3. REALISMO
MACHADIANO
Machado
de
Assis
ROMÂNTICO
REALISTA
IDEALIZAÇÃO
ANÁLISE
Joaquim
Maria
Machado
de
Assis,
cronista,
conKsta,
dramaturgo,
jornalista,
poeta,
novelista,
romancista,
críKco
e
ensaísta,
nasceu
na
cidade
do
Rio
de
Janeiro
em
21
de
junho
de
1839.
Filho
de
um
operário
mesKço
de
negro
e
português,
Francisco
José
de
Assis,
e
de
D.
Maria
Leopoldina
Machado
de
Assis,
aquele
que
viria
a
tornar-‐se
o
maior
escritor
do
país
e
um
mestre
da
língua,
perde
a
mãe
muito
cedo
e
é
criado
pela
madrasta,
Maria
Inês,
também
mulata,
que
se
dedica
ao
menino
e
o
matricula
na
escola
pública,
única
que
frequentará
o
autodidata
Machado
de
Assis.
Apesar
de
ter
iniciado
seus
escritos
com
caracterísKcas
românKcas,
sua
suas
maiores
obras
foram
realistas.
4. CARCTERÍSTICAS
CAPÍTULOS
CURTOS
DIGRESSÕES
METALINGUAGEM
PSICOLOGISMO
PESSIMISMO
COM
A
HUMANIDADE
CRÍTICA
À
BURGUESIA
IRONIA
TEMAS:
ADULTÉRIO
E
LOUCURA
SUTILEZA
E
METÁFORA
O
LEITOR
PARTICIPA
DA
NARRATIVA
5. CONTOS
MISSA
DO
GALO
ALIENISTA
NOITE
DE
ALMIRANTE
A
CARTOMANTE
UNS
BRAÇOS
ENFERMEIRO
A
IGREJA
DO
DIABO
Extensão
-‐
O
Conto
é,
antes
de
mais
nada,
curto.
Não
há
tempo
para
se
espalhar
em
grandes
detalhes,
em
suKlezas
que
destoam
de
seus
tempos,
de
seu
necessário
ritmo
de
leitura.
Um
conto
deve
estar
conKdo
entre
algumas
palavras
(no
caso
de
micro
contos)
até
um
máximo
de
cinco
a
seis
mil
palavras.
Linhas
DramáPcas
-‐
Enquanto
que
num
romance
podem
haver
várias
linhas
de
desenvolvimento,
como
por
exemplo,
estórias
secundárias
acontecendo
em
volta
da
trama
do
protagonista,
no
caso
do
conto
a
trama
é
única.
Tempo
-‐
O
conto
não
tem
muito
espaço
para
idas
e
vindas
no
tempo.
A
uKlização
de
recursos
como
o
flash-‐back
é
rara,
permanecendo
a
narraKva
quase
sempre
em
uma
única
linha
de
encaminhamento
temporal.
Espaço
G-‐
Dada
a
curta
extensão
do
conto,
os
seus
cenários
–
e
sua
descrição,
portanto!
–
são
restritos.
Final
enigmáPco
O
mais
comum
é
o
conto
com
uma
estrutura
tradicional,
com
início,
meio
e
fim.
O
final
deve
sempre
ser
uma
surpresa,
a
resolução
de
um
enigma,
ou
a
inversão
de
uma
situação
que
deveria
seguir
em
direção
oposta,
ou
que
pareceria
sem
solução.
6. MEMÓRIAS
PÓSTUMAS
DE
BRÁS
CUBAS
Publicado
em
1881,
o
livro
aborda
as
experiências
de
um
filho
abastado
da
elite
brasileira
do
século
XIX,
Brás
Cubas.
Começa
pela
sua
morte,
descreve
a
cena
do
enterro,
dos
delírios
antes
de
morrer,
até
retornar
a
sua
infância,
quando
a
narraKva
segue
de
forma
mais
ou
menos
linear
–
interrompida
apenas
por
comentários
digressivos
do
narrador.
