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Você acorda e simplesmente não lembra o que
aconteceu na noite passada. Está zonzo, com dor
de cabeça, estômago embrulhando e ânsia de vômi-
to. Tenta imaginar como conseguiu chegar até a sua
cama, se é que você conseguiu chegar até ela. Faz
força pra se levantar, mas o corpo não consegue se
manter em pé. Sim... Esses são os sintomas que indi-
cam que você andou enchendo a cara.
Mas se você está cansado, desnorteado, sem rumo.
Sumiram suas referências. Percebeu que o mundo
tá de cabeça pra baixo, os discursos ideológicos se
perderam, tudo muda muito rapidamente e você faz
força para acompanhar... Sim, você está de ressaca
pós-moderna.
A humanidade passou (e há quem diga que ainda
estamos passando) por uma fase onde tudo era válido,
tudo era concreto. A tecnologia antes supostamente
dita para o bem passou a ser usada descaradamente
para fins bélicos; o planeta acabou dividido em duas
metades distintas comandadas por líderes econômi-
cos e com isso o mais forte deles passou a ser a
maior potência do mundo, causando euforia por parte
daqueles que participavam desse poder e gerando re-
volta daqueles que eram subordinados.
Chegou o momento em que nos esgotamos e as
crenças despencaram. A transição em que estamos
vivendo, do moderno para o tão esperado período pós-
moderno, faz com que percamos a nossa identidade
fixa, única, e que procuremos por alternativas diferen-
tes. Quebram-se as dicotomias e agora nada mais é
absoluto, tudo é relativo. Hoje tudo é líquido, tudo se
transforma. Nada é tão sólido como antes. Fizemos
tudo que podíamos na modernidade, e agora não te-
mos mais pra onde ir. Estamos cansados e isso só nos
faz buscar forças no antigo, no que era confiável. Mis-
turar o velho ao novo, sair do padrão.
A revista RESSACA traz exatamente isso. Procura-
mos estabelecer um projeto onde ao longo da leitura,
identifiquemos seu conceito. As cores, as formas, as
tipologias... Tudo bem escolhido para caracterizar essa
nossa fase de mudança.
O conteúdo dessa edição trará artigos que contam
o que estamos passando hoje. Textos sobre os novos
paradigmas; o novo olhar da humanidade para ela
mesma. Enfim... Aqui entenderemos essa estranha
ressaca pós-moderna e aprenderemos a conviver com
ela, com seu estilo, com sua cara e o melhor: sem pre-
cisar beber muito para poder compreendê-la a fundo.
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A qualidade mais notável dos líquidos e gases é
a fluidez. Esta é responsável pelas constantes mu-
danças de formas, uma vez que eles não se fixam no
espaço e nem se prendem ao tempo. Foi apossando
destas características que Zigmunt Bauman associou
e interpretou a era Pós-Moderna.
Podemos promover mais uma reflexão a partir da
metáfora utilizada por Bauman, imaginando os es-
tereótipos sociais das épocas anteriores que são rep-
resentados pelos sólidos tão concretos, firmes e ina-
baláveis que assumem agora uma posição paradoxal,
onde os mesmos sólidos são muitas vezes vestidos
por uma liquidez nos tempos pós-modernos.
Em seus estudos, o sociólogo Bauman descreve
as múltiplas transformações sociais pelas quais passa
a sociedade contemporânea. Ele analisa, mediante o
pós-modernismo, diversas esferas sociais, como a
vida pública, privada, relacionamentos humanos,
mundo de trabalho, estado e algumas instituições.
Nestas tantas esferas sociais, o sociólogo observa
que as principais características dos tempos atuais
perpassam entre a fluidez, maleabilidade, flexibilidade
e a capacidade de nos moldar em relação a diversas
ocasiões, assumindo assim novos pensamentos, no-
vas formas de ações e reações.
As características existentes no pós-modernismo,
sintetizadas em fluidez, quando aplicadas nos rela-
cionamentos sociais, acabam por gerar o mal estar
pós-moderno, a RESSACA pós-moderna. Este mal
estar é caracterizado por uma sensação de pertur-
bação fisiológica e, em sentido figurado, podemos tra-
duzir como o estado do desassossego e da inquietação.
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Zigmunt Bauman faz outra comparação metafóri-
ca associando nossa vida moderna à uma oficina
mecânica. Na oficina não mais se procura a solução
para reparar uma peça defeituosa, tudo é sobres-
salente e substituível. Não se faz necessário gastar-
mos tempo com reparos que consomem trabalho, a
partir de então se julga melhor descartar a peça dani-
ficada e, em seu lugar, adquirir uma peça nova. Neste
momento, não há mais compromisso com a idéia de
permanência e a durabilidade é precária.
Ao mesmo tempo, observa-se uma nova cultura,
onde o “eu” está acima “nós”. Neste contexto, a dis-
puta e competição ocupam as estruturas da solidarie-
dade. Frases semelhantes a “Eu não sou igual a nin-
guém” são fontes do surgimento de diferentes tribos
na sociedade e da grande divergência, segregação
humanitária.
O “eu” exageradamente elevado nos traduz, mui-
tas vezes, o prazer da liberdade. Porém, o outro lado
desta suposta liberdade é acompanhado pela cres-
cente e freqüente oscilação das patologias próprias
da modernidade fluída. A depressão é uma das doen-
ças mais comuns da era pós-moderna. É um mal que
acomete homens, mulheres e crianças, de todas as
etnias e classes sociais. Sentimentos como o de infeli-
cidade, inutilidade, solidão, desamparo, isolamento e
vazio tornam-se corriqueiros. A depressão acontece,
habitualmente, após acontecimentos indesejáveis so-
mados a outros fatores sociais, como estilo de vida
conturbado.
Voltando à questão da (suposta) liberdade acon-
selhada pela modernidade líquida, torna-se clara a
percepção do aumento do consumismo. Desta ma-
neira, o consumo descontrolado é diversas vezes im-
posto e sugerido como forma de “vir a ser livre e po-
deroso”. O status passa a ser reconhecido mediante o
poder do consumo individual e o rápido desapego ao
objeto adquirido.
As “terras-de-ninguém” padecem de anomia, ou
de total ausência de normas sociais (claras e respeita-
das por todos). Na era da exacerbação individualista,
todos e cada um seguem suas próprias convicções fa-
zendo de seus semelhantes, coisas e demonstrando
que a humanidade vive um processo de reificação ou
de retorno à barbárie, a partir da desumanização dos
indivíduos potencialmente humanos. Seguindo as idé-
ias do historiador e teórico político Karl Marx, passa-
mos a representar o ser humano como o objeto físico
privado de qualidades pessoais ou de individualidades.
Enfim, diante das novas percepções da era Pós-
Moderna, podemos observar que não se estimula a
criação de nada mais além da excitação do desem-
penho. O desejo está na criação de ‘conservantes’ do
cheiro das coisas novas. Por tanto, somos caracteri-
zados como 	 “comunidades de carnaval”, pelo
anseio de romper, mesmo que temporariamente, as
agonias de solitárias e persuadidas lutas cotidianas.
O carnaval desta vez está associado à quebra de mo-
notonia, da solidão, da pressão, permitindo suportar
melhor a rotina que deve ser retomada após os “qua-
tro dias” de festa. Assim retornamos a viver a nossa
RESSACA pós-moderna.
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Comunicação é uma atividade evolutiva no pro-
cesso da linguagem, cultura e tecnologia. Tattersall
(2006,p.73)afirma sobre a linguagem que “[…]se es-
tamos procurando um único fator de liberação cultural
que abriu caminho para a cognição simbólica, a in-
venção da linguagem é a candidata mais óbvia.” Já a
tecnologia, com as mídias de massa, interferem dire-
tamente em nossa cultura e hábitos.
A comunicação é praticada ao passo que o ser hu-
mano evolui. Nos primórdios da nossa sociedade, os
gestos e expressões faciais faziam parte da maneira
com que nossos ancestrais se comunicavam.
Defleur e Ball-Rokeach (1993, p.26) constatam
o seguinte: […] o que parece mais plausível, dos
exíguos indícios de que dispomos, é que as primei-
ras formas humanas se comunicavam através de um
número limitado de sons que eram fisicamente ca-
pazes de produzir, tais como rosnados, roncos e guin-
chos, além de linguagem corporal, provavelmente in-
cluindo gestos com mãos ou braços, e movimento de
postura de maior amplitude.
Outra característica dos primórdios era a comuni-
cação através de símbolos e sinais, porém extrema-
mente básica, pois uma sequência longa dificultaria o
entendimento.
Surge o momento em que esse hábito já não é
mais o suficiente e a fala vira essencial para a co-
municação desses indivíduos: são eles próprios que
carregam e transmitem suas experiências fazendo
com que suas mentes se mantenham em atividade.
A oralidade traz evolução ao sistema de pensamento
em conjunto com a linguagem falada. Assim o ser hu-
mano passa a transmitir mensagens mais longas e ter
pensamento mais complexo.
Já em um dado episódio da nossa história, no qual
o homem, dispondo de capacidade e tecnologia um
pouco mais avançada, surge o hábito de escrever
estes relatos. Segundo a revista Superinteressante,
“a escrita libera o cérebro da tarefa de memorizar”,
o homem já não tem mais a obrigação de lembrar de
todos seus feitos e passa a registrá-los a fim de que
fiquem guardadas estas lembranças. “A palavra escri-
ta torna-se sagrada, e os livros, pilares das religiões”
[Superinteressante, ed 209, janeiro/2005.
Embora a escrita tenha permitido o armazenamen-
to e diálogo com o passado, ela criou uma divisão en-
tre letrados e não-letrados. Deixando, assim, o conhe-
cimento centralizado nas mãos dos escribas, padres,
elites políticas e pessoas que possuíam recursos
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financeiros suficiente para ter em mãos tal
produção.
É a partir do século XV, bem no meio da transição
da Idade Média para Idade Moderna, que então surge
um dispositivo capaz de reproduzir em escala os
manuscritos produzidos anteriormente. O furor causa-
do pela Prensa de Tipos Móveis criada por Johannes
Gutenberg, ajudou a democratizar a informação e al-
terar os eixos de poder então vigentes.
Com a invenção de Gutenberg, passou a ser pos-
sível transmitir informação de um para milhares ou
milhões sem que necessariamente o emissor dessas
mensagens enviadas estivesse no mesmo local que o
receptor. Essa invenção tornou a educação a distân-
cia viável – da mesma forma que tornou a auto-apren-
dizagem, através de livros, acessível a qualquer leitor.
Em meados do século XVIII, graças a prensa, ini-
cialmente criada para reprodução de livros, surge um
novo meio de comunicação cuja amplitude de impacto
se mostrou exponencialmente maior do que qualquer
outro meio existente. O surgimento da imprensa em
paralelo com a ascensão da burguesia, e os primeiros
jornais entrando em circulação, gerou a eminente
difusão da informação.
O impacto dos jornais era arrebatador, e, em al-
guns anos, todas as grandes nações já possuíam seu
jornal. As possibilidades eram inúmeras, o conheci-
mento finalmente começa a ser difundido em grande
escala. Livros com variações na tonalidade, na dia-
gramação, e os mais diversos conteúdos começaram
a surgir.
A força da mídia impressa ascendeu solitária e
quase que perpendicularmente durante anos, com
modernizações e novas tecnologias somente varias
décadas depois, é que essa hegemonia impressa, dá
lugar a um paralelismo, Impressa X Radiodifusão X
tele-difusão*
As tecnologias audiovisuais e de telecomunicações
convergem para a cooperação, alterando as formas
de produção, difusão e recepção de mensagens. Com
o surgimento da telemática, transmissão de dados a
distância, reduziu-se o tempo da comunicação tornan-
do-a instantânea, ou seja em tempo real. Essas novas
tecnologias proporcionam mudanças de paradigmas
no nosso modo de pensar, coletar informações, de
produzir e de transmitir novos conhecimentos. Com
os veículos em massa, é possível atingir milhares de
pessoas anônimas. A comunicação hoje em dia é in-
stantânea, o mundo virtual não há fronteiras.
Com a invenção e democratização do computador
ligado em rede, uma nova lógica de comunicação se
instaura. Os impactos que a internet causa podem
mudar o aprendizado, as relações de trabalho, e até
mesmo a vida social.
De acordo com a pesquisadora alemã Elisabeth
Noelle-Neumann quando um indivíduo percebe que
não partilha do mesmo ponto de vista da maioria, por
medo da oposição ou até mesmo da rejeição, este
acaba ocultando suas opiniões ou até mesmo mu-
dando o seu modo de pensar para não se sentirem
excluídos.
