O documento discute a política como vocação segundo Max Weber. Ele define política como o uso da violência física legítima pelo Estado para dominar os cidadãos dentro de um território. A burocracia estatal e os políticos profissionais são características do Estado moderno, no qual muitas pessoas vivem da política através da distribuição de cargos e empregos pelos partidos.
2. Política
Conceito amplo e abrange todas as espécies de
atividades diretivas autônomas;
Entendemos por política, apenas a direção do
agrupamento político, hoje denominado “Estado” ou
a influência que se exerce em tal sentido. (p.55).
3. Estado
Para Weber, o Estado não se deixa definir
a não ser pelo específico meio que lhe é
peculiar, tal como é peculiar todo outro
agrupamento político, ou seja o uso da
coação física. (p.56)
5. Estado Contemporâneo
Comunidade humana Vive em um
determinado território;
Reivindica o monopólio do uso legítimo da
violência física. (p. 56)
6. Política
Conjunto de esforços feitos com vistas a
participar do poder ou a influenciar a divisão
do poder, seja entre Estados, seja no interior
de um único Estado. (p. 56)
7. Homem Político
Todo homem que se entrega à política,
aspira ao poder – seja porque o considere
como instrumento a serviço da consecução
de outro fim, ideais ou egoístas, seja porque
deseje o poder “pelo poder” para gozar do
sentimento de prestígio que ele confere. (p.
57)
8. Estado
Consiste em uma relação de dominação
do homem sobre o homem, fundado no
instrumento da violência legitima.
(p. 57)
9. Razões que justificam a Dominação:
(Fundamentos da Legitimidade)
1. “Poder Tradicional”:
Donos das terras;
2. “Poder Carismático”:
Exercido pelo profeta ou pelo dirigente guerreiro
eleito;
Soberano escolhido através do plebiscito, pelo
demagogo ou pelo dirigente de um partido político.
10. 3. “ Poder de Legalidade”:
Autoridade fundada na obediência, que reconhece
obrigações conformes ao estatuto estabelecido.
(p. 57-58)
É o poder do “Servidor do Estado” em nossos
dias.
Súditos
Obedecem pelo medo (vingança das potências
mágicas) ou pela esperança (recompensa nesta terra
ou noutro mundo).
11. Formas de Legitimação do Poder:
1. Carisma: Submissão ao carisma do chefe. É
quando os súditos depositam fé e esperança no
líder político. (p. 58).
2. Autoridade: De que modo conseguem, as forças
políticas dominantes, afirmar sua autoridade?
As atividades dos súditos se orientam em
função da obediência devida aos senhores. A
dominação organizada necessita de um Estado
maior administrativo e dos meios materiais de
gestão. (p. 59)
12. Estado Moderno
Tem como característica a burocracia estatal; (p.
61)
Poder centralizado;
É um agrupamento de dominação que apresenta
caráter institucional e que procure monopolizar,
nos limites de um território, a violência física
legítima, como instrumento de domínio e que,
tendo esse objetivo, reúne nas mãos dos dirigentes
os meios materiais de gestão. (p. 62)
13. Políticos profissionais:
Com o Estado moderno surge a classe dos
políticos profissionais – à serviço do príncipe.
(p.62)
Formas de Participação Política:
Voto periódico em candidatos: urnas.
Outros fazem das atividade política a profissão
“secundária” homem de confiança ou de
membros dos partidos políticos. (p. 63) Auxiliares
que só ocasionalmente se dedicam a política.
14. Maneiras de Fazer Política:
Há segundo Weber, duas maneiras de fazer
política. Ou se vive “para” a política, ou se vive
“da” política.
Aquele que vive “da” política, é aquele que vê na
política uma permanente fonte de renda;
Aquele que vive “para” a política é o contrario.
(p. 65)
15. A Política não visa mais o bem comum, mas ao
interesse próprio.
