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Desertificação é o fenómeno que corresponde à transformação de uma área
num deserto. Segundo a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação,
a desertificação é "a degradação da terra nas regiões áridas, semi-áridas e sub-
húmidas secas, resultante de vários factores, entre eles as variações climáticas e
as actividades humanas". Considera-se áreas susceptíveis aquelas com índice de
aridez entre 0,05 e 0,65.

       Nas últimas décadas vem ocorrendo um significativo aumento do processo de
desertificação no mundo as principais áreas atingidas são: oeste da América do Sul,
Oriente Médio, sul da África, noroeste da China, sudoeste dos Estados Unidos,
Austrália e sul da Ásia.

      A ONU adoptou o dia 17 de Junho como o Dia Mundial de Combate à
Desertificação.

       Portugal subscreveu a Convenção das Nações Unidas de Combate à
Desertificação em Outubro de 1994. Desde então, o combate à Desertificação tem sido
uma preocupação dos vários Governos. Hoje, a desertificação, tal como sucede com as
alterações climáticas, é também um assunto global. Ambos constituem um “desafio
global” para a nossa sociedade.

       Mais de metade de Portugal corre o risco de desertificar. No espaço de duas
décadas, 66% do País pode transformar-se em solo árido, se nada for feito para
inverter a situação que se vive na actualidade um terço do território continental
encontra-se classificado como zona susceptível à desertificação.
PROTECÇÃO AMBIENTAL – DESERTIFICAÇÃO




Í NDICE

1. INTRODUÇÃO ---------------------------------------------------------------------------------------------3

2. DESERTO ---------------------------------------------------------------------------------------------------4

3. TIPOS DE DESERTO -----------------------------------------------------------------------------------4

4. DESERTIFICAÇÃO NO MUNDO --------------------------------------------------------------------7

5. DESERTIFICAÇÃO EM PORTUGAL ---------------------------------------------------------------8

6. ALENTEJO E ALGARVE ----------------------------------------------------------------------------- 10

7. OS INCÊNDIOS E A DESERTIFICAÇÃO ------------------------------------------------------- 11

8. DESPOVOAMENTO DO INTERIOR -------------------------------------------------------------- 13

9. CONCLUSÃO -------------------------------------------------------------------------------------------- 14

10. BIBLIOGRAFIA ------------------------------------------------------------------------------------------ 16




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PROTECÇÃO AMBIENTAL – DESERTIFICAÇÃO


1. INTRODUÇÃO


       O termo desertificação tem sido muito utilizado para a perda da capacidade
produtiva dos ecossistemas causada pela actividade humana. Devido às condições
ambientais, as actividades económicas desenvolvidas numa região podem ultrapassar
a capacidade de suporte e de sustentabilidade. O processo é pouco perceptível a curto
prazo pelas populações locais. Há também erosão genética da fauna e flora, extinção
de espécies e proliferação eventual de espécies exóticas.
       O que acontece é um processo em que o solo de determinados lugares começa
a ficar cada vez mais estéril. Isso quer dizer que a terra perde seus nutrientes e a
capacidade de fazer nascer qualquer tipo de vegetação, seja florestas naturais ou
plantações feitas pelo homem.
       Sem vegetação, as chuvas vão rareando, o solo vai ficando árido e sem vida, e
a sobrevivência fica muito difícil. Os moradores, agricultores, geralmente abandonam
essas terras e vão procurar outro lugar para viver.
No caso de desertos arenosos, origina-se a partir do empobrecimento do solo e
consequente morte da vegetação. No caso dos desertos polares, a causa evidente é a
temperatura extremamente baixa daquelas regiões.
       Nas regiões semi-áridas e semi-húmidas secas, a acção humana intensifica os
processos de desertificação. As actividades agropecuárias insustentáveis são
responsáveis pelos principais processos: a salinização de solos por irrigação, o sobre
pastoreio e o esgotamento do solo pela utilização intensiva e insustentável dos
recursos hídricos.
       O crescimento demográfico e a consequente demanda por energia e recursos
naturais também exerce pressão pela utilização intensiva do solo e dos recursos
hídricos.
       As consequências deste processo geram grandes problemas económicos. Em
primeiro lugar, reduz a oferta de alimentos, além disto, há o custo de recuperação da
área degradada. Do ponto de vista ambiental, a perda de espécies nativas é uma
consequência funesta. Finalmente, os problemas sociais: a migração das populações
para os centros urbanos, a pobreza, o desemprego e a violência. Isto gera um
desequilíbrio entre as diversas regiões mundiais, uma vez que as áreas susceptíveis à
desertificação encontram-se em regiões pobres, onde já há uma desigualdade social a
ser vencida.




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PROTECÇÃO AMBIENTAL – DESERTIFICAÇÃO


2. DESERTO
       A maioria das classificações repousa numa combinação de número de dias de
chuva por ano, a quantidade pluviométrica anual, temperatura, humidade e outros
factores. Em 1953, Peveril Meigs dividiu as regiões desérticas da terra em três
categorias, de acordo com o total de chuva que recebiam. Por este sistema, hoje
amplamente aceite, terras extremamente áridas são as que têm pelo menos 12 meses
consecutivos sem chuva; terras áridas têm menos de 250 milímetros de chuva anual, e
terras semi-áridas têm uma média de precipitação anual entre 250 e 500 milímetros. As
terras áridas e extremamente áridas são os desertos, e terras semi-áridas cobertas de
gramíneas geralmente são chamadas de estepes.
Aproximadamente 20% da superfície continental da Terra são desérticos.

      No entanto, a aridez sozinha não fornece uma descrição exacta do que é um
deserto. Por exemplo: a cidade de Phoenix, no estado do Arizona nos EUA, recebe
menos de 250 mm (10 polegadas) de chuva por ano, e é imediatamente reconhecida
como sendo localizada em um deserto, apesar de ser altamente povoada.

       As paisagens desérticas têm alguns elementos em comum. O solo do deserto é
principalmente composto de areia, e dunas podem estar presentes. Paisagens de solo
rochoso são típicas, e reflectem o reduzido desenvolvimento do solo e a escassez de
vegetação. As terras baixas podem ser planícies cobertas com sal. Os processos de
erosão eólica (isto é, provocados pelo vento) são importantes factores na formação de
paisagens desérticas.

      A sua vegetação é constituída por gramíneas e pequenos arbustos, é rala e
espaçada, ocupando apenas lugares em que a pouca água existente pode se acumular
(fendas do solo ou debaixo das rochas). As maiores regiões desérticas do globo
situam-se na África (deserto do Saara) e na Ásia (deserto de Gobi).

       A diferença reside no processo de evapotranspiração. A evapotranspiração é a
combinação de perda de água por evaporação atmosférica da água do solo, junto com
a perda de água também em forma de vapor, através dos processos vitais das plantas.
O potencial de evapotranspiração é, portanto, a quantidade de água que poderia
evaporar numa dada região. A cidade de Tucson, no Arizona, recebe uns 300 mm (12
polegadas) anuais de chuva, no entanto, uns 2500 mm, (100 polegadas) de água
poderiam evaporar no período de um ano. Em outras palavras, significa que quase 8
vezes mais água poderia evaporar da região do que normalmente cai. Já as taxas de
evapotranspiração em regiões do Alasca são bastante inferiores; então, mesmo
recebendo precipitações mínimas, estas regiões específicas são bem diferentes da
definição mais simples de um deserto: um lugar onde a evaporação supera o total da
precipitação pluviométrica. A principal característica de um deserto é a seca.



3. TIPOS DE DESERTO
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PROTECÇÃO AMBIENTAL – DESERTIFICAÇÃO


       Há diferentes formas de desertos. Desertos frios podem ser cobertos de neve;
esses locais não recebem muita chuva, e a que cai permanece congelada como neve
compacta. Essas áreas são comum entre chamadas de tundra, quando nelas existe
uma curta estação com temperaturas acima de zero grau Celsius e alguma vegetação
floresce neste período; ou de regiões de capa de gelo, se temperatura permanece
abaixo do ponto de congelamento durante todo o ano, deixando o solo praticamente
sem formas de vida.

