por ser fruto de um convívio social e própria do ser humano, a língua está sujeita a
variações, que chamados de variedades linguísticas, definidas como o modo pelo qual a
língua se diferencia sistemática e coerentemente, de acordo com as condições
históricas, geográficas e sócio-culturais no qual os falantes dessa língua se
manifestam. Essas mudanças podem acontecer no nível fonético, morfológico,
fonológico, sintático, léxico e semântico.
Variações históricas: acontecem ao longo do tempo, e podem ser percebidas
através da comparação dos dizeres de duas épocas diferentes. O processo de
mudança é gradual, e pode ser de grafia ou de significado. Ex.: Vosmicê – você.
Variações geográficas: dizem respeito à distância geográfica que separa os
falantes, ou seja regionalismos. Podem diferenças de pronúncia, vocabulário e
estrutura sintática, essas mudanças geralmente são graduais, não representando
em exato a fronteira geográfica. Assim, por exemplo, a mistura de cimento, água e
areia, se chama betão em Portugal; no Brasil, se chama concreto; ou, no Brasil as
palavras aipim, mandioca e macaxeira, que são sinônimas, mas usadas em
diferentes regiões do país.
Variações sócio-culturais: agrupa fatores de diversidade, como o nível socioeconômico,
o grau de escolaridade, a idade e o gênero. O uso de certas variantes pode indicar qual o
nível socioeconômico de um indivíduo.
Essas variações geralmente ocorrem concomitantemente. Observa-se também que
o ambiente no qual a comunicação ocorre também exerce influência sobre esta. O mesmo
indivíduo, em distintos contextos de comunicação (família, amigos, trabalho etc)
apresentará modificações na linguagem. Essa variação pode ser relativa ao grau de
formalidade ou a situação propriamente dita, observando as regras normas e costumes.
No caso de variação quanto é necessário observar o uso da linguagem
culta/padrão ou coloquial, a saber:
Linguagem culta/padrão: caracterizada pela correção gramatical, ausência de
termos regionais ou gírias, bem como pela riqueza de vocabulário e frases bem
elaboradas. Salvo raras exceções, é a linguagem dos livros, jornais, revistas e, é
claro, a linguagem presente em provas e concursos.
Linguagem coloquial: aquela que usamos no dia-a-dia, nas conversas com amigos, no
bate-papo e no bilhete para a empregada ou para o filho que irá chegar, com as
instruções para o jantar. Descontraída, dispensa formalidades e aceita gírias, diminutivos
afetivos e termos.
Lembre-se que formal ou informal relaciona-se mais proximamente ao
contexto no qual a linguagem é utilizada, remetendo à situações que requerem
formalidade ou informalidade. Na seção seguinte abordamos a comunicação
propriamente dita.
1.2 Funções da Linguagem
Função emotiva ou expressiva: centralizada no emissor, revela sua opinião e/ou
emoção. Nela prevalece a 1a pessoa do singular, interjeições e exclamações
(biografias, memórias, poesias líricas e cartas de amor).
Função referencial ou denotativa: centralizada no referente, quando o emissor procura
oferecer informações da realidade. É objetiva, direta, denotativa, prevalecendo o uso
da 3a pessoa do singular (notícias de jornal e livros científicos).
Função apelativa ou conativa: centralizada no receptor; o emissor procura
influenciar o comportamento do receptor. É comum o uso de tu e você, ou o nome
da pessoa, além dos vocativos e imperativos (discursos, sermões e propagandas).
Função fática: centralizada no canal, tem como objetivo prolongar ou não o contato
com o receptor, ou testar a eficiência do canal (falas telefônicas, saudações e
similares).
Função poética : centralizada na mensagem, revela recursos imaginativos criados pelo
emissor. Afetiva, sugestiva, conotativa, ela é metafórica. Valorizam-se as palavras e suas
combinações (obras literárias, letras de música e em algumas propagandas etc).
Função metalinguística: centralizada no código, usando a linguagem para falar dela
mesma. A poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta
outro texto (dicionários e outros).
Podemos observar no mesmo texto diferentes funções, para defini-lo temos
que observar a função predominante no texto.
1.3 Exercícios
1. Levando em consideração todo o seu conhecimento e o que foi discutido em sala,
explique as diferenças que demarcam linguagem verbal e não-verbal, cite exemplos.
2. Leia o capítulo 1 da apostila e assista aos vídeos – VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS,
disponíveis no Moodle. Comente (de dez a 15 linhas digitadas - arial 12) sobre variações
linguísticas, em seu texto aborde: (1) a importância da linguagem para o ser humano; (2)
alguns dos tipos de variações que podem ocorrer dentro de uma mesma língua, citando
exemplos; e (3) a razão pela qual a língua varia tanto e por que isso é natural.
3. Diferencie língua e linguagem.
4. Caracterize as funções da linguagem.
2. Comunicação
Comunicar vem do latim communicare, que significa colocar em comum, partilhar,
entrar em relação com. Comunicar é, então, trocar ideias, sentimentos e experiências
entre pessoas que conhecem o significado daquilo que se diz e do que se faz.
A comunicação desempenha um vasto conjunto de funções indispensáveis à
própria natureza da existência humana. Por trás do estudo das funções da comunicação,
está implícita uma determinada concepção acerca do que é comunicar. Dessa concepção
decorrem diferentes formas de explicar o como e o porquê dos processos
comunicacionais. Entre as funções mais usuais da comunicação são apontadas todas
aquelas que visam fins pessoais ou sociais.
Comunicamos para informar e estarmos informados, para formar e influenciar
atitudes e crenças, por simples prazer, para realizar tarefas em grupo, para criar e manter
organizações, ou para inovar.
Quando transmitimos uma mensagem, oral ou escrita, é fundamental sabermos
não só o significado que atribuímos às coisas, aos nossos gestos (comunicação não-
verbal), às palavras e expressões, mas também as possíveis significações que as outras
pessoas, com quem comunicamos, possam dar-lhe. Caso contrário, poderão surgir
barreiras à comunicação.
Nesse sentido, duas características importantes na composição de um
comunicador eficiente são a clareza e a objetividade. Observe que clareza diz
respeito a apresentar uma mensagem de maneira que essa não seja entendida de
forma equivocada, já a objetividade trata da capacidade de se comunicar diretamente,
centralizando-se no objeto do discurso, sem desvios ou digressões.
2.1 Elementos da Comunicação
Comunicar é trocar mensagens. Embora a situação de comunicação possa se
Para que haja comunicação, é preciso que o destinatário
da informação a receba e a compreenda.
Eficácia na comunicação pode ser a sua maior arma. Utilize-a!
apresentar de muitas maneiras diferentes, comporta sempre alguns elementos que lhe
são característicos:
Emissor: é aquele que emite, envia, transmite a mensagem. O emissor deve ser capaz
de construir mensagens que sejam compreendidas pelo receptor.
Receptor: é o indivíduo que recebe a mensagem. Este deve estar sintonizado com o
emissor, de forma a entender a mensagem, ele será mais receptivo quanto maior for a
sua abertura ao outro.
Mensagem: é o conteúdo da comunicação (conjunto de sinais com significado: ideias,
sentimentos, conjunto de símbolos emitidos pelo emissor).
Código: é o conjunto de sinais e regras que permite transformar o pensamento em
informação que possa ser entendida, na sua globalidade, pelo receptor. O emissor utiliza
o código para construir a sua mensagem - operação de codificação - (é capaz de construir
mensagens com significado e que sejam entendidas pelo receptor), enquanto que o
receptor utiliza esse mesmo código para compreender a mensagem – o receptor
decodifica a mensagem (é capaz de interpretar a mensagem, compreendê-la, dar-lhe um
significado).
Canal: é o suporte físico por meio do qual passa a mensagem do emissor para o receptor.
O mais comum é o ar, mas existem outros - a carta, o livro, o rádio, a TV, a Internet, etc.
Contexto: é o conjunto de variáveis que rodeiam e influenciam a situação de
comunicação.
Ruído: existe outro elemento fundamental que entra no processo de comunicação,
designado ruído. Inclui tudo aquilo que perturba ou distorce o processo de comunicação.
Os ruídos que adulteram a comunicação podem surgir em qualquer altura do processo e
se tornam barreiras para uma comunicação eficaz. Em comunicação, um ruído é tanto um
barulho (fisicamente perceptível), como uma ideia ou sentimento que esteja
perturbando a eficácia do processo comunicacional.
Feedback: ou informação de retorno: é o que permite aferir a eficácia da comunicação e
de que forma a mensagem está chegando ao interlocutor. Serve para corrigir deficiências
ou equívocos e reforçar a comunicação. Favorece a sintonia. É a mensagem que é
enviada ao emissor e que lhe transmite como as suas comunicações e atitudes
foram percebidas e sentidas pelo receptor. Sua eficácia é tanto maior quanto maior
for a confiança existente entre os intervenientes. Mais adiante voltaremos a falar em
feedback.
Fundamental para o sucesso da comunicação, a EMPATIA é importante tanto
na transmissão da mensagem como na percepção do feedback que nos chega.
Essa capacidade de se colocar no lugar do outro, de forma a emitir uma
mensagem em um nível compatível a capacidade de percepção do interlocutor.
2.2 Funções da Comunicação
 Informar;
 persuadir;
 motivar;
 educar;
 socializar;
 distrair;
Busca-se, através da comunicação:
 influenciar outras pessoas;
 expressar sentimentos ou emoções;
 receber, pedir, dar ou trocar informações.
2.3 Barreiras à Comunicação
Frequentemente, o processamento da comunicação é deficiente, como se entre o
emissor e o receptor houvesse uma barreira, como se os dois estivessem se expressando
em línguas diferentes. Veja algumas barreiras à comunicação:
 utilização de linguagem não adequada;
 elementos perturbadores externos;
 divergências de valores e crenças;
 desinteresse;
 papéis sociais desempenhados;
 formação cultural divergente;
 indisponibilidade física ou psicológica (estresse, cansaço, mal-estar etc)
 palavras ambíguas;
 hostilidades;
 desmotivação.
Estudos revelam que retemos certo percentual da informação a qual somos
expostos, dependendo também dos órgãos dos sentidos que a recebem.
2.4 Efeitos do Feedback
Essencial na comunicação, o feedback (informação de retorno) pode ser usado
Muitas vezes ouvimos o que o outro não disse,
ou os outros entendem o que não dissemos.
também para elogiar, esclarecer ou corrigir, porém sua função principal é certificar que a
mensagem foi corretamente interpretada, e avaliar a própria capacidade de transmitir o
que desejávamos. Os efeitos positivos são:
 apoia e fomenta comportamentos corretos aos reconhecê-los;
 corrige comportamentos que não correspondem à intenção do emissor/grupo;
 clarifica as relações entre as pessoas e ajuda a compreender melhor o outro.
Para que seja eficaz, é necessário que o feedback seja: aplicável, neutro,
solicitado, oportuno, direto, específico e objetivo.
2.5 Exercícios
1. As placas de trânsito usam imagens para comunicar. Relacione cada placa a
mensagem que ela transmite.
sentido obrigatório
passagem de pedestre
proibido estacionar
trânsito de escolares
proibido virar à esquerda
mão dupla
2. Leia as tirinhas e responda o que se pede.
Emissor: Receptor:
Houve comunicação? Por quê?
Emissor: Receptor:
Houve comunicação? Por quê?
Emissor:
Receptor:
Mensagem:
Código:
Qual o significado de “pou”:
Qual o significado de
Mônica entendeu a mensagem no do
primeiro quadrinho?
Por quê?
3. Linguagem e Elaboração
A linguagem escrita, e mesmo a oral, exige o cumprimentos de alguma
regras. Compreender como a língua funciona amplia as possibilidades de
expressão do indivíduo. Este capítulo vera sobre: (1) coerência e coesão textual; (2)
língua portuguesa: dúvidas frequentes; (3) textos técnicos e acadêmicos.
3.1 Coerência e Coesão Textual
A coerência e a coesão textual estão tão ligadas que muitas vezes não
conseguimos diferenciá-las, mas elas cada uma trata de um aspecto do texto em
particular.
A coerência, do latim, cohaerentia que significa “estar preso junto a”, trata da
relação que se estabelece entre as partes do texto para criar uma unidade de sentido,
assegurando a não-contradição de sentidos entre as partes do texto, é ela que
proporciona a unidade do texto. Portanto, está ligada a articulação do texto, a lógica que é
desenvolvida na construção das ideias apresentadas no texto.
A coesão, por sua vez, lida com o encadeamento linear das unidades
linguísticas presentes no texto, funciona como auxiliar no estabelecimento da
coerência. Trata-se dos elementos textuais que desempenham o papel de ligar as
ideias umas às outras, formando um fluxo contínuo.
3.1.1 Coerência Textual
Observa-se dois tipos de coerência textual, sendo:
Coerência extratextual: diz respeito à adequação do texto a algo que lhe é exterior, o
conhecimento de mundo, como por exemplo a lei da gravidade, o carnaval no Brasil, o
Natal em dezembro etc.
Ex: O que mais gosto, em agosto, é ver as luzes de natal. (falta coerência
extratextual, pois é de conhecimento público que o natal é em dezembro).
Coerência intratextual: está vinculada ao conceito de verdade como pressuposição entre
os enunciados; refere-se à não contradição entre as partes do texto.
Ex.: A festa estava ótima, por isso fui embora cedo. (falta coerência intratextual, se
a festa estava boa não justifica eu ter saído cedo).
O estabelecimento de coerência em um texto depende de fatores, como: o
contexto; o gênero textual (dissertação, narração etc); o nível da linguagem (formal
ou informal); a narração, a argumentação; a linguagem figurativa, o aspecto
temporal e o espacial.
3.1.2 Coesão Textual
Utiliza-se de elementos que possibilitam a conexão entre as palavras,
expressões ou frases no texto. Dentre os mecanismos de coesão, destacamos:
Coesão por retomada ou antecipação:
 Anáfora – termo já usado é retomado à frente. Ex.: A empresa faliu. Mas ela não
estava no vermelho. / Somos todos inteligentes. Isso é óbvio.
 Catáfora – termo cujo referencial está adiante. Ex.: Meu amigo disse isto: “não sei
nada!”
 Retomada (ou substituição) por palavra lexical: utilização de sinônimos
(apelido = alcunha); de hiperônimos (flores - rosas, margaridas); de hipônimos (ipê,
pinheiro – árvores), ou ainda de contiguidade (termos que pertencem ao mesmo
campo semântico. Ex.: rio, correnteza, águas).
Coesão sequencial: encadeamento de segmentos textuais. A sequência textual pode ser
estabelecida com ou sem o uso de conectores.
Exemplos: Preciso sair. Tenho compromisso. (sem conectores)
Ela é muito competente, por isso conseguiu a vaga. (com conectores).
As conjunções desempenham pape importante na construção da coesão
textual, pois são unidades que tem por missão reunir orações num mesmo
enunciado, ou seja, uma palavra que liga orações, estabelecendo alguma relação
entre elas. Essas relações podem ser de: (i) coordenação, quando reúnem orações
que podem aparecer separadas. Ex.: Pedro fez medicina, e Maria se prepara para a
mesma profissão. / Pedro fez medicina. / Maria se prepara para mesma profissão; ou (ii)
subordinação, quando um enunciado perde a característica independente, de
oração, para exercer um nível inferior da estruturação gramatical, em outras
palavras, ligam duas orações dependentes, subordinando uma à outra. Ex.:
Soubemos que vai chover. (não é possível separar sem perder o sentido – Soubemos. /
Vai chover.).
As conjunções coordenativas apresentam cinco tipos:
 aditivas (adição): e, nem, mas também, como também, bem como, mas ainda;
 adversativas (adversidade, oposição): mas, porém, todavia, contudo, antes (= pelo
contrário), não obstante, apesar disso;
 alternativas (alternância, exclusão, escolha): ou, ou ... ou, ora ... ora, quer ... quer;
 conclusivas (conclusão): logo, portanto, pois (depois do verbo), por conseguinte,
por isso;
 explicativas (justificação): - pois (antes do verbo), porque, que, porquanto.