“Sua pesquisa indicou que as pessoas são influ-
enciadas não apenas pelo que as outras dizem, mas,
pelo que as pessoas imaginam que os outros pode-
riam dizer. Ela sugeriu que, se um individuo imagina
que sua opinião poderia estar em minoria ou poderia
ser recebida por desdém, essa pessoa estaria menos
propensa a expressá-la.” HOHLFELDT e MARTINO e
FRANÇA: 2005, pp.229).
A influência da tecnologia digital muda a cada dia,
o modo como nos expressamos e nos comunicamos.
As máquinas aumentam nossas habilidades de arma-
zenar e espalhar informações, nossos corpos agora
estão transformados pela tecnologia e matéria que
inclui componentes humanos e não-humanos (San-
taella,2007).
O homem agora passa a interagir com a máquina,
e essa não é mais apenas uma extensão do seu cor-
po, mas uma parte dele.
As self media introduziram mudanças na interação
via Web, o receptor pode agora intervir diretamente
na informação, podendo se comunicar em uma escala
global. A partir desta intervenção, começa-se a discu-
tir os novos paradigmas da comunicação.
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Maria Lucia Santaella Braga é professora titular
da PUCSP com doutoramento em Teoria Literária
na PUCSP em 1973 e Livre-Docência em Ciências
da Comunicação na ECA/USP em 1993. É Diretora
do CIMID, Centro de Investigação em Mídias Digi-
tais, da PUCSP e Coordenadora do Centro de Estu-
dos Peirceanos (Grupo de pesquisa cadastrado no
CNPq). Coordenou o lado brasileiro do projeto de
pesquisa Probral (Brasil-Alemanha/Capes-DAAD,
2000-2003) sobre relações entre palavra e imagem
nas mídias. Coordenou ainda três outros projetos de
pesquisa coletiva de grande porte: “ Imagens Téc-
nicas: do mundo industrial-mecânico ao eletrônico-
pós-industrial”, convênio PUC/SP-FINEP, 1989-1991;
o projeto de pesquisa temático sobre “O Advento de
Novas Tecnologias e Novas Gramáticas da Sonori-
dade”, financiado pela FAPESP, de 1992 a 1995; o
projeto coletivo, modalidade multiusuários, “Produção
e Difusão da Pesquisa Científica na Era Digital”, finan-
ciado pela FAPESP, 1999-2002.
É presidente honorária da Federação Latino-Amer-
icana de Semiótica e Vice Presidente da Associación
Mundial de Semiótica Massmediática y Comunicación
Global, México, desde 2004. É membro correspon-
dente brasileira da da Academia Argentina de Belas
Artes, eleita em 2002. É membro do Advisory Board
do Peirce Edition Project em Indianapolis, USA.
De 1987 a 1995, coordenou o programa de pós-
graduação, mestrado e doutorado, em Comunicação
e Semiótica da PUCSP. De 1995 até 1999, coordenou
o doutorado e pós-doutorado desse mesmo programa.
No primeiro semestre de 1987, foi professora con-
vidada pelo DAAD na Universidade Livre de Berlin, de-
senvolvendo pesquisa sobre Cultura e Meios de Co-
municação. Foi pesquisadora associada no Research
Center for Language and Semiotic Studies (Centro de
Pesquisa em Estudos Semióticos e de Linguagem),
em Bloomington, Universidade de Indiana, onde fez
inúmeros estágios de pesquisa de pós-doutoramento,
em 1988, 1992, 1993 e 1994. Desde 1996, tem feito
repetidos estágios em Kassel, Berlin e Dagstuhl, Ale-
manha, sob os auspícios do DAAD/Fapesp, onde tem
ministrado palestras e desenvolvido projetos de pes-
quisa. Em 2004, foi professora e pesquisadora convi-
dada na Universidade de Valencia.
No total, realizou 12 estágios de pós-doutorado no
Exterior e já obteve 8 bolsas de produtividade em pes-
quisa do CNPq, no qual é pesquisadora nível IA.
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De 1982 a 1990, exerceu o cargo de presidente
da Associação Brasileira de Semiótica. Em 1991-93,
foi secretária da Associação Nacional de programas
de pós-graduação em Comunicação. Desde 1988, é
membro do Conselho Diretor do Instituto Internacio-
nal de Semiótica com sede na Finlândia. Em 1989, foi
eleita Vice-Presidente da Associação Internacional de
Semiótica, tendo sido re-eleita para o cargo em 1994,
exercendo-o até 1999. Em 1993, foi eleita membro
do Conselho Executivo da Federação Latino Ameri-
cana de Estética com sede na Argentina. Em 1996, foi
eleita vice-presidente da Federação Latino-americana
de Semiótica. De 1999 a 2002, foi Presidente da Fed-
eração Latino-Americana de Semiótica. 148 (cento e
quarenta e oito mestres e doutores defenderam suas
dissertações e teses sob sua orientação, de 1978 até
o presente.
Participou como palestrante em 45 congressos no
Exterior e 196 congressos e similares no Brasil, num
total de 241 participações.
Foi membro dos grupos idealizadores e realiza-
dores dos projetos de implantação dos cursos de
graduação em Jornalismo, do curso de Publicidade e
do curso multidisciplinar em Tecnologia e Mídias Digi-
tais da Pucsp-SP.
Tem 28 livros publicados, dentre os quais 4 são em
co-autoria e dois de estudos críticos. Além dos livros,
Lucia Santaella tem mais de 200 artigos publicados
em periódicos científicos no Brasil e no Exterior.
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Estamos vivendo em uma situação de
caos, cada vez mais perdidos em questão
espiritual e material, não sabemos mais ser por
nós mesmos, temos a necessidade de tentar
reconstruir o que destruímos no passado: con-
ceitos, crenças e esperanças. Tudo está rodan-
do em um ciclo vicioso e estamos revendo as
coisas em menos tempo, sendo automáticos de
mais em nossas reações cotidianas.
A evolução se prendeu em um engarra-
famento causado pela velocidade de nos-
sos pensamentos. Jamais se ouviu falar de uma
juventude tão perturbada como a de hoje, as pes-
soas se estagnam e perdem o rumo facilmente
sem ter a certeza do que querem alcançar.
A tecnologia não sai mais do nosso dia
a dia, somos bombardeados a todo momento
por uma explosão de informações que nos
desorienta e faz com que não saibamos em que
acreditar. Estamos sendo velozes em questão
de conhecimento, sabemos de mais, mas ao
mesmo tempo nos prendemos em um suporte
imaginário do qual temos medo de sair por não
saber por onde seguir.
Acomodados, deixamos o lixo que é
jogado no nosso quintal aumentar, fabricamos
sonhos de plástico, e tudo se torna efêmero.
Buscamos no passado soluções para o pre-
sente tentando assim, prever o futuro. O que
era sólido, não é mais, e o que nos resta é a
certeza da dúvida.
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Atualmente, o conceito de paradigma vem sido apli-
cado em muitas áreas do conhecimento. Paradigma
(do gregoparádeigma), de acordo com o dicionário Pri-
beram, é algo que serve se exemplo geral ou modelo.
É a representação de um padrão a ser seguido.
Essa palavra foi utilizada pelo filósofo Thomas Kuhn
para dizer que teorias, regras e leis aceitas pela ciên-
cia são exemplos de paradigmas que podem sofrer
mudanças no decorrer do tempo.
O conceito de paradigma se tornou comum depois
das propostas de Kuhn, e hoje, na linguagem corrente,
significa “uma maneira de ver a realidade”.
É a partir disso que se passa a compreender não
só as questões científicas, mas também as sociais, já
que muitos dos conflitos hoje existentes resultam das
diversas maneiras diferentes de se ver a realidade.
Conforme Polistchuk Illana, paradigma supõe “or-
denação”, “série organizada de apontamentos” ou
“conjunto de formulações genéricas”. Em plano filosófi-
co, um paradigma serve à “afirmação de uma identida-
de”, a qual, sem renegar diferenças possíveis, opõe-se
e contrasta, por ser unitária e uniforme, a toda disper-
são pela multiplicidade. É essa sua função positiva.
Em resumo, um paradigma consiste em uma mistura
de pressupostos filosóficos, de modelos teóricos, de
conceitos-chave e de prestigiosos resultados de pes-
quisa.
Segundo Luiz Carlos Lopes(2004), ciência da co-
municação vem estabelecendo sucinto paralelo com
a ciência da informação, a qual vem caminhando do
paradigma do acervo para o paradigma da informação.
Conceitos básicos como informação, necessidade de
informação e usuários de informação são analisados.
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”A web2.0 é modelo de paradigma, pois mudou a forma de co-
municarmos, deixando de haver um emissor e um receptor, que
nao participava da informação, e agora participa.”
Paradigmas originam o conhecimento para o nasci-
mento de novas teorias é modelos. A web2.0 é modelo
de paradigma, pois mudou a forma de nos comunicar-
mos, deixando de haver um emissor e receptor que
não participava da informação.
Isso vem apresentar um novo conceito, no qual re-
ceptor participa de forma colaborativa com suas deci-
sões e opiniões, contribuindo cada vez mais para uma
nova forma de comunicação. O objetivo é gerar e mo-
vimentar novas informações.
As pessoas passam a ter acesso as informações e
a interagir com delas dessa forma gerando uma nova
forma de comunicação além de uma quebra de para-
digma.
Todos os paradigmas e todas as ideias a ele rela-
cionadas chegaram às grandes massas urbanas, de-
vido à ampla veiculação midiática das representações
de um presente e, sobretudo, de um futuro informacio-
nal e informático.
Em uma época marcada pela velocidade crescen-
te na troca de informações, tudo se cria e transforma
rapidamente essas mudanças acarretam na dinâmica
das organizações comunicacionais. O homem vê-se
dominado por sua própria criação, escravo da tecnolo-
gia e armazenamento de informação.
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A comunicação norteia todas as relações huma-
nas. Antes, utilizávamos o modelo hipodérmico para
nos comunicar: a mensagem era passada de emissor
para um receptor, no qual o receptor ouvia e interpre-
tava o que era passado.
As figuras do emissor e receptor formaram um sis-
tema simples, fechado, que hoje evoluiu para um siste-
ma aberto e complexo no qual os agentes são muitos,
as informações viajam por vários meios chegando ao
mesmo tempo para infinitos receptores, que, na verda-
de, contribuem e participam da construção desta in-
formação, que deixa de ter o valor de sistema simples,
como se fosse uma mensagem, e passa a ter novos
conceitos, uma vez que é formada por inúmeros au-
tores, sempre gerando uma novidade para cada um.
Assim, cada novidade funciona como matéria-pri-
ma para se criar uma outra realidade, dentro de um
infinito de possibilidades.
São com essas infinitas possibilidades (anoma-
lias paradigmáticas), estão sempre se modificando.
Mantendo-se bem atualizado pode-se tentar prever o
que irá acontecer. De acordo com Mauro Wolf (Teo-
rias da comunicação, Wolf, 1995), uma característica
marcante neste sistema fechado era a centralização
da produção e do processamento de informações, na
qual quem possui o controle do produto era apenas o
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autor, com o passar do tempo surge uma nova lógica
comunicacional o receptor não mais acata as informa-
ções e se satisfaz. Uma nova questão é apresentada:
a interação colaborativa entre o emissor e o receptor.
O paradigma é um padrão a ser seguido, é uma es-
trutura mental que classifica o real antes de investigar
mais profundamente.Os cientistas experimentam difi-
culdade que o paradigma não consegue resolver que
são as anomalias que é aquilo que desvia do padrão,
do comum.
“Segundo Thomas Kuhn, ao estabelecer-se um
novo paradigma no campo científico, as opiniões e
procedimentos adotados pelos cientistas são desen-
volvidas pelos tais com objetivos comuns. Sendo que
no decorrer deste processo os cientistas revelam de
forma sistemática a teoria para confrontar a realidade.
Por vezes, surgem naturalmente algumas provas
inesperadas que são chamados por Kuhn de “anoma-
lias”. Ou seja, aquilo que não tem explicação ou jus-
tificação dentro do paradigma é incompatível com o
resultado esperado pelos cientistas.
Segundo o refletir Kuhniano, uma descoberta
começa quando se tem consciência de que exis-
te uma anomalia, ou seja, saber que a ciência não
teve êxito conforme as expectativas paradigmáticas
necessitam.”(Pedro André Almeida-Anomalias e Cri-
ses na Ciência)
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A abertura os novos paradigmas no campo das
ciências da comunicação relaciona-se às inúmeras
possibilidades derivadas dos atos comunicacionais.
Philippe Breton divide a comunicação em três gêne-
ros: informativo, argumentativo e expressivo. Nas
mídias contemporâneas, a informação é combinada
mais freqüentemente com a expressão do que com a
argumentação. As abordagens teóricas destes gêner-
os não podem ser confundidas com a prática uma vez
que um gênero não depende do outro ser entendido.