NARRADOR
-‐
A
narração
é
feita
em
primeira
pessoa
e
postumamente,
ou
seja,
o
narrador
se
autoinKtula
um
defunto-‐autor
–
um
morto
que
resolveu
escrever
suas
memórias.
Assim,
temos
toda
uma
vida
contada
por
alguém
que
não
pertence
mais
ao
mundo
terrestre.
Com
esse
procedimento,
o
narrador
consegue
ficar
além
de
nosso
julgamento
terreno
e,
desse
modo,
pode
contar
as
memórias
da
forma
como
melhor
lhe
convém.
FOCO
NARRATIVO
-‐
Com
a
narração
em
primeira
pessoa,
a
história
é
contada
parKndo
de
um
relato
do
narrador-‐observador
e
protagonista,
que
conduz
o
leitor
tendo
em
vista
sua
visão
de
mundo,
seus
senKmentos
e
o
que
pensa
da
vida.
Dessa
maneira,
as
memórias
de
Brás
Cubas
nos
permiKrão
ter
acesso
aos
basKdores
da
sociedade
carioca
do
século
XIX.
TEMPO
-‐
A
obra
é
apoiada
em
dois
tempos.
Um
é
o
tempo
psicológico,
do
autor
além-‐túmulo,
que,
desse
modo,
pode
contar
sua
vida
de
maneira
arbitrária,
com
digressões
e
manipulando
os
fatos
à
revelia,
sem
seguir
uma
ordem
temporal
linear.
A
morte,
por
exemplo,
é
contada
antes
do
nascimento
e
dos
fatos
da
vida.
No
tempo
cronológico,
os
acontecimentos
obedecem
a
uma
ordem
lógica:
infância,
adolescência,
ida
para
Coimbra,
volta
ao
Brasil
e
morte.
A
estranheza
da
obra
começa
pelo
ktulo,
que
sugere
as
memórias
narradas
por
um
defunto.
O
próprio
narrador,
no
início
do
livro,
ressalta
sua
condição:
trata-‐se
de
um
defunto-‐autor,
e
não
de
um
autor
defunto.
Isso
consiste
em
afirmar
seus
méritos
não
como
os
de
um
grande
escritor
que
morreu,
mas
de
um
morto
que
é
capaz
de
escrever.
O
pacto
de
verossimilhança
sofre
um
choque
aqui,
pois
os
leitores
da
época,
acostumados
com
a
linearidade
das
obras
(início,
meio
e
fim),
veem-‐se
obrigados
a
situar-‐se
nessa
incomum
situação.
hlp://www.youtube.com/watch?v=badOiExoMKk
7. QUINCAS
BORBA
A
história
gira
em
torno
da
vida
de
Pedro
Rubião
de
Alvarenga,
ex-‐professor
primário,
que
torna-‐se
enfermeiro
e
discípulo
do
filósofo
Quincas
Borba,
que
falece
no
Rio,
na
casa
de
Brás
Cubas.
Com
isso,
Rubião
é
nomeado
herdeiro
universal
do
filósofo,
sob
a
condição
de
cuidar
de
seu
cachorro,
de
nome
Quincas
Borba
também.
Rubião,
então,
parte
para
o
Rio
de
Janeiro
e,
na
viagem,
conhece
o
capitalista
CrisPano
de
Almeida
e
Palha
e
também
Sofia
que
lhe
dispensava
olhares
e
delicadezas.
Sofia
era
mulher
de
CrPsPano,
mas
Rubião
se
apaixonou
por
ela,
tendo
em
vista
o
modo
em
que
os
dois
entraram
em
sua
vida.
O
amor
era
tão
grande
que
Rubião
foi
obrigado
a
assumi-‐lo
perante
Sofia.
Para
o
espanto,
Sofia
recusa
seu
amor,
mesmo
tendo
lhe
dado
esperanças
tempos
atrás,
e
conta
o
fato
para
CrisPano.
