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SCI ENCE
D E N T I S T R Y i n
FULL Dentistry in Science. 2011; 2(7). Artigo Original (Original Articles)
Associando o clareamento de consultório com o
caseiro para aumentar a longevidade- relato de caso
Associating in-office and at-home dental bleaching to improve
longevity: case report
Márcia Rezende Siqueira1
Eluise Rezende2
Abraham Lincoln Calixto3
Stella Kossatz4
Resumo
Clareamento dental com peróxido de hidrogênio e peróxido de carbamida tem sido ampla-
mente utilizado pelos cirurgiões-dentistas para o clareamento dental. Independentemente da
técnica de clareamento utilizada, há regressão da cor após o tratamento, porém, observa-se
que o clareamento associado mantém os resultados ao longo do tempo, além de potencializar o
efeito clareador. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi demonstrar a execução de um caso
clínico, em um paciente portador de escurecimento dental generalizado. Foi utilizado a técnica
do clareamento dental associado, com peróxido de hidrogênio 35% Mix One Supreme (Villevie,
Joinville, Santa Catarina, Brasil) e peróxido de hidrogênio 6% (Mix Day, Villevie, Joinville, Santa
Catarina, Brasil) avaliando a efetividade do clareamento imediatamente após o tratamento e a
estabilidade da cor após 1 mês e 6 meses da finalização do caso. Significância clínica: a associação
entre o clareamento caseiro e o clareamento de consultório pode potencializar o efeito clarea-
dor além de melhorar a estabilidade da cor ao longo do tempo.
Descritores: Clareamento de dente, Peróxido de hidrogênio, estética.
Abstract
Dental bleaching with hydrogen peroxide and carbamide peroxide has been widely used by
dentists for dental bleaching.Regardless of the bleaching technique used is a regression of color
after treatment, but it was observed that bleaching associated with maintaining the results over
time, and enhance the bleaching effect. Thus, the objective was to demonstrate the implemen-
tation of a clinical case in a patient with generalized dental browning. We used the technique of
bleaching associated with hydrogen peroxide 35% Mix One Supreme (Villevie, Joinville, Santa
Catarina, Brazil) and hydrogen peroxide 6% (Mix Day, Villevie, Joinville, Santa Catarina, Brazil),
evaluating the effectiveness immediately after the bleaching treatment and color stability after
1 month and 6 months of completion of the case. Clinical significance: the association between
tooth bleaching and whitening office whitening can enhance the effect and improves the stability
of color over time.
Descriptors: Tooth bleaching, hydrogen peroxide, aesthetics.
1
Mestranda em Dentística Restauradora pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
2
Doutoranda em Clínica Odontológica pela Faculdade São Leopoldo Mandic.
3
Professor Adjunto da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
4
Profa
. Associada do Depto de Odontologia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
Correspondência com o autor: mfssiqueira@uol.com.br
Recebido: 20/04/2011
Aceito: 23/05/2011
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SCIENCE
D E N T I S T R Y i n
FULL Dentistry in Science. 2011; 2(7).
Introdução
Clareamento vital é um dos procedimentos estéti-
cos mais requisitados na odontologia, por ser um tra-
tamento conservador e eficaz. Lima; Tay3
(2009). Para
o tratamento clareador vital pode-se utilizar várias con-
centrações de peróxido de hidrogênio ou carbamida e
este pode ser realizado em casa com auxílio de mol-
deiras, no consultório com ou sem ativação de luz ou
pela combinação destas duas modalidades. Azevedo;
Marson6
(2006).
Para o clareamento caseiro utiliza-se como agente
oxidante o peróxido de hidrogênio ou carbamida em
baixa concentração, por um período de tempo maior
quando comparado com o clareamento de consultório,
onde é aplicada uma concentração mais alta do produto
por menos tempo. Sulieman at al.7
(2006) .
Resultados satisfatórios são obtidos com as duas
técnicas de clareamento. Zekonis; Kim9
(2000). Porém,
a associação entre elas, além de garantir um excelen-
te resultado final, confere maior estabilidade de cor ao
longo do tempo, visto que após o uso apenas do clare-
amento em consultório há um retorno significativo da
cor em curto prazo. Buchalla at al.10
(2007).
A associação das técnicas potencializa o clareamen-
to Deliperi et al.11
(2004) e pode ser empregada em
casos em que os dentes se apresentam muito escure-
cidos ou o paciente tenha urgência pelo clareamento.
Rodrigues14
(2003). Obviamente, o correto diagnóstico
do escurecimento dental está intimamente relacionado
com o êxito do tratamento. Para alcançar resultados sa-
tisfatórios o profissional deve selecionar a técnica mais
apropriada bem como o produto indicado para o caso.
Watts at al.15
(2001).
Assim, este trabalho demonstra clinicamente por
meio da realização de um caso clínico, a utilização da
técnica de clareamento dental associada, que consiste
da associação da técnica de clareamento em consultó-
rio e caseiro, ou seja, utilizando-se peróxido de hidro-
gênio 35% Mix One Supreme (Villevie, Joinville, Santa
Catarina, Brasil) e peróxido de hidrogênio 6% (Mix
Day, Villevie, Joinville, Santa Catarina, Brasil). Foi ava-
liado a efetividade do clareamento imediatamente após
o tratamento e a estabilidade da cor após 1 mês e 6
meses da finalização do caso.