Partindo da discussão em direção aos homens e
às mulheres, Breton fala em cinco meios de comu-
nicação de base que seriam o gesto, a oralidade, a
imagem, a escrita e o silêncio.
INFORMATIVO:refere-se
à
imprensa
e
sua
pre-
tensão,jamaisalcançada,deobjetividadeeuniversal-
idade.A
comunicaçãoinformativaestaria,defato,re-
duzidaàconstruçãodeartefatosquesepretenderiam
capazesdedescrever,sem
interpretaroudarjuízode
valoraosfatosouaosfenômenosobservados.
ARGUMENTATIVO:estando
presente
em
quase
todos
os
atos
comunicacionais.Em
uma
definição
breve,seriatransportaraosoutrosideiasqueoscon-
venceriam
dealgo.Tratar-se-ia,portanto,daenuncia-
ção,isto
é,para
um
pesquisadorargumentarreferir-
se-ia
à
valorização
do
conteúdo
dos
discursos
e
da
descobertadesuasfunçõessociais.
RESSACA
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Estes meios poderiam ou não usar suportes físi-
cos não humanos e a tecnologia para o transporte das
mensagens, tais como, a impressão, o rádio e a TV, as
gravações em mídias audiovisuais, as redes de com-
putadores e outros.
Um progresso se vê transparente ao deixarmos de
considerar os meios tecnológicos como um meio de
comunicação humana, passando a ser compreendi-
dos como um suporte físico para o transporte de dados
que por conseqüência gera a comunicação entre as
pessoas, tratando assim os objetos sociais como fer-
ramentas de nosso contexto histórico que serve para
transportar a distância o que antes era feito apenas
com a presença física do homem e seus objetos reais.
Sendo objetos sociais, psicanaliticamente ,diria Zizek:
“Nós os olhamos e eles nos olham e nos vêem como
parte da mesma sociedade. Fazem parte da vida,
como seres inanimados, mas contêm possibilidades
efetivas de comunicar e de entrar em contato com a
própria subjetividade. Têm características similares
às ferramentas e utensílios que indicam determinada
profissão e permitem sua execução. São próteses dos
corpos, aumentando a expressão, ação e sentidos.”
EXPRESSIVO:seriaoreferenteaousodaemoção,
do
sentimento,talcomo
nastelenovelas,cancioneiro
popular,programasdeauditório,cerimôniasdecasa-
mento,funerais,festas
comemorativas,declarações
de
amoretc.Estaria,igualmente,vinculado
ao
gosto
estético,deseconsiderarbelaounãoaobradearte
dequalquernatureza.
A
com
unicação
expressiva,sim
bolizada
pelo
usodogrotesco,dosublim
e,daem
oçãoedosen-
tim
ento,é
m
uito
usada
nos
grandes
m
eios
técni-
cosde
com
unicação
de
m
assas.
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Cultura é a identidade do povo, e se distingue
em cada grupo de pessoas que são separadas so-
cialmente ou geograficamente. As culturas são muito
diversificadas. Para que haja comunicação entre as
pessoas de várias culturas, precisa-se de um meio
para as informações transitarem, e isso é a mídia.
“Embora sejam responsáveis pelo crescimento e
multiplicação dos códigos e linguagens, meios con-
tinuam sendo meios. Deixar de ver isso e, ainda por
cima, considerar que as mediações sociais vêm das
mídias em si é incorrer em uma ingenuidade e equívo-
cos epistemológicos básicos, pois a mediação primei-
ra não vem das mídias, mas dos signos, linguagem
e pensamento, que elas veiculam.”(Santaella, 1992
[2003ª], p. 22-230).
As mídias não são estáticas, novas mídias são cri-
adas e há sempre um processo cumulativo. Uma mí-
dia não substitui a outra e sim complementa, ficando
claro que em cada período a cultura tem domínio da
tecnologia mais recente, mas não deixando de lado
as outras mídias já existentes.
No campo das mídias, começou a surgir equipa-
mentos e dispositivos que possibilitaram o apareci-
mento de uma cultura do disponível e do transitório,
como exemplo fotocopiadora, indústria de filmes em
vídeo, tudo isso chegando ao surgimento da TV a
cabo. Essas tecnologias, equipamentos e linguagens,
têm a característica de proporcionar o consumo indi-
vidual, em oposição ao consumo de massa. Foram
eles que tiraram a ideia de sermos somente recep-
tores e nos treinou para o entretenimento, a busca de
informação e a participação.
“A informação se tornou a grande palavra de
ordem, circulando como moeda corrente.” (Hayles
1996b, p. 259, 270).
O avanço da tecnologia fez com que as mídias an-
tigas se remodelassem para que elas continuassem a
existir. O jornal impresso passou a decodificar os fa-
tos ao invés de apenas expor como vinha sendo feito
até este momento.
A escrita é prova forte disso, já que no início eram
utilizadas peles de carneiro como base de apoio, de-
pois evoluiu para o papiro e finalmente para o papel.
Santaella diz que o jornal não é uma mídia que irá
desaparecer apenas com o advento da TV e do rádio,
mas ele apenas sofre modificações na sua plataforma
de existência, assim como a escrita vem sofrendo ao
longo do tempo.
Essa aceleração das telecomunicações e dos
transportes deixa as pessoas em dúvida se isso é a
salvação ou a perdição.
“A tecnologia não apenas penetra nos eventos,
mas se torna um evento que não deixa nada intocado.
É um ingrediente sem o qual a cultura contemporânea
– trabalho, arte, ciência e educação-, na verdade
toda a gama de interações sociais, é impensável.”
(Aronowitz, 1995, p. 22). O pós-humano é um termo
usado para referir-se às grandes transformações que
as novas tecnologias da comunicação estão trazen-
do para a vida humana, no nível psíquico, social e
antropológico. Cada mídia vai cumprindo o seu papel
para uma completa e acessível comunicação, tendo
como resultado em avanço cultural.
RESSACA
26
A expressão “redes sociais na internet” vem sendo
utilizada, tanto na mídia quanto em estudos acadêmi-
cos, para se referir indistintamente a tipos de relações
sociais e de sociabilidade virtuais que se diferenciam
em dinâmicas e propósitos.
Segundo Sonia Aguiar essa expressão vem sendo
utilizada para designar sites que oferecem ferramen-
tas e serviços de comunicação e interação centrados
em um padrão egocentrado de relacionamentos. Al-
guns potenciam redes interpessoais preexistentes
através da comunicação mediada por computador.
Outros propiciam a produção narcísica de perfis sem
vínculos obrigatórios com a realidade e estimulam
a competição pelo aumento compulsivo da rede de
contatos, incluindo “estranhos”. Nesses sites (SNS-
es na sigla em inglês) os nós da rede são usuários
e consumidores, contrapondo-se às redes sociais
cidadãs, que pressupõem valores de coletividade,
cooperação,solidariedade e compartilhamento. Rep-
resentam, assim, um desafio para as tradicionais
análises de redes sociais e para as emergentes abor-
dagens da Ciberantropologia.
Redes sociais são um meio de se comunicar com
outras pessoas pela internet, nos sites como: Orkut,
Twitter, Facebook, Blogs e outros. Geralmente funcio-
nam tendo como base o perfil do usuário, o que gos-
tam, não gostam, seus interesses, hobbies, escolari-
dade, profissão ou qualquer outra coisa que queiram
compartilhar em torno de seus interesses.
De acordo com Raquel Recuero, as redes sociais
funcionam com o primado fundamental da interação
social, ou seja, buscando conectar pessoas e propor-
cionar sua comunicação e, portanto, podem ser uti-
lizados para forjar laços sociais.
Segundo Levy ciberespaço é: “Um novo espaço
de comunicação, de sociabilidade, de organização e
de transação, mas também o mercado da informação
e do conhecimento que tende a tornar-se a principal
infra-estrutura de produção, transação e gerencia-
mentos econômicos.” (LEVY 1999, p32).
27
I
I
I
I
I
I
I
I
I
II
IISegundo Santaella, para Castells, as agregações
virtuais não poderiam ser chamadas de comunidades
virtuais, pois eram redes de relações destinadas a
atuar em níveis de realidades diferentes. Por isso, es-
sas redes não podem mais atender à denominação de
comunidades virtuais.
WEB 1.0 → Disponibilizar, buscar, ter acesso, ler.
WEB 2.0 → Expor-se, compartilhar, colaborar.
WEB 3.0 → Conectividade, convergência.
O ciberespaço vai acabar? Sumir? Morrer?
O ciberespaço é ao mesmo tempo, coletivo e inter-
ativo. É um novo espaço de comunicação, de sociabi-
lidade, de reconfiguração, potencializador de infinitas
ações interativas.
As comunidades virtuais que se utilizam desse
espaço são formadas por grupos de pessoas global-
mente conectadas na base de interesses em comuns
ou de afinidades, em lugares de conexões acidentais
ou geográficas.
Elas estão conectadas através de associações flu-
idas e flexíveis de pessoas,ligadas através de fios in-
visíveis das redes que se cruzam pelos quatro cantos
do mundo às redes sociais.
As comunidades tendem ao isolamento, mas a
medida que ela alcança ônibus, TV,rádio, jornal, elas
se fortalecem a medida que a internet se relaciona
com essas comunidades tradicionais.
A importância na comunidade virtual está no es-
paço criado pela comunicação,um espaço em que as
relações interpessoais de confiança, afinidade e reci-
procidade são mantidas de forma voluntária e não so-
mente porque está situado em um mesmo local físico.
RESSACA
28
Não se sabe onde vamos chegar, como chegar, e
até que ponto cada teoria é verdadeira. O homem se
esconde atrás das suas invenções cada vez mais po-
tentes, a fim de nelas substituir maneiras de realizar
funções que até pouco tempo eram executadas por ele
próprio.
Desde a Modernidade estamos perdidos, sem rumo
e sem referência, dependentes cada vez mais de nos-
sas mais avançadas tecnologias, a fim de protegermos
de nossos medos e satisfazer nossas vontades. Teo-
rias são formuladas sobre o caminho que vamos tomar,
mas nada que possa acalmar as mentes mais aflitas.
Profecias são feitas a cada instante sobre o destino
do planeta. Desde religiosos, sobre o fim desse mun-
do, até estudiosos que preveem mudanças radicais no
clima e escassez de água.
Muitos surgem e dão sua palavra, e dentre eles, o
matemático e escritor de ficção cientifica Vernor Vinge,
de 60 anos, dá a sua versão sobre o assunto.
Há mais de 30 anos, o professor de Ciência da
Computação da San Diego University alega que o
avanço da tecnologia e principalmente na área da in-
formática, vai por fim à vida como nós conhecemos.
Nesses últimos anos, ele tem se dedicado a explicar
esse conceito, mas tem quem ache que é delírio de
cientista maluco.
Numa entrevista na revista Época, Vinge alega que
até 2030 vamos conseguir criar um supercomputador
que seja mais inteligente que a mente humana e que
vai dominar o nosso planeta, assim, eles próprios cria-
rão máquinas cada vez mais surpreendentes. Nossas
invenções ficarão obsoletas e parecerão estúpidas
perto das maravilhas que esses computadores pode-
rão criar.
O professor também diz que estamos num século
muito perigoso, onde o medo é que impera junto com o
avanço da tecnologia, que está cada vez mais presen-
te em nossas vidas.
RESSACA
29
Ele caracteriza esse conceito como Singularidade,
que nada mais é uma expressão da física para signi-
ficar um universo no qual as leis naturais que conhe-
cemos não valem mais, e nem sequer somos capa-
zes de imaginar outro universo. Após a criação desse
supercomputador, o mundo mudará de tal forma que
hoje somos incapazes de conceber. Daí o termo Sin-
gularidade Tecnológica.
Esse momento pode chegar ou não, de acordo
com a visão de Vinge. Tudo depende do interesse do
homem para com a tecnologia. Se nos interessarmos
menos por essa área, sua teoria tem menos chances
de se tornar realidade. Porém o sucesso desse avan-
ço é que mostra ser o sinal dessa aproximação.
A criação de robôs ficará cada vez mais sofisti-
cada. Chegará um dia que ficaremos na dúvida se
são mesmo robôs ou seres reais, de tão perfeitos que
serão.
A simbiose entre o homem e a máquina também
é outro indicador. Hoje já não se consegue viver sem
o computador, já que ele aumenta nossa capacidade
mental e permite carregar todo o tipo de informação.
Após a criação desse supercomputador, em me-
nos de 100 horas nós nos tornaríamos obsoletos, e
o que acontecerá conosco é impossível de prever.
Pode ser que sejamos extintos ou alguns de nós se-
rão mantidos para executar algumas tarefas.