As conjunções subordinativas apresentam dez tipos:
 causais: porque, visto que, já que, uma vez que, como, desde que;
 comparativas: como, (tal) qual, assim como, (tanto) quanto, (mais ou menos +)
que;
 condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que (= se não), a
menos que;
 consecutivas (consequência, resultado, efeito): que (precedido de tal, tanto, tão
etc. - indicadores de intensidade), de modo que, de maneira que, de sorte que, de
maneira que, sem que;
 conformativas (conformidade, adequação): conforme, segundo, consoante, como;
 concessiva: embora, conquanto, posto que, por muito que, se bem que, ainda
que, mesmo que;
 temporais: quando, enquanto, logo que, desde que, assim que, mal (= logo que),
até que;
 finais - a fim de que, para que, que;
 proporcionais: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais (+
tanto menos);
 integrantes - que, se.
Observe, entretanto, que a função de interligar orações não é exclusiva das
conjunções, muitas vezes essa função é desempenhada por locuções conjuntivas,
advérbios ou pronomes, também chamados operadores de sequenciação, a saber:
 marcam sequência temporal: depois, meses depois, uma semana antes, um
pouco mais cedo etc.;
 marcam ordenação espacial: à esquerda, atrás, na frente, atrás etc.;
 especificam a ordem dos assuntos no texto: primeiramente, em seguida, a
seguir, finalmente, por fim;
 introduzem um dado tema ou para mudar de assunto, na conversação: a
propósito, por falar nisso, mas voltando ao assunto, fazendo um parêntese.
Outro aspecto valoroso para construção de um texto coeso é a concordância.
Na língua portuguesa, quando um adjetivo varia em gênero e número de acordo com
o substantivo/nome a que se refere, chamamos concordância nominal, já na
ocorrência de um verbo variar em número e pessoa de acordo com o seu sujeito,
chamamos concordância verbal. Ex.: As minhas duas belas primas chegaram.
Bela mulher e homem chegaram.
Mulher e homem chegaram belos.
Elas comeram muitas jacas.
Elas comeram muito.
Elas são muito gulosas.
Os alertas soaram às 12h.
Os soldados ficaram alerta.
Observe que: Ter/Haver – particípio regular (ado, ido).
Ex.: tinha pegado, havia comido
Demais verbos – particípio irregular.
Ex.: segue anexo, foi pego
3.2 Língua Portuguesa: dúvidas frequentes
Nesta seção abordaremos as dúvidas mais frequentes no uso da língua
portuguesa.
3.2.1 Regência
Não use a mesma preposição para verbos que têm regências diferentes. Observe
os exemplos a seguir:
Ela viu o desfile e gostou dele.(correto)
Ela viu e gostou do desfile. (errado)
Muitos eleitores analisaram o candidato e votaram nele. (correto)
Muitos eleitores analisaram e votaram no candidato. (errado)
Ela planejou o evento e cuidou da realização dele. (correto)
Ela planejou e cuidou da realização do evento. (errado)
Com os verbos chegar e ir usamos a preposição “a”. Ex.: Fui ao cinema. /
Chegaram a casa cedo.
3.2.2 Pontuação
Ponto: empregado basicamente para indicar o término de um frase declarativa de um
período simples ou composto. Ex.: Desejo-lhe uma feliz viagem. / A casa, quase sempre
fechada, parecia abandonada, no entanto tudo no seu interior era conservado com primor.
O ponto é também usado em quase todas as abreviaturas (fev. = fevereiro, hab. =
habitante, rod. = rodovia). Quanto é empregado para encerrar um texto escrito recebe o
nome de ponto final.
Ponto e vírgula: usado para assinalar uma pausa maior do que a da vírgula,
praticamente uma pausa intermediária entre o ponto e a vírgula. Geralmente, emprega-se
o ponto-e-vírgula para:
 separar orações coordenadas que tenham um certo sentido ou aquelas que já
apresentam separação por vírgula. Ex.: Criança, foi uma garota sapeca; moça, era
inteligente e alegre; agora, mulher madura, tornou-se uma doidivanas.
 separar vários itens de uma enumeração. Ex.:
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções, e coexistência de instituições públicas e
privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais;
(Constituição da República Federativa do Brasil)
Vírgula: representa uma breve pausa, é empregada
 para separar os elementos mencionados numa relação. Ex.: A nossa empresa está
contratando engenheiros, administradores e secretárias. / Rodrigo estava nervoso.
Andava pelos cantos, e gesticulava, e falava em voz alta, e roía as unhas.
 para isolar o vocativo. Ex.: Filha, desligue já esse telefone! / Por favor, Mariana,
venha até a minha sala.
 para isolar o aposto. Ex.: Sara, aquela mexeriqueira do oitavo andar, ficou presa no
elevador. / Renato, meu colega de sala, nasceu em Miranorte.
 para isolar as orações adjetivas explicativas. Ex.: Vidas Secas, que é um romance
contemporâneo, foi escrito por Graciliano Ramos.
 para isolar palavras e expressões explicativas (a saber, por exemplo, isto é, ou
melhor, aliás, além disso etc.). Ex.: Eles viajaram para a América do Norte, aliás,
para os Estados Unidos.
 para isolar o adjunto adverbial antecipado. Ex.: Lá no sertão, as noites são escuras
e lindas. / Ontem à noite, fomos tá um restaurante Japonês.
 para isolar elementos repetidos. Ex.: Estão todos cansados, cansados de dar dó!
 para isolar, nas datas, o nome do lugar. Ex.: Porto Nacional, 22 de abril de 2013.
 para isolar os adjuntos adverbiais. Ex.: A multidão foi, aos poucos, avançando para
a praça.
 para isolar as orações coordenadas, exceto as introduzidas pela conjunção e. Ex.:
Você pode usar o meu carro, mas tome muito cuidado ao dirigir. / Não fui trabalhar
ontem, pois estava doente.
 para indicar a elipse de um elemento da oração. Ex.: Foi uma grande confusão. Às
vezes gritava; outras, chorava. / Não se sabe ao certo. Jorge diz que ela se
suicidou, a família, que foi um acidente.
 para separar o paralelismo de provérbios. Ex.: Ladrão de tostão, ladrão de milhão.
 após a saudação em correspondência (social e comercial). Ex.: Com amor, /
Atenciosamente,
 para isolar orações intercaladas. Ex.: Não lhe posso garantir nada, respondi
secamente.
 não use vírgula antes do gerúndio que descreve o modo como algo foi feito ou
antes de gerúndio que introduz uma ação simultânea à do verbo anterior. Ex.:
Resolve os problemas profissionais mudando de emprego. / Gosto de dirigir
ouvindo música.
 use antes do gerúndio que introduz uma ação que é consequência da ação
expressa pelo verbo anterior ou dá uma ideia de continuidade. Ex.:As nuvens
se formaram aos poucos, cobrindo toda a cidade. / A ginástica reforça a
musculatura, aumentando seu diâmetro. / Não gostava de viajar, perdendo
com isso diversas oportunidades.
3.2.3 Seu ou dele? Como evitar confusão
Veja o exemplo:
José, Pedro levou o seu chapéu. (O chapéu é de José ou de Pedro?)
José, Pedro levou o chapéu dele. (Com certeza o chapéu é de Pedro.)
3.2.4 Este ou esse?
Os pronomes demonstrativos este/esta/isto e esse/essa/isso, e flexões, são
usados quando o falante quer esclarecer a a que se refere, retomar conteúdos e
localizá-los no tempo e no espaço, desta forma atuando na articulação do texto.
 Em relação ao espaço: este/esta/isto indica proximidade do falante, enquanto
esse/essa/isso indica proximidade do ouvinte. Ex.: Esta bolsa me pertence. (a
bolsa está mais próxima do emissor); Quando você comprou esse sapato que está
usando? (o casaco está mais próximo do ouvinte).
 Em relação ao tempo: usa-se este/esta/isto para referir a tempo presente, ou que
ainda não passou, ou ainda, futuro bem próximo. Esse/essa/isso é usado para
expressar tempo passado ou futuro distante. Ex.: Nesta semana será anunciado o
vencedor. (ainda não passou); Um dia desses fui visitá-lo. (passado).
 No discurso: os pronomes demonstrativos são elementos eficientes de coesão
entre o que foi ou irá ser dito. Usa-se este/esta/isto para adiantar o que se vai dizer
ou para remeter a um termo imediatamente anterior. Ex.: Você conhece estes
versos: "Amo-te tanto meu amor..." / Não sei onde é para morar, na zona rural ou
na zona urbana? Acho que esta (última = zona urbana) oferece mais opções. /
Quando falei com Ana, esta ficou muito feliz. Esse/essa/isso, por sua vez, refere-se
a uma ideia ou oração já mencionados. Ex: A Terra gira em torno do Sol. Esse
movimento é conhecido como translação. / O amor, o respeito e a gratidão devem
fazer parte da vida do homem. Aquele (o amor), por impedir o ódio, esse (o
respeito), por demonstrar educação e este (a gratidão) por promover a
solidariedade.
 Na elaboração de cartas: este/esta/isto refere-se ao local em que a pessoa que
escreve se encontra. Os pronomes demonstrativos esse/essa/isso referem-se ao
local em que se encontra o destinatário. Ex.: A administração deste município tem o
prazer de convidar todos os moradores dessa cidade para participar da Festa do
Pequi.
3.2.5 Estudo da Crase
Indicada pelo acento grave (`), trata-se de um fenômeno que ocorre mediante a
fusão da preposição a com o artigo ou pronome a (a-preposição + a-artigo/pronome =
à). Ex.: Fui à feira. / Fui àquele lugar. / As leis às quais obedecemos são justas.
 Artigo feminino – a / as;
 Pronome demostrativo – aquele / aquela / aquilo;
 Pronome relativo – a qual / as quais;
 Pronome demostrativo – a / as.
Nunca ocorre crase diante de: palavras masculinas (Assisto a filme de
comédia); de verbo (Voltaram a estudar depois de anos.); de expressões formadas
por palavras repetidas ou de mesmo campo semântico (Ficaram face a face. /
Estudo de segunda a sexta).
Sempre ocorre crase:
 na indicação de horas. Ex.: Chegamos às quatro da manhã.;
 nas locuções formadas com palavras femininas, sejam prepositivas (à
procura de, à moda de etc), conjuntivas (à medida que, à proporção que etc)
ou adverbiais (às vezes, às pressas, à noite etc). Ex.: Estavam à espera deles.
/ Comprou à vista. / Eles chegaram à noite. / Saiu à francesa. (à francesa indica
“à moda da França”).
 diante de nome de lugares observe. Ex.: Vou à Itália. - Volto da Itália / Vou a
Roma. / Volta de Roma. Caso especifique o lugar usa-se a crase. Ex.: Vou à Roma
antiga.
A crase será facultativa:
 diante de nomes de mulheres. Ex.: Fez referência à Beatriz. / Fez referência a
Beatriz.
 depois da preposição até. Ex.: Foram até a (à) biblioteca.
 diante de pronomes possessivos. Ex.: Levou o dinheiro à (a) nossa
funcionária.
3.2.6 Por que, por quê, porque ou porquê?
Por que: em frases interrogativas (direta ou indireta) indicando “por que razão/motivo” ou
quando for equivalente a pelo qual/pela qual/pelos quais/pelas quais. Ex.: Por que não
fez a tarefa? / Quero saber por que motivo não fez a tarefa. / Os caminhos por que
andei. (Os caminhos pelos quais andei.).
Por quê: na mesma situação do item anterior, desde que no final da frase. Ex.: Não veio à
aula, por quê?
Porque: usado para introduzir justificativa, pode ser substituído por “pois”. Ex.: Não fiz a
tarefa porque estava doente. ( Não fiz a tarefa, pois estava doente.).
Porquê: é substantivo, usado depois de artigos, numerais, pronomes. Pode ser
substituído pelas palavras motivo, razão, causa Ex.: Quero saber o porquê da sua
ausência.
3.2.7 Uso do hífen
A Nova Reforma Ortográfica, trouxe algumas mudanças com relação ao uso do
hífen, que mostraremos a seguir os casos em que emprega-se o hífen:
 quando o prefixo termina em vogal e a segunda palavra começa com a mesma
vogal. Ex.: micro-ondas, anti-inflamatório, auto-observação, contra-atacar.
Essa regra não se aplica para os prefixos co, pro e re. Ex.: coobriga, cooperativa,
reeditar, proótico, coadquirido.
 diante de palavras iniciadas com h. Ex.: anti-higiênico, pre-histórico, co-herdeiro,
extra-humano, super-homem.
 quando o prefixo terminar em consoante e a segunda palavra começar com a
mesma consoante. Ex.: inter-regional, sub-bibliotecário, super-resistente.
 com o prefixo sub diante de palavras iniciadas por r. Ex.:sub-regional, sub-reino.
 diante dos prefixos além, aquém, bem, ex, pós, recém, sem, vice. Ex.: mal-
intencionado, mal-educado, bem-vindo, vice-presidente.
 com os prefixos circum e pan, diante de palavras iniciadas por vogal, m, n ou h.
Ex.: pan-americano, circum-hospitalar.
 nos caos de ênclise e mesóclise. Ex.: entregá-lo, amar-te-ei, relacionando-o.
 com sufixos de origem tupi-guarani (açu, guaçu, mirim). Ex.: jacaré-açu, cajá-
mirim – amoré-guaçu.
 ainda permanece em palavras compostas desprovidas de elemento de ligação e
naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas. Ex.: azul-escuro,
bem-te-vi, couve-flor, guarda-chuva, erva-doce, pimenta-de-cheiro.
Casos em que o hífen não é empregado:
 quando o prefixo terminar em vogal e a segunda palavra começar por uma vogal
diferente. Ex.: autoavaliação, autoescola, infraestrutura, coautor, socioeconômico,
aeroespacial, antiamericano.
 em algumas palavras que perderam a noção de composição. Ex.: mandachuva,
paraquedas, paraquedista.
 em locuções substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais,
prepositivas ou conjuntivas. Ex.: fim de semana, café com leite. Porém, ainda
permanece em alguns casos. Ex.: água-de- colônia, água-de-coco, cor-de-rosa.
 quando a segunda palavra começar com r ou s, depois de prefixo terminado em
vogal, essas consoantes são duplicadas. Ex.: antessala, antissocial, girassol,
ultrassom, contrarreforma, autorretrato, minissaia, minissérie.
 quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por
consoante diferente. Ex.: anteprojeto, autopeça, contracheque, ultramoderno.
 quando o prefixo termina em consoante e a segunda palavra começa por vogal ou
outra consoante diferente. Ex.: hipermercado, hiperacidez, intermunicipal,
subemprego, superinteressante, superpopulação.
 diante do advérbio mal, quando a segunda palavra começar por consoante, não se
emprega o hífen. Ex.: malfalado, malgovernado, malpassado, maltratado,
malvestido.
3.2.8 Pronomes de tratamento
Personalidades Tratamento Abreviatura No envelope Vocativo
Presidente da República;
Presidente do Supremo Tribunal
Federal do Congresso Nacional
Excelência; Vossa
Excelência; Sua
Excelência
Só por extenso Excelentíssimo
Senhor
Senhor
Presidente
Deputados; Senadores;
Governadores; Embaixadores;
Ministros; Generais; Prefeitos
Excelência; Vossa
Excelência; Sua
Excelência
V. Ex.ª; V. Exa.;
V. Ex.as; S. Ex.ª;
S. Exa.; S. Ex.as
Exmo. Sr.
Exmos. Srs.
Senhor
(mais título)
Oficiais superiores e subalternos;
Diretores de repartições e
empresas; chefes de serviço,
pessoas de cerimônia
Senhor; Vossa
Senhoria; Sua
Senhoria;
V. S.ª; V. Sa.;
V. S.as; S. S.ª;
S. Sa.; S. S.as
Ilmo. Sr.
Ilmos. Srs.
Senhor
(mais título)
Reitor de universidade Magnificência; Vossa
Magnificência
V. Mag.ª; V.
Maga.; V.
Exmo. Sr.
Exmos. Srs.
Magnífico
Reitor
Mag.as
Juízes de Direito Meritíssimo; Vossa
Excelência; Sua
Excelência
V. Ex.ª; S. Ex.ª Exmo. Sr.
Exmos. Srs.
Meritíssimo
Juiz
Obs.: usamos Vossa quando estamos nos dirigindo diretamente à pessoa e Sua quando
o tratamento não é direto.