Relato de caso
A paciente F.S.M., 28 anos, gênero feminino, procu-
rou atendimento odontológico na Clínica da Faculdade
de Odontologia da UEPG/PR, relatando insatisfação
com a cor de seus dentes (Figura 1) e o desejo tê-los
mais brancos.
Após anamnese, exame clínico e radiográfico foi
proposto ao paciente a realização do clareamento as-
sociado, iniciando pela técnica em consultório para
potencializar os resultados e complementando com a
técnica caseira.
Após moldagem das arcadas superior e inferior e
obtenção do modelo de trabalho com gesso pedra, foi
confeccionado as moldeiras individuais de acetato, com
1mm de espessura (Figura 2).
Foi realizado profilaxia de todos os dentes com pasta
profilática (Pasta profilática, Villevie, Joinville, Santa Ca-
tarina) e taça de borracha em baixa rotação para que as
manchas extrínsecas fossem removidas. Com auxílio da
escala de cor Vita Clássica (Vita Zahnfabrik, Bad Säckin-
gen, Alemanha) foi registrado a cor inicial dos dentes (Fi-
gura 3) e, a seguir, foi realizado o registro fotográfico do
caso. Optamos por não clarear as duas arcadas ao mes-
mo tempo, para que a paciente pudesse acompanhar a
evolução do tratamento verificando a diferença de cor
entre os dentes da arcada superior e inferior.
Para a proteção dos tecidos moles foi utilizado
afastador de lábios e bochechas e descanso de mordi-
da (Mordedor, Villevie, Joinville, Santa Catarina, Brasil)
conferindo segurança e conforto para a realização do
clareamento. Com a gengiva seca foi aplicada a barreira
gengival (Gingi Dam, Villevie) e fotopolimerizada (Figura
4) permitindo que o gel ficasse apenas em contato com a
superfície dos dentes protegendo a gengiva contra quei-
maduras. Após a fotopolimerização da barreira gengival,
com auxílio de um espelho clínico foi observado se todo
o contorno gengival ficou coberto pelo produto e checa-
do a adaptação na região interdental (Figura 5). Se neces-
sário, pode-se aplicar novamente a barreira gengival nas
regiões deficientes e fotopolimerizar.
O clareamento dental de consultório foi realizado
em duas sessões e optamos pelo peróxido de hidro-
gênio 35% Mix One Supreme, sistema Twist-Pen (Vil-
levie, Joinville, Santa Catarina, Brasil), devido algumas
características do produto, tais como, sua cor amare-
lo vivo, que contrasta com os tecidos moles e com os
dentes facilitando a visualização do gel clareador; por
ser um produto de fácil aplicação não necessitando de
nenhuma manipulação prévia ou instrumental para in-
serir o produto, já que ele tem um pincel que auxilia na
aplicação e; por possuir consistência que facilita a inser-
ção e remoção do gel permanecendo na região aplica-
da sem escorrer. Para que o produto seja dispensado é
necessário girar a caneta do aplicador e aguardar alguns
segundos para que o mesmo seja liberado. A aplicação
deve ser realizada na face vestibular dos dentes e o gel
deve ser acomodado com o auxílio do pincel (Figura
6) até se obter uma espessura uniforme em todos os
dentes a serem clareados (Figura 7).
Após 15 minutos, o produto foi aspirado com auxí-
lio de um sugador cirúrgico descartável (Figura 8) e o
gel foi novamente aplicado de acordo com as recomen-
Relato de caso (Case report)
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Siqueira MR, Rezende E, Calixto AL, Kossatz S.
dações do fabricante do produto. Foram realizadas 3
aplicações durante 15 minutos, totalizando 45 minutos.
Após as 3 aplicações, além do gel ser aspirado, as super-
fícies dentais foram limpas com roletes de algodão seco
(Figura 9) e então lavadas com spray água/ar. A barreira
gengival foi removida com uma sonda exploradora, as-
sim como o afastador e o descanso de mordida.
A cor foi novamente registrada e a paciente já pôde
observar o resultado imediato obtido na primeira ses-
são, clareando da cor A3 para A2 (Figura 10). Como
este efeito é parte devido ao clareamento e parte devi-
do à desidratação dos dentes, o paciente deve ser avisa-
do que após a reidratação dos dentes, poderá ocorrer
um pequeno retorno da cor inicial. Por isso, quando for
realizada a técnica associada, deve-se iniciar o clarea-
mento caseiro tão logo seja possível. Como neste caso,
após a primeira sessão a paciente não relatou sensibili-
dade dental/gengival, foi indicado o clareamento casei-
ro no dia seguinte.
Para o clareamento caseiro foi utilizado gel clare-
ador à base de peróxido de hidrogênio 6% (Mix Day,
Villevie, Joinville, Santa Catarina, Brasil) por 30 minutos
2 vezes ao dia. A moldeira de acetato, a qual foi con-
feccionada durante o clareamento de consultório, foi
adequadamente testada. Só após este procedimento a
paciente recebeu orientações sobre o clareamento ca-
seiro (Figura 11). A quantidade do produto a ser utiliza-
do foi demonstrada, tomando o cuidado de dispensar
uma pequena porção do produto, apenas o suficiente
para que o gel permanecesse intimamente em contato
com a superfície dental vestibular (Figura 12) sem ex-
travasar para a região gengival.