       A maioria dos desertos não-polares ocorre por que eles têm pouquíssima água.
A água tende a refrescar, ou pelo menos a moderar, os efeitos do clima onde ela é
abundante. Em algumas partes do mundo, os desertos surgem devido à existência de
barreiras à chuva, quando as massas de ar perdem a maior parte de sua humidade
sobre uma cadeia de montanhas; outras áreas são áridas em virtude de serem muito
distantes das fontes mais próximas de humidade (isto é verdade em algumas áreas do
globo em latitudes médias, particularmente na Ásia).

Desertos em regiões de ventos contra-alísios

                                              Os ventos contra-alísios ocorrem em
                                       duas faixas do globo divididas pela linha do
                                       Equador, e se formam pelo aquecimento do
                                       ar junto à região equatorial. Estes ventos
                                       secos dissipam a cobertura de nuvens,
                                       permitindo que mais luz do Sol aqueça o
                                       solo. A maioria dos grandes desertos da
                                       Terra está em regiões cruzadas por ventos
                                       contra-alísios. O maior deserto do nosso
                                       planeta, o Saara, no norte da África, que já
                                       experimentou temperaturas de 58 ° é um
                                                                          C,
                                      deserto de ventos contra-alísios.

Desertos de latitudes médias

       Desertos de latitudes médias ocorrem
entre os paralelos 30° e 50° Norte. e também
na mesma faixa no hemisfério sul, em zonas
de alta pressão subtropicais. Estes desertos
estão em bacias de drenagem distantes dos
oceanos e têm grandes variações de
temperaturas anuais. O deserto de Sonora, no
sudoeste da América do Norte é um típico
deserto de latitude média. O deserto de
Tengger, na China, é um outro exemplo.

Desertos devido a barreiras ao ar húmido

                                                                         Página 5 de 16
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                                                  Paisagem típica no Deserto de
                                           Negev, com areias de múltiplas cores e
                                           rios secos, ocasionalmente inundados
                                           no inverno por instantâneas enchentes.
                                           Desertos deste tipo formam-se devido a
                                           grandes barreiras montanhosas que
                                           impedem a chegada de nuvens
                                           húmidas às áreas de sotavento (ou
                                           seja, protegidas do vento, que traz a
                                           humidade). À medida que o ar sobe a
                                           montanha, a água precipita-se e o ar
                                          perde seu conteúdo húmido. Assim, um
deserto forma-se do lado oposto. O deserto da Judeia em Israel e Palestina, são
exemplos, assim como o deserto do Vale da Morte, nos EUA, que é formado pelos
ventos Chinook que formam uma zona de sombra de chuva no local.


Desertos costeiros

       Os desertos costeiros
geralmente localizam-se nas
extremidades ocidentais dos
continentes próximas aos
Trópicos de Câncer e de
Capricórnio.      Eles     são
afectados     por     correntes
oceânicas costeiras frias, que
correm paralelamente à costa.
Devido aos sistemas de vento
locais dominarem os ventos
alísios, estes desertos são
menos estáveis que os de
outros tipos. No inverno,
nevoeiros, produzidos por correntes frias ascendentes, frequentemente cobrem os
desertos costeiros com um manto branco que bloqueia a radiação solar. Os desertos
costeiros são relativamente complexos, pois eles são o produto de sistemas terrestres,
oceânicos e atmosféricos. Um deserto costeiro, o Atacama, é o mais seco da Terra.
Nele, uma chuva possível de ser medida - isto é, de um milímetro ou mais - pode
ocorrer uma vez a cada cinco ou até a cada vinte anos.
       Dunas em forma de lua crescente são comuns em desertos costeiros, como o
Namibe, na África, onde prevalecem os ventos do continente para o mar.


Desertos de monção

                                                                            Página 6 de 16
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                                                         "Monção," derivada de uma
                                                  palavra árabe que significa "estação
                                                  climática", refere-se a um sistema de
                                                  ventos com acentuada reversão
                                                  sazonal. As monções desenvolvem-
                                                  se em resposta a variações de
                                                  temperatura entre os continentes e
                                                  os oceanos. Os ventos alísios do sul
                                                  do Oceano Índico, por exemplo,
                                                  despejam pesadas chuvas na Índia
                                                  ao chegarem à costa. Conforme a
                                                  monção cruza a Índia, ela perde sua
humidade no lado oriental da cadeia montanhosa Aravalli. O deserto do Rajastão na
Índia, e o deserto Thar no Paquistão, são parte de uma região de deserto de monção a
oeste da cadeia de montanhas onde se cultivam mangos.



4. DESERTIFICAÇÃO NO MUNDO
        A pressão dos 6,2
bilhões de pessoas no
mundo está, lentamente,
a     transformar     terras
produtivas em desertos
em todos os continentes.
O     cultivo   de    terras
marginais erodiu solos,
enquanto cerca de 3
bilhões de cabeças de
bois, ovelhas e cabras
pressionaram os pastos
além dos seus limites sustentáveis. No todo, a desertificação flagela um terço da
superfície da Terra, afectando mais de 1 bilhão de pessoas em 110 países.
        Embora os desertos normalmente se expandam e contraiam, a aceleração da
desertificação induzida pela actividade humana está afectando rapidamente economias
rurais. Anualmente, os desertos conquistam milhões de hectares de terras agrícolas e
pastagens. O risco de desertificação atinge 33% da superfície terrestre, envolvendo
uma população de 2,6 bilhões de pessoas.
        A África com quase metade de seu território em perigo é o continente mais
vulnerável, porém imagens de satélite e relatórios locais confirmam que a
desertificação é generalizada através de todas as terras secas mundiais.
        São 200 milhões de pessoas atingidas pelo processo na região subsaariana. A
degradação nos vários países subsaarianos varia de 20% a 50% do território.

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O processo de desertificação ocorrido no continente africano é proveniente, segundo
relatórios da ONU, da ocupação humana em regiões de clima semi-árido, árido e sub-
húmido, ocupando-as com o cultivo da monocultura. Essa prática retira toda camada de
vegetação, deixando o solo exposto, propício a fragmentar-se pelo vento e água, por
tratar-se de um solo arenoso é facilmente dispersado, iniciando assim o processo de
desertificação.
        O caso mais evidente desse processo está ao sul do Saara, em uma região
chamada de Sahel, nessa região o problema cresce de forma assustadora, as causas
são as ações antrópicas (ações humanas). No Sahel acontece atualmente a migração
de pessoas para outras áreas como consequência desse problema ambiental. A sul do
deserto do Saara estão localizados alguns dos países mais pobres do planeta, como
Mali, Niger, Chade e o Sudão, em toda a região adjacente ao deserto a destruição
vegetal provoca assoreamento dos rios, lagoas e lagos e acelera o processo, atingindo
áreas que até então eram férteis. Essa destruição dá-se por causa da produção de
carvão vegetal, da agricultura de subsistência tradicional que não leva em conta os
cuidados ambientais e as técnicas que são menos degradantes.
        Na Ásia e na América Latina, são 357 milhões de hectares afectados. A cada
ano, perde-se 2,7 bilhões de toneladas de solo. As adaptações a estas mudanças
provocam mais pressões sobre o uso do solo, aumentando sua degradação pelo uso
inadequado.
Em Agosto de 2010, a ONU lançou a Década da ONU sobre Desertos e de Combate à
Desertificação, a fim de fortalecer o combate ao processo e consciencializar sobre a
questão.

5. DESERTIFICAÇÃO EM PORTUGAL
                                  Portugal é um dos países afectados pela
                           desertificação, em parte devido à aridez do seu clima,
                           caracterizado por 3 a 5 meses secos / ano, tal como outros
                           Países da região Mediterrânica.

                                  A zona de maior susceptibilidade à desertificação
                           em Portugal é o sul e interior do País, onde os índices de
                           aridez são mais elevados e os solos apresentam maior
                           risco de erosão, esse risco é praticamente nulo nas
                           regiões acima do rio Tejo, mas abaixo do mesmo esse
                           risco torna-se evidente. As regiões do Alentejo e Algarve
                           sofrem uma grande pressão hidrográfica devido a falta de
                           pluviosidade, prática agrícola excessiva (Alentejo), e
                           demasiadas infra-estruturas turísticas (Algarve).

      A diminuição da produtividade biológica devido à desertificação no Interior e no
Sul do País, está também associada a uma diminuição da produtividade económica, o
que poderá contribuir para acelerar o despovoamento rural.