3.2.9 Futuro do subjuntivo:
Geralmente se faz muita confusão ao usar alguns verbos no futuro do subjuntivo.
Observe como ficam alguns desses verbos no futuro do subjuntivo.
 Se o governo mantiver... (verbo manter)
 Se ele repuser as mercadorias.. (verbo repor)
 Se ela vir vocês... / Se eles virem os preços... (verbo ver)
 Quando eu tiver... (verbo ter)
 Se eu quiser... (verbo querer)
 Se eu fizer (verbo fazer)
 Quando ele vir aqui... (verbo vier)
3.2.10 Uso de palavras
Onde: apesar da norma padrão limitar a utilização de onde a aspectos relativos a
lugar, seu uso tem se disseminado em uma infinidade de situações inadequadas.
 “A criança começa a frequentar a escola com 6 ou 7 anos. É uma idade
maravilhosa, onde o garoto ainda está descobrindo a vida e necessita de uma
orientação". Aqui a palavra onde foi empregada indevidamente, já que refere-se à
"idade maravilhosa" (não um lugar). Para corrigir, substitua a palavra onde por em
que. "A criança começa a frequentar a escola com 6 ou 7 anos. É uma idade
maravilhosa, em que o garoto ainda está descobrindo a vida e necessita de uma
orientação".
 “No Brasil, onde milhões de crianças trabalham nas lavouras, nas carvoarias e
nos canaviais, a exploração da mão-de-obra infantil já se tornou um grave
problema social”. Neste caso, a palavra onde (refere-se a um lugar) foi antecedida
de um adjunto adverbial de lugar: condição necessária, para que tal palavra seja
usada.
Mas ou mais?
 mas atua como uma conjunção coordenada adversativa, devendo ser utilizada
em situações que indicam oposição, sentido contrário. Ex.: Esforcei-me
bastante, mas não consegui tirar notas boas.
 mais se classifica como pronome indefinido ou advérbio de intensidade,
geralmente opondo-se a menos. Ex.: Ele escolheu a camiseta mais cara da loja. /
Não falo mais com você.
Mal ou mau?
 mal pode ser usado com substantivo, relativo a doença; advérbio,
caracterizando erro ou irregularidade; e como conjunção, indicando tempo.
Sempre com o sentido oposto a bem. Ex.: Ela se comportou mal (bem) durante
a palestra.
 mau exerce a função de adjetivo, opõe-se a bom. Ex.:Pedro é mau (bom) aluno.
Há ou a? Com relação ao tempo.
 há é usado em situações que indicam tempo transcorrido. Ex.: Há dias que não o
vejo! / As inscrições se encerraram há dois dias.
 a é empregado em situações que indicam tempo futuro. Ex.: Viajarei daqui a dois
dias. / Nos encontramos no restaurante daqui a pouco.
Às vezes ou as vezes?
 às vezes é uma locução adverbial de tempo, que significa de vez em quando
Ex.: Às vezes caminho pela praia.
 as vezes junção do artigo definido + substantivo, que significa os momentos.
Ex.: Todas as vezes que precisei, ele estava lá para me amparar.
Imigrar, emigrar ou migrar?
 imigrar, significa a entrada de estrangeiros no próprio país. Ex.: Após a
catástrofe, muitos haitianos imigraram para o Brasil na esperança de
reconstruir suas vidas.
 emigrar, significa sair do próprio país para um outro. Ex.: Há muitos
brasileiros emigrando para a Europa.
 migrar, significa mudar de uma região para outra dentro de um mesmo país.
Ex.: A falta de trabalho leva muitas pessoas a migrarem para as cidades
grandes.
Meio ou meia?
 meio com função de advérbio é invariável, e significa um pouco, mais ou
menos. Ex.: Elas ficaram meio assustadas ontem.
 meia tem o sentido de metade, e concordará em gênero com o substantivo. Ex:
Nos encontraremos hoje ao meio dia (gênero masculino) / Ele é a única pessoa
que conheço que se satisfaz com meia maçã (gênero feminino) – nesses dois
casos tem sentido de metade.
Pluvial ou fluvial?
 pluvial, referente à chuva, que provém dela.
 fluvial, referente ao rio, próprio do rio ou que vive no rio.
Havia ou haviam?
O verbo haver, no sentido de existir ou ocorrer, é impessoal, por isso é usado
sempre no singular (há, houve, havia, houvera, houver, houvesse etc.). A mesma regra
vale para os auxiliares do verbo haver (deve haver, pode haver, vai haver, há de haver
etc). Ex.: Há muitas formas de fazer a mesma coisa. / No seu bolso, os policiais
encontraram dois relógios de luxo, da marca Rolex. Na casa dele, havia outros 14
relógios.
O verbo haver pode admitir o sujeito, mas isso geralmente ocorre em situações
formais ou aquelas em que é empregado como auxiliar: Ex.: Eu hei de vencer. / Eles
haverão de entender isso em algum dia.
Onde ou aonde?
 aonde resulta da combinação a + onde, indicando movimento para algum lugar. É
usada com verbos que também expressem movimento. Ex.: Aonde você vai com
tanta pressa?
 onde, por sua vez, indica permanência (lugar em que algo acontece ou está),
portanto,aplicável a verbos que denotam essa característica (estado ou
permanência). Ex.: Onde você mora? / A cidade onde nasci é bem pequena.
Afim e a fim
 afim indica semelhança, portanto traz a ideia de afinidade. Ex.: Na faculdade de
engenharia estudamos matemática e disciplinas afins.
 a fim, por sua vez, indica finalidade. Ex.: Estudo a fim de obter boas notas. / Ela
está a fim de você.
Sessão, cessão ou seção?
 sessão: refere-se a espaço de tempo de uma reunião deliberativa, um
espetáculo de cinema, teatro etc. Ex.: A sessão demorou muito a começar, mas o
filme valeu a pena. / A sessão terá como objetivo aprovar ou não a nova lei do
estudante.
 cessão: tem um único significado: ceder, transferir algo, dar posse de algo a
outrem. Ex.: A cessão de suas terras foi aceita. / Autorizei a cessão dos materiais
à instituição que os solicitou.
 seção: significa o mesmo que secção, ou seja, ato ou efeito de repartir, divisão de
repartições públicas, parte de um todo, departamento. Ex.: Cada seção deste
projeto deve ser analisada cuidadosamente. / Para nos enviar uma mensagem
clique na seção contato.
3.4 Exercícios
1. Até ____ poucos dias, os preços desse produto estavam sujeitos ____ grandes
oscilações no mercado.
( ) à, a ( ) a, à ( ) há, a ( ) à, à
2. A frase em que o uso da crase está incorreto é:
(a) O professor dirigiu-se à sala.
(b) Fez uma promessa à Nossa Senhora.
(c) À noite não gosto de ler.
(d) Referiu-se àquilo que viu.
3. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas.
Quando, ____ dois dias, disse____ ela que ia ____ Europa para concluir meus estudos,
pôs-se ____ chorar.
( ) a - a - a – a ( ) há - à - à – a ( ) há - a - à – a
4. Preencha corretamente as lacunas, seguindo a ordem fraseológica.
____ três semanas, cheguei ____ Lisboa; daqui ____ três dias farei uma excursão ____
França; depois farei uma visita ____ ruínas da Itália; de lá regressarei ____ São Paulo.
( ) Há, à, há, a, as, à ( ) A, a, a, a, às, a
( ) Há, a, a, à, às, a ( ) Há, a, há, à, às, a
5. Decida quando a crase será ou não usada.
a. ______ noite, todos os operários voltaram ______ fábrica e só deixaram o serviço
______ uma hora da manhã.
b. No território nacional, ______ estatísticas o demonstram: ______ cada trinta minutos
uma pessoa sucumbe ______ tuberculose.
6.Complete com a forma correta (porque, porquê, por que, por quê).
a. Quero saber ______________ estou assim.
b. Foi reprovado e não sabe ______________.
c. ______________ você está tão aborrecida?
d. Não vais à aula ______________?
e. Reagi à ofensa ______________ não sou covarde.
f. Ignora-se o ______________ da sua renúncia.
g. São ásperos os caminhos ______________ passei.
h. Não saí de casa, ______________ estava doente.
i. Não foi ao baile, ______________ não tinha roupa.
j. Quero saber ______________ não me disse a verdade.
k. Quero saber ______________ foste reprovado.
l. ______________ os países vivem em guerra?
m. Quero saber o ______________ de sua decisão.
n. ______________ sinais o reconheceram?
o. Não sei ______________ motivo ele deixou o emprego.
p. Ele não viajou ______________?
q. Ester é a mulher ______________ vivo.
r. Eis ______________ o trânsito está congestionado.
7. Com relação ao uso do hífen, marque a opção correta.
a. Alexandre sabe saltar de ____.
( ) paraquedas ( ) para quedas ( ) para-quedas
b. O seu ____ é muito estressante.
( ) dia a dia ( ) dia a dia
c. Seja ____!
( ) bem-vindo ( ) bemvindo ( ) bem vindo
d. Encontrei um lindo ____ na florista.
( ) copo - de- leite ( ) copo de leite
e. Fez um esforço ____ para vencer o campeonato.
( ) sobrehumano ( ) sobre-humano ( ) sobre humano
f. Ela é muito ____.
( ) mal educada ( ) maleducada ( ) mal-educada
g. Ele é seu ____.
( ) super-herói ( ) super-herói ( ) superherói
h. A aeromoça estava esperando na ____.
( ) ante-sala ( ) antessala ( ) ante sala
8. Leia os textos a seguir e responda às questões:
Texto 1 - A Lua
A Lua (do latim Luna) é o único satélite natural da Terra, situando-se a uma
distância de cerca de 384.405 km do nosso planeta. Seu perigeu máximo é de 356.577
km, e seu apogeu máximo é de 406.655 km.
Segundo a última contagem, mais de 150 luas povoam o sistema solar: Netuno é
cercado por 13 delas; Urano por 27; Saturno tem 60; Júpiter é o que tem mais até então e
possui 63. A Lua terrestre não é a maior de todo o Sistema Solar - Ganimedes, uma das
luas de Júpiter, é a maior [1] - mas nossa Lua continua sendo a maior proporcionalmente
em relação ao seu planeta. Com mais de 1/4 do tamanho da Terra e 1/6 de sua
gravidade, é o único corpo celeste visitado por seres humanos e onde a NASA (sigla em
inglês de National Aeronautics and Space Administration) pretende implantar bases
permanentes. (Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/Lua)
Texto 2 - A lua
Tu és a lua, linda, branca iluminada,
E como ela é minha namorada, que vejo, admiro
E me ilumina toda noite;
Tu és a Lua, minha Lua brilhante
Minha inspiração, meu sonho,
Que me invade e me fascina a cada instante.
a. Identifique o(s) tema(s) abordado(s) nos textos 1 e 2.
b. Quanto à linguagem utilizada pelos autores dos dois textos, identifique se é conotativa
ou denotativa. Justifique sua resposta.
9. "Como a natureza, é capaz de preservar os ganhos e erradicar os erros para continuar
a existir."; a forma EQUIVOCADA de reescrever-se esse mesmo segmento é:
(a) É capaz, como a natureza, de preservar os ganhos e erradicar os erros para continuar
a existir;
(b) Como a natureza, para continuar a existir, é capaz de preservar os ganhos e erradicar
os erros;
(c) Para continuar a existir, é capaz de preservar os ganhos e erradicar os erros, como a
natureza;
(d) É capaz de preservar os ganhos, como a natureza, e erradicar os erros para continuar
a existir;
(e) É capaz de preservar os ganhos e erradicar os erros, como a natureza, para continuar
a existir.
10. “A diminuição dos processos normais de metabolismo e crescimento economiza
energia...” equivale a “a energia é economizada ao se reduzirem os processos normais de
metabolismo e crescimento”; o item abaixo em que as duas frases NÃO se equivalem é:
(a) O governo criou a cesta básica para ajudar os pobres.
O governo pretende ajudar os pobres, criando a cesta básica.
(b) Os alunos estão mais contentes hoje do que ontem.
Os alunos estavam menos contentes ontem do que estão hoje.
(c) Melões estão na promoção: compre dois a R$l,00 cada e leve outro de graça.
Melões estão na promoção, três por R$2,00.
(d) O aluguel é de R$10,00 por volta na pista, a qualquer hora.
Não há momento em que a taxa por volta na pista seja diferente de R$l0,00.
(e) O quadrado é azul com manchas vermelhas dentro.
O objeto azul é um quadrado com manchas vermelhas dentro.
11. O sentido de "...o autor de um bom manual de aritmética para o ensino médio não é
necessariamente um intelectual, mas, se ele escrever esse livro adotando critérios
pedagógicos inovadores e eficazes, pode ser" fica profundamente alterado com a
substituição de "se ele escrever esse livro" por:
(a) caso ele escreva esse livro;
(b) conquanto ele escreva esse livro;
(c) desde que ele escreva esse livro;
(d) uma vez que ele escreva esse livro;
(e) escrevendo ele esse livro.
12. O sentido de “associará a felicidade ao exercício das virtudes, que, embora árduo,
compele os homens a se defrontar com a realidade” sofre profunda alteração se o
enunciado for reescrito do seguinte modo:
(a) associará a felicidade ao exercício das virtudes, que, conquanto árduo, compele os
homens a se defrontar com a realidade;
(b) associará a felicidade ao exercício das virtudes, que, sendo árduo, compele todavia os
homens a se defrontar com a realidade;
(c) associará a felicidade ao exercício das virtudes, que é árduo, sim, contudo compele os
homens a se defrontar com a realidade;
(d) associará a felicidade ao exercício das virtudes, que, árduo, compele por isso mesmo
os homens a se defrontar com a realidade;
(e) associará a felicidade ao exercício das virtudes, o qual, árduo que seja, compele ainda
assim os homens a se defrontar com a realidade.
13.Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto abaixo.
O fenômeno da globalização econômica ocasionou uma série ampla e complexa de
mudanças sociais no nível interno e externo da sociedade, afetando, em especial, o poder
regulador do Estado. _________________ a estonteante rapidez e abrangência
_________ tais mudanças ocorrem, é preciso considerar que em qualquer sociedade, em
todos os tempos, a mudança existiu como algo inerente ao sistema social.
(Adaptado de texto da Revista do TCU, nº82)
(a) Não obstante – com que
(b) Portanto – de que
(c) De maneira que – a que
(d) Porquanto – ao que
(e) Quando – de que
14. Leia o texto a seguir e assinale a opção que dá sequência com coerência e coesão.
Em nossos dias, a ética ressurge e se revigora em muitas áreas da sociedade industrial e
pós-industrial. Ela procura novos caminhos para os cidadãos e as organizações,
encarando construtivamente as inúmeras modificações que são verificadas no quadro
referencial de valores. A dignidade do indivíduo passa a aferir-se pela relação deste com
seus semelhantes, muito em especial com as organizações de que participa e com a
própria sociedade em que está inserido.
(José de Ávila Aguiar Coimbra – Fronteiras da Ética, São Paulo, Editora SENAC, 2002)
(a) A sociedade moderna, no entanto, proclamou sua independência em relação a esse
pensamento religioso predominante.
(b) Mesmo hoje, nem sempre são muito claros os limites entre essa moral e a ética, pois
vários pensadores partem de conceitos diferentes
(c) Não é de estranhar, pois, que tanto a administração pública quanto a iniciativa privada
estejam ocupando-se de problemas éticos e suas respectivas soluções.
(d) A ciência também produz a ignorância na medida em que as especializações
caminham para fora dos grandes contextos reais, das realidades e suas respectivas
soluções.
(e) Paradoxalmente, cada avanço dos conhecimentos científicos, unidirecionais produz
mais desorientação e perplexidade na esfera das ações a implementar, para as quais se
pressupõe acerto e segurança.
15. Reescreva o texto a seguir para que fique coerente e coeso.
Na hierarquia dos problemas nacionais, nenhum eleva de importância e gravidade que
nem a educação. Nem os econômico pode disputar a primazia nos planos de
reconstrução nacional. Pois, se a evolução dos país depende de suas condições
econômicas, é impossível desenvolver a econômicas ou a produção sem o preparo
intensivo das forças culturais.
16. Os trechos abaixo compõem um texto, mas estão desordenados. Ordene-os para que
componham um texto coeso e coerente e indique a opção correta.
