A Revolta dos Malês foi um levante de escravos muçulmanos da etnia iorubá em Salvador em 1835. Os Malês planejaram uma revolta para derrubar o governo e estabelecer uma monarquia islâmica, porém seu plano foi delatado e eles tiveram que iniciar o levante de forma precipitada, sendo derrotados pelas tropas imperiais, com cerca de 70 Malês mortos. A rebelião demonstrou a resistência dos escravos à opressão do sistema escravista.
2. Afinal, quem são os Malês?
A expressão malê vem de imalê, que na língua iorubá, idioma
nativo da África Ocidental significa muçulmano. Portanto os
malês eram especificamente os muçulmanos de língua iorubá e
que também eram alfabetizados em árabe.
Foram os primeiros muçulmanos a pisar no Brasil.
3. Entenda melhor ...
• O que é o islamismo?
Maiores religiões existentes.
Fundado pelo Profeta Maomé.
É a verdade que Alá (Deus) revelou a Maomé (Profeta).
Os muçulmanos acreditam:
-No fim do mundo.
-Em apenas um deus: Alá
-No juízo final.
Quando Maomé morreu a mensagem dele foi preservada
no Alcorão
4. - Os segredos de Alá revelados ao Profeta Maomé
- Quando mais rápido uma pessoa lê o Alcorão, é mais
certeza de alcançar o paraíso.
- Eles rezam 5 vezes ao dia.
- Sempre virados para a cidade de Meca.
- Templo de Caaba.
Alcorão
5.
6. RAMADÃO
. Período de renovação da fé,
. Prática mais intensa da
caridade
. Maior proximidade dos
valores sagrados
. Leitura mais assídua do
Alcorão
. Correção pessoal e
autodomínio.
Mês do ritual de jejum,
sempre em que eles ficam
sem comida, bebida, sem
relações sexuais e sem
pensamentos negativos. Só
quem come e faz tudo são as
grávidas, idosos e crianças.
7. A Revolta dos Malês
Com essas breves explicações, partiremos para o que nos trouxe até aqui.
A guerra dos Revoltosos.
8. . Trazidos para a Bahia – traficados
. Obrigados a servir seus “senhores”
.Por serem extremantes inteligentes,
podiam fazer trabalhos para outras
pessoas além de seus “proprietários”.
. Eram chamados de Negros de Ganho
ou Escravos de Ganho.
.Exerciam tarefas remuneradas (ex.:
alfaiates, pequenos comerciantes,
artesãos e carpinteiros)
.Entregavam ao seu “senhor” uma
quota diária do pagamento recebido.
.Pagavam apenas uma parte para o seu
senhor, ficando com a outra parte, a
maioria deles conseguia assim pagar a
sua alforria.
. Imposição do Catolicismo
.Não havia liberdade religiosa
escondidos continuavam suas orações e
com seus costumes do islã
.Eles se reunião nas casas dos escravos
já libertos para realizarem suas orações.
A Bahia vivia em uma época de grandes
insurreições.
9. •Razões/Motivos para a Revolta
-Preconceito
-Dificuldade de ascenderem socialmente
ALGUNS HISTORIADORES AFIRMAM QUE ALGUNS DONOS DE ESCRAVOS,
CASTRAVAM OS HOMENS, CORTAVAM O BICO DOS SEIOS DAS MULHERES.
TINHA MÉDICOS QUE FAZIAM EXPERIÊNCIAS COM CRIANÇAS.
Os revoltosos da época eram cerca de 1.500 estavam insatisfeitos com:
- Escravidão dos Africanos
-Imposição do Catolicismo.
-O preconceito voltado para eles.
-Logo depois, a mesquita de Vitória – o reduto dos muçulmanos – foi destruída e
dois importantes líderes religiosos da região foram presos.
-As autoridades haviam proibido qualquer tipo de manifestação religiosa que não
fosse católica.
10. Pacifico Licutan, que ensinava aos demais escravos os costumes islâmicos e os
ensinava a língua árabe, fora preso, pois o seu “senhor” não pagou suas as dividas aos
frades e fora levado como pagamento, sendo preso na cadeia.
Num primeiro momento os escravos juntaram o dinheiro para tirar Licutan da prisão,
porém as autoridades não aceitaram.
Daí mais um motivo que os levou a programar um motim para o dia 25 de janeiro de
1835, logo após o mês do Ramadão.
11. Por serem Negros do Ganho, tinham “certa facilidade para andarem pela ruas, apesar da
violência.
•Pai Inacio
•Ahuna
•Manuel Calafate
•Luiza Mahin
12. O plano foi “tomando corpo” de forma gradual. De inicio, os
escravos ajudavam uns aos outros, organizando formas de
pagar a alforria de escravos que ainda estavam presos.