                                                                            Página 8 de 16
PROTECÇÃO AMBIENTAL – DESERTIFICAÇÃO


       O sobral e os bosques de sobreiro,
formando       sistemas     ecológica     e
economicamente sustentáveis funcionam
como um importante instrumento de
prevenção contra a desertificação. De facto,
desde que adequadamente geridos, estes
sistemas, geram níveis elevados de
biodiversidade, melhoram a matéria orgânica
dos solos, contribuem para a regulação do
ciclo hidrológico e impedem a sua
degradação.

       O sobreiro como espécie prioritária, pela sua importância para o combate à
desertificação e às alterações climáticas é uma estratégia de intervenção no combate à
desertificação e às alterações climáticas.

                                                  Na região Alentejana, para combater
                                           a falta de pluviosidade, foi construída a
                                           barragem do Alqueva (não foi a única razão
                                           para a sua construção), de modo a criar o
                                           maior lago artificial da Europa.
                                           Esse lago permitiu a irrigação dos campos
                                           agrícolas envolventes, sem a necessidade
                                           de utilizar fontes de água primitivas,
                                           esperando-se          assim      reduzir  a
                                           susceptibilidade dos solos nesta região.
                                           Já no Algarve, devido aos campos de golfe e
outras infra-estruturas turísticas como as piscinas, o governo português implementou
algumas políticas de modo a restringir o uso de água para estas actividades.
A degradação do solo em Portugal é essencialmente levada a cabo pela construção em
solos agrícolas de bom potencial, pela degradação química (como sejam a salinização,
contaminação por nitratos e metais pesados), pela degradação física por destruição da
matéria orgânica e pela erosão, em especial a hídrica.
As características mediterrâneas do clima português fazem com que o território tenha
zonas semi-áridas e sub-húmidas secas.
        Com uma variabilidade espacial da pluviosidade, as regiões do nordeste
apresentam maiores valores e as de menor pluviosidade são a Terra Quente, a faixa
litoral a Sul e a região do Guadiana. É também de ter em conta a variabilidade inter-
anual do clima, em que ocorrem com cada vez mais frequência longos anos de seca.

A temperatura média anual está a aumentar, apresentando taxas        de aquecimento
acima da média global. Verifica-se igualmente uma redução da         precipitação de
Primavera (principalmente no mês de Março) com o aumento de          variabilidade de
Inverno e maior frequência de seca. O período seco inicia-se         mais cedo e a

                                                                            Página 9 de 16
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precipitação de Outono vai aumentar o risco de erosão, pois o solo ainda não tem
coberto vegetal. A precipitação extrema conduz igualmente à erosão dos solos.
       Estima-se que, nos próximos 20 anos, mais de metade do território do País corra
o risco de ficar deserto e seco. Cerca de um terço do território já se encontra afectado
pela desertificação, alerta a Liga para a Protecção da Natureza (LPN).
Portugal é um dos países onde a desertificação tem especial relevância, com cerca de
60% do território susceptível à desertificação e à seca, em resultado das nossas
condições climáticas, geológicas e do tipo de cobertura vegetal, mas também em
resultado do nosso modelo de ordenamento do território.
       As zonas já atingidas pela desertificação são o Alentejo, o interior algarvio e toda
a fronteira com Espanha, do Algarve a Trás-os-Montes. Nestas regiões a desertificação
é grave não só ao nível dos solos como da população.


6. ALENTEJO E ALGARVE
As primeiras vítimas da desertificação

       A influência das alterações climáticas na desertificação não é certa, mas sim a
maneira como o homem trata os solos.
       As grandes searas de trigo alentejanas podem desaparecer. E em seu lugar
ficará um inóspito deserto com a terra sulcada. Será este o cenário, caso nada se faça
contra o avanço da desertificação. Mas já há zonas em perigo iminente. Na serra do
Caldeirão já se nota uma elevada mortalidade entre a flora, como nos sobreiros", avisa
Luís Silva, do Fundo Mundial para a Natureza (WWF).
       Alentejo e Algarve serão, aliás, as primeiras zonas do País a sofrer com a
desertificação, fenómeno que já foi assumido pelo Painel Intergovernamental sobre
Mudanças Climáticas (IPCC) como "um dos maiores desafios ambientais da
actualidade.
       Não há dúvidas de que as alterações climáticas potenciam a desertificação,
como pode ser notado pelo estado do tempo que se faz sentir em Portugal. Há mais
ondas de calor, que provocam incêndios florestais, o principal factor de desertificação.
Além disso, o Alentejo e o Algarve são zonas com menor precipitação e uma
temperatura elevada durante o ano todo, sendo por isso as mais afectadas pela
desertificação.
       João Corte-Real, professor de Física da Universidade de Évora e especialista
em desertificação, defende que o clima interfere na desertificação, chamando a
atenção para as fortes chuvas que se fazem sentir em pequenos períodos de tempo:
"As chuvadas provocam a erosão dos solos, como quando se deita um balde de água
sobre a terra."
       No entanto, já em relação às alterações climáticas e aos seus efeitos na
desertificação, o professor de física admite não existirem certezas absolutas. "Não é
totalmente fundamentado por estudos que a desertificação seja causada pelas
mudanças climáticas", diz. No entanto, acrescenta: "Há indícios em Portugal

                                                                               Página 10 de 16
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 continental que a partir dos anos 70 passaram a haver períodos de seca de cinco em
 cinco anos.”
         De facto, no País assume importância estratégica na degradação dos territórios,
 não só os solos, como as suas águas, os seus habitantes, as suas paisagens, a flora e
 fauna, influenciando negativamente o desenvolvimento regional e rural.
 O fenómeno da desertificação não se encontra cingido ao sul do país. A desertificação
 física e humana é preocupante em toda a região interior junto à fronteira com Espanha.
         O agravamento dos efeitos da seca, os incêndios florestais e o despovoamento
 do interior são algumas das causas que contribuem para a crescente desertificação do
 território. Refira-se ainda, neste contexto, segundo enfatiza a LPN, o crescimento
 urbano indevido em terras com potencial agrícola e a degradação dos solos devido à
 poluição e a uma utilização incorrecta.




 O AGRAVAMENTO DOS EFEITOS DA SECA                   OS INCÊNDIOS FLORESTAIS



                                  Principais causas que
                                    contribuem para a
                                 crescente desertificação
                                       do território.




O DESPOVOAMENTO DO INTERIOR
                                                      A DEGRADAÇÃO DOS SOLOS DEVIDO À
                                                      POLUIÇÃO
 7. OS INCÊNDIOS E A
    DESERTIFICAÇÃO



                                                                               Página 11 de 16
PROTECÇÃO AMBIENTAL – DESERTIFICAÇÃO


       Antes da última glaciação, Portugal estava coberto por uma floresta sempre-
verde (laurisilva). Durante essa glaciação a descida drástica da temperatura fez
desaparecer quase por completo essa laurisilva, tendo sido substituída por uma
cobertura florestal semelhante à actual taiga. Após o período glaciar, a temperatura
voltou a subir, ficando o país com um clima temperado como o actual. Assim, a floresta
glaciar foi substituída por florestas mistas (fagosilva) de árvores sempre-verdes
(algumas delas relíquias da laurisilva) e outras caducifólias, transformando o país num
imenso carvalhal caducifólio (alvarinho e negral) a norte, marcescente (cerquinho) no
centro e perenifólio (azinheira e sobreiro) para sul, com uma faixa litoral de floresta
dominada pelo pinheiro-manso e os cumes das montanhas mais frias com o pinheiro-
da-casquinha.

       Por destruição dessas florestas, particularmente com a construção das naus
(três a quatro mil carvalhos por nau) durante os Descobrimentos (cerca de duas mil
naus num século) e da cobertura do país com vias-férreas (travessas de madeira de
negral ou de cerquinho para assentar os carris), as nossas montanhas passaram a
estar predominantemente cobertas por matos de urzes ou torgas, giestas, tojos e
carqueja. A partir do século XIX, após a criação dos "Serviços Florestais", foram
                                                 artificialmente  rearborizaras   com
                                                 pinheiro-bravo, tendo-se criado a
                                                 maior mancha contínua de pinhal na
                                                 Europa. A partir da segunda década
                                                 do século XX, apesar dos alertas
                                                 ambientalistas,        efectuaram-se
                                                 intensas, contínuas e desordenadas
                                                 arborizações com eucalipto, tendo-se
                                                 criado a maior área de eucaliptal
                                                 contínuo da Europa. Sendo o pinheiro
                                                 resinoso e o eucalipto produtor de
                                                 óleos essenciais, produtos altamente
                                                 inflamáveis, com pinhais e eucaliptais
contínuos, os incêndios florestais tornaram-se não só frequentes, como também
incontroláveis. Desta maneira, o nosso país tem já algumas montanhas transformadas
em zonas desérticas.