( ) O primeiro desses presidentes foi Getúlio Vargas, que soube promover, com êxito,
o modelo de substituição de importações e abriu o caminho da industrialização brasileira,
colocando, em definitivo, um ponto final na vocação exclusivamente agrária herdada dos
idos da colônia.
( ) O ciclo econômico subsequente que nos surpreendeu, sem dúvida, foi a
modernização conservadora levada à prática pelos militares, de forte coloração
nacionalista e alicerçado nas grandes empresas estatais.
( ) Hoje, depois de todo esse percurso, o Brasil é uma economia que mantém a
enorme vitalidade do passado, porém, há mais de duas décadas, procura, sem encontrar,
o fio para sair do labirinto da estagnação e retomar novamente o caminho do
desenvolvimento e da correção dos desequilíbrios sociais, que se agravam a cada dia.
( ) Com JK, o país afirmou a sua confiança na capacidade de realizar e pôde
negociar em igualdade com os grandes investidores internacionais, mostrando, na prática,
que oferecia rentabilidade e segurança ao capital.
( ) Em mais de um século, dois presidentes e um ciclo recente da economia atraíram
as atenções pelo êxito nos programas de desenvolvimento.
( ) Juscelino Kubitschek veio logo depois com seu programa de 50 anos em 5,
tornando a indústria automobilística uma realidade, construindo moderna infra-estrutura e
promovendo a arrancada de setores estratégicos, como a siderurgia, o petróleo e a
energia elétrica.
(Emerson Kapaz, “Dedos cruzados” in: Revista Política Democrática nº 6, p. 39)
17. Os fragmentos abaixo, adaptados de VEJA, 13/2/2002, constituem um texto, mas
estão ordenados aleatoriamente.
I. Para chefes, o caso é ainda mais complexo. Os que acham que seus subordinados
nunca entendem o que eles falam precisam ficar atentos à própria conduta. Talvez o
problema seja tanto de habilidade quanto de falta de comunicação.
II. E você? Está pronto para coordenar uma equipe ou para relatar a um grupo as
propostas de seu departamento? Se a resposta é não, cuide-se. Corra atrás de cursos de
liderança, compre livros que lhe ensinem a expressar suas ideias claramente.
III. O caixa da agência bancária é o mais indicado para liderar a equipe que vai propor
alteração no desenho da área de atendimento ao público, onde ficam as filas. O faxineiro
deve tomar a frente do pessoal que decidirá o local mais adequado para estocar material
de limpeza.
IV. Competência técnica é só um ingrediente necessário à liderança. Um bom
coordenador tem de conseguir explicar como a tarefa sob seu controle vai contribuir para
os resultados da companhia, ou da instituição.
Considerando que a organização de um texto implica a ordenação lógica e coerente de
seus fragmentos, julgue os itens a seguir quanto à possibilidade de constituírem
sequências lógicas e coerentes para os fragmentos acima. Duas respostas são possíveis.
( ). I, II, IV, III.
( ) I, III, II, IV.
( ) II, III, IV, I.
( ) III, I, II, IV.
( ) IV, III, I, II.
18. Complete os trechos a seguir com informações coerente que correspondem à ideia
expressa pelo conectivo.
a. Muitas escolas brasileiras não apresenta, sequer, condições mínimas de
funcionamento, portanto
b. Quase todos reconhecem que a leitura é muito importante para nosso desenvolvimento
intelectual, entretanto
c. É noticiado, praticamente todo dia, estarem abertas vagas no mercado de trabalho,
logo
d. Devemos nos portar como cidadãos conscientes de nosso papel na sociedade, por isso
19. Complete as lacunas escolhendo uma das expressões entre parêntesis.
a. Direi a ele só daqui __________ alguns dias (a, há)
b. Ninguém poderá sair do recinto, __ foi a frase que todos ouvimos do chefe. (esta, essa)
c. Nós vamos ao cemitério __________ nosso avô foi enterrado. (onde, aonde)
d. Por que você está tão __________-humorado. (mal, mau)
e. __________ meu amigo, aqui, não é traidor! (este, esse)
f. __________ nadaremos nessa praia. (onde, aonde)
g. Eu não amo __________ você. (mais, mas)
h. __________ me sinto tão sozinho. (as vezes, às vezes)
i. Em véspera de prova fico __________ ansiosa.
j. __________ sempre muitas perguntas e nenhuma resposta. (haviam, havia)
4. Textos Técnicos e Acadêmicos
As demandas sociais atuais requerem cidadãos capazes de exercer plenamente a
sua cidadania. O que implica em saber analisar criticamente as realidades sociais e
organizar a ação para intervir nessa realidade, saber agir utilizando a informação.
No mundo da informação isso significa saber lidar com a informação (de diversas
naturezas - matemática, científica, filosófica, artística, religiosa etc) que vem de inúmeras
fontes (mídia impressa, radio e televisão, meio acadêmico, internet etc).
Em uma sociedade letrada, obter informações, analisá-las criticamente, saber
divulgá-las e agir utilizando essas informações passa pelo domínio da linguagem. Assim
como a leitura, a produção de textos escritos é uma prática de linguagem e, como tal,
uma prática social.
O que implica que em várias circunstâncias da vida escrevemos textos, ou nos
expressamos oralmente, para diferentes interlocutores, com distintas finalidades, nos
mais diversos gêneros, para circularem em espaços sociais distintos.
Apresentar-se-á nesta seção alguns gêneros textuais escritos (memorando,
ofício, relatório) e o seminário, que mistura expressão escrita e apresentação oral.
4.1 Memorando e Ofício
Memorando: é uma espécie de correspondência empresarial/institucional de caráter
breve, utilizado para informações de rotina. Embora quase que exclusivamente de
uso interno, também pode ser usado na modalidade externo (menos usual). Trata-se
de uma correspondência formal, porém sem exigir o uso de terminologia
cerimoniosa (atenciosamente, respeitosamente, prezado senhor).
É um modo de comunicar políticas, decisões e instruções internas. Observe que
usualmente (1) trata-se um só assunto em cada memorando; (2) a empresa ou repartição
poderá ter um impresso próprio para memorando, com diagramação adequada, logotipo
Ofício: é uma correspondência oficial emitida por uma autoridade, ou órgão público, a
outra autoridade, órgão público ou particular. Dentre suas funções destaca-se (1) prestar
ou solicitar esclarecimentos/informações; (2) comunicar decisões; (3) justificar ações ou
decisões; (4) registrar ou informar ocorrências de fatos na instituição; (5) solicitar obras e
orçamentos; e (6) convidar para solenidades públicas.
Este tipo de correspondência pode transitar interna ou externamente. Deve
ser feita em duas vias, uma será enviada e a outra arquivada. O texto deve ser claro
e objetivo, para garantir a qualidade da comunicação, não conter rasuras ou erros
gramaticais e ortográficos. Observe que ao final do texto, geralmente usamos a
expressão atenciosamente, esta expressão deve ser substituída por respeitosamente,
caso se destine a um superior hierárquico. Caso tenha vários parágrafos, estes podem
vir numerados, lembre-se de não numerar nem o primeiro nem o último parágrafos.
4.1.1 Modelo de memorando e ofício
MEMORANDO
MEMORANDO SA-EGH nº 019/2013 Niterói, 04 de abril de 2013.
Ao: Diretor do Instituto de Letras
Assunto: Utilização de Auditório do ICHF
Em atendimento ao pedido de informações feito por V.Sª, informamos que há um
prazo de 30 dias de antecedência para a solicitação de uso do Auditório do ICHF.
Quanto à avaliação da solicitação, será feita pelo Diretor que utiliza critérios
indicados pelo Colegiado do Instituto.
Atenciosamente,
Elisa Viana Carvalho
Secretária - SIAPE 000111
Encaminhado pela GRDP n.º 019/2013, de 04/04/2013.
OFÍCIO
OFÍCIO GHT nº 019/2013
Assunto: visita técnica. Niterói, 04 de abril de 2013.
Senhor Diretor
Vimos por meio deste ofício agradecer à V.Sa. pela atenção dispensada pela
equipe do CLAHA aos representantes deste Departamento, quando da visita técnica no
dia 02 de fevereiro próximo passado, durante a qual foram recebidos pela Coordenadora
de Serviços Cooperativos.
Esperamos nesta nova Chefia do Departamento de História da UFF, intensificar as
relações de cooperação mútua com a CLAHA.
Aproveitamos para parabenizá-lo pela posse, no próximo dia 14 de março, no
cargo de Diretor do Centro Latino Americano de História Antiga - CLAHA, e desejamos
pleno êxito de seus objetivos.
Atenciosamente,
Henrique Augusto Borges de Sá
Chefe do Departamento de História
Ao
Ilmo Sr. José Pedro de Sousa Martins
Diretor do Centro Latino Americano em História Antiga
Rua Cairaricupi, 268
São Paulo/SP
CEP: 060021-603
4.2 Seminário
Trata-se de um gênero textual oral que demanda do(s) expositor(es) o uso, com
eficácia, da linguagem oral, assim como dos recursos materiais. Por isso, é fundamental
que o trabalho seja planejado e organizado.
Visa transmitir com eficácia as informações pesquisadas; utilizar a lógica e a
organicidade para construir o texto formal; utilizar a lógica e a capacidade de síntese para
elaborar um esquema orientador da fala; e utilizar bem os recursos tecnológicos
disponíveis (filmadora, TV, DVD, projetor de multimídia, banner, handout etc).
Caso seja preparado em grupo, todos os envolvidos devem ter domínio dos
conteúdos a serem apresentados. Para tanto é necessário que todos participem de todas
as etapas que envolvem a preparação do Seminário.
As etapas de preparação de uma seminário envolvem:
 Fazer o levantamento da literatura sobre o tema (biblioteca, internet e outras
fontes);
 Ler o material e discutir em conjunto as questões mais importantes;
 Elaborar o trabalho escrito em grupo (não dividir em partes);
 Selecionar o que é mais relevante para ser apresentado e designar a função de
cada um, caso em grupo (observar o tempo disponível);
 Determinar os recursos a serem utilizados;
 Designar as tarefas de cada um para a preparação do seminário.
 Organizar a sala de forma a facilitar o trabalho do grupo que fará o seminário;
 Garantir que o público possa ver e ouvir o(s) apresentador(es) sem problemas;
 Círculo ou semicírculo pode ser usado quando a apresentação prever debate;
 Postura individual e em grupo – todos devem estar atentos ao que está sendo
apresentado por um dos membros do grupo;
 Definir roupas, penteado e acessórios a serem usados na apresentação;
 Saber posicionar-se frente ao público.
No momento da apresentação observar:
 Direção do olhar e tom de voz;
 Falar para todos os ouvintes;
 Não ficar de costas para os ouvintes;
 Não andar na frente dos recursos que estiverem sendo utilizados;
 Não utilizar termos como “tipo assim...” ou “né...”;
 Abrir o seminário apresentando o grupo e o tema;
 Apresentar os objetivos do tema trabalhado;
 Após, introduzir o tema e delimitar o assunto dentro do tema. Ex.: O assunto de
minha exposição será.... / Abordarei nesta exposição alguns aspectos sobre...;
 Desenvolver o tema (apresentar em uma sequência lógica);
 Finalizar a apresentação (concluir o tema);
 Abrir ao público para perguntas com o objetivo de desencadear uma
discussão/reflexão entre os participantes;
 Sempre mencionar o(s) autor(es) e as fontes citada(s).
O projetor de multimídia é uma excelente opção para organizar a fala. No caso de
optar por esse recurso, na preparação de seus slides atente-se para os seguintes :
 Planeje seus slides;
 Troque textos por imagens;
 Fale mais e escreva menos;
 Fontes legíveis são essenciais ;
 Abuse da simplicidade;
 Ler o conteúdo dos slides? Jamais!;
 Postura é essencial;
 Fale com clareza.
4.3 Relatório
Um relatório é uma exposição escrita de um conjunto de informações utilizado
para reportar resultados parciais ou totais de uma determinada atividade, experimento,
pesquisa, projeto, ação, ou outro evento. É composto de elementos pré-textuais (capa,
folha de rosto, resumo, sumário); textuais (introdução, revisão teórica, procedimentos
metodológicos, resultados, discussão dos resultados, sugestões e recomendações,
conclusão, referências); o pós-textuais (apêndice e anexos).
A seguir são listadas as regras gerais de apresentação/formatação de um relatório:
 papel A4;
 margens esquerda e superior de 3 cm e margens direita e inferior de 2 cm;
 espaçamento entre linhas de 1,5;
 fonte tamanho 12 (citações de mais de 3 linhas, notas de rodapé, paginação e
legendas devem ser digitadas em tamanho menor e uniforme – 10 ou 11);
 os títulos das seções primárias devem iniciar em folhas distintas;
 a contagem de páginas se inicia a partir da folha de rosto (a capa não entra na
contagem), porém o número só aparece a partir da introdução.
Vejamos agora cada parte do relatório e suas características:
Capa
Folha de rosto
Resumo: apresentação concisa dos pontos relevantes, não deve ultrapassar 500
palavras. Identifique também 3 a 4 palavras-chave, que representam o conteúdo do
texto.
Sumário
Introdução: é a parte inicial do texto, que contem informações objetivas para situar
o tema do trabalho, tais como delimitação do assunto, objetivos da pesquisa. Não
deve parafrasear o resumo, nem dar detalhes sobre a teoria, os métodos e os
resultados, ou antecipar a conclusão e recomendações.
Revisão teórica/bibliográfica: de acordo com o tipo de trabalho você realizará a
revisão teórica ou a bibliográfica. A primeira explicita o estado da arte, situa as
teorias acerca do tema na atualidade, já a segunda .apresenta estudos e pesquisas
sobre o mesmo tema.
Procedimentos metodológicos: indica os processos adotados no estudo/pesquisa,
bem como narra a experiência, aqui destaca-se os materiais e a aparelhagem
utilizados. Deve-se apresentar esses dados no relato de forma lógica e cronológica.
Resultados: aqui faz-se a apuração dos resultados imediatos, é recomendável
estabelecer uma relação entre os resultados e a teoria estudada.
Discussão dos resultados: trata da exposição e interpretação dos resultados, é uma
parte argumentativa do relatório, portanto exigirá visão analítica.
Sugestões e recomendações: esta parte deve ser incluída apenas quando há
necessidade de estabelecer algumas recomendações, em muitos casos este item é
integrado à conclusão.
Conclusão: aqui retoma-se o referencial teórico, os objetivos, a prática e as
discussões, no intuito de fazer um “balanço geral”.
Referências
Apêndice: textos ou documentos elaborados pelo autor do trabalho, identificados
por letras e títulos (Apêndice A – título).
Anexos: textos ou documentos não elaborados pelo autor do trabalho, também
identificados por letras e títulos (Anexo A - título)
4.4 Exercícios
1. Elabore um memorando interno, comunicando a alteração de horários no setor de
vendas na época do Natal. Exponha o motivo da alteração, bem como os novos horários.
2. Elabore um ofício com o seguinte teor: O Excelentíssimo Prefeito de Porto
Nacional solicita, em ofício, ao Excelentíssimo Governador, a reforma do Hospital
Público.
3. No primeiro período vocês desenvolveram um projeto de pesquisa. Agora reúna o
grupo de desenvolveu esse trabalho, e junto com seus colegas prepare um
seminário para apresentar este projeto a todo o grupo.
Referências
BECHARA, E. Moderna Gramática Portuguesa: 37ª edição revista, ampliada e atualizada
pelo novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
CUNHA, C. Uma política do Idioma. Rio de Janeiro: São José, 1968.
FÁVERO, L.L.; ANDRADE, M.L.C.V.; AQUINO, Z.G.O. Oralidade e escrita: perspectivas
para o ensino de língua materna. 8ª ed. São Paulo: Cortez, 2012.
MENO, C.M. Comunicação e Linguagem Técnica. Cuiabá: Editora UFMT, 2009.

