SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 2
Baixar para ler offline
"O QUE DEUS UNIU, O HOMEM NÃO SEPARE"
BORTOLINE, José - Roteiros Homiléticos Anos A, B, C Festas e Solenidades - Paulus, 2007
* LIÇÃO DA SÉRIE: LECIONÁRIO DOMINICAL *
ANO: B – TEMPO LITÚRGICO: 27° DOM. COMUM - COR: VERDE
I. INTRODUÇÃO GERAL
1. A celebração da Eucaristia é a união de todos os cristãos, em
comunhão com Cristo e o Pai, na força do Espírito Santo. Deus
criou as pessoas para a comunhão e a união, na igualdade de
condições. Sem o outro somos incompletos e inacabados (1ª
leitura Gn 2,18-24). O matrimônio cristão aponta para uma reali-
dade mais profunda, a união entre Cristo e a Igreja (Ef 5,31-32).
O próprio Jesus quer que essa união não seja desfeita, porque a
indissolubilidade do matrimônio remonta ao projeto de Deus
(Evangelho Mc 10,2-16). Na celebração eucarística, a comunida-
de cristã deveria pôr como centro de suas atenções os empobreci-
dos e marginalizados, amigos e preferidos de Jesus. Excluí-los é
irritar o Mestre (Evangelho). A Eucaristia nos ensina ainda a
sermos solidários como Jesus, que não se envergonha de chamar-
nos “irmãos” (2ª leitura Hb 2,9-11). Será que temos a coragem
de abraçar os empobrecidos, solidarizando-nos com eles?
II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
1ª leitura (Gn 2,18-24): Deus criou as pessoas para a comu-
nhão e a união
2. O trecho de hoje faz parte daquilo que se convencionou
chamar de relato javista da criação. A escola javista, do tempo de
Salomão, reflete sobre a condição humana à luz daquilo que ca-
racteriza Israel enquanto povo de Deus. Essa escolha foi marcada
por um plano divino, no qual o ser humano colabora intimamente
com seu criador.
3. O texto escolhido para ser a primeira leitura deste dia relata a
criação da mulher e mostra o que significa ser humano na pers-
pectiva do projeto de Deus. Javé reconhece que “não é bom que o
homem esteja só” (v. 18a), porque solidão é sinônimo de maldi-
ção divina, de excomunhão. Por isso Javé decide fazer para o
homem “uma auxiliar (em hebraico, ‘ézer) semelhante a ele” (v.
18b). A mulher, na ótica da Bíblia, é dom que Deus faz ao ho-
mem, auxiliar sem a qual o homem não pode ser feliz e abençoa-
do.
4. Os vv. 19-20 mostram a primeira tentativa para se passar da
solidão-maldição à comunhão-bênção: Javé plasma da terra (co-
mo havia plasmado o homem) animais e aves, conduzindo-os ao
homem para ver como os chamaria. E o próprio Deus respeita as
decisões do homem: “cada ser vivo teria o nome que o homem lhe
desse”. Dar nomes aos animais é sinônimo de poder sobre eles.
Assim, o ser humano participa da obra criadora de Deus: ele é
senhor das coisas criadas. O fato de o homem não encontrar entre
os seres vivos uma auxiliar que lhe fosse semelhante demonstra
que a pessoa não é bicho nem fera. O fato de possuir poder sobre
as coisas criadas não o realiza enquanto ser humano: “não havia
para o homem uma auxiliar semelhante a ele” (v. 20b). O ser
humano, sozinho, mesmo tendo poder sobre as coisas criadas, é
incompleto e inacabado.
5. A segunda tentativa (vv. 21-22) é sucesso pleno, que provoca
o primeiro poema de amor na Bíblia: “Desta vez, sim, é osso dos
meus ossos e carne da minha carne!” (v. 23a). Mas o texto de-
monstra também que a mulher é dom gratuito de Deus: é criada
enquanto o homem dorme, ou seja, enquanto está completamente
inativo e incapaz de realizar algo por própria conta. Por outro
lado, homem e mulher são criados em pé de igualdade: o que os
une é o fato de serem humanos e se completarem mutuamente no
amor. Essa união fica mais evidente a partir da relação ’ish-’ishah
do texto hebraico: o homem (’ish) exclama: “Ela será chamada
mulher (’ishah) porque foi tirada do homem” (v. 23b). E o texto
conclui: “Por isso o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua
mulher, e eles serão uma só carne” (v. 24). Portanto, o relaciona-
mento mais estreito que possa haver entre as pessoas, segundo
este capítulo, é o relacionamento homem-mulher, no amor; rela-
cionamento mais estreito e forte que os próprios laços unindo
pais-filhos.
6. O texto de hoje fala, pois, do objetivo pelo qual o ser humano
existe: é em vista da comunhão que fomos criados. O aspecto
antropológico mais importante deste capítulo não é a capacidade
que as pessoas têm de dominar as coisas criadas; pelo contrário, é
a capacidade de se relacionar, formando a comunhão mais íntima
que possa existir entre dois seres humanos. Essa comunhão tem
raízes comuns: homem e mulher são humanos; estão em pé de
igualdade; um é parte do outro; qualquer um deles, sem o outro, é
incompleto e infeliz.
7. É isso que a Bíblia ensina a respeito da relação homem-
mulher. É o que o povo de Deus descobre: “Aprendi isso à luz da
Palavra de Deus. Por que Deus tirou a mulher do lado (da costela)
do homem? Do lado pra caminhar juntos, para ser companheira.
Por que não foi tirada do osso do pé? Se fosse pra ela andar de-
baixo dos pés do homem, Deus a teria tirado do osso do pé. Ela é
companheira, por isso foi tirada do osso do lado. É aquela que
caminha junto, que decide junto. É aquela que trabalha junto”
(Luzia Santos Florêncio).
Evangelho (Mc 10,2-16): “O que Deus uniu, o homem não
separe!”
8. O Evangelho de Marcos serviu de texto para a catequese dos
primeiros cristãos. Aos poucos, a catequese vai mostrando aos
que iniciam o caminho da fé quem é Jesus e o que significa com-
prometer-se com ele.
9. Na segunda parte desse evangelho (8,31 em diante), Jesus se
dedica quase exclusivamente à instrução dos discípulos, mostran-
do-lhes mais de perto as exigências do discipulado radical. Isso
porque ele está a caminho de Jerusalém, onde será morto e, de-
pois de três dias, ressuscitará.
10. O capítulo 10 de Marcos traz alguns ensinamentos de Jesus a
seus discípulos: sobre o matrimônio, a opção preferencial pelos
pobres, as riquezas enquanto impedimento para entrar no Reino.
O texto de hoje compreende os dois primeiros aspectos.
a. Na perspectiva do Reino, o matrimônio é indissolúvel (vv. 2-12)
11. O texto adota o esquema dos diálogos didáticos: 1. Interpela-
se o Mestre com uma pergunta difícil (v. 2); 2. O mestre responde
perguntando (v. 3); 3. Os interlocutores se sentem obrigados a
responder, revelando seus pontos fracos (v. 4); 4. O mestre corri-
ge a resposta dos interlocutores, apresentando a novidade (vv. 5-
9). Percebe-se aí um escopo catequético: os que pretendem seguir
Jesus defrontam com a sociedade permissiva e discriminadora,
representada pelos fariseus, que impõe suas próprias leis. De fato,
os fariseus, ajudados pelos doutores da Lei, ditavam as regras do
jogo. O que Jesus tem a dizer a essa sociedade? Como se posicio-
nou diante dela? Como deverão reagir os que o seguem? No fun-
do, o texto de hoje mostra que a práxis da comunidade cristã em
relação ao matrimônio se distanciou bem depressa da legislação
farisaica.
12. De fato, a interpretação farisaica da Lei não punha em dis-
cussão o direito que o homem tinha de se divorciar da esposa.
Discutia-se em que circunstâncias e por quais razões seria possí-
vel fazê-lo (cf. Mt 19,3: “por qualquer razão?”). Por isso, os fari-
seus, respondendo à pergunta de Jesus sobre o que Moisés orde-
nou, afirmam que ele permitiu ao homem dar à mulher o docu-
mento de divórcio (cf. Dt 24,1-3).
13. Na perspectiva deuteronomista, o documento de divórcio
visava proteger a mulher, coibindo o arbítrio machista. Para assi-
nar o documento eram necessárias testemunhas e razões válidas.
Isso impedia que a mulher fosse mandada embora sem maiores
motivos, até por capricho ou mau humor do marido. Recebendo o
documento de divórcio, estaria livre para casar com outro homem,