A paciente retornou após 7 dias e o seu relato foi
de que estava muito satisfeita com a diferença de cor
entre as arcadas (Figura 13). Antes de iniciar a 2ª ses-
são do clareamento de consultório, a cor dos dentes
foi mensurada, os quais se apresentaram com a cor A2,
segundo a escala de cor Vita Clássica (Vita Zahnfabrik,
Bad Säckingen, Alemanha) (Figura 14). A paciente apre-
sentava uma queimadura superficial na papila gengival
entre os dentes 11 e 21. Apesar desta não ser um efeito
colateral muito comum no clareamento caseiro, é de
fácil tratamento. Aplicou-se, portanto, uma solução de
bicarbonato de sódio 7% (Villevie, Joinville, Santa Ca-
tarina, Brasil) (Figura 15) com uma bolinha de algodão
antes de iniciar a 2ª sessão de clareamento. Esta solu-
ção vem sempre acompanhando kits de clareamento
de consultório das diversas marcas comerciais encon-
tradas no mercado.
Após a 2ª sessão de clareamento, os dentes já se
apresentavam na coloração B2 (Figura 16). Questiona-
mos a paciente sobre a sua satisfação ao final das duas
semanas do clareamento associado e ela respondeu
que estava contente e que o resultado era indiscutível,
mas queria seus dentes ainda mais brancos, se possível.
Então, decidimos realizar mais alguns dias do clarea-
mento caseiro. Após mais 1 semana, a paciente retor-
nou à clínica da UEPG e a cor estava muito próxima
ao B1 (Figura 17) e ao final da segunda semana, a cor
de seus dentes estavam um pouco mais clara que B1
(Figura 18).
Ao final do tratamento (Figura 19), a paciente esta-
va realmente satisfeita, alcançando as suas expectativas
com a realização do clareamento associado (Figura 20).
A paciente foi orientada para iniciar o clareamento da
arcada inferior, utilizando peróxido de hidrogênio 6%
(Mix Day, Villevie, Joinville, Santa Catarina, Brasil) após
a conclusão do clareamento da arcada superior.
Foi solicitado o retorno da paciente à Clínica da
Universidade de Odontologia da UEPG/PR para que
fosse verificada a estabilidade da cor. E pudemos obser-
var que não houve regressão da cor após 1 mês (Figura
21) e nem após 6 meses (Figura 22) do término do cla-
reamento associado.
Figura 1- Cor inicial.
Figura 2 - Confecção Moldeira Individual.
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Figura 3 - Registro da cor inicial dos incisivos - A3.
Figura 4 - Aplicação barreira gengival (Gingi Dam- Villevie).
Figura 5 - Visão por incisal para checar a aplicação do Gingi Dam.
Figura 6 - Aplicação do gel clareador (Mix One Supreme – Villevie).
Observe o pincel que é conectado diretamente ao sistema Twist-Pen.
Figura 7 - Aplicação do clareador nos dente 15 a 24.
Figura 8 - Remoção do gel Mix One Supreme (Villevie) com sugador
cirúrgico.
Relato de caso (Case report)
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FULL Dentistry in Science. 2011; 2(7).
Figura 9 - Completando a remoção do gel Mix One Supreme (Ville-
vie) com algodão.
Figura 10 - Registro da cor após 1ª sessão de clareamento em con-
sultório.
Figura 11 - Prova da moldeira de acetato verificando adaptação e
necessidade de ajustes.
Figura 12 - Demonstração da quantidade do produto - peróxido de
hidrogênio 6% (Mix Day, Villevie).
Figura 13 - Clareamento após 7 dias.
Figura 14 - Registro da cor após 7 dias.
Siqueira MR, Rezende E, Calixto AL, Kossatz S.
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FULL Dentistry in Science. 2011; 2(7).
Figura 15 - Solução Bicarbonato 7% do conjunto para clareamento
em consultório (Peróxido de hidrogênio 35%, Mix One Supreme,
Villevie).
Figura 16 - Registro da cor imediatamente após a 2ª sessão de clare-
amento em consultório (B2).
Figura 17 - Registro da cor 1 semana após 2ª sessão clareamento (B1).
Figura 18 - Registro da cor final (B1).
Figura 19 - Resultado final do clareamento associado.
Figura 20 - Fotografia do Sorriso após a realização do clareamento
associado. Compare com a Figura 1.
Relato de caso (Case report)
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FULL Dentistry in Science. 2011; 2(7).
Figura 21 - Registro da cor após 1 mês de realização do clareamento
associado. Compare com a Figura 1 e com a Figura 18.
Figura 22 - Registro da cor após 6 meses de realização do clarea-
mento associado. Compare com a Figura 1 e com a Figura 18 e 21.
Observe que a coloração dos dentes foram mantidas.