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  • 2. Sumário 1. Língua, Cultura e Variação Linguística............................................................................................2 2. Comunicação....................................................................................................................................6 3. Linguagem e Elaboração................................................................................................................10 4. Textos Técnicos e Acadêmicos.......................................................................................................29 Referências.........................................................................................................................................36 1. Língua, Cultura e Variação Linguística “Nenhuma língua permanece a mesma em todo o seu domínio e, ainda num só local, apresenta um sem- número de diferenciações.[...] Mas essas variedades de ordem geográfica, de ordem social e até individual [...] não prejudicam a unidade superior da língua, nem a consciência que têm os que a falam diversamente de se servirem de um mesmo instrumento de comunicação, de manifestação e de emoção.” Celso Cunha (1968, p.14) Língua e linguagem são conceitos distintos. Quando nos referimos à língua, fazemos alusão a um sistema de signos vocais, que podem ser transcritos graficamente, específicos de um povo, uma nação, uma cultura, sendo seu instrumento para comunicação. A linguagem, por sua vez, nos remete a qualquer sistema de signos simbólicos (gestos, cores, palavras, imagens etc) empregados na intercomunicação social para expressar e comunicar ideias e sentimentos, trata-se de uma atividade social e exclusiva do homem, que se realiza individualmente, mas sempre de acordo com tradições de comunidades históricas. Assim temos dois tipos de linguagem: (a) a linguagem verbal, que se realiza através da língua propriamente dita (fala e da escrita), e que geralmente acontece de forma voluntária; e (b) a linguagem não-verbal, presente em outros sistemas de representação, como a pintura, o desenho, os gestos, os sons, a expressão corporal, a dança, entre outros, muitas vezes é involuntária, pois mostra as reações do indivíduo a um ato comunicativo. Alguns aspectos devem ser observados na comunicação verbal, são eles: o grau
  • 3. de domínio do assunto; o vocabulário; a pontuação; a articulação de ideias, a fluência e o ritmo. Na comunicação não-verbal deve-se atentar para: a mobilidade da cabeça e do rosto, o olhar, os gestos, a respiração, a inibição, a postura, o andar e a apresentação pessoal (roupas, cores, cabelo e acessórios). Compreende-se então que a linguagem acontece no âmbito individual-social, já que mesmo partindo do indivíduo, é utilizada com o intuito de interagir socialmente com outros. Nesse sentido, a língua é a ferramenta que possibilita essa interação, quando verbal, circulando socialmente. Essa condição de circulação faz da língua um organismo vivo, em constante evolução, acompanhando a mudanças próprias do ser humano e da sociedade. Vejamos a seguir os tipos de variações linguísticas. 1.1 Variações Linguísticas Por ser fruto de um convívio social e própria do ser humano, a língua está sujeita a variações, que chamados de variedades linguísticas, definidas como o modo pelo qual a língua se diferencia sistemática e coerentemente, de acordo com as condições históricas, geográficas e sócio-culturais no qual os falantes dessa língua se manifestam. Essas mudanças podem acontecer no nível fonético, morfológico, fonológico, sintático, léxico e semântico. Variações históricas: acontecem ao longo do tempo, e podem ser percebidas através da comparação dos dizeres de duas épocas diferentes. O processo de mudança é gradual, e pode ser de grafia ou de significado. Ex.: Vosmicê – você. Variações geográficas: dizem respeito à distância geográfica que separa os falantes, ou seja regionalismos. Podem diferenças de pronúncia, vocabulário e estrutura sintática, essas mudanças geralmente são graduais, não representando em exato a fronteira geográfica. Assim, por exemplo, a mistura de cimento, água e areia, se chama betão em Portugal; no Brasil, se chama concreto; ou, no Brasil as palavras aipim, mandioca e macaxeira, que são sinônimas, mas usadas em diferentes regiões do país. Variações sócio-culturais: agrupa fatores de diversidade, como o nível socioeconômico, o grau de escolaridade, a idade e o gênero. O uso de certas variantes pode indicar qual o nível socioeconômico de um indivíduo. Essas variações geralmente ocorrem concomitantemente. Observa-se também que o ambiente no qual a comunicação ocorre também exerce influência sobre esta. O mesmo indivíduo, em distintos contextos de comunicação (família, amigos, trabalho etc) apresentará modificações na linguagem. Essa variação pode ser relativa ao grau de
  • 4. formalidade ou a situação propriamente dita, observando as regras normas e costumes. No caso de variação quanto é necessário observar o uso da linguagem culta/padrão ou coloquial, a saber: Linguagem culta/padrão: caracterizada pela correção gramatical, ausência de termos regionais ou gírias, bem como pela riqueza de vocabulário e frases bem elaboradas. Salvo raras exceções, é a linguagem dos livros, jornais, revistas e, é claro, a linguagem presente em provas e concursos. Linguagem coloquial: aquela que usamos no dia-a-dia, nas conversas com amigos, no bate-papo e no bilhete para a empregada ou para o filho que irá chegar, com as instruções para o jantar. Descontraída, dispensa formalidades e aceita gírias, diminutivos afetivos e termos. Lembre-se que formal ou informal relaciona-se mais proximamente ao contexto no qual a linguagem é utilizada, remetendo à situações que requerem formalidade ou informalidade. Na seção seguinte abordamos a comunicação propriamente dita. 1.2 Funções da Linguagem Função emotiva ou expressiva: centralizada no emissor, revela sua opinião e/ou emoção. Nela prevalece a 1a pessoa do singular, interjeições e exclamações (biografias, memórias, poesias líricas e cartas de amor). Função referencial ou denotativa: centralizada no referente, quando o emissor procura oferecer informações da realidade. É objetiva, direta, denotativa, prevalecendo o uso da 3a pessoa do singular (notícias de jornal e livros científicos). Função apelativa ou conativa: centralizada no receptor; o emissor procura influenciar o comportamento do receptor. É comum o uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além dos vocativos e imperativos (discursos, sermões e propagandas). Função fática: centralizada no canal, tem como objetivo prolongar ou não o contato com o receptor, ou testar a eficiência do canal (falas telefônicas, saudações e similares). Função poética : centralizada na mensagem, revela recursos imaginativos criados pelo emissor. Afetiva, sugestiva, conotativa, ela é metafórica. Valorizam-se as palavras e suas combinações (obras literárias, letras de música e em algumas propagandas etc). Função metalinguística: centralizada no código, usando a linguagem para falar dela mesma. A poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto (dicionários e outros).
  • 5. Podemos observar no mesmo texto diferentes funções, para defini-lo temos que observar a função predominante no texto. 1.3 Exercícios 1. Levando em consideração todo o seu conhecimento e o que foi discutido em sala, explique as diferenças que demarcam linguagem verbal e não-verbal, cite exemplos. 2. Leia o capítulo 1 da apostila e assista aos vídeos – VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS, disponíveis no Moodle. Comente (de dez a 15 linhas digitadas - arial 12) sobre variações linguísticas, em seu texto aborde: (1) a importância da linguagem para o ser humano; (2) alguns dos tipos de variações que podem ocorrer dentro de uma mesma língua, citando exemplos; e (3) a razão pela qual a língua varia tanto e por que isso é natural. 3. Diferencie língua e linguagem. 4. Caracterize as funções da linguagem.
  • 6. 2. Comunicação Comunicar vem do latim communicare, que significa colocar em comum, partilhar, entrar em relação com. Comunicar é, então, trocar ideias, sentimentos e experiências entre pessoas que conhecem o significado daquilo que se diz e do que se faz. A comunicação desempenha um vasto conjunto de funções indispensáveis à própria natureza da existência humana. Por trás do estudo das funções da comunicação, está implícita uma determinada concepção acerca do que é comunicar. Dessa concepção decorrem diferentes formas de explicar o como e o porquê dos processos comunicacionais. Entre as funções mais usuais da comunicação são apontadas todas aquelas que visam fins pessoais ou sociais. Comunicamos para informar e estarmos informados, para formar e influenciar atitudes e crenças, por simples prazer, para realizar tarefas em grupo, para criar e manter organizações, ou para inovar. Quando transmitimos uma mensagem, oral ou escrita, é fundamental sabermos não só o significado que atribuímos às coisas, aos nossos gestos (comunicação não- verbal), às palavras e expressões, mas também as possíveis significações que as outras pessoas, com quem comunicamos, possam dar-lhe. Caso contrário, poderão surgir barreiras à comunicação. Nesse sentido, duas características importantes na composição de um comunicador eficiente são a clareza e a objetividade. Observe que clareza diz respeito a apresentar uma mensagem de maneira que essa não seja entendida de forma equivocada, já a objetividade trata da capacidade de se comunicar diretamente, centralizando-se no objeto do discurso, sem desvios ou digressões. 2.1 Elementos da Comunicação Comunicar é trocar mensagens. Embora a situação de comunicação possa se Para que haja comunicação, é preciso que o destinatário da informação a receba e a compreenda. Eficácia na comunicação pode ser a sua maior arma. Utilize-a!
  • 7. apresentar de muitas maneiras diferentes, comporta sempre alguns elementos que lhe são característicos: Emissor: é aquele que emite, envia, transmite a mensagem. O emissor deve ser capaz de construir mensagens que sejam compreendidas pelo receptor. Receptor: é o indivíduo que recebe a mensagem. Este deve estar sintonizado com o emissor, de forma a entender a mensagem, ele será mais receptivo quanto maior for a sua abertura ao outro. Mensagem: é o conteúdo da comunicação (conjunto de sinais com significado: ideias, sentimentos, conjunto de símbolos emitidos pelo emissor). Código: é o conjunto de sinais e regras que permite transformar o pensamento em informação que possa ser entendida, na sua globalidade, pelo receptor. O emissor utiliza o código para construir a sua mensagem - operação de codificação - (é capaz de construir mensagens com significado e que sejam entendidas pelo receptor), enquanto que o receptor utiliza esse mesmo código para compreender a mensagem – o receptor decodifica a mensagem (é capaz de interpretar a mensagem, compreendê-la, dar-lhe um significado). Canal: é o suporte físico por meio do qual passa a mensagem do emissor para o receptor. O mais comum é o ar, mas existem outros - a carta, o livro, o rádio, a TV, a Internet, etc. Contexto: é o conjunto de variáveis que rodeiam e influenciam a situação de comunicação. Ruído: existe outro elemento fundamental que entra no processo de comunicação, designado ruído. Inclui tudo aquilo que perturba ou distorce o processo de comunicação. Os ruídos que adulteram a comunicação podem surgir em qualquer altura do processo e se tornam barreiras para uma comunicação eficaz. Em comunicação, um ruído é tanto um barulho (fisicamente perceptível), como uma ideia ou sentimento que esteja perturbando a eficácia do processo comunicacional. Feedback: ou informação de retorno: é o que permite aferir a eficácia da comunicação e de que forma a mensagem está chegando ao interlocutor. Serve para corrigir deficiências ou equívocos e reforçar a comunicação. Favorece a sintonia. É a mensagem que é enviada ao emissor e que lhe transmite como as suas comunicações e atitudes foram percebidas e sentidas pelo receptor. Sua eficácia é tanto maior quanto maior for a confiança existente entre os intervenientes. Mais adiante voltaremos a falar em feedback. Fundamental para o sucesso da comunicação, a EMPATIA é importante tanto na transmissão da mensagem como na percepção do feedback que nos chega. Essa capacidade de se colocar no lugar do outro, de forma a emitir uma mensagem em um nível compatível a capacidade de percepção do interlocutor.
  • 8. 2.2 Funções da Comunicação  Informar;  persuadir;  motivar;  educar;  socializar;  distrair; Busca-se, através da comunicação:  influenciar outras pessoas;  expressar sentimentos ou emoções;  receber, pedir, dar ou trocar informações. 2.3 Barreiras à Comunicação Frequentemente, o processamento da comunicação é deficiente, como se entre o emissor e o receptor houvesse uma barreira, como se os dois estivessem se expressando em línguas diferentes. Veja algumas barreiras à comunicação:  utilização de linguagem não adequada;  elementos perturbadores externos;  divergências de valores e crenças;  desinteresse;  papéis sociais desempenhados;  formação cultural divergente;  indisponibilidade física ou psicológica (estresse, cansaço, mal-estar etc)  palavras ambíguas;  hostilidades;  desmotivação. Estudos revelam que retemos certo percentual da informação a qual somos expostos, dependendo também dos órgãos dos sentidos que a recebem. 2.4 Efeitos do Feedback Essencial na comunicação, o feedback (informação de retorno) pode ser usado Muitas vezes ouvimos o que o outro não disse, ou os outros entendem o que não dissemos.
  • 9. também para elogiar, esclarecer ou corrigir, porém sua função principal é certificar que a mensagem foi corretamente interpretada, e avaliar a própria capacidade de transmitir o que desejávamos. Os efeitos positivos são:  apoia e fomenta comportamentos corretos aos reconhecê-los;  corrige comportamentos que não correspondem à intenção do emissor/grupo;  clarifica as relações entre as pessoas e ajuda a compreender melhor o outro. Para que seja eficaz, é necessário que o feedback seja: aplicável, neutro, solicitado, oportuno, direto, específico e objetivo. 2.5 Exercícios 1. As placas de trânsito usam imagens para comunicar. Relacione cada placa a mensagem que ela transmite. sentido obrigatório passagem de pedestre proibido estacionar trânsito de escolares proibido virar à esquerda mão dupla 2. Leia as tirinhas e responda o que se pede. Emissor: Receptor: Houve comunicação? Por quê?