Fala também que poderemos nos tornar seus ani-
mais de estimação, e que a convivência entre máqui-
nas seria bem mais amistosa do que a convivência
entre seres humanos, já que na nossa espécie, su-
cesso é obtido através de luta, guerras e conquistas.
super computadores
Lista com os 5 Supercomputadores mais rápidos do
planeta:
- K computer (Japão)
- Tianhe-1A (China)
- Jaguar (Estados Unidos)
- Nebulae (China)
- TSUBAME 2.0 (Japão)
Com 8.16 petaflops (um quatrilhão de operações de
cálculo em ponto flutuante por segundo), o K computer
é mais poderoso que os próximos quatro sistemas da
lista combinados.
RESSACA
30
Com a chegada da modernização e a inclusão digital
acontecendo a todo vapor, o acesso a musica digitaliza-
da, toma o lugar dos antigos discos de vinil e cds de mu-
sica. A facilidade de acesso ao download de musicas em
formato como Mp3, WAV populariza as mais variadas
musicalidades e acaba por criar conversões dos mais di-
versos tipos de som. Juntamente com essa populariza-
ção surge uma profissão relativamente nova mas muito
cobiçada, o DJ.
RESSACA
31
Ser DJ, abreviação de Disk Joquey ,consiste em
entender seu publico alvo e administrar, através de
uma sequência musical inteligente, com um toque
eletrônico, o ambiente desejado, despertando sen-
sações que variam de euforia à reflexão. Mas esse
objetivo muitas vezes é ignorado, em via do glamour
que acompanha o nome DJ. Muitas vezes pessoas
buscam executar a profissão sem conhecer seu ob-
jetivo ou mesmo seus elementos. Buscando apenas
o status que a profissão representa, eles se tornam “
Djs de playlist”, e muitas vezes são responsáveis pela
desvalorização da profissão Disk Joquey.
Os “ Djs de playlist” caracterizam-se pela falta de
técnica e conhecimento da criação das sequências
musicais. Geralmente são jovens, de 16 até 28 anos,
que levados pela fama que envolve o nome Dj, adqui-
rem equipamentos de discotecagem e passam a atuar
como Dj em festas menores.
A falta de técnica, como em qualquer outra profis-
são, gera profissionais vazios que conseguem execu-
tar de maneira infinitamente inferior o trabalho de um
profissional da área. No caso dos “ Djs de playlist”,
o próprio nome descreve o trabalho executado. São
profissionais que fazem download de musicas do mo-
mento, já previamente remixadas por um profissional,
criam uma sequências ( conhecida como playlist, ou
Lista musical) e se passam por profissionais da área,
sem se preocupar com o publico e o sentimento que
se deseja atingir com a musica.
Para preencher esse vazio formado pela falta de
técnicas de mixagem, hoje existem diversas escolas
de Dj espalhadas pelo mundo como as americanas
Dubspot ( www.dubspot.com) e Scratch (www.scratch.
com) que juntas já formaram mais de mil Disc Joquei
profissionais. Escolas como essas ensinam como fa-
zer a imersão da musicalidade no meio eletrônico, ge-
rando profissionais completos e centrados no objetivo
principal do DJ, despertar sentimentos .
No Brasil são escolas como DjLand(www.djland.
com.br) e Aimec(www.aimec.com.br) que disponibili-
zam cursos como esse. Mas o alto crescimento da de-
manda por conhecimento na área, já vem criando no-
vas opções de formação para Djs, e um projeto de lei do
senador Romeu Tuma, que regulamenta e transforma a
“discotecagem” em profissão, já esta sendo votado no
senado. Com isso a tendência será a profissionalização
do mercado e uma diminuição dos “ Djs de playlist”.
RESSACA
32
Astendênciasdomundo
pós-modernorefletiram
emnovascaracaterísticas
naestéticamasculina.
Estasmotivaramnovos
comportamentosnosexo
masculinoeromperamcom
oconceitoquehomemnão
podeservaidoso.
RESSACA
33
Avaidadesemprefoiumacarac-
terísticadasmulheres,noentanto,o
espaçoparaavaidademasculinavem
crescendo,eohomemsente-semais
àvontadeparademonstrarseudesejo
deseratraente,gerandomaiorautocon-
fiança,tantonoâmbitopessoalquando
noprofissional.
Creme,lápisdeolho,base,baton
incolor,esteseramutilizadospelopúbli-
cofeminino.Poisé:nostemposdehoje
acoisamudoupessoal.Aestéticado
homemmodernojánãoémaisamesma
deantigamente.
Oshomensmudaramecertamente
paramelhor!Todaaquelaestéticado
homemmachão,grosseiro,rude,sem
vaidadealguma,estámudandocada
vezmais.Ohomemmodernoestádeix-
andoaarmaduradeladoeprocurando
secuidarparaficarbemcomelemesmo,
seinterarcadavezmaissobreprodutos
debeleza,moda,tendências,assuntos
atéentãodirecionadosparaopúblico
feminino.
Produtosdebelezanuncaforamtão
cobiçadospeloshomens.Comtoda
essainformaçãoeaquebradoprecon-
ceitoquevemdiminuindocadavezmais
nosúltimostempos,ohomemnãoestá
maispreocupadocomoqueosoutros
vãopensareestámaisvaidosodoque
nunca,procurandocuidardaaparência,
docorpoedoseuguardaroupatam-
bém.Ohomemselivroudetodosos
paradigmasdequehomemnãopodese
cuidar,nãopodechorar,nãopodeter
umaboapeleecomissoestácadavez
maisaprocuradenovostratamentosde
belezaeestéticacriandoumnovomer-
cadodeindústriaeserviçosdestinados
aoshomenssemqueissoafeteasua
masculinidadeeasuaidentidade.
Ostratamentosbuscadospelos
homenssãoosmaisvariados,depend-
entesdavaidadeindividual.Tratando-se
daregiãofacial,elesgeralmentebus-
camdiminuirasmarcasdeexpressão,
comoosfamosos“pésdegalinha”.Além
disso,elesprocuramcadavezmaisa
lipoaspiração,maiscomumemáreas
comooabdômen.Entreoutrascirurgias,
elesbuscamtambémaginecomastia,
queconsistenacorreçãodasmamas
masculinaseaplicaçãodeprótesesde
siliconenaspernasenopeito,parauma
aparênciamaisatlética.
Apresençadelesemsalõesde
belezaécadavezmaismarcante.Ger-
almente,alémderealizarcortesdeca-
belo,oshomensestãobuscandosem
medoepreconceitooutrosprocessos
paraumaaparênciamaislimpaebem
cuidada.Jáécommaisfreqüênciaque
seencontramhomensfazendoasso-
brancelhaseunhas,procurandoumas-
pectomaislevenovisual.
Todoessecuidadodemonstraati-
tude,autoestimaelevadaeautoconfian-
ça.OjogadorDavidBeckhaméumsím-
bolodessamudançaentreoshomens,
poisestásemprebemvestido,bem
maquiado,comumaaparênciasaudável
enemporissotemasuamasculinidade
colocadaemdúvida.
RESSACA
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RESSACA
35
Como diria Lulu Santos, em sua música Tempos
Modernos: “Hoje o tempo voa amor, escorre pelas
mãos, mesmo sem se sentir que não há tempo que
volte amor, vamos viver tudo que há pra viver...”
Sempre ouvimos a frase: “Nossa, o tempo tá pas-
sando rápido demais!”
Os idosos comentam que antes não era assim,
que “o tempo era a favor das pessoas”, sendo que o
que mudou foram a velocidade e excesso de informa-
ções, fazendo com que o cérebro humano se acos-
tumasse com tais situações, sem que se percebesse
os segundos que passaram em alguma ação. Com
essa velocidade no relógio, cria-se a ansiedade, o
estresse e as pessoas começam a não aproveitar o
tempo, preocupadas com que ele passe rápido de-
mais.
Mário Quintana, em sábias palavras diz que só
existe uma idade “(...) para a gente se encantar com
a vida e viver apaixonadamente e desfrutar tudo com
toda intensidade sem medo nem culpa de sentir praz-
er (...). Essa idade tão fugaz na vida da gente chama-
se presente e tem a duração do instante que passa”.
Quando paramos para pensar o dia já passou; os
meses e até anos. Quando recordamos algo do pas-
sado, lembramos facilmente e além de “bater aquela
saudade”, pensamos quanto tempo faz que aquilo já
ocorreu.
Devíamos seguir a expressão do poema do roma-
no Horácio: Carpe Diem, ou seja, aproveitar a vida,
cada experiência que nos é concedida, como se não
fosse haver outra, cada momento de nossas vidas,
como se fosse o único e o último, afinal, não sabe-
mos como será o dia de amanhã. O tempo passa rá-
pido e a vida é muito breve, por isso, devemos gozar
de tudo que ela oferece.
Ficamos muito incomodados com o ontem e o
amanhã, que nos esquecemos de viver o hoje, e,
dessa forma, “o tempo voa mesmo”. Por isso, o im-
portante é o agora, afinal, não podemos parar o reló-
gio.
São muitas informações ao mesmo tempo, tecno-
logia avançada, novidades, seja na área tecnológica
ou até mesmo no meio sócio-cultural. Por outro lado,
quando estamos entediados com uma situação o
tempo passa devagar! Prestamos atenção até nos
segundos, e por isso ocorre o pensamento de que as
horas estão lentas demais.
Nunca temos tempo suficiente para os objetivos
diários, para visitar alguém, descansar, assistir à
TV tranquilamente, sair com os amigos, ficar com a
família, estudar, trabalhar... O tempo é sempre curto
e com isso ficamos muito sobrecarregados durante o
dia, de forma que muitas pessoas desejariam que ele
tivesse 48 horas. Mas será que assim daria tempo?
RESSACA
36
RESSACA
37
A obra “Desvio para o vermelho”, de Cildo Meirel-
les idealizada em 1967, montada em diferentes versões
desde 1984, é exibida no Inhotim desde 2006, nos faz
pensar sobre a monocromia.
Transmite-me a sensação de um mundo mágico e
fantástico, como se estivesse mergulhado em um filme
infantil ou imaginário e ao mesmo tempo me leva para
um lugar frio e dramático.
É formada por um ambiente único que não remete
a uma casa convencional. Não é um quarto, nem um
escritório, sala ou cozinha é um ambiente indefinido,
pois tem móveis e objetos mistos.
A instalação é formada por três ambientes articu-
lados entre si cuja primeira parte se chama “Impreg-
nação”. Estamos dentro de algo que acontece e se
estrutura em algum lugar. A formatação do ambiente
cria sensação de um tom monocromático tridimensio-
nal. Cildo Meirelles cria visual desconhecido, vemos
na mesa esculturas como pequenos objetos, como um
cinzeiro, cigarrilha, trabalhos de esculturas que preen-
chem o espaço formando um ambiente cheio de obje-
tos familiares.
Já a segunda fase da instalação chama-se “En-
torno”, na qual nos deparamos com um frasco caído
no chão: uma estrutura que sugere o derramamento de
líquido superior ao valor de volume possível dentro do
frasco, essa estrutura desemboca, depois de andar-
mos, na terceira parte da obra que é chamada “Des-
vio”, uma espécie de câmara escura que vai derivando
do segundo, escurecendo aos poucos, e aí se começa
a ouvir um barulho de algo pingando, e no final tem-se
um lavatório branco onde uma torneira aberta deixa es-
coar um líquido vermelho.
Aberta a uma série de simbolismos e metáforas,
desde a violência do sangue até conotações ideológi-
cas, o que interessa ao artista nesta obra é oferecer
uma seqüência de impactos sensoriais e psicológicos
ao espectador: uma série de falsas lógicas que nos de-
volvem sempre a um mesmo ponto de partida.
RESSACA
38
RESSACA
39
designers
RESSACA
40
Aguiar, Sonia. Redes sociais na internet: desafios
à pesquisa. Intercom – Sociedade Brasileira de Estu-
dos Interdisciplinares da Comunicação XXX Congres-
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http://www.sitedaescola.com/downloads/portal_aluno/
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www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0103-99892007000200010&lng=pt&nrm
=iso>. acesso em 05 abr. 2011.
SENADO.GOV.BR – Excelência no atendimento:
Paradigmas essenciais e princípios do bom atendi-
mento: Conceito de Paradigma. em: <http://www.sena-
do.gov.br/ead/Conteudo/EXCATE/aula3modulo1txt1.
asp?COD_ATOR=&COD_CURSO=&COD_MATRICU-
LA=>
SUPERINTERESSANTE, Abril. edição 2009, janei-
ro de 2005
TATTERSALL, Ian. Como nos tornamos humanos.
Scientific American. São Paulo: Duetto, 2006. Edição
Especial. 17,p.68-75.
WOLF, Mauro. Teorias da comunicação. Gruppo Ed-
itoriale Fabbri, Bompiani, Sonzogno, Etas S.p.A., Milan,
1985.LAIGNEIR, Pablo e FORTES, Rafael. Introdução
a História da Comunicação. Rio de janeiro: E-papers,
2009. Disponível em: http://jornalismouninove.com.br/
livros/mauro_wolf_teorias_da_comunicacao.pdf aces-
so em 14 de maio de 2011.