Apesar
de
sua
indignação,
o
capitalista
conKnua
suas
relações
com
Rubião
pois
queria
obter
os
restos
da
fortuna
que
ainda
exisKa.
O
amor
de
Sofia,
não
correspondido,
aos
poucos
começa
a
despertar
a
loucura
em
Rubião.
Essa
loucura
o
levou
à
morte
e
foi
comparada
à
mesma
que
causou
o
falecimento
de
Quincas
Borba.
Louco
e
explorado
por
várias
pessoas,
principalmente
Palha
e
Sofia,
Rubião
morre
na
miséria
e
assim
se
exemplifica
a
tese
do
humaniKsmo
A
FILOSOFIA
HUMANISTAS
-‐
-‐“Supões-‐se
em
um
capo
de
duas
tribos
famintas.
As
batatas
apenas
chegavam
para
alimentar
uma
das
tribos,
que
assim
adquire
forças
para
transpor
a
montanha
e
ir
à
outra
vertente,
onde
há
batatas
em
abundância;
mas
se
as
duas
tribos
dividirem
em
paz
as
batatas
do
campo,
não
chegam
a
nutrir-‐se
suficientemente
e
morrerão
de
inanição.
A
paz,
neste
caso,
é
a
destruição;
a
guerra,
é
a
esperança.
Uma
das
tribos
extermina
a
outra
e
recolhe
os
despojos.
Daí,
a
alegria
da
vitória,
os
hinos,
as
aclamações.
Se
a
guerra
não
fosse
isso,
tais
demonstrações
não
chegariam
a
dar-‐se.
Ao
vencido,
o
ódio
ou
compaixão.....Ao
vencedor,
as
batatas
!”
8. IAIÁ
GARCIA
Iaiá
Garcia
foi
escrito
em
1878
e
a
trama
se
desenrola
entre
os
anos
de
1866
e
1871.
Casamentos
arranjados,
amores
proibidos
e
jogos
de
interesse
compõem
este
painel
que
retrata
a
sociedade
contemporânea
ao
autor.
Uma
história
singela,
ao
gosto
românKco
e
um
tanto
convencional,
em
Iaiá
Garcia,
Machado
de
Assis
começa
a
revelar
as
qualidades
que
mais
tarde
farão
dele
um
grande
romancista:
a
finura
de
esKlo,
o
senso
de
humor
que
já
reponta
aqui
e
ali,
a
recriação
de
ambientes,
a
exata
caracterização
de
personagens,
principais
ou
secundários,
como
Raimundo,
o
preto
africano,
escravo
liberto
e
inteiramente
dedicado
a
Luís
Garcia.
Mas
está
longe
ainda
dos
seus
grandes
momentos
de
criação
literária,
que
se
iniciam
a
parKr
do
romance
Memórias
Póstumas
de
Brás
Cubas.
Iaiá
Garcia
antecipa
a
experimentacao
das
Memórias
Póstumas
de
Brás
Cubas,
e
portanto,
este
romance
não
se
encaixa
na
primeira
fase
de
Machado
propriamente
dita,
mas
deve
ser
considerado
como
uma
obra
de
transição.
O
úlKmo
dos
romances
da
primeira
fase
de
Machado
de
Assis,
Iaiá
Garcia
apresenta
uma
clara
influência
de
José
de
Alencar;
os
personagens
e
a
trama
são
Kpicamente
românKcos,
mas
já
pode
se
ver
que
algo
não
está
totalmente
românKco:
personagens
secundários
mais
realistas
e
nada
de
vilões;
os
amores
de
Jorge
por
Estela
e
de
Procópio
por
Iaiá
são
honestos,
mas
efêmeros;
Estela
recusa
o
casamento
não
por
não
amá-‐lo,
mas
por
diferenças
de
classe
social
(ela
é
mais
pobre);
e
Estela
e
Luís
não
se
casam
por
amor
e
sim
por
um
misto
de
esKma
e
conveniência.
9. Prof.
Jorge
Jr.
(JJ)
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