Discussão
A etiologia da alteração de cor está relacionada a
fatores intrínsecos e extrínsecos. No presente caso, a
paciente relatava que não percebia os seus dentes tão
escuros há anos e, portanto, apesar de ocorrer um escu-
recimento fisiológico, este também pode ser atribuído
a pigmentos advindos da alimentação, medicamentos,
tabaco, entre outros, que se precipitam na superfície
dental dando origem às manchas. Araújo et al.17
(2010).
O clareamento dental ocorre por uma reação química
onde a quantidade de pigmentos removidos é propor-
cional ao tempo de exposição dos dentes ao agente
clareador. Sokolonski at al.19
(2009). As técnicas de cla-
reamento em consultório e caseira quando realizadas
independentemente, promovem clareamento dental
satisfatório (Mokhlis at al.20
2000), sendo que cada uma
tem suas vantagens e desvantagens.
O tratamento caseiro é uma técnica que vem sendo
utilizada desde 1989 (Haywood21
2010), devido à sua se-
gurança, eficácia e menor custo (Marson6
2006), porém,
necessita de um tempo maior de tratamento para obter
clareamento dental satisfatório. Bernardon et al.12
(2010).
Quando se realiza a técnica de clareamento em consul-
tório, há relatos de maior sensibilidade dental (Croll;
Haywood25
2005), porém, o clareamento é obtido em
poucas sessões, além de ter o monitoramento do profis-
sional durante todo o tratamento. Tanaka et al.26
(2001).
Indicado para pacientes que desejam resultados rá-
pidos, sem que haja a colaboração do paciente quanto
ao uso do produto. Marson et al.27
(2008).
Entretanto, uma das desvantagens do clareamento
em consultório é a recidiva de cor que pode ocorrer
em poucas semanas, fato este que não ocorre para o
clareamento caseiro, segundo alguns autores Matis at
al.29
(2009). A efetividade do clareamento parece ter
relação com tempo de uso e concentração do gel cla-
reador. Joiner28
(2006) avaliou clareadores de diver-
sas concentrações e variou o tempo de aplicação do
produto e observou que as maiores regressões de cor
ocorreram quando foram utilizados os produtos por
um menor tempo. Joiner28
(2006).
O tempo de contato do gel com a superfície dental
parece ser um fator importante. Joiner at al.28
(2006).
Para o clareamento em consultório, embora sejam
utilizados géis com maiores concentrações, estes ficam
por menor tempo em contato com a superfície dental,
o que poderia contribuir para que ocorra a mudança de
cor, mas não de forma que esta seja estável ao longo do
tempo. Ao utilizarmos um peróxido com alta concentra-
ção por mais tempo, a quebra de pigmentos não se daria
de forma eficiente, principalmente na dentina, não com-
pensando a redução do tempo em que o gel ficaria em
contato com os tecidos (Dietschi at al.30
2006), além de
aumentar o risco de efeitos colaterais como sensibilidade
dental e irritação gengival. Krause et al.31
(2008).
Mesmo para o clareamento caseiro, o tempo é uma
variável importante. O gel clareador à base de peróxido
de hidrogênio 3%, após 1 hora, possui apenas 32% da
sua efetividade (Al-Qunaian at al.32
1999), enquanto o
peróxido de carbamida 10% possui 50% da efetividade
após 1 hora. Matis at al.33
(2010). Quando se compa-
ra a efetividade do clareamento associado com o de
consultório, observa-se maior efetividade onde houve
a associação do gel de consultório e caseiro (Matis at
al.34
2009) e por haver maior recidiva do clareamento
realizado em consultório, pode ser necessário realizar
mais uma sessão ou complementar o tratamento com o
clareamento caseiro, para que a cor obtida ao término
do tratamento tenha maior estabilidade da cor ao longo
do tempo. Haywood24
(2008).
Uma alternativa eficaz seria a associação das técnicas,
Siqueira MR, Rezende E, Calixto AL, Kossatz S.
312
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FULL Dentistry in Science. 2011; 2(7).
pois conjuga-se os pontos positivos do tratamento realiza-
do em consultório e do tratamento caseiro, e a coloração
dos dentes permanece sem alteração por maior tempo.
No presente caso clínico, podemos afirmar que a
associação entre a técnica caseira e a técnica realizada
em consultório vão de encontro com estudos prévios,
confirmando a eficácia e manutenção da cor ao longo do
tempo (Buchalla at al.10
2007), como observado em nos-
sos controles realizados em 1 mês e 6 meses após a con-
clusão do tratamento. Em quatro semanas, a cor regre-
diu de A3 para B1, confirmando a eficácia da técnica. E
após 6 meses, a cor permaneceu estável, observando a
tonalidade dos dentes ligeiramente mais escura que B1.
Conclusão
O resultado do clareamento associado superou as ex-
pectativas da paciente e a eficácia do tratamento foi manti-
da em longo prazo, quando utilizada a técnica associada de
clareamento em consultório e clareamento caseiro.