sem ser acusada de adultério. Essa perspectiva, porém, aos poucos
foi sendo esquecida, e o divórcio passou a ser mais uma demons-
tração do arbítrio e do machismo. Os fariseus, portanto, ao res-
ponder que Moisés permitiu escrever o documento de divórcio,
legitimam a discriminação, querendo torná-la parte integrante da
vontade e do projeto de Deus.
14. A resposta de Jesus (vv. 5-10) mostra, em primeiro lugar,
que a prática farisaica é um gesto de impiedade e de idolatria:
“Foi por causa da dureza do coração de vocês que Moisés escre-
veu esse mandamento” (v. 5). Dureza de coração, na linguagem
bíblica, é desobediência ao projeto de Deus. Os fariseus, com sua
prática, estão fora dele. Em segundo lugar, Jesus situa o matrimô-
nio dentro da perspectiva do projeto de Deus (cf. I leitura): unindo
num só pensamento as citações de Gn 1,27 e 2,24, faz ver que
homem e mulher, unidos em matrimônio, formam uma unidade
corpórea indissolúvel, bem mais forte que os laços de sangue ou
parentesco. Proibindo separar o que Deus uniu, Jesus está fazendo
com que o matrimônio remonte ao projeto de Deus, manifestado
desde o início.
15. A cena seguinte (vv. 10-12) situa Jesus em casa com os
discípulos que o interrogam sobre o mesmo assunto. Passa-se,
assim, à catequese cristã sobre o matrimônio. Outro indício de
catequese cristã é o fato de os vv. 10-12 refletirem o direito ro-
mano. De fato, no Antigo Testamento só o marido é que podia dar
à esposa documento de divórcio, ao passo que na legislação ro-
mana também a mulher tinha o direito de tomar a iniciativa. Isso
demonstra que, no ambiente da comunidade de Marcos, vigorava
outra legislação, diferente da farisaica.
16. A novidade de Jesus é radical, indo muito além do que pres-
crevia o Antigo Testamento: “Quem se divorciar de sua mulher e
casar com outra, comete adultério contra a primeira. E se a mu-
lher se divorciar do seu marido e se casar com outro, cometerá
adultério” (vv. 11-12). A responsabilidade, portanto, é igual para
marido e mulher. O Antigo Testamento não conhece a formulação
“cometer adultério contra a primeira”. Lá o homem, ao se casar
com outra, cometia adultério contra o outro matrimônio, mas não
contra o próprio! Além de pôr marido e mulher em iguais condi-
ções, Jesus os torna, para sempre, responsáveis um pelo outro.
b. Jesus optou pelos pobres (vv. 13-16)
17. Terminada a catequese sobre o matrimônio cristão, Marcos
inseriu em seguida uma cena na qual são apresentadas crianças a
Jesus, a fim de que as tocasse. O texto, portanto, quer mostrar o
que fazer, na comunidade, com os pobres. De fato, as crianças,
por serem indefesas, sem poder de decisão, sem voz nem vez, são
símbolo de todos os empobrecidos e marginalizados da sociedade.
18. Os discípulos – que no Evangelho de Marcos se caracterizam
pela lentidão em aderir a Jesus, pela incapacidade de compreender
a lógica do Reino e pelo medo do compromisso – procuram afas-
tar as crianças da presença dele. Crêem que os pobres devam ficar
afastados do Mestre (v. 13). A reação de Jesus é de ira. É o único
lugar no Evangelho de Marcos em que Jesus se irrita, e isso con-
tra os discípulos. É a ira de Javé – tão presente no Antigo Testa-
mento – ao ver que os pobres, seus preferidos, aos quais pertence
o Reino, são excluídos de sua presença, e isso por aqueles que se
dizem cristãos! Jesus garante que o Reino é dos pobres (crianças),
porque a graça de Deus foi destinada a eles.
19. A cena é interessante também por se situar entre os três a-
núncios da paixão de Jesus e as três reações opostas dos discípu-
los. É oportuno lembrar que, na segunda parte de Marcos (8,31
em diante), Jesus ensina os discípulos, mostrando assim o perfil
das pessoas que ele procura para serem com ele construtoras do
Reino.
20. O v. 15 traz a declaração solene de Jesus: “Em verdade, digo
a vocês: quem não receber o Reino de Deus como uma criança,
nele não entrará”. Os pobres, portanto, são apresentados como
condição para acolher o Reino e entrar nele. Isso porque eles
possuem os requisitos básicos para a implantação do projeto de
Deus (compare essa declaração com Mt 5,3 e Lc 6,20). O Reino é
dom, e só os que o buscam sem objetivos de prestígio, poder,
riqueza ou segurança é que realmente o possuem! É uma repeti-
ção do “renunciar a si mesmo” (cf. 24ª domingo comum).
21. A cena se encerra mostrando Jesus que abraça as crianças e
as abençoa, impondo-lhes as mãos. Ele não só toca os pobres, mas
abraça-os (no Evangelho de Marcos Jesus só abraça as crianças!),
solidarizando-se plenamente com eles. A bênção de Deus é para
os pobres e marginalizados (v. 16).
2ª leitura (Hb 2,9-11): Jesus é nosso irmão!
22. A partir deste domingo, até o final do Tempo Comum, a
segunda leitura recolhe trechos significativos da “carta aos He-
breus”. Os destinatários desse texto “são um grupo de cristãos que
se acham em grande perigo de rejeitar a fé em Jesus como revela-
dor e portador da salvação. Eles sentem dificuldade em aceitar,
tanto a forma humilhante e dolorosa da aparição terrestre de Jesus
(Hb 2), como os próprios sofrimentos que estão tendo que supor-
tar por serem cristãos (10,32ss; 12,3ss) e ainda a desilusão de não
verem realizada a salvação final (10,36s; 3,14; 6,12). Por outro
lado, parece que a religião do Antigo Testamento exerce forte
influência nesse grupo. Pode-se supor que sejam judeus converti-
dos da comunidade cristã de Roma. O escrito é de grande impor-
tância no quadro geral do Novo Testamento, pelo fato de apresen-
tar Jesus como aquele que supera a instituição cultual do Antigo
Testamento... O único ato salvador a obter de uma vez por todas o
perdão é o sacrifício de Jesus, que derramou seu sangue e entre-
gou sua vida por nós. Jesus é, portanto, o único mediador entre
Deus e os homens. Doravante, é ele o único santuário e sacerdote,
e o sacrifício por ele realizado é, daqui por diante, o único agra-
dável a Deus (9,11-14)” (Bíblia Sagrada – Ed. Pastoral, Paulus, p.
1545).
23. O capítulo 2 de Hebreus tem como tema a solidariedade de
Jesus com os seres humanos, “filhos que Deus leva à glória”
(2,10). O projeto de Deus é conduzir a humanidade à vida plena.
Ele realizou isso mediante o Filho, autor da salvação (v. 10), o
sacerdote (santificador, v. 11).
24. Os cristãos são convidados a superar o escândalo da encarna-
ção, paixão e morte de Jesus, contemplando-o agora coroado de
glória e de honra, após ter vencido a morte (v. 9). A encarnação
de Jesus (feito um pouco menor que os anjos, v. 9), sua morte na
cruz em nome de todos, é a forma que Deus encontrou para se
solidarizar plenamente com a humanidade. Jesus, o santificador, e
os cristãos, os santificados, vêm todos do mesmo Deus e Pai. Por
isso, morrendo na cruz, Jesus se tornou plenamente solidário, a
ponto de não se envergonhar em chamar “irmãos” aqueles que
remiu (v. 11).
III. PISTAS PARA REFLEXÃO
25. A 1ª leitura (Gn 2,18-24) e o evangelho (Mc 10,2-16) podem se tornar excelente momento de catequese
sobre o matrimônio cristão à luz do projeto de Deus, que criou os seres humanos para a igualdade, comunhão e
união. Talvez seja esse o conteúdo permanente da catequese para crianças, jovens e adultos. Isso ajudaria a a-
cabar com machismo e discriminações. (Convidar casais, apresentando os requisitos para o casamento dar certo
e tornar felizes as pessoas.) O evangelho traz, ainda, o tema da opção preferencial pelos pobres (crianças). Que
lugar ocupam em nossa comunidade? Estaria Jesus irritado conosco?
26. A 2ª leitura (Hb 2,9-11) traz o tema da solidariedade de Jesus, que não se envergonha em chamar-nos
seus irmãos. Como anda a solidariedade na comunidade? Por que discriminamos se, com Jesus, temos uma ú-
nica origem?