      A eucaliptização desordenada e contínua e o êxodo rural tiveram como resultado
a desumanização das nossas montanhas pelo que, mal um incêndio florestal eclode,
não está lá ninguém para acudir de imediato e, quando se dá por ele, já vai devastador
e incontrolável.

      As duas medidas fundamentais, as que poderiam travar esta onda de incêndios
devastadores que nos tem assolado nas últimas décadas, seria a rehumanização das
montanhas, que pode ser feita com pessoal desempregado que, depois de ter
frequentado curtos "cursos de formação" durante o Inverno, iria vigiar as montanhas,
percorrendo áreas adequadas durante a Primavera e Verão. A outra medida
                                                                            Página 12 de 16
PROTECÇÃO AMBIENTAL – DESERTIFICAÇÃO


fundamental seria, após os incêndios, arrancar logo a toiça dos eucaliptos e replantar a
área com arborização devidamente ordenada. Isto porque os eucaliptos rebentam de
toiça logo a seguir ao fogo, renovando-se a área eucaliptada em meia dúzia de anos,
sem grande utilidade até porque o diâmetro da ramada de toiça não é rentável para as
celuloses. Mas como tal não se faz, essa mesma área de eucaliptal torna a arder
poucos anos após o primeiro incêndio e assim sucessivamente. Muitas vezes, essas
mesmas áreas são também invadidas por acácias ou mimosas, bastando para tal que
exista um acacial nas proximidades ou nas bermas das rodovias, pois as sementes das
acácias são resistentes aos fogos e o vento ajuda a dispersá-las por serem muito
leves. As acácias, como são heliófitas (plantas "amigas" do Sol), e não havendo
sombra de outras árvores após os incêndios, crescem depressa aproveitando a
luminosidade e ocupando aquele nicho ecológico antes das outras espécies se
desenvolverem.

       A sociedade cuja preocupação predominante é produzir cada vez mais, com
maior rapidez e o mais barato possível, as medidas propostas são economicamente
inviáveis por duas razões: primeiro, porque é preciso pagar aos vigilantes e respectivos
formadores; segundo, porque arrancar a toiça dos eucaliptos é muito dispendioso
(custa o correspondente ao lucro da venda de três cortes, isto é, o lucro de 30 anos). É
bom também elucidar que os eucaliptais só são lucrativos até ao terceiro corte (30
anos). Depois disso, estão a abandoná-los, o que os torna um autêntico "rastilho" ou,
melhor, um terrível "barril de pólvora", áreas onde os seus óleos essenciais, por
vaporização ao calor, são explosivos e, quando a madeira do eucalipto começa a arder,
provocam a explosão dos troncos e respectiva ramada, lançando ramos
incandescentes a grande distância. Este "fenómeno" tem sido bem visível nos nossos
"piroverões".

       Por outro lado, pelo menos uma destas medidas (arranque da toiça e
rearborização ordenada) não tem resultados imediatos mas a longo prazo.
Assim, sem resultados imediatamente visíveis e com uma despesa tão elevada, os
governos nunca vão adoptar tais medidas.
       Finalmente, após a referida delapidação técnica e funcional dos Serviços
Florestais (antigamente, os incêndios florestais eram quase sempre apagados logo no
início e apenas pelo pessoal e tecnologia dos Serviços Florestais), esqueceram-se da
conveniente profissionalização e apetrechamento dos bombeiros, melhor adaptados a
incêndios urbanos.
       Assim caminha-se rapidamente para um amplo deserto montanhoso, com a
planície, os vales e o litoral transformados num imenso acacial, tal como já acontece
em vastas áreas de Portugal.


8. DESPOVOAMENTO DO INTERIOR
Portugal entre os três países mais desertificados da Europa

                                                                            Página 13 de 16
PROTECÇÃO AMBIENTAL – DESERTIFICAÇÃO


       Mais de metade de Portugal corre o risco de desertificar. No espaço de duas
décadas, 66% do País pode transformar-se em solo árido, se nada for feito para
inverter a situação que se vive na actualidade um terço do território continental
encontra-se classificado como zona susceptível à desertificação.

       A aridez dos solos atinge a totalidade do interior algarvio e o Alentejo. Nesta
região, o fenómeno assume proporções quase dramáticas, na margem esquerda do
Guadiana, nos concelhos de Mértola, Castro Marim e Alcoutim. Mas a desertificação
não está confinada ao Sul do País. Todo o interior raiano, do Algarve a Trás-os-
Montes, está a ficar deserto, a nível de perda de potencial biológico dos solos. Mas não
só. Também é humana a desertificação do País.

       Vítor Louro, coordenador do Programa de Acção Nacional para Combate à
Desertificação (PANCD), aponta uma cadeia de factores que concorrem para o
empobrecimento da terra. Desde logo a susceptibilidade natural de algumas regiões,
aliada ao mau uso do solo, mas também os incêndios e reflorestações mal conduzidas.
A seca severa, que este ano afecta Portugal, é mais um elemento a contribuir para um
retrato pouco animador. João Corte-Real, da Universidade de Évora, embora recuse
apontar as alterações climáticas como causa da falta de chuva, admite que o
aquecimento global vai provocar períodos secos mais frequentes e longos.

       A desertificação não se explica só por factores físicos. Os problemas
socioeconómicos, que afastam as pessoas do interior para as cidades do litoral, deixam
as terras ao abandono e indefesas perante os incêndios que devoram centenas de
hectares e provocam forte erosão nos solos.

       Um cenário assustador. A dificuldade em desenvolver acções de combate e
mitigação da desertificação física do território "Em alguns locais escasseiam já os
destinatários para as iniciativas." Um exemplo flagrante é o concelho de Mação, no
centro do País, cuja sede está ironicamente situada a escassos 10 quilómetros de uma
auto-estrada.




9. CONCLUSÃO

        A desertificação gera vários problemas e prejuízos para o ser humano. Com a
formação de áreas áridas, a temperatura aumenta e o nível de humidade do ar diminui,
dificultando a vida do ser humano nestas regiões. Com o solo infértil, o
desenvolvimento da agricultura também é prejudicado, diminuindo a produção de
alimentos e aumentando a fome e a pobreza.

       O meio ambiente também é prejudicado com este processo. A formação de
desertos elimina a vida de milhares de espécies de animais e vegetais, pois modifica
radicalmente o ecossistema da região afectada.
                                                                            Página 14 de 16
PROTECÇÃO AMBIENTAL – DESERTIFICAÇÃO


       A desertificação também favorece o processo de erosão do solo, pois as plantas
e árvores não existem mais para "segurar" o solo.


Desertificação vai provocar migração de 50 milhões

       Um relatório compilado
pela Universidade das Nações
Unidas (UNU) revela que até
50 milhões de pessoas terão
de migrar nos próximos dez
anos       por    causa      da
desertificação    que    atinge
várias regiões do planeta.
É imprescindível que políticas
e práticas de agricultura
sustentável sejam postas em
prática o mais rápido possível
para reverter o processo de
desertificação.
       Só na África Subsaariana e na Ásia Central, os estudiosos estimam que dezenas
de milhões terão de deixar suas casas em busca de lugares menos inóspitos.



América Latina

        Os estudos apontam para que a desertificação ameaça 75% das terras áridas e
semi-áridas da América Latina, que constituem um quarto da superfície da região.
        Os pesquisadores criticam a forma como as políticas de combate ao avanço do
deserto têm sido postas em prática na região em que têm sido implementados a nível
dos Estados, limitando os resultados que poderiam ser alcançados se a política fosse
feita a nível colectivo.



Mudanças climáticas

                                                  A desertificação é um processo
                                            que leva à degradação das terras,
                                            tornando-as improdutivas.

                                                   Pode ser causada pela acção
                                            humana, entre outros factores. O uso
                                            incontrolado da terra para cultivos e
                                            pastagens, além do desmatamento,
                                            erosão e pouca irrigação, estão


                                                                          Página 15 de 16
PROTECÇÃO AMBIENTAL – DESERTIFICAÇÃO


transformando terras produtivas em desertos.

