3. Cloranfenicol
• Inicialmente isolado de culturas de
Streptomyces venezuelae;
• Hoje é sintetizado;
• Age na síntese protéica ligando-se a
subunidade 50S dos ribossomos;
• Proibido o uso nos EUA.
4. Cloranfenicol
• Apresentações:
– Arifenicol ou Sintomicetina: Frasco-ampola 1g EV ou IM;
– Otomicina: Frasco com 10ml solução otológica com lidocaína;
– Quemicetina:
• Caixa com 20 ou 100 drágeas de 250 ou 500mg;
• Vidro com 100ml de xarope com 150mg/5ml.
5. Cloranfenicol
• Espectro antibacteriano:
– Gram-negativos;
– Gram-positivos
– Riquétsias.
• Bacteriostático na maioria das bactérias;
• Bactericida para o H. influenza.
• Resistência causada pela cloranfenicol acetiltransferase (mediada por
plasmídeo) ou pela impermeabilidade da bactéria à droga.
6. Cloranfenicol
• Principais organismos sensíveis:
– Riquétsias;
– Clamídia;
– Micoplasma;
– Samnonellae (geralmente sensível);
– Principais agentes da meningite (H. influenzae, S. pneumoniae e N.
meningitidis);
7. Cloranfenicol
• Aspectos farmacocinéticos:
– Administração oral ou parenteral;
– Absorção completa e rápica;
– Concentração máxima plasmática em 2 horas.
– Amplamente distribuídos nos tecidos e líquidos corporais, inclusive
LCR (60% da concentração sanguínea);
– Meia-vida de 2 horas.
– Eliminação no fígado;
– 10% é eliminado pela urina de forma inalterada.
8. Cloranfenicol
• Posologia:
– Bebê de até 1 semana: 25mg/kg em 24 horas;
– Bebê de 1 a 4 semanas: 25mg/kg em 12 horas;
– Crianças com mais de 1 ano e adultos: 50mg/kg/dia a cada 6 horas;
Obs.: Pacientes com insuficiência hepática:
Dose inicial 1g e 500mg a cada 6 horas.
9. Cloranfenicol
• Efeitos adversos:
– Anemia aplástica:
• Reversível: Mais comum e dose-dependente;
• Irreversível: Incomum, idiossincrásica e pode ser fatal.
– Síndrome do bebê cinzento: Vômitos, diarréia, flacidez, baixa
temperatura e cor acinzentada.
• Causada pela incapacidade de metabolização hepática;
• Mortalidade 40%;
– Reações de hipersensibilidade são raras;
– Reações gastrointestinais secundários a alteração da microbiota
intestinal.
10. Cloranfenicol
• Interações medicamentosas:
– Prolonga a meia-vida de drogas com metabolismo hepático como
tolbutamida, clorpropamida, fenitoína e ciclofosfamida;
– Antagoniza a ação bactericida dos aminoglicosídios, penicilinas e
cefalosporinas.
11. Cloranfenicol
• Uso Clínico:
– NUNCA é o fármaco de primeira escolha devido a possibilidade de
anemia aplásica;
– Infecções por Haemophilus influenzae resistente a outros fármacos;
– Meningite nos pacientes que não podem usar penicilina.
– Conjuntivite bacteriana (tópico)
15. Mecanismo de Ação
1. Interfere no processo de
iniciação da formação do
peptídeo;
2. Induzem uma leitura
equivocada no RNAm →
proteína não funcional ou
tóxica;
3. Ruptura de polissomos em
monossomos não funcionais
17. Resistência
pH baixo
Interferência na
Anaerobiose entrada do ATB
na célula
Produção de
enzimas
transferases que
inativam o ATB Mutação da
proteína
receptora na
subunidade 30S
do ribossomo
18. Farmacocinética
• Meia-vida: 2 - 3h (24 - 48h em IR);
• A depuração do aminoglicosídeo é diretamente
proporcional à depuração de creatinina;
• Extremamente polares;
• Baixa absorção pelo TGI.
Por que administrar em dose única diária?
- Ação bactericida dependente da concentração;
- Efeito pós-antibiótico;
- Menor toxicidade.
20. Estreptomicina
• 1º aminoglicosídeo (1943);
• Origem: Streptomyces griseus;
• Indicações:
– Tuberculose;
– Peste bubônica, brucelose (associado com doxiciclina);
– Endocardite por Streptococcus viridas ou Enterococcus sp
(associado com penicilina G ou ampicilina) – 500mg de
12/12h;
• Dose: 1g/dia IM;
• Reações adversas:
– Febre e erupção cutânea (hipersensibilidade);
– Dor no local da injeção;
– Distúrbios da função vestibular;
– Surdez no RN.