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Comentário: 2° Domingo da Páscoa - Anos C
Comentário: 2° Domingo da Páscoa - Anos CComentário: 2° Domingo da Páscoa - Anos C
Comentário: 2° Domingo da Páscoa - Anos CJosé Lima
 
1 objetivos do panorama do at
1  objetivos do panorama do at1  objetivos do panorama do at
1 objetivos do panorama do atPIB Penha - SP
 
2 panorama do at - genesis criacao ate adao
2   panorama do at - genesis criacao ate adao2   panorama do at - genesis criacao ate adao
2 panorama do at - genesis criacao ate adaoPIB Penha
 
025 somos filhos_ou_criaturas_de_deus-v6
025 somos filhos_ou_criaturas_de_deus-v6025 somos filhos_ou_criaturas_de_deus-v6
025 somos filhos_ou_criaturas_de_deus-v6Gilberto Beserra
 
Resposta a questão sobre a trindade
Resposta a questão sobre a trindadeResposta a questão sobre a trindade
Resposta a questão sobre a trindadeLuciano Armando
 
100 repostas bblicas_para_o_catolicismo
100 repostas bblicas_para_o_catolicismo100 repostas bblicas_para_o_catolicismo
100 repostas bblicas_para_o_catolicismoestevao01
 
1 trindade - 08-09-2013 (1)
1   trindade - 08-09-2013 (1)1   trindade - 08-09-2013 (1)
1 trindade - 08-09-2013 (1)judju
 
Jeová, Jesus, E. Santo
Jeová, Jesus, E. SantoJeová, Jesus, E. Santo
Jeová, Jesus, E. Santojb1955
 
70 razões porque não cremos na doutrina da trindade
70 razões porque não cremos na doutrina da trindade70 razões porque não cremos na doutrina da trindade
70 razões porque não cremos na doutrina da trindadeASD Remanescentes
 
Lição 13- Sobre a Família e a sua Natureza
Lição 13- Sobre a Família e a sua NaturezaLição 13- Sobre a Família e a sua Natureza
Lição 13- Sobre a Família e a sua NaturezaÉder Tomé
 
Apostila Fundamentos. Batismo nas Águas. batizando-os em nome do Pai, e do Fi...
Apostila Fundamentos. Batismo nas Águas. batizando-os em nome do Pai, e do Fi...Apostila Fundamentos. Batismo nas Águas. batizando-os em nome do Pai, e do Fi...
Apostila Fundamentos. Batismo nas Águas. batizando-os em nome do Pai, e do Fi...JooAlbertoSoaresdaSi
 
Comentário: 2º Domingo da Pascoa - Ano B
Comentário: 2º Domingo da Pascoa - Ano BComentário: 2º Domingo da Pascoa - Ano B
Comentário: 2º Domingo da Pascoa - Ano BJosé Lima
 
Só o pai é Deus?
Só o pai é Deus?Só o pai é Deus?
Só o pai é Deus?jb1955
 
Deus cartitas est
Deus cartitas estDeus cartitas est
Deus cartitas estLeutherio
 
Lição 9 - A Mordomia do Trabalho
Lição 9 - A Mordomia do TrabalhoLição 9 - A Mordomia do Trabalho
Lição 9 - A Mordomia do TrabalhoÉder Tomé
 
LIÇÃO_04 Jesus cristo
LIÇÃO_04 Jesus cristoLIÇÃO_04 Jesus cristo
LIÇÃO_04 Jesus cristoPr Neto
 
A Natureza da Pessoa de Cristo John Owen
A Natureza da Pessoa de Cristo   John OwenA Natureza da Pessoa de Cristo   John Owen
A Natureza da Pessoa de Cristo John OwenSilvio Dutra
 
Aula 4 - Jesus, o grande Salvador
Aula 4  - Jesus, o grande SalvadorAula 4  - Jesus, o grande Salvador
Aula 4 - Jesus, o grande SalvadorRicardo Gondim
 

Mais procurados (20)

Comentário: 2° Domingo da Páscoa - Anos C
Comentário: 2° Domingo da Páscoa - Anos CComentário: 2° Domingo da Páscoa - Anos C
Comentário: 2° Domingo da Páscoa - Anos C
 
1 objetivos do panorama do at
1  objetivos do panorama do at1  objetivos do panorama do at
1 objetivos do panorama do at
 
2 panorama do at - genesis criacao ate adao
2   panorama do at - genesis criacao ate adao2   panorama do at - genesis criacao ate adao
2 panorama do at - genesis criacao ate adao
 
025 somos filhos_ou_criaturas_de_deus-v6
025 somos filhos_ou_criaturas_de_deus-v6025 somos filhos_ou_criaturas_de_deus-v6
025 somos filhos_ou_criaturas_de_deus-v6
 
Resposta a questão sobre a trindade
Resposta a questão sobre a trindadeResposta a questão sobre a trindade
Resposta a questão sobre a trindade
 
100 repostas bblicas_para_o_catolicismo
100 repostas bblicas_para_o_catolicismo100 repostas bblicas_para_o_catolicismo
100 repostas bblicas_para_o_catolicismo
 
1 trindade - 08-09-2013 (1)
1   trindade - 08-09-2013 (1)1   trindade - 08-09-2013 (1)
1 trindade - 08-09-2013 (1)
 
Jeová, Jesus, E. Santo
Jeová, Jesus, E. SantoJeová, Jesus, E. Santo
Jeová, Jesus, E. Santo
 
Romanos 14
Romanos 14Romanos 14
Romanos 14
 
70 razões porque não cremos na doutrina da trindade
70 razões porque não cremos na doutrina da trindade70 razões porque não cremos na doutrina da trindade
70 razões porque não cremos na doutrina da trindade
 
Lição 13- Sobre a Família e a sua Natureza
Lição 13- Sobre a Família e a sua NaturezaLição 13- Sobre a Família e a sua Natureza
Lição 13- Sobre a Família e a sua Natureza
 
Apostila Fundamentos. Batismo nas Águas. batizando-os em nome do Pai, e do Fi...
Apostila Fundamentos. Batismo nas Águas. batizando-os em nome do Pai, e do Fi...Apostila Fundamentos. Batismo nas Águas. batizando-os em nome do Pai, e do Fi...
Apostila Fundamentos. Batismo nas Águas. batizando-os em nome do Pai, e do Fi...
 