      As mudanças climáticas também são consideradas como um factor agravante do
processo. Para os estudiosos, “as alterações do clima estão fazendo da desertificação
o maior desafio ambiental dos nossos tempos”.

       Eles sugerem a implementação de práticas como o reflorestamento de terras
áridas, como forma de deter o avanço do deserto, além do uso da energia solar e do
incentivo ao eco turismo.




10. BIBLIOGRAFIA

Referências:

   •   World Day to Combat Desertification 2009;
   •   Food And Agriculture Organization of the United Nations: Desertification;
   •   U.S. Geological Survey : Desertification;
   •   Universidade Técnica de Lisboa: Investigação e Desenvolvimento para o
       Combate aos Fenómenos da Desertificação e Seca;
   •   Ciência Hoje (Portugal): Combate à desertificação no IST.




                                                                          Página 16 de 16

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  • 1. Desertificação é o fenómeno que corresponde à transformação de uma área num deserto. Segundo a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, a desertificação é "a degradação da terra nas regiões áridas, semi-áridas e sub- húmidas secas, resultante de vários factores, entre eles as variações climáticas e as actividades humanas". Considera-se áreas susceptíveis aquelas com índice de aridez entre 0,05 e 0,65. Nas últimas décadas vem ocorrendo um significativo aumento do processo de desertificação no mundo as principais áreas atingidas são: oeste da América do Sul, Oriente Médio, sul da África, noroeste da China, sudoeste dos Estados Unidos, Austrália e sul da Ásia. A ONU adoptou o dia 17 de Junho como o Dia Mundial de Combate à Desertificação. Portugal subscreveu a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação em Outubro de 1994. Desde então, o combate à Desertificação tem sido uma preocupação dos vários Governos. Hoje, a desertificação, tal como sucede com as alterações climáticas, é também um assunto global. Ambos constituem um “desafio global” para a nossa sociedade. Mais de metade de Portugal corre o risco de desertificar. No espaço de duas décadas, 66% do País pode transformar-se em solo árido, se nada for feito para inverter a situação que se vive na actualidade um terço do território continental encontra-se classificado como zona susceptível à desertificação.
  • 2. PROTECÇÃO AMBIENTAL – DESERTIFICAÇÃO Í NDICE 1. INTRODUÇÃO ---------------------------------------------------------------------------------------------3 2. DESERTO ---------------------------------------------------------------------------------------------------4 3. TIPOS DE DESERTO -----------------------------------------------------------------------------------4 4. DESERTIFICAÇÃO NO MUNDO --------------------------------------------------------------------7 5. DESERTIFICAÇÃO EM PORTUGAL ---------------------------------------------------------------8 6. ALENTEJO E ALGARVE ----------------------------------------------------------------------------- 10 7. OS INCÊNDIOS E A DESERTIFICAÇÃO ------------------------------------------------------- 11 8. DESPOVOAMENTO DO INTERIOR -------------------------------------------------------------- 13 9. CONCLUSÃO -------------------------------------------------------------------------------------------- 14 10. BIBLIOGRAFIA ------------------------------------------------------------------------------------------ 16 Página 2 de 16
  • 3. PROTECÇÃO AMBIENTAL – DESERTIFICAÇÃO 1. INTRODUÇÃO O termo desertificação tem sido muito utilizado para a perda da capacidade produtiva dos ecossistemas causada pela actividade humana. Devido às condições ambientais, as actividades económicas desenvolvidas numa região podem ultrapassar a capacidade de suporte e de sustentabilidade. O processo é pouco perceptível a curto prazo pelas populações locais. Há também erosão genética da fauna e flora, extinção de espécies e proliferação eventual de espécies exóticas. O que acontece é um processo em que o solo de determinados lugares começa a ficar cada vez mais estéril. Isso quer dizer que a terra perde seus nutrientes e a capacidade de fazer nascer qualquer tipo de vegetação, seja florestas naturais ou plantações feitas pelo homem. Sem vegetação, as chuvas vão rareando, o solo vai ficando árido e sem vida, e a sobrevivência fica muito difícil. Os moradores, agricultores, geralmente abandonam essas terras e vão procurar outro lugar para viver. No caso de desertos arenosos, origina-se a partir do empobrecimento do solo e consequente morte da vegetação. No caso dos desertos polares, a causa evidente é a temperatura extremamente baixa daquelas regiões. Nas regiões semi-áridas e semi-húmidas secas, a acção humana intensifica os processos de desertificação. As actividades agropecuárias insustentáveis são responsáveis pelos principais processos: a salinização de solos por irrigação, o sobre pastoreio e o esgotamento do solo pela utilização intensiva e insustentável dos recursos hídricos. O crescimento demográfico e a consequente demanda por energia e recursos naturais também exerce pressão pela utilização intensiva do solo e dos recursos hídricos. As consequências deste processo geram grandes problemas económicos. Em primeiro lugar, reduz a oferta de alimentos, além disto, há o custo de recuperação da área degradada. Do ponto de vista ambiental, a perda de espécies nativas é uma consequência funesta. Finalmente, os problemas sociais: a migração das populações para os centros urbanos, a pobreza, o desemprego e a violência. Isto gera um desequilíbrio entre as diversas regiões mundiais, uma vez que as áreas susceptíveis à desertificação encontram-se em regiões pobres, onde já há uma desigualdade social a ser vencida. Página 3 de 16
  • 4. PROTECÇÃO AMBIENTAL – DESERTIFICAÇÃO 2. DESERTO A maioria das classificações repousa numa combinação de número de dias de chuva por ano, a quantidade pluviométrica anual, temperatura, humidade e outros factores. Em 1953, Peveril Meigs dividiu as regiões desérticas da terra em três categorias, de acordo com o total de chuva que recebiam. Por este sistema, hoje amplamente aceite, terras extremamente áridas são as que têm pelo menos 12 meses consecutivos sem chuva; terras áridas têm menos de 250 milímetros de chuva anual, e terras semi-áridas têm uma média de precipitação anual entre 250 e 500 milímetros. As terras áridas e extremamente áridas são os desertos, e terras semi-áridas cobertas de gramíneas geralmente são chamadas de estepes. Aproximadamente 20% da superfície continental da Terra são desérticos. No entanto, a aridez sozinha não fornece uma descrição exacta do que é um deserto. Por exemplo: a cidade de Phoenix, no estado do Arizona nos EUA, recebe menos de 250 mm (10 polegadas) de chuva por ano, e é imediatamente reconhecida como sendo localizada em um deserto, apesar de ser altamente povoada. As paisagens desérticas têm alguns elementos em comum. O solo do deserto é principalmente composto de areia, e dunas podem estar presentes. Paisagens de solo rochoso são típicas, e reflectem o reduzido desenvolvimento do solo e a escassez de vegetação. As terras baixas podem ser planícies cobertas com sal. Os processos de erosão eólica (isto é, provocados pelo vento) são importantes factores na formação de paisagens desérticas. A sua vegetação é constituída por gramíneas e pequenos arbustos, é rala e espaçada, ocupando apenas lugares em que a pouca água existente pode se acumular (fendas do solo ou debaixo das rochas). As maiores regiões desérticas do globo situam-se na África (deserto do Saara) e na Ásia (deserto de Gobi). A diferença reside no processo de evapotranspiração. A evapotranspiração é a combinação de perda de água por evaporação atmosférica da água do solo, junto com a perda de água também em forma de vapor, através dos processos vitais das plantas. O potencial de evapotranspiração é, portanto, a quantidade de água que poderia evaporar numa dada região. A cidade de Tucson, no Arizona, recebe uns 300 mm (12 polegadas) anuais de chuva, no entanto, uns 2500 mm, (100 polegadas) de água poderiam evaporar no período de um ano. Em outras palavras, significa que quase 8 vezes mais água poderia evaporar da região do que normalmente cai. Já as taxas de evapotranspiração em regiões do Alasca são bastante inferiores; então, mesmo recebendo precipitações mínimas, estas regiões específicas são bem diferentes da definição mais simples de um deserto: um lugar onde a evaporação supera o total da precipitação pluviométrica. A principal característica de um deserto é a seca. 3. TIPOS DE DESERTO Página 4 de 16