Depois, compraram armas e munições. Alguns deles, tinham
experiências com armas, o que dava maiores esperanças aos
malês.
15. Todo o plano foi escrito em árabe. Eles eram muito organizados.
O plano era aproveitar a festa de Nossa Senhora da Guia, na igreja do Bonfim, no dia 25
de janeiro, fim do Ramadã, e data que conforme a tradição local os africanos ficariam
livres da vigilância dos seus senhores, para reunir uma coluna rebelde na Vitória (BA).
A ideia dos malês era libertar o líder espiritual Licutan e os escravos ainda presos,
render e matar e confiscar todos os bens dos brancos e mulatos, fazer de alguns seus
escravos e fazer a implantação de uma monarquia islâmica por toda a extensão da
Bahia, acabando com a imposição católica.
Aqui vale a pena frisar que os crioulos e pardos nascidos no Brasil também eram tidos
como inimigos pelos rebeldes africanos.
Além dos escravos malês, também participaram (em menor numero), alguns escravos
nagôs e haussás, também da África Ocidental.
16. •Os escravos foram delatados para o
Juiz de Paz de Salvador.
•Cercaram os revoltosos na casa de
Manuel Calafate, na Ladeira da Praça.
*Na madrugada do dia 25 de janeiro, o
juiz, o tenente e dois soldados
chegaram à porta dos rebeldes.
*Não contavam com uma surpresa:
cerca de 60 rebeldes estavam naquela
casa.
*Os saldados ao tentarem forçar a porta
para entrar foram surpreendidos com
um grande número de escravos que
estavam armados e saíram gritando
“mata soldado”!
DELATADOS
Há controvérsias sobre quem foi o autor da delação,
mas o fato é que o plano dos malês foi delatado para
o Juiz, e este rapidamente acionou os soldados das
forças oficiais que, bem preparados e armados,
17. Descobertos antes da hora, os malês tiveram que iniciar o seu levante ali
mesmo, na madrugada do dia 25. Portando espadas e amuletos –
principalmente papéis com trechos do Alcorão e rezas fortes bem dobrados
foram colocados em bolsinhas de couro costuradas -, eles vestiram-se de
branco para ir às ruas. E uma de suas armas mais forte foi a capoeira!
A maioria das armas eram espadas, o que desequilibrava a luta, favorecendo as
tropas do governo, munidas de armas de fogo.
Mas o que impressionou as autoridades da época é que apesar do desespero de
ter que fazer a revolução às pressas, os rebeldes Malês procuraram seguir a
tática estabelecida nos planos iniciais da revolta: eles queriam se apossar de
toda região do Recôncavo.
18. Depois de afugentar os soldados, uma parte dos revoltosos
saiu pelas ruas acordando os companheiros e convocando-os
para a luta, enquanto a maioria deles foi até a prisão, no
subsolo da Câmara Municipal, para conseguir armas, novas
adesões e libertar
Pacífico Licutan.
A tentativa fracassou: no confronto, muitos insurgentes e
alguns guardas saíram feridos.
Novamente em marcha, o grupo fez uma pausa no Convento
das Mercês, onde tinham um aliado.
Os escravos queria chegar aos engenhos e assim se
encontrarem com os escravos que viviam próximos a
Salvador, mas para isso era necessário passar pelo passar
pelo Quartel da Cavalaria, em Água de Meninos. Aí, a
situação se inverteu: os rebeldes pela primeira vez não
queriam atacar o quartel, mas apenas passar, enquanto os
soldados tomaram a iniciativa de atacar os revoltosos. O
19. Os revoltososinvadiramlocais
como: Praça do Palácio( onde se encontrava a Câmara Municipal)
Terreiro de Jesus
Pelourinho
Largo do Teatro ( Praça Castro Alves)
Forte de São Pedro
Quartel da Lapa (Atual Colégio Central)
A Barroquinha
Cidade Baixa
Taboão
20. Os negros malês foram derrotados.
A rebelião acabou com aproximadamente 7 mortos do lado das tropas
imperiais e cerca de 70 do lado dos malês.
Alguns foram mortos, outros aprisionados, condenados à morte,
deportados de volta à África.
Qual teria sido o destino da rebelião, se ela tivesse sido vitoriosa.
Nem todos os africanos muçulmanos existentes na Bahia em 1835
participaram da revolta.
As autoridades usaram a posse de papéis malês como prova de
rebeldia e por isso muitos inocentes foram presos e condenados.
O enredo mostra a resistência permanente de homens e mulheres
vivendo seus anseios e limites numa sociedade escravista fortemente
marcada pela exclusão social e racial.
Mesmo com a revolta dos malês esmagada pelas forças imperiais, o
movimento serviu para demonstrar que havia
FORÇA ENTRE OS NEGROS.