Comentário: 2º Domingo da Pascoa - Ano B
Comentário: 2º Domingo da Pascoa - Ano BComentário: 2º Domingo da Pascoa - Ano B
Comentário: 2º Domingo da Pascoa - Ano B
 
Só o pai é Deus?
Só o pai é Deus?Só o pai é Deus?
Só o pai é Deus?
 
Deus cartitas est
Deus cartitas estDeus cartitas est
Deus cartitas est
 
Lição 9 - A Mordomia do Trabalho
Lição 9 - A Mordomia do TrabalhoLição 9 - A Mordomia do Trabalho
Lição 9 - A Mordomia do Trabalho
 
A trindade
A trindadeA trindade
A trindade
 
LIÇÃO_04 Jesus cristo
LIÇÃO_04 Jesus cristoLIÇÃO_04 Jesus cristo
LIÇÃO_04 Jesus cristo
 
A Natureza da Pessoa de Cristo John Owen
A Natureza da Pessoa de Cristo   John OwenA Natureza da Pessoa de Cristo   John Owen
A Natureza da Pessoa de Cristo John Owen
 
Aula 4 - Jesus, o grande Salvador
Aula 4  - Jesus, o grande SalvadorAula 4  - Jesus, o grande Salvador
Aula 4 - Jesus, o grande Salvador
 

Destaque

Corridas de Rua e Comunidades Cariocas / Rev MKTG /out 2012 / Mktg 360 /Col...
  Corridas de Rua e Comunidades Cariocas / Rev MKTG /out 2012 / Mktg 360 /Col...  Corridas de Rua e Comunidades Cariocas / Rev MKTG /out 2012 / Mktg 360 /Col...
Corridas de Rua e Comunidades Cariocas / Rev MKTG /out 2012 / Mktg 360 /Col...Cesar de Castro
 
2. taller rubrica tpack e integración de tecnología
2. taller  rubrica tpack e  integración de tecnología2. taller  rubrica tpack e  integración de tecnología
2. taller rubrica tpack e integración de tecnologíasteva98
 
Informações paroquiais (3) (2)
Informações paroquiais (3) (2)Informações paroquiais (3) (2)
Informações paroquiais (3) (2)svicentebranca
 
Ressecção dos meninos e hora do pequeno
Ressecção dos meninos e hora do pequenoRessecção dos meninos e hora do pequeno
Ressecção dos meninos e hora do pequenoCatiaDuarte_1
 
Maria emma serna
Maria emma sernaMaria emma serna
Maria emma sernaNARIA EMMA
 
Los blogs son espacios donde un usuario grupo de usuarios publica periodicame...
Los blogs son espacios donde un usuario grupo de usuarios publica periodicame...Los blogs son espacios donde un usuario grupo de usuarios publica periodicame...
Los blogs son espacios donde un usuario grupo de usuarios publica periodicame...diegonunezsoto
 
Onde vivemos
Onde vivemosOnde vivemos
Onde vivemoseb1penha4
 
Projeto de indicação nº 20
Projeto de indicação nº 20Projeto de indicação nº 20
Projeto de indicação nº 20afranio soares
 
Paródias seminário
Paródias   seminárioParódias   seminário
Paródias seminárioElderENF
 
Manual de-prc3a1cticas-en-modular-c
Manual de-prc3a1cticas-en-modular-cManual de-prc3a1cticas-en-modular-c
Manual de-prc3a1cticas-en-modular-cLucy Jiménez
 
5ª ata conselho administrativo rpps
5ª ata   conselho administrativo rpps5ª ata   conselho administrativo rpps
5ª ata conselho administrativo rppscoletivofortalecer
 

Destaque (20)

Corridas de Rua e Comunidades Cariocas / Rev MKTG /out 2012 / Mktg 360 /Col...
  Corridas de Rua e Comunidades Cariocas / Rev MKTG /out 2012 / Mktg 360 /Col...  Corridas de Rua e Comunidades Cariocas / Rev MKTG /out 2012 / Mktg 360 /Col...
Corridas de Rua e Comunidades Cariocas / Rev MKTG /out 2012 / Mktg 360 /Col...
 
DG4000
DG4000DG4000
DG4000
 
Certificado - HUMBERTO DE AQUINO RIBEIRO
Certificado - HUMBERTO DE AQUINO RIBEIROCertificado - HUMBERTO DE AQUINO RIBEIRO
Certificado - HUMBERTO DE AQUINO RIBEIRO
 
2. taller rubrica tpack e integración de tecnología
2. taller  rubrica tpack e  integración de tecnología2. taller  rubrica tpack e  integración de tecnología
2. taller rubrica tpack e integración de tecnología
 
Q40
Q40Q40
Q40
 
Informações paroquiais (3) (2)
Informações paroquiais (3) (2)Informações paroquiais (3) (2)
Informações paroquiais (3) (2)
 
Pres.de ppt
Pres.de pptPres.de ppt
Pres.de ppt
 
Ressecção dos meninos e hora do pequeno
Ressecção dos meninos e hora do pequenoRessecção dos meninos e hora do pequeno
Ressecção dos meninos e hora do pequeno
 
Notas sob..2
Notas sob..2Notas sob..2
Notas sob..2
 
Maria emma serna
Maria emma sernaMaria emma serna
Maria emma serna
 
Los blogs son espacios donde un usuario grupo de usuarios publica periodicame...
Los blogs son espacios donde un usuario grupo de usuarios publica periodicame...Los blogs son espacios donde un usuario grupo de usuarios publica periodicame...
Los blogs son espacios donde un usuario grupo de usuarios publica periodicame...
 
Onde vivemos
Onde vivemosOnde vivemos
Onde vivemos
 
Para1
Para1Para1
Para1
 
Projeto de indicação nº 20
Projeto de indicação nº 20Projeto de indicação nº 20
Projeto de indicação nº 20
 
Paródias seminário
Paródias   seminárioParódias   seminário
Paródias seminário
 
Q111
Q111Q111
Q111
 
Karolayn alexandra aviles castillo
Karolayn alexandra aviles castilloKarolayn alexandra aviles castillo
Karolayn alexandra aviles castillo
 
Manual de-prc3a1cticas-en-modular-c
Manual de-prc3a1cticas-en-modular-cManual de-prc3a1cticas-en-modular-c
Manual de-prc3a1cticas-en-modular-c
 
5ª ata conselho administrativo rpps
5ª ata   conselho administrativo rpps5ª ata   conselho administrativo rpps
5ª ata conselho administrativo rpps
 
Telefonia movil
Telefonia movilTelefonia movil
Telefonia movil
 

Semelhante a O que Deus uniu, o homem não separe

Lição 4 - A Sutileza da Normalização do Divórcio.pptx
Lição 4  - A Sutileza da Normalização do Divórcio.pptxLição 4  - A Sutileza da Normalização do Divórcio.pptx
Lição 4 - A Sutileza da Normalização do Divórcio.pptxLaurindo6
 
EST. PERSPECTIVA BÍBLICA DO MATRI. 2.pptx
EST. PERSPECTIVA BÍBLICA DO MATRI. 2.pptxEST. PERSPECTIVA BÍBLICA DO MATRI. 2.pptx
EST. PERSPECTIVA BÍBLICA DO MATRI. 2.pptxAlfcioPaulinoFrancis
 