  • 5. PROTECÇÃO AMBIENTAL – DESERTIFICAÇÃO Há diferentes formas de desertos. Desertos frios podem ser cobertos de neve; esses locais não recebem muita chuva, e a que cai permanece congelada como neve compacta. Essas áreas são comum entre chamadas de tundra, quando nelas existe uma curta estação com temperaturas acima de zero grau Celsius e alguma vegetação floresce neste período; ou de regiões de capa de gelo, se temperatura permanece abaixo do ponto de congelamento durante todo o ano, deixando o solo praticamente sem formas de vida. A maioria dos desertos não-polares ocorre por que eles têm pouquíssima água. A água tende a refrescar, ou pelo menos a moderar, os efeitos do clima onde ela é abundante. Em algumas partes do mundo, os desertos surgem devido à existência de barreiras à chuva, quando as massas de ar perdem a maior parte de sua humidade sobre uma cadeia de montanhas; outras áreas são áridas em virtude de serem muito distantes das fontes mais próximas de humidade (isto é verdade em algumas áreas do globo em latitudes médias, particularmente na Ásia). Desertos em regiões de ventos contra-alísios Os ventos contra-alísios ocorrem em duas faixas do globo divididas pela linha do Equador, e se formam pelo aquecimento do ar junto à região equatorial. Estes ventos secos dissipam a cobertura de nuvens, permitindo que mais luz do Sol aqueça o solo. A maioria dos grandes desertos da Terra está em regiões cruzadas por ventos contra-alísios. O maior deserto do nosso planeta, o Saara, no norte da África, que já experimentou temperaturas de 58 ° é um C, deserto de ventos contra-alísios. Desertos de latitudes médias Desertos de latitudes médias ocorrem entre os paralelos 30° e 50° Norte. e também na mesma faixa no hemisfério sul, em zonas de alta pressão subtropicais. Estes desertos estão em bacias de drenagem distantes dos oceanos e têm grandes variações de temperaturas anuais. O deserto de Sonora, no sudoeste da América do Norte é um típico deserto de latitude média. O deserto de Tengger, na China, é um outro exemplo. Desertos devido a barreiras ao ar húmido Página 5 de 16
  • 6. PROTECÇÃO AMBIENTAL – DESERTIFICAÇÃO Paisagem típica no Deserto de Negev, com areias de múltiplas cores e rios secos, ocasionalmente inundados no inverno por instantâneas enchentes. Desertos deste tipo formam-se devido a grandes barreiras montanhosas que impedem a chegada de nuvens húmidas às áreas de sotavento (ou seja, protegidas do vento, que traz a humidade). À medida que o ar sobe a montanha, a água precipita-se e o ar perde seu conteúdo húmido. Assim, um deserto forma-se do lado oposto. O deserto da Judeia em Israel e Palestina, são exemplos, assim como o deserto do Vale da Morte, nos EUA, que é formado pelos ventos Chinook que formam uma zona de sombra de chuva no local. Desertos costeiros Os desertos costeiros geralmente localizam-se nas extremidades ocidentais dos continentes próximas aos Trópicos de Câncer e de Capricórnio. Eles são afectados por correntes oceânicas costeiras frias, que correm paralelamente à costa. Devido aos sistemas de vento locais dominarem os ventos alísios, estes desertos são menos estáveis que os de outros tipos. No inverno, nevoeiros, produzidos por correntes frias ascendentes, frequentemente cobrem os desertos costeiros com um manto branco que bloqueia a radiação solar. Os desertos costeiros são relativamente complexos, pois eles são o produto de sistemas terrestres, oceânicos e atmosféricos. Um deserto costeiro, o Atacama, é o mais seco da Terra. Nele, uma chuva possível de ser medida - isto é, de um milímetro ou mais - pode ocorrer uma vez a cada cinco ou até a cada vinte anos. Dunas em forma de lua crescente são comuns em desertos costeiros, como o Namibe, na África, onde prevalecem os ventos do continente para o mar. Desertos de monção Página 6 de 16
  • 7. PROTECÇÃO AMBIENTAL – DESERTIFICAÇÃO "Monção," derivada de uma palavra árabe que significa "estação climática", refere-se a um sistema de ventos com acentuada reversão sazonal. As monções desenvolvem- se em resposta a variações de temperatura entre os continentes e os oceanos. Os ventos alísios do sul do Oceano Índico, por exemplo, despejam pesadas chuvas na Índia ao chegarem à costa. Conforme a monção cruza a Índia, ela perde sua humidade no lado oriental da cadeia montanhosa Aravalli. O deserto do Rajastão na Índia, e o deserto Thar no Paquistão, são parte de uma região de deserto de monção a oeste da cadeia de montanhas onde se cultivam mangos. 4. DESERTIFICAÇÃO NO MUNDO A pressão dos 6,2 bilhões de pessoas no mundo está, lentamente, a transformar terras produtivas em desertos em todos os continentes. O cultivo de terras marginais erodiu solos, enquanto cerca de 3 bilhões de cabeças de bois, ovelhas e cabras pressionaram os pastos além dos seus limites sustentáveis. No todo, a desertificação flagela um terço da superfície da Terra, afectando mais de 1 bilhão de pessoas em 110 países. Embora os desertos normalmente se expandam e contraiam, a aceleração da desertificação induzida pela actividade humana está afectando rapidamente economias rurais. Anualmente, os desertos conquistam milhões de hectares de terras agrícolas e pastagens. O risco de desertificação atinge 33% da superfície terrestre, envolvendo uma população de 2,6 bilhões de pessoas. A África com quase metade de seu território em perigo é o continente mais vulnerável, porém imagens de satélite e relatórios locais confirmam que a desertificação é generalizada através de todas as terras secas mundiais. São 200 milhões de pessoas atingidas pelo processo na região subsaariana. A degradação nos vários países subsaarianos varia de 20% a 50% do território. Página 7 de 16
  • 8. PROTECÇÃO AMBIENTAL – DESERTIFICAÇÃO O processo de desertificação ocorrido no continente africano é proveniente, segundo relatórios da ONU, da ocupação humana em regiões de clima semi-árido, árido e sub- húmido, ocupando-as com o cultivo da monocultura. Essa prática retira toda camada de vegetação, deixando o solo exposto, propício a fragmentar-se pelo vento e água, por tratar-se de um solo arenoso é facilmente dispersado, iniciando assim o processo de desertificação. O caso mais evidente desse processo está ao sul do Saara, em uma região chamada de Sahel, nessa região o problema cresce de forma assustadora, as causas são as ações antrópicas (ações humanas). No Sahel acontece atualmente a migração de pessoas para outras áreas como consequência desse problema ambiental. A sul do deserto do Saara estão localizados alguns dos países mais pobres do planeta, como Mali, Niger, Chade e o Sudão, em toda a região adjacente ao deserto a destruição vegetal provoca assoreamento dos rios, lagoas e lagos e acelera o processo, atingindo áreas que até então eram férteis. Essa destruição dá-se por causa da produção de carvão vegetal, da agricultura de subsistência tradicional que não leva em conta os cuidados ambientais e as técnicas que são menos degradantes. Na Ásia e na América Latina, são 357 milhões de hectares afectados. A cada ano, perde-se 2,7 bilhões de toneladas de solo. As adaptações a estas mudanças provocam mais pressões sobre o uso do solo, aumentando sua degradação pelo uso inadequado. Em Agosto de 2010, a ONU lançou a Década da ONU sobre Desertos e de Combate à Desertificação, a fim de fortalecer o combate ao processo e consciencializar sobre a questão. 5. DESERTIFICAÇÃO EM PORTUGAL Portugal é um dos países afectados pela desertificação, em parte devido à aridez do seu clima, caracterizado por 3 a 5 meses secos / ano, tal como outros Países da região Mediterrânica. A zona de maior susceptibilidade à desertificação em Portugal é o sul e interior do País, onde os índices de aridez são mais elevados e os solos apresentam maior risco de erosão, esse risco é praticamente nulo nas regiões acima do rio Tejo, mas abaixo do mesmo esse risco torna-se evidente. As regiões do Alentejo e Algarve sofrem uma grande pressão hidrográfica devido a falta de pluviosidade, prática agrícola excessiva (Alentejo), e demasiadas infra-estruturas turísticas (Algarve). A diminuição da produtividade biológica devido à desertificação no Interior e no Sul do País, está também associada a uma diminuição da produtividade económica, o que poderá contribuir para acelerar o despovoamento rural. Página 8 de 16