RESSACA
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Revista Ressaca

  • 3. RESSACA 3 Você acorda e simplesmente não lembra o que aconteceu na noite passada. Está zonzo, com dor de cabeça, estômago embrulhando e ânsia de vômi- to. Tenta imaginar como conseguiu chegar até a sua cama, se é que você conseguiu chegar até ela. Faz força pra se levantar, mas o corpo não consegue se manter em pé. Sim... Esses são os sintomas que indi- cam que você andou enchendo a cara. Mas se você está cansado, desnorteado, sem rumo. Sumiram suas referências. Percebeu que o mundo tá de cabeça pra baixo, os discursos ideológicos se perderam, tudo muda muito rapidamente e você faz força para acompanhar... Sim, você está de ressaca pós-moderna. A humanidade passou (e há quem diga que ainda estamos passando) por uma fase onde tudo era válido, tudo era concreto. A tecnologia antes supostamente dita para o bem passou a ser usada descaradamente para fins bélicos; o planeta acabou dividido em duas metades distintas comandadas por líderes econômi- cos e com isso o mais forte deles passou a ser a maior potência do mundo, causando euforia por parte daqueles que participavam desse poder e gerando re- volta daqueles que eram subordinados. Chegou o momento em que nos esgotamos e as crenças despencaram. A transição em que estamos vivendo, do moderno para o tão esperado período pós- moderno, faz com que percamos a nossa identidade fixa, única, e que procuremos por alternativas diferen- tes. Quebram-se as dicotomias e agora nada mais é absoluto, tudo é relativo. Hoje tudo é líquido, tudo se transforma. Nada é tão sólido como antes. Fizemos tudo que podíamos na modernidade, e agora não te- mos mais pra onde ir. Estamos cansados e isso só nos faz buscar forças no antigo, no que era confiável. Mis- turar o velho ao novo, sair do padrão. A revista RESSACA traz exatamente isso. Procura- mos estabelecer um projeto onde ao longo da leitura, identifiquemos seu conceito. As cores, as formas, as tipologias... Tudo bem escolhido para caracterizar essa nossa fase de mudança. O conteúdo dessa edição trará artigos que contam o que estamos passando hoje. Textos sobre os novos paradigmas; o novo olhar da humanidade para ela mesma. Enfim... Aqui entenderemos essa estranha ressaca pós-moderna e aprenderemos a conviver com ela, com seu estilo, com sua cara e o melhor: sem pre- cisar beber muito para poder compreendê-la a fundo.
  • 4. RESSACA 4 A qualidade mais notável dos líquidos e gases é a fluidez. Esta é responsável pelas constantes mu- danças de formas, uma vez que eles não se fixam no espaço e nem se prendem ao tempo. Foi apossando destas características que Zigmunt Bauman associou e interpretou a era Pós-Moderna. Podemos promover mais uma reflexão a partir da metáfora utilizada por Bauman, imaginando os es- tereótipos sociais das épocas anteriores que são rep- resentados pelos sólidos tão concretos, firmes e ina- baláveis que assumem agora uma posição paradoxal, onde os mesmos sólidos são muitas vezes vestidos por uma liquidez nos tempos pós-modernos. Em seus estudos, o sociólogo Bauman descreve as múltiplas transformações sociais pelas quais passa a sociedade contemporânea. Ele analisa, mediante o pós-modernismo, diversas esferas sociais, como a vida pública, privada, relacionamentos humanos, mundo de trabalho, estado e algumas instituições. Nestas tantas esferas sociais, o sociólogo observa que as principais características dos tempos atuais perpassam entre a fluidez, maleabilidade, flexibilidade e a capacidade de nos moldar em relação a diversas ocasiões, assumindo assim novos pensamentos, no- vas formas de ações e reações. As características existentes no pós-modernismo, sintetizadas em fluidez, quando aplicadas nos rela- cionamentos sociais, acabam por gerar o mal estar pós-moderno, a RESSACA pós-moderna. Este mal estar é caracterizado por uma sensação de pertur- bação fisiológica e, em sentido figurado, podemos tra- duzir como o estado do desassossego e da inquietação.
  • 5. RESSACA 5 Zigmunt Bauman faz outra comparação metafóri- ca associando nossa vida moderna à uma oficina mecânica. Na oficina não mais se procura a solução para reparar uma peça defeituosa, tudo é sobres- salente e substituível. Não se faz necessário gastar- mos tempo com reparos que consomem trabalho, a partir de então se julga melhor descartar a peça dani- ficada e, em seu lugar, adquirir uma peça nova. Neste momento, não há mais compromisso com a idéia de permanência e a durabilidade é precária. Ao mesmo tempo, observa-se uma nova cultura, onde o “eu” está acima “nós”. Neste contexto, a dis- puta e competição ocupam as estruturas da solidarie- dade. Frases semelhantes a “Eu não sou igual a nin- guém” são fontes do surgimento de diferentes tribos na sociedade e da grande divergência, segregação humanitária. O “eu” exageradamente elevado nos traduz, mui- tas vezes, o prazer da liberdade. Porém, o outro lado desta suposta liberdade é acompanhado pela cres- cente e freqüente oscilação das patologias próprias da modernidade fluída. A depressão é uma das doen- ças mais comuns da era pós-moderna. É um mal que acomete homens, mulheres e crianças, de todas as etnias e classes sociais. Sentimentos como o de infeli- cidade, inutilidade, solidão, desamparo, isolamento e vazio tornam-se corriqueiros. A depressão acontece, habitualmente, após acontecimentos indesejáveis so- mados a outros fatores sociais, como estilo de vida conturbado. Voltando à questão da (suposta) liberdade acon- selhada pela modernidade líquida, torna-se clara a percepção do aumento do consumismo. Desta ma- neira, o consumo descontrolado é diversas vezes im- posto e sugerido como forma de “vir a ser livre e po- deroso”. O status passa a ser reconhecido mediante o poder do consumo individual e o rápido desapego ao objeto adquirido. As “terras-de-ninguém” padecem de anomia, ou de total ausência de normas sociais (claras e respeita- das por todos). Na era da exacerbação individualista, todos e cada um seguem suas próprias convicções fa- zendo de seus semelhantes, coisas e demonstrando que a humanidade vive um processo de reificação ou de retorno à barbárie, a partir da desumanização dos indivíduos potencialmente humanos. Seguindo as idé- ias do historiador e teórico político Karl Marx, passa- mos a representar o ser humano como o objeto físico privado de qualidades pessoais ou de individualidades. Enfim, diante das novas percepções da era Pós- Moderna, podemos observar que não se estimula a criação de nada mais além da excitação do desem- penho. O desejo está na criação de ‘conservantes’ do cheiro das coisas novas. Por tanto, somos caracteri- zados como “comunidades de carnaval”, pelo anseio de romper, mesmo que temporariamente, as agonias de solitárias e persuadidas lutas cotidianas. O carnaval desta vez está associado à quebra de mo- notonia, da solidão, da pressão, permitindo suportar melhor a rotina que deve ser retomada após os “qua- tro dias” de festa. Assim retornamos a viver a nossa RESSACA pós-moderna.
  • 8. RESSACA 8 Comunicação é uma atividade evolutiva no pro- cesso da linguagem, cultura e tecnologia. Tattersall (2006,p.73)afirma sobre a linguagem que “[…]se es- tamos procurando um único fator de liberação cultural que abriu caminho para a cognição simbólica, a in- venção da linguagem é a candidata mais óbvia.” Já a tecnologia, com as mídias de massa, interferem dire- tamente em nossa cultura e hábitos. A comunicação é praticada ao passo que o ser hu- mano evolui. Nos primórdios da nossa sociedade, os gestos e expressões faciais faziam parte da maneira com que nossos ancestrais se comunicavam. Defleur e Ball-Rokeach (1993, p.26) constatam o seguinte: […] o que parece mais plausível, dos exíguos indícios de que dispomos, é que as primei- ras formas humanas se comunicavam através de um número limitado de sons que eram fisicamente ca- pazes de produzir, tais como rosnados, roncos e guin- chos, além de linguagem corporal, provavelmente in- cluindo gestos com mãos ou braços, e movimento de postura de maior amplitude. Outra característica dos primórdios era a comuni- cação através de símbolos e sinais, porém extrema- mente básica, pois uma sequência longa dificultaria o entendimento. Surge o momento em que esse hábito já não é mais o suficiente e a fala vira essencial para a co- municação desses indivíduos: são eles próprios que carregam e transmitem suas experiências fazendo com que suas mentes se mantenham em atividade. A oralidade traz evolução ao sistema de pensamento em conjunto com a linguagem falada. Assim o ser hu- mano passa a transmitir mensagens mais longas e ter pensamento mais complexo. Já em um dado episódio da nossa história, no qual o homem, dispondo de capacidade e tecnologia um pouco mais avançada, surge o hábito de escrever estes relatos. Segundo a revista Superinteressante, “a escrita libera o cérebro da tarefa de memorizar”, o homem já não tem mais a obrigação de lembrar de todos seus feitos e passa a registrá-los a fim de que fiquem guardadas estas lembranças. “A palavra escri- ta torna-se sagrada, e os livros, pilares das religiões” [Superinteressante, ed 209, janeiro/2005. Embora a escrita tenha permitido o armazenamen- to e diálogo com o passado, ela criou uma divisão en- tre letrados e não-letrados. Deixando, assim, o conhe- cimento centralizado nas mãos dos escribas, padres, elites políticas e pessoas que possuíam recursos
  • 9. RESSACA 9 financeiros suficiente para ter em mãos tal produção. É a partir do século XV, bem no meio da transição da Idade Média para Idade Moderna, que então surge um dispositivo capaz de reproduzir em escala os manuscritos produzidos anteriormente. O furor causa- do pela Prensa de Tipos Móveis criada por Johannes Gutenberg, ajudou a democratizar a informação e al- terar os eixos de poder então vigentes. Com a invenção de Gutenberg, passou a ser pos- sível transmitir informação de um para milhares ou milhões sem que necessariamente o emissor dessas mensagens enviadas estivesse no mesmo local que o receptor. Essa invenção tornou a educação a distân- cia viável – da mesma forma que tornou a auto-apren- dizagem, através de livros, acessível a qualquer leitor. Em meados do século XVIII, graças a prensa, ini- cialmente criada para reprodução de livros, surge um novo meio de comunicação cuja amplitude de impacto se mostrou exponencialmente maior do que qualquer outro meio existente. O surgimento da imprensa em paralelo com a ascensão da burguesia, e os primeiros jornais entrando em circulação, gerou a eminente difusão da informação. O impacto dos jornais era arrebatador, e, em al- guns anos, todas as grandes nações já possuíam seu jornal. As possibilidades eram inúmeras, o conheci- mento finalmente começa a ser difundido em grande escala. Livros com variações na tonalidade, na dia- gramação, e os mais diversos conteúdos começaram a surgir. A força da mídia impressa ascendeu solitária e quase que perpendicularmente durante anos, com modernizações e novas tecnologias somente varias décadas depois, é que essa hegemonia impressa, dá lugar a um paralelismo, Impressa X Radiodifusão X tele-difusão* As tecnologias audiovisuais e de telecomunicações convergem para a cooperação, alterando as formas de produção, difusão e recepção de mensagens. Com o surgimento da telemática, transmissão de dados a distância, reduziu-se o tempo da comunicação tornan- do-a instantânea, ou seja em tempo real. Essas novas tecnologias proporcionam mudanças de paradigmas no nosso modo de pensar, coletar informações, de produzir e de transmitir novos conhecimentos. Com os veículos em massa, é possível atingir milhares de pessoas anônimas. A comunicação hoje em dia é in- stantânea, o mundo virtual não há fronteiras. Com a invenção e democratização do computador ligado em rede, uma nova lógica de comunicação se instaura. Os impactos que a internet causa podem mudar o aprendizado, as relações de trabalho, e até mesmo a vida social. De acordo com a pesquisadora alemã Elisabeth Noelle-Neumann quando um indivíduo percebe que não partilha do mesmo ponto de vista da maioria, por medo da oposição ou até mesmo da rejeição, este acaba ocultando suas opiniões ou até mesmo mu- dando o seu modo de pensar para não se sentirem excluídos. “Sua pesquisa indicou que as pessoas são influ- enciadas não apenas pelo que as outras dizem, mas, pelo que as pessoas imaginam que os outros pode- riam dizer. Ela sugeriu que, se um individuo imagina que sua opinião poderia estar em minoria ou poderia ser recebida por desdém, essa pessoa estaria menos propensa a expressá-la.” HOHLFELDT e MARTINO e FRANÇA: 2005, pp.229). A influência da tecnologia digital muda a cada dia, o modo como nos expressamos e nos comunicamos. As máquinas aumentam nossas habilidades de arma- zenar e espalhar informações, nossos corpos agora estão transformados pela tecnologia e matéria que inclui componentes humanos e não-humanos (San- taella,2007). O homem agora passa a interagir com a máquina, e essa não é mais apenas uma extensão do seu cor- po, mas uma parte dele. As self media introduziram mudanças na interação via Web, o receptor pode agora intervir diretamente na informação, podendo se comunicar em uma escala global. A partir desta intervenção, começa-se a discu- tir os novos paradigmas da comunicação.