Sobre a família e a sua natureza
Sobre a família e a sua naturezaSobre a família e a sua natureza
Sobre a família e a sua naturezaHamilton Souza
 
Comentário: 6° Domingo do Tempo Comum - Ano A
Comentário: 6° Domingo do Tempo Comum - Ano AComentário: 6° Domingo do Tempo Comum - Ano A
Comentário: 6° Domingo do Tempo Comum - Ano AJosé Lima
 
Publicação 16 - O homossexualismo à luz da bíblia.
Publicação 16 - O homossexualismo à luz da bíblia.Publicação 16 - O homossexualismo à luz da bíblia.
Publicação 16 - O homossexualismo à luz da bíblia.Pastor Marcello Rocha
 
Deus e o casamento
Deus e o casamentoDeus e o casamento
Deus e o casamentoJoel Silva
 
lio13-sobreafamliaeasuanatureza-170920171312 (1).pptx
lio13-sobreafamliaeasuanatureza-170920171312 (1).pptxlio13-sobreafamliaeasuanatureza-170920171312 (1).pptx
lio13-sobreafamliaeasuanatureza-170920171312 (1).pptxTiago Silva
 
Comentário: 3° Domingo da Quaresma - Ano C
Comentário: 3° Domingo da Quaresma - Ano CComentário: 3° Domingo da Quaresma - Ano C
Comentário: 3° Domingo da Quaresma - Ano CJosé Lima
 
O Casamento é para Sempre.pptx
O Casamento é para Sempre.pptxO Casamento é para Sempre.pptx
O Casamento é para Sempre.pptxNovaAlianaChurch
 
Lição 13 - Sobre a família e a sua natureza
Lição 13 - Sobre a família e a sua naturezaLição 13 - Sobre a família e a sua natureza
Lição 13 - Sobre a família e a sua naturezaErberson Pinheiro
 
Perguntas E Respostas Apologéticas
Perguntas E Respostas ApologéticasPerguntas E Respostas Apologéticas
Perguntas E Respostas ApologéticasAlexandre Santos
 
Lição 8 - Transgênero - Que Transrealidade é Essa.pptx
Lição 8 - Transgênero - Que Transrealidade é Essa.pptxLição 8 - Transgênero - Que Transrealidade é Essa.pptx
Lição 8 - Transgênero - Que Transrealidade é Essa.pptxCelso Napoleon
 
Comentário: O Batismo do Senhor - Ano C
Comentário: O Batismo do Senhor - Ano CComentário: O Batismo do Senhor - Ano C
Comentário: O Batismo do Senhor - Ano CJosé Lima
 
Lição 02 - O padrão moral da lei
Lição 02 - O padrão moral da leiLição 02 - O padrão moral da lei
Lição 02 - O padrão moral da leiPr. Andre Luiz
 
Lição 03- As Diferentes Mudanças Sociais da Família
Lição 03- As Diferentes Mudanças Sociais da FamíliaLição 03- As Diferentes Mudanças Sociais da Família
Lição 03- As Diferentes Mudanças Sociais da FamíliaMaxsuel Aquino
 
ocasamentobblico-130407155914-phpapp01.ppt
ocasamentobblico-130407155914-phpapp01.pptocasamentobblico-130407155914-phpapp01.ppt
ocasamentobblico-130407155914-phpapp01.pptMARCIO MARTINS SILVA
 
O divórcio lição 07 - para escola bíblica dominical
O divórcio   lição 07 - para escola bíblica dominicalO divórcio   lição 07 - para escola bíblica dominical
O divórcio lição 07 - para escola bíblica dominicalyosseph2013
 

Semelhante a O que Deus uniu, o homem não separe (20)

Lição 4 - A Sutileza da Normalização do Divórcio.pptx
Lição 4  - A Sutileza da Normalização do Divórcio.pptxLição 4  - A Sutileza da Normalização do Divórcio.pptx
Lição 4 - A Sutileza da Normalização do Divórcio.pptx
 
EST. PERSPECTIVA BÍBLICA DO MATRI. 2.pptx
EST. PERSPECTIVA BÍBLICA DO MATRI. 2.pptxEST. PERSPECTIVA BÍBLICA DO MATRI. 2.pptx
EST. PERSPECTIVA BÍBLICA DO MATRI. 2.pptx
 
Sobre a família e a sua natureza
Sobre a família e a sua naturezaSobre a família e a sua natureza
Sobre a família e a sua natureza
 
Comentário: 6° Domingo do Tempo Comum - Ano A
Comentário: 6° Domingo do Tempo Comum - Ano AComentário: 6° Domingo do Tempo Comum - Ano A
Comentário: 6° Domingo do Tempo Comum - Ano A
 
Publicação 16 - O homossexualismo à luz da bíblia.
Publicação 16 - O homossexualismo à luz da bíblia.Publicação 16 - O homossexualismo à luz da bíblia.
Publicação 16 - O homossexualismo à luz da bíblia.
 
Deus e o casamento
Deus e o casamentoDeus e o casamento
Deus e o casamento
 
lio13-sobreafamliaeasuanatureza-170920171312 (1).pptx
lio13-sobreafamliaeasuanatureza-170920171312 (1).pptxlio13-sobreafamliaeasuanatureza-170920171312 (1).pptx
lio13-sobreafamliaeasuanatureza-170920171312 (1).pptx
 
Comentário: 3° Domingo da Quaresma - Ano C
Comentário: 3° Domingo da Quaresma - Ano CComentário: 3° Domingo da Quaresma - Ano C
Comentário: 3° Domingo da Quaresma - Ano C
 
2 casamento religioso
2 casamento religioso2 casamento religioso
2 casamento religioso
 
O Casamento é para Sempre.pptx
O Casamento é para Sempre.pptxO Casamento é para Sempre.pptx
O Casamento é para Sempre.pptx
 
Lição 13 - Sobre a família e a sua natureza
Lição 13 - Sobre a família e a sua naturezaLição 13 - Sobre a família e a sua natureza
Lição 13 - Sobre a família e a sua natureza
 
EBD 2022.pptx
EBD 2022.pptxEBD 2022.pptx
EBD 2022.pptx
 
Perguntas E Respostas Apologéticas
Perguntas E Respostas ApologéticasPerguntas E Respostas Apologéticas
Perguntas E Respostas Apologéticas
 
Lição 8 - Transgênero - Que Transrealidade é Essa.pptx
Lição 8 - Transgênero - Que Transrealidade é Essa.pptxLição 8 - Transgênero - Que Transrealidade é Essa.pptx
Lição 8 - Transgênero - Que Transrealidade é Essa.pptx
 
Comentário: O Batismo do Senhor - Ano C
Comentário: O Batismo do Senhor - Ano CComentário: O Batismo do Senhor - Ano C
Comentário: O Batismo do Senhor - Ano C
 
Lição 02 - O padrão moral da lei
Lição 02 - O padrão moral da leiLição 02 - O padrão moral da lei
Lição 02 - O padrão moral da lei
 
A Questao Do Divorcio
A Questao Do DivorcioA Questao Do Divorcio
A Questao Do Divorcio
 
Lição 03- As Diferentes Mudanças Sociais da Família
Lição 03- As Diferentes Mudanças Sociais da FamíliaLição 03- As Diferentes Mudanças Sociais da Família
Lição 03- As Diferentes Mudanças Sociais da Família
 
ocasamentobblico-130407155914-phpapp01.ppt
ocasamentobblico-130407155914-phpapp01.pptocasamentobblico-130407155914-phpapp01.ppt
ocasamentobblico-130407155914-phpapp01.ppt
 
O divórcio lição 07 - para escola bíblica dominical
O divórcio   lição 07 - para escola bíblica dominicalO divórcio   lição 07 - para escola bíblica dominical
O divórcio lição 07 - para escola bíblica dominical
 