  • 9. PROTECÇÃO AMBIENTAL – DESERTIFICAÇÃO O sobral e os bosques de sobreiro, formando sistemas ecológica e economicamente sustentáveis funcionam como um importante instrumento de prevenção contra a desertificação. De facto, desde que adequadamente geridos, estes sistemas, geram níveis elevados de biodiversidade, melhoram a matéria orgânica dos solos, contribuem para a regulação do ciclo hidrológico e impedem a sua degradação. O sobreiro como espécie prioritária, pela sua importância para o combate à desertificação e às alterações climáticas é uma estratégia de intervenção no combate à desertificação e às alterações climáticas. Na região Alentejana, para combater a falta de pluviosidade, foi construída a barragem do Alqueva (não foi a única razão para a sua construção), de modo a criar o maior lago artificial da Europa. Esse lago permitiu a irrigação dos campos agrícolas envolventes, sem a necessidade de utilizar fontes de água primitivas, esperando-se assim reduzir a susceptibilidade dos solos nesta região. Já no Algarve, devido aos campos de golfe e outras infra-estruturas turísticas como as piscinas, o governo português implementou algumas políticas de modo a restringir o uso de água para estas actividades. A degradação do solo em Portugal é essencialmente levada a cabo pela construção em solos agrícolas de bom potencial, pela degradação química (como sejam a salinização, contaminação por nitratos e metais pesados), pela degradação física por destruição da matéria orgânica e pela erosão, em especial a hídrica. As características mediterrâneas do clima português fazem com que o território tenha zonas semi-áridas e sub-húmidas secas. Com uma variabilidade espacial da pluviosidade, as regiões do nordeste apresentam maiores valores e as de menor pluviosidade são a Terra Quente, a faixa litoral a Sul e a região do Guadiana. É também de ter em conta a variabilidade inter- anual do clima, em que ocorrem com cada vez mais frequência longos anos de seca. A temperatura média anual está a aumentar, apresentando taxas de aquecimento acima da média global. Verifica-se igualmente uma redução da precipitação de Primavera (principalmente no mês de Março) com o aumento de variabilidade de Inverno e maior frequência de seca. O período seco inicia-se mais cedo e a Página 9 de 16
  • 10. PROTECÇÃO AMBIENTAL – DESERTIFICAÇÃO precipitação de Outono vai aumentar o risco de erosão, pois o solo ainda não tem coberto vegetal. A precipitação extrema conduz igualmente à erosão dos solos. Estima-se que, nos próximos 20 anos, mais de metade do território do País corra o risco de ficar deserto e seco. Cerca de um terço do território já se encontra afectado pela desertificação, alerta a Liga para a Protecção da Natureza (LPN). Portugal é um dos países onde a desertificação tem especial relevância, com cerca de 60% do território susceptível à desertificação e à seca, em resultado das nossas condições climáticas, geológicas e do tipo de cobertura vegetal, mas também em resultado do nosso modelo de ordenamento do território. As zonas já atingidas pela desertificação são o Alentejo, o interior algarvio e toda a fronteira com Espanha, do Algarve a Trás-os-Montes. Nestas regiões a desertificação é grave não só ao nível dos solos como da população. 6. ALENTEJO E ALGARVE As primeiras vítimas da desertificação A influência das alterações climáticas na desertificação não é certa, mas sim a maneira como o homem trata os solos. As grandes searas de trigo alentejanas podem desaparecer. E em seu lugar ficará um inóspito deserto com a terra sulcada. Será este o cenário, caso nada se faça contra o avanço da desertificação. Mas já há zonas em perigo iminente. Na serra do Caldeirão já se nota uma elevada mortalidade entre a flora, como nos sobreiros", avisa Luís Silva, do Fundo Mundial para a Natureza (WWF). Alentejo e Algarve serão, aliás, as primeiras zonas do País a sofrer com a desertificação, fenómeno que já foi assumido pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) como "um dos maiores desafios ambientais da actualidade. Não há dúvidas de que as alterações climáticas potenciam a desertificação, como pode ser notado pelo estado do tempo que se faz sentir em Portugal. Há mais ondas de calor, que provocam incêndios florestais, o principal factor de desertificação. Além disso, o Alentejo e o Algarve são zonas com menor precipitação e uma temperatura elevada durante o ano todo, sendo por isso as mais afectadas pela desertificação. João Corte-Real, professor de Física da Universidade de Évora e especialista em desertificação, defende que o clima interfere na desertificação, chamando a atenção para as fortes chuvas que se fazem sentir em pequenos períodos de tempo: "As chuvadas provocam a erosão dos solos, como quando se deita um balde de água sobre a terra." No entanto, já em relação às alterações climáticas e aos seus efeitos na desertificação, o professor de física admite não existirem certezas absolutas. "Não é totalmente fundamentado por estudos que a desertificação seja causada pelas mudanças climáticas", diz. No entanto, acrescenta: "Há indícios em Portugal Página 10 de 16
  • 11. PROTECÇÃO AMBIENTAL – DESERTIFICAÇÃO continental que a partir dos anos 70 passaram a haver períodos de seca de cinco em cinco anos.” De facto, no País assume importância estratégica na degradação dos territórios, não só os solos, como as suas águas, os seus habitantes, as suas paisagens, a flora e fauna, influenciando negativamente o desenvolvimento regional e rural. O fenómeno da desertificação não se encontra cingido ao sul do país. A desertificação física e humana é preocupante em toda a região interior junto à fronteira com Espanha. O agravamento dos efeitos da seca, os incêndios florestais e o despovoamento do interior são algumas das causas que contribuem para a crescente desertificação do território. Refira-se ainda, neste contexto, segundo enfatiza a LPN, o crescimento urbano indevido em terras com potencial agrícola e a degradação dos solos devido à poluição e a uma utilização incorrecta. O AGRAVAMENTO DOS EFEITOS DA SECA OS INCÊNDIOS FLORESTAIS Principais causas que contribuem para a crescente desertificação do território. O DESPOVOAMENTO DO INTERIOR A DEGRADAÇÃO DOS SOLOS DEVIDO À POLUIÇÃO 7. OS INCÊNDIOS E A DESERTIFICAÇÃO Página 11 de 16
  • 12. PROTECÇÃO AMBIENTAL – DESERTIFICAÇÃO Antes da última glaciação, Portugal estava coberto por uma floresta sempre- verde (laurisilva). Durante essa glaciação a descida drástica da temperatura fez desaparecer quase por completo essa laurisilva, tendo sido substituída por uma cobertura florestal semelhante à actual taiga. Após o período glaciar, a temperatura voltou a subir, ficando o país com um clima temperado como o actual. Assim, a floresta glaciar foi substituída por florestas mistas (fagosilva) de árvores sempre-verdes (algumas delas relíquias da laurisilva) e outras caducifólias, transformando o país num imenso carvalhal caducifólio (alvarinho e negral) a norte, marcescente (cerquinho) no centro e perenifólio (azinheira e sobreiro) para sul, com uma faixa litoral de floresta dominada pelo pinheiro-manso e os cumes das montanhas mais frias com o pinheiro- da-casquinha. Por destruição dessas florestas, particularmente com a construção das naus (três a quatro mil carvalhos por nau) durante os Descobrimentos (cerca de duas mil naus num século) e da cobertura do país com vias-férreas (travessas de madeira de negral ou de cerquinho para assentar os carris), as nossas montanhas passaram a estar predominantemente cobertas por matos de urzes ou torgas, giestas, tojos e carqueja. A partir do século XIX, após a criação dos "Serviços Florestais", foram artificialmente rearborizaras com pinheiro-bravo, tendo-se criado a maior mancha contínua de pinhal na Europa. A partir da segunda década do século XX, apesar dos alertas ambientalistas, efectuaram-se intensas, contínuas e desordenadas arborizações com eucalipto, tendo-se criado a maior área de eucaliptal contínuo da Europa. Sendo o pinheiro resinoso e o eucalipto produtor de óleos essenciais, produtos altamente inflamáveis, com pinhais e eucaliptais contínuos, os incêndios florestais tornaram-se não só frequentes, como também incontroláveis. Desta maneira, o nosso país tem já algumas montanhas transformadas em zonas desérticas. A eucaliptização desordenada e contínua e o êxodo rural tiveram como resultado a desumanização das nossas montanhas pelo que, mal um incêndio florestal eclode, não está lá ninguém para acudir de imediato e, quando se dá por ele, já vai devastador e incontrolável. As duas medidas fundamentais, as que poderiam travar esta onda de incêndios devastadores que nos tem assolado nas últimas décadas, seria a rehumanização das montanhas, que pode ser feita com pessoal desempregado que, depois de ter frequentado curtos "cursos de formação" durante o Inverno, iria vigiar as montanhas, percorrendo áreas adequadas durante a Primavera e Verão. A outra medida Página 12 de 16