21. Neomicina
• Origem: Streptomyces fradie;
• Ação contra: G+, G- e algumas micobactérias;
• Administração: VO (solução), tópica;
• Indicações:
– Preparação do intestino para cirurgias eletivas;
– Encefalopatia hepática;
– Infecções cutâneas leves, queimaduras e feridas
operatórias;
• Dose: 1g a cada 6-8h;
• Reações adversas: oto-nefrotoxicidade.
22. Amicacina
• Origem: Streptomyces kanamyceticus;
• Ação contra: G+, G- e algumas
micobactérias;
• Administração: VO (solução), tópica;
• Indicações:
– Mycobacterium tuberculosis resistentes a
múltiplas drogas: 7,5-15mg/kg/dia;
– Infecções graves:
sepse, pneumonia, pielonefrite, osteomielite…
• Reações adversas: oto-nefrotoxicidade.
23. Gentamicina
• Origem: Micromonospora purpurea;
• Indicações:
– Endocardite por Streptococcus viridas ou
Enterococcus sp (associado à β-lactâmicos) –
2mg/kg + 1,7mg/kg/dose de 8/8h;
– Meningite por G- (1 - 10 mg/d intratecal);
– Queimaduras infectadas, feridas, lesões
cutâneas, infecção associada a cateter
IV, infecção ocular (tópico);
• Reações adversas:
– Nefrotoxicidade;
– Ototoxicidade (contra-indicada durante gestação).
24. Tobramicina
• Origem: Streptomyces tenebrarium;
• Indicações:
– Semelhante à gentamicina;
– Infecções oculares (colírio/pomada);
• Dose: 5 - 6mg/kg EV ou IM de 8/8h.
27. Macrolídeos
• São ATB substitutos das penicilinas
• Possui uma estrutura formada por um anel de lactona com muitos
membros, aos quais um ou mais desoxiaçúcares estão conectados
• Mecanismo de ação: Ligam-se à subunidade 50S do ribossomo
bacteriano, inibindo a síntese proteica
• Sua ação pode ser bactericida ou bacteriostática a depender da
concentração e do tipo de microorganismo
28. Macrolídeos
• Farmacocinética:
– Apresentam ótima absorção e biodisponiblidade por via oral
– Distribuem-se para todos os compartimentos orgânicos
– Pico de concentração plasmático sendo atingido, em média, de 1 a 4
horas após a sua ingestão
– São excretados pela bile e pela urina
29. Macrolídeos
• Indicações:
– Infecções por Gram-positivos, Gram-negativos e anaeróbios
– Reservado a pacientes com alergia à Penicilina
– Principais indicações:
• Infecções da pele
• Infecções do trato respiratório superior, cavidade bucal e anexos
• Pericoronarites, abscessos periapicais, abscessos
periodontais, celulites, cistos infectados, osteíte purulenta e várias
formas de estomatite infecciosa
31. Macrolídeos
• Eritromicina:
– É o ATB de escolha em pacientes sensíveis à Penicilina
– É efetiva contra bactérias e espiroquetas gram +, porém não contra a
maioria dos microorganismos gram –
– Meia vida: 1-6h
– É metabolizada no fígado e excreção ocorre por via biliar; passa pelo
intestino e é eliminada pelas fezes
– É absorvida de forma satisfatória pela mucosa intestinal
– Pode ser utilizado em crianças
– É inativada no meio ácido
– Indicação: Coqueluche, difteria, legionelose, pneumonia por
Micoplasma, infecções genitais e pélvicas por Clamídia
32. Macrolídeos
• Eritromicina
– Difunde-se facilmente nos tecidos e líquidos orgânicos
– Não atravessa a barreira hematoencefálica
– Sofre metabolização acelerada na presença pelo Fenobarbital
– Inativação na presença de Vitaminas do complexo B e vitamina C
– Dose usual: 500mg VO 6/6h . Em crianças: 20-30mg/kg dia 2-4
tomadas
– Efeitos adversos: erupções cutâneas e febre,
distúrbios transitórios da audição e,
raramente, icterícia colestática.