  • 10. RESSACA 10 Maria Lucia Santaella Braga é professora titular da PUCSP com doutoramento em Teoria Literária na PUCSP em 1973 e Livre-Docência em Ciências da Comunicação na ECA/USP em 1993. É Diretora do CIMID, Centro de Investigação em Mídias Digi- tais, da PUCSP e Coordenadora do Centro de Estu- dos Peirceanos (Grupo de pesquisa cadastrado no CNPq). Coordenou o lado brasileiro do projeto de pesquisa Probral (Brasil-Alemanha/Capes-DAAD, 2000-2003) sobre relações entre palavra e imagem nas mídias. Coordenou ainda três outros projetos de pesquisa coletiva de grande porte: “ Imagens Téc- nicas: do mundo industrial-mecânico ao eletrônico- pós-industrial”, convênio PUC/SP-FINEP, 1989-1991; o projeto de pesquisa temático sobre “O Advento de Novas Tecnologias e Novas Gramáticas da Sonori- dade”, financiado pela FAPESP, de 1992 a 1995; o projeto coletivo, modalidade multiusuários, “Produção e Difusão da Pesquisa Científica na Era Digital”, finan- ciado pela FAPESP, 1999-2002. É presidente honorária da Federação Latino-Amer- icana de Semiótica e Vice Presidente da Associación Mundial de Semiótica Massmediática y Comunicación Global, México, desde 2004. É membro correspon- dente brasileira da da Academia Argentina de Belas Artes, eleita em 2002. É membro do Advisory Board do Peirce Edition Project em Indianapolis, USA. De 1987 a 1995, coordenou o programa de pós- graduação, mestrado e doutorado, em Comunicação e Semiótica da PUCSP. De 1995 até 1999, coordenou o doutorado e pós-doutorado desse mesmo programa. No primeiro semestre de 1987, foi professora con- vidada pelo DAAD na Universidade Livre de Berlin, de- senvolvendo pesquisa sobre Cultura e Meios de Co- municação. Foi pesquisadora associada no Research Center for Language and Semiotic Studies (Centro de Pesquisa em Estudos Semióticos e de Linguagem), em Bloomington, Universidade de Indiana, onde fez inúmeros estágios de pesquisa de pós-doutoramento, em 1988, 1992, 1993 e 1994. Desde 1996, tem feito repetidos estágios em Kassel, Berlin e Dagstuhl, Ale- manha, sob os auspícios do DAAD/Fapesp, onde tem ministrado palestras e desenvolvido projetos de pes- quisa. Em 2004, foi professora e pesquisadora convi- dada na Universidade de Valencia. No total, realizou 12 estágios de pós-doutorado no Exterior e já obteve 8 bolsas de produtividade em pes- quisa do CNPq, no qual é pesquisadora nível IA.
  • 11. RESSACA 11 De 1982 a 1990, exerceu o cargo de presidente da Associação Brasileira de Semiótica. Em 1991-93, foi secretária da Associação Nacional de programas de pós-graduação em Comunicação. Desde 1988, é membro do Conselho Diretor do Instituto Internacio- nal de Semiótica com sede na Finlândia. Em 1989, foi eleita Vice-Presidente da Associação Internacional de Semiótica, tendo sido re-eleita para o cargo em 1994, exercendo-o até 1999. Em 1993, foi eleita membro do Conselho Executivo da Federação Latino Ameri- cana de Estética com sede na Argentina. Em 1996, foi eleita vice-presidente da Federação Latino-americana de Semiótica. De 1999 a 2002, foi Presidente da Fed- eração Latino-Americana de Semiótica. 148 (cento e quarenta e oito mestres e doutores defenderam suas dissertações e teses sob sua orientação, de 1978 até o presente. Participou como palestrante em 45 congressos no Exterior e 196 congressos e similares no Brasil, num total de 241 participações. Foi membro dos grupos idealizadores e realiza- dores dos projetos de implantação dos cursos de graduação em Jornalismo, do curso de Publicidade e do curso multidisciplinar em Tecnologia e Mídias Digi- tais da Pucsp-SP. Tem 28 livros publicados, dentre os quais 4 são em co-autoria e dois de estudos críticos. Além dos livros, Lucia Santaella tem mais de 200 artigos publicados em periódicos científicos no Brasil e no Exterior.
  • 13. RESSACA 13 Estamos vivendo em uma situação de caos, cada vez mais perdidos em questão espiritual e material, não sabemos mais ser por nós mesmos, temos a necessidade de tentar reconstruir o que destruímos no passado: con- ceitos, crenças e esperanças. Tudo está rodan- do em um ciclo vicioso e estamos revendo as coisas em menos tempo, sendo automáticos de mais em nossas reações cotidianas. A evolução se prendeu em um engarra- famento causado pela velocidade de nos- sos pensamentos. Jamais se ouviu falar de uma juventude tão perturbada como a de hoje, as pes- soas se estagnam e perdem o rumo facilmente sem ter a certeza do que querem alcançar. A tecnologia não sai mais do nosso dia a dia, somos bombardeados a todo momento por uma explosão de informações que nos desorienta e faz com que não saibamos em que acreditar. Estamos sendo velozes em questão de conhecimento, sabemos de mais, mas ao mesmo tempo nos prendemos em um suporte imaginário do qual temos medo de sair por não saber por onde seguir. Acomodados, deixamos o lixo que é jogado no nosso quintal aumentar, fabricamos sonhos de plástico, e tudo se torna efêmero. Buscamos no passado soluções para o pre- sente tentando assim, prever o futuro. O que era sólido, não é mais, e o que nos resta é a certeza da dúvida.
  • 16. RESSACA 16 Atualmente, o conceito de paradigma vem sido apli- cado em muitas áreas do conhecimento. Paradigma (do gregoparádeigma), de acordo com o dicionário Pri- beram, é algo que serve se exemplo geral ou modelo. É a representação de um padrão a ser seguido. Essa palavra foi utilizada pelo filósofo Thomas Kuhn para dizer que teorias, regras e leis aceitas pela ciên- cia são exemplos de paradigmas que podem sofrer mudanças no decorrer do tempo. O conceito de paradigma se tornou comum depois das propostas de Kuhn, e hoje, na linguagem corrente, significa “uma maneira de ver a realidade”. É a partir disso que se passa a compreender não só as questões científicas, mas também as sociais, já que muitos dos conflitos hoje existentes resultam das diversas maneiras diferentes de se ver a realidade. Conforme Polistchuk Illana, paradigma supõe “or- denação”, “série organizada de apontamentos” ou “conjunto de formulações genéricas”. Em plano filosófi- co, um paradigma serve à “afirmação de uma identida- de”, a qual, sem renegar diferenças possíveis, opõe-se e contrasta, por ser unitária e uniforme, a toda disper- são pela multiplicidade. É essa sua função positiva. Em resumo, um paradigma consiste em uma mistura de pressupostos filosóficos, de modelos teóricos, de conceitos-chave e de prestigiosos resultados de pes- quisa. Segundo Luiz Carlos Lopes(2004), ciência da co- municação vem estabelecendo sucinto paralelo com a ciência da informação, a qual vem caminhando do paradigma do acervo para o paradigma da informação. Conceitos básicos como informação, necessidade de informação e usuários de informação são analisados.
  • 17. RESSACA 17 ”A web2.0 é modelo de paradigma, pois mudou a forma de co- municarmos, deixando de haver um emissor e um receptor, que nao participava da informação, e agora participa.” Paradigmas originam o conhecimento para o nasci- mento de novas teorias é modelos. A web2.0 é modelo de paradigma, pois mudou a forma de nos comunicar- mos, deixando de haver um emissor e receptor que não participava da informação. Isso vem apresentar um novo conceito, no qual re- ceptor participa de forma colaborativa com suas deci- sões e opiniões, contribuindo cada vez mais para uma nova forma de comunicação. O objetivo é gerar e mo- vimentar novas informações. As pessoas passam a ter acesso as informações e a interagir com delas dessa forma gerando uma nova forma de comunicação além de uma quebra de para- digma. Todos os paradigmas e todas as ideias a ele rela- cionadas chegaram às grandes massas urbanas, de- vido à ampla veiculação midiática das representações de um presente e, sobretudo, de um futuro informacio- nal e informático. Em uma época marcada pela velocidade crescen- te na troca de informações, tudo se cria e transforma rapidamente essas mudanças acarretam na dinâmica das organizações comunicacionais. O homem vê-se dominado por sua própria criação, escravo da tecnolo- gia e armazenamento de informação.
  • 18. RESSACA 18 RESSACA 18 A comunicação norteia todas as relações huma- nas. Antes, utilizávamos o modelo hipodérmico para nos comunicar: a mensagem era passada de emissor para um receptor, no qual o receptor ouvia e interpre- tava o que era passado. As figuras do emissor e receptor formaram um sis- tema simples, fechado, que hoje evoluiu para um siste- ma aberto e complexo no qual os agentes são muitos, as informações viajam por vários meios chegando ao mesmo tempo para infinitos receptores, que, na verda- de, contribuem e participam da construção desta in- formação, que deixa de ter o valor de sistema simples, como se fosse uma mensagem, e passa a ter novos conceitos, uma vez que é formada por inúmeros au- tores, sempre gerando uma novidade para cada um. Assim, cada novidade funciona como matéria-pri- ma para se criar uma outra realidade, dentro de um infinito de possibilidades. São com essas infinitas possibilidades (anoma- lias paradigmáticas), estão sempre se modificando. Mantendo-se bem atualizado pode-se tentar prever o que irá acontecer. De acordo com Mauro Wolf (Teo- rias da comunicação, Wolf, 1995), uma característica marcante neste sistema fechado era a centralização da produção e do processamento de informações, na qual quem possui o controle do produto era apenas o
  • 19. RESSACA 19 RESSACA 19 autor, com o passar do tempo surge uma nova lógica comunicacional o receptor não mais acata as informa- ções e se satisfaz. Uma nova questão é apresentada: a interação colaborativa entre o emissor e o receptor. O paradigma é um padrão a ser seguido, é uma es- trutura mental que classifica o real antes de investigar mais profundamente.Os cientistas experimentam difi- culdade que o paradigma não consegue resolver que são as anomalias que é aquilo que desvia do padrão, do comum. “Segundo Thomas Kuhn, ao estabelecer-se um novo paradigma no campo científico, as opiniões e procedimentos adotados pelos cientistas são desen- volvidas pelos tais com objetivos comuns. Sendo que no decorrer deste processo os cientistas revelam de forma sistemática a teoria para confrontar a realidade. Por vezes, surgem naturalmente algumas provas inesperadas que são chamados por Kuhn de “anoma- lias”. Ou seja, aquilo que não tem explicação ou jus- tificação dentro do paradigma é incompatível com o resultado esperado pelos cientistas. Segundo o refletir Kuhniano, uma descoberta começa quando se tem consciência de que exis- te uma anomalia, ou seja, saber que a ciência não teve êxito conforme as expectativas paradigmáticas necessitam.”(Pedro André Almeida-Anomalias e Cri- ses na Ciência)
  • 20. 20 A abertura os novos paradigmas no campo das ciências da comunicação relaciona-se às inúmeras possibilidades derivadas dos atos comunicacionais. Philippe Breton divide a comunicação em três gêne- ros: informativo, argumentativo e expressivo. Nas mídias contemporâneas, a informação é combinada mais freqüentemente com a expressão do que com a argumentação. As abordagens teóricas destes gêner- os não podem ser confundidas com a prática uma vez que um gênero não depende do outro ser entendido. Partindo da discussão em direção aos homens e às mulheres, Breton fala em cinco meios de comu- nicação de base que seriam o gesto, a oralidade, a imagem, a escrita e o silêncio. INFORMATIVO:refere-se à imprensa e sua pre- tensão,jamaisalcançada,deobjetividadeeuniversal- idade.A comunicaçãoinformativaestaria,defato,re- duzidaàconstruçãodeartefatosquesepretenderiam capazesdedescrever,sem interpretaroudarjuízode valoraosfatosouaosfenômenosobservados. ARGUMENTATIVO:estando presente em quase todos os atos comunicacionais.Em uma definição breve,seriatransportaraosoutrosideiasqueoscon- venceriam dealgo.Tratar-se-ia,portanto,daenuncia- ção,isto é,para um pesquisadorargumentarreferir- se-ia à valorização do conteúdo dos discursos e da descobertadesuasfunçõessociais.