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Relato de caso (Case report)

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Associando o clareamento de consultório com o caseiro

  • 1. 305 F U L L SCI ENCE D E N T I S T R Y i n FULL Dentistry in Science. 2011; 2(7). Artigo Original (Original Articles) Associando o clareamento de consultório com o caseiro para aumentar a longevidade- relato de caso Associating in-office and at-home dental bleaching to improve longevity: case report Márcia Rezende Siqueira1 Eluise Rezende2 Abraham Lincoln Calixto3 Stella Kossatz4 Resumo Clareamento dental com peróxido de hidrogênio e peróxido de carbamida tem sido ampla- mente utilizado pelos cirurgiões-dentistas para o clareamento dental. Independentemente da técnica de clareamento utilizada, há regressão da cor após o tratamento, porém, observa-se que o clareamento associado mantém os resultados ao longo do tempo, além de potencializar o efeito clareador. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi demonstrar a execução de um caso clínico, em um paciente portador de escurecimento dental generalizado. Foi utilizado a técnica do clareamento dental associado, com peróxido de hidrogênio 35% Mix One Supreme (Villevie, Joinville, Santa Catarina, Brasil) e peróxido de hidrogênio 6% (Mix Day, Villevie, Joinville, Santa Catarina, Brasil) avaliando a efetividade do clareamento imediatamente após o tratamento e a estabilidade da cor após 1 mês e 6 meses da finalização do caso. Significância clínica: a associação entre o clareamento caseiro e o clareamento de consultório pode potencializar o efeito clarea- dor além de melhorar a estabilidade da cor ao longo do tempo. Descritores: Clareamento de dente, Peróxido de hidrogênio, estética. Abstract Dental bleaching with hydrogen peroxide and carbamide peroxide has been widely used by dentists for dental bleaching.Regardless of the bleaching technique used is a regression of color after treatment, but it was observed that bleaching associated with maintaining the results over time, and enhance the bleaching effect. Thus, the objective was to demonstrate the implemen- tation of a clinical case in a patient with generalized dental browning. We used the technique of bleaching associated with hydrogen peroxide 35% Mix One Supreme (Villevie, Joinville, Santa Catarina, Brazil) and hydrogen peroxide 6% (Mix Day, Villevie, Joinville, Santa Catarina, Brazil), evaluating the effectiveness immediately after the bleaching treatment and color stability after 1 month and 6 months of completion of the case. Clinical significance: the association between tooth bleaching and whitening office whitening can enhance the effect and improves the stability of color over time. Descriptors: Tooth bleaching, hydrogen peroxide, aesthetics. 1 Mestranda em Dentística Restauradora pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). 2 Doutoranda em Clínica Odontológica pela Faculdade São Leopoldo Mandic. 3 Professor Adjunto da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). 4 Profa . Associada do Depto de Odontologia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Correspondência com o autor: mfssiqueira@uol.com.br Recebido: 20/04/2011 Aceito: 23/05/2011
  • 2. 306 F U L L SCIENCE D E N T I S T R Y i n FULL Dentistry in Science. 2011; 2(7). Introdução Clareamento vital é um dos procedimentos estéti- cos mais requisitados na odontologia, por ser um tra- tamento conservador e eficaz. Lima; Tay3 (2009). Para o tratamento clareador vital pode-se utilizar várias con- centrações de peróxido de hidrogênio ou carbamida e este pode ser realizado em casa com auxílio de mol- deiras, no consultório com ou sem ativação de luz ou pela combinação destas duas modalidades. Azevedo; Marson6 (2006). Para o clareamento caseiro utiliza-se como agente oxidante o peróxido de hidrogênio ou carbamida em baixa concentração, por um período de tempo maior quando comparado com o clareamento de consultório, onde é aplicada uma concentração mais alta do produto por menos tempo. Sulieman at al.7 (2006) . Resultados satisfatórios são obtidos com as duas técnicas de clareamento. Zekonis; Kim9 (2000). Porém, a associação entre elas, além de garantir um excelen- te resultado final, confere maior estabilidade de cor ao longo do tempo, visto que após o uso apenas do clare- amento em consultório há um retorno significativo da cor em curto prazo. Buchalla at al.10 (2007). A associação das técnicas potencializa o clareamen- to Deliperi et al.11 (2004) e pode ser empregada em casos em que os dentes se apresentam muito escure- cidos ou o paciente tenha urgência pelo clareamento. Rodrigues14 (2003). Obviamente, o correto diagnóstico do escurecimento dental está intimamente relacionado com o êxito do tratamento. Para alcançar resultados sa- tisfatórios o profissional deve selecionar a técnica mais apropriada bem como o produto indicado para o caso. Watts at al.15 (2001). Assim, este trabalho demonstra clinicamente por meio da realização de um caso clínico, a utilização da técnica de clareamento dental associada, que consiste