Último

Bem aventurados os puros de coração, pois verão a Deus: Verdadeira Pureza , ...
Bem aventurados os puros de coração, pois verão a Deus:  Verdadeira Pureza , ...Bem aventurados os puros de coração, pois verão a Deus:  Verdadeira Pureza , ...
Bem aventurados os puros de coração, pois verão a Deus: Verdadeira Pureza , ...silvana30986
 
Material sobre o jubileu e o seu significado
Material sobre o jubileu e o seu significadoMaterial sobre o jubileu e o seu significado
Material sobre o jubileu e o seu significadofreivalentimpesente
 
A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).
A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).
A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).natzarimdonorte
 
AS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdf
AS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdfAS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdf
AS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdfnatzarimdonorte
 
GÊNESIS A-2.pptx ESTUDO INTEGRADO DE CAPITULO 1 E
GÊNESIS A-2.pptx ESTUDO INTEGRADO DE CAPITULO 1 EGÊNESIS A-2.pptx ESTUDO INTEGRADO DE CAPITULO 1 E
GÊNESIS A-2.pptx ESTUDO INTEGRADO DE CAPITULO 1 EMicheleRosa39
 
Lição 3 - O céu - o Destino do Cristão.pptx
Lição 3 - O céu - o Destino do Cristão.pptxLição 3 - O céu - o Destino do Cristão.pptx
Lição 3 - O céu - o Destino do Cristão.pptxCelso Napoleon
 
10 Orações Para Honrar São José Operário
10 Orações Para Honrar São José Operário10 Orações Para Honrar São José Operário
10 Orações Para Honrar São José OperárioNilson Almeida
 
Gestos e Posturas na Santa Missa_20240414_055304_0000.pptx
Gestos e Posturas na Santa Missa_20240414_055304_0000.pptxGestos e Posturas na Santa Missa_20240414_055304_0000.pptx
Gestos e Posturas na Santa Missa_20240414_055304_0000.pptxSebastioFerreira34
 
O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .
O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .
O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .natzarimdonorte
 
ARMAGEDOM! O QUE REALMENTE?.............
ARMAGEDOM! O QUE REALMENTE?.............ARMAGEDOM! O QUE REALMENTE?.............
ARMAGEDOM! O QUE REALMENTE?.............Nelson Pereira
 
Oração dos Fiéis Festa da Palavra Catequese
Oração dos  Fiéis Festa da Palavra CatequeseOração dos  Fiéis Festa da Palavra Catequese
Oração dos Fiéis Festa da Palavra Catequeseanamdp2004
 
A CHEGADA DO EVANGELHO À EUROPA - ATOS 16 e 17.pptx
A CHEGADA DO EVANGELHO À EUROPA - ATOS 16 e 17.pptxA CHEGADA DO EVANGELHO À EUROPA - ATOS 16 e 17.pptx
A CHEGADA DO EVANGELHO À EUROPA - ATOS 16 e 17.pptxPIB Penha
 
Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo Dia
Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo DiaSérie: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo Dia
Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo DiaDenisRocha28
 
AULA 08-06-2022.pptx - provas da existência de Deus
AULA 08-06-2022.pptx - provas da existência de DeusAULA 08-06-2022.pptx - provas da existência de Deus
AULA 08-06-2022.pptx - provas da existência de DeusFilipeDuartedeBem
 

Último (15)

Bem aventurados os puros de coração, pois verão a Deus: Verdadeira Pureza , ...
Bem aventurados os puros de coração, pois verão a Deus:  Verdadeira Pureza , ...Bem aventurados os puros de coração, pois verão a Deus:  Verdadeira Pureza , ...
Bem aventurados os puros de coração, pois verão a Deus: Verdadeira Pureza , ...
 
Material sobre o jubileu e o seu significado
Material sobre o jubileu e o seu significadoMaterial sobre o jubileu e o seu significado
Material sobre o jubileu e o seu significado
 
A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).
A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).
A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).
 
AS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdf
AS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdfAS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdf
AS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdf
 
GÊNESIS A-2.pptx ESTUDO INTEGRADO DE CAPITULO 1 E
GÊNESIS A-2.pptx ESTUDO INTEGRADO DE CAPITULO 1 EGÊNESIS A-2.pptx ESTUDO INTEGRADO DE CAPITULO 1 E
GÊNESIS A-2.pptx ESTUDO INTEGRADO DE CAPITULO 1 E
 
Lição 3 - O céu - o Destino do Cristão.pptx
Lição 3 - O céu - o Destino do Cristão.pptxLição 3 - O céu - o Destino do Cristão.pptx
Lição 3 - O céu - o Destino do Cristão.pptx
 
10 Orações Para Honrar São José Operário
10 Orações Para Honrar São José Operário10 Orações Para Honrar São José Operário
10 Orações Para Honrar São José Operário
 
Gestos e Posturas na Santa Missa_20240414_055304_0000.pptx
Gestos e Posturas na Santa Missa_20240414_055304_0000.pptxGestos e Posturas na Santa Missa_20240414_055304_0000.pptx
Gestos e Posturas na Santa Missa_20240414_055304_0000.pptx
 
O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .
O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .
O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .
 
ARMAGEDOM! O QUE REALMENTE?.............
ARMAGEDOM! O QUE REALMENTE?.............ARMAGEDOM! O QUE REALMENTE?.............
ARMAGEDOM! O QUE REALMENTE?.............
 
Oração dos Fiéis Festa da Palavra Catequese
Oração dos  Fiéis Festa da Palavra CatequeseOração dos  Fiéis Festa da Palavra Catequese
Oração dos Fiéis Festa da Palavra Catequese
 
A CHEGADA DO EVANGELHO À EUROPA - ATOS 16 e 17.pptx
A CHEGADA DO EVANGELHO À EUROPA - ATOS 16 e 17.pptxA CHEGADA DO EVANGELHO À EUROPA - ATOS 16 e 17.pptx
A CHEGADA DO EVANGELHO À EUROPA - ATOS 16 e 17.pptx
 
Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo Dia
Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo DiaSérie: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo Dia
Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo Dia
 
Fluido Cósmico Universal e Perispírito.ppt
Fluido Cósmico Universal e Perispírito.pptFluido Cósmico Universal e Perispírito.ppt
Fluido Cósmico Universal e Perispírito.ppt
 
AULA 08-06-2022.pptx - provas da existência de Deus
AULA 08-06-2022.pptx - provas da existência de DeusAULA 08-06-2022.pptx - provas da existência de Deus
AULA 08-06-2022.pptx - provas da existência de Deus
 