  • 21. RESSACA 21 Estes meios poderiam ou não usar suportes físi- cos não humanos e a tecnologia para o transporte das mensagens, tais como, a impressão, o rádio e a TV, as gravações em mídias audiovisuais, as redes de com- putadores e outros. Um progresso se vê transparente ao deixarmos de considerar os meios tecnológicos como um meio de comunicação humana, passando a ser compreendi- dos como um suporte físico para o transporte de dados que por conseqüência gera a comunicação entre as pessoas, tratando assim os objetos sociais como fer- ramentas de nosso contexto histórico que serve para transportar a distância o que antes era feito apenas com a presença física do homem e seus objetos reais. Sendo objetos sociais, psicanaliticamente ,diria Zizek: “Nós os olhamos e eles nos olham e nos vêem como parte da mesma sociedade. Fazem parte da vida, como seres inanimados, mas contêm possibilidades efetivas de comunicar e de entrar em contato com a própria subjetividade. Têm características similares às ferramentas e utensílios que indicam determinada profissão e permitem sua execução. São próteses dos corpos, aumentando a expressão, ação e sentidos.” EXPRESSIVO:seriaoreferenteaousodaemoção, do sentimento,talcomo nastelenovelas,cancioneiro popular,programasdeauditório,cerimôniasdecasa- mento,funerais,festas comemorativas,declarações de amoretc.Estaria,igualmente,vinculado ao gosto estético,deseconsiderarbelaounãoaobradearte dequalquernatureza. A com unicação expressiva,sim bolizada pelo usodogrotesco,dosublim e,daem oçãoedosen- tim ento,é m uito usada nos grandes m eios técni- cosde com unicação de m assas.
  • 25. RESSACA 25 Cultura é a identidade do povo, e se distingue em cada grupo de pessoas que são separadas so- cialmente ou geograficamente. As culturas são muito diversificadas. Para que haja comunicação entre as pessoas de várias culturas, precisa-se de um meio para as informações transitarem, e isso é a mídia. “Embora sejam responsáveis pelo crescimento e multiplicação dos códigos e linguagens, meios con- tinuam sendo meios. Deixar de ver isso e, ainda por cima, considerar que as mediações sociais vêm das mídias em si é incorrer em uma ingenuidade e equívo- cos epistemológicos básicos, pois a mediação primei- ra não vem das mídias, mas dos signos, linguagem e pensamento, que elas veiculam.”(Santaella, 1992 [2003ª], p. 22-230). As mídias não são estáticas, novas mídias são cri- adas e há sempre um processo cumulativo. Uma mí- dia não substitui a outra e sim complementa, ficando claro que em cada período a cultura tem domínio da tecnologia mais recente, mas não deixando de lado as outras mídias já existentes. No campo das mídias, começou a surgir equipa- mentos e dispositivos que possibilitaram o apareci- mento de uma cultura do disponível e do transitório, como exemplo fotocopiadora, indústria de filmes em vídeo, tudo isso chegando ao surgimento da TV a cabo. Essas tecnologias, equipamentos e linguagens, têm a característica de proporcionar o consumo indi- vidual, em oposição ao consumo de massa. Foram eles que tiraram a ideia de sermos somente recep- tores e nos treinou para o entretenimento, a busca de informação e a participação. “A informação se tornou a grande palavra de ordem, circulando como moeda corrente.” (Hayles 1996b, p. 259, 270). O avanço da tecnologia fez com que as mídias an- tigas se remodelassem para que elas continuassem a existir. O jornal impresso passou a decodificar os fa- tos ao invés de apenas expor como vinha sendo feito até este momento. A escrita é prova forte disso, já que no início eram utilizadas peles de carneiro como base de apoio, de- pois evoluiu para o papiro e finalmente para o papel. Santaella diz que o jornal não é uma mídia que irá desaparecer apenas com o advento da TV e do rádio, mas ele apenas sofre modificações na sua plataforma de existência, assim como a escrita vem sofrendo ao longo do tempo. Essa aceleração das telecomunicações e dos transportes deixa as pessoas em dúvida se isso é a salvação ou a perdição. “A tecnologia não apenas penetra nos eventos, mas se torna um evento que não deixa nada intocado. É um ingrediente sem o qual a cultura contemporânea – trabalho, arte, ciência e educação-, na verdade toda a gama de interações sociais, é impensável.” (Aronowitz, 1995, p. 22). O pós-humano é um termo usado para referir-se às grandes transformações que as novas tecnologias da comunicação estão trazen- do para a vida humana, no nível psíquico, social e antropológico. Cada mídia vai cumprindo o seu papel para uma completa e acessível comunicação, tendo como resultado em avanço cultural.
  • 26. RESSACA 26 A expressão “redes sociais na internet” vem sendo utilizada, tanto na mídia quanto em estudos acadêmi- cos, para se referir indistintamente a tipos de relações sociais e de sociabilidade virtuais que se diferenciam em dinâmicas e propósitos. Segundo Sonia Aguiar essa expressão vem sendo utilizada para designar sites que oferecem ferramen- tas e serviços de comunicação e interação centrados em um padrão egocentrado de relacionamentos. Al- guns potenciam redes interpessoais preexistentes através da comunicação mediada por computador. Outros propiciam a produção narcísica de perfis sem vínculos obrigatórios com a realidade e estimulam a competição pelo aumento compulsivo da rede de contatos, incluindo “estranhos”. Nesses sites (SNS- es na sigla em inglês) os nós da rede são usuários e consumidores, contrapondo-se às redes sociais cidadãs, que pressupõem valores de coletividade, cooperação,solidariedade e compartilhamento. Rep- resentam, assim, um desafio para as tradicionais análises de redes sociais e para as emergentes abor- dagens da Ciberantropologia. Redes sociais são um meio de se comunicar com outras pessoas pela internet, nos sites como: Orkut, Twitter, Facebook, Blogs e outros. Geralmente funcio- nam tendo como base o perfil do usuário, o que gos- tam, não gostam, seus interesses, hobbies, escolari- dade, profissão ou qualquer outra coisa que queiram compartilhar em torno de seus interesses. De acordo com Raquel Recuero, as redes sociais funcionam com o primado fundamental da interação social, ou seja, buscando conectar pessoas e propor- cionar sua comunicação e, portanto, podem ser uti- lizados para forjar laços sociais. Segundo Levy ciberespaço é: “Um novo espaço de comunicação, de sociabilidade, de organização e de transação, mas também o mercado da informação e do conhecimento que tende a tornar-se a principal infra-estrutura de produção, transação e gerencia- mentos econômicos.” (LEVY 1999, p32).
  • 27. 27 I I I I I I I I I II IISegundo Santaella, para Castells, as agregações virtuais não poderiam ser chamadas de comunidades virtuais, pois eram redes de relações destinadas a atuar em níveis de realidades diferentes. Por isso, es- sas redes não podem mais atender à denominação de comunidades virtuais. WEB 1.0 → Disponibilizar, buscar, ter acesso, ler. WEB 2.0 → Expor-se, compartilhar, colaborar. WEB 3.0 → Conectividade, convergência. O ciberespaço vai acabar? Sumir? Morrer? O ciberespaço é ao mesmo tempo, coletivo e inter- ativo. É um novo espaço de comunicação, de sociabi- lidade, de reconfiguração, potencializador de infinitas ações interativas. As comunidades virtuais que se utilizam desse espaço são formadas por grupos de pessoas global- mente conectadas na base de interesses em comuns ou de afinidades, em lugares de conexões acidentais ou geográficas. Elas estão conectadas através de associações flu- idas e flexíveis de pessoas,ligadas através de fios in- visíveis das redes que se cruzam pelos quatro cantos do mundo às redes sociais. As comunidades tendem ao isolamento, mas a medida que ela alcança ônibus, TV,rádio, jornal, elas se fortalecem a medida que a internet se relaciona com essas comunidades tradicionais. A importância na comunidade virtual está no es- paço criado pela comunicação,um espaço em que as relações interpessoais de confiança, afinidade e reci- procidade são mantidas de forma voluntária e não so- mente porque está situado em um mesmo local físico.
  • 28. RESSACA 28 Não se sabe onde vamos chegar, como chegar, e até que ponto cada teoria é verdadeira. O homem se esconde atrás das suas invenções cada vez mais po- tentes, a fim de nelas substituir maneiras de realizar funções que até pouco tempo eram executadas por ele próprio. Desde a Modernidade estamos perdidos, sem rumo e sem referência, dependentes cada vez mais de nos- sas mais avançadas tecnologias, a fim de protegermos de nossos medos e satisfazer nossas vontades. Teo- rias são formuladas sobre o caminho que vamos tomar, mas nada que possa acalmar as mentes mais aflitas. Profecias são feitas a cada instante sobre o destino do planeta. Desde religiosos, sobre o fim desse mun- do, até estudiosos que preveem mudanças radicais no clima e escassez de água. Muitos surgem e dão sua palavra, e dentre eles, o matemático e escritor de ficção cientifica Vernor Vinge, de 60 anos, dá a sua versão sobre o assunto. Há mais de 30 anos, o professor de Ciência da Computação da San Diego University alega que o avanço da tecnologia e principalmente na área da in- formática, vai por fim à vida como nós conhecemos. Nesses últimos anos, ele tem se dedicado a explicar esse conceito, mas tem quem ache que é delírio de cientista maluco. Numa entrevista na revista Época, Vinge alega que até 2030 vamos conseguir criar um supercomputador que seja mais inteligente que a mente humana e que vai dominar o nosso planeta, assim, eles próprios cria- rão máquinas cada vez mais surpreendentes. Nossas invenções ficarão obsoletas e parecerão estúpidas perto das maravilhas que esses computadores pode- rão criar. O professor também diz que estamos num século muito perigoso, onde o medo é que impera junto com o avanço da tecnologia, que está cada vez mais presen- te em nossas vidas.
  • 29. RESSACA 29 Ele caracteriza esse conceito como Singularidade, que nada mais é uma expressão da física para signi- ficar um universo no qual as leis naturais que conhe- cemos não valem mais, e nem sequer somos capa- zes de imaginar outro universo. Após a criação desse supercomputador, o mundo mudará de tal forma que hoje somos incapazes de conceber. Daí o termo Sin- gularidade Tecnológica. Esse momento pode chegar ou não, de acordo com a visão de Vinge. Tudo depende do interesse do homem para com a tecnologia. Se nos interessarmos menos por essa área, sua teoria tem menos chances de se tornar realidade. Porém o sucesso desse avan- ço é que mostra ser o sinal dessa aproximação. A criação de robôs ficará cada vez mais sofisti- cada. Chegará um dia que ficaremos na dúvida se são mesmo robôs ou seres reais, de tão perfeitos que serão. A simbiose entre o homem e a máquina também é outro indicador. Hoje já não se consegue viver sem o computador, já que ele aumenta nossa capacidade mental e permite carregar todo o tipo de informação. Após a criação desse supercomputador, em me- nos de 100 horas nós nos tornaríamos obsoletos, e o que acontecerá conosco é impossível de prever. Pode ser que sejamos extintos ou alguns de nós se- rão mantidos para executar algumas tarefas. Fala também que poderemos nos tornar seus ani- mais de estimação, e que a convivência entre máqui- nas seria bem mais amistosa do que a convivência entre seres humanos, já que na nossa espécie, su- cesso é obtido através de luta, guerras e conquistas. super computadores Lista com os 5 Supercomputadores mais rápidos do planeta: - K computer (Japão) - Tianhe-1A (China) - Jaguar (Estados Unidos) - Nebulae (China) - TSUBAME 2.0 (Japão) Com 8.16 petaflops (um quatrilhão de operações de cálculo em ponto flutuante por segundo), o K computer é mais poderoso que os próximos quatro sistemas da lista combinados.
  • 30. RESSACA 30 Com a chegada da modernização e a inclusão digital acontecendo a todo vapor, o acesso a musica digitaliza- da, toma o lugar dos antigos discos de vinil e cds de mu- sica. A facilidade de acesso ao download de musicas em formato como Mp3, WAV populariza as mais variadas musicalidades e acaba por criar conversões dos mais di- versos tipos de som. Juntamente com essa populariza- ção surge uma profissão relativamente nova mas muito cobiçada, o DJ.