da associação da técnica de clareamento em consultó- rio e caseiro, ou seja, utilizando-se peróxido de hidro- gênio 35% Mix One Supreme (Villevie, Joinville, Santa Catarina, Brasil) e peróxido de hidrogênio 6% (Mix Day, Villevie, Joinville, Santa Catarina, Brasil). Foi ava- liado a efetividade do clareamento imediatamente após o tratamento e a estabilidade da cor após 1 mês e 6 meses da finalização do caso. Relato de caso A paciente F.S.M., 28 anos, gênero feminino, procu- rou atendimento odontológico na Clínica da Faculdade de Odontologia da UEPG/PR, relatando insatisfação com a cor de seus dentes (Figura 1) e o desejo tê-los mais brancos. Após anamnese, exame clínico e radiográfico foi proposto ao paciente a realização do clareamento as- sociado, iniciando pela técnica em consultório para potencializar os resultados e complementando com a técnica caseira. Após moldagem das arcadas superior e inferior e obtenção do modelo de trabalho com gesso pedra, foi confeccionado as moldeiras individuais de acetato, com 1mm de espessura (Figura 2). Foi realizado profilaxia de todos os dentes com pasta profilática (Pasta profilática, Villevie, Joinville, Santa Ca- tarina) e taça de borracha em baixa rotação para que as manchas extrínsecas fossem removidas. Com auxílio da escala de cor Vita Clássica (Vita Zahnfabrik, Bad Säckin- gen, Alemanha) foi registrado a cor inicial dos dentes (Fi- gura 3) e, a seguir, foi realizado o registro fotográfico do caso. Optamos por não clarear as duas arcadas ao mes- mo tempo, para que a paciente pudesse acompanhar a evolução do tratamento verificando a diferença de cor entre os dentes da arcada superior e inferior. Para a proteção dos tecidos moles foi utilizado afastador de lábios e bochechas e descanso de mordi- da (Mordedor, Villevie, Joinville, Santa Catarina, Brasil) conferindo segurança e conforto para a realização do clareamento. Com a gengiva seca foi aplicada a barreira gengival (Gingi Dam, Villevie) e fotopolimerizada (Figura 4) permitindo que o gel ficasse apenas em contato com a superfície dos dentes protegendo a gengiva contra quei- maduras. Após a fotopolimerização da barreira gengival, com auxílio de um espelho clínico foi observado se todo o contorno gengival ficou coberto pelo produto e checa- do a adaptação na região interdental (Figura 5). Se neces- sário, pode-se aplicar novamente a barreira gengival nas regiões deficientes e fotopolimerizar. O clareamento dental de consultório foi realizado em duas sessões e optamos pelo peróxido de hidro- gênio 35% Mix One Supreme, sistema Twist-Pen (Vil- levie, Joinville, Santa Catarina, Brasil), devido algumas características do produto, tais como, sua cor amare- lo vivo, que contrasta com os tecidos moles e com os dentes facilitando a visualização do gel clareador; por ser um produto de fácil aplicação não necessitando de nenhuma manipulação prévia ou instrumental para in- serir o produto, já que ele tem um pincel que auxilia na aplicação e; por possuir consistência que facilita a inser- ção e remoção do gel permanecendo na região aplica- da sem escorrer. Para que o produto seja dispensado é necessário girar a caneta do aplicador e aguardar alguns segundos para que o mesmo seja liberado. A aplicação deve ser realizada na face vestibular dos dentes e o gel deve ser acomodado com o auxílio do pincel (Figura 6) até se obter uma espessura uniforme em todos os dentes a serem clareados (Figura 7). Após 15 minutos, o produto foi aspirado com auxí- lio de um sugador cirúrgico descartável (Figura 8) e o gel foi novamente aplicado de acordo com as recomen- Relato de caso (Case report)
  • 3. 307 F U L L SCI ENCE D E N T I S T R Y i n FULL Dentistry in Science. 2011; 2(7). Siqueira MR, Rezende E, Calixto AL, Kossatz S. dações do fabricante do produto. Foram realizadas 3 aplicações durante 15 minutos, totalizando 45 minutos. Após as 3 aplicações, além do gel ser aspirado, as super- fícies dentais foram limpas com roletes de algodão seco (Figura 9) e então lavadas com spray água/ar. A barreira gengival foi removida com uma sonda exploradora, as- sim como o afastador e o descanso de mordida. A cor foi novamente registrada e a paciente já pôde observar o resultado imediato obtido na primeira ses- são, clareando da cor A3 para A2 (Figura 10). Como este efeito é parte devido ao clareamento e parte devi- do à desidratação dos dentes, o paciente deve ser avisa- do que após a reidratação dos dentes, poderá ocorrer um pequeno retorno da cor inicial. Por isso, quando for realizada a técnica associada, deve-se iniciar o clarea- mento caseiro tão logo seja possível. Como neste caso, após a primeira sessão a paciente não relatou sensibili- dade dental/gengival, foi indicado o clareamento casei- ro no dia seguinte. Para o clareamento caseiro foi utilizado gel clare- ador à base de peróxido de hidrogênio 6% (Mix Day, Villevie, Joinville, Santa Catarina, Brasil) por 30 minutos 2 vezes ao dia. A moldeira de acetato, a qual foi con- feccionada durante o clareamento de consultório, foi adequadamente testada. Só após este procedimento a paciente