O que Deus uniu, o homem não separe

  • 1. "O QUE DEUS UNIU, O HOMEM NÃO SEPARE" BORTOLINE, José - Roteiros Homiléticos Anos A, B, C Festas e Solenidades - Paulus, 2007 * LIÇÃO DA SÉRIE: LECIONÁRIO DOMINICAL * ANO: B – TEMPO LITÚRGICO: 27° DOM. COMUM - COR: VERDE I. INTRODUÇÃO GERAL 1. A celebração da Eucaristia é a união de todos os cristãos, em comunhão com Cristo e o Pai, na força do Espírito Santo. Deus criou as pessoas para a comunhão e a união, na igualdade de condições. Sem o outro somos incompletos e inacabados (1ª leitura Gn 2,18-24). O matrimônio cristão aponta para uma reali- dade mais profunda, a união entre Cristo e a Igreja (Ef 5,31-32). O próprio Jesus quer que essa união não seja desfeita, porque a indissolubilidade do matrimônio remonta ao projeto de Deus (Evangelho Mc 10,2-16). Na celebração eucarística, a comunida- de cristã deveria pôr como centro de suas atenções os empobreci- dos e marginalizados, amigos e preferidos de Jesus. Excluí-los é irritar o Mestre (Evangelho). A Eucaristia nos ensina ainda a sermos solidários como Jesus, que não se envergonha de chamar- nos “irmãos” (2ª leitura Hb 2,9-11). Será que temos a coragem de abraçar os empobrecidos, solidarizando-nos com eles? II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS 1ª leitura (Gn 2,18-24): Deus criou as pessoas para a comu- nhão e a união 2. O trecho de hoje faz parte daquilo que se convencionou chamar de relato javista da criação. A escola javista, do tempo de Salomão, reflete sobre a condição humana à luz daquilo que ca- racteriza Israel enquanto povo de Deus. Essa escolha foi marcada por um plano divino, no qual o ser humano colabora intimamente com seu criador. 3. O texto escolhido para ser a primeira leitura deste dia relata a criação da mulher e mostra o que significa ser humano na pers- pectiva do projeto de Deus. Javé reconhece que “não é bom que o homem esteja só” (v. 18a), porque solidão é sinônimo de maldi- ção divina, de excomunhão. Por isso Javé decide fazer para o homem “uma auxiliar (em hebraico, ‘ézer) semelhante a ele” (v. 18b). A mulher, na ótica da Bíblia, é dom que Deus faz ao ho- mem, auxiliar sem a qual o homem não pode ser feliz e abençoa- do. 4. Os vv. 19-20 mostram a primeira tentativa para se passar da solidão-maldição à comunhão-bênção: Javé plasma da terra (co- mo havia plasmado o homem) animais e aves, conduzindo-os ao homem para ver como os chamaria. E o próprio Deus respeita as decisões do homem: “cada ser vivo teria o nome que o homem lhe desse”. Dar nomes aos animais é sinônimo de poder sobre eles. Assim, o ser humano participa da obra criadora de Deus: ele é senhor das coisas criadas. O fato de o homem não encontrar entre os seres vivos uma auxiliar que lhe fosse semelhante demonstra que a pessoa não é bicho nem fera. O fato de possuir poder sobre as coisas criadas não o realiza enquanto ser humano: “não havia para o homem uma auxiliar semelhante a ele” (v. 20b). O ser humano, sozinho, mesmo tendo poder sobre as coisas criadas, é incompleto e inacabado. 5. A segunda tentativa (vv. 21-22) é sucesso pleno, que provoca o primeiro poema de amor na Bíblia: “Desta vez, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne!” (v. 23a). Mas o texto de- monstra também que a mulher é dom gratuito de Deus: é criada enquanto o homem dorme, ou seja, enquanto está completamente inativo e incapaz de realizar algo por própria conta. Por outro lado, homem e mulher são criados em pé de igualdade: o que os une é o fato de serem humanos e se completarem mutuamente no amor. Essa união fica mais evidente a partir da relação ’ish-’ishah do texto hebraico: o homem (’ish) exclama: “Ela será chamada mulher (’ishah) porque foi tirada do homem” (v. 23b). E o texto conclui: “Por isso o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne” (v. 24). Portanto, o relaciona- mento mais estreito que possa haver entre as pessoas, segundo este capítulo, é o relacionamento homem-mulher, no amor; rela- cionamento mais estreito e forte que os próprios laços unindo pais-filhos. 6. O texto de hoje fala, pois, do objetivo pelo qual o ser humano existe: é em vista da comunhão que fomos criados. O aspecto antropológico mais importante deste capítulo não é a capacidade que as pessoas têm de dominar as coisas criadas; pelo contrário, é a capacidade de se relacionar, formando a comunhão mais íntima que possa existir entre dois seres humanos. Essa comunhão tem raízes comuns: homem e mulher são humanos; estão em pé de igualdade; um é parte do outro; qualquer um deles, sem o outro, é incompleto e infeliz. 7. É isso que a Bíblia ensina a respeito da relação homem- mulher. É o que o povo de Deus descobre: “Aprendi isso à luz da Palavra de Deus. Por que Deus tirou a mulher do lado (da costela) do homem? Do lado pra caminhar juntos, para ser companheira. Por que não foi tirada do osso do pé? Se fosse pra ela andar de- baixo dos pés do homem, Deus a teria tirado do osso do pé. Ela é companheira, por isso foi tirada do osso do lado. É aquela que caminha junto, que decide junto. É aquela que trabalha junto” (Luzia Santos Florêncio). Evangelho (Mc 10,2-16): “O que Deus uniu, o homem não separe!” 8. O Evangelho de Marcos serviu de texto para a catequese dos primeiros cristãos. Aos poucos, a catequese vai mostrando aos que iniciam o caminho da fé quem é Jesus e o que significa com- prometer-se com ele. 9. Na segunda parte desse evangelho (8,31 em diante), Jesus se dedica quase exclusivamente à instrução dos discípulos, mostran- do-lhes mais de perto as exigências do discipulado radical. Isso porque ele está a caminho de Jerusalém, onde será morto e, de- pois de três dias, ressuscitará. 10. O capítulo 10 de Marcos traz alguns ensinamentos de Jesus a seus discípulos: sobre o matrimônio, a opção preferencial pelos pobres, as riquezas enquanto impedimento para entrar no Reino. O texto de hoje compreende os dois primeiros aspectos. a. Na perspectiva do Reino, o matrimônio é indissolúvel (vv. 2-12) 11. O texto adota o esquema dos diálogos didáticos: 1. Interpela- se o Mestre com uma pergunta difícil (v. 2); 2. O mestre responde perguntando (v. 3); 3. Os interlocutores se sentem obrigados a responder, revelando seus pontos fracos (v. 4); 4. O mestre corri- ge a resposta dos interlocutores, apresentando a novidade (vv. 5- 9). Percebe-se aí um escopo catequético: os que pretendem seguir Jesus defrontam com a sociedade permissiva e discriminadora, representada pelos fariseus, que impõe suas próprias leis. De fato, os fariseus, ajudados pelos doutores da Lei, ditavam as regras do jogo. O que Jesus tem a dizer a essa sociedade? Como se posicio- nou diante dela? Como deverão reagir os que o seguem? No fun- do, o texto de hoje mostra que a práxis da comunidade cristã em relação ao matrimônio se distanciou bem depressa da legislação farisaica. 12. De fato, a interpretação farisaica da Lei não punha em dis- cussão o direito que o homem tinha de se divorciar da esposa. Discutia-se em que circunstâncias e por quais razões seria possí- vel fazê-lo (cf. Mt 19,3: “por qualquer razão?”). Por isso, os fari- seus, respondendo à pergunta de Jesus sobre o que Moisés orde- nou, afirmam que ele permitiu ao homem dar à mulher o docu- mento de divórcio (cf. Dt 24,1-3). 13. Na perspectiva deuteronomista, o documento de divórcio visava proteger a mulher, coibindo o arbítrio machista. Para assi- nar o documento eram necessárias testemunhas e razões válidas. Isso impedia que a mulher fosse mandada embora sem maiores motivos, até por capricho ou mau humor do marido. Recebendo o documento de divórcio, estaria livre para casar com outro homem, sem ser acusada de adultério. Essa perspectiva, porém, aos poucos foi sendo esquecida, e o divórcio passou a ser mais uma demons- tração do arbítrio e do machismo. Os fariseus, portanto, ao res-