Diz Weber: “As lutas partidárias não são, portanto,
apenas lutas para consecução de metas objetivas, mas
são, a par disso, e sobretudo, rivalidades para controlar
a distribuição de empregos”. (p.68)
A Política virou a preocupação única em
distribuir empregos.
Diz Weber: Na Alemanha, todas as lutas entre as
tendências particularistas e as tendências centralistas
giram em torno deste ponto”. (p.68)
16. Partidos = distribuição de empregos???
Os partidos se irritam muito mais com arranhões ao
direito de distribuição de empregos do que com desvios
de programas. (p. 68)
Se um determinado partido ganhar as eleições em um
município, por exemplo, metade dos eleitores serão
beneficiados com cargos (empregos) ou alguma outra
forma de vantagem. Conseqüentemente, o partido
perdedor, com seu eleitorado minoritário, além de
amargar a derrota ficará sem emprego e sem as
vantagens. Resta-lhes apenas, esperar as próximas
eleições.
17. Weber trata das destruições de empregos em
diversos países – distribuição de cargos e postos
administrativo. (p. 68)
Partido Trampolim Futuro garantido.
“Dessa forma, aos olhos de seus aderentes, os
partidos aparecem, cada vez mais, como uma espécie
de trampolim que lhes permitirá atingir este objetivo
essencial: garantir o futuro”. (p. 69)
18. Demagogo:
Na Grécia: Péricles ocupou a única função
eletiva existente, a de estratégia superior – os
outros postos atribuídos por sorteio. Ele dirigia
a eclesia soberana do demos ateniense.
Na modernidade: O publiscista político
(manqueteiro); jornalista. (p. 80)
19. Os militantes de um determinado partido
esperam obter compensações pessoais:
“Os militantes e, em especial os funcionários e
dirigentes de partidos, esperam naturalmente, que o
triunfo do chefe lhes traga compensação pessoal:
posições ou vantagens outras”. (p. 89)
Muitas pessoas vivem da política dos partidos:
“A máquina exigia grande número de pessoas para seu
funcionamento. Nesse momento, cerca de duas mil
pessoas vivem, na Inglaterra, diretamente da política
dos partidos”. (p. 93)
20. Muitos estão à procura...
“Mais elevado ainda é o número dos que se acham à cata
de uma situação e dos que se mostram ativos em razão de
outros interesses, especialmente no campo da política
municipal”. (p. 93)
Boss (chefe):
Homem dos meios capitalistas que financiam eleições.
Ele só busca o poder, seja como fonte de riquezas, seja
pelo próprio poder...Trabalha na obscuridade; não é
ouvido em público; conserva o silêncio, porém sugere
aos oradores o que convém dizer. (p. 98)
21. Que “alegrias” pode a carreira política
trazer???
Sentimento de poder;
Três qualidades dos homem político:
a) Paixão;
b) Sentimento de responsabilidade;
c) senso de proporção: qualidade psicológica
fundamental do homem político – recolhimento-
calma interior do espírito – manter a distância os
homens e as coisas. (p. 106)
22. Vaidade
É um inimigo vulgar que o homem político deve
dominar a cada dia e a cada hora.
Atinge a todos – não estamos isentos da vaidade.
Nos meios científicos e universitários ela chega a
constituir-se numa espécie de moléstia profissional.
Ethos da Política:
Não cair no erro de justificar-se perante a própria
consciência. Weber dá o exemplo do homem que
abandona sua mulher e justifica-se dizendo que não a
amava...
23. A política é diabólica e o diabo é velho –
envelhecer para conhecê-lo. (p. 121)
A política é um esforço tenaz e energético para
atravessar vigas de madeira: tal esforço exige, a um
tempo, paixão e senso de proporção. (p. 123)
Sobre o Possível e o Impossível:
“É perfeitamente exato dizer – e toda a experiência
histórica o confirma – que não se teria jamais
atingido o possível, se não se houvesse tentado o
impossível. (p. 123)