recebeu orientações sobre o clareamento ca- seiro (Figura 11). A quantidade do produto a ser utiliza- do foi demonstrada, tomando o cuidado de dispensar uma pequena porção do produto, apenas o suficiente para que o gel permanecesse intimamente em contato com a superfície dental vestibular (Figura 12) sem ex- travasar para a região gengival. A paciente retornou após 7 dias e o seu relato foi de que estava muito satisfeita com a diferença de cor entre as arcadas (Figura 13). Antes de iniciar a 2ª ses- são do clareamento de consultório, a cor dos dentes foi mensurada, os quais se apresentaram com a cor A2, segundo a escala de cor Vita Clássica (Vita Zahnfabrik, Bad Säckingen, Alemanha) (Figura 14). A paciente apre- sentava uma queimadura superficial na papila gengival entre os dentes 11 e 21. Apesar desta não ser um efeito colateral muito comum no clareamento caseiro, é de fácil tratamento. Aplicou-se, portanto, uma solução de bicarbonato de sódio 7% (Villevie, Joinville, Santa Ca- tarina, Brasil) (Figura 15) com uma bolinha de algodão antes de iniciar a 2ª sessão de clareamento. Esta solu- ção vem sempre acompanhando kits de clareamento de consultório das diversas marcas comerciais encon- tradas no mercado. Após a 2ª sessão de clareamento, os dentes já se apresentavam na coloração B2 (Figura 16). Questiona- mos a paciente sobre a sua satisfação ao final das duas semanas do clareamento associado e ela respondeu que estava contente e que o resultado era indiscutível, mas queria seus dentes ainda mais brancos, se possível. Então, decidimos realizar mais alguns dias do clarea- mento caseiro. Após mais 1 semana, a paciente retor- nou à clínica da UEPG e a cor estava muito próxima ao B1 (Figura 17) e ao final da segunda semana, a cor de seus dentes estavam um pouco mais clara que B1 (Figura 18). Ao final do tratamento (Figura 19), a paciente esta- va realmente satisfeita, alcançando as suas expectativas com a realização do clareamento associado (Figura 20). A paciente foi orientada para iniciar o clareamento da arcada inferior, utilizando peróxido de hidrogênio 6% (Mix Day, Villevie, Joinville, Santa Catarina, Brasil) após a conclusão do clareamento da arcada superior. Foi solicitado o retorno da paciente à Clínica da Universidade de Odontologia da UEPG/PR para que fosse verificada a estabilidade da cor. E pudemos obser- var que não houve regressão da cor após 1 mês (Figura 21) e nem após 6 meses (Figura 22) do término do cla- reamento associado. Figura 1- Cor inicial. Figura 2 - Confecção Moldeira Individual.
  • 4. 308 F U L L SCIENCE D E N T I S T R Y i n FULL Dentistry in Science. 2011; 2(7). Figura 3 - Registro da cor inicial dos incisivos - A3. Figura 4 - Aplicação barreira gengival (Gingi Dam- Villevie). Figura 5 - Visão por incisal para checar a aplicação do Gingi Dam. Figura 6 - Aplicação do gel clareador (Mix One Supreme – Villevie). Observe o pincel que é conectado diretamente ao sistema Twist-Pen. Figura 7 - Aplicação do clareador nos dente 15 a 24. Figura 8 - Remoção do gel Mix One Supreme (Villevie) com sugador cirúrgico. Relato de caso (Case report)
  • 5. 309 F U L L SCI ENCE D E N T I S T R Y i n FULL Dentistry in Science. 2011; 2(7). Figura 9 - Completando a remoção do gel Mix One Supreme (Ville- vie) com algodão. Figura 10 - Registro da cor após 1ª sessão de clareamento em con- sultório. Figura 11 - Prova da moldeira de acetato verificando adaptação e necessidade de ajustes. Figura 12 - Demonstração da quantidade do produto - peróxido de hidrogênio 6% (Mix Day, Villevie). Figura 13 - Clareamento após 7 dias. Figura 14 - Registro da cor após 7 dias. Siqueira MR, Rezende E, Calixto AL, Kossatz S.
  • 6. 310 F U L L SCIENCE D E N T I S T R Y i n FULL Dentistry in Science. 2011; 2(7). Figura 15 - Solução Bicarbonato 7% do conjunto para clareamento em consultório (Peróxido de hidrogênio 35%, Mix One Supreme, Villevie). Figura 16 - Registro da cor imediatamente após a 2ª sessão de clare- amento em consultório (B2). Figura 17 - Registro da cor 1 semana após 2ª sessão clareamento (B1). Figura 18 - Registro da cor final (B1). Figura 19 - Resultado final do clareamento associado. Figura 20 - Fotografia do Sorriso após a realização do clareamento associado. Compare com a Figura 1. Relato de caso (Case report)
  • 7. 311 F U L L SCI ENCE D E N T I S T R Y i n FULL Dentistry in Science. 