  • 2. ponder que Moisés permitiu escrever o documento de divórcio, legitimam a discriminação, querendo torná-la parte integrante da vontade e do projeto de Deus. 14. A resposta de Jesus (vv. 5-10) mostra, em primeiro lugar, que a prática farisaica é um gesto de impiedade e de idolatria: “Foi por causa da dureza do coração de vocês que Moisés escre- veu esse mandamento” (v. 5). Dureza de coração, na linguagem bíblica, é desobediência ao projeto de Deus. Os fariseus, com sua prática, estão fora dele. Em segundo lugar, Jesus situa o matrimô- nio dentro da perspectiva do projeto de Deus (cf. I leitura): unindo num só pensamento as citações de Gn 1,27 e 2,24, faz ver que homem e mulher, unidos em matrimônio, formam uma unidade corpórea indissolúvel, bem mais forte que os laços de sangue ou parentesco. Proibindo separar o que Deus uniu, Jesus está fazendo com que o matrimônio remonte ao projeto de Deus, manifestado desde o início. 15. A cena seguinte (vv. 10-12) situa Jesus em casa com os discípulos que o interrogam sobre o mesmo assunto. Passa-se, assim, à catequese cristã sobre o matrimônio. Outro indício de catequese cristã é o fato de os vv. 10-12 refletirem o direito ro- mano. De fato, no Antigo Testamento só o marido é que podia dar à esposa documento de divórcio, ao passo que na legislação ro- mana também a mulher tinha o direito de tomar a iniciativa. Isso demonstra que, no ambiente da comunidade de Marcos, vigorava outra legislação, diferente da farisaica. 16. A novidade de Jesus é radical, indo muito além do que pres- crevia o Antigo Testamento: “Quem se divorciar de sua mulher e casar com outra, comete adultério contra a primeira. E se a mu- lher se divorciar do seu marido e se casar com outro, cometerá adultério” (vv. 11-12). A responsabilidade, portanto, é igual para marido e mulher. O Antigo Testamento não conhece a formulação “cometer adultério contra a primeira”. Lá o homem, ao se casar com outra, cometia adultério contra o outro matrimônio, mas não contra o próprio! Além de pôr marido e mulher em iguais condi- ções, Jesus os torna, para sempre, responsáveis um pelo outro. b. Jesus optou pelos pobres (vv. 13-16) 17. Terminada a catequese sobre o matrimônio cristão, Marcos inseriu em seguida uma cena na qual são apresentadas crianças a Jesus, a fim de que as tocasse. O texto, portanto, quer mostrar o que fazer, na comunidade, com os pobres. De fato, as crianças, por serem indefesas, sem poder de decisão, sem voz nem vez, são símbolo de todos os empobrecidos e marginalizados da sociedade. 18. Os discípulos – que no Evangelho de Marcos se caracterizam pela lentidão em aderir a Jesus, pela incapacidade de compreender a lógica do Reino e pelo medo do compromisso – procuram afas- tar as crianças da presença dele. Crêem que os pobres devam ficar afastados do Mestre (v. 13). A reação de Jesus é de ira. É o único lugar no Evangelho de Marcos em que Jesus se irrita, e isso con- tra os discípulos. É a ira de Javé – tão presente no Antigo Testa- mento – ao ver que os pobres, seus preferidos, aos quais pertence o Reino, são excluídos de sua presença, e isso por aqueles que se dizem cristãos! Jesus garante que o Reino é dos pobres (crianças), porque a graça de Deus foi destinada a eles. 19. A cena é interessante também por se situar entre os três a- núncios da paixão de Jesus e as três reações opostas dos discípu- los. É oportuno lembrar que, na segunda parte de Marcos (8,31 em diante), Jesus ensina os discípulos, mostrando assim o perfil das pessoas que ele procura para serem com ele construtoras do Reino. 20. O v. 15 traz a declaração solene de Jesus: “Em verdade, digo a vocês: quem não receber o Reino de Deus como uma criança, nele não entrará”. Os pobres, portanto, são apresentados como condição para acolher o Reino e entrar nele. Isso porque eles possuem os requisitos básicos para a implantação do projeto de Deus (compare essa declaração com Mt 5,3 e Lc 6,20). O Reino é dom, e só os que o buscam sem objetivos de prestígio, poder, riqueza ou segurança é que realmente o possuem! É uma repeti- ção do “renunciar a si mesmo” (cf. 24ª domingo comum). 21. A cena se encerra mostrando Jesus que abraça as crianças e as abençoa, impondo-lhes as mãos. Ele não só toca os pobres, mas abraça-os (no Evangelho de Marcos Jesus só abraça as crianças!), solidarizando-se plenamente com eles. A bênção de Deus é para os pobres e marginalizados (v. 16). 2ª leitura (Hb 2,9-11): Jesus é nosso irmão! 22. A partir deste domingo, até o final do Tempo Comum, a segunda leitura recolhe trechos significativos da “carta aos He- breus”. Os destinatários desse texto “são um grupo de cristãos que se acham em grande perigo de rejeitar a fé em Jesus como revela- dor e portador da salvação. Eles sentem dificuldade em aceitar, tanto a forma humilhante e dolorosa da aparição terrestre de Jesus (Hb 2), como os próprios sofrimentos que estão tendo que supor- tar por serem cristãos (10,32ss; 12,3ss) e ainda a desilusão de não verem realizada a salvação final (10,36s; 3,14; 6,12). Por outro lado, parece que a religião do Antigo Testamento exerce forte influência nesse grupo. Pode-se supor que sejam judeus converti- dos da comunidade cristã de Roma. O escrito é de grande impor- tância no quadro geral do Novo Testamento, pelo fato de apresen- tar Jesus como aquele que supera a instituição cultual do Antigo Testamento... O único ato salvador a obter de uma vez por todas o perdão é o sacrifício de Jesus, que derramou seu sangue e entre- gou sua vida por nós. Jesus é, portanto, o único mediador entre Deus e os homens. Doravante, é ele o único santuário e sacerdote, e o sacrifício por ele realizado é, daqui por diante, o único agra- dável a Deus (9,11-14)” (Bíblia Sagrada – Ed. Pastoral, Paulus, p. 1545). 23. O capítulo 2 de Hebreus tem como tema a solidariedade de Jesus com os seres humanos, “filhos que Deus leva à glória” (2,10). O projeto de Deus é conduzir a humanidade à vida plena. Ele realizou isso mediante o Filho, autor da salvação (v. 10), o sacerdote (santificador, v. 11). 24. Os cristãos são convidados a superar o escândalo da encarna- ção, paixão e morte de Jesus, contemplando-o agora coroado de glória e de honra, após ter vencido a morte (v. 9). A encarnação de Jesus (feito um pouco menor que os anjos, v. 9), sua morte na cruz em nome de todos, é a forma que Deus encontrou para se solidarizar plenamente com a humanidade. Jesus, o santificador, e os cristãos, os santificados, vêm todos do mesmo Deus e Pai. Por isso, morrendo na cruz, Jesus se tornou plenamente solidário, a ponto de não se envergonhar em chamar “irmãos” aqueles que remiu (v. 11). III. PISTAS PARA REFLEXÃO 25. A 1ª leitura (Gn 2,18-24) e o evangelho (Mc 10,2-16) podem se tornar excelente momento de catequese sobre o matrimônio cristão à luz do projeto de Deus, que criou os seres humanos para a igualdade, comunhão e união. Talvez seja esse o conteúdo permanente da catequese para crianças, jovens e adultos. Isso ajudaria a a- cabar com machismo e discriminações. (Convidar casais, apresentando os requisitos para o casamento dar certo e tornar felizes as pessoas.) O evangelho traz, ainda, o tema da opção preferencial pelos pobres (crianças). Que lugar ocupam em nossa comunidade? Estaria Jesus irritado conosco? 26. A 2ª leitura (Hb 2,9-11) traz o tema da solidariedade de Jesus, que não se envergonha em chamar-nos seus irmãos. Como anda a solidariedade na comunidade? Por que discriminamos se, com Jesus, temos uma ú- nica origem?