  • 10. Emissor: Receptor: Houve comunicação? Por quê? Emissor: Receptor: Mensagem: Código: Qual o significado de “pou”: Qual o significado de Mônica entendeu a mensagem no do primeiro quadrinho? Por quê? 3. Linguagem e Elaboração A linguagem escrita, e mesmo a oral, exige o cumprimentos de alguma
  • 11. regras. Compreender como a língua funciona amplia as possibilidades de expressão do indivíduo. Este capítulo vera sobre: (1) coerência e coesão textual; (2) língua portuguesa: dúvidas frequentes; (3) textos técnicos e acadêmicos. 3.1 Coerência e Coesão Textual A coerência e a coesão textual estão tão ligadas que muitas vezes não conseguimos diferenciá-las, mas elas cada uma trata de um aspecto do texto em particular. A coerência, do latim, cohaerentia que significa “estar preso junto a”, trata da relação que se estabelece entre as partes do texto para criar uma unidade de sentido, assegurando a não-contradição de sentidos entre as partes do texto, é ela que proporciona a unidade do texto. Portanto, está ligada a articulação do texto, a lógica que é desenvolvida na construção das ideias apresentadas no texto. A coesão, por sua vez, lida com o encadeamento linear das unidades linguísticas presentes no texto, funciona como auxiliar no estabelecimento da coerência. Trata-se dos elementos textuais que desempenham o papel de ligar as ideias umas às outras, formando um fluxo contínuo. 3.1.1 Coerência Textual Observa-se dois tipos de coerência textual, sendo: Coerência extratextual: diz respeito à adequação do texto a algo que lhe é exterior, o conhecimento de mundo, como por exemplo a lei da gravidade, o carnaval no Brasil, o Natal em dezembro etc. Ex: O que mais gosto, em agosto, é ver as luzes de natal. (falta coerência extratextual, pois é de conhecimento público que o natal é em dezembro). Coerência intratextual: está vinculada ao conceito de verdade como pressuposição entre os enunciados; refere-se à não contradição entre as partes do texto. Ex.: A festa estava ótima, por isso fui embora cedo. (falta coerência intratextual, se a festa estava boa não justifica eu ter saído cedo). O estabelecimento de coerência em um texto depende de fatores, como: o contexto; o gênero textual (dissertação, narração etc); o nível da linguagem (formal ou informal); a narração, a argumentação; a linguagem figurativa, o aspecto temporal e o espacial. 3.1.2 Coesão Textual Utiliza-se de elementos que possibilitam a conexão entre as palavras, expressões ou frases no texto. Dentre os mecanismos de coesão, destacamos:
  • 12. Coesão por retomada ou antecipação:  Anáfora – termo já usado é retomado à frente. Ex.: A empresa faliu. Mas ela não estava no vermelho. / Somos todos inteligentes. Isso é óbvio.  Catáfora – termo cujo referencial está adiante. Ex.: Meu amigo disse isto: “não sei nada!”  Retomada (ou substituição) por palavra lexical: utilização de sinônimos (apelido = alcunha); de hiperônimos (flores - rosas, margaridas); de hipônimos (ipê, pinheiro – árvores), ou ainda de contiguidade (termos que pertencem ao mesmo campo semântico. Ex.: rio, correnteza, águas). Coesão sequencial: encadeamento de segmentos textuais. A sequência textual pode ser estabelecida com ou sem o uso de conectores. Exemplos: Preciso sair. Tenho compromisso. (sem conectores) Ela é muito competente, por isso conseguiu a vaga. (com conectores). As conjunções desempenham pape importante na construção da coesão textual, pois são unidades que tem por missão reunir orações num mesmo enunciado, ou seja, uma palavra que liga orações, estabelecendo alguma relação entre elas. Essas relações podem ser de: (i) coordenação, quando reúnem orações que podem aparecer separadas. Ex.: Pedro fez medicina, e Maria se prepara para a mesma profissão. / Pedro fez medicina. / Maria se prepara para mesma profissão; ou (ii) subordinação, quando um enunciado perde a característica independente, de oração, para exercer um nível inferior da estruturação gramatical, em outras palavras, ligam duas orações dependentes, subordinando uma à outra. Ex.: Soubemos que vai chover. (não é possível separar sem perder o sentido – Soubemos. / Vai chover.). As conjunções coordenativas apresentam cinco tipos:  aditivas (adição): e, nem, mas também, como também, bem como, mas ainda;  adversativas (adversidade, oposição): mas, porém, todavia, contudo, antes (= pelo contrário), não obstante, apesar disso;  alternativas (alternância, exclusão, escolha): ou, ou ... ou, ora ... ora, quer ... quer;  conclusivas (conclusão): logo, portanto, pois (depois do verbo), por conseguinte, por isso;  explicativas (justificação): - pois (antes do verbo), porque, que, porquanto. As conjunções subordinativas apresentam dez tipos:  causais: porque, visto que, já que, uma vez que, como, desde que;
  • 13.  comparativas: como, (tal) qual, assim como, (tanto) quanto, (mais ou menos +) que;  condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que (= se não), a menos que;  consecutivas (consequência, resultado, efeito): que (precedido de tal, tanto, tão etc. - indicadores de intensidade), de modo que, de maneira que, de sorte que, de maneira que, sem que;  conformativas (conformidade, adequação): conforme, segundo, consoante, como;  concessiva: embora, conquanto, posto que, por muito que, se bem que, ainda que, mesmo que;  temporais: quando, enquanto, logo que, desde que, assim que, mal (= logo que), até que;  finais - a fim de que, para que, que;  proporcionais: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais (+ tanto menos);  integrantes - que, se. Observe, entretanto, que a função de interligar orações não é exclusiva das conjunções, muitas vezes essa função é desempenhada por locuções conjuntivas, advérbios ou pronomes, também chamados operadores de sequenciação, a saber:  marcam sequência temporal: depois, meses depois, uma semana antes, um pouco mais cedo etc.;  marcam ordenação espacial: à esquerda, atrás, na frente, atrás etc.;  especificam a ordem dos assuntos no texto: primeiramente, em seguida, a seguir, finalmente, por fim;  introduzem um dado tema ou para mudar de assunto, na conversação: a propósito, por falar nisso, mas voltando ao assunto, fazendo um parêntese. Outro aspecto valoroso para construção de um texto coeso é a concordância. Na língua portuguesa, quando um adjetivo varia em gênero e número de acordo com o substantivo/nome a que se refere, chamamos concordância nominal, já na ocorrência de um verbo variar em número e pessoa de acordo com o seu sujeito, chamamos concordância verbal. Ex.: As minhas duas belas primas chegaram. Bela mulher e homem chegaram. Mulher e homem chegaram belos. Elas comeram muitas jacas.
  • 14. Elas comeram muito. Elas são muito gulosas. Os alertas soaram às 12h. Os soldados ficaram alerta. Observe que: Ter/Haver – particípio regular (ado, ido). Ex.: tinha pegado, havia comido Demais verbos – particípio irregular. Ex.: segue anexo, foi pego 3.2 Língua Portuguesa: dúvidas frequentes Nesta seção abordaremos as dúvidas mais frequentes no uso da língua portuguesa. 3.2.1 Regência Não use a mesma preposição para verbos que têm regências diferentes. Observe os exemplos a seguir: Ela viu o desfile e gostou dele.(correto) Ela viu e gostou do desfile. (errado) Muitos eleitores analisaram o candidato e votaram nele. (correto) Muitos eleitores analisaram e votaram no candidato. (errado) Ela planejou o evento e cuidou da realização dele. (correto) Ela planejou e cuidou da realização do evento. (errado) Com os verbos chegar e ir usamos a preposição “a”. Ex.: Fui ao cinema. / Chegaram a casa cedo. 3.2.2 Pontuação Ponto: empregado basicamente para indicar o término de um frase declarativa de um período simples ou composto. Ex.: Desejo-lhe uma feliz viagem. / A casa, quase sempre fechada, parecia abandonada, no entanto tudo no seu interior era conservado com primor. O ponto é também usado em quase todas as abreviaturas (fev. = fevereiro, hab. = habitante, rod. = rodovia). Quanto é empregado para encerrar um texto escrito recebe o nome de ponto final. Ponto e vírgula: usado para assinalar uma pausa maior do que a da vírgula, praticamente uma pausa intermediária entre o ponto e a vírgula. Geralmente, emprega-se o ponto-e-vírgula para:  separar orações coordenadas que tenham um certo sentido ou aquelas que já apresentam separação por vírgula. Ex.: Criança, foi uma garota sapeca; moça, era
  • 15. inteligente e alegre; agora, mulher madura, tornou-se uma doidivanas.  separar vários itens de uma enumeração. Ex.: Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de ideias e de concepções, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; IV - gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais; (Constituição da República Federativa do Brasil) Vírgula: representa uma breve pausa, é empregada  para separar os elementos mencionados numa relação. Ex.: A nossa empresa está contratando engenheiros, administradores e secretárias. / Rodrigo estava nervoso. Andava pelos cantos, e gesticulava, e falava em voz alta, e roía as unhas.  para isolar o vocativo. Ex.: Filha, desligue já esse telefone! / Por favor, Mariana, venha até a minha sala.  para isolar o aposto. Ex.: Sara, aquela mexeriqueira do oitavo andar, ficou presa no elevador. / Renato, meu colega de sala, nasceu em Miranorte.  para isolar as orações adjetivas explicativas. Ex.: Vidas Secas, que é um romance contemporâneo, foi escrito por Graciliano Ramos.  para isolar palavras e expressões explicativas (a saber, por exemplo, isto é, ou melhor, aliás, além disso etc.). Ex.: Eles viajaram para a América do Norte, aliás, para os Estados Unidos.  para isolar o adjunto adverbial antecipado. Ex.: Lá no sertão, as noites são escuras e lindas. / Ontem à noite, fomos tá um restaurante Japonês.  para isolar elementos repetidos. Ex.: Estão todos cansados, cansados de dar dó!  para isolar, nas datas, o nome do lugar. Ex.: Porto Nacional, 22 de abril de 2013.  para isolar os adjuntos adverbiais. Ex.: A multidão foi, aos poucos, avançando para a praça.  para isolar as orações coordenadas, exceto as introduzidas pela conjunção e. Ex.: Você pode usar o meu carro, mas tome muito cuidado ao dirigir. / Não fui trabalhar ontem, pois estava doente.  para indicar a elipse de um elemento da oração. Ex.: Foi uma grande confusão. Às vezes gritava; outras, chorava. / Não se sabe ao certo. Jorge diz que ela se suicidou, a família, que foi um acidente.
  • 16.  para separar o paralelismo de provérbios. Ex.: Ladrão de tostão, ladrão de milhão.  após a saudação em correspondência (social e comercial). Ex.: Com amor, / Atenciosamente,  para isolar orações intercaladas. Ex.: Não lhe posso garantir nada, respondi secamente.  não use vírgula antes do gerúndio que descreve o modo como algo foi feito ou antes de gerúndio que introduz uma ação simultânea à do verbo anterior. Ex.: Resolve os problemas profissionais mudando de emprego. / Gosto de dirigir ouvindo música.  use antes do gerúndio que introduz uma ação que é consequência da ação expressa pelo verbo anterior ou dá uma ideia de continuidade. Ex.:As nuvens se formaram aos poucos, cobrindo toda a cidade. / A ginástica reforça a musculatura, aumentando seu diâmetro. / Não gostava de viajar, perdendo com isso diversas oportunidades. 3.2.3 Seu ou dele? Como evitar confusão Veja o exemplo: José, Pedro levou o seu chapéu. (O chapéu é de José ou de Pedro?) José, Pedro levou o chapéu dele. (Com certeza o chapéu é de Pedro.) 3.2.4 Este ou esse? Os pronomes demonstrativos este/esta/isto e esse/essa/isso, e flexões, são usados quando o falante quer esclarecer a a que se refere, retomar conteúdos e localizá-los no tempo e no espaço, desta forma atuando na articulação do texto.  Em relação ao espaço: este/esta/isto indica proximidade do falante, enquanto esse/essa/isso indica proximidade do ouvinte. Ex.: Esta bolsa me pertence. (a bolsa está mais próxima do emissor); Quando você comprou esse sapato que está usando? (o casaco está mais próximo do ouvinte).  Em relação ao tempo: usa-se este/esta/isto para referir a tempo presente, ou que ainda não passou, ou ainda, futuro bem próximo. Esse/essa/isso é usado para expressar tempo passado ou futuro distante. Ex.: Nesta semana será anunciado o vencedor. (ainda não passou); Um dia desses fui visitá-lo. (passado).  No discurso: os pronomes demonstrativos são elementos eficientes de coesão entre o que foi ou irá ser dito. Usa-se este/esta/isto para adiantar o que se vai dizer ou para remeter a um termo imediatamente anterior. Ex.: Você conhece estes versos: "Amo-te tanto meu amor..." / Não sei onde é para morar, na zona rural ou na zona urbana? Acho que esta (última = zona urbana) oferece mais opções. /
  • 17. Quando falei com Ana, esta ficou muito feliz. Esse/essa/isso, por sua vez, refere-se a uma ideia ou oração já mencionados. Ex: A Terra gira em torno do Sol. Esse movimento é conhecido como translação. / O amor, o respeito e a gratidão devem fazer parte da vida do homem. Aquele (o amor), por impedir o ódio, esse (o respeito), por demonstrar educação e este (a gratidão) por promover a solidariedade.  Na elaboração de cartas: este/esta/isto refere-se ao local em que a pessoa que escreve se encontra. Os pronomes demonstrativos esse/essa/isso referem-se ao local em que se encontra o destinatário. Ex.: A administração deste município tem o prazer de convidar todos os moradores dessa cidade para participar da Festa do Pequi. 3.2.5 Estudo da Crase Indicada pelo acento grave (`), trata-se de um fenômeno que ocorre mediante a fusão da preposição a com o artigo ou pronome a (a-preposição + a-artigo/pronome = à). Ex.: Fui à feira. / Fui àquele lugar. / As leis às quais obedecemos são justas.  Artigo feminino – a / as;  Pronome demostrativo – aquele / aquela / aquilo;  Pronome relativo – a qual / as quais;  Pronome demostrativo – a / as. Nunca ocorre crase diante de: palavras masculinas (Assisto a filme de comédia); de verbo (Voltaram a estudar depois de anos.); de expressões formadas por palavras repetidas ou de mesmo campo semântico (Ficaram face a face. / Estudo de segunda a sexta). Sempre ocorre crase:  na indicação de horas. Ex.: Chegamos às quatro da manhã.;  nas locuções formadas com palavras femininas, sejam prepositivas (à procura de, à moda de etc), conjuntivas (à medida que, à proporção que etc) ou adverbiais (às vezes, às pressas, à noite etc). Ex.: Estavam à espera deles. / Comprou à vista. / Eles chegaram à noite. / Saiu à francesa. (à francesa indica “à moda da França”).  diante de nome de lugares observe. Ex.: Vou à Itália. - Volto da Itália / Vou a Roma. / Volta de Roma. Caso especifique o lugar usa-se a crase. Ex.: Vou à Roma antiga. A crase será facultativa:
  • 18.  diante de nomes de mulheres. Ex.: Fez referência à Beatriz. / Fez referência a Beatriz.  depois da preposição até. Ex.: Foram até a (à) biblioteca.  diante de pronomes possessivos. Ex.: Levou o dinheiro à (a) nossa funcionária. 3.2.6 Por que, por quê, porque ou porquê? Por que: em frases interrogativas (direta ou indireta) indicando “por que razão/motivo” ou quando for equivalente a pelo qual/pela qual/pelos quais/pelas quais. Ex.: Por que não fez a tarefa? / Quero saber por que motivo não fez a tarefa. / Os caminhos por que andei. (Os caminhos pelos quais andei.). Por quê: na mesma situação do item anterior, desde que no final da frase. Ex.: Não veio à aula, por quê? Porque: usado para introduzir justificativa, pode ser substituído por “pois”. Ex.: Não fiz a tarefa porque estava doente. ( Não fiz a tarefa, pois estava doente.). Porquê: é substantivo, usado depois de artigos, numerais, pronomes. Pode ser substituído pelas palavras motivo, razão, causa Ex.: Quero saber o porquê da sua ausência. 3.2.7 Uso do hífen A Nova Reforma Ortográfica, trouxe algumas mudanças com relação ao uso do hífen, que mostraremos a seguir os casos em que emprega-se o hífen:  quando o prefixo termina em vogal e a segunda palavra começa com a mesma vogal. Ex.: micro-ondas, anti-inflamatório, auto-observação, contra-atacar. Essa regra não se aplica para os prefixos co, pro e re. Ex.: coobriga, cooperativa, reeditar, proótico, coadquirido.  diante de palavras iniciadas com h. Ex.: anti-higiênico, pre-histórico, co-herdeiro, extra-humano, super-homem.  quando o prefixo terminar em consoante e a segunda palavra começar com a mesma consoante. Ex.: inter-regional, sub-bibliotecário, super-resistente.  com o prefixo sub diante de palavras iniciadas por r. Ex.:sub-regional, sub-reino.  diante dos prefixos além, aquém, bem, ex, pós, recém, sem, vice. Ex.: mal- intencionado, mal-educado, bem-vindo, vice-presidente.  com os prefixos circum e pan, diante de palavras iniciadas por vogal, m, n ou h. Ex.: pan-americano, circum-hospitalar.  nos caos de ênclise e mesóclise. Ex.: entregá-lo, amar-te-ei, relacionando-o.