33. Macrolídeos
• Azitromicina:
– Obtida a partir da eritromicina ( maior espectro
e níveis teciduais aumentados e mantidos por mais tempo)
– Meia vida: 24-96h
– É ativa com Gram + e Gram –
– É indicada nas infecções respiratórias (
faringite, sinusite, bronquite, pneumonia) e infecções dermatológicas
– Deve-se evitar a administração com antiácidos pois esta associação
diminui a absorção da azitromicina
– Dose usual: 500mg ao dia por 3 dias ou dose inicial de 500mg seguida
de 250mg/dia por 5 dias
34. Macrolídeos
• Espiramicina:
– É eficaz no tratamento da toxoplasmose, sendo a droga de escolha no
tratamento de gestantes, como prevenção de toxoplasmose
congênita;
– Infecções cutâneas e das vias aéreas e prostatites;
– Doses usuais:
• Toxoplasmose: 100mg/kg/dia de 6/6h ou 8/8h ou 12/12h por 3-4
semanas
• Infecções comuns: 50mg/kg/dia de 8/8h ou 12/12h
– Apresentação: cápsulas com 500mg (1500UI)
– Meia-vida: 5,5 a 8 horas
– Pico de concentração plasmática: 3 a 4 horas
– Modo de administração: VO, pode ser ingerido com ou sem alimentos.
35. Macrolídeos
• Espiramicina:
– Efeitos adversos:
diarréia, náusea, vômito, anorexia, disfagia, dor
abdominal, colite espástica e dor epigástrica.
– Raro: vasculite, leucopenia, hepatite colestática;
– Droga segura na gestação (risco B); sem
informaçãoes sobre o uso na lactação.
36. Macrolídeos
• Roxitromicina:
– Macrolídeo semi-sintético derivado da Eritromicina
– Tem meia vida prolongada
– Tem como principais indicações as infecções respiratórias
altas (sinusite e faringite) e baixas (bronquite e
pneumonias), infecções de pele (piodermite) e uretrites
não-gonocócicas
– Dose: Administrar 300 mg de Roxitromicina diariamente. A
administração pode ser em dose única ou dividida em 2
tomadas de 12 em 12 horas.
– Modo de administração: VO, antes das refeições
– Gestação e lactação: não existem estudos controlados
sobre seu uso.
37. Macrolídeos
• Roxitromicina:
– De forma geral, é uma droga bem tolerada.
– Efeitos adversos: erupções na pele; diarréia; dor
no estômago; vômito; náuseas; hepatite
colestática; alterações no sangue; dor de cabeça;
fraqueza; tontura; vertigem.
– Nomes comerciais:
Floxid, Rotram, Roxitrom, Rulid.
38. Macrolídeos
• Claritromicina:
– É macrolídeo semi-sintético derivado da eritromicina
– Sua potência é maior que a da eritromicina contra
pneumococos, estafilococos e estreptococos.
– A claritromicina tem indicação nas infecções das vias aéreas
superiores e inferiores. Tem sido usada em faringite, amidalite e
sinusite.
– Em infecções dermatológicas, como impetigo, furunculose, celulites e
ectima, causadas por estreptococos e estafilococos, tem sido utilizada
com bons resultados.
– Bons resultados nas micobacterioses atípicas em
pacientes com AIDS, associada a outras drogas;
39. Macrolídeos
• Claritromicina:
– Dose: Adulto: 250-500mg VO ou IV, de 12/12h por 7-
14 dias
– Modo de administração: pode ser administrada junta
ou separada das refeições.
– Gestação e lactação: risco C, segundo o fabricante.
Não há dados sobre o uso na lactação. Ocorrem
anomalias cardiovasculares na prole de ratos, fenda
palatina em camundongos e retardo do crescimento
fetal em macacos.
– Vantagem em relação à eritromicina: menor
frequência de intolerância gastrintestinal e doses
menos frequêntes.
41. Tetraciclinas
• São antibióticos naturais e semissintéticos que apresentam um anel
tetracíclico em sua estrutura cíclica
• As primeiras tetraciclinas isoladas foram:
• Aureomicina(clortetraciclina) Streptomyces aureofaciens
• Terramicina(oxitetraciclina) Streptomyces rimosus
42. Tetraciclinas
• Mecanismo de ação:
• Agem sobre a síntese proteica, impedindo a ligação do RNA transportador ao
complexo ribossoma-RNA mensageiro.
• São bacteriostáticas.
• Mecanismo de resistência:
• Alterações da estrutura ribossomal
• Efluxo ativo da droga
43. Tetraciclinas
• Aspectos farmacológicos:
• Estão disponíveis para uso oral e parenteral.
• As principais do mercado são: Tetraciclina e oxitetraciclina( derivados hidrofílicos)
e doxiciclina e minociclina( derivados lipofílicos).
• Tem boa penetração tecidual, alcançando altas concentrações no
figado, baço, medula óssea, ossos e dentes.
• Apresentam meia-vida variável de droga para droga, sendo a doxiciclina e a
minociclina as de meia-vida mais prolongada.