  • 13. PROTECÇÃO AMBIENTAL – DESERTIFICAÇÃO fundamental seria, após os incêndios, arrancar logo a toiça dos eucaliptos e replantar a área com arborização devidamente ordenada. Isto porque os eucaliptos rebentam de toiça logo a seguir ao fogo, renovando-se a área eucaliptada em meia dúzia de anos, sem grande utilidade até porque o diâmetro da ramada de toiça não é rentável para as celuloses. Mas como tal não se faz, essa mesma área de eucaliptal torna a arder poucos anos após o primeiro incêndio e assim sucessivamente. Muitas vezes, essas mesmas áreas são também invadidas por acácias ou mimosas, bastando para tal que exista um acacial nas proximidades ou nas bermas das rodovias, pois as sementes das acácias são resistentes aos fogos e o vento ajuda a dispersá-las por serem muito leves. As acácias, como são heliófitas (plantas "amigas" do Sol), e não havendo sombra de outras árvores após os incêndios, crescem depressa aproveitando a luminosidade e ocupando aquele nicho ecológico antes das outras espécies se desenvolverem. A sociedade cuja preocupação predominante é produzir cada vez mais, com maior rapidez e o mais barato possível, as medidas propostas são economicamente inviáveis por duas razões: primeiro, porque é preciso pagar aos vigilantes e respectivos formadores; segundo, porque arrancar a toiça dos eucaliptos é muito dispendioso (custa o correspondente ao lucro da venda de três cortes, isto é, o lucro de 30 anos). É bom também elucidar que os eucaliptais só são lucrativos até ao terceiro corte (30 anos). Depois disso, estão a abandoná-los, o que os torna um autêntico "rastilho" ou, melhor, um terrível "barril de pólvora", áreas onde os seus óleos essenciais, por vaporização ao calor, são explosivos e, quando a madeira do eucalipto começa a arder, provocam a explosão dos troncos e respectiva ramada, lançando ramos incandescentes a grande distância. Este "fenómeno" tem sido bem visível nos nossos "piroverões". Por outro lado, pelo menos uma destas medidas (arranque da toiça e rearborização ordenada) não tem resultados imediatos mas a longo prazo. Assim, sem resultados imediatamente visíveis e com uma despesa tão elevada, os governos nunca vão adoptar tais medidas. Finalmente, após a referida delapidação técnica e funcional dos Serviços Florestais (antigamente, os incêndios florestais eram quase sempre apagados logo no início e apenas pelo pessoal e tecnologia dos Serviços Florestais), esqueceram-se da conveniente profissionalização e apetrechamento dos bombeiros, melhor adaptados a incêndios urbanos. Assim caminha-se rapidamente para um amplo deserto montanhoso, com a planície, os vales e o litoral transformados num imenso acacial, tal como já acontece em vastas áreas de Portugal. 8. DESPOVOAMENTO DO INTERIOR Portugal entre os três países mais desertificados da Europa Página 13 de 16
  • 14. PROTECÇÃO AMBIENTAL – DESERTIFICAÇÃO Mais de metade de Portugal corre o risco de desertificar. No espaço de duas décadas, 66% do País pode transformar-se em solo árido, se nada for feito para inverter a situação que se vive na actualidade um terço do território continental encontra-se classificado como zona susceptível à desertificação. A aridez dos solos atinge a totalidade do interior algarvio e o Alentejo. Nesta região, o fenómeno assume proporções quase dramáticas, na margem esquerda do Guadiana, nos concelhos de Mértola, Castro Marim e Alcoutim. Mas a desertificação não está confinada ao Sul do País. Todo o interior raiano, do Algarve a Trás-os- Montes, está a ficar deserto, a nível de perda de potencial biológico dos solos. Mas não só. Também é humana a desertificação do País. Vítor Louro, coordenador do Programa de Acção Nacional para Combate à Desertificação (PANCD), aponta uma cadeia de factores que concorrem para o empobrecimento da terra. Desde logo a susceptibilidade natural de algumas regiões, aliada ao mau uso do solo, mas também os incêndios e reflorestações mal conduzidas. A seca severa, que este ano afecta Portugal, é mais um elemento a contribuir para um retrato pouco animador. João Corte-Real, da Universidade de Évora, embora recuse apontar as alterações climáticas como causa da falta de chuva, admite que o aquecimento global vai provocar períodos secos mais frequentes e longos. A desertificação não se explica só por factores físicos. Os problemas socioeconómicos, que afastam as pessoas do interior para as cidades do litoral, deixam as terras ao abandono e indefesas perante os incêndios que devoram centenas de hectares e provocam forte erosão nos solos. Um cenário assustador. A dificuldade em desenvolver acções de combate e mitigação da desertificação física do território "Em alguns locais escasseiam já os destinatários para as iniciativas." Um exemplo flagrante é o concelho de Mação, no centro do País, cuja sede está ironicamente situada a escassos 10 quilómetros de uma auto-estrada. 9. CONCLUSÃO A desertificação gera vários problemas e prejuízos para o ser humano. Com a formação de áreas áridas, a temperatura aumenta e o nível de humidade do ar diminui, dificultando a vida do ser humano nestas regiões. Com o solo infértil, o desenvolvimento da agricultura também é prejudicado, diminuindo a produção de alimentos e aumentando a fome e a pobreza. O meio ambiente também é prejudicado com este processo. A formação de desertos elimina a vida de milhares de espécies de animais e vegetais, pois modifica radicalmente o ecossistema da região afectada. Página 14 de 16
  • 15. PROTECÇÃO AMBIENTAL – DESERTIFICAÇÃO A desertificação também favorece o processo de erosão do solo, pois as plantas e árvores não existem mais para "segurar" o solo. Desertificação vai provocar migração de 50 milhões Um relatório compilado pela Universidade das Nações Unidas (UNU) revela que até 50 milhões de pessoas terão de migrar nos próximos dez anos por causa da desertificação que atinge várias regiões do planeta. É imprescindível que políticas e práticas de agricultura sustentável sejam postas em prática o mais rápido possível para reverter o processo de desertificação. Só na África Subsaariana e na Ásia Central, os estudiosos estimam que dezenas de milhões terão de deixar suas casas em busca de lugares menos inóspitos. América Latina Os estudos apontam para que a desertificação ameaça 75% das terras áridas e semi-áridas da América Latina, que constituem um quarto da superfície da região. Os pesquisadores criticam a forma como as políticas de combate ao avanço do deserto têm sido postas em prática na região em que têm sido implementados a nível dos Estados, limitando os resultados que poderiam ser alcançados se a política fosse feita a nível colectivo. Mudanças climáticas A desertificação é um processo que leva à degradação das terras, tornando-as improdutivas. Pode ser causada pela acção humana, entre outros factores. O uso incontrolado da terra para cultivos e pastagens, além do desmatamento, erosão e pouca irrigação, estão Página 15 de 16
  • 16. PROTECÇÃO AMBIENTAL – DESERTIFICAÇÃO transformando terras produtivas em desertos. As mudanças climáticas também são consideradas como um factor agravante do processo. Para os estudiosos, “as alterações do clima estão fazendo da desertificação o maior desafio ambiental dos nossos tempos”. Eles sugerem a implementação de práticas como o reflorestamento de terras áridas, como forma de deter o avanço do deserto, além do uso da energia solar e do incentivo ao eco turismo. 10. BIBLIOGRAFIA Referências: • World Day to Combat Desertification 2009; • Food And Agriculture Organization of the United Nations: Desertification; • U.S. Geological Survey : Desertification; • Universidade Técnica de Lisboa: Investigação e Desenvolvimento para o Combate aos Fenómenos da Desertificação e Seca; • Ciência Hoje (Portugal): Combate à desertificação no IST. Página 16 de 16