  • 31. RESSACA 31 Ser DJ, abreviação de Disk Joquey ,consiste em entender seu publico alvo e administrar, através de uma sequência musical inteligente, com um toque eletrônico, o ambiente desejado, despertando sen- sações que variam de euforia à reflexão. Mas esse objetivo muitas vezes é ignorado, em via do glamour que acompanha o nome DJ. Muitas vezes pessoas buscam executar a profissão sem conhecer seu ob- jetivo ou mesmo seus elementos. Buscando apenas o status que a profissão representa, eles se tornam “ Djs de playlist”, e muitas vezes são responsáveis pela desvalorização da profissão Disk Joquey. Os “ Djs de playlist” caracterizam-se pela falta de técnica e conhecimento da criação das sequências musicais. Geralmente são jovens, de 16 até 28 anos, que levados pela fama que envolve o nome Dj, adqui- rem equipamentos de discotecagem e passam a atuar como Dj em festas menores. A falta de técnica, como em qualquer outra profis- são, gera profissionais vazios que conseguem execu- tar de maneira infinitamente inferior o trabalho de um profissional da área. No caso dos “ Djs de playlist”, o próprio nome descreve o trabalho executado. São profissionais que fazem download de musicas do mo- mento, já previamente remixadas por um profissional, criam uma sequências ( conhecida como playlist, ou Lista musical) e se passam por profissionais da área, sem se preocupar com o publico e o sentimento que se deseja atingir com a musica. Para preencher esse vazio formado pela falta de técnicas de mixagem, hoje existem diversas escolas de Dj espalhadas pelo mundo como as americanas Dubspot ( www.dubspot.com) e Scratch (www.scratch. com) que juntas já formaram mais de mil Disc Joquei profissionais. Escolas como essas ensinam como fa- zer a imersão da musicalidade no meio eletrônico, ge- rando profissionais completos e centrados no objetivo principal do DJ, despertar sentimentos . No Brasil são escolas como DjLand(www.djland. com.br) e Aimec(www.aimec.com.br) que disponibili- zam cursos como esse. Mas o alto crescimento da de- manda por conhecimento na área, já vem criando no- vas opções de formação para Djs, e um projeto de lei do senador Romeu Tuma, que regulamenta e transforma a “discotecagem” em profissão, já esta sendo votado no senado. Com isso a tendência será a profissionalização do mercado e uma diminuição dos “ Djs de playlist”.
  • 33. RESSACA 33 Avaidadesemprefoiumacarac- terísticadasmulheres,noentanto,o espaçoparaavaidademasculinavem crescendo,eohomemsente-semais àvontadeparademonstrarseudesejo deseratraente,gerandomaiorautocon- fiança,tantonoâmbitopessoalquando noprofissional. Creme,lápisdeolho,base,baton incolor,esteseramutilizadospelopúbli- cofeminino.Poisé:nostemposdehoje acoisamudoupessoal.Aestéticado homemmodernojánãoémaisamesma deantigamente. Oshomensmudaramecertamente paramelhor!Todaaquelaestéticado homemmachão,grosseiro,rude,sem vaidadealguma,estámudandocada vezmais.Ohomemmodernoestádeix- andoaarmaduradeladoeprocurando secuidarparaficarbemcomelemesmo, seinterarcadavezmaissobreprodutos debeleza,moda,tendências,assuntos atéentãodirecionadosparaopúblico feminino. Produtosdebelezanuncaforamtão cobiçadospeloshomens.Comtoda essainformaçãoeaquebradoprecon- ceitoquevemdiminuindocadavezmais nosúltimostempos,ohomemnãoestá maispreocupadocomoqueosoutros vãopensareestámaisvaidosodoque nunca,procurandocuidardaaparência, docorpoedoseuguardaroupatam- bém.Ohomemselivroudetodosos paradigmasdequehomemnãopodese cuidar,nãopodechorar,nãopodeter umaboapeleecomissoestácadavez maisaprocuradenovostratamentosde belezaeestéticacriandoumnovomer- cadodeindústriaeserviçosdestinados aoshomenssemqueissoafeteasua masculinidadeeasuaidentidade. Ostratamentosbuscadospelos homenssãoosmaisvariados,depend- entesdavaidadeindividual.Tratando-se daregiãofacial,elesgeralmentebus- camdiminuirasmarcasdeexpressão, comoosfamosos“pésdegalinha”.Além disso,elesprocuramcadavezmaisa lipoaspiração,maiscomumemáreas comooabdômen.Entreoutrascirurgias, elesbuscamtambémaginecomastia, queconsistenacorreçãodasmamas masculinaseaplicaçãodeprótesesde siliconenaspernasenopeito,parauma aparênciamaisatlética. Apresençadelesemsalõesde belezaécadavezmaismarcante.Ger- almente,alémderealizarcortesdeca- belo,oshomensestãobuscandosem medoepreconceitooutrosprocessos paraumaaparênciamaislimpaebem cuidada.Jáécommaisfreqüênciaque seencontramhomensfazendoasso- brancelhaseunhas,procurandoumas- pectomaislevenovisual. Todoessecuidadodemonstraati- tude,autoestimaelevadaeautoconfian- ça.OjogadorDavidBeckhaméumsím- bolodessamudançaentreoshomens, poisestásemprebemvestido,bem maquiado,comumaaparênciasaudável enemporissotemasuamasculinidade colocadaemdúvida.
  • 35. RESSACA 35 Como diria Lulu Santos, em sua música Tempos Modernos: “Hoje o tempo voa amor, escorre pelas mãos, mesmo sem se sentir que não há tempo que volte amor, vamos viver tudo que há pra viver...” Sempre ouvimos a frase: “Nossa, o tempo tá pas- sando rápido demais!” Os idosos comentam que antes não era assim, que “o tempo era a favor das pessoas”, sendo que o que mudou foram a velocidade e excesso de informa- ções, fazendo com que o cérebro humano se acos- tumasse com tais situações, sem que se percebesse os segundos que passaram em alguma ação. Com essa velocidade no relógio, cria-se a ansiedade, o estresse e as pessoas começam a não aproveitar o tempo, preocupadas com que ele passe rápido de- mais. Mário Quintana, em sábias palavras diz que só existe uma idade “(...) para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente e desfrutar tudo com toda intensidade sem medo nem culpa de sentir praz- er (...). Essa idade tão fugaz na vida da gente chama- se presente e tem a duração do instante que passa”. Quando paramos para pensar o dia já passou; os meses e até anos. Quando recordamos algo do pas- sado, lembramos facilmente e além de “bater aquela saudade”, pensamos quanto tempo faz que aquilo já ocorreu. Devíamos seguir a expressão do poema do roma- no Horácio: Carpe Diem, ou seja, aproveitar a vida, cada experiência que nos é concedida, como se não fosse haver outra, cada momento de nossas vidas, como se fosse o único e o último, afinal, não sabe- mos como será o dia de amanhã. O tempo passa rá- pido e a vida é muito breve, por isso, devemos gozar de tudo que ela oferece. Ficamos muito incomodados com o ontem e o amanhã, que nos esquecemos de viver o hoje, e, dessa forma, “o tempo voa mesmo”. Por isso, o im- portante é o agora, afinal, não podemos parar o reló- gio. São muitas informações ao mesmo tempo, tecno- logia avançada, novidades, seja na área tecnológica ou até mesmo no meio sócio-cultural. Por outro lado, quando estamos entediados com uma situação o tempo passa devagar! Prestamos atenção até nos segundos, e por isso ocorre o pensamento de que as horas estão lentas demais. Nunca temos tempo suficiente para os objetivos diários, para visitar alguém, descansar, assistir à TV tranquilamente, sair com os amigos, ficar com a família, estudar, trabalhar... O tempo é sempre curto e com isso ficamos muito sobrecarregados durante o dia, de forma que muitas pessoas desejariam que ele tivesse 48 horas. Mas será que assim daria tempo?
  • 37. RESSACA 37 A obra “Desvio para o vermelho”, de Cildo Meirel- les idealizada em 1967, montada em diferentes versões desde 1984, é exibida no Inhotim desde 2006, nos faz pensar sobre a monocromia. Transmite-me a sensação de um mundo mágico e fantástico, como se estivesse mergulhado em um filme infantil ou imaginário e ao mesmo tempo me leva para um lugar frio e dramático. É formada por um ambiente único que não remete a uma casa convencional. Não é um quarto, nem um escritório, sala ou cozinha é um ambiente indefinido, pois tem móveis e objetos mistos. A instalação é formada por três ambientes articu- lados entre si cuja primeira parte se chama “Impreg- nação”. Estamos dentro de algo que acontece e se estrutura em algum lugar. A formatação do ambiente cria sensação de um tom monocromático tridimensio- nal. Cildo Meirelles cria visual desconhecido, vemos na mesa esculturas como pequenos objetos, como um cinzeiro, cigarrilha, trabalhos de esculturas que preen- chem o espaço formando um ambiente cheio de obje- tos familiares. Já a segunda fase da instalação chama-se “En- torno”, na qual nos deparamos com um frasco caído no chão: uma estrutura que sugere o derramamento de líquido superior ao valor de volume possível dentro do frasco, essa estrutura desemboca, depois de andar- mos, na terceira parte da obra que é chamada “Des- vio”, uma espécie de câmara escura que vai derivando do segundo, escurecendo aos poucos, e aí se começa a ouvir um barulho de algo pingando, e no final tem-se um lavatório branco onde uma torneira aberta deixa es- coar um líquido vermelho. Aberta a uma série de simbolismos e metáforas, desde a violência do sangue até conotações ideológi- cas, o que interessa ao artista nesta obra é oferecer uma seqüência de impactos sensoriais e psicológicos ao espectador: uma série de falsas lógicas que nos de- volvem sempre a um mesmo ponto de partida.
  • 40. RESSACA 40 Aguiar, Sonia. Redes sociais na internet: desafios à pesquisa. Intercom – Sociedade Brasileira de Estu- dos Interdisciplinares da Comunicação XXX Congres- so Brasileiro de Ciências da Comunicação. Santos, 29 de agosto a 2 de setembro de 2007. Disponivel em : http://www.sitedaescola.com/downloads/portal_aluno/ Maio/Redes%20sociais%20na%20internet-%20desa- fios%20%E0%20pesquisa.pdf acesso em 10 de junho de 2011. Breton, Philippe et Proulx, Serge. (2002). L’explosion de la communication à l’aube du XXI siècle. Paris : La Découverte. FERREIRA, Vanessa Capistrano. Comunicação em Massa, publicado 27/03/2010, em: http://www.webarti- gos.com. HOHLFELDT, Antonio e MARTINO, Luiz e FRANÇA, Vera. Teorias da Comunicação. Conceitos, escolas e tendências. Petrópolis, Editora Vozes, 5ª edição, 2005 Lopes, Luiz C. Paradigmas da comunicação, 2005. Acesso: http://redalyc.uaemex.mx/pdf/687/68720306. pdf em 16 de maio de 2011. RECUERO,R.C.. TEORIA DAS REDES E REDES SOCIAIS NA INTERNET: Considerações sobre o Or- kut, os Weblogs e os Fotologs. In: CONGRESSO BRA- SILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 27., 2004. Porto Alegre. Anais… São Paulo: Intercom, 2004. Noções de Paradigma de Thomas Kuhn, disponível em: <http://filosofia.projectos.esffl.pt/T_Khun/Paradig- mas_Khun.pdf> POLISTCHUK, Llana; TEORIAS DA COMUNI- CAÇÃO: o pensamento e a prática do jornalismo/Llana Polistchuck, Aloizio Ramos Trinta. Rio de Janeiro: Else- vier, 2003.-6ª impressão. Janeiro: Elsevier, 2003.-6ª impressão Santaella, Lucia. Cultura das mídias. 4ª ed. São Paulo: Experimento, 1992 [2003a] SANTAELLA, Lucia. Pós-humano: por quê?. Rev. USP, São Paulo, n. 74, ago. 2007 . Disponível em <http:// www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0103-99892007000200010&lng=pt&nrm =iso>. acesso em 05 abr. 2011. SENADO.GOV.BR – Excelência no atendimento: Paradigmas essenciais e princípios do bom atendi- mento: Conceito de Paradigma. em: <http://www.sena- do.gov.br/ead/Conteudo/EXCATE/aula3modulo1txt1. asp?COD_ATOR=&COD_CURSO=&COD_MATRICU- LA=> SUPERINTERESSANTE, Abril. edição 2009, janei- ro de 2005 TATTERSALL, Ian. Como nos tornamos humanos. Scientific American. São Paulo: Duetto, 2006. Edição Especial. 17,p.68-75. WOLF, Mauro. Teorias da comunicação. Gruppo Ed- itoriale Fabbri, Bompiani, Sonzogno, Etas S.p.A., Milan, 1985.LAIGNEIR, Pablo e FORTES, Rafael. Introdução a História da Comunicação. Rio de janeiro: E-papers, 2009. Disponível em: http://jornalismouninove.com.br/ livros/mauro_wolf_teorias_da_comunicacao.pdf aces- so em 14 de maio de 2011.