  • 19.  com sufixos de origem tupi-guarani (açu, guaçu, mirim). Ex.: jacaré-açu, cajá- mirim – amoré-guaçu.  ainda permanece em palavras compostas desprovidas de elemento de ligação e naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas. Ex.: azul-escuro, bem-te-vi, couve-flor, guarda-chuva, erva-doce, pimenta-de-cheiro. Casos em que o hífen não é empregado:  quando o prefixo terminar em vogal e a segunda palavra começar por uma vogal diferente. Ex.: autoavaliação, autoescola, infraestrutura, coautor, socioeconômico, aeroespacial, antiamericano.  em algumas palavras que perderam a noção de composição. Ex.: mandachuva, paraquedas, paraquedista.  em locuções substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjuntivas. Ex.: fim de semana, café com leite. Porém, ainda permanece em alguns casos. Ex.: água-de- colônia, água-de-coco, cor-de-rosa.  quando a segunda palavra começar com r ou s, depois de prefixo terminado em vogal, essas consoantes são duplicadas. Ex.: antessala, antissocial, girassol, ultrassom, contrarreforma, autorretrato, minissaia, minissérie.  quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente. Ex.: anteprojeto, autopeça, contracheque, ultramoderno.  quando o prefixo termina em consoante e a segunda palavra começa por vogal ou outra consoante diferente. Ex.: hipermercado, hiperacidez, intermunicipal, subemprego, superinteressante, superpopulação.  diante do advérbio mal, quando a segunda palavra começar por consoante, não se emprega o hífen. Ex.: malfalado, malgovernado, malpassado, maltratado, malvestido. 3.2.8 Pronomes de tratamento Personalidades Tratamento Abreviatura No envelope Vocativo Presidente da República; Presidente do Supremo Tribunal Federal do Congresso Nacional Excelência; Vossa Excelência; Sua Excelência Só por extenso Excelentíssimo Senhor Senhor Presidente Deputados; Senadores; Governadores; Embaixadores; Ministros; Generais; Prefeitos Excelência; Vossa Excelência; Sua Excelência V. Ex.ª; V. Exa.; V. Ex.as; S. Ex.ª; S. Exa.; S. Ex.as Exmo. Sr. Exmos. Srs. Senhor (mais título) Oficiais superiores e subalternos; Diretores de repartições e empresas; chefes de serviço, pessoas de cerimônia Senhor; Vossa Senhoria; Sua Senhoria; V. S.ª; V. Sa.; V. S.as; S. S.ª; S. Sa.; S. S.as Ilmo. Sr. Ilmos. Srs. Senhor (mais título) Reitor de universidade Magnificência; Vossa Magnificência V. Mag.ª; V. Maga.; V. Exmo. Sr. Exmos. Srs. Magnífico Reitor
  • 20. Mag.as Juízes de Direito Meritíssimo; Vossa Excelência; Sua Excelência V. Ex.ª; S. Ex.ª Exmo. Sr. Exmos. Srs. Meritíssimo Juiz Obs.: usamos Vossa quando estamos nos dirigindo diretamente à pessoa e Sua quando o tratamento não é direto. 3.2.9 Futuro do subjuntivo: Geralmente se faz muita confusão ao usar alguns verbos no futuro do subjuntivo. Observe como ficam alguns desses verbos no futuro do subjuntivo.  Se o governo mantiver... (verbo manter)  Se ele repuser as mercadorias.. (verbo repor)  Se ela vir vocês... / Se eles virem os preços... (verbo ver)  Quando eu tiver... (verbo ter)  Se eu quiser... (verbo querer)  Se eu fizer (verbo fazer)  Quando ele vir aqui... (verbo vier) 3.2.10 Uso de palavras Onde: apesar da norma padrão limitar a utilização de onde a aspectos relativos a lugar, seu uso tem se disseminado em uma infinidade de situações inadequadas.  “A criança começa a frequentar a escola com 6 ou 7 anos. É uma idade maravilhosa, onde o garoto ainda está descobrindo a vida e necessita de uma orientação". Aqui a palavra onde foi empregada indevidamente, já que refere-se à "idade maravilhosa" (não um lugar). Para corrigir, substitua a palavra onde por em que. "A criança começa a frequentar a escola com 6 ou 7 anos. É uma idade maravilhosa, em que o garoto ainda está descobrindo a vida e necessita de uma orientação".  “No Brasil, onde milhões de crianças trabalham nas lavouras, nas carvoarias e nos canaviais, a exploração da mão-de-obra infantil já se tornou um grave problema social”. Neste caso, a palavra onde (refere-se a um lugar) foi antecedida de um adjunto adverbial de lugar: condição necessária, para que tal palavra seja usada. Mas ou mais?  mas atua como uma conjunção coordenada adversativa, devendo ser utilizada em situações que indicam oposição, sentido contrário. Ex.: Esforcei-me bastante, mas não consegui tirar notas boas.
  • 21.  mais se classifica como pronome indefinido ou advérbio de intensidade, geralmente opondo-se a menos. Ex.: Ele escolheu a camiseta mais cara da loja. / Não falo mais com você. Mal ou mau?  mal pode ser usado com substantivo, relativo a doença; advérbio, caracterizando erro ou irregularidade; e como conjunção, indicando tempo. Sempre com o sentido oposto a bem. Ex.: Ela se comportou mal (bem) durante a palestra.  mau exerce a função de adjetivo, opõe-se a bom. Ex.:Pedro é mau (bom) aluno. Há ou a? Com relação ao tempo.  há é usado em situações que indicam tempo transcorrido. Ex.: Há dias que não o vejo! / As inscrições se encerraram há dois dias.  a é empregado em situações que indicam tempo futuro. Ex.: Viajarei daqui a dois dias. / Nos encontramos no restaurante daqui a pouco. Às vezes ou as vezes?  às vezes é uma locução adverbial de tempo, que significa de vez em quando Ex.: Às vezes caminho pela praia.  as vezes junção do artigo definido + substantivo, que significa os momentos. Ex.: Todas as vezes que precisei, ele estava lá para me amparar. Imigrar, emigrar ou migrar?  imigrar, significa a entrada de estrangeiros no próprio país. Ex.: Após a catástrofe, muitos haitianos imigraram para o Brasil na esperança de reconstruir suas vidas.  emigrar, significa sair do próprio país para um outro. Ex.: Há muitos brasileiros emigrando para a Europa.  migrar, significa mudar de uma região para outra dentro de um mesmo país. Ex.: A falta de trabalho leva muitas pessoas a migrarem para as cidades grandes. Meio ou meia?  meio com função de advérbio é invariável, e significa um pouco, mais ou menos. Ex.: Elas ficaram meio assustadas ontem.  meia tem o sentido de metade, e concordará em gênero com o substantivo. Ex:
  • 22. Nos encontraremos hoje ao meio dia (gênero masculino) / Ele é a única pessoa que conheço que se satisfaz com meia maçã (gênero feminino) – nesses dois casos tem sentido de metade. Pluvial ou fluvial?  pluvial, referente à chuva, que provém dela.  fluvial, referente ao rio, próprio do rio ou que vive no rio. Havia ou haviam? O verbo haver, no sentido de existir ou ocorrer, é impessoal, por isso é usado sempre no singular (há, houve, havia, houvera, houver, houvesse etc.). A mesma regra vale para os auxiliares do verbo haver (deve haver, pode haver, vai haver, há de haver etc). Ex.: Há muitas formas de fazer a mesma coisa. / No seu bolso, os policiais encontraram dois relógios de luxo, da marca Rolex. Na casa dele, havia outros 14 relógios. O verbo haver pode admitir o sujeito, mas isso geralmente ocorre em situações formais ou aquelas em que é empregado como auxiliar: Ex.: Eu hei de vencer. / Eles haverão de entender isso em algum dia. Onde ou aonde?  aonde resulta da combinação a + onde, indicando movimento para algum lugar. É usada com verbos que também expressem movimento. Ex.: Aonde você vai com tanta pressa?  onde, por sua vez, indica permanência (lugar em que algo acontece ou está), portanto,aplicável a verbos que denotam essa característica (estado ou permanência). Ex.: Onde você mora? / A cidade onde nasci é bem pequena. Afim e a fim  afim indica semelhança, portanto traz a ideia de afinidade. Ex.: Na faculdade de engenharia estudamos matemática e disciplinas afins.  a fim, por sua vez, indica finalidade. Ex.: Estudo a fim de obter boas notas. / Ela está a fim de você. Sessão, cessão ou seção?  sessão: refere-se a espaço de tempo de uma reunião deliberativa, um espetáculo de cinema, teatro etc. Ex.: A sessão demorou muito a começar, mas o filme valeu a pena. / A sessão terá como objetivo aprovar ou não a nova lei do estudante.  cessão: tem um único significado: ceder, transferir algo, dar posse de algo a outrem. Ex.: A cessão de suas terras foi aceita. / Autorizei a cessão dos materiais
  • 23. à instituição que os solicitou.  seção: significa o mesmo que secção, ou seja, ato ou efeito de repartir, divisão de repartições públicas, parte de um todo, departamento. Ex.: Cada seção deste projeto deve ser analisada cuidadosamente. / Para nos enviar uma mensagem clique na seção contato. 3.4 Exercícios 1. Até ____ poucos dias, os preços desse produto estavam sujeitos ____ grandes oscilações no mercado. ( ) à, a ( ) a, à ( ) há, a ( ) à, à 2. A frase em que o uso da crase está incorreto é: (a) O professor dirigiu-se à sala. (b) Fez uma promessa à Nossa Senhora. (c) À noite não gosto de ler. (d) Referiu-se àquilo que viu. 3. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas. Quando, ____ dois dias, disse____ ela que ia ____ Europa para concluir meus estudos, pôs-se ____ chorar. ( ) a - a - a – a ( ) há - à - à – a ( ) há - a - à – a 4. Preencha corretamente as lacunas, seguindo a ordem fraseológica. ____ três semanas, cheguei ____ Lisboa; daqui ____ três dias farei uma excursão ____ França; depois farei uma visita ____ ruínas da Itália; de lá regressarei ____ São Paulo. ( ) Há, à, há, a, as, à ( ) A, a, a, a, às, a ( ) Há, a, a, à, às, a ( ) Há, a, há, à, às, a 5. Decida quando a crase será ou não usada. a. ______ noite, todos os operários voltaram ______ fábrica e só deixaram o serviço ______ uma hora da manhã. b. No território nacional, ______ estatísticas o demonstram: ______ cada trinta minutos uma pessoa sucumbe ______ tuberculose. 6.Complete com a forma correta (porque, porquê, por que, por quê). a. Quero saber ______________ estou assim. b. Foi reprovado e não sabe ______________. c. ______________ você está tão aborrecida? d. Não vais à aula ______________? e. Reagi à ofensa ______________ não sou covarde. f. Ignora-se o ______________ da sua renúncia. g. São ásperos os caminhos ______________ passei. h. Não saí de casa, ______________ estava doente. i. Não foi ao baile, ______________ não tinha roupa.
  • 24. j. Quero saber ______________ não me disse a verdade. k. Quero saber ______________ foste reprovado. l. ______________ os países vivem em guerra? m. Quero saber o ______________ de sua decisão. n. ______________ sinais o reconheceram? o. Não sei ______________ motivo ele deixou o emprego. p. Ele não viajou ______________? q. Ester é a mulher ______________ vivo. r. Eis ______________ o trânsito está congestionado. 7. Com relação ao uso do hífen, marque a opção correta. a. Alexandre sabe saltar de ____. ( ) paraquedas ( ) para quedas ( ) para-quedas b. O seu ____ é muito estressante. ( ) dia a dia ( ) dia a dia c. Seja ____! ( ) bem-vindo ( ) bemvindo ( ) bem vindo d. Encontrei um lindo ____ na florista. ( ) copo - de- leite ( ) copo de leite e. Fez um esforço ____ para vencer o campeonato. ( ) sobrehumano ( ) sobre-humano ( ) sobre humano f. Ela é muito ____. ( ) mal educada ( ) maleducada ( ) mal-educada g. Ele é seu ____. ( ) super-herói ( ) super-herói ( ) superherói h. A aeromoça estava esperando na ____. ( ) ante-sala ( ) antessala ( ) ante sala 8. Leia os textos a seguir e responda às questões: Texto 1 - A Lua A Lua (do latim Luna) é o único satélite natural da Terra, situando-se a uma distância de cerca de 384.405 km do nosso planeta. Seu perigeu máximo é de 356.577 km, e seu apogeu máximo é de 406.655 km. Segundo a última contagem, mais de 150 luas povoam o sistema solar: Netuno é cercado por 13 delas; Urano por 27; Saturno tem 60; Júpiter é o que tem mais até então e possui 63. A Lua terrestre não é a maior de todo o Sistema Solar - Ganimedes, uma das luas de Júpiter, é a maior [1] - mas nossa Lua continua sendo a maior proporcionalmente em relação ao seu planeta. Com mais de 1/4 do tamanho da Terra e 1/6 de sua gravidade, é o único corpo celeste visitado por seres humanos e onde a NASA (sigla em inglês de National Aeronautics and Space Administration) pretende implantar bases
  • 25. permanentes. (Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/Lua) Texto 2 - A lua Tu és a lua, linda, branca iluminada, E como ela é minha namorada, que vejo, admiro E me ilumina toda noite; Tu és a Lua, minha Lua brilhante Minha inspiração, meu sonho, Que me invade e me fascina a cada instante. a. Identifique o(s) tema(s) abordado(s) nos textos 1 e 2. b. Quanto à linguagem utilizada pelos autores dos dois textos, identifique se é conotativa ou denotativa. Justifique sua resposta. 9. "Como a natureza, é capaz de preservar os ganhos e erradicar os erros para continuar a existir."; a forma EQUIVOCADA de reescrever-se esse mesmo segmento é: (a) É capaz, como a natureza, de preservar os ganhos e erradicar os erros para continuar a existir; (b) Como a natureza, para continuar a existir, é capaz de preservar os ganhos e erradicar os erros; (c) Para continuar a existir, é capaz de preservar os ganhos e erradicar os erros, como a natureza; (d) É capaz de preservar os ganhos, como a natureza, e erradicar os erros para continuar a existir; (e) É capaz de preservar os ganhos e erradicar os erros, como a natureza, para continuar a existir. 10. “A diminuição dos processos normais de metabolismo e crescimento economiza energia...” equivale a “a energia é economizada ao se reduzirem os processos normais de metabolismo e crescimento”; o item abaixo em que as duas frases NÃO se equivalem é: (a) O governo criou a cesta básica para ajudar os pobres. O governo pretende ajudar os pobres, criando a cesta básica. (b) Os alunos estão mais contentes hoje do que ontem. Os alunos estavam menos contentes ontem do que estão hoje. (c) Melões estão na promoção: compre dois a R$l,00 cada e leve outro de graça. Melões estão na promoção, três por R$2,00. (d) O aluguel é de R$10,00 por volta na pista, a qualquer hora. Não há momento em que a taxa por volta na pista seja diferente de R$l0,00. (e) O quadrado é azul com manchas vermelhas dentro.