2011; 2(7). Figura 21 - Registro da cor após 1 mês de realização do clareamento associado. Compare com a Figura 1 e com a Figura 18. Figura 22 - Registro da cor após 6 meses de realização do clarea- mento associado. Compare com a Figura 1 e com a Figura 18 e 21. Observe que a coloração dos dentes foram mantidas. Discussão A etiologia da alteração de cor está relacionada a fatores intrínsecos e extrínsecos. No presente caso, a paciente relatava que não percebia os seus dentes tão escuros há anos e, portanto, apesar de ocorrer um escu- recimento fisiológico, este também pode ser atribuído a pigmentos advindos da alimentação, medicamentos, tabaco, entre outros, que se precipitam na superfície dental dando origem às manchas. Araújo et al.17 (2010). O clareamento dental ocorre por uma reação química onde a quantidade de pigmentos removidos é propor- cional ao tempo de exposição dos dentes ao agente clareador. Sokolonski at al.19 (2009). As técnicas de cla- reamento em consultório e caseira quando realizadas independentemente, promovem clareamento dental satisfatório (Mokhlis at al.20 2000), sendo que cada uma tem suas vantagens e desvantagens. O tratamento caseiro é uma técnica que vem sendo utilizada desde 1989 (Haywood21 2010), devido à sua se- gurança, eficácia e menor custo (Marson6 2006), porém, necessita de um tempo maior de tratamento para obter clareamento dental satisfatório. Bernardon et al.12 (2010). Quando se realiza a técnica de clareamento em consul- tório, há relatos de maior sensibilidade dental (Croll; Haywood25 2005), porém, o clareamento é obtido em poucas sessões, além de ter o monitoramento do profis- sional durante todo o tratamento. Tanaka et al.26 (2001). Indicado para pacientes que desejam resultados rá- pidos, sem que haja a colaboração do paciente quanto ao uso do produto. Marson et al.27 (2008). Entretanto, uma das desvantagens do clareamento em consultório é a recidiva de cor que pode ocorrer em poucas semanas, fato este que não ocorre para o clareamento caseiro, segundo alguns autores Matis at al.29 (2009). A efetividade do clareamento parece ter relação com tempo de uso e concentração do gel cla- reador. Joiner28 (2006) avaliou clareadores de diver- sas concentrações e variou o tempo de aplicação do produto e observou que as maiores regressões de cor ocorreram quando foram utilizados os produtos por um menor tempo. Joiner28 (2006). O tempo de contato do gel com a superfície dental parece ser um fator importante. Joiner at al.28 (2006). Para o clareamento em consultório, embora sejam utilizados géis com maiores concentrações, estes ficam por menor tempo em contato com a superfície dental, o que poderia contribuir para que ocorra a mudança de cor, mas não de forma que esta seja estável ao longo do tempo. Ao utilizarmos um peróxido com alta concentra- ção por mais tempo, a quebra de pigmentos não se daria de forma eficiente, principalmente na dentina, não com- pensando a redução do tempo em que o gel ficaria em contato com os tecidos (Dietschi at al.30 2006), além de aumentar o risco de efeitos colaterais como sensibilidade dental e irritação gengival. Krause et al.31 (2008). Mesmo para o clareamento caseiro, o tempo é uma variável importante. O gel clareador à base de peróxido de hidrogênio 3%, após 1 hora, possui apenas 32% da sua efetividade (Al-Qunaian at al.32 1999), enquanto o peróxido de carbamida 10% possui 50% da efetividade após 1 hora. Matis at al.33 (2010). Quando se compa- ra a efetividade do clareamento associado com o de consultório, observa-se maior efetividade onde houve a associação do gel de consultório e caseiro (Matis at al.34 2009) e por haver maior recidiva do clareamento realizado em consultório, pode ser necessário realizar mais uma sessão ou complementar o tratamento com o clareamento caseiro, para que a cor obtida ao término do tratamento tenha maior estabilidade da cor ao longo do tempo. Haywood24 (2008). Uma alternativa eficaz seria a associação das técnicas, Siqueira MR, Rezende E, Calixto AL, Kossatz S.
  • 8. 312 F U L L SCIENCE D E N T I S T R Y i n FULL Dentistry in Science. 2011; 2(7). pois conjuga-se os pontos positivos do tratamento realiza- do em consultório e do tratamento caseiro, e a coloração dos dentes permanece sem alteração por maior tempo. No presente caso clínico, podemos afirmar que a associação entre a técnica caseira e a técnica realizada em consultório vão de encontro com estudos prévios, confirmando a eficácia e manutenção da cor ao longo do tempo (Buchalla at al.10 2007), como observado em nos- sos controles realizados em 1 mês e 6 meses após a con- clusão do tratamento. Em quatro semanas, a cor regre- diu de A3 para B1, confirmando a eficácia da técnica. E após 6 meses, a cor permaneceu estável, observando a tonalidade dos dentes ligeiramente mais escura que B1. Conclusão O resultado do clareamento associado superou as ex- pectativas da paciente e a eficácia do tratamento foi manti- da em longo prazo, quando utilizada a técnica associada de clareamento em consultório e clareamento caseiro. Referências bibliográficas Lima A, Lessa F, Gasparoto Mancini M, Hebling J, de Souza1. Costa C, Marchi G. Transdentinal protective role of so- dium ascorbate against the cytopathic effects of H2O2 released from bleaching agents. Oral Surgery, Oral Medi- cine, Oral Pathology, Oral Radiology, and Endodontology. 2010;109(4):e70-e6. Torres CR, Wiegand A, Sener B, Attin T. Influence of2. chemical activation of a 35% hydrogen peroxide bleach- ing gel on its penetration and efficacy--in vitro study. J Dent. 2010 Oct;38(10):838-46. Tay LY, Kose C, Loguercio AD, Reis A. Assessing the ef-3. fect of a desensitizing agent used before in-office tooth bleaching. J Am Dent Assoc. 2009 Oct;140(10):1245-51. Azevedo JFDeGd. 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