• Apresentam excreção tanto renal como fecal.
44. Tetraciclinas
• Espectro de ação e uso clínico
• Têm amplo espectro de ação, sendo ativas contra várias bactérias gram+ e gram-
Brucella sp brucelose
Vibrio cholerae Cólera
Propionibacterium acnes Acne
Chlamydia trachomatis e Ureaplasma Uretrites, vaginites e cervicites
urealyticum Linfogranuloma venério
Chlamydia pneumoniae e mycoplasma Pneumonias
pneumoniae
Rickettsia rickettsi Febre maculosa
S. pneumoniae; H. influenzae e bacterioides Droga de segunda linha
fragilis
Ballantidium coli balantidíase
Yersínea pestis Peste bubônica
Borrelia burgdorferi Doença de lyme
Plasmodium falciparum Malária
Leptospira interrogans Leptospirose
45. Tetraciclinas
• Efeitos adversos:
• Podem levar a náuseas, vômitos, úlceras, pancreatite e diarréia.
• Pode haver reação cutânea de hipersensibilidade, desde um exantema
maculopapular fugaz até uma erupção fixa com formação de vesículas.
• Causa fotosensibilidade. Esse efeito é menor com a doxicilcina e minociclina.
• Podem se acumular na dentina e no esmalte dentário.
• OBS:
Contra indicado na gestação, lactação e em menores de
8 anos!!!
Atenção para a validade, pois as tetraciclinas formam produtos tóxicos
quando vencidos!!
46. Tetraciclinas
• Doxiciclina
• Forma de apresentação: drágeas de 100mg
• Doses usuais: Adulto-200mg V0, dose inicial, seguida de
100mg de 12/12h. Não usar em menores de 8 anos.
• É a mais segura das tetraciclinas na insuficiencia renal e a de melhor tolerabilidade
geral.
• Usada no tratamento de DST`s .
• É droga de escolha para infecções por mycoplasma pneumoniae;
brucelose, ricketioses.
• Pode ser usada também p tratar actinomicose, infecções por vibrio sp,yersinia
sp, campylobacter, doença de lyme.
• É utilizada também na profilaxia da malária e leptospirose.
• Não devem ser usadas primariamente p tratar anaeróbios e s. beta hemolítico
grupo A.
47. Tetraciclinas
• Minociclina
• Apresentação: comprimidos de 100mg
• Mesma dosagem da doxiciclina.
• Praticamente o mesmo espectro da doxiciclina.
Tem ótima atividade antiestafilocócica
• Oxitetraciclina
• Apresentação: cápsulas com 500mg; suspensão com 125mg/5ml; ampolas de
100mg para uso IM.
• Dosagem: 1-2d/dia, VO ou IM, DE 6/6h OU DE 12/12h.
• Mesmo espectro da doxiciclina
• Precisa de ajuste na disfunção renal.
• Deve ser administrada 2h antes ou após refeições
48. Tetraciclinas
• Tetraciclina
• Apresentações: cápsulas com 250-500mg; suspensão com 125mg/5ml
• Doses usuais: 250-500mg, vo,6/6h.
• Mesmo espectro da doxiciclina
• Deve-se fazer ajuste para os casos de disfunção renal.
• Deve ser administrada 2h antes ou após refeições
• Limeciclina
• Apresentação: capsulas de 150 e 300mg
• Doses: 300mg,1x/dia por 10-15 dias, seguido de 150 mg/dia por 22 semanas
Usada no tratamento de acne vulgar e rosácea
49. Glicilciclinas
• Estrutura química semelhante à da minociclina.
• A única droga dessa classe disponível é a tigeciclina( nome comercial: tygacil)
• Apresentação:Cartucho contendo 10 frascos-ampolas. Cada frasco ampola contém
50 mg de pó liófilo para infusão.
• É ativa mesmo contra agentes dotados de mecanismos de resistência contra as
tetraciclinas.
• Tem se mostrado ativa in vitro contra Staphylococcus aureus meticilino-resistentes;
enterococcos resistentes à vancomicina e streptococcos resistentes à penicilina.
• Atinge concentrações pulmonares superiores à sérica.
• A tigecilina é adminstrada por via EV, dose inicial de 100mg seguida de 50 mg
12/12h.
• Contraindicada na ITU, pois a maior parte da
droga é eliminada nas fezes.
• Efeitos colaterais: náuseas, vômitos e diarréia.
Contraindicada na lactação e gestação.
50. Referências Bibliográficas
• RANG, HD; DALE, MM. Farmacologia. 7a ed.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2012;
• SILVA, Penildon. Farmacologia. 8a ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.