  • 26. O objeto azul é um quadrado com manchas vermelhas dentro. 11. O sentido de "...o autor de um bom manual de aritmética para o ensino médio não é necessariamente um intelectual, mas, se ele escrever esse livro adotando critérios pedagógicos inovadores e eficazes, pode ser" fica profundamente alterado com a substituição de "se ele escrever esse livro" por: (a) caso ele escreva esse livro; (b) conquanto ele escreva esse livro; (c) desde que ele escreva esse livro; (d) uma vez que ele escreva esse livro; (e) escrevendo ele esse livro. 12. O sentido de “associará a felicidade ao exercício das virtudes, que, embora árduo, compele os homens a se defrontar com a realidade” sofre profunda alteração se o enunciado for reescrito do seguinte modo: (a) associará a felicidade ao exercício das virtudes, que, conquanto árduo, compele os homens a se defrontar com a realidade; (b) associará a felicidade ao exercício das virtudes, que, sendo árduo, compele todavia os homens a se defrontar com a realidade; (c) associará a felicidade ao exercício das virtudes, que é árduo, sim, contudo compele os homens a se defrontar com a realidade; (d) associará a felicidade ao exercício das virtudes, que, árduo, compele por isso mesmo os homens a se defrontar com a realidade; (e) associará a felicidade ao exercício das virtudes, o qual, árduo que seja, compele ainda assim os homens a se defrontar com a realidade. 13.Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto abaixo. O fenômeno da globalização econômica ocasionou uma série ampla e complexa de mudanças sociais no nível interno e externo da sociedade, afetando, em especial, o poder regulador do Estado. _________________ a estonteante rapidez e abrangência _________ tais mudanças ocorrem, é preciso considerar que em qualquer sociedade, em todos os tempos, a mudança existiu como algo inerente ao sistema social. (Adaptado de texto da Revista do TCU, nº82) (a) Não obstante – com que (b) Portanto – de que (c) De maneira que – a que (d) Porquanto – ao que (e) Quando – de que 14. Leia o texto a seguir e assinale a opção que dá sequência com coerência e coesão. Em nossos dias, a ética ressurge e se revigora em muitas áreas da sociedade industrial e pós-industrial. Ela procura novos caminhos para os cidadãos e as organizações, encarando construtivamente as inúmeras modificações que são verificadas no quadro referencial de valores. A dignidade do indivíduo passa a aferir-se pela relação deste com seus semelhantes, muito em especial com as organizações de que participa e com a
  • 27. própria sociedade em que está inserido. (José de Ávila Aguiar Coimbra – Fronteiras da Ética, São Paulo, Editora SENAC, 2002) (a) A sociedade moderna, no entanto, proclamou sua independência em relação a esse pensamento religioso predominante. (b) Mesmo hoje, nem sempre são muito claros os limites entre essa moral e a ética, pois vários pensadores partem de conceitos diferentes (c) Não é de estranhar, pois, que tanto a administração pública quanto a iniciativa privada estejam ocupando-se de problemas éticos e suas respectivas soluções. (d) A ciência também produz a ignorância na medida em que as especializações caminham para fora dos grandes contextos reais, das realidades e suas respectivas soluções. (e) Paradoxalmente, cada avanço dos conhecimentos científicos, unidirecionais produz mais desorientação e perplexidade na esfera das ações a implementar, para as quais se pressupõe acerto e segurança. 15. Reescreva o texto a seguir para que fique coerente e coeso. Na hierarquia dos problemas nacionais, nenhum eleva de importância e gravidade que nem a educação. Nem os econômico pode disputar a primazia nos planos de reconstrução nacional. Pois, se a evolução dos país depende de suas condições econômicas, é impossível desenvolver a econômicas ou a produção sem o preparo intensivo das forças culturais. 16. Os trechos abaixo compõem um texto, mas estão desordenados. Ordene-os para que componham um texto coeso e coerente e indique a opção correta. ( ) O primeiro desses presidentes foi Getúlio Vargas, que soube promover, com êxito, o modelo de substituição de importações e abriu o caminho da industrialização brasileira, colocando, em definitivo, um ponto final na vocação exclusivamente agrária herdada dos idos da colônia. ( ) O ciclo econômico subsequente que nos surpreendeu, sem dúvida, foi a modernização conservadora levada à prática pelos militares, de forte coloração nacionalista e alicerçado nas grandes empresas estatais. ( ) Hoje, depois de todo esse percurso, o Brasil é uma economia que mantém a enorme vitalidade do passado, porém, há mais de duas décadas, procura, sem encontrar, o fio para sair do labirinto da estagnação e retomar novamente o caminho do
  • 28. desenvolvimento e da correção dos desequilíbrios sociais, que se agravam a cada dia. ( ) Com JK, o país afirmou a sua confiança na capacidade de realizar e pôde negociar em igualdade com os grandes investidores internacionais, mostrando, na prática, que oferecia rentabilidade e segurança ao capital. ( ) Em mais de um século, dois presidentes e um ciclo recente da economia atraíram as atenções pelo êxito nos programas de desenvolvimento. ( ) Juscelino Kubitschek veio logo depois com seu programa de 50 anos em 5, tornando a indústria automobilística uma realidade, construindo moderna infra-estrutura e promovendo a arrancada de setores estratégicos, como a siderurgia, o petróleo e a energia elétrica. (Emerson Kapaz, “Dedos cruzados” in: Revista Política Democrática nº 6, p. 39) 17. Os fragmentos abaixo, adaptados de VEJA, 13/2/2002, constituem um texto, mas estão ordenados aleatoriamente. I. Para chefes, o caso é ainda mais complexo. Os que acham que seus subordinados nunca entendem o que eles falam precisam ficar atentos à própria conduta. Talvez o problema seja tanto de habilidade quanto de falta de comunicação. II. E você? Está pronto para coordenar uma equipe ou para relatar a um grupo as propostas de seu departamento? Se a resposta é não, cuide-se. Corra atrás de cursos de liderança, compre livros que lhe ensinem a expressar suas ideias claramente. III. O caixa da agência bancária é o mais indicado para liderar a equipe que vai propor alteração no desenho da área de atendimento ao público, onde ficam as filas. O faxineiro deve tomar a frente do pessoal que decidirá o local mais adequado para estocar material de limpeza. IV. Competência técnica é só um ingrediente necessário à liderança. Um bom coordenador tem de conseguir explicar como a tarefa sob seu controle vai contribuir para os resultados da companhia, ou da instituição. Considerando que a organização de um texto implica a ordenação lógica e coerente de seus fragmentos, julgue os itens a seguir quanto à possibilidade de constituírem sequências lógicas e coerentes para os fragmentos acima. Duas respostas são possíveis. ( ). I, II, IV, III. ( ) I, III, II, IV. ( ) II, III, IV, I. ( ) III, I, II, IV. ( ) IV, III, I, II. 18. Complete os trechos a seguir com informações coerente que correspondem à ideia expressa pelo conectivo.
  • 29. a. Muitas escolas brasileiras não apresenta, sequer, condições mínimas de funcionamento, portanto b. Quase todos reconhecem que a leitura é muito importante para nosso desenvolvimento intelectual, entretanto c. É noticiado, praticamente todo dia, estarem abertas vagas no mercado de trabalho, logo d. Devemos nos portar como cidadãos conscientes de nosso papel na sociedade, por isso 19. Complete as lacunas escolhendo uma das expressões entre parêntesis. a. Direi a ele só daqui __________ alguns dias (a, há) b. Ninguém poderá sair do recinto, __ foi a frase que todos ouvimos do chefe. (esta, essa) c. Nós vamos ao cemitério __________ nosso avô foi enterrado. (onde, aonde) d. Por que você está tão __________-humorado. (mal, mau) e. __________ meu amigo, aqui, não é traidor! (este, esse) f. __________ nadaremos nessa praia. (onde, aonde) g. Eu não amo __________ você. (mais, mas) h. __________ me sinto tão sozinho. (as vezes, às vezes) i. Em véspera de prova fico __________ ansiosa. j. __________ sempre muitas perguntas e nenhuma resposta. (haviam, havia) 4. Textos Técnicos e Acadêmicos As demandas sociais atuais requerem cidadãos capazes de exercer plenamente a sua cidadania. O que implica em saber analisar criticamente as realidades sociais e organizar a ação para intervir nessa realidade, saber agir utilizando a informação. No mundo da informação isso significa saber lidar com a informação (de diversas naturezas - matemática, científica, filosófica, artística, religiosa etc) que vem de inúmeras fontes (mídia impressa, radio e televisão, meio acadêmico, internet etc). Em uma sociedade letrada, obter informações, analisá-las criticamente, saber divulgá-las e agir utilizando essas informações passa pelo domínio da linguagem. Assim como a leitura, a produção de textos escritos é uma prática de linguagem e, como tal, uma prática social. O que implica que em várias circunstâncias da vida escrevemos textos, ou nos expressamos oralmente, para diferentes interlocutores, com distintas finalidades, nos mais diversos gêneros, para circularem em espaços sociais distintos. Apresentar-se-á nesta seção alguns gêneros textuais escritos (memorando,
  • 30. ofício, relatório) e o seminário, que mistura expressão escrita e apresentação oral. 4.1 Memorando e Ofício Memorando: é uma espécie de correspondência empresarial/institucional de caráter breve, utilizado para informações de rotina. Embora quase que exclusivamente de uso interno, também pode ser usado na modalidade externo (menos usual). Trata-se de uma correspondência formal, porém sem exigir o uso de terminologia cerimoniosa (atenciosamente, respeitosamente, prezado senhor). É um modo de comunicar políticas, decisões e instruções internas. Observe que usualmente (1) trata-se um só assunto em cada memorando; (2) a empresa ou repartição poderá ter um impresso próprio para memorando, com diagramação adequada, logotipo Ofício: é uma correspondência oficial emitida por uma autoridade, ou órgão público, a outra autoridade, órgão público ou particular. Dentre suas funções destaca-se (1) prestar ou solicitar esclarecimentos/informações; (2) comunicar decisões; (3) justificar ações ou decisões; (4) registrar ou informar ocorrências de fatos na instituição; (5) solicitar obras e orçamentos; e (6) convidar para solenidades públicas. Este tipo de correspondência pode transitar interna ou externamente. Deve ser feita em duas vias, uma será enviada e a outra arquivada. O texto deve ser claro e objetivo, para garantir a qualidade da comunicação, não conter rasuras ou erros gramaticais e ortográficos. Observe que ao final do texto, geralmente usamos a expressão atenciosamente, esta expressão deve ser substituída por respeitosamente, caso se destine a um superior hierárquico. Caso tenha vários parágrafos, estes podem vir numerados, lembre-se de não numerar nem o primeiro nem o último parágrafos. 4.1.1 Modelo de memorando e ofício MEMORANDO MEMORANDO SA-EGH nº 019/2013 Niterói, 04 de abril de 2013. Ao: Diretor do Instituto de Letras Assunto: Utilização de Auditório do ICHF Em atendimento ao pedido de informações feito por V.Sª, informamos que há um prazo de 30 dias de antecedência para a solicitação de uso do Auditório do ICHF.
  • 31. Quanto à avaliação da solicitação, será feita pelo Diretor que utiliza critérios indicados pelo Colegiado do Instituto. Atenciosamente, Elisa Viana Carvalho Secretária - SIAPE 000111 Encaminhado pela GRDP n.º 019/2013, de 04/04/2013. OFÍCIO OFÍCIO GHT nº 019/2013 Assunto: visita técnica. Niterói, 04 de abril de 2013. Senhor Diretor Vimos por meio deste ofício agradecer à V.Sa. pela atenção dispensada pela equipe do CLAHA aos representantes deste Departamento, quando da visita técnica no dia 02 de fevereiro próximo passado, durante a qual foram recebidos pela Coordenadora de Serviços Cooperativos. Esperamos nesta nova Chefia do Departamento de História da UFF, intensificar as relações de cooperação mútua com a CLAHA. Aproveitamos para parabenizá-lo pela posse, no próximo dia 14 de março, no cargo de Diretor do Centro Latino Americano de História Antiga - CLAHA, e desejamos pleno êxito de seus objetivos. Atenciosamente, Henrique Augusto Borges de Sá
  • 32. Chefe do Departamento de História Ao Ilmo Sr. José Pedro de Sousa Martins Diretor do Centro Latino Americano em História Antiga Rua Cairaricupi, 268 São Paulo/SP CEP: 060021-603 4.2 Seminário Trata-se de um gênero textual oral que demanda do(s) expositor(es) o uso, com eficácia, da linguagem oral, assim como dos recursos materiais. Por isso, é fundamental que o trabalho seja planejado e organizado. Visa transmitir com eficácia as informações pesquisadas; utilizar a lógica e a organicidade para construir o texto formal; utilizar a lógica e a capacidade de síntese para elaborar um esquema orientador da fala; e utilizar bem os recursos tecnológicos disponíveis (filmadora, TV, DVD, projetor de multimídia, banner, handout etc). Caso seja preparado em grupo, todos os envolvidos devem ter domínio dos conteúdos a serem apresentados. Para tanto é necessário que todos participem de todas as etapas que envolvem a preparação do Seminário. As etapas de preparação de uma seminário envolvem:  Fazer o levantamento da literatura sobre o tema (biblioteca, internet e outras fontes);  Ler o material e discutir em conjunto as questões mais importantes;  Elaborar o trabalho escrito em grupo (não dividir em partes);  Selecionar o que é mais relevante para ser apresentado e designar a função de cada um, caso em grupo (observar o tempo disponível);  Determinar os recursos a serem utilizados;  Designar as tarefas de cada um para a preparação do seminário.  Organizar a sala de forma a facilitar o trabalho do grupo que fará o seminário;  Garantir que o público possa ver e ouvir o(s) apresentador(es) sem problemas;  Círculo ou semicírculo pode ser usado quando a apresentação prever debate;  Postura individual e em grupo – todos devem estar atentos ao que está sendo apresentado por um dos membros do grupo;
  • 33.  Definir roupas, penteado e acessórios a serem usados na apresentação;  Saber posicionar-se frente ao público. No momento da apresentação observar:  Direção do olhar e tom de voz;  Falar para todos os ouvintes;  Não ficar de costas para os ouvintes;  Não andar na frente dos recursos que estiverem sendo utilizados;  Não utilizar termos como “tipo assim...” ou “né...”;  Abrir o seminário apresentando o grupo e o tema;  Apresentar os objetivos do tema trabalhado;  Após, introduzir o tema e delimitar o assunto dentro do tema. Ex.: O assunto de minha exposição será.... / Abordarei nesta exposição alguns aspectos sobre...;  Desenvolver o tema (apresentar em uma sequência lógica);  Finalizar a apresentação (concluir o tema);  Abrir ao público para perguntas com o objetivo de desencadear uma discussão/reflexão entre os participantes;  Sempre mencionar o(s) autor(es) e as fontes citada(s). O projetor de multimídia é uma excelente opção para organizar a fala. No caso de optar por esse recurso, na preparação de seus slides atente-se para os seguintes :  Planeje seus slides;  Troque textos por imagens;  Fale mais e escreva menos;  Fontes legíveis são essenciais ;  Abuse da simplicidade;  Ler o conteúdo dos slides? Jamais!;  Postura é essencial;  Fale com clareza. 4.3 Relatório Um relatório é uma exposição escrita de um conjunto de informações utilizado para reportar resultados parciais ou totais de uma determinada atividade, experimento, pesquisa, projeto, ação, ou outro evento. É composto de elementos pré-textuais (capa, folha de rosto, resumo, sumário); textuais (introdução, revisão teórica, procedimentos
  • 34. metodológicos, resultados, discussão dos resultados, sugestões e recomendações, conclusão, referências); o pós-textuais (apêndice e anexos). A seguir são listadas as regras gerais de apresentação/formatação de um relatório:  papel A4;  margens esquerda e superior de 3 cm e margens direita e inferior de 2 cm;  espaçamento entre linhas de 1,5;  fonte tamanho 12 (citações de mais de 3 linhas, notas de rodapé, paginação e legendas devem ser digitadas em tamanho menor e uniforme – 10 ou 11);  os títulos das seções primárias devem iniciar em folhas distintas;  a contagem de páginas se inicia a partir da folha de rosto (a capa não entra na contagem), porém o número só aparece a partir da introdução. Vejamos agora cada parte do relatório e suas características: Capa Folha de rosto Resumo: apresentação concisa dos pontos relevantes, não deve ultrapassar 500 palavras. Identifique também 3 a 4 palavras-chave, que representam o conteúdo do texto. Sumário Introdução: é a parte inicial do texto, que contem informações objetivas para situar o tema do trabalho, tais como delimitação do assunto, objetivos da pesquisa. Não deve parafrasear o resumo, nem dar detalhes sobre a teoria, os métodos e os resultados, ou antecipar a conclusão e recomendações. Revisão teórica/bibliográfica: de acordo com o tipo de trabalho você realizará a revisão teórica ou a bibliográfica. A primeira explicita o estado da arte, situa as teorias acerca do tema na atualidade, já a segunda .apresenta estudos e pesquisas sobre o mesmo tema. Procedimentos metodológicos: indica os processos adotados no estudo/pesquisa, bem como narra a experiência, aqui destaca-se os materiais e a aparelhagem utilizados. Deve-se apresentar esses dados no relato de forma lógica e cronológica. Resultados: aqui faz-se a apuração dos resultados imediatos, é recomendável estabelecer uma relação entre os resultados e a teoria estudada. Discussão dos resultados: trata da exposição e interpretação dos resultados, é uma parte argumentativa do relatório, portanto exigirá visão analítica. Sugestões e recomendações: esta parte deve ser incluída apenas quando há necessidade de estabelecer algumas recomendações, em muitos casos este item é
  • 35. integrado à conclusão. Conclusão: aqui retoma-se o referencial teórico, os objetivos, a prática e as discussões, no intuito de fazer um “balanço geral”. Referências Apêndice: textos ou documentos elaborados pelo autor do trabalho, identificados por letras e títulos (Apêndice A – título). Anexos: textos ou documentos não elaborados pelo autor do trabalho, também identificados por letras e títulos (Anexo A - título) 4.4 Exercícios 1. Elabore um memorando interno, comunicando a alteração de horários no setor de vendas na época do Natal. Exponha o motivo da alteração, bem como os novos horários. 2. Elabore um ofício com o seguinte teor: O Excelentíssimo Prefeito de Porto Nacional solicita, em ofício, ao Excelentíssimo Governador, a reforma do Hospital Público. 3. No primeiro período vocês desenvolveram um projeto de pesquisa. Agora reúna o grupo de desenvolveu esse trabalho, e junto com seus colegas prepare um seminário para apresentar este projeto a todo o grupo.
  • 36. Referências BECHARA, E. Moderna Gramática Portuguesa: 37ª edição revista, ampliada e atualizada pelo novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009. CUNHA, C. Uma política do Idioma. Rio de Janeiro: São José, 1968. FÁVERO, L.L.; ANDRADE, M.L.C.V.; AQUINO, Z.G.O. Oralidade e escrita: perspectivas para o ensino de língua materna. 8ª ed. São Paulo: Cortez, 2012. MENO, C.M. Comunicação e Linguagem Técnica. Cuiabá: Editora UFMT, 2009.