3. De 11 a 18 de fevereiro, o Teatro
Municipal sediou a Semana de Arte
Moderna de 1922. Durante o evento
ocorreu uma exposição modernista
nas noites dos dias 13,15 e 17, com
apresentações de música, poesia e
palestras sobre a modernidade no
país.
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5. No primeiro dia (13/02/1922)
foram apresentadas obras
de pintura e escultura; entre
eles se destacam-se Anita
Malfatti, Di Cavalcanti, Victor
Brecharet entre outros.
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10. No segundo dia (15/02/1922)
foram apresentadas obras de
poesia e literatura; entre eles se
destacam-se Oswald de Andrade,
Mário de Andrade, Menotti Del
Picchia, entre outros
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12. Brasil
O Zé Pereira chegou de caravela
E perguntou pro guarani de mata virgem
-Sois cristão?
-Não, Sou bravo, sou forte sou filho da morte
Tetetê tetê Quizá Quizá Quecê!
Lá de longe a onça resmungava Uu! Ua! uu!
O negro zonzo saído da fornalha
Tomou a palavra e respondeu
-Sim pela graça de Deus
Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!
E fizeram o carnaval
Oswald de Andrade
13. Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo Oswald de Andrade
14. No terceiro dia (17/02/1922)
foram apresentadas obras
musicais; entre eles destacam-se
Heitor Villa-Lobos,Sousa Lima,
Satie, entre outros
15. O Modernismo pregava a ruptura
de todo e qualquer valor artístico
que existira até o momento,
propondo uma abordagem
totalmente nova à pintura, à
literatura, à poesia e aos outros
tipos de arte.
16. Os artistas brasileiros buscavam
uma identidade própria e a
liberdade de expressão;
com estes propósito,
experimentavam diferentes
caminhos sem definir nenhum
padrão.
17. Monteiro Lobato, crítico de artes de O Estado de São
Paulo, escreve um artigo feroz intitulado Paranoia ou
mistificação, no qual acusa Anita Malfatti e toda a Arte
moderna:
Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que vêm
normalmente as coisas(..) A outra espécie é formada pelos
que vêm anormalmente a natureza e interpretam-na à luz
de teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas
rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura
excessiva. (...) Embora eles se deem como novos,
precursores de uma arte a vir, nada é mais velho do que a
arte anormal ou teratológica: nasceu com a paranoia e
com a mistificação.(...) Essas considerações são
provocadas pela exposição da senhora. Malfatti onde se
notam acentuadíssimas tendências para uma atitude
estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso
e companhia.